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TREINAMENTO
MÓD. 01 ANBIMA CPA - 20
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M
e chamo Hygor Paulo Duarte pelo mercado. Consolidei aqui não
da Silva e inicio com vocês somente um material espetacular
neste momento uma jornada para vocês, mas também 16 anos de
pelo conhecimento e também a busca conhecimento e vivência como bancário
pelo seu entendimento da maneira mais com passagem por 4 bancos de nosso
fácil e didática possível. Desejo que você sistema financeiro (Caixa, Bradesco,
tenha sucesso nesta prova e para isso HSBC e Santander), portanto você terá
você conta a partir de agora com o meu neste treinamento e em nossos vídeos
comprometimento e empenho pessoal exemplos práticos vivenciados por
para que isso aconteça. você no dia a dia, facilitando assim seu
aprendizado e a absorção de tamanho
Nas próximas páginas e capítulos você conteúdo, assuntos que possivelmente

BOAS-
terá o conteúdo necessário para ter sejam novidade para muitos que aqui se
sucesso nesta prova. Este conteúdo, encontram.
somado às aulas presenciais ou às
vídeo aulas se você for aluno do meu Para os autodidatas este material já será

VINDAS!
treinamento online, são a fórmula para suficiente para a realização da prova,
que você não somente passe na prova, porém as vídeo aulas lhe darão a cereja
mas que também adquira o devido do bolo. Com exemplos semelhantes
conhecimento para sua atividade futura, aos encontrados em cursinhos pré-
afinal não adianta nada saber todo o vestibulares, você encontrará maneiras
conteúdo da prova e as pegadinhas práticas e divertidas para a memorização
que ela traz sem ter o conhecimento do conteúdo.
necessário para o atendimento a seu
Desejo sucesso a você e que essa futura certificação cliente futuramente.
lhe traga muita felicidade, paz e tranquilidade para
desenvolver seu trabalho da melhor forma possível. É aí que nos diferenciamos dos demais
conteúdos e treinamentos oferecidos FICA A DICA!

ATENÇÃO: QUANDO VOCÊ ENCONTRAR ASSUNTOS ESCRITOS


EM LETRA MAÍUSCULA FIQUE ATENTO, SÃO DISCLAIMERS
(DESTAQUES) QUE LHE INFORMAM ALGO IMPORTANTE.

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CERTIFICAÇÃO segmentos Varejo Alta Renda, Private
Banking, Corporate e Investidores
PROFISSIONAL Institucionais. Os Profissionais das

ANBIMA instituições participantes que desenvolvem


suas atividades em Plataformas de
SÉRIE 20 Atendimento diferenciadas, destinadas
exclusivamente aos clientes Varejo Alta
Renda, Private, Corporate e Investidores
OBJETIVO Institucionais, mesmo que alocados em
A CPA-20 se destina a certificar
agências bancárias, deverão obter a CPA-20.

PARA
Profissionais das instituições participantes
que atuam na prospecção, venda de
produtos de investimento ou manutenção Os Profissionais que obtiverem a CPA-
de carteira de investimentos diretamente 20 poderão exercer as atividades que

QUEM ESSA
junto a investidores atendidos nos requeiram a CPA-10.

CERTIFICAÇÃO CONSIDERA-SE: respectivamente; Não são considerados

É DESTINADA?
Produtos de investimentos, para fins
I. Plataformas de atendimento: toda deste Código, a Caderneta de Poupança e
e qualquer forma de atendimento do os Planos de Previdência Complementar
investidor pelas instituições participantes, Aberta e Fechada;
inclusive por meio eletrônico e telefônico,
em que os Profissionais da instituição III. Prospecção ou venda: oferta de
participante desempenhem as atividades produtos ou serviços diretamente ao
previstas na CPA-10 e CPA-20. Estão
investidor, de forma individual ou coletiva,
excluídas do conceito de Plataformas de
que tenha como finalidade a aplicação de
Atendimento as centrais de atendimento
que se destinam exclusivamente a receber recursos em um produto de investimento;
e executar ordens de clientes;
IV. Investidor: consideram-se investidores
II. Produtos de investimento: todos os as pessoas física ou jurídica atendida nos
valores mobiliários e ativos financeiros, segmentos de Varejo Alta Renda, Private,
conforme definido nas normas em vigor, Corporate e Investidores Institucionais,
regulados pela Comissão de Valores conforme definido pela própria instituição
Mobiliários e pelo Banco Central do Brasil, participante.
CERTIFICAÇÃO MÓDULO I SISTEMA
EM PRODUTOS DE FINANCEIRO NACIONAL
E PARTICIPANTES
INVESTIMENTOS DO MERCADO

SÉRIE 20 5% A 10% DO EXAME


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ÍNDICE
1. ÓRGÃOS DE REGULAÇÃO, AUTORREGULAÇÃO, FISCALIZAÇÃO E PARTICIPANTES DO MERCADO....................................................................................... 6
Siglas.......................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 6
1.1 Órgãos de Regulação, Autorregulação e Fiscalização.......................................................................................................................................................................................................7
1.1.1 Conselho Monetário Nacional – CMN............................................................................................................................................................................................................................................... 7
1.1.1.1. Principais atribuições: fixar as diretrizes e normas da Política Cambial, Monetária e de Crédito.......................................................................................................................... 7
1.1.2 Banco Central do Brasil – BACEN...................................................................................................................................................................................................................................................... 8
1.1.2.1 – Principais atribuições.............................................................................................................................................................................................................................................................. 8
1.1.2.1.1. Executor de diretrizes e normas do CMN e supervisor de Instituições Financeiras........................................................................................................................................ 8
1.1.2.1.2. Executor das Políticas Monetária e Cambial.............................................................................................................................................................................................................. 8
1.1.3 Comissão de Valores Mobiliários - CVM.......................................................................................................................................................................................................................................... 9
1.1.3.1. Principais atribuições................................................................................................................................................................................................................................................................. 9
1.1.4 Superintendência de Seguros Privados – SUSEP........................................................................................................................................................................................................................10
1.1.5 Superintendência Nacional de Previdência Complementar – PREVIC...................................................................................................................................................................................11
1.1.6 ANBIMA: Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais. Atribuições............................................................................................................................11
1.1.6.1 Atribuições. O papel da ANBIMA e as atividades desenvolvidas...................................................................................................................................................................................12
1.1.6.1.4 Código Anbima de Regulação e Melhores Práticas para o Programa de Certificação Continuada.............................................................................................................12
1.2 Bancos Múltiplos................................................................................................................................................................................................................................................................ 13
1.2.1 Principais Carteiras (Comercial, Investimento).............................................................................................................................................................................................................................13
1.2.2. Principais funções e atribuições......................................................................................................................................................................................................................................................13
1.3 Distribuidoras e Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários e de Futuros................................................................................................................................................................. 14
1.3.1. Principais atribuições.........................................................................................................................................................................................................................................................................14
1.4 Investidores Qualificados, Investidores Profissionais e Investidores Não-Residentes............................................................................................................................................ 15

MATERIAL PARA AUTOESTUDO......................................................................................................................................................................................................17


1.5 Entidades Fechadas de Previdência Complementar (EFPC) (Res. CMN 3.792).......................................................................................................................................................... 17
1.5.1 Definição, Apresentação e Disponibilização da Política de Investimento (Capítulo V, art. 16)........................................................................................................................................17
1.5.2 Segmento de Renda Fixa das carteiras (Capítulo VI, art. 18)..............................................................................................................................................................................................18
1.5.3 Segmento de Renda Variável das carteiras (Capítulo VI, art. 19)......................................................................................................................................................................................19
1.5.4 Cobrança de Performance para uma EFPC (Capítulo IX, art. 51).......................................................................................................................................................................................20
1.5.5 Controle e avaliação de riscos e sua fiscalização (Capítulo III, arts. 9 a 13)....................................................................................................................................................................20
1.5.6 Das vedações (Capítulo XI, art. 53)............................................................................................................................................................................................................................................21

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ÓRGÃOS DE REGULAÇÃO,
AUTORREGULAÇÃO, FISCALIZAÇÃO
E PARTICIPANTES DO MERCADO

INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA

É quando o dinheiro passa das mãos de quem tem recursos disponíveis (bancos Para que esta intermediação financeira ocorra adequadamente temos o Sistema
comerciais, múltiplos e de investimento por exemplo), para quem não tem recursos Financeiro Nacional, cujo organograma abaixo será fundamental para o seu
entendimento do assunto e sucesso na prova.
disponíveis (pessoas físicas e jurídicas que necessitam de empréstimos para
realização de seus objetivos, por exemplo). Em resumo é a transferência de recursos Também fazem parte do organograma abaixo o CNSP (Conselho Nacional de Seguros
dos agentes superavitários para os deficitários. Privados) e o CNPC (Conselho Nacional de Previdência Complementar).

MINISTÉRIO DA FAZENDA MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA SIGLAS

• CMN: Conselho Monetário Nacional


• CNSP: Conselho Nacional de Seguros Privados
CMN CNSP CNPC • CNPC: Conselho Nacional de Previdência Complementar
• BACEN: Banco Central do Brasil
• CVM: Comissão de Valores Mobiliários
• SUSEP: Superintendência de Seguros Privados
BACEN CVM SUSEP PREVIC.
• PREVIC: Superintendência Nacional de Previdência Complementar

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ÓRGÃOS DE REGULAÇÃO,
AUTORREGULAÇÃO, FISCALIZAÇÃO
E PARTICIPANTES DO MERCADO

1.1 ÓRGÃOS DE REGULAÇÃO, AUTORREGULAÇÃO E FISCALIZAÇÃO

1.1.1 Órgãos de Regulação, Autorregulação e Fiscalização


1.1.1.1. Principais atribuições: fixar as diretrizes e normas da Política Cambial, Monetária e de Crédito

O Conselho Monetário Nacional (CMN) é o órgão superior do Sistema Financeiro A Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964 determina as principais atribuições do
Nacional e tem por finalidade formular a política da moeda e do crédito, objetivando a CMN (ATENÇÃO: A PROVA NÃO VAI PEDIR A LEI OK, VOCÊ PRECISA SABER SOMENTE
estabilidade da moeda e o desenvolvimento econômico e social do País. AS ATRIBUIÇÕES DO CMN), logo abaixo:

CMN sofreu algumas alterações em sua composição ao longo dos anos. Sua • Regular o valor interno da moeda
composição atual é: • Estabelecer medidas de prevenção ou correção de desequilíbrios econômicos;
• Coordenar as políticas: monetária, creditícia, orçamentária, fiscal e da dívida
• Ministro da Fazenda, como Presidente do Conselho;
pública, interna e externa;
• Ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão;
• Regular o valor externo da moeda e o equilíbrio no balanço de pagamento do País
• Presidente do Banco Central do Brasil.
• Zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras
Os seus membros reúnem-se uma vez por mês para deliberarem sobre assuntos • Regular a constituição, funcionamento e fiscalização das instituições financeiras,
relacionados com as competências do CMN. Em casos extraordinários pode acontecer bem como a aplicação das penalidades previstas na Lei quando cabíveis;
mais de uma reunião por mês. As matérias aprovadas são regulamentadas por meio • Disciplinar o crédito em suas modalidades e as formas das operações creditícias;
de Resoluções, normativo de caráter público, sempre divulgado no Diário Oficial da • Autorizar as emissões de papel-moeda;
União e na página de normativos do Banco Central do Brasil. • Determinar as taxas de recolhimento compulsórios das instituições financeiras.

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ÓRGÃOS DE REGULAÇÃO,
AUTORREGULAÇÃO, FISCALIZAÇÃO
E PARTICIPANTES DO MERCADO

1.1.2 Banco Central do Brasil – BACEN


1.1.2.1 Principais atribuições

1.1.2.1.1. Executor de diretrizes e normas do CMN e supervisor de Instituições Financeiras

1.1.2.1.2. Executor das Políticas Monetária e Cambial

O Banco Central do Brasil (BC, BACEN Principais atribuições:


ou BCB) é autarquia federal integrante
do Sistema Financeiro Nacional, sendo • Autorizar, normatizar, fiscalizar e intervir nas instituições financeiras;
vinculado ao Ministério da Fazenda • Emitir a moeda (observação: a Casa da Moeda do Brasil - empresa pública - fabrica o papel moeda e moeda metálica, mas o ato
do Brasil. de emissão - colocar em circulação - é responsabilidade do Banco Central)
• Controlar créditos: o BACEN divulga as decisões do Conselho Monetário Nacional, baixa as normas complementares e executa o
Criado em 31 de dezembro de 1964 pela controle e a fiscalização a respeito das operações de crédito em todas as suas modalidades;
da Lei nº 4.595. Assim como os outros • Controlar capitais estrangeiros: o BACEN é o depositário das reservas internacionais do País;
bancos centrais do mundo, o brasileiro • Executar a política monetária.: o objetivo da ação dos bancos centrais na política monetária é controlar a expansão da moeda e
é uma das principais autoridades do crédito e a taxa de juros;
monetárias do país. • Executar a política cambial.

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ÓRGÃOS DE REGULAÇÃO,
AUTORREGULAÇÃO, FISCALIZAÇÃO
E PARTICIPANTES DO MERCADO

1.1.3 Comissão de Valores Mobiliários - CVM


1.1.3.1. Principais atribuições: fixar e implementar as diretrizes e normas do mercado de valores mobiliários; fiscalizar as companhias abertas, a Bolsa de Valores e os
agentes do mercado de capitais e Fundos de Investimento; dar proteção aos investidores; assegurar a lisura nas operações de compra e venda de valores mobiliários

A Comissão de Valores Mobiliários é uma autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda.

A CVM tem poderes para disciplinar, normatizar e fiscalizar a atuação dos diversos integrantes do mercado. Seu poder de normatizar abrange todas as matérias referentes ao
mercado de valores mobiliários, inclusive toda a indústria de fundos de investimentos.

Principais atribuições:

• Assegurar o funcionamento eficiente e regular dos mercados de bolsa e de balcão;


• Proteger os titulares de valores mobiliários contra emissões irregulares e atos ilegais de administradores e acionistas controladores de companhias ou de administradores
de carteira de valores mobiliários;
• Evitar ou coibir modalidades de fraude ou manipulação destinadas a criar condições artificiais de demanda, oferta ou preço de valores mobiliários negociados no mercado;
• Assegurar o acesso do público a informações sobre valores mobiliários negociados e as companhias que os tenham emitido;
• Assegurar a observância de práticas comerciais eqüitativas no mercado de valores mobiliários;
• Estimular a formação de poupança e sua aplicação em valores mobiliários;
• Promover a expansão e o funcionamento eficiente e regular do mercado de ações;
• Estimular as aplicações permanentes em ações do capital social das companhias abertas;
• Proteger os investidores de mercado.

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ÓRGÃOS DE REGULAÇÃO,
AUTORREGULAÇÃO, FISCALIZAÇÃO
E PARTICIPANTES DO MERCADO

1.1.4 Superintendência de Seguros Privados – SUSEP – principais atribuições; controle e fiscalização dos mercados de seguro e
previdência complementar aberta; fiscalizar a constituição, organização, funcionamento e operação das Sociedades Seguradoras
e Entidades de Previdência Privada Aberta; proteger os investidores desses mercados.

A SUSEP é o órgão responsável pelo controle e fiscalização dos mercados de seguro, previdência privada aberta, capitalização e resseguro. Autarquia vinculada ao Ministério da
Fazenda, foi criada pelo Decreto-lei nº 73, de 21 de novembro de 1966.

COMPOSIÇÃO ATUAL DO CNSP,


Conselho Nacional de Seguros Privados:
MISSÃO

• MINISTRO DA FAZENDA - Presidente


“Regular, supervisionar e fomentar os mercados de seguros,
• SUPERINTENDENTE DA SUSEP - Presidente Substituto
resseguros, previdência complementar aberta, capitalização e corretagem,
• Representante do Ministério da Justiça
promovendo a inclusão securitária e previdenciária, bem como
• Representante do Ministério da Previdência e Assistência Social
a qualidade no atendimento aos consumidores.”
• Representante do Banco Central do Brasil
• Representante da Comissão de Valores Mobiliários

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ÓRGÃOS DE REGULAÇÃO,
AUTORREGULAÇÃO, FISCALIZAÇÃO
E PARTICIPANTES DO MERCADO

1.1.5 Superintendência Nacional de Previdência Complementar – PREVIC – principais atribuições: fiscalizar e supervisionar as
Entidades Fechadas de Previdência Complementar e de executar políticas para o regime de previdência complementar; autorizar a
constituição e o funcionamento das EFPC, bem como a aplicação dos respectivos estatutos e regulamentos. Promover a mediação
e conciliação dos participantes, assistidos, patrocinadores ou instituidores com os planos.

Por mais que tenha esse nome, a Superintendência Nacional de Previdência Uma das coisas importantes dentro da legislação da PREVIC que é peculiar e pode
Complementar tem a sigla PREVIC. Por favor não confunda com a PREVI, que é o fundo ser perguntado é que, segundo a lei, é função da PREVIC harmonizar as atividades
de pensão dos funcionários do Banco do Brasil - que aliás é fiscalizado pela PREVIC. das EFPC com as políticas de desenvolvimento. De fato, esse não parece o propósito
dos fundos de pensão (cuja principal finalidade é pagar a aposentadoria para os
A expressão Fundo de Pensão é uma forma mais fácil de designar as Entidades contribuintes), mas, provavelmente por algum motivo político, na hora da criação da lei
Fechadas de Previdência Complementar. De fato, a PREVIC funciona exclusivamente colocaram isso.
para fiscalizar e executar as normas do CNPC relativas a fundos de pensão. Portanto,
se tentarem ligar a PREVIC a qualquer coisa que não seja “fundos de pensão” (ou Lembrando que, por mais que o CNPC controle as atividades relativas a Previdência
“Entidades Fechadas de Previdência Complementar” - que é a mesma coisa), está Privada, as aplicações do dinheiro em posse das EFPC são regidas pelo CMN, já que é
errado. PREVIC é só fundo de pensão, assim como CNPC. uma funcionalidade financeira (e qualquer ação financeira é regida pelo CMN).

1.1.6 ANBIMA: Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais. Atribuições.

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ÓRGÃOS DE REGULAÇÃO,
AUTORREGULAÇÃO, FISCALIZAÇÃO
E PARTICIPANTES DO MERCADO

A ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) representa as instituições do mercado de capitais brasileiro. A entidade possui mais de
340 associados, entre bancos comerciais, bancos múltiplos e bancos de investimento, empresas de gestão de ativos,corretoras, distribuidoras de valores mobiliários e gestores
de patrimônio.

Além da atividade de representação, a ANBIMA atua como entidade autorreguladora voluntária, através de seus Códigos de Regulação e Melhores Práticas. As instituições que
aderem aos códigos, conforme seu segmento de atuação, ficam sujeitas à supervisão de mercados da associação.

1.1.6.1 Atribuições. O papel da ANBIMA e as atividades desenvolvidas: representação, autorregulação, informação e educação. Condução dos processos de Regulação e
Melhores Práticas das Instituições e dos Mercados. Relevância para os profissionais do mercado, instituições participantes e os investidores.

A observância dos princípios e regras dos Códigos de Regulação será obrigatória para as Instituições Participantes, assim entendidas as instituições filiadas à ANBIMA, bem como as
instituições que, embora não associadas, expressamente aderirem ao Código mediante a assinatura do competente termo de adesão.

Citamos abaixo um dos principais Códigos ANBIMA de Regulação.

1.1.6.1.4 Código Anbima de Regulação e Melhores Práticas para o Programa de Certificação Continuada:

O objetivo do presente Código é estabelecer princípios e regras que deverão ser observados pelas Instituições Participantes e pelos profissionais que atuam nos mercados financeiros e
de capitais, buscando a permanente elevação de sua capacitação técnica, bem como a observância de padrões de conduta no desempenho de suas respectivas atividades.

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ÓRGÃOS DE REGULAÇÃO,
AUTORREGULAÇÃO, FISCALIZAÇÃO
E PARTICIPANTES DO MERCADO

1.2 BANCOS MÚLTIPLOS

É a instituição financeira privada ou pública que realiza as operações ativas, passivas e acessórias das diversas instituições financeiras, por intermédio das seguintes
carteiras: comercial, de investimento e/ou de desenvolvimento, de crédito imobiliário, de arrendamento mercantil e de crédito, financiamento e investimento. A carteira de
desenvolvimento somente poderá ser operada por banco público.

O banco múltiplo deve ser constituído com, no mínimo, duas carteiras (sendo uma delas, obrigatoriamente, comercial ou de investimento), e ser organizado sob a forma de
sociedade anônima. Da sua denominação social deve constar a expressão “Banco”.

1.2.1 Principais Carteiras (Comercial, Investimento)


1.2.2. Principais funções e atribuições: underwriting, negociação e distribuição de títulos e valores mobiliários; administração de
recursos de terceiros; intermediação de câmbio; intermediação de derivativos.

Banco Comercial Banco de Investimento

Pode ser uma instituição financeira privada ou pública. Tem como objetivo principal É uma instituição financeira privada especializada em operações de participação
proporcionar o suprimento oportuno e adequado dos recursos necessários para societária de caráter temporário, de financiamento da atividade produtiva para
financiar, a curto e médio prazo, o comércio, a indústria, as empresas prestadoras suprimento de capital fixo e de giro e da administração de recursos de terceiros.
de serviços e as pessoas físicas. A captação de depósitos à vista, livremente Não é permitida a captação de depósitos à vista. Deve ser constituído sob a forma
movimentáveis, é atividade típica do banco comercial. Deve ser instituído sob a forma de sociedade anônima e adotar, obrigatoriamente, em sua denominação social, a
de sociedade anônima e de sua denominação social deve constar a expressão “Banco”. expressão “Banco de Investimento”.

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ÓRGÃOS DE REGULAÇÃO,
AUTORREGULAÇÃO, FISCALIZAÇÃO
E PARTICIPANTES DO MERCADO

1.3 DISTRIBUIDORAS E CORRETORAS DE TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS E DE FUTUROS


1.3.1. Principais atribuições: intermediação de títulos e valores mobiliários; compra, venda e distribuição de títulos e valores
mobiliários por conta e ordem de terceiros

SOCIEDADES CORRETORAS E DISTRIBUIDORAS: PRINCIPAIS FUNÇÕES

DIFERENÇA ENTRE CORRETORAS E DISTRIBUIDORAS

Com a Decisão Conjunta 17/2009, que autorizou as distribuidoras a operar diretamente nos ambientes e sistemas de negociação dos
mercados organizados de bolsa de valores, eliminou-se a principal diferença entre as corretoras e as distribuidoras de títulos e valores
mobiliários, que hoje podem realizar praticamente as mesmas operações.

A corretoras de títulos e valores mobiliários (CTVM) e a distribuidora de títulos e valores mobiliários (DTVM) atuam nos mercados financeiro e de capitais e no mercado cambial
intermediando a negociação de títulos e valores mobiliários entre investidores e tomadores de recursos.

Entenda o que são valores mobiliários:

As corretoras e distribuidoras, na atividade de intermediação, oferecem serviços pelos serviços, essas instituições podem cobrar comissões e taxas. As corretoras e
como plataformas de investimento pela internet (home broker), consultoria financeira, as distribuidoras devem ser constituídas sob a forma de sociedade anônima ou por
clubes de investimentos, financiamento para compra de ações (conta margem) e quotas de responsabilidade limitada. São supervisionadas tanto pelo Banco Central
administração e custódia de títulos e valores mobiliários dos clientes. Na remuneração quanto pela Comissão de Valores Mobiliários.

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ÓRGÃOS DE REGULAÇÃO,
AUTORREGULAÇÃO, FISCALIZAÇÃO
E PARTICIPANTES DO MERCADO

Principais atividades das corretoras e distribuidoras de títulos e valores mobiliários:

• comprar e vender títulos e valores mobiliários por conta própria e de terceiros; • intermediar operações de compra e venda de moeda estrangeira, além de outras
• operar em bolsas de mercadorias e de futuros por conta própria e de terceiros; operações no mercado de câmbio;
• intermediar a oferta pública e distribuição de títulos e valores mobiliários no • praticar operações de compra e venda de metais preciosos, no mercado físico,
mercado;
por conta própria e de terceiros;
• operar em bolsas de valores;
• realizar operações compromissadas;
• administrar carteiras e custodiar de títulos e valores mobiliários;
• subscrever emissões de títulos e valores mobiliários no mercado; • praticar operações de conta margem.
• exercer funções de agente fiduciário; • prestar serviços de intermediação e de assessoria ou assistência técnica,
• instituir, organizar e administrar fundos e clubes de investimento; em operações e atividades nos mercados financeiro e de capitais.

1.4 Investidores Qualificados, Investidores Profissionais e Investidores Não-Residentes.


São considerados Investidores Qualificados:
I investidores profissionais;
II pessoas naturais ou jurídicas que possuam investimentos financeiros em valor superior a R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais) e que, adicionalmente, atestem por escrito
sua condição de investidor qualificado mediante termo próprio, de acordo com a IN CVM;
III as pessoas naturais que tenham sido aprovadas em exames de qualificação técnica ou possuam certificações aprovadas pela CVM como requisitos para o registro de agentes
autônomos de investimento, administradores de carteira, analistas e consultores de valores mobiliários, em relação a seus recursos próprios; e
IV clubes de investimento, desde que tenham a carteira gerida por um ou mais cotistas, que sejam investidores qualificados.

Os regimes próprios de previdência social instituído pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou por Municípios são considerados investidores profissionais ou
investidores qualificados apenas se reconhecidos como tais conforme regulamentação específica do Ministério da Previdência Social.

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ÓRGÃOS DE REGULAÇÃO,
AUTORREGULAÇÃO, FISCALIZAÇÃO
E PARTICIPANTES DO MERCADO

I instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil;
II companhias seguradoras e sociedades de capitalização;
III entidades abertas e fechadas de previdência complementar;
IV pessoas naturais ou jurídicas que possuam investimentos financeiros em valor superior a R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais) e que, adicionalmente, atestem por
escrito sua condição de investidor profissional mediante termo próprio, de acordo com a IN CVM;
V fundos de investimento;
VI clubes de investimento, desde que tenham a carteira gerida por administrador de carteira de valores mobiliários autorizado pela CVM;
VII agentes autônomos de investimento, administradores de carteira, analistas e consultores de valores mobiliários autorizados pela CVM, em relação a seus recursos próprios;
VIII investidores não residentes.

Investidor não residente Previamente ao início das operações, o investidor não residente deve:
É considerado como investidor não residente individual ou coletivo as pessoas físicas • constituir um ou mais representantes;
ou jurídicas, os fundos ou outras entidades de investimento coletivo, com residência, • obter registro junto à CVM.
sede ou domicílio no exterior.

Quando o representante for pessoa física ou jurídica não financeira, o investidor deve nomear instituição autorizada a funcionar pelo BACEN, que será corresponsável pelo
cumprimento das obrigações.

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AE
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MATERIAL
PARA AUTOESTUDO

1.5 Entidades Fechadas de Previdência Complementar (EFPC) (Res. CMN 3.792)


1.5.1 Definição, Apresentação e Disponibilização da Política de Investimento (Capítulo V, art. 16)

Art. 16 A EFPC deve definir a política de investimento para a aplicação dos recursos de cada plano por ela administrado.
§ 1º A política de investimento de cada plano deve ser elaborada pela Diretoria Executiva e aprovada pelo Conselho Deliberativo da EFPC antes do início do exercício a que se referir.
§ 2º As informações contidas na política de investimento de cada plano devem ser encaminhadas à SPC no prazo de 30 (trinta) dias contados da data da respectiva aprovação pelo
Conselho Deliberativo.
§ 3º A política de investimento de cada plano deve conter, no mínimo, os seguintes itens:
I a alocação de recursos e os limites por segmento de aplicação;
II os limites por modalidade de investimento, se estes forem mais restritivos que os estabelecidos nesta Resolução;
III a utilização de instrumentos derivativos;
IV a taxa mínima atuarial ou os índices de referência, observado o regulamento de cada plano de benefícios;
V a meta de rentabilidade para cada segmento de aplicação;
VI a metodologia ou as fontes de referência adotadas para apreçamento dos ativos financeiros;
VII a metodologia e os critérios para avaliação dos riscos de crédito, de
mercado, de liquidez, operacional, legal e sistêmico; e
VIII a observância ou não de princípios de responsabilidade socioambiental.

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AE
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MATERIAL
PARA AUTOESTUDO

1.5.2 Segmento de Renda Fixa das carteiras (Capítulo VI, art. 18)

Art. 18. São classificados no segmento de renda fixa:


I os títulos da dívida pública mobiliária federal;
II os títulos das dívidas públicas mobiliárias estaduais e municipais;
III os títulos e valores mobiliários de renda fixa de emissão ou coobrigação de instituições autorizadas a funcionar pelo BACEN;
IV os depósitos em poupança em instituições autorizadas a funcionar pelo BACEN;
V os títulos e valores mobiliários de renda fixa de emissão de companhias abertas, incluídas as Notas de Crédito à Exportação (NCE) e Cédulas de Crédito à Exportação (CCE);
VI as obrigações de organismos multilaterais emitidas no País;
VII os certificados de recebíveis de emissão de companhias securitizadoras; e
VIII as cotas de fundos de investimento em direitos creditórios e as cotas de fundos de investimento em cotas de fundos de investimento em direitos creditórios.

§ 1º Os títulos ou valores mobiliários de emissores não relacionados nos incisos deste artigo somente podem ser adquiridos se observadas as seguintes condições:
I com coobrigação de instituição financeira autorizada a funcionar pelo BACEN;
II com cobertura de seguro que não exclua cobertura de eventos relacionados a casos fortuitos ou de força maior e que garanta o pagamento de indenização no prazo
máximo de 15 (quinze) dias após o vencimento do título ou valor mobiliário;
III com garantia real de valor equivalente a no mínimo o valor contratado da dívida, no caso de cédula de crédito imobiliário; ou
IV com emissão de armazém certificado, no caso de warrant agropecuário (WA).

§ 2º Os títulos e valores mobiliários recebidos como lastro em operações compromissadas são classificados no segmento de renda fixa e devem ser considerados no cômputo dos
limites estabelecidos nesta Resolução.

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AE
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MATERIAL
PARA AUTOESTUDO

1.5.3 Segmento de Renda Variável das carteiras (Capítulo VI, art. 19)

Art. 19. São classificados no segmento de renda variável:


I as ações de emissão de companhias abertas e os correspondentes bônus de subscrição, recibos de subscrição e certificados de depósito;
II as cotas de fundos de índice, referenciado em cesta de ações de companhias abertas, admitidas à negociação em bolsa de valores;
III os títulos e valores mobiliários de emissão de sociedades de propósito específico (SPE);
IV as debêntures com participação nos lucros;
V os certificados de potencial adicional de construção (CEPAC), de que trata o art. 34 da Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001;
VI os certificados de Reduções Certificadas de Emissão (RCE) ou de créditos de carbono do mercado voluntário, admitidos à negociação em bolsa de valores, de mercadorias
e futuros ou mercado de balcão organizado, ou registrados em sistema de registro, custódia ou liquidação financeira devidamente autorizado pelo BACEN ou pela CVM,
nas suas respectivas áreas de competência; e
VII os certificados representativos de ouro físico no padrão negociado em bolsa de mercadorias e de futuros.

Parágrafo único. A SPE, mencionada no inciso III deste artigo, deve:


I ser constituída para financiamento de novos projetos;
II ter prazo de duração determinado e fixado na data de sua constituição; e
III ter suas atividades restritas àquelas previstas no objeto social definido na data de sua constituição.

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1.5.4 Cobrança de Performance para uma EFPC (Capítulo IX, art. 51)

Art. 51. A aplicação de recursos pela EFPC em fundos de investimentos ou em carteiras administradas, quando os regulamentos ou contratos contenham cláusulas que
tratem de taxa de performance, está condicionada a que o pagamento da referida taxa atenda às seguintes condições:
I rentabilidade do investimento superior a valorização de, no mínimo, cem por cento do índice de referência;
II montante final do investimento superior ao capital inicial da aplicação ou ao valor do investimento na data do último pagamento;
III periodicidade, no mínimo, semestral;
IV forma exclusivamente em espécie; e
V conformidade com as demais regras aplicáveis a investidores que não sejam considerados qualificados, nos termos da regulamentação da CVM.

1.5.5 Controle e avaliação de riscos e sua fiscalização (Capítulo III, arts. 9 a 13)

Art. 9º Na aplicação dos recursos, a EFPC deve identificar, avaliar, controlar ela administrado, que possibilitem que limites, requisitos, condições e demais
e monitorar os riscos, incluídos os riscos de crédito, de mercado, de liquidez, disposições estabelecidos nesta Resolução sejam permanentemente observados.
operacional, legal e sistêmico, e a segregação das funções de gestão, administração Art. 12 A EFPC deve gerenciar os ativos de cada plano de forma a garantir o
e custódia. permanente equilíbrio econômico-financeiro entre estes ativos e o passivo atuarial e
Art. 10 A EFPC deve avaliar a capacidade técnica e potenciais conflitos de interesse demais obrigações do plano.
dos seus prestadores de serviços. Parágrafo único. Sempre que houver alinhamento de Art. 13 A EFPC deve acompanhar e gerenciar o risco e o retorno esperado dos
interesses entre o prestador de serviços e a contraparte da EFPC, esta deve se assegurar investimentos diretos e indiretos com o uso de modelo que limite a probabilidade
de que o prestador de serviços tomou os cuidados necessários para lidar de perdas máximas toleradas para os investimentos. Parágrafo único. Até a
com os conflitos existentes. implementação de modelo próprio de monitoramento do risco mencionado no caput, a
Art. 11 A EFPC deve adotar regras, procedimentos e controles internos, observados EFPC deve calcular a divergência não planejada entre o resultado dos investimentos e o
o porte, a complexidade, a modalidade e a forma de gestão de cada plano por valor projetado para estes investimentos.

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1.5.6 Das vedações (Capítulo XI, art. 53)

Art. 53. É vedado à EFPC: f) demais casos expressamente previstos nesta Resolução.
I realizar operações entre planos por ela administrados, exceto nos casos de IX manter posições em mercados derivativos, diretamente ou por meio de fundo
transferência de recursos, desde que observadas as condições estabelecidas de investimento:
pelo CGPC ou pela SPC; a) a descoberto; ou
II atuar como instituição financeira, salvo nos casos expressamente previstos b) que gerem possibilidade de perda superior ao valor do patrimônio da carteira
nesta Resolução; ou do fundo de investimento;
III realizar operações de crédito com suas patrocinadoras; X realizar operações de compra e venda de um mesmo título, valor mobiliário
IV prestar fiança, aval, aceite ou coobrigar-se de qualquer forma; ou contrato derivativo em um mesmo dia (operações day trade), excetuadas as
V aplicar em ativos ou modalidades não previstas nesta Resolução; realizadas em plataforma eletrônica ou em bolsa de valores ou de mercadorias
VI aplicar recursos em títulos ou valores mobiliários de companhias sem registro e futuros, desde que devidamente justificadas em relatório atestado pelo AETQ
na CVM, ressalvados os casos expressamente previstos nesta Resolução; ou pelo administrador do fundo de investimento;
VII aplicar recursos em companhias que não estejam admitidas à negociação nos XI aplicar no exterior por meio da carteira própria ou administrada, ressalvados os
segmentos Novo Mercado, Nível 2 ou Bovespa Mais da BM&FBovespa, salvo casos expressamente previstos nesta Resolução;
se estas tiverem realizado sua primeira distribuição pública em data anterior a XII locar, emprestar, tomar emprestado, empenhar ou caucionar títulos e valores
29 de maio de 2001; mobiliários, exceto nas seguintes hipóteses:
VIII realizar operações com ações fora de bolsa de valores ou mercado de balcão a) depósito de garantias em operações com derivativos no âmbito de cada
organizado por entidade autorizada a funcionar pela CVM, exceto nas plano de benefícios;
seguintes hipóteses: b) operações de empréstimos de títulos e valores mobiliários, nos termos do
a) distribuição pública de ações; art. 24 desta Resolução; e
b) exercício do direito de preferência; c) depósito de garantias de ações judiciais no âmbito de cada plano
c) conversão de debêntures em ações; administrado pela EFPC;
d) exercício de bônus ou de recibos de subscrição; XIII atuar como incorporadora, de forma direta, indireta ou por meio de fundo de
e) casos previstos em regulamentação estabelecida pela SPC; e investimento imobiliário; e

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XIV adquirir ou manter terrenos, exceto aqueles destinados à realização de empreendimentos imobiliários ou construção de imóveis para aluguel, renda ou uso próprio, e
desde que haja previsão na política de investimentos do plano de benefícios.

§ 1º As vedações deste artigo se aplicam a carteira própria, carteira administrada, fundos de investimento e fundos de investimento em cotas de fundo de investimento, incluindo
aqueles que tem as suas cotas tratadas como ativos finais, exceto:
I aos fundos de investimento e fundos de investimento em cotas de fundos de investimento classificados como dívida externa;
II aos fundos de investimento em direitos creditórios e fundos de investimento em cotas de fundos de investimento em direitos creditórios;
III aos fundos de investimento e fundos de investimentos em cotas de fundos de investimento em participações; e
IV aos fundos de investimento em empresas emergentes.

§ 2º Para os fundos de investimento imobiliário não se aplicam as vedações estabelecidas nos incisos V, VI e VII deste artigo.

§ 3º Para os fundos de investimento e fundos de investimento em cotas de fundos de investimento classificados como multimercado, incluídos no segmento de investimentos
estruturados, não se aplicam as vedações estabelecidas nos incisos VII, IX, X e XI.

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TREINAMENTO
MÓD. 02 ANBIMA CPA - 20
CERTIFICAÇÃO MÓDULO II
EM PRODUTOS DE COMPLIANCE LEGAL,
ÉTICA E ANÁLISE DO
INVESTIMENTOS PERFIL DO INVESTIDOR

SÉRIE 20 15% A 25% DO EXAME


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ÍNDICE
2. COMPLIANCE LEGAL, ÉTICA E ANÁLISE DO PERFIL DO INVESTIDOR​.................................................................................................................. 5
2.1. Risco de Imagem (Reputação) e Risco Legal (Não Cumprimento da Legislação/ Regulamentação).....................................................5
2.2. Controles Internos: Resolução CMN 2.554/98, Artigo 1º​...........................................................................................................................5
2.2.1. Segregação de atividades de forma a evitar possíveis conflitos de interesses e definição de responsabilidades: Artigo 2°....... ​6
2.2.2. Política de segurança da informação: Artigo 2º IV e VII​.................................................................................................................................... 7
2.3. Prevenção e Combate a Lavagem de Dinheiro ou Ocultação de Bens, Direitos e Valores​......................................................................8
2.3.1. Legislação e regulamentação correlata (Lei 9.613/98 e Circular Bacen 3461/09, Lei 12.683/12 e suas alterações).................... 8
2.3.1.1. Fases da Lavagem de Dinheiro: Colocação”, “Estratificação/Ocultação” e “Integração”​................................................................. 9
2.3.1.2. Quem está sujeito à lei e à regulamentação.............................................................................................................................................​10
2.3.1.3. Identificação dos Clientes e da Manutenção de Registros (Lei 9.613, cap. VI, art.10º e Circular 3.461/09)​............................11
2.3.1.4. Da comunicação de Operações Financeiras (Lei 9.613, cap. VII)​..........................................................................................................11
2.3.1.5. Políticas e procedimentos de prevenção/combate ao crime de lavagem de dinheiro...................................................................​12
2.3.2. Aplicação do Princípio “Conheça seu Cliente”....................................................................................................................................................14
2.3.2.1. Função do cadastro e implicações de um cadastro desatualizado. Análise da capacidade financeira do Cliente​..................14
2.3.2.2. O princípio “Conheça seu Cliente” como forma de proteção da Instituição Financeira e do profissional​..................................14
2.4 Normas e Padrões Éticos​.............................................................................................................................................................................. 15
2.4.1 Utilização Indevida de Informações Privilegiadas............................................................................................................................................ 15
2.4.1.1. Insider Trader (Insider Trading)......................................................................................................................................................................​16
2.4.1.2 Front Runner (Front Running)​........................................................................................................................................................................16
2.4.2 Confidencialidade​ .......................................................................................................................................................................................................16
2.4.3 Conflito de interesses​...............................................................................................................................................................................................16
2.5 Código de Distribuição de Produtos de Investimento............................................................................................................................... 17
2.6 Análise do Perfil do Investidor - API​............................................................................................................................................................ 19

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ÍNDICE

2.6.1 Instrução CVM: 539...................................................................................................................................................................................................20


2.6.1.1 Abrangência; perfil do cliente; categorias de produtos; vedações e obrigações; regras; atualizações e dispensas.............. ​20
2.6.2 Adequação de produtos ofertados em função do perfil do investidor.........................................................................................................21
2.6.3 Fatores Determinantes para Adequação dos Produtos de Investimento as Necessidades dos Investidores​................................. 22
2.6.3.1 Objetivo do Investidor​......................................................................................................................................................................................22
2.6.3.2 Horizonte de Investimento e idade do investidor​.................................................................................................................................... 22
2.6.3.3 Risco versus retorno​.........................................................................................................................................................................................22
2.6.3.4 Diversificação: Vantagens e limites de redução do risco incorrido​...................................................................................................... 22
2.6.3.5 Finanças Pessoais​ ............................................................................................................................................................................................ 23
2.6.3.5.1 Conceitos de Orçamento Pessoal e familiar (Receitas/Despesas), fluxo de caixa e situação financeira.......................... 23
2.6.3.5.2 Patrimônio Líquido​ ....................................................................................................................................................................................26
2.6.3.6 Grau de conhecimento do mercado financeiro – experiência em matéria de investimento​.........................................................27
2.7 Decisões do Investidor na perspectiva de Finanças Comportamentais​.................................................................................................. 28
2.7.1 A decisão do investidor na perspectiva das Finanças Comportamentais...................................................................................................28
2.7.2 Algumas das Heurísticas e os erros que podem causar nas decisões dos investidores (vieses)​........................................................ 29
2.7.2.1 Disponibilidade (decisões influenciadas por ocorrências e eventos recentes na memória do investidor)​................................30
2.7.2.2 Representatividade​ ...........................................................................................................................................................................................30
2.7.2.3 Ancoragem (decisões com base em informações e conhecimentos prévios ou pré- concebidos)​..............................................31
2.7.2.4 Aversão à perda (manutenção de investimentos não lucrativos e venda de investimentos com ganho)................................. 32
2.7.3 Efeitos de estruturação............................................................................................................................................................................................32

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COMPLIANCE LEGAL,
ÉTICA E ANÁLISE
DO PERFIL DO INVESTIDOR

2.1. RISCO DE IMAGEM (REPUTAÇÃO) E RISCO LEGAL 2.2. CONTROLES INTERNOS:


(NÃO CUMPRIMENTO DA LEGISLAÇÃO/REGULAMENTAÇÃO): RESOLUÇÃO CMN 2.554/98, ARTIGO 1º
IMPLICAÇÕES DA NÃO OBSERVÂNCIA DOS PRINCÍPIOS
E REGRAS DE COMPLIANCE LEGAL E ÉTICA
Art. 1º Determinar às instituições financeiras e demais
Risco de Imagem (Reputação) instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do
Possibilidade de perdas decorrentes de a instituição ter seu nome Brasil a implantação e a implementação de controles internos
desgastado junto ao mercado ou às autoridades, em razão de voltados para as atividades por elas desenvolvidas, seus sistemas
publicidade negativa, verdadeira ou não. de informações financeiras, operacionais e gerenciais e o
cumprimento as normas legais e regulamentares a elas aplicáveis.
Exemplo: risco de imagem na lavagem de dinheiro (envolvimento
do nome da instituição financeira).
Risco Legal (Não Cumprimento da Legislação/Regulamentação): Parágrafo 1º Os controles internos, independentemente do porte
implicações da não observância dos princípios e regras de da instituição, devem ser efetivos e consistentes com a natureza,
Compliance legal e Ética complexidade e risco das operações por ela realizadas.

Pode ser definido como a possibilidade de perdas decorrentes Parágrafo 2º São de responsabilidade da diretoria da instituição:
de multas, penalidades ou indenizações resultantes de ações de I a implantação e a implementação de uma estrutura de
órgãos de supervisão e controle, bem como perdas decorrentes de controles internos efetiva mediante a definição de atividades de
decisão desfavorável em processos judiciais ou administrativos. controle para todos os níveis de negócios da instituição;
Também conhecido como risco jurídico. II o estabelecimento dos objetivos e procedimentos pertinentes
aos mesmos
Exemplo: inobservância dos princípios éticos e regras de compliance III a verificação sistemática da adoção e do cumprimento dos
legal das instituições financeiras. procedimentos definidos em função do disposto no inciso II.
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COMPLIANCE LEGAL,
ÉTICA E ANÁLISE
DO PERFIL DO INVESTIDOR

2.2.1. Segregação de atividades de forma a evitar possíveis conflitos de interesses (Chinese Wall, também conhecido como barreira
de informação) e definição de responsabilidades: Artigo 2°

Art. 2º Os controles internos, cujas disposições devem ser VI o acompanhamento sistemático das atividades desenvolvidas,
acessíveis a todos os funcionários da instituição de forma a de forma a que se possa avaliar se os objetivos da instituição
assegurar sejam conhecidas a respectiva função no processo e as estão sendo alcançados, se os limites estabelecidos e as leis e
responsabilidades atribuídas aos diversos níveis da organização, regulamentos aplicáveis estão sendo cumpridos, bem como
devem prever: a assegurar que quaisquer desvios possam ser prontamente
I a definição de responsabilidades dentro da instituição; corrigidos;
II a segregação das atividades atribuídas aos integrantes da VII a existência de testes periódicos de segurança para os
instituição de forma a que seja evitado o conflito de interesses, sistemas de informações, em especial para os mantidos em
bem como meios de minimizar e monitorar adequadamente meio eletrônico.
áreas identificadas como de potencial conflito da espécie;
III meios de identificar e avaliar fatores internos e externos que Parágrafo 1º Os controles internos devem ser periodicamente
possam afetar adversamente a realização dos objetivos da revisados e atualizados, de forma a que sejam a eles incorporadas
instituição; medidas relacionadas a riscos novos ou anteriormente não abordados.
IV a existência de canais de comunicação que assegurem aos
Parágrafo 2º A atividade de auditoria interna deve fazer parte do
funcionários, segundo o correspondente nível de atuação, o sistema de controles internos.
acesso a confiáveis, tempestivas e compreensíveis
informações consideradas relevantes para suas tarefas e Parágrafo 3º A atividade de que trata o parágrafo 2º, quando não
responsabilidades; executada por unidade específica da própria instituição ou de
V a contínua avaliação dos diversos riscos associados às instituição integrante do mesmo conglomerado financeiro, poderá ser
atividades da instituição; exercida:
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COMPLIANCE LEGAL,
ÉTICA E ANÁLISE
DO PERFIL DO INVESTIDOR

I por auditor independente devidamente registrado na Comissão de Valores Mobiliários - CVM, desde que não aquele responsável
pela auditoria das demonstrações financeiras;
II pela auditoria da entidade ou associação de classe ou de órgão central a que filiada a instituição;
III por auditoria de entidade ou associação de classe de outras instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central, mediante
convênio, previamente aprovado por este, firmado entre a entidade a que filiada a instituição e a entidade prestadora do serviço.

