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Adaptação de Maria Aparecida Cruz de Araujo do conto “A Minúscula Bolha” (Perrow, 2013)

Esta história foi escrita para possibilitar às crianças muito tímidas ou crianças recém-chegadas
visando melhorar a autoestima e encorajá-las a participar das atividades propostas no decorrer do
período escolar, problema muito recorrente na Escola em que trabalho, principalmente nas aulas de
Educação Física. É uma adaptação do conto “A Minúscula Bolha” (Perrow, 2013) para ser utilizada em
todas as séries do Ensino Fundamental I e II que possuam alunos nessas condições.

Para contar a história utilizarei:

- brinquedos que fazem bolinhas de sabão

- instrumentos sonoros:

• sino tibetano

• xilofone de madeira

• piano de polegar (Instrumento africano chamado Kalimba)

Esses instrumentos poderão ser substituídos por qualquer outro objeto que produza som para chamar a
atenção das crianças no decorrer da história.

Segue abaixo a minha versão da História:


A Minúscula Bolha

Esta é uma história de uma bolha de sabão. Uma pequena bolha de sabão. Na verdade, esta
bolha de sabão foi a menor bolha jamais vista. Esta bolha só poderia ser vista pelos olhos de um
pombinho encantado que vivia nas redes de proteção da quadra de esportes de uma escola situada
lá na Vila Jaguara.

Semana da criança, teremos gincanas e muitas brincadeiras na escola e o campeonato de


bolinhas de sabão será uma das atrações.

Começou o campeonato na quadra de esporte. “Não é justo, ninguém se importa”, sussurrou


a minúscula bolha enquanto flutuava pela quadra de esportes com todas as outras bolhas. “Não é
justo que eu seja tão pequena, não é justo, de forma alguma, de forma alguma. Olhem meus grandes
amigos bolhas. Olhem como são lindos seus voos. Meu voo mal pode ser visto.”

Por muito tempo, as bolhas flutuaram na quadra de esportes – as grandes bolhas e a minúscula
bolha triste - elas flutuaram por todos os cantos da quadra; passando por todas as crianças que
assistiam o campeonato; passando por todos os jurados que iriam decidir qual bolha seria a campeã.

Após o júri decidir qual era a melhor bolha, elas continuaram a flutuar pela quadra até que as
risadas e vozes das crianças podiam ser ouvidas:

“Olhem!”, gritou um garotinho, “bolhas, grandes – podemos pegá-las".

“Bolhas!”, gritaram todas as crianças, pularam e correram para a quadra. “Bolhas, bolhas, as
mais lindas bolhas que já vimos, bolhas, bolhas, vamos pegá-las.”

As crianças caminhavam pela quadra, algumas se esticavam para alcançar. Todas estavam
gostando de pegar bolhas. Logo depois, todas as lindas bolhas tinham desaparecido. Elas não eram
mais do que um desejo nas mãos das crianças, desejo de se divertirem e permanecerem juntas como
grandes amigas e unidas em um ambiente cheio de oportunidade para aprender e também de se
transportarem para a terra da fantasia.

Mas e a minúscula bolha? As crianças não tinham visto, as crianças não a tinham pegado. De
repente, lá estava ela, sozinha, flutuando pela quadra. “ Por quê”, ela pensou, “porque eu sou muito
pequena não fui pega".

Continuou a flutuar e agora sentia-se feliz e corajosa a observar o céu azul através da rede de
proteção da quadra. Seguiu, seguiu até encontrar o pombinho encantado que a orientou como
atravessar a rede e juntos foram para longe a minúscula bolha e o pombinho encantado, longe no
azul misterioso do céu, longe onde as pombinhas encantadas dançavam e brincavam.

Uma pombinha encantada estava ocupada mexendo uma panela de pérolas quando a
minúscula bolha chegou flutuando, a bolhinha que podia ser vista por olhos dos pombinhos
encantados. Seu sonho conquistou os olhos da pombinha encantada.