Parágrafo 4º No caso de a atividade de auditoria interna ser exercida por unidade própria, deverá essa estar diretamente subordinada ao
conselho de administração ou, na falta desse,
à diretoria da instituição.

Parágrafo 5º No caso de a atividade de auditoria interna ser exercida segundo uma das faculdades estabelecidas no parágrafo 3º, deverá o
responsável por sua execução reportar-se diretamente ao conselho de administração ou, na falta desse, à diretoria da instituição.

Parágrafo 6º As faculdades estabelecidas no parágrafo 3º, incisos II e III, somente poderão ser exercidas por cooperativas de crédito e por
sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários, sociedades corretoras de câmbio e sociedades distribuidoras de títulos e valores
mobiliários não integrantes de conglomerados financeiros.

2.2.2. Política de segurança da informação: Artigo 2º IV e VII IV a existência de canais de comunicação que assegurem aos
funcionários, segundo o correspondente nível de atuação, o
acesso a confiáveis, tempestivas e compreensíveis informações
consideradas relevantes para suas tarefas e responsabilidades;
VII a existência de testes periódicos de segurança para os
sistemas de informações, em especial para os mantidos em meio
eletrônico.
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ÉTICA E ANÁLISE
DO PERFIL DO INVESTIDOR

2.3. PREVENÇÃO E COMBATE A LAVAGEM DE DINHEIRO OU OCULTAÇÃO DE BENS, DIREITOS E VALORES


2.3.1. Legislação e regulamentação correlata (Lei 9.613/98 e Circular Bacen 3461/09, Lei 12.683/12 e suas alterações):

É considerado como lavagem de dinheiro ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou
propriedade de bens, direitos ou valores proveniente, direta ou indiretamente, de crimes antecedentes, conforme abaixo:

A caracterização do crime ocorre por meio dos seguintes crimes antecedentes:

• Tráfico de drogas; • Contra a administração pública;


• Terrorismo e seu financiamento; • Contra o Sistema Financeiro Nacional;
• Contrabando ou tráfico de armas; • Praticado por organização criminosa;
• Extorsão mediante sequestro; • Praticado por particular contra a administração pública estrangeira.

Toda conversão de capital ilícito em capital aparentemente lícito ou ainda dinheiro originário do ilícito e que passa a integrar a economia
formal, como dinheiro lícito também é considerado como lavagem de dinheiro.

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2.3.1.1. Fases da Lavagem de Dinheiro: Colocação”, “Estratificação/Ocultação” e “Integração”

1. Colocação – a primeira etapa do processo é a colocação do dinheiro no sistema econômico. Objetivando ocultar sua origem, o criminoso
procura movimentar o dinheiro em países com regras mais permissivas e naqueles que possuem um sistema financeiro liberal. A
colocação se efetua por meio de depósitos, compra de instrumentos negociáveis ou compra de bens. Para dificultar a identificação da
procedência do dinheiro, os criminosos aplicam técnicas sofisticadas e cada vez mais dinâmicas, tais como o fracionamento dos valores
que transitam pelo sistema financeiro e a utilização de estabelecimentos comerciais que usualmente trabalham com dinheiro em
espécie.

2. Ocultação – a segunda etapa do processo consiste em dificultar o rastreamento contábil dos recursos ilícitos. O objetivo é quebrar a
cadeia de evidências ante a possibilidade da realização de investigações sobre a origem do dinheiro. Os criminosos buscam movimentá-
lo de forma eletrônica, transferindo os ativos para contas anônimas – preferencialmente, em países amparados por lei de sigilo bancário
– ou realizando depósitos em contas abertas em nome de “laranjas” ou utilizando empresas fictícias ou de fachada.

3. Integração – nesta última etapa, os ativos são incorporados formalmente ao sistema econômico. As organizações criminosas buscam
investir em empreendimentos que facilitem suas atividades – podendo tais sociedades prestarem serviços entre si. Uma vez formada a
cadeia, torna-se cada vez mais fácil legitimar o dinheiro ilegal.

Para disfarçar os lucros ilícitos sem comprometer os envolvidos, a lavagem de dinheiro realiza-se por meio de um processo dinâmico que
requer: primeiro, o distanciamento dos fundos de sua origem, evitando uma associação direta deles com o crime; segundo, o disfarce de
suas várias movimentações para dificultar o rastreamento desses recursos; e terceiro, a disponibilização do dinheiro novamente para os
criminosos depois de ter sido suficientemente movimentado no ciclo de lavagem e poder ser considerado “limpo”.

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DO PERFIL DO INVESTIDOR

2.3.1.2. Quem está sujeito à lei e à regulamentação: abrangência, amplitude e responsabilidades dos profissionais e das Instituições
Financeiras e Não Financeiras (Lei 9.613 cap. V, art. 9° e Circular 3.461/09)

Sujeitam-se às obrigações da lei as pessoas jurídicas que tenham, • As administradoras de cartões de credenciamento ou cartões
em caráter permanente ou eventual, como atividade principal ou de crédito, bem como administradoras de consórcios para
acessória, cumulativamente ou não: aquisição de bens e serviços;
• As empresas de arrendamento mercantil (leasing) e as de
• A captação, intermediação e aplicação de recursos financeiros fomento comercial (factoring);
de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira; • As pessoas físicas ou jurídicas, nacionais ou estrangeiras, que
• A compra e venda de moeda estrangeira ou instrumento operem no Brasil como agentes, dirigentes, procuradoras,
cambial; comissionarias ou por qualquer forma representem os interesses
• A custódia, emissão, distribuição, liquidação, negociação, de estrangeiro que exerça qualquer das atividades acima;
intermediação ou administração de títulos e valores mobiliários. • As pessoas jurídicas que exerçam atividades de promoção
imobiliária ou compra e venda de bens imóveis;
Sujeitam-se às mesmas obrigações: • As pessoas físicas ou jurídicas que comercializem jóias, pedras
e metais preciosos, objetos de arte e antiguidades;
• As Bolsas de Valores e de mercadorias e futuros; • As pessoas físicas ou jurídicas que comercializem bens de
• As seguradoras, as corretoras de seguros e as entidades de luxo ou de alto valor ou exerçam atividades que envolvam
previdência complementar e capitalização; grande volume de recursos em espécie.

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2.3.1.3. Identificação dos Clientes e da Manutenção de Registros (Lei 9.613, cap. VI, art.10º e Circular 3.461/09)

Para a identificação dos Clientes, o cadastro deverá estar As instituições devem coletar de seus clientes permanentes
atualizado. Os registros das transações dos Clientes deverão informações que permitam caracterizá-los ou não como
ser identificados em todas as operações em moeda nacional ou pessoas politicamente expostas e identificar a origem dos fundos
estrangeira, títulos e valores mobiliários, títulos de crédito, metais envolvidos nas transações dos clientes assim caracterizados.
ou qualquer outro ativo passível de ser convertido em dinheiro que
ultrapassar limite fixado pelas autoridades competentes. Devemos dispensar especial atenção às operações que nos
termos de instruções emanadas das autoridades competentes,
As instituições participantes do mercado devem manter cadastros possam constituir-se em sérios indícios dos crimes previstos na
atualizados de seus Clientes, registros das operações pro prazo lei ou com eles relacionar-se, deverão comunicar, abstendo-se
mínimo de 5 (cinco) anos a partir do ano seguinte ao encerramento de dar aos Clientes ciências de tal ato, no prazo de 24 horas às
da conta ou da conclusão da operação. autoridades competentes.

2.3.1.4. Da comunicação de
Operações Financeiras (Lei VEJA O QUADRO ABAIXO
9.613, cap. VII) ENTIDADE COMUNICAÇÃO AO ÓRGÃO COMPETENTE

Instituição Financeira BACEN – Banco Central do Brasil


Funcionário Órgão competente da sua Instituição Financeira

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2.3.1.5. Políticas e procedimentos de prevenção/combate ao crime de lavagem de dinheiro - Organismos Nacionais e de Cooperação
Internacional. A Convenção de Viena e o Decreto n.154/91 (Lei 9.613, cap. IX e Circular 3.461/09)

As instituições financeiras e demais instituições autorizadas identificar os beneficiários finais das operações. Ainda devem
a funcionar pelo Banco Central do Brasil devem implementar possibilitar a caracterização das pessoas politicamente expostas.
políticas e procedimentos internos de controle destinados a
prevenir sua utilização na prática dos crimes de que trata a Lei Obs.: Em caso de estrangeiros considera-se pessoa politicamente
nº 9.613/98. exposta indivíduos em posições ou categorias que exerce ou
exerceu importantes funções públicas em país estrangeiro, tais
Tais políticas devem: como, chefes de estado e de governo, políticos de alto nível, altos
• especificar, em documento interno, as responsabilidades dos servidores dos poderes públicos, magistrados ou militares de alto
integrantes de cada nível hierárquico da instituição; nível, dirigentes de empresas públicas ou de partidos políticos.
• definir os critérios e procedimentos para seleção, treinamento
e acompanhamento da situação econômico-financeira dos No Brasil, o organismo nacional responsável para disciplinar
empregados da instituição; e aplicar penas administrativas é o COAF e o organismo
• contemplar a coleta e registro de informações sobre clientes internacional é o GAFI.
e que permitam a identificação dos riscos identificados na lei;
• incluir análise prévia de todo produto e serviço novo sob a ótica O Brasil engajou-se nesta luta contra o crime organizado e em
da lei; Março de 1998 deu mais um passo em direção ao reconhecimento
• ser aprovada pelo conselho de administração da instituição; da necessidade de corroborar com a comunidade internacional
• receber ampla divulgação interna. com atitudes internas que pudessem ter resultados eficazes.

Assim como os procedimentos necessários também devem A Lei 9.613/1998 criou o COAF, órgão no âmbito do Ministério
confirmar todas as informações cadastrais dos clientes e da Fazenda, que tem como principal tarefa promover um esforço
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conjunto por parte dos vários órgãos governamentais do Brasil financeiros prestados e de todas as operações financeiras
que cuidam da implementação de políticas nacionais voltadas realizadas com os clientes ou em seu nome.
para o combate aos crimes de lavagem de dinheiro, evitando
que setores da economia continuem sendo utilizados nessas Atentando para os valores:
operações ilícitas. • das operações que, realizadas com uma mesma pessoa,
conglomerado financeiro ou grupo, em um mesmo mês
COAF - Conselho de Controle de Atividades Financeiras tem a calendário, superem, por instituição ou entidade, em seu
finalidade de disciplinar, aplicar penas administrativas, receber, conjunto, o valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais);
examinar e identificar as ocorrências suspeitas de atividades • das emissões de cheque administrativo, de cheque ordem de
ilícitas previstas nesta Lei, sem prejuízo da competência de outros pagamento, de ordem de pagamento, de Documento de Crédito
órgãos e entidades. (DOC), de TED e de outros instrumentos de transferência de
recursos, quando de valor superior a R$ 1.000,00 (mil reais);
O principal organismo internacional é o GAFI - Grupo de Ação • em recarga ou emissão de valores em um ou mais cartões pré-
pagos, em montante acumulado igual ou superior a
Financeira contra a Lavagem de Dinheiro e Financiamento do
R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) ou o equivalente em moeda
Terrorismo. estrangeira, no mês calendário;
• depósito em espécie, saque em espécie por meio de cartão pré-
A multa pecuniária, aplicada pelo COAF, será variável não superior: pago ou pedido de provisionamento para saque, ou de qualquer
outro instrumento de transferência de fundos contra
a) ao dobro do valor da operação; pagamento em espécie, de valor igual ou superior a
b) ao dobro do lucro real obtido ou que presumivelmente seria R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais).
obtido pela realização da operação; ou
c) ao valor de R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de reais); Todos os valores acima se referem à movimentação normal, ou seja, sem
apresentar indícios de ocultação ou dissimulação da natureza, da origem,
As instituições devem manter registros de todos os serviços da localização, da movimentação ou da propriedade de bens e direitos.

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2.3.2. Aplicação do Princípio “Conheça seu Cliente”:

2.3.2.1. Função do cadastro e implicações de um cadastro desatualizado. Análise da capacidade financeira do Cliente

O procedimento de Conheça seu Cliente é uma recomendação da sua vida pessoal e profissional, dando maior segurança às
do Comitê de Basiléia, na qual os bancos devem estabelecer um informações apresentadas pelo cliente na Ficha Cadastral.
conjunto de regras e procedimentos bem definidos com o objetivo
de “Conhecer Seu Cliente, buscando identificar e conhecer a origem Em algumas instituições, o Conheça seu Cliente é preparado e
e constituição do patrimônio e dos recursos financeiros do cliente”. atualizado por um departamento diferente ao do Cadastro. Não
existe entretanto, uma determinação legal relativa à competência/
É um elemento crítico na administração dos riscos bancários e
responsabilidade sobre isto, facultando-se desta forma a cada
a aplicação de uma adequada política de Conheça seu Cliente
ajuda a proteger a reputação e a integridade das instituições e instituição determinar seus próprios procedimentos.
do sistema bancário, reduzindo a possibilidade dos bancos se
tornarem veículos ou vítimas de crimes financeiros. Obs.: O cadastro deverá ser mantido e conservado durante o
período mínimo de 5 anos contados a partir do primeiro dia do
São procedimentos que devem ser realizados na forma de uma ano seguinte ao do encerramento das contas ou conclusão da
due dilligence sobre o cliente, com o objetivo de conhecer detalhes operação.

2.3.2.2. O princípio “Conheça seu Cliente” como forma de proteção da Instituição Financeira e do profissional

As Instituições Financeiras devem comunicar aos órgãos responsáveis qualquer indício de lavagem de dinheiro identificado. A iniciativa
de comunicação parte do profissional, que tem um contato direto com o cliente e sua respectiva movimentação de recursos. Mantendo
os dados atualizados e realizando a comunicação aos órgãos competentes, tanto a instituição financeira como os profissionais estão
protegidos perante a lei, ficando isentos de corresponsabilidades, pois a lei garante que as comunicações de boa-fé não acarretarão
responsabilidade civil ou administrativa.
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2.4 NORMAS E PADRÕES ÉTICOS

2.4.1 Utilização Indevida de Informações Privilegiadas (contexto de negociação – mercado primário e secundário em renda fixa
e renda variável – valorização de cotas em fundos de investimento, manipulação de preços)

Chamado de INSIDER no Mercado de muitas ações do banco que será adquirido movimentações financeiras em operações
Ações, ele tem informações privilegiadas antes da informação ser divulgada no realizadas nos mercados organizados e de
da empresa que trabalha e passa essas mercado. balcão.
informações para outros contatos ou usa
para o próprio bem. Certamente quando for divulgada a compra Nas situações que uma pessoa, seja ela
do banco, suas ações irão disparar em física ou jurídica, de posse de informações
Um exemplo mais claro de INSIDER seria instantes. Com isso realizo meu lucro antecipadas, obtenha proveito delas
eu trabalhando em algum Banco, na área absurdamente alto em um espaço de em beneficio próprio ou para terceiros,
estratégica e em meio a algumas reuniões tempo curtíssimo. caracteriza-se como utilização de
decidíssemos adquirir um outro Banco. Esse informações privilegiadas.
tipo de informação é muito valiosa. Existem diferentes tipos de informações
privilegiadas – as relacionadas a Estudaremos agora dois tipos distintos
Como sou dos primeiros a saber dessa informações sobre empresas e suas destas informações: o Insider Trader e o
compra, posso me antecipar e comprar atividades além das relacionadas a Front Runner.

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2.4.1.1. Insider Trader (Insider Trading) 2.4.1.2 Front Runner (Front Running)

Somente possuir informações privilegiadas ou ter acesso a elas A prática de “Front running” consiste em realizar operações
não caracteriza o insider trading. É necessário que delas se faça antecipadamente às operações principais. Neste caso surge o
uso no mercado de valores mobiliários em proveito próprio ou chamado conflito de ordens de compra e venda de produtos de
de terceiros. É ilegal usar informações privilegiadas para obter investimento se a situação não for adequadamente administrada.
ganhos no mercado financeiro. Desta forma, um diretor financeiro Trata-se de utilização indevida de informações privilegiadas.
de uma determinada empresa não pode negociar no mercado de
capitais ações da companhia que dirige com base em informações Resumo:
que não sejam públicas. Em geral, o insider trading aparece ligado • Insider Trader: obter • Front Runner: realizar
aos mercados de ações, futuros e opções, justamente quando conhecimento de uma operações antecipadamente
ocorre um negócio irregular feito por quem tem esta informação informação privilegiada a de posse das informações
privilegiada ou foi orientado por insider. ponto de influenciar o valor privilegiadas.
do ativo.

2.4.2 Confidencialidade 2.4.3 Conflito de interesses

A confidencialidade e o dever de sigilo estão relacionados às Configura um potencial um conflito como por exemplo a execução
informações sobre operações realizadas pelos Clientes, bem como de ordens de compra ou venda de produtos de investimento para
a informações cadastrais e movimentações financeiras. Porém há Clientes e para a carteira própria da instituição administradora
também situações em que é possível quebrar a confidencialidade, de fundos. Aqui entra a necessidade de segregação de atividades
normalmente sob pedido judicial ou do próprio investidor. (chinese wall) de forma a assegurar a independência na tomada de
decisões.
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2.5 CÓDIGO DE DISTRIBUIÇÃO DE PRODUTOS DE INVESTIMENTO

ATENÇÃO: COMO OS CÓDIGOS DA ANBIMA SOFREM CONSTANTES ATUALIZAÇÕES, SUA ABRANGÊNCIA EM NOSSO MATERIAL
SERÁ RESTRITA AOS OBJETIVOS DO CÓDIGO, TODAVIA VOCÊ ENCONTRARÁ NA SEQUÊNCIA OS ASSUNTOS REQUISITADOS EM SUA
PROVA CONFORME ÚLTIMO CRONOGRAMA DISPONIBILIZADO PELA ANBIMA. SE VOCÊ ESTÁ MATRICULADO EM UM DE NOSSOS
TREINAMENTOS ONLINE, NA SALA DE AULA VOCÊ TERÁ ACESSO A ESTE CRONOGRAMA DE ESTUDOS DETALHADO ATUALIZADO E
TAMBÉM AOS RESPECTIVOS CÓDIGOS ATUALMENTE COBRADOS EM SUA PROVA. SE SUA AULA ESTÁ ACONTECENDO DE FORMA
PRESENCIAL, A EQUIPE CPA NA VEIA ENCAMINHARÁ OS MATERIAIS ADICIONAIS PARA ESTUDO.

OBJETIVOS

Art. 2º O presente Código tem por objetivo estabelecer princípios e regras para a Distribuição de Produtos de Investimento visando
promover, principalmente:
I A manutenção dos mais elevados padrões éticos e a consagração da institucionalização de práticas equitativas no mercado
financeiro e de capitais;
II A concorrência leal;
III A padronização de seus procedimentos;
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IV O estímulo ao adequado funcionamento da Distribuição de Produtos de Investimento;


V A transparência no relacionamento com os investidores, de acordo com o canal utilizado e as características dos investimentos; e
VI A qualificação das instituições e de seus profissionais envolvidos na Distribuição de Produtos de Investimento.

Abaixo os capítulos e seções cobrados em sua prova CPA 20 referentes ao código supra:

2.5.1 Definições (Cap. I)


2.5.2 Objetivo e Abrangência (Cap. II)
2.5.3 Princípios Gerais de Conduta (Cap. IV)
2.5.4 Regras, Procedimentos e Controles (Cap. V)
2.5.4.1 Segurança e Sigilo das Informações (Seção II)
2.5.4.2 Gestão de Riscos (Seção IV)
2.5.5 Publicidade (Cap. VIII)
2.5.5.1 Material Publicitário (Seção II)
2.5.5.2 Material Técnico (Seção III)
2.5.5.3 Avisos Obrigatórios (Seção VI)
2.5.6 Regras Gerais (Cap. IX)
2.5.6.1 Divulgação de informações por meios eletrônicos (Seção I)
2.5.6.2 Conheça seu cliente (Seção II) PERCEBA QUE NÃO É NECESSÁRIO ESTUDAR O
2.5.6.3 Suitability (Seção III) CÓDIGO COMPLETO, POIS A ANBIMA COBRA PARTES
2.5.7 Private (Cap. XI) DO CÓDIGO SOMENTE, PORÉM SE VOCÊ QUISER
2.5.8 Selo ANBIMA (Cap. XIII) 10 CONHECER O ASSUNTO COM PROFUNDIDADE A
2.5.9 Distribuição de Fundos de Investimento (Anexo I) LEITURA PODE SER INTERESSANTE.
2.5.9.1 Distribuição (Capítulo I)
2.5.9.2 Distribuição por conta e ordem (Capítulo II)
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2.6 ANÁLISE DO PERFIL DO INVESTIDOR - API

O mercado financeiro possui uma infinidade de ativos e produtos As respostas agrupadas mostram o seu perfil de investidor e, em
diferentes, cada um com características bem particulares. O alguns casos, já sugerem em quais produtos você pode alocar que
investidor vê-se diante de muitas opções e uma pergunta. Qual é o fatias do seu capital. Isso dá mais segurança para o cliente, no
mais indicado para si? momento de ele investir seus recursos.

Os bancos e corretoras criaram uma forma de ajudar o investidor No exterior, a API é conhecida como suitability e é bastante aplicada
a descobrir os melhores produtos para aplicar seus recursos. O em países onde o mercado de investimentos é maduro.
procedimento foi batizado de Análise de Perfil do Investidor (API).
Em geral, trata-se de um questionário onde os clientes respondem O “Código ANBIMA de Regulação e Melhores Práticas para os
sobre sua condição financeira, idade, quantidade de recursos que Fundos de Investimento”, divulgado em janeiro de 2008, passou a
disponibilizam para investir, para que pretendem utilizar o capital contemplar as regras de Suitability. No Brasil os Bancos adotaram o
que estão investindo, em quanto tempo etc. nome de API – Análise de Perfil do Investidor.

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2.6.1 Instrução CVM: 539 – dever de verificação da adequação dos produtos, serviços e operações ao perfil do cliente (suitability).
Finalidade e para quem se aplica a regra.

2.6.1.1 Abrangência; perfil do cliente; categorias de produtos; vedações e obrigações; regras, procedimentos e controles internos; atualizações
e dispensas.

CAPÍTULO I – ABRANGÊNCIA

Art. 1º As pessoas habilitadas a atuar como integrantes do sistema de distribuição e os consultores de valores mobiliários não podem
recomendar produtos, realizar operações ou prestar serviços sem que verifiquem sua adequação ao perfil do cliente.

§ 1º As regras previstas na presente Instrução são aplicáveis às recomendações de produtos ou serviços, direcionadas a clientes específicos,
realizadas mediante contato pessoal ou com o uso de qualquer meio de comunicação, seja sob forma oral, escrita, eletrônica ou pela rede
mundial de computadores.

§ 2º As regras previstas na presente Instrução devem ser adotadas para o cliente titular da aplicação.

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2.6.2 Adequação de produtos ofertados em função do perfil do investidor. Importância e motivação do API para o investidor.
Possibilidade de venda de um produto não adequado ao perfil do investidor.

Fatores que determinam o perfil do investidor:

VALOR HORIZONTE DE FINALIDADE DO TOLERÂNCIA EXPERIÊNCIA


IDADE DISPONÍVEL INVESTIMENTO INVESTIMENTO AO RISCO COM
PARA INVESTIR INVESTIMENTOS

Adequação de produtos em função do perfil do investidor: Cada perfil carrega consigo


uma simulação de carteira que
A Análise do Perfil do Investidor é feita por meio de um questionário, que deverá conter os fatores poderá estar dividida em até 3
que determinam o perfil de risco, que por meio de suas respostas receberá a indicação de um dos partes, levando-se em conta a
perfis abaixo: sua composição de risco.

MODERADO MODERADO • Produtos de Baixo Risco


CONSERVADOR SEM RENDA COM RENDA DINÂMICO ARROJADO • Produtos de Médio Risco
VARIÁVEL VARIÁVEL • Produtos de Alto Risco

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2.6.3 Fatores Determinantes para Adequação dos Produtos de Investimento as Necessidades dos Investidores
2.6.3.1 Objetivo do Investidor

2.6.3.2 Horizonte de Investimento e idade do investidor

2.6.3.3 Risco versus retorno

2.6.3.4 Diversificação: Vantagens e limites de redução do risco incorrido

A classificação dos clientes ocorre em função de seus objetivos de investimento, sua situação financeira e seu grau de conhecimento e
experiência necessários para compreender os riscos relacionados aos seus investimentos. Em relação aos objetivos de investimento,
avaliamos o horizonte de investimento, preferências quanto à assunção de risco e as finalidades de investimento. A situação financeira
é avaliada através do entendimento da renda ou receitas periódicas, patrimônio e necessidades futuras esperadas declaradas pelo
cliente. O grau de conhecimento leva em conta a familiaridade bem como experiência dos clientes em relação aos tipos de produtos,
serviços e operações e a formação acadêmica e a experiência profissional.

O distribuidor e/ou intermediário financeiro deve informar ou disponibilizar ao cliente, a classificação atribuída ao seu perfil de risco
oriunda do resultado obtido através do preenchimento do questionário de suitability. É permitido a possibilidade do cliente solicitar uma
classificação diferente e, nesse caso, os responsáveis pelo relacionamento devem ainda esclarecê-lo sobre as implicações dessa opção
em relação ao nível da proteção que lhe é conferido.

Listamos abaixo alguns itens que podem ser sondados:


• seu momento de vida: Idade, origem de seus recursos, família, objetivos, planos de acumulação futura de riqueza, aposentadoria;
• prazo para a realização de seus objetivos: para adequar melhor a sua carteira de investimentos versus o prazo de sua realização.
• aversão a risco: sua tolerância a riscos de investimento, verificar o grau de conhecimento quanto as opções de investimento e sobre
mercado financeiro, sua experiência passada, se possuí alguma restrição dentre as opções existentes no mercado.
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2.6.3.5 Finanças Pessoais

2.6.3.5.1 Conceitos de Orçamento Pessoal e familiar (Receitas/Despesas), fluxo de caixa e situação financeira:

A educação financeira é o meio agregado, toda a economia, papel relevante no o Governo Federal instituiu
de prover esses conhecimentos por estar intimamente ligada monitoramento do mercado, por meio do Decreto nº 7.397,
e informações sobre a problemas como os níveis uma vez que exigem maior de 22 de dezembro de 2010,
comportamentos básicos que de endividamento e de transparência das instituições a Estratégia Nacional para
contribuem para melhorar a inadimplência das pessoas e financeiras, contribuindo, Educação Financeira (Enef).
qualidade de vida das pessoas a capacidade de investimento dessa maneira, para a Alinhado a essa estratégia,
e de suas comunidades. É, dos países. Consumidores bem solidez e para a eficiência do o BCB reestruturou seu
portanto, um instrumento para educados financeiramente sistema financeiro. Como se programa Cidadania Financeira,
promover o desenvolvimento demandam serviços e pode perceber, a educação com o objetivo de capacitar o
econômico. Afinal, a qualidade produtos adequados às suas financeira da população é cidadão brasileiro a administrar
das decisões financeiras necessidades, incentivando a muito importante para toda a seus recursos financeiros de
dos indivíduos influencia, no competição e desempenhando sociedade. Por esse motivo, maneira consciente.

O que é orçamento?
Orçamento pode ser visto como uma ferramenta de planejamento financeiro pessoal que contribui para a realização de sonhos e projetos.
Para que se tenha um bom planejamento, é necessário saber aonde se quer chegar; é necessário internalizar a visão de futuro trazida pela
perspectiva de realização do projeto e estabelecer metas claras e objetivas, as quais geralmente precisam de recursos financeiros para que
sejam alcançadas ou para que ajudem a atingir objetivos maiores. Por isso, é importante que toda movimentação de recursos financeiros,
incluindo todas as receitas (rendas), todas as despesas (gastos) e todos os investimento s, esteja anotada e organizada.
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Importância do orçamento Pessoal/Familiar

O orçamento financeiro pessoal oferece uma oportunidade para • fazer o seu planejamento financeiro;
você avaliar sua vida financeira e definir prioridades que impactam • definir suas prioridades;
sua vida pessoal. O orçamento vai ajudá-lo a: • identificar e entender seus hábitos de consumo;
• organizar sua vida financeira e patrimonial;
• conhecer a sua realidade financeira; • administrar imprevistos;
• escolher os seus projetos; • consumir de forma contínua (não travar o consumo).

O processo de elaboração

Existe mais de uma maneira de elaborar um orçamento. Vamos sugerir um método que consiste em quatro etapas: planejamento,
registro, agrupamento e avaliação.

1ª ETAPA: Planejamento O processo de planejamento consiste em estimar as receitas e as despesas do período. Para isso, você pode
utilizar sua rotina passada, elencando as receitas e as despesas passadas e usando-as como base para prever as receitas e as despesas
futuras. Veja, na sequência, algumas sugestões para auxiliá-lo nesta etapa.

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DIFERENCIE RECEITAS E DESPESAS FIXAS DAS VARIÁVEIS

Receitas fixas – Como o próprio nome diz, são receitas que não Despesas fixas – São despesas que não variam ou variam muito
variam ou variam muito pouco, como o valor do salário, da pouco, como o aluguel, a prestação de um financiamento etc.
aposentadoria ou de rendimentos de aluguel.
Receitas variáveis – São aquelas cujos valores variam de um Despesas variáveis – São aquelas cujos valores variam de um
mês para o outro, como os ganhos de comissões por vendas ou mês para o outro, como a conta de luz ou de água, que variam
os ganhos com aulas particulares. conforme o consumo.

• Lembre-se dos compromissos sazonais: impostos, seguros, matrículas escolares etc.


• Lembre-se dos compromissos já assumidos: cheques pré-datados ou ainda não compensados, prestações a
vencer, faturas de cartões de crédito etc.
• Utilize informações passadas de conta de luz, água, telefone etc.

Fluxo de Caixa

O fluxo de caixa é uma ferramenta financeira de utilização com grande importância, visto que é um controle financeiro muito eficiente e que
consegue produzir uma quantidade considerável de informações para quem usa, de maneira rápida, em tempo real e de forma abrangente,
demonstrando como está o orçamento familiar.

É uma ferramenta extremamente simples de ser construída e utilizada e que produz resultados muito importantes nos aspectos de controle
financeiro e da tomada de decisões. Basicamente, o fluxo de caixa registra as movimentações que ocorrem na sua vida pessoal, como as
entradas de dinheiro e outros recursos, e as saídas para o pagamento de despesas.
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Dessa maneira, conseguimos visualizar por meio do fluxo de caixa quais são as entradas e saídas de recursos financeiros do caixa familiar, e
quais ainda irão acontecer no futuro, podendo, assim, tomar as decisões pertinentes a esses aspectos, pois o fluxo de caixa oferece os saldos
financeiros que são produzidos na análise das entradas e saídas de dinheiro do caixa, expondo qual o saldo que é produzido naquele momento.

Situação financeira
Em outras palavras, a situação financeira está relacionada ao seu caixa, ou melhor, diz respeito aos rendimentos e às despesas que seu caixa
apresenta ao longo de um período determinado, o que constitui seu orçamento, podendo ser positivo ou negativo.

2.6.3.5.2 Patrimônio Líquido O patrimônio líquido refere-se à diferença entre a soma de todos os seus bens menos a soma de
todas as suas dívidas e obrigações.

Ativos/Bens Cálculo do Patrimônio Líquido


Bens são todas as coisas que você possui. Sua casa e carro são bens. Você pode calcular o seu patrimônio líquido, deduzindo o total de suas
Suas economias da aposentadoria e seu fundo de faculdade para as obrigações do total de seus bens. Bens - Obrigações = Patrimônio
crianças também são bens. O dinheiro em sua conta bancária, o valor Líquido.
em sua conta de despesas flexíveis no trabalho ou sua Conta Poupança
são todos bens. Quando você parar para pensar sobre isso, você tem Índice de Endividamento
O endividamento familiar é a incapacidade das famílias conseguirem
um monte de bens.
pagar os empréstimos que possuem, acabando por ficar
sobreendividadas com o passar do tempo. Fatores como o desemprego,
Passivos/Obrigações doença prolongada, divórcio e maus investimentos são as principais
Suas obrigações incluem a sua hipoteca, o empréstimo de seu carro e causas do endividamento familiar.
saldos do cartão de crédito, mesmo se você pagá-los todo mês. Se você
tem uma dívida com alguém por qualquer motivo, um saldo devedor ao Sobreendividamento
dentista, um projeto de lei excepcional para um empreiteiro que fez um Ato ou efeito de sobre-endividar ou sobre-endividar-se =
trabalho na casa, qualquer coisa assim, é uma obrigação. SUPERENDIVIDAMENTO
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2.6.3.6 Grau de conhecimento do mercado financeiro – experiência em matéria de investimento

Em agosto de 2015 a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) Grau de Planejamento Financeiro


lançou uma pesquisa para medir o Grau de Conhecimento do • 47% dos entrevistados apresenta médio grau de planejamento
Mercado Financeiro dos brasileiros. Além de dados diversos a financeiro;
pesquisa constatou que o conhecimento do Brasileiro sobre • 30% dos entrevistados apresenta baixo grau de planejamento
matemática básica e a organização financeira é mediana. financeiro;
• Apenas 23% dos entrevistados possui um alto grau de
Em contrapartida o assunto não vai nada bem quando falamos planejamento financeiro;
sobre investimentos, o brasileiro tem um conhecimento irrisório
do mercado financeiro e principalmente quando se trata de fundos Como pudemos perceber com alguns dos resultados da pesquisa
acima, o Grau de Conhecimento do Mercado Financeiro do
de investimentos e Bolsa de Valores. Outra grave constatação
brasileiro é baixo. Isso acarreta em um grau de conhecimento em
realizada é que o brasileiro costuma se informar sobre estes investimentos ainda menor. A grande parte da população ainda
assuntos com parentes e conhecidos ao invés de conversar com concentra seus investimentos na Caderneta de Poupança e não
um profissional da área. tem conhecimentos sobre a importância da diversificação dos
investimentos.
A pesquisa foi realizada em nas 15 maiores regiões
metropolitanas brasileiras com um público potencial para Quando falamos em produtos de investimento a pesquisa
investimento em bolsa de valores. Foram entrevistadas constatou que mais de 90% dos entrevistados possui conta
2.000 pessoas e a margem de erro da pesquisa é de 2 pontos corrente em banco ou conta poupança. O segundo investimento
percentuais para mais, ou para menos. mais conhecido, é o investimento em imóveis. Mas ainda assim
apenas 43% afirmaram conhecer esta modalidade. Quanto aos
VEJA OS PRINCIPAIS TÓPICOS DA PESQUISA: demais tipos de investimento, os índices ficam abaixo de 40%.

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A caderneta de poupança é tão popular que 44,4% dos dos entrevistados mantei o dinheiro parado em conta corrente por
entrevistados investe ou já investiu na caderneta de poupança. medo de sofrer perdas.
Quando falamos de outros tipos de investimentos como
CDB, Ações, Fundos de Investimento, Fundos Imobiliários ou Mais da metade dos brasileiros preferem investimentos com menor
mesmo Tesouro Direto menos de 5% já investiu em uma destas rentabilidade, mas que ofereçam o menor risco possível. Entre todos
modalidades. os 2.000 entrevistados menos de 600 entrevistados apresentaram
algum interesse em investimentos em bolsa de valores.
Confirmando o resultado da grande maioria das API (Análise de Mas e você? Qual o seu real conhecimento do mercado financeiro?
Perfil do Investidor) realizado por instituições financeiras filiadas Já tinha ouvido falar em todos os tipos de investimentos citados
a ANBIMA o perfil de investimento da maioria dos brasileiros é o acima? Já investiu em algum deles?
conservador. O brasileiro possui tanta aversão ao risco que 37%

2.7 DECISÕES DO INVESTIDOR NA PERSPECTIVA DE FINANÇAS COMPORTAMENTAIS

2.7.1 A decisão do investidor na perspectiva das Finanças Comportamentais.

“Quando tomamos uma decisão, enxergamos apenas o que queremos, A sabedoria popular já dizia: “cachorro mordido por cobra tem medo
ignoramos possibilidades e minimizamos riscos que enfraquecem nossas até de salsicha”, um paralelo a atitude promovida pela mente do
esperanças. O pior é que muitas vezes somos confiantes mesmo quando investidor, quase que inconscientemente.
estamos errados” - Daniel Kanheman

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No atribulado mundo financeiro e no calor das decisões de investimentos, é comum se deparar com as típicas atitudes de profissionais,
clientes, colegas ou até mesmo de familiares, taxativamente avessas à tomada de risco, usando como justificativa para declinar
qualquer aplicação em renda variável ou diversificação de portfólio os traumas do passado, oriundos de perdas significativas registradas
na memória desse singelo investidor.

• Os indivíduos são iguais e possuem, em média, a mesma função de utilidade;


• Maximizam suas decisões, preferindo sempre a escolha ótima. Dado que os recursos são escassos, a alocação sempre tende ao nível
de eficiência e racionalidade pura;
• Usam todo o conjunto de informações disponíveis para tomar a melhor decisão possível.

2.7.2 Algumas das Heurísticas (regras práticas ou atalhos mentais que orientam o julgamento e avaliação dos investidores) e os
erros que podem causar nas decisões dos investidores (vieses)

O que são heurísticas e vieses? As heurísticas são estratégias gerais que podem conduzir a
decisões adequadas. O que ocorre é que nós, seres humanos,
A essas respostas rápidas que costumamos dar a perguntas costumamos falhar em definir os limites dessas estratégias,
extremamente complexas chamamos de heurísticas, ou seja, são fazendo com que nem sempre a melhor decisão seja escolhida.
atalhos mentais que facilitam a tomada de decisão.
A utilização de heurísticas pode ocasionar vieses, ou seja, uma
tendência sistemática de violar alguma forma de racionalidade
Isoladamente as heurísticas não representam algo ruim. Pelo teoricamente predominante. O que acontece é que os vieses
contrário, em contextos em que precisamos tomar diversas acabam distorcendo, ou pelo menos limitando, a capacidade de
decisões complexas de forma rápida as heurísticas possuem tomarmos decisões racionais (Sternberg, 2008). Estes erros são
papel fundamental, pois viabilizam escolhas adequadas, embora fruto de uma resposta incompleta, que não permite que a decisão
imperfeitas. tomada seja ótima.
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A lista de vieses cognitivos é extensa. Mas alguns exemplos são: efeito dotação, efeito disposição, status quo, excesso de confiança /
otimismo, aversão à perdas, entre outros.

Em outras palavras os vieses são os comportamentos que podem surgir quando uma decisão irracional (heurística) é tomada.

2.7.2.1 Disponibilidade (decisões influenciadas por ocorrências e eventos recentes na memória do investidor)

HEURÍSITICA DA DISPONIBILIDADE.
Significa que as pessoas de formar geral julgam a frequência ou a probabilidade de um evento pela facilidade com que exemplos
ocorrem em suas mentes (Tversky e Kahneman, 1974). Por exemplo, um indivíduo pode calcular a probabilidade de um jovem ter
problemas cardíacos recordando quantos casos deste tipo já ocorreram com seus conhecidos.

A disponibilidade acompanha os seres humanos na vida cotidiana e de maneira geral é um método de eficácia relativa na tomada de
decisões sobre frequência (Matlin, 2004).

2.7.2.2 Representatividade (decisões a partir de associações com estereótipos formados e desprezo de informações relevantes para a tomada
de decisão)

HEURÍSTICA DA REPRESENTATIVIDADE.
Afirma que os indivíduos avaliam a probabilidade de um evento “B” pelo nível em que um evento “A” se assemelha de “B”. Um exemplo
dado por Tversky e Kahneman (1974) ajuda na compreensão desta heurística:

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Considerando que um indivíduo é muito tímido e retraído, está sempre pronto a ajudar, porém possui pouco interesse nas pessoas e no
mundo a sua volta; é tranquilo e organizado; tem necessidade de ordem e estrutura e uma paixão por detalhes. Além disso, podemos
supor que este indivíduo é engajado em uma profissão específica.

Dessa forma, com base nas características do indivíduo as pessoas tendem a imaginar a possível profissão dele utilizando o estereótipo
de diversas profissões (como por exemplo, físico, matemático, bibliotecário, vendedor, médico ou fazendeiro). Contudo, utilizar esta
abordagem a julgamentos de probabilidade pode conduzir a sérios erros, pois a similaridade (ou representatividade) não é influenciada
por diversos fatores que deveriam afetar julgamentos de probabilidade.

Em outras palavras, representatividade é a tendência em utilizar estereótipos para realizar julgamentos. Um exemplo desta heurística no
campo das finanças é crer que o desempenho brilhante de uma organização no passado é “representativo” de um desempenho geral
que a empresa continuará a obter no futuro (Boussaidi, 2013).

2.7.2.3 Ancoragem (decisões com base em informações e conhecimentos prévios ou pré- concebidos)

HEURÍSTICA DA ANCORAGEM. grande negócio. Será mesmo? Ou o que funcionou aqui foi o efeito
Como você sabe o quanto você deve pagar por algo? Para de ancoragem? Fazer uso de valores ou pedaços de informações
descobrir isso, você precisará de algum tipo de referência. O preço como âncoras funciona como um atalho que utilizamos para
só será considerado caro ou barato se existir outra opção para simplificar nossas decisões. Nossa mente é sobrecarregada de
criar relatividade ou servir de comparação. Imagine a seguinte informações a todo instante, e processar mais dados não é o que
situação: você entra em uma loja e vê uma camisa, checa o preço desejamos. Portanto, quando nos deparamos com uma situação
da etiqueta que é R$ 290,00, o vendedor o aborda e diz que a com referências ou comparações, que nos sirvam de apoio, a
camisa agora custa apenas R$ 140,00. Você talvez nem precise usamos como âncora para simplificar e nos dizer que estamos
da camisa, mas um desconto de R$ 150,00 parece realmente um diante de uma grande oferta.
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2.7.2.4 Aversão à perda (manutenção de investimentos não lucrativos e venda de investimentos com ganho).

A Aversão a Perda (loss aversion, em Inglês) é um viés de investimento, nos deixando expostos a possíveis armadilhas
comportamental que nos faz atribuir maior importância às perdas disfarçadas de “oportunidades imperdíveis”.
do que aos ganhos, nos induzindo frequentemente a correr mais
riscos no intuito de tentar reparar eventuais prejuízos. Além disso, a Aversão a Perda pode fazer o investidor insistir em
investimentos sem perspectiva futura de melhora, seja pelo medo
Alguns estudos sugerem que isso se dá porque, do ponto de vista da dor de realizar prejuízo, seja pela recusa em admitir eventuais
psicológico, a dor da perda é sentida com muito mais intensidade erros na escolha da aplicação.
do que o prazer com o ganho.
Outro efeito potencialmente prejudicial desse viés é fazer o
Essa assimetria na forma como as perdas e ganhos são sentidos investidor liquidar precipitadamente as posições lucrativas e ainda
nos leva também ao medo de desperdiçar boas oportunidades promissoras, por receio de perder o que já foi ganho.

2.7.3 Efeitos de estruturação: influência na decisão de investimento da forma como as alternativas ou o problema é apresentado (framing)

Framing (a importância de como uma situação é descrita)

O efeito de framing se refere ao fato que a escolha é influenciada pela forma como o problema é expresso. Muitas vezes, as pessoas
são influenciadas pelo formato do problema, assim, elas acabam respondendo de forma diferente dependendo de como este foi
apresentado. Observa-se que esse impacto é particularmente significativo se o problema for desenhado de forma a evidenciar ganhos
ou perdas.

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COMPLIANCE LEGAL,
ÉTICA E ANÁLISE
DO PERFIL DO INVESTIDOR

Exemplo: Um exemplo clássico do Kahneman e Tversky (1979) é sobre a forma de comunicar o impacto de uma epidemia na cidade.
Existem dois programas para se combater determinada doença que infectou 600 pessoas e você deve escolher entre um deles:

Caso escolha o programa A, 200 pessoas são salvas. Caso escolha o programa B, existe a chance de um terço de se salvar 600 pessoas
e a chance de dois terços de todas morrerem. Qual programa você escolheria?

A maioria das pessoas escolhe a opção A. No entanto, se o problema for formulado como a escolha entre o programa C, que causa a
morte de 400 pessoas e o programa D, que causa a morte de 600 com dois terços de chance e salva as 600 com um terço de chance,
muitas pessoas escolhem a opção D. O problema é o mesmo, apenas formulado de forma diferente e isso influenciou a escolha de
muitas pessoas.

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TREINAMENTO
MÓD. 03 ANBIMA CPA - 20
CERTIFICAÇÃO MÓDULO III
EM PRODUTOS DE PRINCÍPIOS BÁSICOS
DE ECONOMIA
INVESTIMENTOS E FINANÇAS

SÉRIE 20 5% A 10% DO EXAME


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ÍNDICE

3.​PRINCÍPIOS BÁSICOS DE ECONOMIA E FINANÇAS​..................................................................................................................................................... 4


3.1​Conceitos Básicos de Economia​......................................................................................................................................................................................... 4
3.1.1 Indicadores Econômicos (Definição): PIB, Índices de Inflação (IPCA e IGP-M), Taxa de Câmbio (PTAX), Taxa SELIC, Taxa DI e TR​..................... 4
3.1.2 Política Monetária............................................................................................................................................................................................................................ ​8
3.1.3 Política Fiscal: necessidade de financiamento do Setor Público, implicações sobre a Dívida Pública..................................................................... ​14
3.1.4 Política Cambial: cupom cambial, reservas internacionais, regimes de taxa de Câmbio. Relações e conceitos​................................................... 16
3.1.5 Contas Externas: Balança Comercial, Transações Correntes, Conta de Capital: Conceitos........................................................................................ 17
3.2 Conceitos básicos de finanças.........................................................................................................................................................................................19
3.2.1 Taxa de Juros Nominal e Taxa de Juros Real: relação entre elas e conceito de indexador​...........................................................................................19
3.2.2 Capitalização Simples versus Capitalização Composta: conceito, Desconto, Equivalência e Proporcionalidade​................................................. 19
3.2.3 Fluxo de Pagamentos: Relações e Conceitos​.......................................................................................................................................................................... 22
3.2.3.1 Valor presente, valor futuro e taxa de desconto​........................................................................................................................................................... 22
3.2.3.2 Fluxo de caixa: CUPOM, Amortizações​............................................................................................................................................................................ 23
3.2.3.3 Zero CUPOM​.......................................................................................................................................................................................................................... 23
3.2.3.4 Prazo Médio de Vencimento - Maturity​........................................................................................................................................................................... 23
3.2.3.5 Taxa Interna de Retorno (TIR)​............................................................................................................................................................................................. 23
3.2.4 Custo de oportunidade: Conceito​............................................................................................................................................................................................... 24
3.2.5 Taxa Livre de Risco​......................................................................................................................................................................................................................... 24
3.2.6 Custo Médio Ponderado de Capital​........................................................................................................................................................................................... 25
3.2.6.1 Conceito​ ...................................................................................................................................................................................................................................25
3.2.6.2 Alavancagem Financeira, custos de captações (dívidas e/ou capital)​..................................................................................................................... 25
3.2.7 Retorno histórico e Retorno esperado​..................................................................................................................................................................................... 26

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PRINCÍPIOS BÁSICOS
DE ECONOMIA E FINANÇAS

3.1 CONCEITOS BÁSICOS DE ECONOMIA

3.1.1 Indicadores Econômicos (Definição): PIB, Índices de Inflação (IPCA e IGP-M), Taxa de Câmbio (PTAX), Taxa SELIC, Taxa DI e TR

PIB - Produto Interno Bruto


Quando ouvimos que o país vai crescer ou decrescer determinado percentual naquele ano estamos falando em PIB – Produto Interno Bruto. Sua
importância está no fato de que é por meio dele que se mede a produção de um país num determinado período de tempo. Assim quando dizemos que
o PIB subiu, isso significa que a economia do país produziu mais.