“Exatamente o que eu preciso para colorir minha panela de pérolas", disse a pombinha
encantada. Ela pegou a minúscula bolha e jogou-a na panela. E, com uma mexida para cá e uma
mexida para lá, a minúscula bolha ajudou a fazer uma linda pérola de arco-íris.

Mas, e o campeonato de bolinhas de sabão lá na escola da Vila Jaguara, quem será que
ganhou?
Conto original: Perrow, Susan. A Minúscula Bolha in Histórias Curativas para Comportamentos
Desafiadores - São Paulo : Antroposófica, 2ª. ed., 2013.

A Minúscula Bolha

Este conto foi escrito como uma história de aniversário para dar confiança e encorajamento
para a menor e mais tímida criança do jardim de infância. Também foi contada durante um festival da
“Bolha” da Primavera, realizado na floresta nas barrancas de um riacho borbulhante. Depois da
contação de história, crianças, pais e avós sopravam bolhas embaixo das árvores, usando argolas de
diferentes tamanhos – gigante, média, e pequena. As crianças ficavam impressionadas como as
menores bolhas podiam escorregar tão facilmente de suas mãos e não estourarem!

Esta é uma história sobre uma bolha. Uma pequena bolha. Na verdade, esta bolha foi a menor
bolha jamais vista. Esta bolha só poderia ser vista pelos olhos de uma fada.

“Não é justo, ninguém se importa", sussurrou a minúscula bolha e suspirava enquanto flutuava
rio abaixo com todas as outras bolhas. “Não é justo que eu seja tão pequena, não é justo, de forma
alguma, de forma alguma. Olhem para meus grandes irmãos bolhas. Olhem para seus lindos sonhos de
arco-íris. Meu sonho de arco-íris mal pode ser visto”.

Por muito tempo, as bolhas flutuaram rio abaixo – as grandes bolhas arco-íris e a minúscula bolha
triste – deixando sua “mãe" cachoeira borbulhante para trás. Elas flutuaram passando por salgueiros
verdes e juncos; passando por vacas marrons que bebiam água nas margens; passando por tocas
escuras de ornitorrinco e caminhos de coelhos em volta das colinas e através dos vales.

Elas continuaram a flutuar até que chegaram à beira de um vasto campo verde. Risadas e
vozes podiam ser ouvidas onde crianças faziam piquenique embaixo da sombra de uma árvore
frondosa.

“Olhem!”, gritou um garotinho, “bolhas, vamos pegá-las".

“Bolhas!”, gritaram todas as crianças, pularam e correram para a beira do riacho. “Bolhas,
bolhas, as mais lindas bolhas que já vimos, bolhas bolhas, vamos pegar um sonho de arco-íris.”

Algumas crianças caminhavam dentro d'água, algumas deitavam-se na margem e se


esticavam para alcançar. Todas estavam gostando de pegar bolhas, pegar seus sonhos de arco-íris.
Logo depois, todas as lindas bolhas tinham desaparecido. Elas não eram mais do que um desejo nas
mãos das crianças, nada mais que um arco-íris para as crianças irem para a terra da fantasia.

Mas e a minúscula bolha? As crianças não tinham visto, as crianças não tinham pegado seu
sonho de arco-íris. De repente , lá estava ela, sozinha, flutuando rio abaixo.

“ Por quê”, ela pensou, “porque eu sou muito pequena não fui pega".

Continuou a flutuar e agora sentia-se feliz e corajosa. Seguiu, seguiu até o rio encontrar o mar.
Lá as ondas pegaram e levaram para longe a minúscula bolha, longe no azul misterioso, longe onde
as fadas do mar dançavam e brincavam.

Uma fada do mar estava ocupada mexendo uma panela de pérolas quando a minúscula
bolha chegou flutuando, a bolhinha que podia ser vista por olhos de fada. Seu sonho de arco-íris
conquistou os olhos da fada do mar.

“Exatamente o que eu preciso para colorir minha panela de pérolas", ela disse. Ela a pegou e
jogou-a na panela. E, com um rodopio para cá e um rodopio para lá, a minúscula bolha ajudou a fazer
uma linda pérola de arco-íris.

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