OBSERVAÇÃO: o PIB é o conjunto da produção final de bens e serviços realizada em território nacional,
independentemente da nacionalidade dos agentes econômicos, num determinado período de tempo.

Sua análise leva em conta a produção de três grupos principais:


• Agropecuária, formada por Agricultura, Extrativa Vegetal e Pecuária;
• Indústria, que engloba Extrativa Mineral, Transformação, Serviços Industriais de Utilidade Pública e Construção Civil;
• Serviços, que incluem Comércio, Transporte, Comunicação, Serviços da Administração Pública e outros serviços.

Importante não esquecermos que para se evitar a dupla contagem na aferição do PIB, os bens e serviços intermediários não são considerados, só
valem os bens e serviços finais. Isso significa que a farinha de mandioca vendida no supermercado entra na composição do PIB, em função de sua
venda, mas a mandioca utilizada para fazê-la, não, isto é, a mandioca já está somada no PIB agropecuário.

Em suma temos dois modelos ou conceitos de análise para o PIB. Temos o conceito trabalhado acima, conhecido como PIB Produção Agregada e
temos o PIB Consumo Agregado, que veremos adiante.
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PRINCÍPIOS BÁSICOS
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PIB Consumo Agregado


É calculado a partir dos dados de consumo, investimentos, compras do governo (gasto público) e exportações líquidas (exportações menos
importações).

Veja a equação do PIB Consumo Agregado:

PIB = C + I + G + (EXP – IMP)


C = Consumo • I = Investimento • G = Gasto Público • EXP = Exportação • IMP = Importação

PIB Produção Agregada e PIB Consumo Agregado são conhecidos também por PIB
Nominal (representado pela soma dos valores monetários (em reais) dos produtos e
serviços finais).
DICA IMPORTANTE: Lembre-se que
Quando retiramos a INFLAÇÃO do PIB Nominal temos o PIB REAL. a palavra NOMINAL tem 7 letras e a
palavra REAL tem 4 letras, ou seja, a
palavra REAL é menor, portanto algo foi
Conheça também outras definições de PIB: descontado/retirado, a INFLAÇÃO.
• PIB Nominal = PIB a preços correntes
• PIB a Preços Constantes ou PIB Real = PIB Nominal – INFL
• PIB Per Capita = PIB Real / População

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Taxa de Câmbio relação ao Real. No Brasil, é definida como a taxa média ponderada do
dólar norte-americano, praticada no mercado de câmbio, tomando por
Ao ligar o Jornal Nacional você escuta o apresentador dizer que o dólar base as operações realizadas no mercado interbancário ao longo do
fechou a R$ 3,40. Isto significa que a quantidade de moeda nacional dia. Divulgada pelo BACEN no sistema Sisbacen, são levadas em conta
necessária para que se adquira uma unidade de moeda estrangeira as operações com liquidação em dois dias (D+2). A PTAX é considerada
(nesse caso o dólar americano) é R$ 3,40. A taxa cambial mede o valor como a taxa oficial do mercado, corrigindo contratos, títulos públicos
externo da moeda, fornecendo uma relação direta entre os preços federais etc.
domésticos e os preços praticados nos demais países. Logo, Taxa de
Câmbio é a quantidade necessária de moeda nacional (R$) para adquirir
uma moeda estrangeira, por exemplo, 1 dólar americano (US$). Taxa SELIC

A taxa Selic é a nossa taxa de juros doméstica, ou seja, a taxa básica de


ATENÇÃO: Demos como exemplo o dólar americano, mas a taxa nossa economia. Em sua prova da Anbima dois conceitos dessa taxa
de câmbio estabelece relação entre duas moedas quaisquer. poderão ser solicitados, a taxa Selic Meta e a taxa Selic Over. Sabe a
diferença entre elas?

PTAX
SELIC Meta: é a taxa divulgada pelo COPOM - Comitê de Política
O Banco Central coleta e divulga as taxas médias praticadas no mercado Monetária, servindo como parâmetro para a consecução das metas de
interbancário, isto é, a taxa média do dia apurada com base nas inflação. É a taxa básica da economia do país.
operações realizadas naquele mercado com liquidação em D+2 (grave
essa informação), conhecida por “taxa PTAX”. SELIC Over: é a taxa apurada de acordo com a remuneração média dos
títulos públicos federais, provenientes das operações de repasses de
A Taxa PTAX pode ser considerada como a cotação oficial do Dólar recursos diários entre instituições financeiras e BACEN, com garantias
Americano (e por conseqüência de outras moedas estrangeiras) em desses títulos. Sua cotação é expressa ao ano.

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Taxa CDI - Certificado de Depósito Interfinanceiro instituições financeiras por prazos muito curtos e com títulos muito
líquidos. Por isso, embutem um baixíssimo risco para os participantes
O CDI possui as mesmas características de um CDB, porém, não pode do mercado interfinanceiro.
ser vendido para outros investidores, e serve apenas para empréstimos
entre bancos e instituições financeiras. Além disso, nesse mercado não Em geral, a diferença entre elas é muito pequena e representada pela
há incidência de impostos. própria natureza dos títulos públicos e privados. Um banco que toma
dinheiro emprestado no interfinanceiro por meio da Cetip, pagará
CDI - Certificado de Depósito Interfinanceiro: é um título privado uma Taxa DI (CDI) maior do que se tivesse tomado um empréstimo
negociado, exclusivamente, entre instituições financeiras em com títulos públicos no Selic. Isso acontece pois o risco de um título
transações fechadas por meio eletrônico e registradas nos privado é maior que o de um título público. No título público o risco é do
governo. Em outras palavras, ele representa o risco do país “quebrar”. Já
computadores das instituições envolvidas e nos terminais da CETIP.
no título privado, o risco é de o banco “quebrar”.
As maiorias das operações são negociadas por um dia.

Portanto, a Taxa CDI, ou Taxa DI, é o resultado da média diária das


TR - TAXA REFERENCIAL: DEFINIÇÃO
taxas de juros praticadas nas operações de repasses de recursos entre
instituições financeiras, com garantias desses títulos. Taxa Referencial (TR) é uma taxa de juros de referência, instituída
pela Medida Provisória n° 294, de 31 de janeiro de 1991 (depois
A taxa CDI é utilizada como referencial para o custo do dinheiro (juros). transformada na Lei n° 8.177, de 1º de março de 1991). Integrava um
Por este motivo, esta taxa também é utilizada como referencial para conjunto de medidas de política econômica do governo brasileiro - o
avaliar a rentabilidade das aplicações em fundos de investimento. chamado Plano Collor II - visando à desindexação da economia e o
combate à inflação.

A relação entre Taxa CDI (Taxa DI) e Taxa Selic É utilizada no cálculo do rendimento da Caderneta de Poupança,
alguns títulos públicos, bem como em empréstimos do SFH – Sistema
Ambas são taxas que advém das negociações entre bancos e Financeiro da Habitação.
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DE ECONOMIA E FINANÇAS

A base de dados para a formação da TBF será composta das taxas de juros das Letras do Tesouro Nacional (LTN) praticadas nas operações
definitivas no âmbito do mercado secundário e registradas no Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic).

A TBF de um mês será uma média ponderada entre as taxas médias das LTNs com vencimentos imediatamente anterior e imediatamente posterior
ao prazo de um mês, seguida da aplicação, ao valor resultante, de um fator multiplicativo fixado em 0,93 (noventa e três centésimos), procedimento
necessário para ajustar a diferença entre as taxas das LTNs e as dos CDBs/RDBs de mesmo prazo.

3.1.2 Política Monetária: metas de Inflação; instrumentos de Política Monetária: Open Market, redesconto e depósitos compulsórios
(conceito e impactos no mercado). COPOM (atribuições e impactos das decisões). Relação entre Juros e Atividade Econômica.

Política Monetária

A Política Monetária representa a atuação das autoridades monetárias, por meio de instrumentos de efeito direto ou induzido, com o propósito de
se controlar a liquidez global do sistema econômico. Podemos classificá-la em:

Política Monetária Restritiva: ocorre na redução dos meios de pagamento da economia e das atividades econômicas.

Política Monetária Expansiva: quando há uma maior injeção de recursos no mercado gerando uma elevação nos meios de pagamento e expansão
da atividade econômica. O Banco Central é o responsável pela execução da política monetária do país.

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Instrumentos de Política Monetária


Ao fazer Politica Monetária e objetivando expandir o crescimento Quando a intenção do Banco Central é de injetar dinheiro no mercado,
económico o Banco Central usa três instrumentos, a saber: open ele baixa a taxa de juros para estimular os bancos comerciais a pegar
market, redesconto e depósito compulsório redesconto, podendo ser estes empréstimos. Os bancos comerciais por sua vez, terão mais
usados em separado ou os três em simultâneo. Vejamos então como disponibilidade de crédito para oferecer ao mercado, consequentemente
esses instrumentos funcionam: a economia aquece.

Open Market E quando o Banco Central tem por necessidade retirar dinheiro do
As operações de Open Market, acontecem quando o BC entra no mercado, as taxas de juros concedidas para estes empréstimos são
mercado para vender ou comprar títulos. Quando o Banco Central altas, desestimulando os bancos comercias a pegá-los. Desta forma,
tem o objetivo de expandir a base monetária, entra no mercado e os bancos comerciais que precisam cumprir com suas necessidades
compra títulos, chama-se a isso, politica monetária expansiva. Com tal imediatas, enxugam as linhas de crédito, disponibilizando menos crédito
operação de compra de títulos, um determinado montante de massa ao mercado, com isso a economia desacelera.
monetária em poder do BC é colocado em circulação. Com mais dinheiro
em circulação pressupõe-se aumento na renda, possibilitando maior
Redesconto Intradia
consumo e maior investimento, gerando um efeito positivo para o
crescimento económico. Flexibilidade operacional da operação de redesconto, para bancos
fazerem frente às suas necessidades de caixa durante o expediente
Redesconto bancário.
Outro instrumento de controle monetário é o Redesconto Bancário, no
qual o Banco Central concede “empréstimos” aos bancos comerciais a Depósito Compulsório
taxas acima das praticadas no mercado. Os depósitos compulsórios são recolhimentos obrigatórios de recursos
que as instituições financeiras fazem no Banco Central do Brasil
Os chamados empréstimos de assistência à liquidez são utilizados (BCB). São considerados instrumentos de política monetária, mas são
pelos bancos comerciais somente quando existe uma insuficiência utilizados também como instrumentos de preservação da estabilidade
de caixa (fluxo de caixa), ou seja, quando a demanda de recursos financeira. Os depósitos compulsórios produzem os seguintes efeitos
depositados não cobrem suas necessidades. sobre as condições monetárias:
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• influenciam o multiplicador monetário, ampliando ou reduzindo o volume de recursos que os bancos podem transformar em crédito para a
economia e, dessa forma, controlam a expansão dos agregados monetários;
• levam a demanda previsível por reservas bancárias, o que assegura mais eficiência ao Banco Central em sua atuação no mercado monetário.

No Brasil, os percentuais de recolhimento do depósito compulsório têm sido definidos pelo Banco Central com o intuito de preservar a estabilidade
e a solidez do Sistema Financeiro Nacional, permitindo crescimento sustentado do crédito. Os efeitos dos recolhimentos compulsórios são
considerados pelo Copom, ao proceder às decisões de política monetária.

Logo, a expressão “recolher o compulsório” significa a obrigação que as instituições financeiras têm de depositar no Banco Central um percentual
determinado sobre o montante de seus depósitos à vista e a prazo.

INSTRUMENTO FINALIDADE EFEITO NO MERCADO


Veja ao lado um quadro
resumo comparativo entre os Open Market Controle diário da liquidez Curto Prazo
três instrumentos de Política
Redesconto Empréstimo de liquidez Médio Prazo
Monetária:
Compulsório Contenção da expansão do crédito Longo Prazo

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Relacionando os instrumentos de política monetária com seus impactos temos:

POLÍTICA MONETÁRIA RESTRITIVA EFEITO NO MERCADO

Open Market Venda de títulos - retira moeda - redução de liquidez

Redesconto Prazo reduzido e taxa de juros do empréstimo elevada - redução da liquidez

Compulsório Elevação do percentual exigido - redução do efeito multiplicador e da liquidez

POLÍTICA MONETÁRIA EXPANSIVA EFEITO NO MERCADO

Open Market Compra de títulos - oferta moeda - aumento de liquidez

Redesconto Prazo ampliado e taxa de juros do empréstimo reduzida - aumento da liquidez

Compulsório Redução do percentual exigido - aumento do efeito multiplicador e da liquidez

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Metas de Inflação Relatório de Inflação abordando o desempenho do regime de “metas


para a inflação”, os resultados das decisões passadas de política
O CMN - Conselho Monetário Nacional fixa as metas de inflação e monetária e a avaliação prospectiva da inflação.
os respectivos intervalos de tolerância de acordo com a estratégia
governamental. Ao Banco Central do Brasil compete executar as COPOM (atribuições e impactos das decisões)
políticas necessárias para cumprimento das metas fixadas.
O COPOM - Comitê de Política Monetária - foi instituído em 1996,
Em caso de descumprimento dessas metas, compete ao BACEN com o objetivo de estabelecer as diretrizes da política monetária e de
justificar a ocorrência, baseando-se nos três pontos a seguir: definir a taxa de juros. A criação do Comitê buscou proporcionar maior
transparência e ritual adequado ao processo decisório. Atualmente,
I descrição detalhada das causas do descumprimento; diversas autoridades monetárias em todo o mundo adotam uma prática
II providências para assegurar o retorno da inflação aos limites semelhante, facilitando o processo decisório, a transparência e a
estabelecidos; e comunicação com o público em geral.
III o prazo no qual se espera que as providências produzam efeito.
Desde a implantação do regime de “metas para a inflação” (em 1999)
Juntamente com a meta, é definido um viés, ou seja, um intervalo de
como diretriz de política monetária, as decisões do COPOM passaram
variação, que é uma tolerância da volatilidade da meta, para cima ou
para baixo. a ter como objetivo cumprir as metas para a inflação definidas pelo
Conselho Monetário Nacional. Se as metas não forem atingidas, cabe
No Brasil, as metas são representadas por variações anuais de ao presidente do Banco Central divulgar, em carta aberta ao Ministro da
índices de preços. Atualmente o índice de referência é o IPCA. Sendo Fazenda, os motivos do descumprimento, bem como as providências e
assim, uma variável fundamental da meta de inflação reside no prazo para o retorno da taxa de inflação aos limites estabelecidos.
comportamento dos preços. Considera-se que a meta foi cumprida
quando a variação acumulada da inflação – medida pelo IPCA, relativa Formalmente, os objetivos do COPOM são implementar a política
ao ano situar-se na faixa do seu respectivo intervalo de tolerância. monetária, definir a meta da taxa SELIC e seu eventual viés, analisar o
O Banco Central do Brasil divulga, até o último dia de cada trimestre, o Relatório de Inflação.
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DE ECONOMIA E FINANÇAS

A taxa de juros fixada na reunião do COPOM é a meta para a taxa SELIC, o consumo e os preços, vem sendo efetuado desde então pelo Banco
a qual vigora por todo o período entre reuniões ordinárias do Comitê. Se Central do Brasil, que aquece ou desaquece a economia, através da taxa
for o caso, o COPOM também pode definir o viés, que é a prerrogativa básica de juros, chamada Taxa Selic.
dada ao presidente do Banco Central para alterar, na direção do viés,
a meta para a taxa SELIC a qualquer momento entre as reuniões A taxa de juros Selic é aumentada para que não ocorram remarcações
ordinárias. Dessa forma, o viés pode ser alto, baixo ou neutro. de preços. Sempre que os valores sobem acima do estabelecido, o BC
utiliza a taxa de juro para diminuir o dinheiro em circulação, conter a
Desde 2000, as reuniões ordinárias do COPOM eram mensais, a partir expansão do crédito e, assim, evitar que a espiral inflacionária dispare.
de 2006 estas foram reduzidas para oito ao ano (ocorrem a cada 45 Com menos pessoas e empresas consumindo bens e serviços, os preços
dias). A decisão final - a meta para a taxa SELIC e o viés, se houver - tendem a cair.
são imediatamente divulgados à imprensa ao mesmo tempo em que é
expedido comunicado por meio do Sistema de Informações do Banco Em uma política monetária RESTRITIVA, sempre que a taxa de juros
Central (SISBACEN). Selic sobe, os juros sobre a dívida pública crescem. Em nosso País, metade
da dívida é atrelada aos juros. Toda vez que o Copom eleva os juros para
combater a inflação, essa metade da dívida aumenta. Como países com
Relação entre Juros e Atividade Econômica dívida alta em relação ao PIB precisam de juros mais altos, cria-se um
círculo vicioso do qual só se sai com cortes profundos de gastos.
Desde a introdução do Real em 1994 o Brasil conseguiu efetivamente
controlar sua inflação. No mês de implantação do Plano Real, em Em uma política monetária EXPANSIVA, quando há redução da taxa
Junho de 1994, a taxa de inflação foi de 46% a.m., e de janeiro a julho de juros Selic a economia fica estimulada e há crescimento. O efeito é
de 1994, a inflação acumulada no ano estava em 815,60% a.a.. Com a exatamente o inverso daquele obtido pelo aumento da taxa de juros: o
implantação do Plano real, no mês de julho/1994 a inflação caiu para sistema de crédito cresce, o volume de dinheiro em circulação aumenta
6,08% a.m. e as pessoas consomem mais. A facilidade em obter financiamentos
pode, por exemplo, fazer com que as pequenas empresas cresçam,
Mas para manter esta inflação controlada, um rigoroso controle sobre novos negócios surjam e os empregos se multipliquem.

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PRINCÍPIOS BÁSICOS
DE ECONOMIA E FINANÇAS

Em resumo, um aumento da taxa de juros traz uma política monetária restritiva, pois ela restringe a circulação do dinheiro que foi utilizado para a
compra aos títulos públicos federais.

Já a queda na taxa de juros provoca uma relação inversa: os investidores tendem a vender os títulos do governo e haverá mais recursos no mercado
e a atividade econômica tenderá a crescer. Assim sendo temos uma política monetária expansiva.

Taxa de juros sobe = Atividade econômica cai = Política Monetária Restritiva

Taxa de juros cai = Atividade econômica sobe = Política Monetária Expansiva

3.1.3 Política Fiscal: necessidade de financiamento do Setor Público, implicações sobre a Dívida Pública.

Política Fiscal é o nome dado às ações do governo destinadas a ajustar seus níveis de gastos, assim monitorando e influenciando a economia de um
país. Nos diversos manuais de Economia, a política fiscal está intimamente ligada à política monetária, podendo-se afirmar, em termos bastante
simplistas, que as duas políticas econômicas são como irmãs, pois ambas buscam influenciar um aspecto da economia: a política monetária irá
modificar o comportamento da moeda, e a política fiscal irá operar frente aos gastos estatais. Todo o governo invariavelmente irá utilizar as duas
políticas sob várias combinações e graduações, num esforço para orientar as metas econômicas de um país.

Uma das formas do governo federal aumentar ou antecipar a sua arrecadação é através da emissão dos títulos públicos. Toda emissão de títulos
acompanha o pagamento de uma determinada taxa de juros atrativa ao mercado, o que encarece (eleva) a dívida pública.

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PRINCÍPIOS BÁSICOS
DE ECONOMIA E FINANÇAS

Quadro da Dívida Pública

Interna Denominada em moeda interna (de livre curso)


Origem
Externa Denominada em moeda estrangeira
Origina-se a partir da elaboração de um contrato, o qual define as características da
Contratual
dívida
Tipo
Origina-se a partir da emissão de um título, cujas características estão definidas em
Mobiliária
legislação específica
Oferta Pública Emitida por meio de processo competitivo de formação de taxas (leilão)
Forma de emissão
Emissão direta Emitida para atender o contrato específico ou determinação legal
Negociável Sem restrições para ser negociada em mercado
Negociação
Inegociável É impedida, por questões legais, de ser negociada em mercado
Fonte: BM&FBovespa, dicionário de finanças

Já o déficit ou superávit público é resultante reduzir a produção e o número de empregados Já a política fiscal restritiva é empregada
da diferença entre receitas e gastos públicos. com consequente aumento de desemprego. As quando a demanda agregada supera a
medidas cabíveis seriam: capacidade produtiva, onde há diminuição
considerável dos estoques e os preços sobem
Quando realiza uma política fiscal expansiva, as medidas a serem usadas seriam:
• Aumento de gastos públicos;
normalmente há insuficiência de demanda • Diminuição dos gastos públicos;
agregada em relação à produção de pleno- • Diminuição da carga tributária; • Elevação da carga tributária;
emprego acarretando um hiato deflacionário • Estímulo às exportações; • Elevação das importações, reduzindo tarifas
onde estoques elevados levariam empresas a • Tarifas e barreiras às importações. e barreiras.
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PRINCÍPIOS BÁSICOS
DE ECONOMIA E FINANÇAS

3.1.4 Política Cambial: cupom cambial, reservas internacionais, regimes de taxa de Câmbio. Relações e conceitos

Política Cambial é o conjunto de ações governamentais diretamente relacionadas ao comportamento do mercado de câmbio, inclusive no que se
refere à estabilidade relativa das taxas de câmbio e do equilíbrio no balanço de pagamentos.

O Banco Central executa a política cambial definida pelo Conselho Monetário Nacional. Para tanto, regulamenta o mercado de câmbio e autoriza as
instituições que nele operam. Também compete ao Banco Central fiscalizar o referido mercado, podendo punir dirigentes e instituições mediante
multas, suspensões e outras sanções previstas em lei. Além disso, o Banco Central pode atuar diretamente no mercado, comprando e vendendo
moeda estrangeira de forma ocasional e limitada, com o objetivo de conter movimentos desordenados da taxa de câmbio.

Regimes de Taxa de Câmbio (fixo e flutuante). Relações e conceitos.

Taxa de Câmbio Fixa estrangeira, da demanda de estrangeiros pela moeda nacional e,


O regime de Câmbio fixo ocorre quando o BACEN define um preço para a moeda. principalmente, da percepção dos investidores estrangeiros e dos
especuladores quanto à situação econômica e política do país.
Taxa de Câmbio Flutuante
A taxa de câmbio flutuante é a taxa vigente na maioria dos países do Em um regime de câmbio flutuante, instabilidades políticas e econômicas
mundo (majoritariamente em sua versão de flutuação administrada ou
são imediatamente transferidas para a taxa de câmbio, intensificando
“flutuação suja”).
ainda mais os desarranjos da economia.
Nesse regime cambial, o Banco Central estipula apenas a política
monetária, ou seja, ele controla a taxa básica de juros e a base monetária. De acordo com a oferta (agentes econômicos com disponibilidade de
O Banco Central não possui nenhuma política cambial explícita. moeda estrangeira) e demanda (agentes que necessitam de moedas
estrangeiras para efetuarem pagamentos no exterior) de divisas, ocorrem
A taxa de câmbio varia diariamente ao sabor da oferta de moeda as seguintes relações:
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PRINCÍPIOS BÁSICOS
DE ECONOMIA E FINANÇAS

QUANTIDADE DE DIVISAS Possíveis consequências geradas numa economia em função da


TENDÊNCIA
(MOEDA ESTRANGEIRA) desvalorização cambial:
Excesso de demanda Desvalorização da taxa de câmbio
• o produto nacional torna-se mais competitivo no exterior;
Abaixo da demanda (queda na
Valorização da taxa de câmbio • as exportações são mais estimuladas;
procura por moeda estrangeira)
• as importações ficam mais caras;
Estabilidade no nível de oferta • os investimentos do exterior ficam mais caros;
Equilíbrio de taxa de câmbio
e procura por moedas • a dívida externa torna-se mais difícil de ser paga.

Cupom Cambial Reservas internacionais


Em poucas palavras, o cupom cambial pode ser definida como a taxa de Para os não economistas é importante destacar um dos conceitos
juros em dólares no Brasil, sendo calculado com a diferença entre a taxa para reservas internacionais: total de moedas estrangeiras mantido
básica de juros interna (Selic) e a desvalorização da taxa de câmbio, ou pelo Banco Central e disponível para uso imediato. As reservas
internacionais têm origem nos superávits do balanço de pagamentos,
seja, do real frente ao dólar.
assim sempre que há uma entrada de moeda estrangeira, o Banco
Central do Brasil realiza o câmbio, ficando com a moeda estrangeira e
Por exemplo, para uma taxa básica de juros projetada de 16% ao ano e pagando os exportadores em reais, assim sempre que há mais entradas
uma variação cambial de 7% ao ano, o cupom cambial é de 9%, refletindo de moedas estrangeiras que saídas, o Banco Central aumenta as suas
exatamente o diferencial entre a taxa de juros efetiva e a variação reservas. Do outro lado, quando o país realiza saída de divisas, usam-se
cambial. as reservas internacionais.

3.1.5 Contas Externas: Balança Comercial, Transações Correntes, Conta de Capital: Conceitos.

Todas as transações internacionais feitas em um país são registradas no chamado Balanço de Pagamentos, inclusive operações realizadas entre
residentes e não residentes.

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PRINCÍPIOS BÁSICOS
DE ECONOMIA E FINANÇAS

O Balanço de Pagamentos tem a seguinte estrutura:

A) BALANÇA COMERCIAL
• Exportações
Balança de
Comercial = Exportação - Importação
• Importações
B) BALANÇA DE SERVIÇOS OU CONTA DE SERVIÇOS
Conta de
• Viagens Internacionais
• Transportes (fretes)
Conta
Corrente = Balança
Comercial + Serviços + Transferências
unilaterais
e Rendas
• Seguros
• Renda de capital: Lucro, dividendos e juros da
dívida externa Balança de
Pagamentos = Conta
Corrente + Contas de
Capitais
• Serviços Governamentais
Transações • Serviços Diversos
correntes
C) TRANSFERÊNCIAS UNILATERAIS A seguir, alguns conceitos importantes sobre o assunto:
D) SALDO EM TRANSAÇÕES CORRENTES (A+B+C)
E) CONTA DE CAPITAIS • Balança Comercial: conta destinada ao registro da diferença do
• Investimentos diretos saldo das exportações e importações.
• Reinvestimentos • Transações correntes ou Saldo em Conta-Corrente: compreende
o somatório da Balança Comercial, de serviços e transferências
• Empréstimos e Financiamentos
unilaterais.
• Amortizações • Conta de Capital ou Movimento de Capitais: registra as
• Outros movimentações que entram no país por meio de investimentos,
F) ERROS E OMISSÕES empréstimos e financiamentos, amortizações, repatriação de
G) SALDO DO BALANÇO DE PAGAMENTOS (D+E+F) movimentos.

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PRINCÍPIOS BÁSICOS
DE ECONOMIA E FINANÇAS

3.2 CONCEITOS BÁSICOS DE FINANÇAS

3.2.1 Taxa de Juros Nominal e Taxa de Juros Real: relação entre elas e conceito de indexador

A taxa nominal representa o rendimento percentual de um investimento sem excluir os efeitos corrosivos da inflação.

A taxa real representa o rendimento percentual de um investimento descontando a inflação do período.

Indexador é um termo usado para se referir ao índice utilizado para atualização monetária de um determinado valor. Dentre os indexadores
mais usados no país estão os índices de inflação, como o IGP-M e o IPCA, atrelados à taxa de juros como a taxa CDI ou atrelados à bolsa: IBrX
e IBOVESPA.

3.2.2 Capitalização Simples versus Capitalização Composta: conceito, Desconto, Equivalência e Proporcionalidade

Taxa de Juros Equivalente versus Taxa de Juros Proporcional sobre o valor inicial, não ocorrendo qualquer alteração da base de cálculo
durante o período de cálculo dos juros.
Para entendermos as taxas de Juros Equivalente e Proporcional,
precisamos conhecer os conceitos de Capitalização simples e No regime de juros simples, os juros de cada período são sempre
Capitalização composta. calculados em função do capital inicial (principal) aplicado. Os juros
do período não são somados ao capital para o cálculo de novos
juros nos períodos seguintes. Os juros não são capitalizados e,
Capitalização Simples consequentemente, não rendem juros. Assim, apenas o principal é que
No regime de capitalização simples, os juros são calculados sempre rende juros.
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PRINCÍPIOS BÁSICOS
DE ECONOMIA E FINANÇAS

Quando falamos de Capitalização Simples estamos falando de Taxa Diferenças entre a Capitalização Simples e Capitalização Composta
Proporcional, no sentido de que o valor dos juros é proporcional
apenas ao tempo (a proporcionalidade linear é uma característica da
capitalização simples). Assim, as taxas proporcionais de: Qual dos regimes de capitalização é mais vantajoso:
• 5% ao mês, para 10 meses corresponde a 50%; capitalização simples ou capitalização composta?
• 18% ao ano, para 3 meses corresponde a 6%, e assim
sucessivamente. A resposta é: depende.

Capitalização Composta
No regime de capitalização composta, os juros produzidos num Precisamos responder as seguintes perguntas:
período serão acrescidos ao valor aplicado e no próximo período
também produzirão juros, formando o chamado “juros sobre juros”. A 1. Você é o tomador ou o doador dos recursos?
capitalização composta caracteriza-se por uma função exponencial, 2. Qual o prazo da operação? E a taxa de juros está expressa em que
período?
O regime de juros compostos é o mais comum no sistema financeiro e,
portanto, o mais útil para cálculos de problemas do dia-a-dia. Os juros Se você é o tomador dos recursos certamente vai querer pagar menos
gerados a cada período são incorporados ao principal para o cálculo dos juros. Se estiver emprestando, vai querer receber mais juros. O prazo
juros do período seguinte. Matematicamente, o cálculo a juros compostos é da operação e o período de capitalização da taxa são muito importantes
conhecido por cálculo exponencial de juros. para determinar qual regime gera mais juros. Veja o exemplo abaixo:

Quando falamos de Juros Compostos estamos falando de Taxas


Equivalentes, ditas assim quando produzem o mesmo montante no Um cliente solicita um empréstimo de R$ 10.000,00 para pagar
final de determinado tempo, pela aplicação de um capital inicial de daqui a um mês à taxa de juros de 60% ao ano. Qual o valor a
mesmo valor. Assim, as taxas equivalentes de: ser pago pelo cliente utilizando-se o regime de capitalização
• 3,5% ao mês, para 12 meses corresponde a 51,11%; simples? E se for utilizado o regime de capitalização composta?
• 12% ao ano, para 3 meses corresponde a 2,87%.
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Capitalização Simples Capitalização Composta


Se a taxa anual é 60%, a taxa mensal é 5% (60% dividido por 12 meses). Aplicando-se a fórmula apresentada acima, temos:

FV = PV x (1 + i x n) FV = PV x (1 + i)n
FV = 10.000,00 x (1 + 0,05 x 1) FV = 10.000,00 x (1 + 0,60)1/12
FV = R$ 10.500,00 FV = R$ 10.339,44

Logo, o valor a ser pago pelo cliente será R$ 10.500,00. O cliente pagará R$ 10.399,44 se for utilizado o regime de capitalização
composta

No exemplo acima, perceba que, ao contrário do que normalmente se pensa, o regime de capitalização composta
gerou juros inferiores aos gerados pelo regime de capitalização simples.

RESUMINDO TAXA DE JUROS

PRAZO DA OPERAÇÃO
TOMADOR/ MELHOR Representa o rendimento percentual de um
DOADOR REGIME NOMINAL investimento sem excluir os efeitos corrosivos
Menor que a capitalização da taxa Tomador Composto da inflação
(taxa ao ano e prazo inferior a um Representa o rendimento percentual de um
ano) Doador Simples REAL
investimento descontando a inflação do período
Igual ao da capitalização da taxa Tomador ou Indiferente,
(taxa ao ano e prazo de um ano) Doador são iguais PROPORCIONAL Sinônimo de juros simples ou linear.
Maior que a capitalização da taxa Tomador Simples
(taxa ao ano e prazo superior EQUIVALENTE Sinônimo de juros compostos.
a um ano) Doador Composto

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3.2.3 Fluxo de Pagamentos: Relações e Conceitos


3.2.3.1 Valor presente, valor futuro e taxa de desconto

Valor presente
O dinheiro ao longo do tempo valoriza, portanto o valor presente é o valor do dinheiro hoje. Um exemplo, se você
FÓRMULA: PV = FV
faz um empréstimo de R$ 20.000,00 a uma taxa anual de 12%, um ano depois o valor que era de R$ 20.000,00
(1 + i)n
se torna R$ 22.400,00. Então no momento que se realiza o empréstimo o valor de R$ 22.400,00 é o valor futuro
e o valor de R$ 20.000,00 é o valor presente.
Valor futuro
É o valor atual acrescentado dos juros acumulados durante um determinado período, descontados os FÓRMULA: FV = PV . (1 + i)n
pagamentos, se existirem.
Taxa de desconto
A taxa de desconto também é, às vezes, chamada de um pagamento de R$ 55 em um ano e a taxa de FÓRMULA: D = FV x d / 30 x n
de taxa de juros, mas funciona no sentido inverso desconto é de 10%, o valor presente do pagamento
da operação que costumamos realizar com taxas de é de R$ 50.
juros. Taxas de juros são usados ​​para determinar o D Valor monetário do desconto
valor, em alguma data futura, de um investimento Taxa de desconto: incide sobre o valor futuro FV Valor do título no seu vencimento
feito no presente. Por exemplo, $50 investidos agora do título. d taxa de desconto (será dividida
em uma taxa de juros anual de 10% será $55 em um por 30, se ela for apresentada
ano: R$ 50 + (R$ 50 * 10%) = R$ 50 + R$ 5 = R$ 55. Taxa de juro: incide sobre o valor presente. ao mês)
n prazo em número de dias
Taxas de desconto são usadas ​​para determinar o O Desconto é classificado em simples e composto. decorridos entre a data da
valor hoje do dinheiro pago ou recebido em algum O Desconto Simples, também é conhecido como operação e o vencimento do
momento futuro. Por exemplo, se temos a promessa Desconto Bancário ou Desconto Comercial. título.

Obs.: Nesta fórmula a taxa (d), tem que ser apresentada na forma decimal, bastando dividir a taxa expressa por 100.
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3.2.3.2 Fluxo de caixa: CUPOM, Amortizações 3.2.3.5 Taxa Interna de Retorno (TIR)

Um fluxo de caixa pode se apresentar de várias maneiras, como por Consiste em uma taxa que ao descontar um fluxo de caixa o torna nulo,
exemplo: ou seja, igual a zero.

• Pagar principal e juros por período; Quando trazemos a valor presente todos os valores de um fluxo de
• Pagar somente juros nos períodos e o principal ao final; caixa e deduzimos o resultado encontrado do valor inicial, o valor
• Pagar somente os juros somados ao principal no vencimento. encontrado deverá ser igual a zero. A taxa aplicada nesta operação é
denominada de TIR – Taxa Interna de Retorno.
Quando no fluxo de caixa ocorre pagamento de juros intermediários e
o principal mais a última parcela dos juros é paga ao final, diz-se que o
fluxo paga cupom, que corresponde aos juros pagos. 40 55 60 80

3.2.3.3 Zero CUPOM


-40
Os fluxos que não pagam cupons intermediários são conhecidos como
ZERO CUPOM (ou carecas). Títulos zero cupom são negociados com
deságio e o prazo médio é igual ao prazo de maturidade ou vencimento. TIR = 71,25
A TIR de 71,25% é a taxa que iguala os valores do fluxo de caixa a valor
presente, ou seja, trazendo a valor presente cada valor indicado no
3.2.3.4 Prazo Médio de Vencimento - Maturity fluxo, teremos resultados que somados resultam em 40,00.

Maturity ou maturidade é o vencimento de um título. Logo, tal resultado subtraído do valor inicial de - 40,00 totalizam ZERO.

ATENÇÃO: Não se preocupe, não cairão cálculos em sua prova, somente conceitos.
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3.2.4 Custo de oportunidade: Conceito

O custo de oportunidade é um termo usado em economia para indicar o custo de algo em termos de uma oportunidade renunciada, ou seja, o
custo, até mesmo social, causado pela renúncia do ente econômico, bem como os benefícios que poderiam ser obtidos a partir desta oportunidade
renunciada ou, ainda, a mais alta renda gerada em alguma aplicação alternativa.

Em outras palavras: O custo de oportunidade representa o valor associado a melhor alternativa não escolhida. Ao se tomar determinada escolha,
deixa-se de lado as demais possibilidades, pois são excludentes, (escolher uma é recusar outras).

Exemplo: Quando um investidor em fundo de renda fixa de curto prazo remunerado pelo CDI abre mão dessa remuneração para aplicar seu capital em
alternativa de investimentos, como um fundo Multimercado, neste caso, o custo de oportunidade é o CDI.

3.2.5 Taxa Livre de Risco

O conceito de Taxa Livre de Risco está ligado a uma remuneração com retorno livre de risco de Liquidez e Crédito. São exemplos teóricos de taxas livres de
risco as taxas SELIC e CDI-CETIP.

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3.2.6 Custo Médio Ponderado de Capital


3.2.6.1 Conceito

O custo do capital pode ser representado pela taxa de juros que as empresas usam para calcular, descontando ou compondo, o valor do dinheiro
no tempo. É calculado considerando-se os custos dos recursos de todas as fontes, postos à disposição da empresa, e levando-se em conta a
participação percentual de cada fonte (capital próprio e de terceiros).

Assim, considerando-se os recursos empregados na entidade, sob a forma de investimento dos proprietários, recursos captados no mercado
financeiro sob a forma de investimento em títulos emitidos pela empresa (ver ações, debentures) ou obtidos sob a forma de empréstimos, calcula-
se o custo médio de obtenção do capital necessário às operações da entidade através da média do percentual de cada fonte desses recursos.

O custo do capital tem efeito sobre as operações da empresa e, subseqüentemente, afeta a sua lucratividade. Os proprietários ou terceiros, ao
investir ou aplicar recursos em uma determinada empresa, exigem um retorno mínimo a título de remuneração do seu capital.

3.2.6.2 Alavancagem Financeira, custos de captações (dívidas e/ou capital)

Alavancagem Financeira: A alavancagem financeira é o nível de endividamento utilizado para a maximização do retorno do capital investido.
Diz-se que uma empresa tem muita alavancagem financeira quando recorre a muito endividamento externo para financiar os seus ativos. O
endividamento é o principal indicador de alavancagem financeira.

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DE ECONOMIA E FINANÇAS

3.2.7 Retorno histórico e Retorno esperado

Retorno histórico: retorno apresentado pelo investimento no passado, ou seja, quanto foi o retorno que determinado ativo obteve durante um
período específico. Também conhecido como retorno observado.

Retorno esperado: Expectativa que o investidor tem para o futuro.

Porém, cabe ressaltar que o retorno (rentabilidade) observado no passado não é garantia de rentabilidade futura e o investidor deve estar ciente de
que são as condições de mercado que determinarão a rentabilidade de seu investimento.

Retorno esperado (Futuro, Expectativa) • Retorno Histórico (Passado, Retorno Observado)

Normalmente o retorno esperado relaciona-se com um ganho absoluto ou atrelado a um benchmark (índices de inflação, CDI etc).

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TREINAMENTO
MÓD. 04 ANBIMA CPA - 20
CERTIFICAÇÃO MÓDULO IV

EM PRODUTOS DE
INSTRUMENTOS
DE RENDA

INVESTIMENTOS
VARIÁVEL, RENDA
FIXA E DERIVATIVOS

SÉRIE 20 17% A 25% DO EXAME


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ÍNDICE
4. INSTRUMENTOS DE RENDA VARIÁVEL, RENDA FIXA E DERIVATIVOS.................................................................................................................................... 7
4.1 Instrumentos de Renda Variável........................................................................................................................................................................... 7
4.1.1 Definição............................................................................................................................................................................................................................................. 7
4.1.2 Ações Ordinárias, Preferenciais, Bônus de Subscrição e Certificados................................................................................................................................ 7
4.1.3 AGO (Assembleia Geral Ordinária) e AGE (Assembleia Geral Extraordinária).................................................................................................................12
4.1.4 Direitos dos Acionistas.................................................................................................................................................................................................................12
4.1.4.1 Voto, Participação nos Lucros, Participação no Acervo em Caso de Liquidação…...............................................................................................12
4.1.4.2 Remuneração do Acionista.................................................................................................................................................................................................13
4.1.4.2.1 Dividendos: Origens, Obrigatoriedade, Política de Pagamento........................................................................................................................ 13
4.1.4.2.2 Juros sobre Capital Próprio - Critérios para Distribuição e Aspectos Tributários........................................................................................ 14
4.1.4.2.3 Bonificação..................................................................................................................................................................................................................... 15
4.1.4.2.4 Subscrição......................................................................................................................................................................................................................15
4.1.4.3 Direito de Representação. Eventos Societários:...........................................................................................................................................................15
4.1.4.3.1 Acionista Controlador: conceito, implicações de acordo de acionistas........................................................................................................... 15
4.1.4.3.2 Acionista Minoritário.................................................................................................................................................................................................... 15
4.1.4.3.2.1 Tag Along (Extensão do prêmio de controle)................................................................................................................................................ 16
4.1.4.3.3 Fontes de Informação.................................................................................................................................................................................................. 16
4.1.5.3 Impactos para as empresas emissoras e seus acionistas.......................................................................................................................................... 16
4.1.5.4 Diluição em Ofertas Primárias...........................................................................................................................................................................................16
4.1.6 Precificação: aspectos relevantes..............................................................................................................................................................................................17
4.1.6.1 Determinação de Preço........................................................................................................................................................................................................17
4.1.6.2 Distinções entre Análise Técnica (ou Grafista) e Análise Fundamentalista............................................................................................................ 21
4.1.7. Impactos sobre os preços e quantidades das ações do investidor..................................................................................................................................22
4.1.8 Conceitos Gerais de Práticas de Boa Governança Corporativa..........................................................................................................................................22

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ÍNDICE
4.1.8.1 Cartilha da CVM, Instituto Brasileiro de Governança Corporativa e BM&FBovespa............................................................................................22
4.1.8.2 Os Segmentos de Listagem Nível I, Nível II e Novo Mercado..................................................................................................................................... 23
4.1.9 Tributação......................................................................................................................................................................................................................................... 24
4.1.9.1 Compensação de perdas......................................................................................................................................................................................................25
4.2 Instrumentos de Renda Fixa...............................................................................................................................................................................27
4.2.1 Definição...........................................................................................................................................................................................................................................27
4.2.2 Principais Conceitos e Características de Instrumentos de Renda Fixa:.........................................................................................................................27
4.2.2.1 Data de Emissão, Valor Nominal Atualizado e Juros “Acruados”............................................................................................................................... 27
4.2.2.2 Formas de Remuneração – Pré e Pós-Fixada – Principais Indexadores................................................................................................................ 27
4.2.2.3 Formas de Amortização e Pagamento de Juros:...........................................................................................................................................................28
4.2.2.3.1 Composição de Cupom de Taxa Real e Indexadores (IGP-M; Câmbio)............................................................................................................ 28
4.2.2.4 Resgate Antecipado, Vencimento Antecipado…............................................................................................................................................................28
4.2.3 Principais Instrumentos...............................................................................................................................................................................................................30
4.2.3.1 Títulos Públicos...................................................................................................................................................................................................................... 30
4.2.3.1.1 Características............................................................................................................................................................................................................... 31
4.2.3.1.2 Negociação de Títulos Públicos.................................................................................................................................................................................33
4.2.3.1.3 Tesouro Direto.............................................................................................................................................................................................................. 34
4.2.3.2 Títulos Privados Bancários................................................................................................................................................................................................. 36
4.2.3.2.1 Certificado de Depósito Bancário – CDB e Letras Financeiras – LF................................................................................................................ 36
4.2.3.3 Títulos Corporativos.............................................................................................................................................................................................................. 37
4.2.3.3.1 Debêntures: Conceito e Características..................................................................................................................................................................37
4.2.3.3.1.1 Escritura................................................................................................................................................................................................................. 39
4.2.3.3.1.2. Registros............................................................................................................................................................................................................... 39
4.2.3.3.1.3. Características da emissão e dos títulos...................................................................................................................................................... 39
4.2.3.3.1.4. Cláusulas de resgate e vencimento antecipado e covenants:................................................................................................................. 40
4.2.3.3.1.5. Repactuação como renegociação de qualquer das características da dívida...................................................................................... 40
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ÍNDICE
4.2.3.3.1.6. Hierarquia das espécies de debêntures de acordo com garantias......................................................................................................... 40
4.2.3.3.1.7. Assembleia de debenturistas......................................................................................................................................................................... 40
4.2.3.3.1.8. Deveres do agente fiduciário........................................................................................................................................................................... 40
4.2.3.3.2. Notas Promissórias..................................................................................................................................................................................................... 41
4.2.3.3.2.1 Características...................................................................................................................................................................................................... 41
4.2.3.4 Títulos do Segmento Agrícola............................................................................................................................................................................................41
4.2.3.5 Títulos do segmento Imobiliário........................................................................................................................................................................................43
4.2.3.6 Operações Compromissadas.............................................................................................................................................................................................. 45
4.2.3.7 Caderneta de Poupança.......................................................................................................................................................................................................45
4.2.4 Tributação.........................................................................................................................................................................................................................................46
4.2.5 FGC – Fundo Garantidor de Crédito...........................................................................................................................................................................................51
4.3 Derivativos...........................................................................................................................................................................................................53
4.3.1 Termo, Futuros, Swaps e Opções: Características Formais dos Derivativos.................................................................................................................. 53
4.3.2 Tipos de opções e representação gráfica.................................................................................................................................................................................57
4.3.3 Efeito no prêmio das opções.......................................................................................................................................................................................................65
4.3.4. Estratégias de proteção, alavancagem e posicionamento.................................................................................................................................................66
4.3.5 Contratos futuros de balcão sem entrega física (NDF – non deliverable forward).......................................................................................................66
4.3.6 Tributação......................................................................................................................................................................................................................................... 67
4.3.6.1 Compensação de perdas no pagamento de IR..............................................................................................................................................................68
4.4 Certificado de Operações Estruturadas – COE...................................................................................................................................................69
4.4.1 Definição e finalidade....................................................................................................................................................................................................................69
4.4.2 Modalidades: valor nominal protegido e valor nominal em risco. Conceito.................................................................................................................... 69
4.4.3 Distribuição via oferta pública....................................................................................................................................................................................................70
4.4.4 Tributação......................................................................................................................................................................................................................................... 72
4.5 Negociação, Liquidação e Custódia.....................................................................................................................................................................73
4.5.1 Sistema Especial de Liquidação e de Custódia.......................................................................................................................................................................73
5
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ÍNDICE
4.5.2 Câmara de liquidação, compensação e custódia da B3 S/A................................................................................................................................................73
4.5.3 Sistema de Pagamento Brasileiro - SPB..................................................................................................................................................................................74
4.6 Ofertas Públicas de Valores Mobiliários.............................................................................................................................................................75
4.6.1 Principais Instituições: Funções e Principais Características.............................................................................................................................................75
4.6.1.1 Banco Coordenador............................................................................................................................................................................................................... 75
4.6.1.1.1 Regime de distribuição................................................................................................................................................................................................ 76
4.6.1.2 Agência de Rating..................................................................................................................................................................................................................76
4.6.1.3 Agente Fiduciário ou Agente de Notas............................................................................................................................................................................76
4.6.1.4 Banco Escriturador e Mandatário.....................................................................................................................................................................................76
4.6.1.5 Banco Liquidante................................................................................................................................................................................................................... 77
4.6.1.6 Depositário.............................................................................................................................................................................................................................. 77
4.6.1.7 Custodiante............................................................................................................................................................................................................................. 77
4.6.1.8 Formador de mercado (market maker) e mecanismo de estabilização de preços............................................................................................... 77
4.6.1.9 Companhia Securitizadora.................................................................................................................................................................................................. 78
4.6.2 Aspectos legais e normativo (AE).............................................................................................................................................................................................. 78
4.6.3 Aspectos Operacionais.................................................................................................................................................................................................................78
4.6.3.1 Procedimento de Precificação para Venda:....................................................................................................................................................................78
4.6.3.2 Risco de Rateio/Não Concretização.................................................................................................................................................................................79
4.6.3.3 Instrução CVM 476 (art. 1º, art. 2º, art. 3º e art. 13º) (AE)..........................................................................................................................................79
4.6.3.4 Ofertas públicas de aquisição de ações...........................................................................................................................................................................80
4.7 Código Anbima de Regulação e Melhores Práticas para Ofertas Públicas de Distribuição e Aquisição de Valores Mobiliários.....................82
4.7.1 Propósito e Abrangência (Cap. I).................................................................................................................................................................................................82
4.7.2 Princípios gerais (Cap. III).............................................................................................................................................................................................................82
4.7.3 Documentos da Oferta (Cap. VI).................................................................................................................................................................................................83

6
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INSTRUMENTOS DE RENDA VARIÁVEL,


RENDA FIXA E DERIVATIVOS

4.1 INSTRUMENTOS DE RENDA VARIÁVEL


4.1.1 Definição

A principal característica dos títulos de renda variável é a impossibilidade de predeterminar a rentabilidade do investimento. Como o próprio nome
já define os títulos de renda variável são voláteis e podem apresentar grandes rentabilidades em pequenos prazos ou prejuízos, ou seja, ter uma
redução do seu valor. Os principais títulos de renda variável são as ações.

4.1.2 Ações Ordinárias, Preferenciais, Bônus de Subscrição e Certificados ou Recibos de Depósito de Valores Mobiliários (ADRs e BDRs).
Conceitos.

Uma ação representa uma fração de capital de uma sociedade anônima. comum, dentre os quais se destacam o direito de receber dividendos
O proprietário da ação de uma empresa torna-se seu acionista, ou seja, e o direito de voto em assembleia, na proporção de um voto por
é um dos proprietários, portanto tem direito a participação nos lucros ação. Portanto, os acionistas que detêm ações ordinárias são aqueles
proporcionalmente à quantidade de ações que possuir. que podem decidir os rumos da empresa, já que a assembleia-geral
Ações Ordinárias (ON) tem poderes para decidir todos os negócios relativos ao objeto da
companhia e tomar as resoluções que julgar convenientes à sua defesa
São aquelas que conferem ao acionista os direitos de um sócio e desenvolvimento.

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Ações Preferenciais (PN)

São aquelas que não permitem o direito de voto, porém atribuem ao Notas:
seu titular algumas vantagens: 1 As ações preferenciais adquirem o direito de voto, se a empresa
deixar de pagar os dividendos mínimos a que fizerem jus pelo
a) Prioridade de reembolso do capital no caso de dissolução da prazo de 3 anos (exercícios) consecutivos. Elas conservarão
sociedade; esse direito até que se restabeleça a distribuição de dividendos.
b) Prioridade no recebimento de dividendos (fixos ou mínimos). 2 O número de ações preferenciais sem direito a voto, não pode
ultrapassar 50% (cinquenta por cento) do total das ações
As ações preferenciais somente serão admitidas à negociação no emitidas.
mercado de valores mobiliários se a elas for atribuída pelo menos uma
das seguintes preferências ou vantagens:
• direito de participar do dividendo a ser distribuído, pelo menos,
25% do lucro líquido do exercício, sendo desse montante garantido Bônus de Subscrição
pelo menos 3% do patrimônio líquido da ação, cumulativamente com
o direito de participar dos lucros remanescentes em iguais condições Bônus de subscrição são títulos negociáveis emitidos por sociedades
com as ações ordinárias; por ações, que conferem aos seus titulares, nas condições constantes
• direito ao recebimento de dividendo, pelo menos 10% maior que o do certificado, o direito de subscrever ações do capital social da
atribuído às ações ordinárias; companhia, dentro do limite de capital autorizado no estatuto.
• direito de serem incluídas na oferta pública de alienação de controle, Os bônus de subscrição não se confundem com os direitos de
nas condições previstas, assegurado o dividendo pelo menos igual ao subscrição. Estes são os direitos que a Lei confere aos acionistas para
das ações ordinárias (tag along*). subscrever ações ou títulos conversíveis em ações em novas emissões.
Portanto, em uma nova emissão de ações, debêntures conversíveis em
(*) Tag Along é o direito de os acionistas não controladores (extensivo às ações ou mesmo bônus de subscrição, os acionistas têm a preferência
ações preferenciais) de uma companhia receberem uma oferta pública de de subscrever a emissão por um determinado período. Durante
aquisição de ações, de modo a assegurar o preço mínimo de 80% do valor esse período, esse direito pode ser negociado, mas, ao fim do prazo
pago pelas ações integrantes do bloco de controle (lei 10.303/2001). estipulado, o direito ou é exercido ou é extinto.

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American Depositary Receipt (ADR) Os programas de ADRs consideram três categorias:

Você já pode ter visto algo a respeito dos American Depositary Receipt
​ egociados no mercado de balcão, emitidos com base
N
alguma vez na sua vida. Esse termo está presente em muitos jornais e
em ações do eminente negociadas em seu mercado
noticiários econômicos, mas você sabe o que significa?
doméstico, e que foram depositadas no banco
NÍVEL I custodiante. Não paga taxas de underwriting nem
Para uma empresa brasileira, por exemplo, começar a ter seus ativos
provoca alterações no balanço da Cia. Não há oferta
negociados nas grandes bolsas de valores americanas, ela não pode
paralela dos títulos depositados nos EUA. A companhia
simplemente disponibilizar suas ações como faz na Bovespa.
não capta recursos.
É exatamente para isso que o sistema de ADR foi criado. Nos anos
20, os Recibos Depositários Americanos (tradução livre de American ​ ão negociadas em bolsa dos EUA. Não há oferta
S
Depositary Receipt) foram introduzidos no mercado com o objetivo de paralela dos títulos depositados nos EUA. A companhia
NÍVEL II
empresas estrangeiras conseguirem participar das grandes Bolsas dos não capta recursos. As demonstrações financeiras
Estados Unidos. devem estar de acordo com os US GAAP - EUA.

Os ADRs são comprados e vendidos nos mercados norte-americanos, Negociados em bolsa dos EUA ou na NASDAQ,
assim como os outros títulos regulares emitidos/financiados nos EUA, vinculados a uma oferta pública nos EUA das ações
por um banco ou corretora. A diferença é que eles são lastreados a depositadas. Emitidos com base em novas ações
empresas estrangeiras! NÍVEL III
emitidas pelo emitente, depositadas no banco
custodiante. Idêntico ao Nível II, mas permite a captação
As emissões de ADRs são classificadas em 3 níveis ou categorias, sendo de recursos.
que cada nível tem as suas exigências, observe o quadro a seguir: Prof.: Dr. Daltro Oliveira de Carvalho - Uni-Facef - 2008

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BDRs – Brazilian Depositary Receipts

Os BDRs (Brazilian Depositary Receipts) são certificados representativos de ações de empresas estrangeiras, negociados no Brasil.

Um programa de BDR é o instrumento ideal para empresas estrangeiras estabelecerem presença no mercado de capitais mais dinâmico da
América Latina. A listagem no Brasil aumenta a visibilidade da empresa e contribui para a pavimentação do caminho para futuras ofertas públicas,
aquisições e consolidação do crescimento empresarial.

A empresa estrangeira que decide acessar o Mercado Internacional, listando um programa de BDR, pode se beneficiar de:
• ampliação e diversificação de sua base de acionistas
• maior visibilidade entre investidores, consumidores e clientes internacionais
• aumento da liquidez total de sua ação ao atrair novos investidores
• maior cobertura de research fora de seu país de origem
• alternativa adicional para captação de recursos
• negociação de suas ações ao lado das ações de seus pares nos mercados internacionais
• paridade de preços com pares globais por meio da prestação de informações reconhecidas internacionalmente
• melhor valuation internacional ao se colocar junto a seus pares
• moeda de troca opcional para possíveis fusões e aquisições

Participam do programa de BDR’s:


• Instituição custodiante: instituição do país de origem dos valores mobiliários devidamente autorizada;
• Instituição depositária ou emissora: que emite, no Brasil, os certificados;
• Empresa patrocinadora: companhia aberta ou assemelhada, com sede no exterior, emissora dos valores mobiliários objeto dos certificados de
depósitos e que esteja sujeita à supervisão e fiscalização da entidade ou órgão similar à CVM.

Somente serão aceitos valores mobiliários de emissão de companhias com sede em países cujos órgãos reguladores tenham convênio com a CVM.
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Dos Programas: poderão ser instituídos programas de BDR’s


patrocinados ou não pela companhia aberta, ou assemelhada, emissora
Nota
dos valores mobiliários objeto dos certificados de depósitos, os quais
Caracteriza-se por BDR não patrocinado, o programa instituído
deverão ser previamente registrados na CVM.
por uma ou mais instituições depositárias ou emissoras de
certificados, sem um acordo com a companhia emissora dos
O programa de BDR patrocinado caracteriza-se por ser instituído
valores mobiliários objeto dos certificados de depósitos e com
por uma única instituição depositária ou emissora, contratada pela
negociação nos moldes do BDR Patrocinado Nível I.
companhia emissora dos valores mobiliários objeto dos certificados de
depósitos, podendo ser classificado nos seguintes níveis:

BDRS CARACTERÍSTICAS

- Negociação exclusiva no mercado de balcão não organizado;


​- Dispensa de exigência de outras informações da companhia emissora além das que está obrigada a divulgar em seu país de origem;
NÍVEL I
- Não há emissão de novas ações;
​- Dispensa registro na CVM.

- Negociação em mercado de balcão organizado ou em bolsa de valores;


NÍVEL II ​- Não há emissão de novas ações;
​- Dispensa de registro de companhia, na CVM.

- Distribuição pública no mercado - emissão de novas ações;


NÍVEL III ​- Negociação em mercado de balcão organizado ou em bolsa de valores;
​- Registro de companhia, na CVM.

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4.1.3 AGO (Assembleia Geral Ordinária) e AGE (Assembleia Geral Extraordinária). Conceitos e atribuições.

AGO - Assembleia Geral Ordinária


Realizada uma vez por ano nos quatro primeiros meses após o encerramento do exercício social e tem por objetivo o cumprimento das normas
legais, tais como:
• Tomar as contas dos administradores, examinar, discutir e votar as demonstrações financeiras;
• Deliberar sobre a destinação do lucro líquido do exercício e a distribuição de dividendos;
• Eleger os administradores e os membros do Conselho Fiscal, quando for o caso.

AGE - Assembleia Geral Extraordinária


Normalmente utilizada para exceções e pode ser convocada para discutir e deliberar sobre quaisquer outros assuntos de interesse social. Não tem
prazo estipulado para sua realização, nem objeto determinado.

4.1.4 Direitos dos Acionistas

4.1.4.1 Voto, Participação nos Lucros, Participação no Acervo em Caso de Liquidação, Fiscalização, Preferência de Subscrição e Retirada.
Conceitos.

Os acionistas têm alguns direitos essenciais os quais nem o Estatuto Social nem a Assembléia Geral podem retirar, independentemente da espécie
de ações que possuam.
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Resumo abaixo:

• votar, direito obtido por meio das ações ordinárias – cada ação igual a um voto;
• participar dos lucros sociais - dividendos, juros sobre capital próprio;
• participar no acervo da companhia em caso de liquidação, segundo a lei das S.A, em caso de liquidação e depois de pagos todos os credores,
deve-se fazer o rateio entre os acionistas à proporção que se forem apurando os haveres sociais;
• fiscalizar, na forma prevista na Lei das S.A. Os acionistas dispõem de mecanismos de fiscalização como demonstrações financeiras, assembléias
gerais, administradores eleitos e o conselho fiscal;
• ter preferência para a subscrição de ações, partes beneficiárias conversíveis em ações, debêntures conversíveis em ações e bônus de subscrição;
• retirar-se da sociedade nos casos previstos na Lei das S.A. Consiste no direito do acionista se retirar da empresa mediante o reembolso do valor
de suas ações, quando for dissidente de deliberação de assembléia que aprovar determinadas matérias definidas na legislação. É conferido a
qualquer acionista e pode ser exercido desde que ele, num prazo de 30 dias da publicação da ata de assembléia, for contra o que foi deliberado
sobre: criação ou alterações de ações preferenciais, redução de dividendo obrigatório, incorporação ou fusão da companhia, participação em
grupo de sociedades e mudança do objeto da companhia.

4.1.4.2 Remuneração do Acionista

4.1.4.2.1 Dividendos: Origens, Obrigatoriedade, Política de Pagamento.

Os dividendos e ganhos de capital compõem a remuneração de um investimento pela valorização das ações.

Dividendos são uma parcela do lucro apurado por uma sociedade anônima, distribuída aos acionistas por ocasião do encerramento do exercício
social, de acordo, no Brasil, com o § 2º do art. 202 da lei das sociedades anônimas.

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Pode-se então optar pelo reinvestimento automático do dividendo para a ser distribuído deverá ser dividido pelo número de ações emitidas
comprar mais ações. O dividendo só será distribuído após efetuados os pela empresa, de modo que ações de mesma natureza tenham a
devidos descontos em favor do Estado. No Brasil, a lei 6.404 obriga as mesma remuneração. Se o estatuto não definir o percentual do lucro
sociedades a distribuírem pelo menos 25% dos lucros. Os dividendos
a ser distribuído, a empresa deverá pagar a metade do lucro líquido do
podem ter periodicidade diversa: mensal, trimestral, semestral, anual,
exercício.
etc., desde que conste no estatuto da empresa o período determinado.
A Assembleia Geral Ordinária (AGO) é quem determina a parcela
a ser distribuída como dividendo, de acordo com os interesses da Ganho de Capital: é o resultado obtido na venda da ação, isto é, a
empresa, através da manifestação de seus acionistas. O montante diferença entre o preço da aquisição e o preço da alienação (venda).

4.1.4.2.2 Juros sobre Capital Próprio - Critérios para Distribuição e Aspectos Tributários

O pagamento da remuneração aos acionistas também pode ser feito de duas vezes os juros a serem pagos ou creditados.
na forma de Juros sobre o Capital Próprio - JCP, criado pela Lei 9.249 de Os JSCP pagos aos acionistas sofrem a incidência de imposto de renda
26/12/95. na fonte pela alíquota de 15%, e são imputados aos acionistas na conta
dos dividendos obrigatórios, pelo seu valor líquido.
É uma remuneração alternativa da empresa ao acionista, calculada
sobre as contas do patrimônio líquido e limitada ao valor da TJLP (Taxa Os valores pagos a títulos de juros sobre o capital próprio representam
de Juros de Longo Prazo). O efetivo pagamento ou crédito dos juros fica despesa financeira que podem ser deduzidos da base de cálculo do
condicionado à existência de lucros, computados antes da dedução dos lucro da companhia, diminuindo o valor do IR recolhido, daí o interesse
juros, ou de lucros acumulados, em montante igual ou superior ao valor pelo seu pagamento.
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ATENÇÃO: A REMUNERAÇÃO DO ACIONISTA É = DIVIDENDOS ou JSCP + GANHOS DE CAPITAL.

4.1.4.2.3 Bonificação 4.1.4.3 Direito de Representação. Eventos Societários:

É a distribuição gratuita de novas ações aos acionistas de uma 4.1.4.3.1 Acionista Controlador: conceito, implicações de acordo de
empresa. O recebimento é proporcional ao número de ações que cada acionistas
acionista possui. A bonificação é proveniente do aumento de capital
O conceito atual de acionista controlador não mais o associa apenas à
de uma empresa mediante a incorporação de reservas. pessoa, física ou jurídica, que detém a maioria das ações com direito a
voto. Por outro lado, busca-se identificar em uma sociedade quem de
Além da bonificação em ações, há também a bonificação em dinheiro. fato exerce o poder de controle, seja uma pessoa ou grupo de pessoas.
Esta é a distribuição de um valor monetário aos acionistas de uma
empresa, algo semelhante aos dividendos. Este valor refere-se à É a união de um grupo de acionistas com objetivos comuns em um
reservas até então não incorporadas pela empresa. grupo majoritário controlador, cujas ações ficam impedidas de
negociação, objetivando exercer o controle da companhia por meio de
4.1.4.2.4 Subscrição documento que formaliza o “acordo de voto” (deve ser de conhecimento
público e arquivado na sede da empresa).
É o exercício do direito, pelo acionista, em adquirir novas ações 4.1.4.3.2 Acionista Minoritário
emitidas por uma companhia. Tal aquisição é feita ao preço fixado
para subscrição que, normalmente, é inferior ao preço de mercado. É o acionista proprietário de ações de uma empresa com direito a voto
Se não quiser exercer seu direito de subscrição o acionista pode sem, no entanto, possuir o controle acionário, pois o total de suas ações
negociá-lo no mercado. não lhe garante o controle da sociedade.

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4.1.4.3.2.1 Tag Along (Extensão do prêmio de controle) aos acionistas com ações preferenciais (sem direito a voto). Além disso,
asseguram aos investidores de ações ordinárias um preço superior aos
No jargão do mercado de capitais, a expressão tag along significa dar 80% estabelecidos na lei. Há companhias que chegam a oferecer tag
aos acionistas minoritários, que detêm ações ordinárias (com direito a along de 100%.
voto) de uma empresa, os mesmos direitos ofertados aos acionistas
controladores, no caso de venda ou transferência de controle.
4.1.4.3.3 Fontes de Informação
O tag along é previsto na legislação brasileira na Lei das S.As. Ela obriga que
o controlador assegure aos acionistas minoritários o preço mínimo de 80% Os principais instrumentos de acesso às informações sobre a empresa são:
do valor pago por ação ou lote de ações em caso de venda da empresa.
• relatório da administração;
Atualmente, em função da busca por melhores práticas de governança • demonstrações financeiras com notas explicativas; e
corporativa, algumas empresas estão estendendo o direito de tag along • pareceres dos auditores independentes.

4.1.5 Oferta Primária e Secundária


4.1.5.1 Definições

4.1.5.2 Distinção

4.1.5.3 Impactos para as empresas emissoras e seus acionistas

4.1.5.4 Diluição em Ofertas Primárias


Oferta pública de distribuição, primária ou secundária, é o processo de colocação, junto ao público, de um certo número de títulos e valores
mobiliários para venda. Envolve desde o levantamento das intenções do mercado em relação aos valores mobiliários ofertados até a efetiva
colocação junto ao público, incluindo a divulgação de informações, o período de subscrição, entre outras etapas.

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As ofertas podem ser primárias ou secundárias. Quando a empresa vende novos títulos e os recursos dessa venda vão para o caixa da empresa,
as ofertas são chamadas de primárias. Por outro lado, quando não envolvem a emissão de novos títulos, caracterizando apenas a venda de ações
já existentes - em geral dos sócios que querem desinvestir ou reduzir a sua participação no negócio - e os recursos vão para os vendedores e não
para o caixa da empresa, a oferta é conhecida como secundária (block trade).

4.1.6 Precificação: aspectos relevantes

O Preço Justo de uma ação vai determinar o potencial que aquele ativo representa para o mercado. A importância deste processo está ligada ao
fato de que ele contribui diretamente para as decisões de compra e venda dos papéis no mercado.

4.1.6.1 Determinação de Preço: Fluxo de Caixa, Fluxo de Caixa (Operacional, de Investimento e de Financiamento), Múltiplos (P/L e VE/EBITDA)

Abaixo os principais métodos utilizados para a determinação do preço justo de uma ação.

Certamente, em algum momento de nossas vidas já nos deparamos com situações como essa:

“A minha empresa foi vendida por 10 vezes o faturamento”.

Essa métrica de valor fixada é popularmente adotada como referência de valor para as empresas em geral, porém, o Mercado de Capitais apresenta
inúmeros indicadores variáveis que proporcionam melhores condições de determinar o valor das empresas que diferem do múltiplo valor/
faturamento.

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MAS AFINAL, O QUE SÃO MÚLTIPLOS?


Os múltiplos são instrumentos simples de avaliação de empresas P/L (P= Preço e L= Lucro) e VE/EBITDA (VE = Valor da Empresa e
amplamente usados como benchmark em M&A (Fusões e Aquisições) EBITDA, termo em inglês para LAJIDA = Lucro antes de juros, impostos,
e têm como objetivo principal balizar o valor de empresas comparando depreciação e amortização).
com outras do mesmo setor.
O Índice Preço/Lucro (P/L) de uma ação (também chamado de
Em outras palavras, os múltiplos são valores padronizados de ativos, de “múltiplo de lucros”) é usado para medir quão baratos ou caros os
maneira que se possam comparar empresas de alguma forma entre si, preços das ações estão.
tornando assim referências de mercado para que não haja super ou sub
avaliação de ativo em relação ao mercado.
O Índice P/L é calculado da seguinte forma:
Existem diversos múltiplos de mercado, dentre os mais conhecidos, Índice P/L = Preço por Ação (cotação)
temos: Lucro por Ação

O preço por ação (numerador) é o preço de mercado de uma ação. O lucro por ação (denominador) é o lucro líquido da empresa mais recente do
período de um ano, dividido pelo número de ações.

O resultado indica o número de anos necessários para o investidor recuperar o capital investido sob a forma de lucro. Quanto menor melhor, pois o
retorno do capital será em menor prazo.
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Por exemplo:
Se uma ação tem índice PL de 5,00, significa que o prazo previsto para retorno do investimento é de 5 anos. É importante verificar se a
empresa costuma distribuir o lucro sob a forma de dividendos. Se ela não distribuir, esse índice é apenas teórico. A razão principal de calcular
o índice P/L é tornar comparável para os investidores duas ou mais ações de empresas de diferentes setores, sob a ótica do investimento
mais atrativo.

VE/EBITDA: significa Valor da Empresa (VE) dividido pelo valor do EBITDA.

O VE/EBTIDA tem o mesmo significado do índice P/L, a diferença é que o EBTIDA considera o lucro antes dos Juros, Impostos, Depreciação e Amortização
e não o lucro líquido contábil.

É um importante indicador da lucratividade das empresas. Quanto menor for esse índice, indica que a empresa está subavaliada (pode contribuir na
decisão de compra de ações).

Fluxo de Caixa (Operacional, de Investimento e de Financiamento)

Fluxo de caixa é um dos principais conceitos em finanças, pois o valor de um ativo está na sua capacidade de gerar fluxos de caixa. Embora todo
mundo tenha uma boa noção do que é um fluxo de caixa, acho importante explicar o conceito para que tenhamos uma compreensão uniforme do
termo fluxo de caixa.

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Operacional: Refere-se ao fluxo de caixa gerado pelas operações de uma empresa, como por exemplo, receitas, custos, despesas administrativas,
etc. O fluxo de caixa operacional está diretamente ligado a demonstração de resultados (DRE) e variação no capital de giro. Contudo, lucro e fluxo de
caixa são conceitos distintos. É normalmente utilizado para o cálculo do fluxo de caixa descontado nas operações de fusões e aquisições. Considera
os seguintes elementos relevantes:

​ az-se um fluxo de caixa gerado pelas operações da empresa depois do pagamento dos juros e amortização sobre
F
PROJEÇÃO DE FLUXO
o capital de terceiros, investimentos e imposto de renda.

TAXA DE DESCONTO ​A taxa a ser utilizada deve ser de um ativo livre de risco mais um prêmio para o risco do investimento em análise.

HORIZONTE DO TEMPO ​O período em que poderá haver uma taxa de crescimento projetada de geração de caixa da empresa.

Contempla a expectativa de continuidade da empresa (a empresa não encerrará suas atividades após o último período
VALOR TERMINAL
(PERPETUIDADE)
projetado). É definido pelo valor presente dos fluxos de caixa futuros (período estável) do último exercício projetado
para o período.

Financiamento: Atividades de financiamento são as formas de obter recursos e repagá-los, como por exemplo, um empréstimo, um aporte de
capital, pagamento de uma dívida, etc. O fluxo de caixa financeiro está diretamente ligado à como a empresa financia suas necessidades por
recursos e paga suas obrigações com investidores e bancos. Há duas fontes de financiamento possíveis: dívida e patrimônio líquido. Fontes de
financiamento serão mais bem exploradas em um post próprio do assunto.

Investimento: Atividade de investimento são formas de a empresa alocar recursos em ativos que trarão benefícios futuros, como por exemplo,
uma nova máquina num complexo fabril, capital de giro, pesquisa e desenvolvimento, a compra de outra empresa, etc. Os investimentos geram o
aumento de um benefício/lucro.
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4.1.6.2 Distinções entre Análise Técnica (ou Grafista) e Análise Fundamentalista

Análise Técnica os analistas de mercado. Ela se compõe pelo conjunto de estudos e


análises debruçados nos fundamentos macro e microeconômicos das
A Análise Técnica, ou Gráfica, caracteriza-se pelo conjunto de técnicas empresas que operam no mercado.
e estudos apoiados nos movimentos históricos nos preços de mercado
dos ativos financeiros. As ferramentas gráficas e técnicas matemáticas Esta abordagem parte, portanto, de dados econômicos e financeiros
que fazem parte desta abordagem buscam tentar prever os provenientes do entorno econômico no qual a empresa atua e dos
movimentos futuros nas cotações de títulos e ações, pares de moedas, próprios resultados operacionais decorrentes de sua atividade para se
índices, preços de commodities etc., negociados em mercado aberto. medir como vai seu desempenho.

Basicamente, os estudos gráficos realizados buscam sugerir padrões


de comportamento nos preços de ativos voláteis e de difícil previsão e Análise Técnica x Análise Fundamentalista
dedução matemática.
Para a análise fundamentalista, existe uma diferença crítica entre o
Entre os pais da Análise Técnica estão os americanos William Peter valor da empresa negociado em forma de preço de mercado, derivado
Hamilton (1867 – 1929) e Charles Dow (1851 – 1902), um dos das cotações de suas ações nas bolsas de valores, e o valor verdadeiro
fundadores da Dow Jones e do Wall Street Journal. Charles Dow (ou potencial) da empresa. Esse valor é referido como valor intrínseco
formulou uma série de estudos que vieram a compor o âmago da e reflete o verdadeiro preço da empresa a partir de suas premissas
Análise Técnica e que ficaram conhecidos como a Teoria de Dow. operacionais, indicadores macroeconômicos e expectativas de
crescimento.

Análise Fundamentalista Assim, a Análise Fundamentalista busca mapear e mensurar os


fundamentos econômico-financeiro-operacionais da empresa, como:
A análise fundamentalista se configura com a mais tradicional das duas, receitas, custos, dívidas contraídas, investimentos efetuados etc. e
sendo utilizada há mais tempo e considerada de mais confiança entre procura avaliar como tais fatores pesam na atividade atual da empresa.

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4.1.7. Impactos sobre os preços e quantidades das ações do investidor: pagamento de dividendos, desdobramento (splits),
grupamentos e bonificação

Em 4.1.4.2 vimos as formas de remuneração do acionista e alguns Desdobramento (Split): aumento da quantidade de ações de uma
benefícios que eles também possuem. empresa, sem que haja alteração na participação dos sócios. As
empresas fazem este procedimento com o intuito de melhorar a
Podem ocorrer mais dois eventos importantes neste processo, o liquidez de suas ações.
desdobramento (conhecido como Split) ou o grupamento (conhecido
como inplit). Veremos adiante suas definições e o impacto sobre os Grupamento: redução da quantidade de ações de uma empresa, sem
preços e quantidade de ações do investidor. que haja alteração na participação dos sócios.

4.1.8 Conceitos Gerais de Práticas de Boa Governança Corporativa


4.1.8.1 Cartilha da CVM, Instituto Brasileiro de Governança Corporativa e BM&FBovespa

Governança corporativa é o sistema pelo qual as empresas e demais organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os
relacionamentos entre sócios, conselho de administração, diretoria, órgãos de fiscalização e controle e demais partes interessadas.

As boas práticas de governança corporativa convertem princípios básicos em recomendações objetivas, alinhando interesses com a finalidade de
preservar e otimizar o valor econômico de longo prazo da organização, facilitando seu acesso a recursos e contribuindo para a qualidade da gestão
da organização, sua longevidade e o bem comum.
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IBGC – Instituto Brasileiro de


Governança Reduz a incerteza no Reduz
Corporativa processo de avaliação o risco Governança Corporativa, primeiro
órgão criado no Brasil com
Algumas
foco específico em Governança
vantagens:
Corporativa - faz revisões do Código
Fortalecimento do Incentiva novas Melhora a Precificação Brasileiro das melhores Práticas de
Mercado Acionário Aberturas de Capital das Ações
Governança Corporativa.

4.1.8.2 Os Segmentos de Listagem Nível I, Nível II e Novo Mercado: Reflexo sobre o Direito dos Acionistas:
QUADRO 1 - Quadro Excplicativo das Práticas dos Mercados Diferenciados

ITENS NOVO MERCADO NÍVEL 2 NÍVEL 1 TRADICIONAL


Percentual Mínimo de Ações
No mínimo 25% de free float No mínimo 25% de free float No mínimo 25% de free float Não há regra
em Circulação (free float)
Permite a existência de
​ ermite existência somente
P ​ ermite a existência
P ​ ermite a existência
P
Características das Ações Emitidas ações ON e PN (com direitos
de ações ON de ações ON e PN de ações ON e PN
adicionais)
Mínimo de cinco membros Mínimo de cinco membros dos
​ ínimo de três membros
M Mínimo de três membros
Conselho de Administração dos quais pelo menos 20% quais pelo menos 20% devem
(conforme legislação) (conforme legislação)
devem ser independentes ser independentes
Demonstrações Financeiras
​US GAAP ou IFRS ​US GAAP ou IFRS Facultativo Facultativo
Anuais em Padrão Interncional
100% para ações ON ​ 0% para ações ON
8 ​ 0% para ações ON
8
Concessão de Tag Along ​100% para ações ON
80% para ações PN (conforme legislação) (conforme legislação)

Adoção da Câmara de Arbitragem do Mercado Obrigatório Obrigatório Facultativo Facultativo

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4.1.9 Tributação: Imposto de Renda na negociação de ações no mercado à vista, operações de day trade e aluguel de ações: fato
gerador; alíquotas; base de cálculo; compensação de perdas; agente responsável pelo recolhimento e limite de isenção mensal.
Imposto retido na fonte e pelo investidor

Ações à Vista

Fato Gerador
• Os ganhos auferidos por qualquer beneficiário, inclusive pessoa jurídica isenta, em operações realizadas nas Bolsas de Valores, de mercadorias,
de futuros e assemelhadas, exceto day trade.
• Os ganhos em operações realizadas no mercado de balcão, com intermediação, tendo por objeto ações, ouro ativo financeiro e outros valores
mobiliários negociados no mercado à vista.

Alíquotas

AGENTE RESPONSÁVEL PELO


ALÍQUOTAS BASE DE CÁLCULO
RECOLHIMENTO
- nos mercados à vista, o valor da alienação, nas operações com
0,005% sobre o valor da alienação, no mercado
ações, ouro ativo financeiro e outros valores mobiliários nele
à vista, a título de antecipação, desde que esse Fica responsável pela retenção a instituição
negociados.
percentual não represente valor inferior ou igual a intermediadora que receber diretamente a ordem
- no mercado de balcão, com intermediação, o valor da alienção de
R$ 1,00 no acumulado do mês, para pessoa física do cliente.
ações, ouro ativo financeiro e outros valores mobiliários negociados
ou jurídica.
nos mercados à vista de Bolsa de Valores.
​ os mercados à vista, o ganho líquido será constituído pela
n Recolhido pelo próprio contribuinte, por meio
15% sobre o ganho de capital líquido. diferença positiva entre o valor de alienação do ativo e o seu custo de DARF, até o último dia útil do mês subsequente
de aquisição, calculando pela média ponderada dos custos unitários. ao da apuração.

Isenção: são isentos do imposto sobre a renda os ganhos líquidos auferidos por pessoa física em operações efetuadas com ações, no mercado à vista de
Bolsas de Valores ou mercado de balcão, se o total das alienações desse ativo, realizadas no mês, não exceder a R$ 20.000,00 (vinte mil reais).

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INSTRUMENTOS DE RENDA VARIÁVEL,


RENDA FIXA E DERIVATIVOS

O valor retido na fonte poderá ser:

I deduzido do imposto sobre ganhos líquidos apurados no mês; Obs.: O investidor ao preencher o DARF para recolhimento do
II compensado com o imposto incidente sobre ganhos líquidos imposto deverá deduzir o valor retido na fonte, correspondente
apurados nos meses subsequentes; ao valor calculado de 0,005% e poderá ainda deduzir os valores
III compensado na declaração de ajuste anual se, após a dedução de gastos a título de corretagem.
que tratam os incisos I e II, houver saldo de imposto retido;
IV compensado com o imposto devido sobre o ganho de capital na
alienação de ações.

4.1.9.1 Compensação de perdas Operações de Day Trade

As perdas incorridas nas operações do mercado à vista, opções,


futuros e a termo, poderão ser compensadas com os ganhos líquidos Considera-se Day Trade a operação ou conjugação de operações
auferidos, no próprio mês ou nos meses subsequentes, inclusive nos iniciadas e encerradas em um mesmo dia, com o mesmo ativo, em que
anos calendário seguintes, em outras operações realizadas em qualquer a quantidade negociada tenha sido liquidada, total ou parcialmente,
das modalidades operacionais previstas, exceto no caso de perdas em numa mesma corretora.
operações de day trade, que somente serão compensadas com ganhos
auferidos em operações da mesma espécie. Beneficiário
Pessoa física ou jurídica inclusive as isenta.
Agente responsável pelo recolhimento
O próprio investidor recolhe seus impostos via DARF quando o assunto Fato gerador
é mercado de ações. Este recolhimento é efetuado até o último dia útil Rendimentos auferidos em operações Day Trade realizadas em Bolsa de
do mês posterior à venda. Valores, de mercadorias, de futuros e assemelhadas.

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INSTRUMENTOS DE RENDA VARIÁVEL,


RENDA FIXA E DERIVATIVOS

Alíquotas

ALÍQUOTAS BASE DE CÁLCULO AGENTE RESPONSÁVEL PELO RECOLHIMENTO


fica responsável pela retenção e recolhimento do imposto
sobre o valor do resultado positivo apurado no
1% retido na fonte a instituição intermediadora da operação day trade, que
encerramento das operações de day trade.
receber diretamente a ordem do cliente.

recolhido pelo próprio contribuinte, por meio de DARF, até


20% ganho de capital líquido auferido mensalmente.
o último dia útil do mês subsequente ao da apuração.

Observação: o valor do imposto sobre a renda retido na fonte (1%) poderá ser compensado, com o imposto sobre a renda incidente sobre
ganhos líquidos apurados no próprio mês ou em meses subsequentes.

OBSERVAÇÕES:
1) Não será considerado o valor ou quantidade de estoque do ativo existente em data anterior a da operação de day trade.
2) Na apuração do resultado da operação serão considerados, pela ordem, o primeiro negócio de compra com o primeiro negócio de venda, ou o
primeiro negócio de venda com o primeiro negócio de compra, sucessivamente.
3) Será admitida a compensação de perdas incorridas em operações day trade realizadas no mesmo dia.
4) O investidor, na apuração dos ganhos líquidos auferidos no mês, somente poderá compensar as perdas incorridas em operações day trade com
os resultados positivos obtidos em operações de mesma espécie (day trade) realizadas no mês.
5) O resultado mensal da compensação de que trata o item anterior:
a) se positivo, integrará a base de cálculo mensal do imposto sobre a renda incidente sobre os ganhos líquidos;
b) se negativo, poderá ser compensado com os resultados positivos de operações day trade apurados nos meses subsequentes.
6) Ao término do ano-calendário, à pessoa física ou à pessoa jurídica isenta ou optante pelo Simples Nacional, que possua saldo de imposto sobre a
renda retido na fonte sobre operações day trade que não tenha sido compensado na forma do item anterior, fica facultado o pedido de
restituição desse saldo na forma prevista na legislação.
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INSTRUMENTOS DE RENDA VARIÁVEL,


RENDA FIXA E DERIVATIVOS

4.2 INSTRUMENTOS DE RENDA FIXA

4.2.1 Definição

Os títulos de renda fixa ao contrário dos de renda variável mensuram de dívida que permitem aos seus emissores captar recursos junto ao
sua rentabilidade, por meio de prefixação ou indexado a um mercado, ou seja, são papéis que representam uma confissão de dívida
determinado índice de reajuste. com data pré-determinada para pagamento. Os principais papéis de
renda fixa são os títulos públicos federais e os privados (CDB, LH, nota
Os Instrumentos de renda fixa são títulos representativos de emissão promissória, debêntures, etc.).

4.2.2 Principais Conceitos e Características de Instrumentos de Renda Fixa:

4.2.2.1 Data de Emissão, Valor Nominal Atualizado e Juros “Acruados”.

• Data de emissão: é a data de origem do título;


• Valor Nominal atualizado: valor de face do título;
• Juros Acruados: valor pro-rata da remuneração do título compreendido entre a data de emissão e a data atual;

4.2.2.2 Formas de Remuneração – Pré e Pós-Fixada – Principais Indexadores.

Conforme o tipo de remuneração os títulos de renda fixa podem ser:


• Prefixados: Títulos com juros fixos estabelecidos no momento do seu lançamento ao público. O investidor sabe, no momento da compra, o valor
que receberá no vencimento.
• Pós-fixados: Títulos indexados pela variação de diferentes índices (CDI-CETIP, TR, IGP-M, entre outros), onde a rentabilidade será definida
conforme a variação do índice escolhido.
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4.2.2.3 Formas de Amortização e Pagamento de Juros:

Em alguns títulos de taxa pós-fixada pode existir o pagamento intermediário de juros, o denominado cupom, caso, por exemplo, do Tesouro IPCA
(antiga NTN-B, corrigida pelo IPCA e do Tesouro Pré Fixado com Juros (antiga NTF-F, corrigidas por taxa pré fixada).Também são emitidos títulos
sem juros ou puros, conhecidos como “zero cupom”.

4.2.2.3.1 Composição de Cupom de Taxa Real e Indexadores (IGP-M; Câmbio).

Alguns títulos são corrigidos pela variação de um determinado indexador, por exemplo, o IGP-M e o Câmbio, os mais comuns. Além do indexador há
uma taxa de juros prefixada, denominada de cupom.

Esse cupom existe para que o fluxo financeiro do título seja ajustado ao custo de oportunidade do mercado, sendo utilizado para balizar todas as
cotações. A taxa de juros mais utilizada como referência é o CDI.

4.2.2.4 Resgate Antecipado, Vencimento Antecipado (Quebra de Covenant, Ocorrência de Cross Default) e Aquisição Facultativa e Opção de Compra
(Opção de Call). Conceitos e Diferenças.

As emissões de títulos de renda fixa apresentam algumas cláusulas em suas escrituras, vejamos as que o programa de exame indicou:

RESGATE ANTECIPADO
Condição expressa em cláusulas de resgate que dá ao emissor (a empresa que está captando recursos) o direito de resgatar antecipadamente,
parcial ou totalmente os títulos em circulação.

A principal vantagem dessa cláusula para o emissor é a possibilidade de resgatar seu título quando as condições de remuneração estão claramente
desfavoráveis, ou seja, o seu custo financeiro estiver muito elevado. Funciona como uma opção de compra. Não há desvantagem para o emissor, já
que o resgate antecipado é facultativo.
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RENDA FIXA E DERIVATIVOS

VENCIMENTO ANTECIPADO
Quebra de covenant e cross default.

COVENANT
Covenants são itens dos contratos dos empréstimos e financiamentos, criados para proteger o interesse do credor. Estes itens estabelecem
condições que não podem ser descumpridas; caso isto ocorra, o credor poderá exigir o vencimento antecipado da dívida. Para quem está
emprestando, os covenants reduzem o risco de não pagamento da dívida; para quem está captando o recurso, uma dívida com covenants
geralmente possui uma taxa de juros menor. Estas cláusulas contratuais podem variar caso a caso, como por exemplo:

• limitação de distribuição de dividendos pelo prazo estipulado; • limitação de venda de investimentos ou imobilizações;
• limitação de índices de endividamento; • limitação ou proibição de mudança de controle acionário, entre outros.

CROSS DEFAULT
Dentre as cláusulas presentes em contratos financeiros merecem destaque aquelas denominadas cross default, devido à amplitude das obrigações
que por meio delas se podem constituir.

A expressão cross default é proveniente da língua inglesa e significa “falha cruzada”. Chamamos também de vencimento acelerado. No meio
financeiro refere-se àquelas cláusulas presentes em contratos que determinam que o devedor estará em situação de falha (default) no contrato
em questão toda vez que deixar de cumprir quaisquer outras obrigações em outros contratos. Sua abrangência poderá ser ampla ou restrita,
dependendo do interesse do credor em geral, as instituições financeiras. Pode-se, inclusive, estipular um valor mínimo das obrigações a serem
consideradas.

A principal finalidade das cláusulas de cross default é a proteção do credor contra terceiros potencialmente na sua mesma condição. Por exemplo,
caso ocorra uma situação de quebra de covenants, existirá uma situação de default, e o montante devido pela empresa emissora poderá vir a
tornar-se vencido antecipadamente.
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RENDA FIXA E DERIVATIVOS

AQUISIÇÃO FACULTATIVA
É comum que determinada emissão de papéis (normalmente debênture) inclua cláusula que garante ao emissor o direito de saldar o débito
(total ou parcial) antes do prazo de maturidade. Estes papéis poderão ser cancelados, permanecer em tesouraria ou ser colocados novamente no
mercado. A inclusão dessa cláusula beneficia o emissor, pois permite a substituição de um título antigo por outro de menor custo, no caso de queda
da taxa de juros de mercado.

4.2.3 Principais Instrumentos


4.2.3.1 Títulos Públicos

Os Títulos Públicos são emitidos pelo Governo Federal com o objetivo Há uma grande variedade de títulos públicos, cada um com
de captar recursos para o financiamento da dívida pública e das características próprias em termos de prazos (vencimentos) e
atividades governamentais (educação, saúde etc). rentabilidade.

Ao comprar um título público, você empresta dinheiro para o governo As emissões de títulos são utilizadas para:
brasileiro em troca do direito de receber no futuro uma remuneração
por este empréstimo, ou seja, você receberá o que emprestou mais os • antecipação de receita fiscal
juros sobre esse empréstimo. • financiamento do déficit orçamentário

O órgão responsável pela emissão e controle dos títulos, e pela Os títulos públicos são resgatados em data predeterminada por um
administração da dívida mobiliária federal, é a Secretaria do Tesouro valor específico, atualizado ou não, por indicadores de mercado, como,
Nacional. por exemplo, índices de preços.

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RENDA FIXA E DERIVATIVOS

4.2.3.1.1 Características: Tesouro Selic (Antiga LFT), Tesouro Pré Fixado (Antiga LTN), Tesouro IPCA + Juros (Antiga NTN-B), Tesouro IPCA (Antiga NTN-B
Principal) e Tesouro Pré Fixado + Juros (Antiga NTN-F)

Tesouro SELIC (Antiga LFT - Letra Financeira do Tesouro )

Título com rentabilidade diária vinculada à taxa de juros básica da economia (taxa média das operações diárias com títulos públicos registrados no
sistema SELIC, ou, simplesmente, taxa SELIC).
• Prazo: definido pelo Ministro de Estado da Fazenda, quando da emissão do título;
• Modalidades: nominativa, escritural e negociável;
• Valor Nominal (de emissão): R$ 1.000,00 (mil reais);
• Rendimento: taxa média ajustada dos financiamentos diários apurados no Sistema Especial de Liquidação e de Custódia - SELIC para títulos
públicos federais, divulgada pelo Banco Central do Brasil, calculada sobre o valor nominal;
• Resgate: pelo valor nominal, acrescido do respectivo rendimento, desde a data-base do título;
• Forma de pagamento: No vencimento.

Tesouro Pré-Fixado (Antiga LTN - Letra do Tesouro Nacional)

Título com rentabilidade definida (taxa prefixada) no momento da compra.


• Prazo: definido pelo Ministro de Estado da Fazenda, quando da emissão do título;
• Modalidades: nominativa, escritural e negociável;
• Valor de face (resgate): R$ 1.000,00 (mil reais);
• Rendimento: definido pelo deságio sobre o valor nominal;
• Resgate: pelo valor nominal, na data de vencimento.

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Tesouro IPCA + Juros (Antiga NTN - B – Nota do Tesouro Nacional - Série B.)

Título com rentabilidade vinculada à variação do IPCA, acrescida de juros definidos no momento da compra.
• Prazo: definido pelo Ministro de Estado da Fazenda, quando da emissão do título;
• Taxa de juros: definida pelo Ministro de Estado da Fazenda, quando da emissão, em porcentagem ao ano, calculada sobre o valor nominal atualizado;
• Modalidade: nominativa, escritural e negociável.
• Valor nominal na data-base (emissão): múltiplo de R$ 1.000,00;
• Atualização do valor nominal: pela variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), desde a data-base do título;
• Pagamento de juros: semestralmente. O primeiro cupom de juros a ser pago contemplará a taxa integral definida para seis meses, independentemente
da data de emissão do título;
• Resgate do principal: em parcela única, na data do seu vencimento.

Tesouro IPCA (Antiga NTN - B – Principal - Nota do Tesouro Nacional - Série B)

Título com rentabilidade vinculada à variação do IPCA, acrescida de juros definidos no momento da compra. Investidor resgata o valor de face (valor
investido somada a rentabilidade) na data de vencimento do título.
• Forma de pagamento: juros e principal no final.
• Prazo: definido pelo Ministro de Estado da Fazenda, quando da emissão do título;
• Taxa de juros: definida pelo Ministro de Estado da Fazenda, quando da emissão, em porcentagem ao ano, calculada sobre o valor nominal atualizado;
• Modalidade: nominativa, escritural e negociável.
• Valor nominal na data-base (emissão): múltiplo de R$ 1.000,00;
• Atualização do valor nominal: pela variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), desde a data-base do título;
• Rentabilidade: definida pelo deságio sobre o valor nominal acrescido da variação do IPCA;
• Resgate: em parcela única, na data do seu vencimento.
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Tesouro Pré-Fixado + Juros (Antiga NTN - F – Nota do Tesouro Nacional - Série F)

Título com rentabilidade definida (taxa prefixada) no momento da compra.


• Forma de Pagamento: semestralmente (juros) e no vencimento (principal).
• Prazo: definido pelo Ministro de Estado da Fazenda, na emissão do título;
• Taxa de juros: definida na emissão, em porcentagem ao ano, calculada sobre o valor nominal atualizado;
• Modalidade: nominativa, escritural e negociável.
• Valor nominal na data-base (emissão): R$ 1.000,00 (mil reais).
• Rendimento: definido pelo deságio sobre o valor nominal;
• Pagamento de juros: semestralmente. O primeiro cupom de juros a ser pago contemplará a taxa integral definida para seis meses, independentemente
da data de emissão do título;
• Resgate: valor nominal, na data do seu vencimento.

4.2.3.1.2 Negociação de Títulos Públicos: Mercado Primário: Leilões; Mercado Secundário: Balcão.

Mercado Primário – Leilões

A maior parte das emissões de títulos da Dívida Pública Mobiliária Federal interna – DPMFi ocorre sob a forma competitiva, por meio de leilões
realizados pelo Tesouro Nacional através de sistema eletrônico do Banco Central.

Os leilões de títulos públicos são realizados por meio de processos competitivos. Podem participar diretamente dos leilões, apresentando
propostas, as instituições regularmente habilitadas no sistema eletrônico disponibilizado pelo Banco Central. As demais pessoas jurídicas e as
pessoas físicas podem participar das ofertas públicas apenas por intermédio das referidas instituições.

Os leilões são operados por meio de sistema eletrônico.


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Mercado secundário – também chamado de Open Market

O Tesouro Nacional emite títulos da dívida pública no mercado primário, por meio de ofertas públicas competitivas, na modalidade de leilões. Uma
vez emitidos, os títulos podem ser livremente negociados entre as partes, formando assim o mercado secundário de títulos públicos.

O bom funcionamento do mercado secundário promove a avaliação dos ativos financeiros de forma mais eficiente e transparente, além de
possibilitar uma melhor administração do risco, elevar a liquidez e potencializar o mercado primário. A liquidez elevada torna o processo de
formação de preços mais eficiente, permitindo ao Tesouro Nacional emitir instrumentos financeiros com menor custo e, consequentemente, menor
risco de refinanciamento.

A liquidez de um título pode ser entendida como a capacidade de compra e venda e o respectivo impacto nos seus preços.

4.2.3.1.3 Tesouro Direto. Conceito e características operacionais. Custos para o investidor. Nomenclatura dos títulos negociados e adequação dos
produtos em função do nível de conhecimento do investidor e objetivos. Conceito:

O Tesouro Direto é um Programa do Tesouro Nacional desenvolvido em parceria com a BM&F Bovespa para venda de títulos públicos federais para
pessoas físicas, por meio da internet.

Concebido em 2002, esse Programa surgiu com o objetivo de democratizar o acesso aos títulos públicos, ao permitir aplicações com apenas R$ 30,00.
Antes do Tesouro Direto, o investimento em títulos públicos por pessoas físicas era possível somente indiretamente, por meio de fundos de renda fixa
que, por cobrarem elevadas taxas de administração, especialmente em aplicações de baixo valor, reduziam a atratividade desse tipo de investimento.

O Tesouro Direto contribuiu para a diversificação e complementação das alternativas de investimento disponíveis no mercado, ao oferecer títulos
com diferentes tipos de rentabilidade (prefixada, ligada à variação da inflação ou à variação da taxa de juros básica da economia - Selic), de prazos
de vencimento e de fluxos de remuneração. Com tantas opções, fica fácil achar um título indicado para a sua necessidade.

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Além de acessível e de apresentar opções de investimento que se encaixam aos seus objetivos financeiros, o Tesouro Direto oferece boa
rentabilidade e liquidez diária, mesmo sendo a aplicação de menor risco do mercado.

Representa, portanto, uma excelente oportunidade para você realizar seu planejamento financeiro sem complicação.

Limite Máximo: R$ 1.000.000,00 por mês

No Tesouro Direto, o próprio investidor gerencia seus investimentos, que podem ser de curto, médio ou longo prazo.

Os títulos poderão ser resgatados antes do vencimento pelo seu valor de mercado, uma vez que o Tesouro Nacional garante a recompra do título
diariamente. Caso o investidor não queira gerenciar seus investimentos, ele poderá autorizar uma das instituições financeiras habilitadas a operar
no Tesouro Direto (Agentes de Custódia) para efetuar compras e vendas dos títulos públicos.

Prazos de liquidação

Compra: os títulos adquiridos no Tesouro Direto estarão disponíveis na conta de custódia do investidor dois dias úteis após o pagamento.

Venda: os recursos financeiros referentes ao pagamento de resgate, recompra ou juros são repassados pelo Tesouro Nacional, pelo valor bruto, ao
Agente de Custódia um dia útil após a ocorrência de um destes eventos. O Agente de Custódia deverá proceder as deduções de IR e IOF, se houver,
e creditar, posteriormente, o valor líquido na conta de investimento do investidor.

Sobre essas operações, incidem taxa de administração e de custódia. O imposto de renda é cobrado no momento de resgate, de acordo com as
regras de renda fixa.

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4.2.3.2 Titulos Privados Bancários


4.2.3.2.1 Certificado de Depósito Bancário – CDB e Letras Financeiras – LF: Características

CDB – Certificado de Depósito Bancário

A sigla CDB significa Certificado de Depósito Bancário. São títulos nominativos de renda fixa e o rendimento pode ser prefixado ou pós-fixado. Faz
parte da modalidade de depósito a prazo, ou seja, é um título de renda fixa emitido pelos bancos em que a remuneração e o prazo são negociados
no momento da aplicação. Funciona como um depósito que permite receber o seu dinheiro mais o juro ao final do prazo predeterminado.

Formas de remuneração e prazos REMUNERAÇÃO PRAZO MÍNIMO


O rendimento prefixado é aquele onde é possível saber quanto vai
Pré-Fixada ou Pós-Fixada 1 dia
render o seu investimento até o vencimento do título, pois o percentual
TR/TJLP 1 mês
de remuneração (taxa de juros) é definido no momento da aplicação.
TBF 2 meses
O CDB prefixado é ideal para quem deseja saber antecipadamente a Índices de Preços 1 ano
remuneração, que leva em consideração o valor que foi aplicado e o Formas de resgate
prazo de vencimento do investimento. Tendo em vista que o CDB é um Depósito a Prazo, existe uma data marcada
para que ocorra o resgate do valor investido. Nessa data, ocorre o crédito
em conta corrente do cliente do valor aplicado acrescido da remuneração
Já no rendimento pós-fixado, a remuneração é conhecida
que tenha sido contratada (menos os impostos devidos). Caso o cliente
posteriormente à aplicação, de acordo com a variação do indexador do necessite dos recursos antes do vencimento do papel, pode solicitar o
produto e, ainda, o percentual contratado no momento da aplicação. resgate dentro das condições fixadas pela instituição emissora do título.

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Letras Financeiras

A Letra Financeira é um título de crédito nominativo, de livre negociação, que consiste em uma promessa de pagamento. São autorizados a
emitir LF os bancos múltiplos, comerciais e de investimento, além de sociedades de crédito, financiamento e investimento, caixas econômicas,
companhias hipotecárias ou sociedades de crédito imobiliário.

A LF possui prazo mínimo de 2 anos, o que a torna um bom instrumento de captação de médio e longo prazos para as instituições financeiras,
auxiliando na gestão de liquidez. É vedado o resgate total ou parcial de Letra Financeira antes do vencimento. Todavia, o investidor pode optar por
vender o título no mercado secundário, o qual ainda possui baixa liquidez.

4.2.3.3 Títulos Corporativos


4.2.3.3.1 Debêntures: Conceito e Características

A debênture é um valor mobiliário emitido por sociedades anônimas, Ao disponibilizar seus recursos para serem utilizados pela empresa,
representativo de dívida, que assegura a seus detentores o direito de o comprador (ou debenturista, debenturista proprietário, titular de
crédito contra a companhia emissora. debênture, como é chamado) faz jus a uma remuneração.
Consiste em um instrumento de captação de recursos no mercado de
Desta forma, a debênture é um título de crédito privado em que os
capitais, que as empresas utilizam para financiar seus projetos. É uma
forma também de melhor gerenciar suas dívidas. debenturistas são credores da empresa e esperam receber juros
periódicos e pagamento do principal - correspondente ao valor unitário
Os recursos captados pela empresa por meio da distribuição de debêntures da debênture - no vencimento do título ou mediante amortizações
podem ter diferentes usos: investimentos em novas instalações, nas quais se paga parte do principal antes do vencimento, conforme
alongamento do perfil das dívidas, financiamento de capital de giro etc. estipulado em um contrato específico chamado “Escritura de Emissão”.
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Tipos: conversível, não conversível e permutáveis b) Taxa Básica Financeira - TBF, observado o prazo mínimo de dois
• Conversíveis: são aquelas que podem ser trocadas por ações da meses para vencimento ou período de repactuação;
companhia emissora. As condições de conversibilidade devem estar c) Taxas flutuantes, observado que a taxa utilizada como referencial
explícitas na escritura de emissão das debêntures, a qual conterá as deve:
bases da conversão, a espécie e classe das ações em que a • ser regularmente calculada e de conhecimento público;
debênture poderá ser convertida e o prazo ou época para o exercício • basear-se em operações contratadas a taxas de mercado
do direito à conversão. prefixadas, com prazo não inferior ao período de reajuste estipulado
contratualmente.
• Não-conversíveis ou simples: são as debêntures que se
caracterizam por representarem unicamente um direito de crédito Apenas as sociedades de arrendamento mercantil e as companhias
junto a empresa emissora. hipotecárias podem emitir debêntures remuneradas pela TBF.

• Permutáveis: permitem ao investidor a opção de transformar suas Alternativamente à forma de remuneração prevista acima, é admitida
debêntures em ações que não são as da empresa emissora depois de a emissão de debêntures com cláusula de correção, com base nos
determinado prazo de emissão. coeficientes fixados para correção de títulos da dívida pública federal,
na variação da taxa cambial ou em índice de preços, ajustada, para mais
Taxas e Formas de Remuneração ou para menos, por taxa fixa.
Decisão conjunta do Banco Central e da Comissão de Valores Mobiliários
estabeleceu que as debêntures de distribuição pública somente podem Na emissão de debêntures com cláusula de correção monetária com
ter por remuneração: base em índice de preços, deve ser atendido o prazo mínimo de um ano
para vencimento ou repactuação.
I taxa de juros prefixada;
II uma das seguintes remunerações básicas, ajustada, para mais ou O prêmio das debêntures não pode ter como base a TR, a TBF, a
para menos, por taxa fixa: TJLP, o índice de preços, a variação da taxa cambial ou qualquer outro
a) Taxa Referencial - TR ou Taxa de Juros de Longo Prazo - TJLP, referencial baseado em taxa de juros. No entanto se admite que o
observado o prazo mínimo de um mês para vencimento ou período prêmio das debêntures tenha como base a variação da receita ou do
de repactuação; lucro da companhia emissora.
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RENDA FIXA E DERIVATIVOS

4.2.3.3.1.1 Escritura 4.2.3.3.1.3. Características da emissão e dos títulos


É o documento em que estão descritas as condições sob as quais CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS
a debênture será emitida, tais como direitos conferidos pelos
Nome da Empresa
títulos, deveres da emissora, montante da emissão e quantidade de
títulos, datas de emissão e vencimento, condições de amortização e Número da emissão/número da da série
remuneração, juros, prêmio etc. Data da emissão
Data do vencimento de cada série
4.2.3.3.1.2. Registros Índice de atualização monetária
A debênture, quando da sua emissão, deverá ser registrada na CVM
(Comissão de Valores Mobiliários) e, por ser emissão escritural, Espécies (tipos de garantias)
também na CETIP/SND (Sistema Nacional de Debêntures) onde são Tipo (simples, conversível ou permutável)
efetuados os controles de transferências e as liquidações financeiras Quantidade de emissão e valor
das operações. Forma (sempre nominativa)
Cronograma de eventos (datas de pagamentos de juros, prêmios
ou repactuação)
Condições de resgate
Rendimentos
Forma de conversão
Banco Mandatário
Agente fiduciário

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RENDA FIXA E DERIVATIVOS

4.2.3.3.1.4. Cláusulas de resgate e vencimento antecipado e covenants: Existem dois tipos de emissões sem garantia: as Quirografárias
(debênture sem privilégio) e as Subordinadas. Em ambos os casos, o
debenturista não terá nenhuma garantia ou preferência no caso de
OBS.: CHECAR ITEM 4.2.2.4 EM INSTRUMENTOS liquidação da companhia.
DE RENDA FIXA. MESMO CONCEITO.
Ressalte-se ainda que, em caso de liquidação da companhia, no
pagamento de suas obrigações com os credores, as Quirografárias
4.2.3.3.1.5. Repactuação como renegociação de qualquer das precedem às Subordinadas.
características da dívida
A repactuação é a condição de resgate que se estabelece para que
a emitente recompre as debêntures a um preço estipulado antes do 4.2.3.3.1.7. Assembleia de debenturistas
vencimento. Geralmente o interesse do resgate/repactuação é em Ocorre quando os debenturistas se reúnem para discutir e deliberar
função das taxas de juros de momento. sobre assuntos relativos à emissão, como por exemplo, alterações nas
características da debênture.

4.2.3.3.1.6. Hierarquia das espécies de debêntures de acordo com Quem pode convocar uma Assembléia?
garantias • A Companhia emissora;
A emissão da debênture poderá ser efetuada com ou sem garantias. No • O agente fiduciário;
caso da emissão com garantia, temos: • A CVM; e
• Os debênturistas.
Garantia Real: envolvendo o comprometimento de bens ou direitos que
não poderão ser negociados sem a aprovação dos debenturistas, para
que a garantia não fique comprometida. 4.2.3.3.1.8. Deveres do agente fiduciário
Garantia Flutuante: assegura privilégio geral sobre o ativo da emissora, O Agente Fiduciário é o representante legal dos debenturistas,
mas não impede a negociação dos bens que compõe esse ativo. protegendo seus interesses perante a empresa emissora.

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4.2.3.3.2. Notas Promissórias


OBS.: A LEGISLAÇÃO NÃO PERMITE QUE INSTITUIÇÕES
4.2.3.3.2.1 Características: descrição, prazo, emissores, forma de FINANCEIRAS EMITAM NOTAS PROMISSÓRIAS.
resgate, liquidez, rentabilidade e registro.

A Nota Comercial - também conhecida como Nota Promissória ou Possui baixa liquidez, sendo pouco negociada no mercado.
Commercial Paper - é um título de emissão de sociedades anônimas, de
capital aberto ou fechado, como forma de captação de recursos junto Registro
a investidores que possuem o direito de crédito contra ela. A colocação Quando de sua emissão a Nota Promissória Comercial deverá ser
da Nota Comercial é feita por meio de oferta pública por instituição registrada na CETIP, ou em outro sistema de custódia e de liquidação
integrante do sistema de distribuição. autorizado pelo BACEN.

A principal característica do título é o prazo de emissão: trata-


se de uma captação de curto prazo, com máximo de 180 dias para 4.2.3.4 Títulos do Segmento Agrícola: Cédula de produtor Rural – CPR,
companhias de capital fechado e 360 para as de capital aberto. Letra de Crédito do Agronegócio – LCA e Certificado de Recebíveis do
Isto aproxima o instrumento do conceito de “empréstimo ponte”, Agronegócio – CRA. Características
amplamente utilizado nos casos em que há um descasamento entre
emissões da instituição de prazo maior. Para mitigar o risco de CPR – Cédula de Produto Rural
necessidade de caixa, as companhias emitem as notas promissórias,
tendo como vantagem a maior rapidez de estruturação deste tipo de
É uma promessa de entrega futura de produtos rurais (CPR de
operação. O prazo mínimo de emissão é de 30 dias.
Produtos). Por meio desse instrumento, seus emitentes — produtores
Para o investidor, a remuneração da Nota Comercial pode ser um rurais, suas associações e cooperativas — recebem pagamento à vista
ponto atrativo. O instrumento financeiro pode ser indexado a taxas relativo à venda de mercadorias.
prefixadas ou pós-fixadas, como DI, SELIC, IPCA, TJLP, entre outros. Mas
vale lembrar que incorporada à remuneração está o risco de crédito da As CPRs têm sido utilizadas como instrumento de financiamento,
instituição emissora. proporcionando a negociação da safra agrícola sem endividamento

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referenciado em taxas de juros e a redução das pressões sazonais de podendo emitir outros títulos de crédito, realizar negócios e prestar
preços das mercadorias. serviços compatíveis com as suas atividades.

• Garantias: CRA não está coberto pelo Fundo Garantidor de Crédito – FGC
Certificado de recebíveis do agronegócio – CRA • Tributação: os rendimentos são isentos de IR, quando a CRA for
emitida em favor de pessoa física.
O Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA) é um título que
gera um direito de crédito ao investidor, ou seja, o mesmo terá
direito a receber uma remuneração (geralmente juros) do emissor e, Letras de Crédito do Agronegócio (LCA)
periodicamente ou no vencimento do título, poderá receber de volta o
valor investido (principal). A LCA é um título emitido por uma instituição financeira. É utilizado para
captar recursos para participantes da cadeia do agronegócio. Criados
Do ponto de vista do emissor, o CRA é um instrumento de captação pela Lei nº 11.076, esses papéis tem como um de seus atrativos o fato
de recursos destinados a financiar transações do mercado do de que os investidores pessoas físicas têm seus rendimentos isentos
agronegócio e é emitido com lastro em recebíveis originados de de Imposto de Renda. Outro diferencial é o fato de as LCAs emitidas a
negócios entre produtores rurais, ou suas cooperativas e terceiros, partir de 23 de maio de 2013 terem cobertura do Fundo Garantidor de
inclusive financiamentos ou empréstimos relacionados à produção, Crédito (FGC) até o limite estabelecido pelo Fundo para recursos numa
comercialização, beneficiamento ou industrialização de produtos ou mesma instituição. O prazo mínimo varia de acordo com o indexador
insumos agropecuários ou de máquinas e implementos utilizados na que possui.
produção agropecuária.
A LCA terá os seguintes requisitos, lançados em seu contexto:
Somente instituições específicas, denominadas securitizadoras, podem
emitir o CRA. As companhias securitizadoras de créditos do agronegócio I o nome da instituição emitente e a assinatura de seus
são instituições não financeiras constituídas sob a forma de sociedade representantes legais;
por ações, que têm por finalidade a aquisição e securitização desses II o número de ordem, o local e a data de emissão;
créditos e a emissão e colocação, no mercado financeiro, dos CRAs, III a denominação “Letra de Crédito do Agronegócio”;
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IV o valor nominal; imobiliários. Estão previstos na Lei 9514/97, que disciplina o Sistema
V a identificação dos direitos creditórios a ela vinculados e seus de Financiamento Imobiliário.
respectivos valores, Conforme a Lei, o CRI é de emissão exclusiva de companhias
VI taxa de juros, fixa ou flutuante, admitida a capitalização; securitizadoras de recebíveis imobiliários, definidas como instituições
VII data de vencimento ou, se emitido para pagamento parcelado, não financeiras, constituídas sob a forma de sociedade por ações,
discriminação dos valores e das datas de vencimento das diversas que tem por finalidade a aquisição e securitização desses créditos
parcelas; e a emissão e colocação, no mercado financeiro, de Certificados de
VIII o nome do titular. Recebíveis Imobiliários, podendo emitir outros títulos de crédito,
realizar negócios e prestar serviços compatíveis com a sua atividade.
Aspecto tributário: a remuneração é isenta de Imposto de Renda para
pessoas físicas e condomínios de edifícios residenciais ou comerciais. Securitizar é transformar direitos creditórios - como os provenientes
Já para pessoas jurídicas a tributação é de renda fixa, começando com das vendas a prazo nas atividades comerciais, financeiras ou prestação
alíquotas de 22,5% para aplicações de até 180 dias, até 15% para prazos de serviços - em títulos negociáveis no mercado. O Certificado de
superiores a 720 dias. Recebível Imobiliário, assim, é uma securitização de direitos creditórios
originados nos financiamentos imobiliários.

4.2.3.5 Títulos do segmento Imobiliário: Certificado de Recebíveis O CRI é emitido a partir de um Termo de Securitização, documento com
Imobiliários – CRI, Letras de Crédito Imobiliário – LCI e Cédula de valor legal, assentado no Registro de Imóveis e na CVM, onde estão
Crédito Imobiliário – CCI. Características listados os créditos imobiliários que servem de lastro para a emissão do
certificado.

Certificado de Recebíveis Imobiliários – CRI Podem investir em CRI pessoas físicas e jurídicas.

Conceito, lastro e aspectos tributários Quanto à remuneração dos CRIs:


Os Certificados de Recebíveis Imobiliários são títulos de crédito a) não podem ser emitidos com cláusula de correção monetária com
nominativos, escriturais e transferíveis, lastreados em créditos base na variação da taxa cambial;
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b) podem ser ajustados mensalmente por índices de preços setoriais da de crédito imobiliário da instituição financeira. Outro diferencial é o
ou gerais ou pelo índice de remuneração básica dos depósitos de fato de ser é elegível à cobertura do Fundo Garantidor de Crédito (FGC).
poupança, se emitidos com prazo de vencimento mínimo de 36
meses. A LCI será emitida sob a forma nominativa, podendo ser transferível
mediante endosso em preto, e conterá:
Aspectos tributários: isenção de Imposto de renda sobre sua I o nome da instituição emitente e as assinaturas de seus
remuneração, para investidores pessoa física. representantes;
II o número de ordem, o local e a data de emissão;
III a denominação “Letra de Crédito Imobiliário”;
Letras de Crédito Imobiliário (LCI) IV o valor nominal e a data de vencimento;
V a forma, a periodicidade e o local de pagamento do principal, dos
LCI é um dos instrumentos de Renda Fixa mais procurados pelo juros e, se for o caso, da atualização monetária;
investidor pessoa física e que mais cresceram nos últimos anos, VI os juros, fixos ou flutuantes, que poderão ser renegociáveis, a
por conta de sua isenção de Imposto de Renda para esse público. critério das partes;
Representa uma fonte de recursos para o setor imobiliário, pois possui VII a identificação dos créditos caucionados e seu valor;
como lastro créditos imobiliários. VIII o nome do titular; e
IX cláusula à ordem, se endossável.
Emitida por instituições financeiras – bancos comerciais, múltiplos e de
investimento, além de sociedades de crédito imobiliário, associações de
OBS.: A LCI NÃO PODERÁ TER PRAZO DE VENCIMENTO SUPERIOR
poupança e empréstimo e companhias hipotecárias – e regulamentada AO PRAZO DE QUAISQUER DOS CRÉDITOS IMOBILIÁRIOS QUE
pela a Lei no 10.931/2004 e a Circular do Banco Central no. 3.614/12, LHE SERVEM DE LASTRO.
pode ser remunerada por taxa pré ou pós fixada.

Ao optar pela LCI, o investidor assume o risco primário do emissor. Resgate: por meio de amortizações periódicas ou em parcela única no
Conta ainda com a segurança adicional de que está vinculado à carteira vencimento.

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Aspecto tributário: a remuneração é isenta de Imposto de Renda para financiamento e investimento, sociedade corretora de títulos e valores
pessoas físicas e condomínios de edifícios residenciais ou comerciais. mobiliários, sociedade distribuidora de títulos e valores mobiliários ou a
Já para pessoas jurídicas a tributação é de renda fixa, começando com Caixa Econômica Federal, habilitado para a realização dessas operações.
alíquotas de 22,5% para aplicações de até 180 dias, até 15% para prazos
superiores à 720 dias. As negociações das operações compromissadas são negociadas em
balcão, com registro no Selic, Cetip Net ou na clearing de ativos da
BM&F.
4.2.3.6 Operações Compromissadas. Conceito e Características
As operações compromissadas são usadas quando uma instituição
No mercado de títulos de renda fixa, operações compromissadas financeira pode estar precisando temporariamente de dinheiro, mas
são operações de compra (ou venda) de títulos com compromisso não quer se desfazer de parte dos seus títulos. Então ela “vende” parte
de revenda (ou recompra) dos mesmos títulos em uma data futura, deles para outra entidade com o compromisso de recomprá-los numa
anterior ou igual à data de vencimento dos títulos. data futura, em troca do pagamento de juros.

Os bancos compram e mantém títulos em suas carteiras. Eles podem


propor vender esse título a você, com o compromisso de recomprá- 4.2.3.7 Caderneta de Poupança: principais características em termos
lo daqui a um determinado período de tempo. É como se o banco de liquidez, rentabilidade, garantias e riscos
estivesse pedindo dinheiro emprestado a você e dando como garantia
um título de sua carteira. Dessa maneira, o banco não se desfaz do A caderneta de poupança é um dos investimentos mais populares do
título, e você não possui de fato esse título, pois ele pertence ao banco. país, que conta com simplicidade e baixo risco. Além disso, é garantida
Se a negociação fosse definitiva, o banco venderia o título a você sem o pelo governo e suas regras de funcionamento são reguladas pelo Banco
compromisso de recomprá-lo. Central.

Nas operações compromissadas, pelo menos uma das partes • Funcionamento: uma única conta engloba até 28 subcontas, exceto
contratantes deve ser banco múltiplo, banco comercial, banco de para pessoa jurídica com fins lucrativos que terá uma única data de
investimento, banco de desenvolvimento, sociedade de crédito, aniversário.
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• Aspecto tributário para pessoa jurídica: devido ao pagamento dos


OBS.: CONTAS ABERTAS NOS DIAS 29, 30 E 31, TERÃO COMO rendimentos trimestrais a alíquota será de 22,5% (vinte e dois e meio
DATA DE ANIVERSÁRIO O DIA PRIMEIRO DO MÊS SEGUINTE. por cento), retido na fonte.

• Rentabilidade: variação da TR (taxa referencial) + 0,5% ao mês


quando a Selic superior a 8,5% ao ano. Os rendimentos gerados são
creditados mensalmente nas contas de pessoas físicas e jurídicas
imunes e trimestralmente para pessoas jurídicas. Quando a SELIC
for igual ou inferior a 8,5% ao ano a remuneração será de 70% da 4.2.4 Tributação: IOF e Imposto de Renda sobre as aplicações
Selic + TR. financeiras de renda fixa para Pessoa Física e Jurídica, exceto
• Cálculo do rendimento: a caderneta de poupança utiliza uma taxa de em Fundos de Investimento: fato gerador; alíquotas; prazos;
rendimentos específica para cada dia e os depósitos são base de cálculo e agente responsável pelo recolhimento.
remunerados conforme o dia de aniversário de cada saldo, mesmo
que estejam numa mesma conta, como se fossem várias contas
numa conta só (engloba até 28 subcontas). IOF – Imposto Sobre Operações Financeiras (Valores Mobiliários)
• Resgates: podem ser efetuados a qualquer momento, mas o
rendimento só incidirá sobre o saldo que no dia do aniversário estiver Fato Gerador
na conta há pelo menos 30 dias. Aquisição, cessão, resgate, repactuação ou pagamento para liquidação
• Garantias: possui a garantia do FGC (Fundo Garantidor de Crédito) de títulos e valores mobiliários.
para minimizar o risco de crédito contra a instituição financeira que
for associada ao fundo. Será garantido até o valor de R$ 250.000,00 Alíquota (Tabela Regressiva)
(duzentos e cinquenta mil reais) por CPF ou CNPJ. O IOF será cobrado à alíquota de 1% (um por cento) ao dia sobre o
• Aspecto tributário para pessoa física: a remuneração é isenta de valor do resgate, cessão ou repactuação, limitado ao rendimento da
Imposto de Renda para pessoas físicas e condomínios de edifícios operação, em função do prazo, conforme tabela constante do anexo I,
residenciais ou comerciais. para:
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I às operações realizadas no mercado de renda fixa;


II o resgate de cotas de fundos de investimento e de clubes de investimento (com carteira com menos de 67% em ativos de renda variável).

• O IOF será cobrado à alíquota de 0,5% (zero vírgula cinco por cento) ao dia sobre o valor de resgate de quotas de fundos de investimento,
constituídos sob qualquer forma, na hipótese de o investidor resgatar cotas antes de completado o prazo de carência para crédito dos
rendimentos.

• Ficam sujeitas à alíquota 0% (zero) as operações:


I de titularidade das instituições financeiras e das demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil, excluída a
administradora de consórcio;
II das carteiras dos fundos de investimento e dos clubes de investimento;
III do mercado de renda variável, inclusive as realizadas em Bolsas de Valores de mercadorias, de futuros e entidades assemelhadas;
IV de resgate de cotas dos fundos e clubes de investimento em ações, assim considerados pela legislação do imposto de renda (carteiras com no
mínimo 67% em ativos de renda variável).
V com Certificado de Direitos Creditórios do Agronegócio - CDCA, com Letra de Crédito do Agronegócio - LCA e com Certificado de Recebíveis do
Agronegócio –CRA;
VI com Debêntures de que trata o art. 52 da Lei nº 6.404, com Certificados de Recebíveis Imobiliários – CRI, de que trata o art. 6º da Lei nº 9.514, e
com Letras Financeiras – LF.

Isenção do IOF
• negociações com Cédula de Produto Rural - CPR realizadas nos mercados de Bolsas e de Balcão;
• de negociações com Certificado de Depósito Agropecuário - CDA e com Warrant Agropecuário – WA.

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Base de Cálculo
A base de cálculo do IOF é o valor: NÚMERO DE DIAS NÚMERO DE DIAS
iOF iOF
DECORRIDOS APÓS DECORRIDOS APÓS
(EM %) (EM %)
A APLICAÇÃO A APLICAÇÃO
I de aquisição, resgate, cessão ou repactuação de títulos e valores
mobiliários de renda fixa; 1 96 16 46
II da operação de financiamento realizada em Bolsas de valores, de
2 93 17 43
mercadorias, de futuros e assemelhadas;
III de aquisição ou resgate de cotas de fundos de investimento e de 3 90 18 40
clubes de investimento considerados de renda fixa. 4 86 19 36
5 83 20 33
Agente responsável pelo recolhimento
Administrador do Fundo ou a instituição intermediadora da operação 6 80 21 30
(na fonte). 7 76 22 26
8 73 23 23
9 70 24 20
10 66 25 16
11 63 26 13
12 60 27 10
13 56 28 6
14 53 29 3
15 50 30 0

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Imposto de Renda sobre as aplicações financeiras de Renda Fixa para Pessoa Física, exceto em Fundos de Investimento

Fato gerador Base de cálculo


• Rendimentos produzidos por aplicações financeiras de renda fixa, Diferença positiva entre o valor de alienação e o valor da aplicação ,
decorrentes de alienação, liquidação (total ou parcial), resgate, líquido do IOF, no caso de títulos e operações de renda fixa;
cessão ou repactuação do título ou aplicação;
• Rendimentos periódicos produzidos por título ou aplicação, bem Agente responsável pelo recolhimento
como qualquer remuneração adicional aos rendimentos prefixados; A responsabilidade pela retenção do imposto cabe:
• Rendimentos auferidos em contas de depósitos de poupança. • a pessoa jurídica que efetuar o pagamento dos rendimentos;
• instituições ou entidades que, embora não seja fonte pagadora
original, façam o pagamento ou crédito dos rendimentos ao
IMPORTANTE: PARA FINS DE INCIDÊNCIA DO IMPOSTO SOBRE A beneficiário final.
RENDA NA FONTE, A ALIENAÇÃO COMPREENDE QUALQUER FORMA
DE TRANSMISSÃO DA PROPRIEDADE, BEM COMO A LIQUIDAÇÃO, O A retenção do imposto será efetuada por ocasião:
RESGATE, A CESSÃO OU A REPACTUAÇÃO DO TÍTULO OU APLICAÇÃO. • do pagamento ou crédito dos rendimentos, ou da alienação do título
ou aplicação;
• na data da conversão, no caso de debênture conversível em ações.
Alíquotas
Isenção e não incidência
PRAZO DE
MODALIDADE ALÍQUOTAS RETENÇÃO São isentos do imposto sobre a renda:
PERMANÊNCIA
I os rendimentos auferidos por pessoa física e pelos condomínios
até 180 dias 22,50% de edifícios residenciais ou comerciais em contas de depósitos de
de 181 a 360 dias 20,00% Imposto de poupança;
Aplicações de
renda na II na fonte e na declaração de ajuste anual das pessoas físicas, a
Renda Fixa de 361 a 720 dias 17,50% fonte remuneração produzida por Certificados de Recebíveis Imobiliários
acima de 720 dias 15,00% (CRI) e Letras de Crédito Imobiliário (LCI);

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III na fonte e na declaração de ajuste anual das pessoas físicas, a remuneração produzida por Certificado de Depósito Agropecuário (CDA), Warrant
Agropecuário (WA), Certificado de Direitos Creditórios do Agronegócio (CDCA), Letra de Crédito do Agronegócio (LCA) e Certificado de Recebíveis
do Agronegócio (CRA); e
IV na fonte e na declaração de ajuste anual das pessoas físicas, a remuneração produzida pela Cédula de Produto Rural (CPR), com liquidação
financeira, desde que negociada no mercado financeiro.

O disposto acima não se aplica:


I aos rendimentos auferidos por pessoas jurídicas;
II ao ganho de capital auferido na alienação ou cessão.

Imposto de Renda sobre as aplicações Financeiras de Renda Fixa para Pessoa Jurídica, exceto em Fundos de Investimento

Para Pessoa Jurídica o raciocínio é o mesmo e a tabela também é a mesma, com exceção das regras de isenção e não incidência, não aplicáveis
para este público.

PRAZO DE
MODALIDADE ALÍQUOTAS RETENÇÃO
PERMANÊNCIA
até 180 dias 22,50%
Aplicações de de 181 a 360 dias 20,00% Imposto de
Renda Fixa de 361 a 720 dias 17,50% renda na fonte
acima de 720 dias 15,00%

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4.2.5 FGC – Fundo Garantidor de Crédito: produtos e serviços que possuem garantia do FGC, limites de cobertura e operacionalização

MODALIDADE PRAZO DE PERMANÊNCIA

Entidade privada, sem fins lucrativos, destinada a administrar mecanismos de proteção a titulares de créditos contra
Definição
instituições financeiras.
O FGC tem por objetivos prestar garantia de créditos contra instituições dele associadas, nas hipóteses de: - decretação
Objetivos da intervenção, liquidação extrajudicial ou falência da associada; reconhecimento, pelo Banco Central do Brasil, do
estado de insolvência da associada.

• Depósitos à vista ou sacáveis mediante aviso prévio


• Depósitos de poupança
• Depósitos a prazo, com ou sem emissão de certificado
• Depósitos mantidos em contas não movimentáveis por cheques destinadas ao registro e controle do fluxo de recursos
Objetos de Garantia referentes à prestação de serviços de pagamento de salários, vencimentos, aposentadorias, pensões e similares.
• Letras de câmbio
• Letras imobiliárias
• Letras hipotecárias
• Letras de crédito imobiliário

O total de créditos de cada pessoa contra a mesma instituição associada, ou contra todas as instituições associadas do
Limite de Garantia
mesmo conglomerado financeiro, será garantido até o valor de R$ 250.000,00 (duzentos e cinquenta mil reais).

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• titular do crédito é aquele em cujo nome o crédito estiver registrado na escrituração da instituição associada
ou aquele designado em título por ela emitido ou aceito;
• devem ser somados os créditos de cada credor identificado pelo respectivo Cadastro de Pessoas Físicas (CPF)
ou Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) contra todas as instituições associadas do mesmo conglomerado
financeiro;
Principais Critérios
• os cônjuges são considerados pessoas distintas, sejam qual for o regime de bens do casamento;
• créditos em nome de dependentes do beneficiário identificado devem ser computados separadamente;
• nas contas conjuntas, o valor da garantia é limitado a R$ 250.000,00 (duzentos e cinquenta mil reais), ou ao saldo da
conta, quando inferior a esse limite, dividido pelo número de titulares, sendo o crédito do valor garantido feito de
forma individual.

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4.3 DERIVATIVOS

Derivativos são contratos que derivam a maior parte de seu valor de um ativo subjacente, taxa de referência ou índice. O ativo subjacente pode ser
físico (café, ouro, etc.) ou financeiro (ações, taxas de juros, etc.), negociado no mercado à vista ou não (é possível construir um derivativo sobre outro
derivativo). Os derivativos podem classificados em contratos a termo, contratos futuros, opções de compra e venda, operações de swaps, entre
outros, cada qual com suas características.

Os derivativos, em geral, são negociados sob a forma de contratos padronizados, isto é, previamente especificados (quantidade, qualidade, prazo
de liquidação e forma de cotação do ativo-objeto sobre os quais se efetuam as negociações), em mercados organizados, com o fim de proporcionar,
aos agentes econômicos, oportunidades para a realização de operações que viabilizem a transferência de risco das flutuações de preços de ativos e
de variáveis macroeconômicas.

Os derivativos são tidos como instrumentos Financeiros que transferem riscos.

Os principais instrumentos derivativos são: termo, futuro, swap e opções.

4.3.1 Termo, Futuros, Swaps e Opções: Características Formais dos Derivativos

Contratos a Termo
Mercado à termo está relacionado com futuro. Uma operação a termo investidores, tendo que, obrigatoriamente, ter um prazo mínimo de 16
consiste em uma compra ou venda de uma determinada quantidade de dias e um prazo máximo de 999 dias corridos. O preço negociado será
ações, a um preço pré-estabelecido, com uma prazo determinado de o valor da ação mais um valor de juros, acordado livremente entre as
liquidação. Essas condições são livremente acordadas entre os partes negociantes, sempre em função do prazo do contrato.

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O mercado a termo funciona como uma espécie de contrato de O contrato a termo é muito parecido com um contrato futuro, com
financiamento. De um lado, temos um investidor que quer comprar ações, algumas diferenças. No contrato a termo, há um acordo bilateral, que
mas que talvez não tenha o dinheiro no momento, e quer garantir sua não pode ser transferidos à terceiros. Um contrato futuro é totalmente
compra no futuro. Dessa forma, ele se utilizado do mercado a termo, padronizado, podendo ser negociado livremente no mercado,
pagando o preço da ação mais uma taxa de juros, para a compra em uma encerrando a posição. No contrato a termo, se qualquer uma das partes
data futura. Do outro lado, temos outro investidor que quer vender as quiser encerrar o contrato antecipadamente, a outra parte deverá
ações, e, para ter uma melhor rentabilidade, cobra da outra ponta uma aceitar. Além disso, não há ajustes diários de posição para o contrato a
taxa de juros. Ele também pode comprar ações no mercado à vista e já termo, sendo o resultado financeiro apurado na data de liquidação do
fazer um contrato a termo, garantindo a venda das ações em uma data contrato. A operação a termo é realizada em leilão, com uma operação
futura pelo preço que pagou acrescido de uma taxa de juros. muito parecida com o mercado à vista.

COMPRADOR Define preço VENDEDOR


(obrigação de comprar) futuro “hoje” (obrigação de vender)

O fluxograma a seguir irá ajudá-lo a fixar Entrega física


os conceitos da negociação a termo.
Paga ($) contratado

ou liquida por diferença de preço


(contratado versus a vista)

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Importante: As operações no mercado a termo normalmente Operação no Mercado a Termo


são de balcão, porém existe negociações com esta modalidade
na BM&FBovespa (com ações contrato de ouro). Quando essas • Taxa de financiamento (BM&FBovespa) no mercado a termo para
negociações forem realizadas em Bolsa de Valores ou de Mercadorias 30 dias: 1,50%
exigem-se garantias das partes (comprador e vendedor). • Valor da Operação a Vista: R$ 20.000,00
• Juros: R$ 300,00
• Cotação a Termo: R$ 20,30
Exemplo: Vamos analisar como é negociada uma operação de compra • Valor da Operação a Termo: R$ 20.300,00
de ações no mercado a termo.

Inicialmente, observe a operação no mercado à vista. Importante: Neste caso, no vencimento do contrato (30 dias),
supomos que, se a cotação estiver R$ 21,00, o investidor pagará
• Empresa: XPTO R$ 20,30, que significa o preço contratado no início da operação
• Quantidade: 1000 ações a termo. O mesmo ocorre se a cotação estiver a R$ 22,00,
• Cotação por ação: R$ 20,00 pagará o preço contratado de R$ 20,30. O objetivo principal
• Valor da Operação à Vista: R$ 20.000,00 da operação foi buscar a proteção de preço.

Contratos Futuros

Um contrato futuro é um compromisso assumido entre duas partes, compromisso de comprar ou vender determinado ativo numa data
determinada a um determinado preço. Os contratos futuros são um importante instrumento financeiro, uma vez que permite sejam negociados
hoje, direitos futuros em condições de incerteza.

Os contratos futuros surgiram muito antes das negociações de ações, ainda no século XII, como uma necessidade da administração de risco,
principalmente no setor agrícola. Um produtor agrícola normalmente fica exposto ao risco de variação do preço do seu produto até a colheita,

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isso porque os preços de produtos agrícolas variam em função de efeitos que podem prejudicar ou favorecer a colheita, incluindo-se aí também
a própria sazonalidade dos períodos de safra e entressafra. Tal variação pode ser significativamente grande a ponto de dar lucros absurdos ou
enormes prejuízos para o produtor.

O fluxograma abaixo irá ajudá-lo a fixar os conceitos da negociação de • Ajuste diário: ajuste de ganhos e perdas entre o preço de
contratos futuros. fechamento do dia e o fechamento do dia anterior, isso ocorre em
função da oscilação dos preços futuros.
CONTRATO FUTURO
COMPRADOR VENDEDOR O resultado do ajuste é repassado diariamente para o cliente (débito
Obrigação de Comprar Obrigação de Vender ou crédito)
• Possui alta liquidez.
Permite zerar a posição antes do vencimento,
fazendo operação inversa. Abaixo está um quadro comparativo entre mercado a termo e futuro:

TERMO FUTURO
Principais características dos contratos futuros:
• Contrato padronizado quanto a: quantidade do ativo, tipo, qualidade, Contrato particular entre duas partes Negociado em Bolsas
vencimento, etc. Não padronizado Padronizado
• Liquidação: física ou financeira.
• Encerramento antecipado: por meio de operação inversa. Podem ser negociados
Não são negociados antes do vencimento antes de vencimento
• Preço: Livremente acordado entre as partes, entre um intervalo de
preço permitido pela bolsa. Uma só data de entrega acordada Várias datas de entrega
• Margem de garantia: depósito que deverá ser efetuado, por ambas Ajustado no vencimento Ajustado diariamente
as partes (comprador e vendedor) e pode ser em: dinheiro, carta de
fiança, títulos públicos ou privados. Entrega física ou liquidação financeira Encerrado geralmente
• Preço de liquidação: igual ao mercado à vista. no final antes do vencimento

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Contrato de SWAP O principal motivo para a realização de um Swap está associado à


gestão de risco. Por meio do swap é possível minimizar o grau de
Podemos definir swap como um contrato de derivativo por meio do qual exposição a riscos de mercado, compatibilizando os prazos, as moedas
as partes pactuam uma troca de fluxos de caixa relativos a uma operação e os indexadores dos ativos e passivos.
em um determinado período futuro sem que haja troca do principal.
O “swap”, portanto, serve como um instrumento de proteção contra
Os swaps podem ser realizados sobre taxas de juros, indexadores, riscos de mercados, podendo ser utilizado para:
moedas, commodities, ou outros ativos e derivativos. • Eliminação do risco da alta da taxa de juros;
• Melhor casamento entre ativos e passivos;
Finalidade do “swap”: é permitir que as partes ajustem o rendimento, ou • Alterar a moeda de um fluxo de rendimento de um ativo;
o custo de suas operações financeiras às suas necessidades. O “swap”, • Administração de risco e exposição cambial.
portanto, pode ser utilizado pelos investidores como instrumento de
“hedge”, para converter operações prefixadas em pós-fixadas, como,
por exemplo, no caso de um CDB pré-fixado que rende 0,8º% ao mês ser 4.3.2 Tipos de opções e representação gráfica: PUT (opção
transformado em um CDB pós fixado que rende 95% do CDI. O “swap”, de venda) e CALL (opção de compra). Compra/venda de put,
portanto, permite a troca de rendimentos. Desta maneira o cliente vai se compra/venda de call. Titular e lançador.
beneficiar com o aumento da taxa de juros e não ficará mais travado na
taxa pré-fixada.
No mercado de opções, negocia-se o direito de comprar ou de vender
As operações com “swap”, no entanto, não se restringem a troca de um bem por um preço fixo numa data futura. Quem adquirir o direito
juros. São também usuais “swaps” de: deve pagar um prêmio ao vendedor. Este prêmio não é o preço do
• Troca de Moedas - exemplo: R$ por US$ bem, mas apenas um valor pago para ter a opção (possibilidade) de
• Troca de Taxas de Juros - exemplo: prefixados por pós-fixado comprar ou vender o referido bem em uma data futura por um preço
• Troca Indexadores - exemplo: IGP-M por CDI. previamente acordado.
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O objeto de negociação pode ser um ativo financeiro ou uma • Titular: é o proprietário ou comprador da opção, aquele que detém
mercadoria, negociados em pregão, com ampla transparência. O o direito de comprar ou vender. O titular paga um prêmio por esse
comprador da opção, também chamado titular, sempre terá o direito direito;
do exercício, mas não obrigação de exercê-lo. O vendedor da opção, • Lançador: é o vendedor da opção, ou seja, aquele que cede o direito
também chamado lançador, terá a obrigação de atender ao exercício ao titular, devendo comprar ou vender o ativo ao titular, se este o
caso o titular opte por exercer seu direito. desejar;
• Tipos de opções: Opção de Compra (CALL): compreende o direito de
Em resumo Opções são contratos nos quais uma das partes tem só o comprar o ativo por um determinado preço, se assim desejar o
DIREITO (comprador ou titular) e a outra parte tem só a OBRIGAÇÃO investidor. Opção de Venda (PUT): é o direito de vender o ativo por um
(vendedor ou lançador). determinado preço, se assim desejar o investidor.
• Ativo-objeto: É o produto que referencia a opção, é a mercadoria ou
ativo financeiro objeto do contrato;
O Comprador ou Titular adquire o DIREITO de comprar ou vender
• Prêmio: corresponde ao preço de negociação da opção definido pelo
determinado ativo a um preço prefixado (preço de exercício), numa
mercado, ou seja, é o preço que o titular paga pela opção ao lançador.
certa data, ou antes, da data de vencimento. Por este direito, os
O prêmio é pago no ato da negociação sem direito a devolução, caso
titulares das opções pagam um prêmio ou preço da opção, que é não haja exercício;
negociado entre o titular e o lançador por meio de seus representantes • Preço de Exercício (strike price): refere-se ao valor futuro pelo qual
no pregão da Bolsa. o ativo será negociado, ou o preço pelo qual o titular pode exercer o
seu direito;
O Vendedor ou Lançador possui a OBRIGAÇÃO de comprar ou vender • Data de Vencimento: corresponde ao dia em que a posição pode ser
determinado ativo a um preço prefixado (preço de exercício), se for exercida ou que cessam os direitos do titular de exercer sua opção;
exercido, numa certa data. Por esta obrigação os lançadores das opções • Valor Intrínseco: é a diferença entre o valor atual do ativo-objeto que
recebem um prêmio ou preço da opção, que é pago pelo titular da está sendo negociado no mercado a vista e o preço de exercício da
opção. opção, sendo uma medida intuitiva do seu valor;
• Séries de uma Opção: quando há lançamento de opções, as Bolsas o
Abaixo estão alguns conceitos básicos do mercado de opções: fazem por séries que compreendem a fixação do preço de exercício
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para uma mesma data, sendo cada série identificada por um código específico a um determinado preço e data. O titular de uma Call tem por
que identifica se a opção é de venda ou de compra e o mês de expectativa a tendência de alta no preço do ativo.
vencimento;
• Opção Coberta: quando o lançador vincula o ativo-objeto como Exemplo 1: Um investidor pagou R$ 5,00 de prêmio por uma opção
garantia da operação; de compra a R$ 50,00. No dia do exercício, o valor da mesma ação no
• Opção Descoberta: quando o lançador não efetua o depósito da mercado a vista era de R$ 60,00. A opção deve ser exercida?
totalidade do ativo-objeto, ou seja, ele vende uma opção sem
depositar o ativo-objeto que terá que entregar, caso seja exercida Resposta: Sim, pois ele pode comprar a R$ 50,00, abaixo do preço no
a opção pelo comprador. No caso do ativo-objeto ser ações, o mercado a vista.
lançador deverá aportar margem por meio de depósito de ativos
aceitos em garantia pela CBLC. E qual o ganho com a operação, dado que ele vendeu as ações?
Resposta:
Quanto ao dia de exercício, as opções podem ser do tipo: Preço de Venda R$ 60,00
(-) Preço de Exercício R$ 50,00
• Opção Americana: quando permite o exercício do direito em qualquer (-) Prêmio pago R$ 5,00
dia, até o dia do vencimento. Resultado da Operação = R$ 5,00
• Opção Européia: o exercício somente pode ser exercido no dia do
vencimento. Exemplo 2: Um investidor pagou R$ 5,00 de prêmio por uma opção
de compra a R$ 50,00. No dia do exercício, o valor da mesma ação no
Alguns cenários possíveis e representações gráficas deste mercado a vista era de R$ 40,00. A opção deve ser exercida?
mercado e que poderão ser cobrados em sua prova
Resposta: Não, pois o investidor pode comprar o ativo por R$ 40,00,
mais barato do que os R$ 50,00. Não exercendo seu direito, o investidor
1. TITULAR (COMPRADOR) DE OPÇÃO DE COMPRA (CALL) estará assumindo um prejuízo em R$ 5,00 (prêmio). Portanto, o titular
só vai exercer uma opção no ponto em que a operação passe a dar
O titular de opção de compra tem o direito de comprar um ativo retorno.
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Abaixo um resumo para você gravar os conceitos de opções de compra e venda. Representação gráfica - Ganhos/perdas do Titular da Opção
de compra (Call)

POSIÇÃO CALL PUT Suponha que o comprador da opção paga um prêmio de R$ 2,00 e,
com isso, adquire o direito de comprar uma ação por R$ 100,00.
Direito, mas não a Direito, mas não a
Titular/comprador
obrigação de comprar obrigação de vender
Ganhos e
Lançador/vendedor Obrigação de vender Obrigação de comprar Perdas (R$) (+)

R$ 100,00

(-) R$ 102,00 Preço da ação


Atenção: Esse assunto é um dos assuntos mais trabalhosos desta - 2,00 no vencimento
prova. Se você não entendeu reveja o assunto e refaça o exemplo
acima em cenários diferentes para que possa entender. Perceba que
podemos ser titulares de uma Opção de Compra ou titulares de uma
Opção de Venda. O primeiro quer que o preço do ativo suba para que O gráfico mostra que:
exerça a opção, lucrando assim com o exercício. Se isso não acontecer • Se o preço da ação na data do exercício for menor que R$ 100,00,
ele não exerce e perde o prêmio. Para o titular de uma Opção de Venda o titular não exercerá e perderá R$ 2,00 correspondentes ao valor
o raciocínio é o oposto e ele quer que o preço do ativo caia, pois assim do prêmio.
a outra parte não exercerá a opção e ele ganhará o prêmio. Veja o • Se o preço da ação estiver entre R$ 100,00 e R$ 102,00, o titular
exemplo gráfico ao lado. exercerá recuperando parcialmente o capital investido. Pois
R$ 102,00 é o preço de equilíbrio (preço de exercício + prêmio).
• Se o preço da ação estiver acima de R$ 102,00, o titular exercerá e
terá ganhado líquido.
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2. LANÇADOR (VENDEDOR) DE OPÇÃO DE COMPRA (CALL) O gráfico mostra que:


• Se o preço da ação na data do exercício for menor que R$ 100,00,
O lançador tem a obrigação de vender o ativo, se exercido. É o lado o lançador ganhará R$ 2,00 correspondentes ao valor do prêmio.
oposto ao titular de uma opção de compra. O lançador tem por Lucro limitado ao prêmio.
expectativa a tendência de queda no preço do ativo. • Se o preço da ação estiver entre R$ 100,00 e R$ 102,00, o ganho irá
diminuir a medida que cresce o preço de mercado e se anulará
Portanto, o ganho do vendedor está limitado ao prêmio que recebeu quando atingir os R$ 102,00.
pela venda da opção de compra, sendo que esse ganho vai diminuindo • Se o preço da ação estiver acima dos R$ 102,00, o lançador terá
à medida que há o exercício da opção pelo titular. O prejuízo do perdas crescentes.
vendedor vai aumentando à medida que o preço do ativo aumenta. • Se você entendeu a dinâmica da opção de compra, sob a ótica do
titular e lançador, acompanhe agora o processo com a opção de
Representação gráfica: ganhos/perdas do Lançador da Opção venda.
de compra (Call)

Suponha que o lançador da opção receba um prêmio de R$ 2,00 e, com


isso, assume a obrigação (se exercido) de vender a ação por R$ 100,00
ao comprador da opção.

Ganhos e 3. TITULAR (COMPRADOR) DE OPÇÃO DE VENDA (PUT)


Perdas (R$)
2,00 (+) O titular da opção de venda tem o direito de vender determinado ativo
a um preço definido, em certa data, se assim o desejar. Seu retorno vai
R$ 102,00 diminuindo à medida que o preço do ativo-objeto (preço no mercado à
vista) vai aumentando. O titular ao adquirir uma opção de venda tem
Preço da ação
R$ 100,00 no vencimento por expectativa a queda no preço do ativo.
(-)
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O titular de uma opção de venda somente exercerá seu direito enquanto


o preço de exercício for maior que o preço do ativo-objeto. Comprar
uma opção de venda permite garantir um preço mínimo para vender o Ganhos e
ativo caso este se desvalorize. Pode ser considerada uma estratégia de Perdas (R$)
hedge eficaz.
(+) R$ 100,00
Representação gráfica: ganhos/perdas do Titular da Opção de
venda (Put) R$ 98,00 Preço da ação
(-) no vencimento
- 2,00
Suponha que o titular da opção paga um prêmio de R$ 2,00 e, com isso,
tem o direito de vender uma ação por R$ 100,00.

O gráfico mostra que:


• Se o preço da ação, na data de exercício, for superior a R$ 100,00, o titular não exercerá e perderá R$ 2,00 correspondentes ao valor do prêmio pago.
• Se o preço da ação estiver entre R$ 98,00 e R$ 100,00, o titular exercerá e reduzirá o prejuízo.
• Se o preço da ação for inferior a R$ 98,00, o titular exercerá e seu ganho será crescente a medida que o preço cai.

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4. LANÇADOR (VENDEDOR) DE OPÇÃO DE VENDA (PUT) Representação gráfica: ganhos / perdas do Lançador da Opção
de venda (Put)
O lançador de opção de venda tem a obrigação de comprar se for
exercido. Busca retorno, limitando ao mesmo tempo o seu ganho. Esta Suponha que o lançador da opção receba um prêmio de R$ 2,00 e, com
estratégia é adequada para investidores que estejam correndo risco por isso, assume a obrigação de comprar (se exercido) a ação por R$ 100,00
carregarem posição vendida. do titular da opção.

Se o preço do ativo subir, o investidor perderá. Nesse caso o lançador de


Ganhos e
uma opção de venda ficará com o prêmio se a opção for exercida. Perdas (R$)
2,00 (+)
Portanto, conclui-se que após o exercício da opção por parte do titular
da opção de venda, o ganho do lançador fica limitado. Nos pontos em
que o preço de mercado seja superior ao preço de exercício, o investidor
estará sempre elevando seu retorno. R$ 98,00 R$ 100,00 Preço da ação
no vencimento
(-)

O gráfico mostra que:


• Se o preço da ação, na data do exercício, for menor que R$ 98,00, o lançador terá perdas, pois será exercido.
• Se o preço da ação estiver entre R$ 98,00 e R$ 100,00, o ganho irá diminuir a medida que cai o preço da ação e se anulará quando atingir os
R$ 98,00.
• Se o preço da ação estiver acima de R$ 100,00, o lançador da opção de venda ganhará R$ 2,00, correspondentes ao valor do prêmio, pois não
será exercido.

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Classificação das Opções

No quadro abaixo, podemos observar a relação que existe entre o preço de exercício da opção e o preço do ativo-objeto.

CLASSIFICAÇÃO OPÇÃO DE COMPRAR OPÇÃO DE VENDA


Preço de exercício menor Preço de exercício maior Atenção: Este assunto poderá vir com
Dentro do Dinheiro as nomenclaturas em inglês, a saber:
que o preço do objeto que o preço do objeto
Preço de exercício igual Preço de exercício igual • Dentro do dinheiro = In the Money
No dinheiro
ao preço do objeto ao preço do objeto • No dinheiro = At the Money
Preço de exercício maior Preço de exercício maior • Fora do dinheiro = Out of the Money
Fora do dinheiro
que o preço do objeto que o preço do objeto

Exemplo de Opção de Compra: Exemplo de Opção de Venda - Raciocínio contrário à compra:

VALOR PREÇO VALOR CLASSIFICAÇÃO VALOR PREÇO VALOR CLASSIFICAÇÃO


ATUAL EXERCÍCIO INTRÍNSECO(*) ATUAL EXERCÍCIO INTRÍNSECO(*)

73 63 10 Dentro do Dinheiro 73 63 0 Fora do Dinheiro


68 63 5 Dentro do Dinheiro 68 63 0 Fora do Dinheiro
63 63 0 No dinheiro 63 63 0 No dinheiro
58 63 0 Fora do Dinheiro 58 63 5 Dentro do Dinheiro
53 63 0 Fora do Dinheiro 53 63 10 Dentro do Dinheiro

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4.3.3 Efeito no prêmio das


opções: taxa de juros, tempo ESTRATÉGIA OPÇÃO DE VENDA - Titular OPÇÃO DE COMPRA - Lançador
para o vencimento, volatilidade,
preço do ativo objeto e preço Quando usar Acredita na elevação do preço do ativo. Acredita na quesa do preço do ativo.
de exercício.
Acima do ponto de equilíbrio (pç de
Potencial O valor do prêmio, se sua expectativa de
exercício + prêmio), à medida que o preço
de luco queda se confirmar.
do ativo sobe o lucro cresce.
O PRÊMIO DA CALL É FUNÇÃO
DAS SEGUINTES VARIÁVEIS:
• Preço à vista: quanto maior, Ilimitado acima do ponto de equilíbrio
Potencial Se a expectativa de alta não se
maior o prêmio; (pç de exercício + prêmio), à medida que
de perda confirmar, perde o prêmio.
• Preço de exercício: quanto maior, opreço de ativo sobre seu prejuízo cresce.
menor o prêmio;
• Taxa de juros: quanto maior, ESTRATÉGIA OPÇÃO DE VENDA - Titular OPÇÃO DE VENDA - Lançador
maior o prêmio;
• Prazo de vencimento: quanto Quando usar Acredita na queda do preço do ativo. Acredita na elevação do preço do ativo.
maior, maior o prêmio;
• Volatilidade: quanto maior, Abaixo do ponto de quilíbrio (pç de
maior o prêmio. Potencial O valor do prêmio se sua expectativa
exercício - prêmio), à medida que o
do lucro de alta se confirmar.
preço do ativo cai o lucro cresce.
Ao lado, um quadro resumido
para você tirar suas dúvidas Potencial Se a expectativa de queda não se
Abaixo do ponto de equilíbrio (pç de
finais: de perda confirmar, perde o prêmio.
exercício - prêmio), à medida que o preço
do ativo cai seu prejuízo cresce.

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4.3.4. Estratégias de proteção, alavancagem e posicionamento por períodos mais ou menos longos, como pode, também, fazer uma
aposta direcional de preços ao longo de um mesmo dia, realizando uma
Proteção ou Hedge: A busca de hedge, ou proteção contra oscilações compra e uma venda não simultâneas para o mesmo vencimento, na
inesperadas nos preços, é uma prática antiga. Ela começou em meados mesma sessão de negociação, executando o chamado day-trade. Ao
do século XIX no mercado de commodities agrícolas de Chicago. final daquele dia, seu resultado será a diferença apurada entre preço de
Agricultores e pecuaristas que traziam seus produtos à cidade para venda e preço de compra.
vender queriam reduzir o risco de quedas súbitas nas cotações. Se
muita gente levasse sua produção ao mercado no mesmo dia, a Alavancagem: estratégia que resulta normalmente em assumir riscos de
oferta seria muito superior à demanda e os preços desabariam. Para valor superior ao patrimônio da carteira, ampliando assim os resultados
evitar esse risco, compradores e vendedores passaram a negociar os de ganho e de perdas.
preços antes da entrega. Essa foi a origem das operações a termo.
Posteriormente, essas operações foram aperfeiçoadas e deram
4.3.5 Contratos futuros de balcão sem entrega física (NDF – non
origem aos modernos derivativos, hoje comuns no mercado financeiro.
deliverable forward). Conceito:
Funciona como um ”seguro de preço”.
O Contrato a Termo de Moeda sem entrega física é uma operação de
Posicionamento ou Especulação: Se por um lado o produtor ou compra ou venda de moeda estrangeira, em data futura, por paridade
investidor se livrou do risco de preço da mercadoria ou do ativo financeiro predeterminada.
realizando uma operação de hedge, pelo outro lado alguém assumiu
esse risco - esse alguém é o chamado especulador. Ele assume o risco A liquidação financeira se dá pela diferença entre esta paridade e a
da variação de preços da mercadoria ou ativo financeiro visando realizar cotação de referência na data do vencimento. A operação permite
lucro, mas arriscando-se, em contrapartida, a apurar prejuízo. proteção contra oscilações de moeda, sendo adequada principalmente
para empresas exportadoras, importadoras e companhias com ativos e/
O especulador pode manter posições em aberto de um dia para o outro, ou passivos em moeda estrangeira.

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Entre suas vantagens, destacam-se: Alíquotas:


Flexibilidade – o tamanho do contrato, o prazo e a taxa de câmbio
utilizada na liquidação são livremente negociados entre as partes.
MODALIDADE PRAZO DE ALÍQUOTAS RETENÇÃO
PERMANÊNCIA
Principais características:
• Liquidação no vencimento. até 180 dias 22,50%
• Módulo de registro específico. de 181 a 360 dias 20,00% Imposto
Aplicações de
• Uso de garantias. de renda
Renda Fixa de 361 a 720 dias 17,50%
• Sem desembolso de caixa no início da operação; na fonte
• Não há ajustes diários; acima de 720 dias 15,00%
• Contrato é registrado na CETIP;
• As negociações são feitas em mercado de balcão. Base de cálculo: resultado positivo auferido na liquidação ou cessão do
contrato.

OBSERVAÇÕES:
4.3.6 Tributação: IOF e Imposto de Renda sobre nas operações de 1) As perdas incorridas nas operações swap somente serão dedutíveis
derivativos para Pessoa Física e Jurídica negociadas em mercado na determinação do lucro real, se a operação swap for registrada e
de bolsa e de balcão: fato gerador; alíquotas; prazos; base de contratada de acordo com as normas emitidas pelo CMN e pelo
cálculo e agente responsável pelo recolhimento. BACEN.
2) Para efeito de apuração e pagamento do imposto mensal sobre os
ganhos líquidos, as perdas incorridas em operações de swap poderão
OPERAÇÕES DE SWAP ser compensadas somente com operações de swap.
3) Poderão ser considerados como custo da operação os valores pagos
Fato Gerador: rendimentos auferidos em operações de swap, inclusive a título de cobertura (prêmio) contra eventuais perdas incorridas em
nas operações de cobertura (hedge), realizadas por meio de swap. operações de swap.

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4) Quando a operação de swap tiver por objeto taxa baseada na remuneração dos depósitos de poupança, esta remuneração será adicionada à
base de cálculo do imposto, ficando o valor do mesmo limitado ao rendimento auferido na liquidação da operação de swap.

Agente Responsável pelo Recolhimento: O imposto será retido pela pessoa jurídica que efetuar o pagamento do rendimento, na data da liquidação
ou cessão do respectivo contrato.

4.3.6.1 Compensação de perdas no pagamento de IR

As perdas incorridas nas operações em opções, futuros e a termo, poderão ser compensadas com os ganhos líquidos auferidos, no próprio mês ou nos
meses subsequentes, inclusive nos anos calendário seguintes, em outras operações realizadas em qualquer das modalidades operacionais previstas.

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4.4 CERTIFICADO DE OPERAÇÕES ESTRUTURADAS – COE

4.4.1 Definição e finalidade

O Certificado de Operações Estruturadas - COE é um novo investimento Quem emite os COEs são bancos, mas eles são registrados na Cetip,
que passa a ser disponibilizado ao mercado brasileiro. É instrumento que está autorizada e preparada para fazer também o depósito e a
inovador e flexível, que mescla elementos de Renda Fixa e Renda liquidação do COE.
Variável. Traz ainda o diferencial de ser estruturado com base em
cenários de ganhos e perdas selecionadas de acordo com o perfil de Caso seu banco seja credenciado no Cetip | Certifica, melhor para você,
cada investidor. É a versão brasileira das Notas Estruturadas, muito que pode contar com a segurança adicional deste selo.
populares na Europa e nos Estados Unidos.
O COE tem vencimento, valor mínimo de aporte, indexador e cenário de
ganhos e perdas (figura) definidos pelos bancos para diferentes perfis
Este instrumento foi criado pela Lei 12.249/10, mesma que instituiu de investidor.
as Letras Financeiras, mas foi regulamentado pelo Conselho Monetário
Nacional (CMN) do Banco Central no segundo semestre de 2013.
Representa uma alternativa de captação de recursos para os bancos. 4.4.2 Modalidades: valor nominal protegido e valor nominal em
risco. Conceito:
O COE é um título parecido com as Notas Estruturadas, muito
populares nos Estados Unidos e na Europa. Em uma só aplicação, Segundo a norma, a emissão desse instrumento poderá ser feita em
o COE proporciona diversificação e acesso a novos mercados. Para duas modalidades: valor nominal protegido, com garantia do valor
você, fica mais fácil acompanhar o desempenho, pois o COE já vem principal investido, ou valor nominal em risco, em que há possibilidade
montado como um único instrumento, o que significa também uma de perda até o limite do capital investido. Nos dois casos deve ser
única tributação. Os custos possivelmente seriam maiores caso você observada a regra de suitability, ou seja, o investimento deve ser
direcionasse seus recursos a vários ativos separadamente. adequado ao perfil do investidor.
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4.4.3 Distribuição via oferta pública: Instrução CVM 569 Cap. Art. 6º O DIE deve:
II; Documento de informações Essenciais Cap. III; Material I conter informações verdadeiras, completas, consistentes e que não
Publicitário Cap. IV induzam o investidor a erro;
II ser escrito em linguagem simples, clara, objetiva, concisa e
adequada a sua natureza e complexidade; e
CAPÍTULO II – OFERTA PÚBLICA DE DISTRIBUIÇÃO DE COE III ser útil à avaliação de investir no COE.
Art. 2º A oferta pública de distribuição de COE realizada nos termos
desta Instrução fica dispensada de registro na CVM e será realizada Parágrafo único.
por instituições intermediárias habilitadas a atuar como integrantes Na hipótese em que tenha sido utilizada dispensa com base no inciso
do sistema de distribuição de valores mobiliários. II, § 2º do art. 3º, o emissor deve manter versão eletrônica do DIE em
endereço na rede mundial de computadores, em língua portuguesa,
sendo que o acesso ao documento não poderá ser restrito por senhas
Parágrafo único.
ou qualquer empecilho ao acesso do público em geral.
Os bancos comerciais, as caixas econômicas e os bancos múltiplos sem
carteira de investimento ficam dispensados da exigência da contratação CAPÍTULO IV – MATERIAL PUBLICITÁRIO
de intermediários integrantes do sistema de distribuição de valores Art. 8º A utilização de qualquer texto publicitário para oferta, anúncio
mobiliários na distribuição pública de COE de sua emissão, desde que ou promoção nas ofertas públicas de distribuição de COE dispensadas
atendido o disposto nesta Instrução. de registro nos termos desta Instrução, por qualquer forma ou meio
veiculados, inclusive audiovisual, deve:
CAPÍTULO III – DOCUMENTO DE INFORMAÇÕES ESSENCIAIS I seguir as regras gerais de divulgação de informações previstas nos
DO CERTIFICADO DE OPERAÇÕES ESTRUTURADAS - DIE incisos do art. 6º desta Instrução;
Art. 5º O emissor deve elaborar um Documento de Informações II ser consistente e não conter informações diversas em relação ao
Essenciais – DIE, de forma a permitir ao investidor a ampla conteúdo do DIE;
compreensão sobre o funcionamento do COE, seus fluxos de III usar linguagem serena e moderada, advertindo para os riscos do
pagamentos e os riscos incorridos. investimento, inclusive que o recebimento dos montantes devidos

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ao investidor está sujeito ao risco de crédito do emissor do divulgar a informação original, de retificações e esclarecimentos,
certificado; devendo constar, de forma expressa, que a informação está sendo
IV mencionar que se trata de material publicitário; republicada por determinação da CVM.
V alertar para a existência do DIE e os meios para a obtenção de um
exemplar, além da advertência em destaque com a seguinte redação: Art. 11 As menções a rentabilidades, inclusive no DIE, devem sempre
“LEIA O DOCUMENTO DE INFORMAÇÕES ESSENCIAIS ANTES DE incluir as correspondentes taxas efetivas expressas em percentual ao
APLICAR NESTE CERTIFICADO DE OPERAÇÕES ESTRUTURADAS”; ano, com igual destaque.
VI destacar que o certificado é da modalidade de “Investimento com
Valor Nominal em Risco”, quando for o caso; e Art. 12 Toda informação divulgada por qualquer meio, inclusive o DIE,
VII incluir advertência em destaque com a seguinte redação “A presente na qual seja incluída referência à rentabilidade passada de um COE,
oferta foi dispensada de registro pela Comissão de Valores deve:
Mobiliários - CVM. A distribuição do Certificado de Operações I apresentar gráfico com a evolução do desempenho auferido no
Estruturadas - COE não implica, por parte dos órgãos reguladores, momento do vencimento, apurado diariamente, de certificados
garantia de veracidade das informações prestadas ou de adequação idênticos ao COE sendo ofertado que tenham vencido em um
do certificado à legislação vigente ou julgamento sobre a qualidade intervalo no mínimo idêntico ao da duração do COE e cuja data final
do emissor ou da instituição intermediária”. seja, no máximo, 30 (trinta) dias anterior à data de emissão;
II quando a referência for à evolução de preço dos ativos subjacentes
Art. 9º Caso o material publicitário do COE contenha cenários, não do COE, incluir advertência, em destaque, com a seguinte redação:
poderá ser dado destaque ao melhor cenário em detrimento dos outros “Estes valores são meramente
cenários. ilustrativos e não representam o desempenho passado do COE”;
III incluir advertência em destaque com a seguinte redação: “A menção
Art. 10 Caso as informações divulgadas em materiais publicitários a rentabilidades passadas não é garantia de rentabilidade futura”;
apresentem incorreções ou impropriedades que possam induzir o IV incluir a identificação clara do período de referência da rentabilidade
investidor a erros de avaliação, a CVM pode exigir: passada, nomeadamente as datas inicial e final; e
I a cessação da divulgação da informação; e V mencionar que a rentabilidade líquida depende da tributação
II a veiculação, com igual destaque e por meio do veículo usado para aplicável.
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4.4.4 Tributação: IOF e Imposto de Renda sobre as aplicações em COE para Pessoa Física e Jurídica: fato gerador; alíquotas; prazos;
base de cálculo e agente responsável pelo recolhimento.

Existe cobrança de imposto de renda sobre os rendimentos que você conseguir investindo em COE. Na data de vencimento do COE, que é quando
você recebe o dinheiro que você investiu e sua rentabilidade, o banco faz a retenção do imposto sobre o rendimento. Você não precisa fazer nada. A
tabela é a mesma aplicada em outros investimentos de renda fixa como CDB, Tesouro Direto, Fundos de Investimento, etc.

OBS.: IOF COBRADO NORMALMENTE CONFORME TABELA REGRESSIVA ATÉ 29 DIAS E NÃO CONTA COM GARANTIA DO FGC.

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4.5 NEGOCIAÇÃO, LIQUIDAÇÃO E CUSTÓDIA

4.5.1 Sistema Especial de Liquidação e de Custódia - SELIC: 4.5.2 Câmara de liquidação, compensação e custódia da B3 S/A
conceito, funções, benefícios para o investidor e Principais (Câmara BM&FBovespa)
Títulos Custodiados no SELIC: Tesouro Selic (Antiga LFT),
Tesouro Pré Fixado (Antiga LTN), Tesouro IPCA + Juros (Antiga A câmara BM&FBovespa (antiga CBLC) tem o objetivo de garantir a
realização de todos os negócios nela realizados. Seus serviços vão
NTN-B), Tesouro IPCA (Antiga NTN-B Principal) e Tesouro Pré
do registro de operações e controle das posições, compensação dos
Fixado + Juros (Antiga NTN-F) ajustes diários e liquidação física e financeira dos negócios, até a
administração das garantias vinculadas às operações.
Os sistemas de liquidação e custódia tem como objetivo organizar a
liquidação e transferência dos títulos públicos e privados negociados no Principais atribuições:
mercado financeiro. Os principais sistemas são: • compensar, liquidar e controlar riscos das obrigações decorrentes
de operações à vista e de liquidação futura com qualquer espécie de
ativos, títulos e valores mobiliários, realizadas nas Bolsas de Valores
SELIC - SISTEMA ESPECIAL DE LIQUIDAÇÃO E DE CUSTÓDIA ou em outros mercados;
• assumir a posição de contraparte e garantidora da liquidação de
É um sistema gerido e operado pelo Banco Central do Brasil em parceria
operações;
com a ANDIMA - Associação Nacional das Instituições do Mercado
• receber e administrar garantias para operações realizadas em Bolsas
Financeiro. O SELIC é o depositário central dos títulos emitidos pelo de Valores;
Tesouro Nacional e pelo Banco Central do Brasil processando a emissão, • prestar para a Bolsa de Valores e outras Instituições serviços de
resgate, pagamento de juros e custódia desses títulos. Todos os títulos custódia de títulos e valores mobiliários e de outros ativos físicos
são escriturais, isto é, emitidos exclusivamente na forma eletrônica. e financeiros.

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Também conhecida como Clearing House - ou Uma das condições necessárias ao perfeito negócios mediante a existência de estruturas
câmara de compensação também pode ser funcionamento dos mercados financeiro e adequadas ao gerenciamento de risco de
definida como o sistema pelo qual as bolsas de capitais é a certeza de seus participantes todos os participantes.
garantem o cumprimento dos compromissos que seus ganhos serão recebidos e que suas
de compra e venda assumidos em pregão. operações de compra e venda serão liquidadas As câmaras possuem agilidade e flexibilidade
Pode ser uma estrutura interna ou externa, nas condições e no prazo estabelecido.
adjunta à bolsa. A clearing é responsável pelo necessária e suficiente para gerir as garantias
registro de todas as operações realizadas, Isso é proporcionado, pelas câmaras de exigidas aos participantes, de forma a
acompanhamento das posições mantidas, registro, compensação e liquidação, mediante assegurar a liquidação das operações, mesmo
compensação financeira dos fluxos e um sistema de compensação que chama na ocorrência da inadimplência de uma
liquidação dos contratos. para si a responsabilidade pela liquidação dos contraparte.

4.5.3 Sistema de Pagamento Brasileiro – SPB. Conceito e Finalidade • implantação de sistema que processa ordens de transferência
eletrônica de fundos entre bancos, inclusive dos clientes, existindo
SISTEMA DE PAGAMENTOS BRASILEIRO - SPB dessa forma alternativa segura aos cheques e DOC para a realização
A função básica de um sistema de pagamentos é transferir recursos, de pagamentos de grande valor.
bem como processar e liquidar pagamentos para pessoas, empresas,
governo, Banco Central e instituições financeiras. O Sistema de O principal objetivo da reestruturação do SPB, foi melhorar os controles
Pagamentos Brasileiro foi reestruturado no ano de 2002, com a função de risco no Sistema Financeiro, permitindo a redução do risco sistêmico.
de reduzir o risco sistêmico. A seguir as principais medidas adotadas
com a reestruturação: PRINCIPAIS BENEFÍCIOS TRAZIDOS PELO NOVO SPB
• Agilidade: os recursos ficam disponíveis no dia da transferência.
• monitoramento, em tempo real, do saldo da conta Reservas Bancárias; • Segurança e confiabilidade: redução do risco de crédito nos
• oferta de empréstimo ponte diário (redesconto intradia), mediante pagamentos, que são irreversíveis (não podem ser sustados ou
operações de compra pelo BACEN de títulos públicos federais em poder dos devolvidos por falta de fundos, como pode ocorrer com cheques),
bancos, que deverão recomprar os títulos do BACEN no próprio dia, registrando além de proporcionar melhora na imagem do país internacionalmente,
em tempo real o resultado financeiro na conta Reservas Bancárias; reduzindo assim, o risco Brasil.
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4.6 OFERTAS PÚBLICAS DE VALORES MOBILIÁRIOS

4.6.1 Principais Instituições: Funções e Principais Características

4.6.1.1 Banco Coordenador

O Coordenador é a instituição responsável pela estruturação, coordenação e distribuição das Cotas do Fundo.

Podem ser: Corretoras ou Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários e Banco de Investimento.


Nota: pode ter mais de um Banco coordenador, porém um será denominado coordenador líder.

Avaliar a viabilidade da oferta e se as condições são favoráveis.


A partir das informações necessárias à emissão, elaborar o projeto.
Elaborar toda documentação exigida pela CVM, e faz todo controle do lançamento ao encerramento do processo.
Fazer a solicitação do registro à CVM e assessorar a empresa em todo o processo.
RESPONSABILIDADES Se houver a necessidade de várias instituições financeiras participarem da distribuição organizar o consórcio (pool).
BANCO COORDENADOR
/ LÍDER Para assegurar que as informações são verdadeiras e suficientes aos investidores, deve agira com diligência
(conhecido no mercado como Due Diligence), que é um processo de verificação de informações precisas sobre a
empresa e disponibilizar ao investidor).
Apresentar a empresa (road Show).
No procedimento de bookbuilding (sistema de consulta prévia ao mercado para difinir o preço ou a tava final da oferta),
faz uma fixação de uma faixa de flutuação de preço ou taxa, quando da coleta dos interesses do investimento.

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4.6.1.1.1 Regime de distribuição: Tipos de Colocação (Oferta com garantia 4.6.1.4 Banco Escriturador e Mandatário
Firme e Melhores Esforços); Responsabilidades. Outro agente envolvido no processo operacional das debêntures é a de
escriturador, que tem por objetivo manter atualizada a escrituração das
O que são os regimes de garantia firme de colocação e de melhores debêntures em nome dos respectivos titulares, os debenturistas.
esforços? Pelo regime de garantia firme de colocação, o banco se
compromete a adquirir todo o valor ofertado de determinado ativo.
Ele só é utilizado para a oferta de títulos como debêntures — muito A atividade de escriturador é exercida, normalmente, pela companhia
raramente ocorre numa oferta pública de ações. É que nem sempre a emissora ou por uma instituição financeira por ela contratada para
oferta deslancha, devido às condições de mercado, e o risco de o banco prestar esses serviços.
ter que comprar toda a oferta é grande. Nos IPOs, é mais utilizado o
regime de melhores esforços, pelo qual o banco fará tudo o que estiver A função de Banco Mandatário pode ser desempenhada por banco
ao seu alcance para colocar as ações no mercado. comercial ou múltiplo que tenha carteira comercial com conta “Reservas
Bancárias” junto no Banco Central do Brasil. Indicado pela companhia
4.6.1.2 Agência de Rating
emissora, é responsável pela confirmação financeira de todos os
É uma empresa especializada na avaliação e classificação de riscos de pagamentos e movimentações realizados pelo emissor. Cabem ainda
crédito. Suas classificações de riscos orientam investidores quanto à ao banco mandatário atribuições como:
qualidade dos títulos emitidos por empresa, ou por um país, por exemplo.
• Transferir fiduciariamente para o nome da Câmara de Custódia
4.6.1.3 Agente Fiduciário ou Agente de Notas: Instrução CVM 28 e Liquidação (Cetip) as debêntures a serem depositadas pelos
(deveres e responsabilidade civil).
participantes;
Na escritura de emissão pública de debêntures constará, • Transferir para o nome dos participantes as debêntures a serem
obrigatoriamente, a nomeação de um agente fiduciário para representar retiradas do Sistema Nacional de Debêntures (SND);
a comunhão dos debenturistas, devendo, também, dela constar a sua • Operacionalizar o exercício dos direitos relativos às debêntures;
aceitação para o exercício das funções. • Confirmar os diversos lançamentos, entre outros.
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4.6.1.5 Banco Liquidante Seus serviços são basicamente:


a) liquidação física e financeira da operação;
O Banco Liquidante é a instituição financeira responsável, como o b) guarda e movimentação dos títulos;
próprio nome diz, por prestar serviços de liquidação financeira das c) administração dos direitos dos ativos, juros, dividendos, subscrição etc.;
operações registradas no SDT (Sistema de Distribuição de Títulos) e no d) envio de informações para os órgãos reguladores quando necessário.
SND (Sistema Nacional de Debêntures), bem como pelo pagamento das
taxas relativas ao uso do SND. 4.6.1.8 Formador de mercado (market maker) e mecanismo
de estabilização de preços.
4.6.1.6 Depositário
MARKET MAKER
A Instituição depositária é a instituição ou entidade que presta os
Formador de Mercado ou Market Maker é agente de liquidez, facilitador
serviços de:
de liquidez, promotor de negócios, especialista, market maker e liquidity
• Registro de debêntures escriturais;
provider são algumas designações atribuídas àqueles que se propõem a
• Custódia de valores mobiliários;
• Agente emissor de certificados. garantir liquidez mínima e referência de preço para ativos previamente
credenciados, fatores de destaque na análise da eficiência no mercado
Essas atividades são obrigatórias em um processo de emissão de de capitais.
debêntures e dependem de autorização da CVM.
O papel de Formador de Mercado pode ser desempenhado por
4.6.1.7 Custodiante corretoras, distribuidoras de valores, bancos de investimento ou bancos
múltiplos com carteira de investimentos, que, ao se credenciarem para
Pessoa jurídica credenciada na CVM para o exercício da atividade de exercer essa função, assumem a obrigação de colocar no mercado,
prestador de serviço de custódia, que compreende a liquidação, o diariamente, ofertas firmes de compra e de venda para uma quantidade
controle e a guarda dos ativos junto aos depositários. de ativos predeterminada e conhecida por todos.

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Ao registrar ofertas, o Formador de Mercado proporciona um preço de junto ao sistema bancário tradicional, passaram a levantar recursos
referência para a negociação do ativo. E essa é uma tarefa importante no mercado de capitais por meio de emissões de valores mobiliários.
porque envolve prévio conhecimento da empresa, atualização constante Essas empresas “securitizaram” suas dívidas, ou seja, seus passivos
sobre suas condições econômico-financeiras, acompanhamento do passaram a consistir de títulos (“securities”) emitidos e oferecidos no
valor de seus ativos e também de perspectivas no longo prazo, fatores mercado e não mais de empréstimos.
essenciais para o estabelecimento de um preço justo, resultado de um
extenso trabalho de relacionamento e análise.

MECANISMO DE ESTABILIZAÇÃO DE PREÇOS


Normalmente utilizado em ofertas públicas para que evitar ao máximo 4.6.2 Aspectos legais e normativo (AE)
oscilações fora do comum na cotação das ações alvo da oferta, o que
seria prejudicial para todos os lados. Checar em :
http://www.cvm.gov.br/export/sites/cvm/legislacao/inst/anexos/400/inst400.pdf
4.6.1.9 Companhia Securitizadora

Securitização, em geral, o termo transmite a ideia de utilizar ou criar


valores mobiliários. De fato, o significado da palavra tem evoluído
ao longo do tempo, concomitantemente com o desenvolvimento do
mercado de capitais. 4.6.3 Aspectos Operacionais
Na década de 1970, profissionais do mercado financeiro definiram
a expressão securitização como “a prática de estruturar e vender
investimentos negociáveis de forma que seja distribuído entre diversos 4.6.3.1 Procedimento de Precificação para Venda:
investidores um risco que normalmente seria absorvido por um só credor.”
PREÇO FIXO; BOOKBUILDING E LEILÃO EM BOLSA.
Dessa forma, securitização foi o termo utilizado para descrever o O sistema de precificação das operações tem como finalidade definir o
processo pelo qual empresas, que normalmente tomavam empréstimos preço dos títulos que serão negociados. Vejamos como isso ocorre:
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• Preço Fixo: Preço definido em AGE (Assembleia Geral Extraordinária) 4.6.3.3 Instrução CVM 476 (art. 1º, art. 2º, art. 3º e art. 13º) (AE)
ou RCA (Reunião do Conselho de Administração) da empresa Emissora.
• Bookbuilding: É um mecanismo para formação do preço ou taxa de Dispõe sobre as ofertas públicas de valores mobiliários distribuídas
remuneração de uma emissão de valores mobiliários, sendo que os com esforços restritos e a negociação desses valores mobiliários nos
procedimentos são previamente definidos pelos coordenadores e mercados regulamentados.
levam em consideração aspectos como qualidade e interesse
demonstrado pelos investidores durante a operação. Art. 1º Serão regidas pela presente Instrução, as ofertas públicas de
• Leilão em Bolsa: Método de precificação regulado pela valores mobiliários distribuídas com esforços restritos.
BM&FBovespa, no qual os investidores, representados por uma
corretora de valores, fazem as suas ofertas de preços e quantidades §1º Esta Instrução se aplica exclusivamente às ofertas públicas de:
para determinado ativo. Nesse caso, as ordens podem ser alteradas I notas comerciais;
durante a realização do leilão. Este sistema é semelhante ao II cédulas de crédito bancário que não sejam de responsabilidade
bookbuilding. de instituição financeira;
III debêntures não-conversíveis ou não-permutáveis por ações;
V certificados de recebíveis imobiliários ou do agronegócio;
4.6.3.2 Risco de Rateio/Não Concretização
VI letras financeiras, desde que não relacionadas a operações ativas
vinculadas;
Numa distribuição, com garantia de acesso a todos os investidores, os VII certificados de direitos creditórios do agronegócio;
critérios de rateio são previamente conhecidos. A não concretização VIII cédulas de produto rural - financeiras que não sejam de
de uma operação de oferta pública poderá ocorrer por alguns dos itens responsabilidade de instituição financeira;
abaixo: X certificados de operações estruturadas;
• Não haver o registro da emissora na CVM; XI os seguintes valores mobiliários, desde que emitidos por emissor
• Suspensão do registro pela CVM se a venda estiver em condições registrado na categoria A:
divergentes das constantes do registro de emissão; e a) ações;
• Devido a condições adversas no mercado de capitais, pode-se tornar b) debêntures conversíveis por ações; e
a colocação dos títulos inadequadas no momento, podendo a c) bônus de subscrição, mesmo que atribuídos como vantagem
operação ser adiada. adicional aos subscritores de debêntures;

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XII debêntures permutáveis por ações, desde que tais ações sejam II os valores mobiliários ofertados deverão ser subscritos ou adquiridos
emitidas por emissor registrado na categoria A; por, no máximo, 50 (cinquenta) investidores profissionais.
XIII certificados de depósito de valores mobiliários mencionados neste
parágrafo; e § 1º Fundos de investimento e carteiras administradas de valores
XIV certificados de depósito de valores mobiliários no âmbito de mobiliários cujas decisões de investimento sejam tomadas pelo mesmo
programa de BDR Patrocinado Nível I, Nível II e Nível III. gestor serão considerados como um único investidor para os fins dos
limites previstos neste artigo.
§2º Esta Instrução não se aplica às ofertas privadas de valores
mobiliários. § 2º Os investidores que exercerem direito de prioridade ou
preferência não serão considerados para os fins dos limites previstos
Art. 2º As ofertas públicas distribuídas com esforços restritos neste artigo.
deverão ser destinadas exclusivamente a investidores profissionais,
conforme definido em regulamentação específica, e intermediadas por 4.6.3.4 Ofertas públicas de aquisição de ações: instrução CVM 361
integrantes do sistema de distribuição de valores mobiliários. (art. 1º, art. 2° incisos I ao IV, art. 3°) (AE)

Parágrafo único. Dispõe sobre o procedimento aplicável às ofertas públicas de aquisição


Não será permitida a busca de investidores através de lojas, de ações de companhia aberta, o registro das ofertas públicas de
escritórios ou estabelecimentos abertos ao público, ou com a aquisição de ações para cancelamento de registro de companhia aberta,
utilização de serviços públicos de comunicação, como a imprensa, o por aumento de participação de acionista controlador, por alienação de
rádio, a televisão e páginas abertas ao público na rede mundial de controle de companhia aberta, para aquisição de controle de companhia
computadores aberta quando envolver permuta por valores mobiliários, e de permuta
por valores mobiliários.
Art. 3º Nas ofertas públicas distribuídas com esforços restritos:
I será permitida a procura de, no máximo, 75 (setenta e cinco) Art. 1º Esta Instrução regula o procedimento aplicável a quaisquer
investidores profissionais, conforme definido em regulamentação ofertas públicas de aquisição de ações de companhias abertas, e ainda
específica; e o processo de registro das ofertas públicas para cancelamento de
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registro para negociação de ações nos mercados regulamentados de valores mobiliários, por aumento de participação do acionista controlador, por
alienação de controle de companhia aberta e para aquisição de controle de companhia aberta quando envolver permuta por valores mobiliários e de
permuta por valores mobiliários.

Art. 2º A Oferta Pública de Aquisição de ações de companhia aberta (OPA) pode ser de uma das seguintes modalidades:

I OPA para cancelamento de registro: é a OPA obrigatória, realizada como condição do cancelamento do registro para negociação de ações nos
mercados regulamentados de valores mobiliários, por força do § 4o do art. 4o da Lei 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e do § 6o do art. 21 da
Lei 6.385, de 7 de dezembro de 1976;
II OPA por aumento de participação: é a OPA obrigatória, realizada em consequência de aumento da participação do acionista controlador no
capital social de companhia aberta, por força do § 6o do art. 4o da Lei 6.404/76;
III OPA por alienação de controle: é a OPA obrigatória, realizada como condição de eficácia de negócio jurídico de alienação de controle de
companhia aberta, por força do art. 254-A da Lei 6.404/76;
IV OPA voluntária: é a OPA que visa à aquisição de ações de emissão de companhia aberta, que não deva realizar-se segundo os procedimentos
específicos estabelecidos nesta Instrução para qualquer OPA obrigatória referida nos incisos anteriores;

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4.7 CÓDIGO ANBIMA DE REGULAÇÃO E MELHORES PRÁTICAS PARA OFERTAS PÚBLICAS DE DISTRIBUIÇÃO E AQUISIÇÃO
DE VALORES MOBILIÁRIOS

4.7.1 Propósito e Abrangência (Cap. I) I Nortear a prestação das Atividades pelos princípios da liberdade de
iniciativa e da livre concorrência;
II Evitar quaisquer práticas que infrinjam ou estejam em conflito com
Art. 1º O objetivo do presente Código de Regulação e Melhores as regras e princípios contidos neste Código, na legislação pertinente
Práticas para as Ofertas Públicas de Distribuição e Aquisição de Valores e/ou nas demais normas estabelecidas pela ANBIMA;
Mobiliários (Código) é estabelecer princípios e regras que devem ser III Evitar a adoção de práticas caracterizadoras de concorrência desleal
observados pelas instituições participantes (abaixo definidas) nas e/ou de condições não equitativas, bem como de quaisquer outras
ofertas públicas de valores mobiliários, incluindo os programas de
práticas que contrariem os princípios contidos no presente Código,
distribuição, regulamentados pela Lei nº 6.385, de 07 de dezembro
respeitando os princípios de livre negociação;
de 1976 (Lei 6.385), e pela Comissão de Valores Mobiliários – CVM
(Ofertas Públicas), com a finalidade de propiciar a transparência e o IV Cumprir todas as suas obrigações, devendo empregar, no exercício de
adequado funcionamento do mercado. sua Atividade, o cuidado que toda pessoa prudente e diligente
costuma dispensar à administração de seus próprios negócios,
respondendo por quaisquer infrações ou irregularidades que venham
4.7.2 Princípios gerais (Cap. III) a ser cometidas durante o período em que prestarem as atividades
reguladas por este Código; e
Art. 6º As instituições participantes devem observar os seguintes V Buscar desenvolver suas Atividades com vistas a incentivar
princípios e regras em suas atividades relacionadas às operações de o mercado secundário de valores mobiliários, respeitadas as
Oferta Pública de que participem: características de cada Oferta Pública.

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RENDA FIXA E DERIVATIVOS

4.7.3 Documentos da Oferta (Cap. VI) b) Razões que fundamentam as variações das contas do balanço
patrimonial e das demonstrações de resultados da emissora,
tomando por referência as últimas Informações Trimestrais (ITR)
Art. 10 Nas Ofertas Públicas em que atuem na qualidade de acumuladas, comparadas com igual período do exercício social
coordenadores, as instituições participantes devem, na forma deste anterior, se for o caso;
Código, zelar pela elaboração do prospecto e do formulário de
referência, a fim de que apresentem informações suficientes, claras e III Incluir, no formulário de referência, informações, se houver, acerca da
precisas, para que o investidor tome a decisão de investimento com as adesão da emissora, por qualquer meio, a padrões internacionais
informações necessárias disponíveis, observadas, ainda, as disposições relativos à proteção ambiental, incluindo referência específica ao ato
constantes do Capítulo I do Anexo I e do Capítulo I do Anexo II. Devem, ou documento de adesão;
ainda: IV Incluir, no formulário de referência, informações, se houver das
políticas de responsabilidade social, patrocínio e incentivo cultural
I Incluir, no formulário de referência, a descrição de práticas de
adotadas pela emissora, assim como dos principais projetos
governança corporativa diferenciadas, eventualmente adotadas pela
desenvolvidos nessas áreas ou dos quais participe;
emissora, como, por exemplo, do Código de Melhores Práticas de
Governança Corporativa publicado pelo IBGC – Instituto Brasileiro de V Incluir, no formulário de referência, informações sobre pendências
Governança Corporativa; judiciais e administrativas relevantes da emissora e/ou ofertantes,
II Incluir, no formulário de referência, a análise e os comentários da descrição dos processos judiciais e administrativos relevantes em
administração sobre as demonstrações financeiras da emissora, curso, com indicação dos valores envolvidos, perspectivas de êxito
que deverão explicitar: e informação sobre provisionamento;
VI Incluir, no prospecto, as informações abaixo especificadas, no que diz
a) Razões que fundamentam as variações das contas do balanço respeito ao relacionamento relevante entre o coordenador e a
patrimonial e das demonstrações de resultados da emissora, emissora e/ou ofertantes, bem como a destinação de recursos, sem
tomando por referência, pelo menos, os últimos 3 (três) exercícios prejuízo da observância das regras e exceções específicas contidas
sociais; e nos anexos deste Código:

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RENDA FIXA E DERIVATIVOS

a) Relacionamento: apresentar de forma consolidada, as relações VII Incluir, no formulário de referência, em seção específica, eventual
da emissora e/ou ofertantes com o coordenador líder e demais descrição de políticas de gerenciamento de risco adotadas pela
coordenadores da Oferta Pública, incluindo as empresas dos emissora, na forma da regulamentação aplicável.
respectivos grupos econômicos destes, tais como empréstimos,
investimentos, valor, prazo, taxa, garantia e outras §1º. No que diz respeito às alíneas “a” e “c” do inciso VI acima, cada
relações eventualmente existentes, inclusive com instituições coordenador é responsável pela prestação de suas informações,
financeiras que tenham relações societárias com os coordenadores; estando individualmente sujeito às penalidades previstas no presente
b) Destinação de recursos: descrever genericamente a destinação Código no caso de descumprimento.
dos recursos e destacar se uma parte ou a totalidade será
destinada para liquidar ou amortizar quaisquer operações, §2º. As Ofertas Públicas de CRI devem observar exclusivamente as
inclusive se contratadas junto aos acionistas controladores e informações exigidas pelo inciso VI do caput e o capítulo III do Anexo I
sociedades controladas da emissora e/ou ofertante. Quando houver deste Código.
destinação de recursos da oferta para liquidar ou amortizar dívidas
devidamente descritas e individualizadas na seção “Destinação de §3º. As instituições participantes que atuem na qualidade de
Recursos” do prospecto, dentro do curso de pagamentos ordinário coordenadores devem zelar para que, quando a emissora informar,
ou extraordinário junto aos coordenadores e seus respectivos na seção “Destinação de Recursos” do prospecto, a sua intenção
controladores ou controladas que sejam instituições financeiras, de destinar recursos da oferta para liquidar ou amortizar dívidas
deverá constar, nesta seção, referência para as seções de devidamente individualizadas, dentro do curso de pagamentos
relacionamento e operações vinculadas, nas quais as dívidas em ordinário ou extraordinário, com os coordenadores e seus respectivos
questão deverão estar descritas conforme pará- grafo 3º abaixo; controladores ou controladas que sejam instituições financeiras, sejam
c) Conflitos de interesses: Informações sobre a existência ou não de explicitadas na seção “Operações Vinculadas à Oferta”, de forma clara
eventuais conflitos de interesses na participação dos coordenadores e compreensível, as informações abaixo listadas no que diz respeito às
nas Ofertas Públicas decorrentes do seu rela cionamento com operações individualizadas descritas na seção “Destinação de Recursos”
a emissora e/ou ofertantes, assim como sobre os mecanismos do prospecto e que serão, conforme informações da emissora, liquidadas
adotados para eliminá-los ou mitigá-los. e/ou amortizadas com recursos captados na oferta.

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I A quantia total das operações mencionadas acima;


II O prazo das operações em questão;
III A taxa de juros estipulada e o indexador adotado nas operações em questão;
IV A individualização de tais operações por coordenador;
V A existência ou não, no entendimento dos coordenadores, de potencial conflito de interesse decorrente da sua participação na oferta e da
utilização de recursos da oferta para liquidação ou amortização das operações em questão.

§4º. O disposto neste artigo não se aplica às Ofertas públicas de ações com esforços restritos.

Art. 11 Nas Ofertas públicas de ações com esforços restritos em que atuem na qualidade de coordenadores, as instituições participantes deverão,
na forma deste Código, zelar pela elaboração do memorando, a fim de que apresentem informações suficientes, claras e precisas, para que o
investidor tome a decisão de investimento com as informações necessárias disponíveis, observadas, ainda, as disposições constantes no artigo 2º
do Capítulo I do Anexo II.

Art. 12 É facultado às instituições participantes elaborar documento contendo resumo das informações acerca da Oferta Pública, a fim de utilizá-lo
na divulgação da mesma, desde que tal documento traga aviso, de forma destacada, recomendando ao investidor que leia o prospecto, o formulário
de referência ou o memorando, conforme aplicável, especialmente a seção relativa aos fatores de risco, antes de tomar a decisão de investimento
(Material de Suporte a Venda - road show).

Art. 13 A instituição participante deve fazer constar do boletim de subscrição, ou de documento equivalente, informação sobre o local e a forma de
disponibilização do prospecto e do formulário de referência ou declaração de que o investidor obteve acesso a estes documentos.

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TREINAMENTO
MÓD. 05 ANBIMA CPA - 20
CERTIFICAÇÃO MÓDULO V
EM PRODUTOS DE FUNDOS DE
INVESTIMENTO
INVESTIMENTOS 18% A 25% DO EXAME

SÉRIE 20
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ÍNDICE

5. FUNDOS DE INVESTIMENTO........................................................................................................................................................................................................ 7
5.1 Aspectos Gerais..................................................................................................................................................................................................... 7
5.1.1 Condomínio........................................................................................................................................................................................................................................ 7
5.1.2 Fundo de Investimento - Conceito.............................................................................................................................................................................................. 7
5.1.3 Fundo de Investimento em Cotas................................................................................................................................................................................................ 8
5.1.4 Tipos de Fundos................................................................................................................................................................................................................................ 8
5.1.5 Cota. Valor da cota e transferência de titularidade. Fatores que afetam o valor da cota:............................................................................................ 9
5.1.5.1 Composição da carteira e riscos inerentes....................................................................................................................................................................... 9
5.1.5.2 Taxas de administração e outras despesas...................................................................................................................................................................... 9
5.1.6 Direitos e obrigações dos condôminos.....................................................................................................................................................................................10
5.1.7 Administração................................................................................................................................................................................................................................. 11
5.1.7.1 Vedações e obrigações do Administrador e do Gestor................................................................................................................................................11
5.1.7.2 As normas de conduta.........................................................................................................................................................................................................12
5.1.8 Objetivo do Fundo e Política de Investimento. Definição e finalidade.............................................................................................................................12
5.1.9 Diferenciais do Produto para o Investidor...............................................................................................................................................................................13
5.1.9.1 Acessibilidade......................................................................................................................................................................................................................... 13
5.1.9.2 Diversificação......................................................................................................................................................................................................................... 14
5.1.9.3 Liquidez.................................................................................................................................................................................................................................... 14
5.1.10 Divulgação de informações para venda e distribuição.......................................................................................................................................................14
5.1.10.1 Instrumentos de divulgação das políticas de investimento e rentabilidade....................................................................................................... 14
5.1.11 Divulgação de Informações e Resultados.............................................................................................................................................................................18
5.1.11.1 Divulgação de cota e rentabilidade................................................................................................................................................................................18
5.1.11.2 Balancetes e demonstrações contábeis.......................................................................................................................................................................19
5.1.11.3 Assembleias Gerais............................................................................................................................................................................................................ 20
5.1.11.4 Composição e diversificação de carteira.......................................................................................................................................................................21
5.1.11.5 Informações periódicas e comunicação com os cotistas......................................................................................................................................... 21

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ÍNDICE

5.1.11.6 Informações eventuais e Fato Relevante.....................................................................................................................................................................23


5.1.12 Dinâmica de aplicação e resgate.............................................................................................................................................................................................24
5.1.12.1 Aplicação de recursos e compra de ativos por parte dos gestores...................................................................................................................... 24
5.1.12.2 Resgate de Recursos e venda de ativos por parte dos gestores........................................................................................................................... 24
5.1.12.3 Prazo de cotização: conceito (prazo de conversão de cotas na aplicação e no resgate).................................................................................. 24
5.1.12.4 Prazo de liquidação financeira (pagamento do resgate): conceito e limite.......................................................................................................... 25
5.1.12.5 Prazo de carência para resgates.....................................................................................................................................................................................26
5.1.12.6 Fechamento dos fundos para resgates e aplicações.................................................................................................................................................26
5.1.13 Aplicações por conta e ordem (AE)..........................................................................................................................................................................................27
5.1.13.1 Responsabilidades da instituição Intermediária (Distribuidor). Direitos dos cotistas...................................................................................... 27
5.1.13.1.1 Informações obrigatórias. Cadastramento e identificação dos clientes...................................................................................................... 27
5.1.13.1.2 Possibilidade de manutenção das aplicações em caso de finalização da distribuição............................................................................ 28
5.1.13.1.3 Segregação dos recursos aplicados do patrimônio da instituição distribuidora....................................................................................... 29
5.1.14 Taxas, Tipos e Formas de Cobrança........................................................................................................................................................................................29
5.1.14.1 Taxa de Administração.......................................................................................................................................................................................................29
5.1.14.2 Taxa de Performance.........................................................................................................................................................................................................30
5.1.14.3 Taxa de ingresso..................................................................................................................................................................................................................31
5.1.14.4 Taxa de saída........................................................................................................................................................................................................................31
5.1.14.5 Regras de alteração............................................................................................................................................................................................................31
5.1.14.6 Encargos do Fundo (AE)....................................................................................................................................................................................................31
5.2 Principais estratégias de gestão.........................................................................................................................................................................32
5.2.1 Fundos de Investimento com Gestão Passiva. Definições..................................................................................................................................................32
5.2.1.1 Renda Fixa............................................................................................................................................................................................................................... 32
5.2.1.1.1 Conceito e finalidade de Benchmarks e Índices de Referência......................................................................................................................... 33
5.2.1.2 Renda Variável:....................................................................................................................................................................................................................... 33
5.2.1.2.1 Conceito e finalidade dos Benchmarks e Índices de Referência...................................................................................................................... 33

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5.2.1.3 Estratégias para manter aderência aos índices de referência e as respectivas limitações............................................................................... 34
5.2.2 Fundos de Investimento com Gestão Ativa. Definições.......................................................................................................................................................34
5.2.2.1 Estratégias de Gestão: posicionamento, hedge e alavancagem............................................................................................................................... 35
5.3 Principais modalidades de Fundo de Investimento...........................................................................................................................................36
5.3.1 Classificação da CVM.....................................................................................................................................................................................................................36
5.3.1.1 Fundo de Renda Fixa............................................................................................................................................................................................................36
5.3.1.2 Fundo de Ações......................................................................................................................................................................................................................36
5.3.1.2.1 Fundo de Ações versus Clube de Investimento: vantagens e desvantagens............................................................................................... 37
5.3.1.3 Fundo Cambial........................................................................................................................................................................................................................ 38
5.3.1.4 Fundo Multimercado............................................................................................................................................................................................................ 38
5.3.1.5 Características das Subclassificações .............................................................................................................................................................................38
5.3.2 Ativos Financeiros no Exterior....................................................................................................................................................................................................41
5.3.3 Limites por emissor.......................................................................................................................................................................................................................41
5.3.4 Limites por modalidade de ativo financeiro............................................................................................................................................................................42
5.3.5 Outros Fundos: definição e principais características..........................................................................................................................................................42
5.3.5.1 FIDC – Fundo de Investimento em Direitos Creditórios..............................................................................................................................................42
5.3.5.1.1 Cota Sênior e Cota Subordinada...............................................................................................................................................................................43
5.3.5.2 Fundo de Investimento Imobiliário – FII....................................................................................................................................................................43
5.3.5.2.1 Tributação.................................................................................................................................................................................................................. 44
5.3.5.3. Fundo de Investimento em Índice de Mercado (Fundos de índice) ...................................................................................................................47
5.3.5.4 Fundos de Investimento em Participações (FIP)...................................................................................................................................................... 47
5.3.5.5 Fundos Restritos: Fundos para Investidores Qualificados e Fundos para Investidores Profissionais...................................................... 48
5.3.6 Tributação sobre Aplicações Financeiras em Fundos de Investimento, exceto Fundos Imobiliários....................................................................... 49
5.3.6.1 Imposto de Renda (IR) – “come-cotas”......................................................................................................................................................................52
5.3.6.2 Compensação de Perdas................................................................................................................................................................................................ 53

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5.4 Código Anbima de Regulação e Melhores Práticas para Fundos de Investimento...........................................................................................55


5.4.1 Propósito e Abrangência..............................................................................................................................................................................................................55
5.4.2 Princípios Gerais.............................................................................................................................................................................................................................55
5.4.3 Documentos de informações dos fundos................................................................................................................................................................................56
5.4.4 Publicidade e divulgação de material técnico de fundos de investimento.....................................................................................................................58
5.4.5 Marcação a Mercado - MaM.......................................................................................................................................................................................................58
5.4.6 Serviços: Administração, Gestão e Distribuição de Fundos de Investimento................................................................................................................ 59
5.5 Classificação de Fundos de Investimento ANBIMA - Níveis 1, 2 e 3.................................................................................................................61
5.5.1 Estrutura e adequação de produtos em função dos objetivos do investidor................................................................................................................. 61
5.5.1.1 Nível 1 - Classe de ativos: classe de ativos que mais se adequa àquele investidor............................................................................................ 61
5.5.1.2 Nível 2 - Riscos: tipos de gestão e riscos (o risco que o investidor está disposto a correr).............................................................................. 61
5.5.1.3 Nível 3 - Estratégias de Investimentos...........................................................................................................................................................................61

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FUNDOS DE
INVESTIMENTO

5.1 ASPECTOS GERAIS


5.1.1 Definição

Nenhuma comparação é tão adequada para um fundo de investimento As vantagens dos fundos também são as mesmas dos condomínios.
quanto com um condomínio. Os investidores nada mais são que Investir o próprio dinheiro é uma prática que demanda tempo,
condôminos que rateiam as despesas com a administração do experiência e conhecimento do mercado financeiro. Para quem não
patrimônio para garantir sua contínua valorização. Ao invés de ser dono tem nada disso, a melhor opção é contratar alguém capaz de realizar
de um imóvel, cada investidor detém quotas de um fundo que investe o trabalho – e ratear as despesas com outras pessoas com interesses
em títulos ou valores mobiliários. O gestor tem responsabilidades semelhantes. Se por um lado o morador de um apartamento dispõe
parecidas com a do síndico. É ele quem vai contratar os profissionais de benefícios como academia e área de lazer por dividir os custos de
que darão suporte ao fundo e decidir onde colocar o dinheiro dos construção e conservação com seus vizinhos, um fundo garante ao
condôminos baseado em um estatuto – ou melhor, prospecto. Assim pequeno investidor acesso a ativos mais caros que sozinho ele não
como nas reuniões de condomínio, as mudanças de estatuto precisarão conseguiria comprar. Tudo isso explica a popularidade dos fundos de
ser discutidas em assembleias de quotistas – que também costumam investimento no país, uma indústria que administra nada menos do
ter quórum baixo. que 1,5 trilhão de reais.

5.1.2 Fundo de Investimento - Conceito


Fundo de Investimento: é uma comunhão de recursos, constituída sob de serviços utilização de todos os meios e métodos para alcançar os
a forma de condomínio, destinado à aplicação em ativos financeiros. melhores resultados. Não significa, entretanto, uma promessa de
Caracteriza-se por ser uma prestação de serviço em regime de melhores rentabilidade ou ausência de riscos. O investimento não é garantido pelo
esforços. Isso significa que o administrador e demais prestadores administrador, gestor, FGC ou qualquer outro mecanismo de proteção.

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FUNDOS DE
INVESTIMENTO

5.1.3 Fundo de Investimento em Cotas 5.1.4 Tipos de Fundos


São fundos cujos recursos são destinados à aquisição de cotas de um Abertos
fundo de investimento - FI. Deverá manter, no mínimo 95% de seu São aqueles em que os cotistas podem solicitar o resgate de suas cotas
patrimônio, investidos em cotas de fundo de investimento da mesma a qualquer tempo.
classe, exceto os FIC’s classificados como “Multimercado”, que podem
investir em cotas de fundos de classes distintas. Portanto, nos fundos abertos, o ingresso e a saída de cotistas se dão
automaticamente por solicitação junto ao Administrador do Fundo.
Os restantes 5% (cinco por cento) do patrimônio do fundo poderão ser
mantidos em depósitos à vista ou aplicados em: Fechados
I títulos públicos federais; São aqueles em que as cotas só podem ser resgatadas ao término do
II títulos de renda fixa de emissão de instituição financeira; prazo de duração do fundo ou quando de sua liquidação. Logo, nos
III operações compromissadas, de acordo com a regulação específica fundos fechados não há resgate de cotas.
do Conselho Monetário Nacional - CMN.
Neste caso, as cotas podem ser negociadas em mercado secundário,
Deverá constar da denominação do fundo a expressão “Fundo de apresentando, portanto, diferentes níveis de liquidez.
Investimento em Cotas de Fundos de Investimento” acrescida da classe
dos fundos investidos de acordo com regulamentação específica.

Os percentuais referidos acima deverão ser cumpridos diariamente,


com base no patrimônio líquido do fundo do dia imediatamente anterior.

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FUNDOS DE
INVESTIMENTO

5.1.5 Cota. Valor da cota e transferência de titularidade. Fatores que afetam o valor da cota:

É uma fração ideal do patrimônio do fundo, e serão escriturais e nominativas. Ao aplicar seus recursos num fundo, o investidor adquire um
determinado número de cotas que é obtido dividindo-se o valor aplicado pelo valor da cota da data da aplicação ou do dia útil posterior (conforme
disponha o regulamento do fundo).

ATENÇÃO: COTAS NÃO BROTAM E NÃO SOMEM (COM EXCEÇÃO DO COME COTAS QUE VOCÊ APRENDERÁ ADIANTE).
COTAS SE VALORIZAM. SE EU COMPRO 1.000 COTAS HOJE A UM PREÇO E AMANHÃ ELAS ESTÃO VALORIZADAS EU
CONTINUO COM AS 1.000 COTAS, PORÉM COM UM VALOR EM R$ MAIOR.

Valor da Cota = Patrimônio Líquido / Quantidade de Cotas

5.1.5.1 Composição da carteira e riscos inerentes 5.1.5.2 Taxas de administração e outras despesas

Os ativos escolhidos pelo gestor para compor a carteira do fundo O patrimônio líquido do fundo é o valor de mercado de seus ativos,
determinarão, segundo sua natureza, seu desempenho, afetando, menos as despesas autorizadas, sendo a taxa de administração e/ou
conseqüentemente o valor da cota. taxa de performance (se houver) as mais relevantes, ou seja, de maior
impacto no valor da cota.

ATENÇÃO: O IMPOSTO DE RENDA NÃO AFETA O VALOR DA COTA, E SIM A QUANTIDADE DE COTAS.

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FUNDOS DE
INVESTIMENTO

5.1.6 Direitos e obrigações dos condôminos

Direitos
• receber, gratuitamente, exemplar do regulamento do fundo;
• ser informado a respeito do periódico (Ex.: jornal) utilizado para prestação de informações do fundo, bem como da taxa de administração
praticada pelo administrador;
• ser informado, ampla e imediatamente, sobre qualquer ato ou fato relevante, de modo a ter garantido o acesso às informações que possam,
direta ou indiretamente, influir em suas decisões quando da permanência no fundo;
• acesso às demonstrações financeiras do fundo;
• receber mensalmente demonstrativo de que conste o número de cotas de sua propriedade e seu respectivo valor, bem como a rentabilidade do
fundo no período;
• ser informado, com a devida antecedência, a respeito da realização de Assembléias Gerais com dia, hora, local de realização e assuntos a serem tratados;
• convocar Assembléia Geral, desde que possua, no mínimo, 5% do total de cotas emitidas pelo fundo;
• votar nas Assembléias Gerais na proporção de um voto por cota possuída.

Obrigações
• manter atualizados seus dados cadastrais;
• analisar os diversos fundos disponíveis e sua compatibilidade com seus objetivos pessoais;
• ler o regulamento e o prospecto do fundo, pois ao investir o cliente está implicitamente concordando com as regras do fundo, sua política e
objetivo de investimento;
• acompanhar por meio do material disponibilizado pelo administrador, a performance do fundo;
• comparecer às Assembléias Gerais de Cotistas.

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FUNDOS DE
INVESTIMENTO

5.1.7 Administração

A manutenção do fundo se faz necessária e existe um conjunto de serviços relacionados direta ou indiretamente ao seu funcionamento, que podem
ser prestados pelo próprio administrador ou por terceiros por ele contratados, por escrito, em nome do fundo.

Podem ser administradores de fundo de investimento as pessoas jurídicas autorizadas pela CVM para o exercício profissional de administração de
carteiras de valores mobiliários.

5.1.7.1 Vedações e obrigações do Administrador e do Gestor

É vedado ao administrador praticar os seguintes atos em nome do fundo:


I receber depósito em conta corrente;
II contrair ou efetuar empréstimos salvo em modalidade autorizada pela CVM;
III prestar fiança, aval, aceite ou coobrigar-se sob qualquer outra forma;
IV vender cotas à prestação, sem prejuízo da integralização a prazo de cotas subscritas;
V prometer rendimento predeterminado aos cotistas;
VI realizar operações com ações fora de bolsa de valores ou de mercado de balcão organizado por entidade autorizada pela CVM, ressalvadas
as hipóteses de distribuições públicas, de exercício de direito de preferência e de conversão de debêntures em ações, exercício de bônus
de subscrição e nos casos em que a CVM tenha concedido prévia e expressa autorização;
VII utilizar recursos do fundo para pagamento de seguro contra perdas financeiras de cotistas; e
VIII praticar qualquer ato de liberalidade.

Os fundos de investimento poderão utilizar seus ativos para prestação de garantias de operações próprias, bem como emprestar e tomar títulos
e valores mobiliários em empréstimo, desde que tais operações de empréstimo sejam cursadas exclusivamente através de serviço autorizado pelo
Banco Central do Brasil ou pela CVM.

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FUNDOS DE
INVESTIMENTO

5.1.7.2 As normas de conduta II exercer, ou diligenciar para que sejam exercidos, todos os direitos
decorrentes do patrimônio e das atividades do fundo, ressalvado o
O administrador e o gestor estão obrigados a adotar as seguintes que dispuser o regulamento sobre a política relativa ao exercício de
normas de conduta: direito de voto do fundo; e
I exercer suas atividades buscando sempre as melhores condições III empregar, na defesa dos direitos do cotista, a diligência exigida pelas
para o fundo, empregando o cuidado e a diligência que todo homem circunstâncias, praticando todos os atos necessários para assegurá-
ativo e probo costuma dispensar à administração de seus próprios los, e adotando as medidas judiciais cabíveis.
negócios, atuando com lealdade em relação aos interesses dos
cotistas e do fundo, evitando práticas que possam ferir a relação O administrador e o gestor devem transferir ao fundo qualquer benefício
fiduciária com eles mantida, e respondendo por quaisquer infrações ou vantagem que possam alcançar em decorrência de sua condição,
ou irregularidades que venham a ser cometidas sob sua admitindo-se, contudo, que o administrador e o gestor de fundo de cotas
administração ou gestão; sejam remunerados pelo administrador do fundo investido.

5.1.8 Objetivo do Fundo e Política de Investimento. Definição e finalidade

Os fundos de investimento devem ter objetivo e política de investimento, os quais devem ser divulgados de maneira clara para os cotistas e demais interessados.

Objetivo de investimento: os objetivos dos fundos dizem respeito ao seu “fim”, e devem responder à pergunta “Onde o fundo pretende chegar?”.
Dessa forma o administrador deverá descrever, obrigatoriamente, os objetivos de investimento do Fundo, mencionando, quando for o caso, metas
e parâmetros de performance. Poderá também indicar a categoria ou tipo do Fundo de Investimento.

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FUNDOS DE
INVESTIMENTO

Política de investimento: A Política diz respeito aos “meios” utilizados pelo gestor, devendo responder à questão “Como o Objetivo será atingido?”.
Assim a política de investimentos deve descrever, obrigatoriamente, como o Fundo pretende atingir o seu objetivo, identificando as principais
estratégias técnicas ou práticas de investimento utilizadas, os tipos de títulos e valores mobiliários nos quais o Fundo de Investimento pode
investir (incluindo derivativos e suas finalidades), políticas de seleção e alocação de ativos, e, quando for o caso, políticas de concentração. Definir
também as faixas de alocação de ativos e limites de concentração e limites de alavancagem, quando for o caso.

Vale lembrar que a distinção entre Política de Investimento e Objetivo deve ser clara no prospecto do fundo.

5.1.9 Diferenciais do Produto para o Investidor

Quando investe em um fundo de investimento, o cliente possui uma estrutura diferenciada de atendimento e segurança. Embora o risco sempre
exista, uma equipe de prestadores de serviço cuidará e tomará todas as precauções possíveis para minimizar os riscos dos investidores. Dessa forma,
podemos dizer que os Fundos de Investimento possuem algumas vantagens em relação à aplicação em Ativos Individuais, das quais destacamos:

5.1.9.1 Acessibilidade

Com poucos recursos o investidor poderá ter acesso a oportunidades que dificilmente teria sozinho.

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FUNDOS DE
INVESTIMENTO

5.1.9.2 Diversificação mercado financeiro. Ao aplicar em fundos de investimento, o investidor


tem o risco diluído nos diversos títulos de emissores diferentes.
A diversificação faz com que perdas de uma aplicação sejam
compensadas com ganhos em outras. 5.1.9.3 Liquidez

Diversificar investimentos é tarefa que demanda tempo e experiência. Seguindo o conceito de liquidez (transformação de algum ativo em $$
Negociar no momento certo é mais fácil para profissionais por um preço justo), os fundos de investimento representam melhores
especializados do que para o investidor com pouca experiência no condições de liquidez comparativamente a ativos individuais.

5.1.10 Divulgação de informações para venda e distribuição

5.1.10.1 Instrumentos de divulgação das políticas de investimento e rentabilidade: regulamento, lâmina de informações essenciais,
demonstração de desempenho, formulário de informações complementares e termo de adesão.

REGULAMENTO
O Regulamento é o documento de constituição do fundo. Nele estão estabelecidas todas as informações e as regras essenciais relacionadas, entre
outras estabelecidas no capítulo IV da instrução CVM 555.

As alterações no regulamento dependem de prévia aprovação da assembleia geral de cotistas e devem ser comunicadas à CVM. É importante saber
que as alterações feitas no regulamento do Fundo de Investimento implicam modificações nas condições de funcionamento do Fundo. Portanto, o
cotista deve analisar as modificações propostas de acordo com seus interesses como investidor.

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FUNDOS DE
INVESTIMENTO

LÂMINA DE INFORMAÇÕES ESSENCIAIS


A Lâmina dos fundos é um relatório que tem como objetivo disponibilizar as principais informações do fundo como rentabilidade, liquidez,
patrimônio líquido e principais objetivos do fundo. De acordo com as normas da CVM, a lâmina deve ser atualizada mensalmente até o dia 10 de
cada mês, com os dados do mês anterior.

Abaixo o artigo 42 da IN 555, que traz o detalhamento das diretrizes referentes a este documento:
Art. 42. O administrador de fundo aberto que não seja destinado exclusivamente a investidores qualificados deve elaborar uma lâmina de
informações essenciais na forma do Anexo 42 a esta Instrução.

§ 1º É facultado ao administrador de fundo formatar a lâmina livremente desde que:


I a ordem das informações seja mantida;
II o conteúdo do Anexo 42 não seja modificado;
III os logotipos e formatação não dificultem o entendimento das informações; e
IV quaisquer informações adicionais:
a) sejam acrescentadas ao final do documento;
b) não dificultem o entendimento das informações contidas na lâmina; e
c) sejam consistentes com o conteúdo da própria lâmina e do regulamento.

§ 2º É vedado ao administrador e aos demais prestadores de serviços do fundo de que trata o caput atribuir a denominação “lâmina” à qualquer
outro material de divulgação que não atenda ao disposto neste artigo.

Art. 43. O administrador e o distribuidor devem assegurar que potenciais investidores tenham acesso à lâmina antes de seu ingresso no fundo.
Formulário de Informações Complementares

Este documento era conhecido como Prospecto na instrução 409 da CVM que tratava dos fundos de investimento. Com a instrução 555 a
nomenclatura foi alterada. Na prática podemos conceituá-lo como o documento que traz as informações relevantes ao investidor sobre a política
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FUNDOS DE
INVESTIMENTO

de investimento do fundo (para onde os recursos que você aplica são direcionados) e os riscos envolvidos neste investimento. Em outras palavras
contem informações que isentam o gestor ou administrador de alguma responsabilidade.

Art. 41. O formulário de informações complementares deve abranger pelo menos o seguinte:
I periodicidade mínima para divulgação da composição da carteira do fundo, sem prejuízo do prazo previsto no art. 59, inciso II;
II local, meio e forma de divulgação das informações;
III local, meio e forma de solicitação de informações pelo cotista;
IV exposição, em ordem de relevância, dos fatores de riscos inerentes à composição da carteira do fundo;
V descrição da política relativa ao exercício de direito do voto decorrente dos ativos financeiros detidos pelo fundo;
VI descrição da tributação aplicável ao fundo e a seus cotistas, contemplando a política a ser adotada pelo administrador quanto ao tratamento
tributário perseguido;
VII descrição da política de administração de risco, em especial dos métodos utilizados pelo administrador para gerenciar os riscos a que o
fundo se encontra sujeito, inclusive risco de liquidez;
VIII quando houver, identificação da agência de classificação de risco de crédito contratada pelo fundo, bem como a classificação obtida e
advertência de que a manutenção desse serviço não é obrigatória, podendo ser descontinuado a critério do administrador do fundo ou da
assembleia geral de cotistas;
IX apresentação detalhada do administrador e do gestor, inclusive informações sobre o departamento técnico e demais recursos e serviços
utilizados pelo gestor para gerir a carteira do fundo;
X relação dos demais prestadores de serviços do fundo;
XI política de distribuição de cotas; e
XII quaisquer outras informações que o administrador entenda relevantes.

§ 1º O fundo que mencionar ou sugerir, em seu regulamento, lâmina, se houver, ou em qualquer outro material de divulgação, que tentará obter o
tratamento fiscal previsto para fundos de longo prazo, mas sem assumir o compromisso de atingir esse objetivo, ou que irá fazê-lo apenas quando
considerar conveniente para o fundo, deve incluir, dentre os fatores de risco de que trata o inciso IV, o risco de não obtenção do tratamento tributário
perseguido e as consequências da perda do tratamento tributário perseguido, explicitando as alíquotas incorridas pelos cotistas em tais casos.
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FUNDOS DE
INVESTIMENTO

§ 2º O fundo que realizar a cobrança de taxa de performance nos termos do art. 87, inciso III (método do ajuste) deve, na descrição da tributação
aplicável referida no inciso VI, esclarecer a eventual incidência de tributos sobre os ajustes individuais.

§ 3º A política de distribuição de cotas referida no inciso XI, deve abranger pelo menos o seguinte:

I descrição da forma de remuneração dos distribuidores;


II informação se o principal distribuidor oferta, para o público alvo do fundo, preponderantemente fundos geridos por um único gestor, ou por
gestoras ligadas a um mesmo grupo econômico; e
III qualquer informação que indique a existência de efetivo ou potencial conflito de interesses no esforço de venda, bem como, de forma objetiva,
explicitar a natureza e eventuais medidas de mitigação de tal conflito.

TERMO DE ADESÃO
Todo cotista ao ingressar no fundo deve atestar, mediante formalização de termo de adesão e ciência de risco, que:
I teve acesso ao inteiro teor:
a) do regulamento;
b) da lâmina, se houver; e
c) do formulário de informações complementares;
II tem ciência:
a) dos fatores de risco relativos ao fundo;
b) de que não há qualquer garantia contra eventuais perdas patrimoniais que possam ser incorridas pelo fundo;
c) de que a concessão de registro para a venda de cotas do fundo não implica, por parte da CVM, garantia de veracidade das informações
prestadas ou de adequação do regulamento do fundo à legislação vigente ou julgamento sobre a qualidade do fundo ou de seu administrador,
gestor e demais prestadores de serviços; e
d) se for o caso, de que as estratégias de investimento do fundo podem resultar em perdas superiores ao capital aplicado e a consequente
obrigação do cotista de aportar recursos adicionais para cobrir o prejuízo do fundo.

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FUNDOS DE
INVESTIMENTO

5.1.11 Divulgação de Informações e Resultados

Uma das preocupações no processo de regulação do mercado de como para se inteirar dos diversos fatos e eventos que possam de
capitais, incluindo a indústria de fundos de investimentos, é garantir a alguma forma interferir na rentabilidade futura.
transparência das informações disponíveis aos investidores de forma
equânime e justa. Com respeito às informações periódicas, diariamente os administradores
devem divulgar o valor da cota e do patrimônio líquido do fundo aberto.
Nesse sentido, a CVM, através da instrução CVM 409, de agosto de 2004, Mensalmente, devem enviar aos cotistas o extrato da sua conta
determina regras para a divulgação de informações e de resultados contendo, entre outras informações, o saldo e valor das cotas no início
dos fundos de investimento. Esse conjunto de informações pode ser e no final do período e a movimentação ocorrida ao longo do mesmo,
segregado em: (i) informações periódicas; (ii) informações eventuais; (iii) além da rentabilidade do fundo auferida entre o último dia útil do mês
informações de venda e distribuição; e (iv) demonstrativos financeiros anterior e o último dia útil do mês de referência do extrato. Nesse mesmo
e de auditoria. informativo, os investidores têm acesso, ainda, ao telefone, ao endereço
para correspondência e ao correio eletrônico do administrador para
As informações relativas ao sistema de distribuição e vendas foram acesso ao serviço de atendimento ao cotista. Vale lembrar que o cotista
detalhadas no tópico sobre regulamento, prospecto e lâmina. Entretanto, pode optar pelo não recebimento do extrato.
é igualmente fundamental que os investidores conheçam todo o conjunto
de informações a que eles têm direito, caso se tornem efetivamente O administrador está obrigado também, nos prazos estabelecidos na
cotistas de determinado fundo. Afinal, constituem instrumento norma, a disponibilizar as informações do fundo, inclusive as relativas à
imprescindível para avaliar a administração e a gestão do fundo, assim composição da carteira, de forma equânime entre todos os cotistas.

5.1.11.1 Divulgação de cota e rentabilidade

O administrador está obrigado a:


I divulgar, diariamente, o valor da cota e do patrimônio líquido do fundo aberto;
II remeter mensalmente aos cotistas, extrato de conta contendo:
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a) nome do fundo e o número de seu registro no CNPJ;


b) nome, endereço e número de registro do administrador no CNPJ;
c) nome do cotista;
d) saldo e valor das cotas no início e no final do período e a movimentação ocorrida ao longo do mesmo;
e) rentabilidade do fundo auferida entre o último dia do mês anterior e o último dia útil do mês de referência do extrato;
f) data de emissão do extrato da conta e
g) o telefone, o correio eletrônico e o endereço para correspondência do serviço de atendimento ao cotista.
III disponibilizar as informações do fundo, inclusive as relativas à composição da carteira, no mínimo no tocante a periodicidade, prazo e teor das
informações, de forma equânime entre todos os cotistas.

5.1.11.2 Balancetes e demonstrações contábeis

• O fundo deve ter escrituração contábil própria, devendo as contas e demonstrações contábeis do mesmo serem segregadas das do administrador.
• O exercício do fundo deve ser encerrado a cada 12 meses, quando serão levantadas as demonstrações contábeis do fundo relativas ao período findo.
• A data do encerramento do exercício do fundo deve coincidir com o fim de um dos meses calendário civil.
• As demonstrações contábeis devem ser colocadas à disposição de qualquer interessado que as solicitar ao administrador, no prazo de 90 dias após
o encerramento do período.
• A elaboração das demonstrações contábeis deve observar as normas específicas baixadas pela CVM.
• As demonstrações contábeis do fundo devem ser auditadas anualmente por auditor independente registrado na CVM, observadas as normas
que disciplinam o exercício dessa atividade.

OBS.: A AUDITORIA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS NÃO É OBRIGATÓRIA PARA FUNDOS EM ATIVIDADE HÁ MENOS DE 90 DIAS.

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5.1.11.3 Assembleias Gerais A instrução CVM que regulamenta a indústria de fundos de investimento,
obriga a realização anual de uma assembleia geral, para deliberar sobre
Assembleia Geral dos Cotistas é a instância máxima de decisão de um as demonstrações contábeis do fundo, no prazo de até 120 (cento e
Fundo. Ela é a reunião realizada entre os cotistas do Fundo, objetivando vinte) dias após o término do exercício social.
tomar decisões importantes, muitas vezes estratégicas, relacionadas
à administração ou gestão do fundo. Entre outras matérias, cabe à Entretanto, independente dessa assembleia geral, o administrador, o
Assembleia Geral deliberar sobre: gestor, o custodiante ou o cotista ou grupo de cotistas que detenha, no
• Alteração na política de investimento do Fundo; mínimo, 5% (cinco por cento) do total de cotas emitidas, poderão convocar
• As demonstrações contábeis apresentadas pelo administrador; a qualquer tempo assembleia geral de cotistas, para deliberar sobre
• Alteração do Regulamento do Fundo; ordem do dia de interesse do fundo ou dos cotistas.
• Substituição do Administrador, do Gestor ou do Custodiante;
• Transformação, fusão, incorporação, cisão ou eventual liquidação A Assembleia geral poderá ser instalada com a presença de qualquer
do Fundo; e número de cotistas. Em regra, as deliberações serão tomadas por
• Aumento ou alteração da forma de cálculo das taxas de administração maioria de votos, cabendo a cada cota 1 (um) voto.
e, caso existam, das taxas de performance, de entrada e de saída.
Entretanto, o regulamento poderá estabelecer quorum qualificado para
Todos os cotistas devem ser convocados por carta para a assembleia as deliberações, mas, na hipótese de destituição do administrador de
geral. Essa carta deve especificar os assuntos a serem deliberados e o fundo aberto, esse quorum qualificado não poderá ultrapassar metade
local, a data e a hora da assembleia. O Administrador está obrigado a mais uma das cotas emitidas.
enviar essa carta com 10 (dez) dias de antecedência, no mínimo, da data
da realização da Assembleia. Os cotistas podem votar por meio de comunicação escrita ou eletrônica,
desde que recebida pelo administrador antes do início da assembleia,
O resumo das decisões da Assembleia Geral deve ser enviado a cada observado o disposto no regulamento, que pode, inclusive, dispor sobre a
cotista no prazo de até 30 (trinta) dias após a data de sua realização, possibilidade de as deliberações da assembleia serem adotadas mediante
podendo ser utilizado para esse fim o extrato de conta mensal. processo de consulta formal, sem necessidade de reunião dos cotistas.

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Somente os cotistas inscritos no registro de cotistas na data da convocação da assembleia, seus representantes legais ou procuradores legalmente
constituídos há menos de 1 (um) ano podem votar na assembleia geral.

O administrador e o gestor; os sócios, diretores e funcionários do administrador ou gestor; empresas ligadas ao administrador ou ao gestor, seus
sócios, diretores e funcionários; e os prestadores de serviços do fundo, seus sócios, diretores e funcionários não podem votar na assembleia geral,
a menos que haja anuência expressa da maioria dos demais cotistas, manifestada na própria assembleia, ou em instrumento de procuração que se
refira especificamente à assembleia em que se dará a permissão do voto.

É importante a participação atuante do cotista nas Assembleias do Fundo. Caso não seja possível participar da Assembleia, é altamente
recomendável que o cotista fique atento às decisões que foram tomadas.

5.1.11.4 Composição e diversificação de carteira

A composição da carteira, em função do emissor dos títulos, modalidade de ativo e por conjunto de ativos, deverá ser baseada de acordo com a
Legislação em vigor.

DIVERSIFICAÇÃO
A diversificação de uma carteira de investimentos sempre tem como principal objetivo a redução do risco. Não existe uma eliminação por conta de
diversos fatores que serão elencados neste treinamento, todavia a diversificação muitas vezes consegue minimizar sobremaneira o risco trazido
pelos investimentos.

5.1.11.5 Informações periódicas e comunicação com os cotistas

Informações Periódicas

O administrador do fundo está obrigado a:


I divulgar, diariamente, o valor da cota e do patrimônio líquido do fundo aberto;
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II remeter mensalmente ao cotista extrato de conta contendo:


a) nome do fundo e o número de seu registro no CNPJ;
b) nome, endereço e número de registro do administrador no CNPJ;
c) nome do cotista;
d) saldo e valor das cotas no início e no final do período e a movimentação ocorrida ao longo do mesmo;
e) a rentabilidade do fundo auferida entre o último dia útil do mês anterior e o última dia útil do mês de referência do extrato;
f) data de emissão do extrato da conta; e
g) o telefone, o correio eletrônico e o endereço para correspondência do serviço de atendimento ao cotista.
III disponibilizar as informações do fundo, inclusive as relativas à composição da carteira, no tocante a peridiocidade, prazo e teor das informações,
de forma equânime entre todos os cotistas.

Caso o administrador divulgue informação a terceiros referente à composição da carteira, a mesma informação deve ser colocada à disposição dos
cotistas na mesma periodicidade, ressalvadas as hipóteses de divulgação de informações pelo administrador aos prestadores de serviços do fundo,
necessárias para a execução de suas atividades, bem como aos órgãos reguladores, auto-reguladores e entidades de classe, quanto aos seus
associados, no atendimento a solicitações legais, regulamentares e estatutárias por eles formuladas.

O administrador não está obrigado a cumprir o disposto no inciso II do artigo anterior nos casos em que o cotista, por meio de assinatura em
documento específico, expressamente optar pelo não recebimento do extrato.

O administrador deverá manter o documento previsto neste artigo à disposição da CVM, pelo prazo de 5 (cinco) anos.

Caso o cotista não tenha comunicado ao administrador do fundo a atualização de seu endereço, seja para envio de correspondência por carta ou
através de meio eletrônico, o administrador ficará exonerado do dever em prestar-lhe as informações previstas nesta Instrução a partir da última
correspondência que houver sido devolvida por incorreção no endereço declarado.

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O administrador deverá manter a correspondência devolvida à disposição da fiscalização da CVM, enquanto o cotista não proceder ao resgate total
de suas cotas.

5.1.11.6 Informações eventuais e Fato Relevante

Informações que o administrador deve remeter, através do Sistema de Envio de Documentos disponível na página da CVM na rede mundial de
computadores.

Fato relevante
Em um fundo de investimento poderão ocorrer situações não previstas pelos investidores e que podem influenciar diretamente sua decisão de
permanência no fundo. Essas situações são chamadas de fatos relevantes, como a alteração de valores de movimentação.

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5.1.12 Dinâmica de aplicação e resgate

5.1.12.1 Aplicação de recursos e compra de ativos por parte dos No resgate a dinâmica é um pouco diferente:
gestores. Cota do dia (D+0) e cota do dia seguinte ao da data de cotas títulos

aplicação (D+1) CLIENTE FUNDO MERCADO DE TÍTULOS


$ $

Ao receber os recursos do cliente, o gestor do fundo tem que se 5.1.12.3 Prazo de cotização: conceito (prazo de conversão de cotas
preocupar em rentabilizá-lo. na aplicação e no resgate)

Para isso precisa adquirir os ativos que comporão a carteira do fundo, Prazo de cotização: é o tempo que o fundo leva para converter o
pois são eles que possibilitarão a valorização das cotas. dinheiro em cotas, a partir da data de aplicação, ou as cotas em
dinheiro, a partir da data do pedido de resgate.
A dinâmica acontece assim em uma aplicação:
$ $ D+n: é a forma de medir os prazos no mercado financeiro, como os
CLIENTE FUNDO MERCADO DE TÍTULOS prazos de cotização, liquidação e resgate. A letra D representa o dia útil
cotas títulos em que foi realizada a operação (por exemplo, o pedido de resgate). Já a
5.1.12.2 Resgate de Recursos e venda de ativos por parte dos letra n representa o número de dias úteis ou corridos a partir da data de
gestores operação. Em geral, o material do fundo especifica, em cada caso, se a
contagem se dá em dias úteis ou corridos.
Quando o cotista deseja fazer um resgate o gestor tem que vender parte
dos ativos que estão em carteira, pois só assim consegue dinheiro para Por exemplo, se um fundo tem prazo de cotização na aplicação e/ou
devolver ao cliente, portanto, a ocorrência de resgates corresponderá a no resgate de D+0 significa que a conversão de cotas é feita no mesmo
venda de parte dos ativos que compõem a carteira do fundo. dia do pedido de aplicação e/ou resgate.

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Já um fundo que tem prazo de cotização para resgate em D+1 dia útil Quando um fundo utiliza cota de fechamento, o investidor não sabe
só realiza a conversão de cotas no dia útil seguinte à data de solicitação no momento da compra, a quantidade de cotas que adquiriu, o mesmo
do resgate. ocorre quando do resgate, o investidor não conhece o valor de cota a
ser utilizado.
Fundos de renda fixa conservadora geralmente têm prazos de cotização
e liquidação curtos, em D+0 ou D+1. Uma configuração comum é prazo A Cota de fechamento é calculada atualizando os valores dos ativos/
de cotização em D+0 para aplicação e resgate e prazo de liquidação em títulos componentes da carteira do fundo de investimento no próprio
D+0 para resgate, totalizando um prazo de resgate de D+0. dia do cálculo da cota, sendo esta divulgada após o fechamento do
mercado, portanto, no 1º dia útil seguinte.
Em outras palavras, esses fundos permitem que você receba o dinheiro
na sua conta no mesmo dia em que pedir o resgate. Por exemplo, os fundos de ações usam a cota de fechamento porque o
valor da cota pode ter grande variação durante o dia (volatilidade alta)
Cota de abertura e de fechamento que não seria refletido na cota de abertura.
Quando o fundo utiliza cota de abertura, o investidor sabe, no momento
da aplicação, valor da cota que será utilizada para converter seu capital 5.1.12.4. Prazo de liquidação financeira (pagamento do resgate):
bem como a quantidade de cotas que adquiriu. conceito e limite

A Cota de abertura é calculada atualizando-se os valores dos ativos/ Prazo de liquidação: é o tempo que o fundo leva, depois da cotização,
títulos componentes da carteira do fundo de investimento até a data do dia para depositar o dinheiro resgatado na conta do cotista.
anterior, devidamente atualizada por 1 dia, quando se tratar dos fundos de
investimento classificados como Curto Prazo, Renda Fixa e Referenciados. Pode ser que a liquidação também leve alguns dias. Digamos, D+3 dias
Fundos Exclusivos ou Previdenciários, independente da classe, desde que úteis. Isso significa que o prazo de resgate é de nada menos que 30 dias
estabelecido no regulamento do fundo. corridos mais 3 dias úteis – mais de um mês esperando o dinheiro cair
na sua conta a partir do pedido de resgate.
Sendo assim, o valor da cota é conhecido na abertura dos negócios do
dia e as aplicações e resgates do dia são convertidos utilizando-se o Fundos com prazo de cotização mais longo geralmente investem em
valor da cota de abertura. ativos de longo prazo e liquidez reduzida, que não permitem ao fundo
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fazer uma venda ou resgate imediato para honrar o pedido de resgate conta corrente ou ordem de pagamento, no prazo estabelecido no
de um cotista. regulamento, que não poderá ser superior a 5 (cinco) dias úteis,
contados da data da conversão de cotas;
5.1.12.5 Prazo de carência para resgates IV salvo na hipótese de que trata o art. 16, será devida ao cotista uma
multa de 0,5% (meio por cento) do valor de resgate, a ser paga pelo
O regulamento pode apresentar prazo de carência para resgates, ou administrador do fundo, por dia de atraso no pagamento do resgate
seja, se houver resgates durante o período de carência o cotista perderá de cotas.
o direito ao rendimento do período.
5.1.12.6. Fechamento dos fundos para resgates e aplicações
Regras para conversão de cotas e pagamento do resgate:
• Aplicação e resgate: de acordo com a CVM os fundos das classes, Fechamento de fundos para resgates
Curto Prazo, Referenciado e Renda Fixa, podem utilizar cota de Em casos excepcionais de iliquidez (baixa liquidez) dos ativos
abertura ou de fechamento. componentes da carteira do fundo, inclusive em decorrência de pedidos
Sendo que as demais classes só poderão utilizar cota de fechamento. de resgates incompatíveis com a liquidez existente, ou que possam
• Pagamento do resgate: conforme estabelecido no regulamento. Vale implicar alteração do tratamento tributário do fundo ou do conjunto dos
lembrar que a CVM estabelece que o prazo para crédito do resgate cotistas, em prejuízo destes últimos, o administrador poderá declarar o
poderá ocorrer em até 5 dias úteis contados da data da cotização. fechamento do fundo para a realização de resgates, sendo obrigatória
convocação de Assembleia Geral Extraordinária, no prazo máximo de
O resgate de cotas de fundo obedecerá às seguintes regras: 1 (um) dia, para deliberar, no prazo de 15 (quinze) dias, a contar da data
I o regulamento estabelecerá o prazo entre o pedido de resgate e a do fechamento para resgate, sobre as seguintes possibilidades:
data de conversão de cotas, assim entendida, para os efeitos desta I substituição do administrador, do gestor ou de ambos;
Instrução, a data da apuração do valor da cota para efeito do II reabertura ou manutenção do fechamento do fundo para resgate;
pagamento do resgate; III possibilidade do pagamento de resgate em títulos e valores
II a conversão de cotas dar-se-á pelo valor da cota do dia na data de mobiliários;
conversão; IV cisão do fundo; e
III o pagamento do resgate deverá ser efetuado em cheque, crédito em V liquidação do fundo.

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O fechamento do fundo para resgate deverá, em qualquer caso, ser 5.1.13 Aplicações por conta e ordem (AE)
imediatamente comunicado a CVM. A assembleia de que trata o caput
deverá realizar-se mesmo que o administrador delibere reabrir o fundo
antes da data marcada para sua realização. Caracterização
O fundo de investimento poderá contratar, por escrito, instituições
O administrador poderá solicitar a CVM autorização específica para intermediárias integrantes do sistema de distribuição de valores
proceder à cisão do fundo antes da reabertura para resgates, ficando neste mobiliários para realizar a distribuição de cotas, autorizando-as a
caso vedadas novas aplicações no fundo resultantes da cisão, e devendo, realizar a subscrição de cotas do fundo por conta e ordem de seus
de qualquer modo, realizar-se a assembleia de que trata o caput. respectivos clientes.

Fechamento dos Fundos para aplicações 5.1.13.1 Responsabilidades da instituição Intermediária


É facultado ao administrador suspender, a qualquer momento, (Distribuidor). Direitos dos cotistas
novas aplicações no fundo, desde que tal suspensão se aplique
indistintamente a novos investidores e cotistas atuais. A suspensão do A CVM determina que todo cotista, ao ingressar no fundo, deve
recebimento de novas aplicações em um dia não impede a reabertura atestar, por meio da assinatura ao termo de adesão (ou Termo Próprio)
posterior do fundo para aplicações. que recebeu o prospecto e o regulamento, portanto a Instituição
Distribuidora deverá seguir a determinação de manter a disposição da
O administrador deve comunicar imediatamente aos intermediários CVM o referido documento (termo de adesão).
sobre a eventual existência de fundos que não estejam admitindo
captação. 5.1.13.1.1 Informações obrigatórias. Cadastramento e identificação dos clientes

Lembramos que, o fundo deve permanecer fechado para aplicações As instituições intermediárias que estejam atuando por conta e ordem
enquanto perdurar o período de suspensão de resgates. de clientes assumem todos os ônus e responsabilidades relacionadas

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aos clientes, inclusive quanto a seu cadastramento, identificação e • à manutenção de serviço de atendimento aos clientes, para
demais procedimentos que, caberiam originalmente ao administrador, esclarecimento de dúvidas e pelo recebimento de reclamações;
em especial no que se refere: • ao zelo para que o investidor final tenha pleno acesso a todos os
• ao fornecimento aos clientes de prospectos, regulamentos e termos documentos e informações previstos pela CVM, em igualdade de
de adesão, a serem obrigatoriamente encaminhados pelos condições com os demais cotistas do fundo de investimento objeto
administradores aos intermediários, para tal finalidade; da aplicação;
• à responsabilidade de dar ciência ao cotista de que a distribuição é
• à manutenção de informações atualizadas que permitam a
feita por conta e ordem;
• à obrigação de dar ciência aos clientes de quaisquer exigências identificação, a qualquer tempo,de cada um dos investidores finais,
formuladas pela CVM; bem como do registro atualizado de todas as aplicações e resgates
• ao controle e manutenção de registros internos referentes à realizados em nome de cada um dos investidores finais (esta
compatibilidade entre as movimentações dos recursos dos clientes, documentação deve permanecer na posse da instituição que esteja
e sua capacidade financeira e atividades econômicas, nos termos das atuando por conta e ordem de clientes, à disposição da CVM, pelo
normas de proteção e combate à lavagem de dinheiro ou ocultação prazo de 5 anos);
de bens, direitos e valores; • à obrigação de efetuar a retenção e o recolhimento dos tributos
• à regularidade e guarda da documentação cadastral dos clientes, incidentes nas aplicações ou resgates em fundos de investimento,
nos estritos termos da regulamentação em vigor, bem como pelo conforme determinar a legislação tributária.
cumprimento de todas as exigências legais quanto à referida
documentação cadastral;
5.1.13.1.2 Possibilidade de manutenção das aplicações em caso de
• à prestação de informação diretamente à CVM sobre os dados
finalização da distribuição
cadastrais dos clientes que aplicarem nos fundos, quando esta
informação for solicitada;
• à comunicação aos clientes sobre a convocação de assembléias Na hipótese de rescisão do contrato firmado entre o fundo e o
gerais de cotistas e sobre suas deliberações, de acordo com as intermediário que esteja atuando por conta e ordem de clientes,
instruções e informações que, com antecedência suficiente e deve ser facultado ao cotista permanecer como investidor no fundo,
tempestivamente, receber dos administradores dos fundos de comprometendo-se a instituição intermediária, neste caso, a identificar
investimento; e fornecer ao administrador toda a documentação cadastral do cliente.
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INVESTIMENTO

5.1.13.1.3 Segregação dos recursos aplicados do patrimônio da instituição distribuidora

As aplicações ou resgates realizados nos fundos de investimento por meio de instituições intermediárias que estejam atuando por conta e ordem
de clientes, serão efetuadas de forma segregada, de modo que os bens e direitos integrantes do patrimônio de cada um dos clientes, bem como
seus frutos e rendimentos, não se comuniquem com o patrimônio da instituição intermediária.

5.1.14 Taxas, Tipos e Formas de Cobrança

5.1.14.1 Taxa de Administração

Conjunto de serviços relacionados direta ou indiretamente ao funcionamento e à manutenção do fundo, que podem ser prestados pelo próprio
administrador ou por terceiros por ele contratados, por escrito em nome do fundo, a taxa de administração é cobrada pela instituição devido ao
serviço de administração de um fundo de investimento.

Fica a critério da instituição estabelecer os valores percentuais dessa taxa, que deve estar preestabelecida no regulamento do fundo. A taxa de
administração é calculada sobre o patrimônio do fundo, sendo provisionada diariamente e cobrada mensalmente. A taxa de administração é fixa,
sendo a forma mais comum de remuneração do administrador.

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O regulamento deve dispor sobre a taxa de administração, que


remunerará todos os serviços indicados abaixo: ATENÇÃO: ESSA TAXA É CONHECIDA NO MERCADO
I a gestão da carteira do fundo; COMO LINHA D´AGUA
II a consultoria de investimentos;
III as atividades de tesouraria, de controle e processamento dos títulos
e valores mobiliários; Regras da CVM para a cobrança de taxa de performance:
IV a distribuição de cotas; O regulamento poderá estabelecer a cobrança da taxa de performance,
V a escrituração da emissão e resgate de cotas; sendo vedada a cobrança (exceto quando se tratar de fundos
VI custódia de títulos e valores mobiliários e demais ativos financeiros; e destinados a investidor qualificado) para os fundos das classes: Curto
VII classificação de risco por agência especializada constituída no País. Prazo, Referenciado e Renda Fixa.
Formas de cobrança (ajuste no valor da cota)
• A cobrança da taxa de performance deverá atender aos seguintes
A remuneração do administrador é calculada à base de 1/252 da taxa
critérios:
referida, sobre o valor diário do patrimônio líquido do fundo. Essa
remuneração é paga mensalmente, por períodos vencidos. a) vinculação a um parâmetro de referência compatível com a política
de investimento do fundo e com títulos que efetivamente a
componham;
ATENÇÃO: LEMBRE-SE QUE A TAXA DE ADMINISTRAÇÃO b) vedação da vinculação da taxa de performance a percentuais
É COBRADA INDEPENDENTE DO DESEMPENHO DO FUNDO inferiores a 100% do parâmetro de referência;
(POSITIVO OU NEGATIVO). c) cobrança por período, no mínimo, semestral; e
d) cobrança após a dedução de todas as despesas, inclusive da taxa
de administração.
5.1.14.2 Taxa de Performance e) é vedada a cobrança de taxa de performance quando o valor da
cota do fundo for inferior ao seu valor por ocasião da última cobrança
É a taxa cobrada pelos administradores sobre a parcela da rentabilidade efetuada (conceito Linha d’água)
do fundo de investimento que exceder a variação de um determinado f) é permitida a cobrança de ajuste sobre a performance individual do
índice previamente estabelecido, portanto é uma taxa variável. cotista que aplicar recursos no fundo posteriormente à data da
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FUNDOS DE
INVESTIMENTO

última cobrança, exclusivamente, nos casos em que o valor da cota outras despesas (encargos) que podem ser debitadas pela instituição
adquirida for inferior ao valor da mesma na data da última cobrança administradora que são:
de performance efetuada. I taxas, impostos ou contribuições federais, estaduais, municipais ou
g) Os fundos destinados exclusivamente a investidores qualificados autárquicas, que recaiam ou venham a recair sobre os bens, direitos
podem cobrar taxa de performance, de acordo com o que dispuser o e obrigações do fundo;
seu regulamento. II despesas com o registro de documentos em cartório, impressão,
expedição e publicação de relatórios e informações periódicas
5.1.14.3 Taxa de ingresso previstas;
III despesas com correspondências de interesse do fundo, inclusive
Alguns fundos cobram taxa de ingresso, no momento da aplicação, comunicações aos cotistas;
desde que conste do regulamento sua forma de cobrança. IV honorários e despesas do auditor independente;
V emolumentos e comissões pagas sobre as operações do fundo;
5.1.14.4 Taxa de saída
VI honorários de advogados, custas e despesas processuais correlatas,
feitas em defesa dos interesses do fundo, em juízo ou fora dele,
Alguns fundos cobram taxa de saída no resgate, que pode ser utilizada
para penalizar uma saída antes de um prazo preestabelecido. inclusive o valor da condenação imputada ao fundo, se for o caso;
VII parcela de prejuízos não coberta por apólices de seguro e não
5.1.14.5 Regras de alteração decorrente diretamente de culpa ou dolo dos prestadores dos
serviços de administração no exercício de suas respectivas funções;
As taxas previstas não podem ser aumentadas sem prévia aprovação da VIII despesas relacionadas, diretas ou indiretamente, ao exercício de
assembléia geral de cotistas, mas podem ser reduzidas unilateralmente direito de voto do fundo pelo administrador ou por seus
pelo administrador, que deve comunicar esse fato, de imediato, à CVM e representantes legalmente constituídos, em assembléias gerais
aos cotistas, promovendo a devida alteração no regulamento e, se for o das companhias nas quais o fundo detenha participação;
caso, no prospecto. IX despesas com custódia e liquidação de operações com títulos e
valores mobiliários, ativos financeiros e modalidades operacionais;
5.1.14.6 Encargos do Fundo (AE) X despesas com fechamento de câmbio, vinculadas às suas operações
Além das taxas de administração e performance, um fundo tem ou com certificados ou recibos de depósito de valores mobiliários;
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FUNDOS DE
INVESTIMENTO

XI no caso de fundo fechado, a contribuição anual devida às bolsas de valores ou às entidades do mercado de balcão organizado em que o fundo
tenha suas cotas admitidas à negociação; e
XII as taxas de administração e de performance se houver.

OBS.: QUAISQUER DESPESAS NÃO PREVISTAS COMO ENCARGOS DO FUNDO, INCLUSIVE AS RELATIVAS À ELABORAÇÃO DO PROSPECTO,
CORREM POR CONTA DO ADMINISTRADOR, DEVENDO SER POR ELE CONTRATADOS.

5.2 PRINCIPAIS ESTRATÉGIAS DE GESTÃO

5.2.1 Fundos de Investimento com Gestão Passiva. Definições

Fundos passivos ou indexados, ou ainda, fundos com gestão passiva, são aqueles que buscam alcançar uma rentabilidade a mais próxima o
possível de seu parâmetro de comparação (benchmark) e com a menor volatilidade possível de sua rentabilidade em relação à deste mesmo
parâmetro.

Seu objetivo, portanto, é de replicar (acompanhar) determinado índice usado como parâmetro de performance, diretamente, por meio da aquisição
de ativos atrelados ao índice de referência da carteira, ou indiretamente, por meio de contratos de derivativos.

5.2.1.1 Renda Fixa

O CDI é o principal benchmark quando o assunto é renda fixa. Como ele é utilizado como o custo do dinheiro no mercado diversas modalidades de
investimento o utilizam como parâmetro para comparação. Daí que surge também os fundos DI, atrelados ao parâmetro de referência ora citado.
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FUNDOS DE
INVESTIMENTO

Quando o investidor tem com expectativa a tendência de elevação da ÍNDICES DE MERCADO ANBIMA
taxa de juros ou acompanhar a variação da taxa de juros ele pode ser
muito interessante. IMA (Índice de Mercado ANBIMA): O IMA representa uma família
de índices de renda fixa, composto pelos títulos públicos que são
5.2.1.1.1 Conceito e finalidade de Benchmarks e Índices de Referênci: DI, precificados pela Associação.
Taxa Selic, Índices de Preços (IGP-M e IPCA), Índices de Mercado Anbima
e IDKA (Índice de Duração Constante Anbima) Títulos que compõem cada índice:
• IMA – B = NTN – B (IPCA)
Benchmarking é uma ferramenta de gestão que consiste na mensuração • IMA – C = NTN-C (IGPM
da performance de uma organização, permitindo que ela compare • IRF – M = LTN E NTN-F (PREFIXADOS)
sua eficiência com a de outras organizações, frequentemente com a • IMA – S = LFT (SELIC OVER)
empresa líder do segmento ou outro concorrente muito relevante.Assim,
benchmark pode ser definido como um referencial para comparação. 5.2.1.2 Renda Variável:

Se procurarmos uma aplicação conservadora com rendimento que 5.2.1.2.1 Conceito e finalidade dos Benchmarks e Índices de Referência:
acompanhe as taxas de juros vigentes no mercado, um bom benchmark Índice BOVESPA (IBOVESPA), Índice Brasil (IBrX) e Índice de
é o CDI. Sustentabilidade Empresarial (ISE).
Se o objetivo do investidor é manter o poder de compra do dinheiro em
reais (R$), deve procurar um investimento que tenha como benchmark Por outro lado, caso se trate de investimento em ações, um possível
o IGP-M, por exemplo, pois como visto, trata-se de um índice de preços referencial é o IBOVESPA ou o IBrX, já que esses índices são compostos
que registra a evolução dos preços como medida síntese da inflação. Já pelas ações mais negociadas na BM&FBovespa, refletindo o
o Governo federal, para calcular se a inflação está de acordo com a meta comportamento do mercado.
inflacionária definida pelo Conselho Monetário Nacional utiliza-se do
ÍNDICE BOVESPA – IBOVESPA
IPCA – Índice de Preços ao Consumidor Amplo que é um benchmark para O Ibovespa é o resultado de uma carteira teórica de ativos, elaborada de
a inflação nacional. acordo com os critérios estabelecidos em sua metodologia.
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FUNDOS DE
INVESTIMENTO

Aplicam-se ao Ibovespa todos os procedimentos e regras constantes do ÍNDICE DE SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL – ISE
manual de definições e procedimentos dos índices da BM&FBOVESPA. O Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), criado pela
BM&FBovespa em 2005, é uma ferramenta para análise comparativa
Objetivo do desempenho das empresas listadas na BM&FBovespa sob o aspecto
O objetivo do Ibovespa é ser o indicador do desempenho médio das da sustentabilidade corporativa, baseada em eficiência econômica,
cotações dos ativos de maior negociabilidade e representatividade do equilíbrio ambiental, justiça social e governança corporativa.
mercado de ações brasileiro.

Ativos elegíveis 5.2.1.3 Estratégias para manter aderência aos índices de referência
O Ibovespa é composto pelas ações exclusivamente de ações de e as respectivas limitações.
companhias listadas na BM&FBOVESPA que atendem aos critérios de
inclusão descritos em sua metodologia Nem sempre os gestores de fundos de investimento conseguem
replicar com sucesso os índices que lhes servem de referência. As
Para tanto, as ações que fazem parte do índice representam mais de condições de mercado, despesas, taxas, marcação a mercado, etc.
80% do número de negócios e do volume financeiro negociados no são limitadores que devem ser considerados. De qualquer maneira,
mercado à vista. Como as ações que fazem parte dessa carteira têm se mantiver os ativos rigorosamente atrelados aos referidos índices a
grande representatividade, podemos dizer que se a maioria delas possibilidade de sucesso certamente será maior.
estiver subindo, o mercado, medido pelo Índice BOVESPA, está em alta,
e se estiver caindo, está em baixa.

ÍNDICE BRASIL – IBRX 5.2.2 Fundos de Investimento com Gestão Ativa. Definições.
É um índice de preços que mede o retorno de uma carteira teórica
composta por 100 ações selecionadas entre as mais negociadas na Fundos ativos ou fundos com gestão ativa são aqueles que buscam
BM&FBovespa, em termos de número de negócios e volume financeiro; superar a rentabilidade de seu parâmetro de comparação (benchmark).
sua metodologia de cálculo é parecida com o Ibovespa e reavaliada a cada Para atingir esse objetivo, o gestor pode adotar estratégias de
quatro meses. Uma variante deste benchmark é o IBX 50, que como o exposição a riscos (crédito, mercado e liquidez) com ou sem
próprio nome diz é composto pelas 50 ações entre as mais negociadas. alavancagem, tanto em renda fixa quanto em renda variável.
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FUNDOS DE
INVESTIMENTO

5.2.2.1 Estratégias de Gestão: posicionamento, hedge e alavancagem

Posicionamento
O fundo assume riscos (previstos em regulamento) utilizando instrumentos derivativos.

Hedge (proteção)
A palavra “hedge” pode ser entendida como “proteção”. Hedge é uma operação que tem por finalidade proteger o valor de um ativo contra uma
possível redução de seu valor numa data futura ou, ainda, assegurar o preço de uma dívida a ser paga no futuro. Esse ativo poderá ser o dólar, uma
commodity, um título do governo ou uma ação.

Alavancagem
Alavancagem Financeira: A alavancagem financeira é o nível de endividamento utilizado para a maximização do retorno do capital investido.
Diz-se que uma empresa tem muita alavancagem financeira quando recorre a muito endividamento externo para financiar os seus ativos. O
endividamento é o principal indicador de alavancagem financeira.

Fundo de Investimentos alavancados são de alto risco. Em movimentos opostos as estratégias assumidas, podem até gerar Patrimônio Líquido
negativo, exigindo aporte de capital por parte de seus cotistas.

Essa estratégia visa aumentar a exposição financeira em um determinado fator de risco em percentual acima do Patrimônio Líquido do fundo,
inclusive, pode até gerar Patrimônio Líquido negativo, exigindo aporte de capital por parte de seus cotistas.

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FUNDOS DE
INVESTIMENTO

5.3 PRINCIPAIS MODALIDADES DE FUNDO DE INVESTIMENTO

5.3.1 Classificação da CVM

Renda Fixa, Ações, Multimercado e Cambial

5.3.1.1 Fundo de Renda Fixa

Deverá ter como principal fator de risco de sua carteira a variação da taxa de juros doméstica ou de índice de preços ou ambos.
• deverá possuir, no mínimo, 80% da carteira em ativos relacionados diretamente, ou indiretamente sintetizados via derivativos, ao fator de risco
que dá nome à classe;
• é vedada a cobrança de taxa de performance, salvo quando se tratar de fundo destinado a investidor qualificado ou classificado como Renda Fixa
de Longo Prazo (quando o prazo médio de sua carteira supere 365 dias).

5.3.1.2 Fundo de Ações

Deverão ter como principal fator de risco a variação de preços de ações admitidas à negociação no mercado à vista de bolsa de valores ou entidade
do mercado de balcão organizado.
• 67% (sessenta e sete por cento), no mínimo, de seu patrimônio líquido deverão ser compostos pelos seguintes ativos:
a) ações admitidas à negociação em bolsa de valores ou entidade de balcão organizado;
b) bônus ou recibos de subscrição e certificados de depósito de ações admitidas à negociação em bolsa de valores ou entidade de balcão organizado;
c) cotas de fundos de ações e cotas dos fundos de índice de ações, negociadas em bolsa de valores ou entidade de balcão organizado; e
d) BDR - Brazilian Depositary Receipts, classificados como nível II e III.

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FUNDOS DE
INVESTIMENTO

5.3.1.2.1 Fundo de Ações versus Clube de Investimento: vantagens e desvantagens

Segue tabela comparativa com as principais diferenças entre os dois produtos de investimento.

CARACTERÍSTICAS CLUBE DE INVESTIMENTO FUNDO DE AÇÕES


Marcação a Mercado Não há Há
Contabilização dos ativos Individual Consolidada e simlificada
Restrições de investimento No mínimo 67% do PL em ações No mínimo 67% do PL em ações
Compensação de Perdas Há Há
para fins de IR

Sociedade Corretora, Distribuidora de valores, Banco de Investimento


Administrador PJ registrada na CVM para a função
ou Banco Múltiplo com carteira de investimentos.
Público-alvo Só pessoas físicas (naturais), no mínimo 3 e no máximo 50 pessoas. Pessoas físicas e jurísidcas

No resgate à alíquota de 15%, desde que tenha no mínimo No resgate à alíquota de 15%, desde que
Tributação de IR
67% do PL em ações tenha no mínimo 67% do PL em ações

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FUNDOS DE
INVESTIMENTO

5.3.1.3 Fundo Cambial c. cotas de fundos de ações e cotas dos fundos de índice de ações,
negociadas em bolsa de valores ou entidade de balcão organizado; e
Deverá ter como principal fator de risco de sua carteira a variação de d. BDR - Brazilian Depositary Receipts, classificados como nível II e III.
preços de moeda estrangeira, ou a variação do cupom cambial.
• deverá possuir, 80%, no mínimo, da carteira em ativos relacionados 5.3.1.5 Características das Subclassificações : Curto Prazo,
diretamente, ou indiretamente sintetizados via derivativos, ao fator Referenciado, Simples, Dívida Externa, Crédito Privado e Ações –
de risco que dá nome à classe; Mercado de Acesso e Investimentos no Exterior.
5.3.1.4 Fundo Multimercado
I Fundo de Curto Prazo
Devem possuir políticas de investimento que envolva vários fatores de • deverão aplicar seus recursos exclusivamente em títulos públicos
risco, sem o compromisso de concentração em nenhum fator especial federais ou privados prefixados ou indexados à taxa SELIC ou a
ou em fatores diferentes das demais classes. outra taxa de juros, ou títulos indexados a índice de preços, com
• o regulamento dos fundos poderá autorizar a aplicação em ativos prazo máximo a decorrer de 375 dias, e prazo médio da carteira
financeiros no exterior, no limite de 20% de seu patrimônio líquido; do fundo inferior a 60 dias;
• quando adquirir cotas de fundos classificados como Dívida Externa, • os títulos privados referidos acima deverão ter seu emissor
não estará sujeita a incidência de limite de concentração por emissor; e classificado na categoria baixo risco de crédito ou equivalente, com
• não estará sujeito a limites de concentração por emissor, desde que certificação por agência de classificação de risco localizada no País;
o regulamento, prospecto e material de venda, bem como os extratos • permitida a utilização de derivativos somente para proteção da
enviados aos clientes, contenham, com destaque alerta de que o carteira e a realização de operações compromissadas lastreadas
fundo pode estar exposto à significativa concentração em ativos de em títulos públicos federais;
poucos emissores, com riscos daí decorrentes, os investimentos nos • é vedada a cobrança de taxa de performance, salvo quando se
seguintes ativos: tratar de fundo destinado a investidor qualificado.
a. ações admitidas à negociação em bolsa de valores ou entidade de II Fundo Referenciado
balcão organizado; Deverá identificar em sua denominação o seu indicador de
b. bônus ou recibos de subscrição e certificados de depósito de ações desempenho, em função dos ativos financeiros integrantes das
admitidas à negociação em bolsa de valores ou entidade de balcão respectivas carteiras, desde que atendidas, cumulativamente, as
organizado; seguintes condições:
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FUNDOS DE
INVESTIMENTO

• tenham 80% no mínimo, de seu patrimônio líquido representado, federal ou em títulos de responsabilidade, emissão ou coobrigação
isolada ou cumulativamente, por: de instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil,
a) títulos de emissão do tesouro Nacional ou Banco Central do Brasil; desde que, na hipótese de lastro em títulos de responsabilidade de
b) títulos e valores mobiliários de renda fixa cujo emissor esteja pessoas de direito privado, a instituição financeira contraparte do
classificado na categoria baixo risco de crédito ou equivalente, com fundo na operação possua classificação de risco atribuída pelo
certificação por agência de classificação de risco localizada no país; gestor, no mínimo, equivalente àquela atribuída aos títulos da dívida
• estipule que 95%, no mínimo, da carteira seja composta por ativos pública federal;
financeiros de forma a acompanhar, direta ou indiretamente, • Realize operações com derivativos exclusivamente para fins
a variação do indicador de desempenho (benchmark) escolhido; de proteção da carteira (hedge);
• restrinjam a respectiva atuação nos mercados de derivativos a • Se constitua sob a forma de condomínio aberto; e
realização de operações com o objetivo de proteger posições à vista, • Preveja, em seu regulamento, que todos os documentos e
até o limite dessas; informações a eles relacionados sejam disponibilizados
• o indicador de desempenho deve estar expressamente definido na aos cotistas preferencialmente por meios eletrônicos.
denominação do fundo;
• é vedada a cobrança de taxa de performance, salvo quando se tratar IV Fundo de Dívida Externa
de fundo destinado a investidor qualificado. Deverão aplicar, no mínimo, 80% de seu patrimônio líquido em títulos
representativos da dívida externa de responsabilidade da União, sendo
III Fundo Simples permitida a aplicação de até 20% do patrimônio líquido em outros títulos
Tenha 95% (noventa e cinco por cento), no mínimo, de seu patrimônio de crédito transacionados no mercado internacional.
líquido representado, isolada ou cumulativamente, por: • os títulos representativos da dívida externa de responsabilidade da
a) títulos da dívida pública federal; União devem ser mantidos, no exterior, em conta de custódia.
b) títulos de renda fixa de emissão ou coobrigação de instituições • os títulos integrantes da carteira do fundo devem ser custodiados
financeiras que possuam classificação de risco atribuída pelo gestor, em entidades habilitadas a prestar esse serviço pela autoridade local
no mínimo, equivalente àqueles atribuídos aos títulos da dívida competente.
pública federal; • a aquisição de cotas de outros fundos classificados como “Dívida Externa”
c) operações compromissadas lastreadas em títulos da dívida pública não está sujeita a incidência de limites de concentração por emissor.
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FUNDOS DE
INVESTIMENTO

• os recursos porventura remanescentes podem: perda substancial de seu patrimônio líquido em caso de eventos que
a) ser direcionados à realização de operações em mercados acarretem o não pagamento dos ativos integrantes de sua carteira,
organizados de derivativos no exterior, exclusivamente para fins inclusive por força de intervenção, liquidação, regime de
de “hedge” dos títulos integrantes da respectiva carteira, ou ser administração temporária, falência, recuperação judicial ou
mantidos em conta de depósito em nome do fundo, no exterior, extrajudicial dos emissores responsáveis pelos ativos do fundo;
observado, relativamente a essa última modalidade, o limite de • o ingresso no fundo será condicionado à assinatura de termo de
10% do patrimônio líquido respectivo; ciência dos riscos inerentes à composição da carteira do fundo,
b) ser direcionados à realização de operações em mercados sendo vedada à utilização de sistemas eletrônicos para esse fim; e
organizados de derivativos no País, exclusivamente para fins de • caso a política de investimento contemple a possibilidade de
“hedge” dos títulos integrantes da respectiva carteira e desde que alocação de mais de 30% do patrimônio líquido do fundo em créditos
referenciadas em títulos representativos de dívida externa de privados deverão conter disclaimers (informações relevantes)
responsabilidade da União, ou ser mantidos em conta de depósito
nos prospectos.
à vista em nome do fundo, no País, observado, no conjunto, o limite
de 10% do patrimônio líquido respectivo.

V Fundos de Crédito Privado OBS.: ESTAS REGRAS APLICAM-SE AOS FUNDOS DE INVESTIMENTO
Os fundos de investimento pertencentes às classes: Curto Prazo, EM COTAS (FIC) DE FUNDOS DE INVESTIMENTO.
Referenciado, Renda Fixa, Cambial e Multimercado, que realizar
aplicações em quaisquer ativos ou modalidades operacionais de
responsabilidade de pessoas físicas ou jurídicas de direito privado, exceto VI Fundo de Ações – Mercado de Acesso
no caso de ativos financeiros listados na classe “Ações”, ou de emissores Fundos de ações cuja política de investimento preveja que, no mínimo,
públicos que não seja a União Federal que, em seu conjunto, exceda 2/3 (dois terços) do seu patrimônio líquido seja investido em ações
o percentual de 50% de seu patrimônio líquido, deverão observar as de companhias listadas em segmento de negociação de valores
seguintes regras, cumulativamente àquelas previstas para sua classe: mobiliários, voltado ao mercado de acesso, instituído por bolsa
• na denominação do fundo deverá constar a expressão “Crédito Privado”; de valores ou por entidade do mercado de balcão organizado, que
• o regulamento, o prospecto e o material de venda do fundo deverão assegure, por meio de vínculo contratual, práticas diferenciadas de
conter, com destaque, alerta de que o fundo está sujeito a risco de governança corporativa:
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FUNDOS DE
INVESTIMENTO

I devem usar, em seu nome, a designação “Ações – Mercado de 5.3.3 Limites por emissor
Acesso”; e
II quando constituídos sob a forma de condomínios fechados,
LIMITES DE CONCENTRAÇÃO POR EMISSOR NA
podem investir até 1/3 (um terço) do seu patrimônio líquido em % COMPOSIÇÃO
ações, debêntures, bônus de subscrição, ou outros títulos e valores MÁXIMO DA CARTEIRA DOS FUNDOS DE INVESTIMENTO
DO PL
mobiliários conversíveis ou permutáveis em ações de emissão de (EXCETO AOS FUNDOS DE AÇÕES)
companhias fechadas. 100% Quando o emissor for a União Federal (Títulos Públicos)
Quando o emissor for instituição financeira autorizada a
funcionar pelo BACEN e em Títulos ou valores mobiliários
20%
de emissão do administrador, do gestor ou de empresa
a eles ligadas.
Quando o emissor for instituição não-financeira
5.3.2 Ativos Financeiros no Exterior 10% (companhia aberta), exemplo: Debêntures e Notas
Promissórias Comerciais.
O gestor do fundo é responsável por executar, na seleção dos ativos
financeiros no exterior, procedimentos compatíveis com as melhores 10% Fundo de Investimento (cotas de um mesmo fundo)
práticas do mercado, assegurando que as estratégias a serem Quando o emissor for pessoa física ou pessoa jurídica
implementadas no exterior estejam de acordo com o objetivo, política 5% de direito privado que não seja companhia aberta ou
de investimento e níveis de risco do fundo. instituição financeira autorizada a funcionar pelo BACEN.
Em ações do administrador, exceção feita aos fundos cuja
política de investimento consista em reproduzir índice
0% de mercado do qual as ações do administrador ou de
companhias a ele ligadas façam parte, até do percentual
de participação das ações no índice.

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FUNDOS DE
INVESTIMENTO

5.3.4 Limites por modalidade de ativo financeiro 5.3.5 Outros Fundos: definição e principais características

5.3.5.1 FIDC – Fundo de Investimento em Direitos Creditórios


LIMITES POR MODALIDADE DE ATIVO NA
% COMPOSIÇÃO DA CARTEIRA DOS FUNDOS DE É uma comunhão de recursos que destina no mínimo 50% do respectivo
MÁXIMO INVESTIMENTO (SEM PREJUÍZO DAS NORMAS
DO PL patrimônio líquido para aplicação em direitos creditórios, o restante
APLICÁVEIS A CADA CLASSE DE FUNDO)
poderá ser aplicado em outros ativos.
100% Quando o emissor for a União Federal (Títulos Públicos)
Direitos Creditórios: os direitos e títulos representativos de crédito,
100% Operações compromissadas com lastro em Títulos Federais. originários de operações realizadas nos segmentos financeiro,
100% Ouro negociado na BM&F comercial, industrial, imobiliário, de hipotecas, de arrendamento
100% Títulos emitidos por instituição financeira mercantil e de prestação de serviços, e os Warrants como direitos
e títulos representativos de créditos de natureza diversa assim
Valores Mobiliários registrados na CVM e objeto de oferta reconhecida pela CVM.
100%
pública com base na IN CVM 400
Principais características:
• Cotas de FI E FIC regulados pela IN 409/456; I será constituído na forma de condomínio aberto ou fechado;
• Cotas de Fundos de Investimentos Imobiliário; II somente poderão receber aplicações, bem como ter cotas negociadas
20%
• Cotas de FI e FIC em Direitos Creditórios; e no mercado secundário, quando o subscritor ou o adquirente das
• CRI - Certificado de Recebíveis Imobiliários. cotas for investidor qualificado;
Para o conjunto dos ativos listados acima, quando se III cada classe ou série de cotas de sua emissão destinadas à
40% colocação pública deve ser classificada por agência de risco em
tratar de Fundo Exclusivo para Investidor Qualificado.
funcionamento no país;
IV valor mínimo para aplicações será de R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais).

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FUNDOS DE
INVESTIMENTO

FIC-FIDC – Fundo de Investimento em Cotas de Fundos e Investimento de títulos e valores mobiliários ligados ao setor imobiliário, tais como cotas
em Direitos Creditórios: uma comunhão de recursos que destina no de outros FIIs, Letra de Crédito Imobiliário (LCI), Certificado de Recebíveis
mínimo 95% do respectivo patrimônio líquido para a aplicação em cotas Imobiliários (CRI), ações de companhias do setor imobiliário etc.
de FIDC.
Todo FII possui um regulamento que, dentre outras disposições,
5.3.5.1.1 Cota Sênior e Cota Subordinada determina a política de investimento do fundo. A política pode ser
específica e estabelecer, por exemplo, que o FII invista apenas em
A emissão de cotas será feita em um FIDC com classificação de risco imóveis prontos destinados ao aluguel de salas comerciais, ou ser
diferenciada, sendo: genérica e permitir ao fundo adquirir imóveis prontos em geral ou
em construção, os quais poderão ser alugados ou vendidos.
• Cota de classe sênior: aquela que não se subordina às demais para
efeito de amortização e resgate;
Com a aquisição dos imóveis, o fundo obterá renda com sua locação,
• Cota de classe subordinada: aquela que se subordina às demais para
venda ou arrendamento. Caso aplique em títulos e valores mobiliários,
efeito de amortização e resgate.
a renda se originará dos rendimentos distribuídos por esses ativos
5.3.5.2 Fundo de Investimento Imobiliário – FII ou ainda pela diferença entre o seu preço de compra e de venda
(ganho de capital). Os rendimentos auferidos pelo FII são distribuídos
O Fundo de Investimento Imobiliário (FII) é uma comunhão de recursos periodicamente aos seus cotistas.
destinados à aplicação em ativos relacionados ao mercado imobiliário.
Cabe ao administrador, uma instituição financeira específica, constituir O FII é constituído sob a forma de condomínio fechado, em que não é
o fundo e realizar o processo de captação de recursos junto aos permitido ao investidor resgatar as cotas antes de decorrido o prazo
investidores através da venda de cotas. de duração do fundo. A maior parte dos FIIs tem prazo de duração
indeterminado, ou seja, não é estabelecida uma data para a sua
Os recursos captados na venda das cotas poderão ser utilizados para a liquidação. Nesse caso, se o investidor decidir sair do investimento,
aquisição de imóveis rurais ou urbanos, construídos ou em construção, somente poderá fazê-lo através da venda de suas cotas no mercado
destinados a fins comerciais ou residenciais, bem como para a aquisição secundário.
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FUNDOS DE
INVESTIMENTO

Resumo das características principais:


• Constituído sob a forma de condomínio fechado, cujo resgate de cotas não é permitido. Contudo, alguns fundos permitem a negociação de
cotas em mercado secundário.
• O Fundo poderá ter prazo de duração determinado ou indeterminado.
• Não tem personalidade jurídica própria.
• Sua denominação deverá constar a expressão “Fundo de Investimento Imobiliário”.
• No mínimo 75% dos recursos deverá ser investido no mercado imobiliário.
• Será destinado ao desenvolvimento de empreendimentos imobiliários, tais como construção de imóveis, aquisição de imóveis prontos,
ou investimentos em projetos visando viabilizar o acesso à habitação e serviços urbanos, inclusive áreas rurais, para posterior alienação,
locação ou arrendamento.

5.3.5.2.1 Tributação: Imposto de renda sobre os rendimentos e ganhos de capital para Pessoas Físicas e Pessoas Jurídicas: características do fundo;
fato gerador; alíquotas; base de cálculo e agente responsável pelo recolhimento.

Fato Gerador
• Rendimentos distribuídos pelo Fundo aos seus cotistas.
• Rendimento auferido pelo cotista: na alienação; e no resgate de cotas na liquidação do Fundo.
• Rendimentos auferidos pela carteira dos Fundos de Investimento Imobiliário.

Alíquota e tratamento do imposto


1) Os fundos de investimento imobiliário, deverão distribuir a seus cotistas, no mínimo, 95% (noventa e cinco por cento) dos lucros auferidos,
apurados segundo o regime de caixa, com base em balanço ou balancete semestral encerrado em 30 de junho e 31 de dezembro de cada ano.
* Os lucros quando distribuídos a qualquer beneficiário, inclusive pessoa jurídica isenta, sujeitam-se à incidência do imposto sobre a renda na
fonte à alíquota de 20% (vinte por cento);

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FUNDOS DE
INVESTIMENTO

2) Os ganhos de capital e rendimentos auferidos na alienação ou no resgate de cotas dos fundos de investimento imobiliário por qualquer
beneficiário, inclusive por pessoa jurídica isenta, sujeitam-se à incidência do imposto sobre a renda à alíquota de 20% (vinte por cento).

Os ganhos de capital ou ganhos líquidos serão apurados:

I de acordo com os procedimentos previstos, quando auferidos:


a) por pessoa física em operações realizadas em Bolsa e;
b) por pessoa jurídica em operações realizadas dentro ou fora de Bolsa;
II de acordo com as regras aplicáveis aos ganhos de capital na alienação de bens ou de direitos de qualquer natureza, quando auferidos por pessoa
física em operações realizadas fora de Bolsa.

O resgate de cotas previsto no caput está sujeito à retenção do imposto sobre a renda na fonte, e ocorrerá somente em decorrência do término
do prazo de duração do fundo ou da sua liquidação, sendo o rendimento constituído pela diferença positiva entre o valor de resgate e o custo de
aquisição das cotas. O administrador do fundo deverá exigir a apresentação da nota de aquisição das cotas, se o beneficiário do rendimento efetuou
essa aquisição no mercado secundário.

Compensação de perdas
As perdas incorridas na alienação de cotas de fundo de investimento imobiliário só podem ser compensadas com ganhos auferidos na alienação de
cotas de fundo da mesma espécie.

Base de cálculo:
Os rendimentos e ganhos líquidos auferidos pelas carteiras dos fundos de investimento imobiliário, em aplicações financeiras de renda fixa ou de
renda variável, sujeitam-se à incidência do imposto sobre a renda de acordo com as mesmas normas previstas para as aplicações financeiras das
pessoas jurídicas.
• O imposto poderá ser compensado com o retido na fonte pelo Fundo de Investimento Imobiliário, por ocasião da distribuição de rendimentos e
ganhos de capital.
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FUNDOS DE
INVESTIMENTO

Observação:
Se sujeita à tributação aplicável às pessoas jurídicas, o fundo de investimento imobiliário que aplicar recursos em empreendimento imobiliário
que tenha como incorporador, construtor ou sócio, cotista que possua, isoladamente ou em conjunto com pessoa a ele ligada, mais de 25%
(vinte e cinco por cento) das cotas do fundo.

Considera-se pessoa ligada ao cotista:


I pessoa física:
a) os seus parentes até o 2º (segundo) grau; e
b) a empresa sob seu controle ou de qualquer de seus parentes até o 2º (segundo) grau; e
II pessoa jurídica, a pessoa que seja sua controladora, controlada ou coligada.

Regras de isenção de IR em Fundos de Investimento Imobiliário para pessoa física


Ficam isentos do imposto sobre a renda na fonte e na declaração de ajuste anual das pessoas físicas, os rendimentos distribuídos pelos fundos de
investimento imobiliário cujas cotas sejam admitidas à negociação exclusivamente em bolsas de valores ou no mercado de balcão organizado.

O benefício:
I será concedido somente nos casos em que o fundo de investimento imobiliário possua, no mínimo, 50 (cinquenta) cotistas;
II não será concedido ao cotista pessoa física titular de cotas que representem 10% (dez por cento) ou mais da totalidade das cotas emitidas pelo
fundo de investimento imobiliário ou cujas cotas lhe derem direito ao recebimento de rendimento superior a 10% (dez por cento) do total de
rendimentos auferidos pelo fundo.

Agente responsável pelo recolhimento


O investidor é responsável pelo recolhimento do IR, de acordo com as regras de ganho de capital.

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FUNDOS DE
INVESTIMENTO

5.3.5.3. Fundo de Investimento em Índice de Mercado (Fundos de As ações que compõem o PIBB são as mesmas que integram o IBrX-
índice) com cotas negociáveis em bolsa de valores ou mercado de balcão 50, índice calculado pela BM&FBOVESPA, que mede o retorno total
organizado, também conhecido como ETFs - Exchange Traded Funds de uma carteira teórica composta pelas 50 ações mais negociadas no
mercado à vista, ponderadas de acordo com o seu valor de mercado e
Fundos de Investimento em Índice de Mercado – Fundos de Índice é considerando o volume financeiro e o número de negócios realizados.
uma comunhão de recursos destinado à aplicação em carteira de títulos Portanto o PIBB tende a acompanhar a rentabilidade do IBrX-50, e não
e valores mobiliários que vise refletir as variações e rentabilidade de um somente de uma determinada ação do mercado.
índice de referência, por prazo indeterminado.
5.3.5.4 Fundos de Investimento em Participações (FIP)
Índice de referência é o índice de mercado específico reconhecido pela
O Fundo de Investimento em Participações, também conhecido como
CVM, ao qual a política de investimento do fundo esteja associada.
Private Equity, é destinado exclusivamente a investidores qualificados.
O fundo deve manter 95%, no mínimo, de seu patrimônio aplicado em
Constituído sob a forma de condomínio fechado, é uma comunhão
valores mobiliários ou outros ativos de renda variável autorizados pela
de recursos destinados à aquisição de ações, debêntures, bônus de
CVM, na proporção em que estes integram o índice de referência, ou em subscrição, ou outros títulos e valores mobiliários conversíveis ou
posições no mercado futuro do índice de referência, de forma a refletir a permutáveis em ações de emissão de companhias, abertas ou fechadas,
variação e rentabilidade de tal índice. participando do processo decisório da companhia investida, com efetiva
influência na definição de sua política estratégica e na sua gestão,
O PIBB - Papéis de Índice Brasil BOVESPA, são cotas do fundo PIBB notadamente por meio da indicação de membros do Conselho de
Fundo de Índice Brasil – 50 – Brasil Tracker, o primeiro fundo de Administração.
investimento em índice de mercado, regulado pela CVM – Comissão de
Valores Mobiliários. É um fundo de investimento constituído sob forma A participação do fundo no processo decisório da companhia investida
de condomínio aberto e destina-se à aplicação em carteira de títulos pode ocorrer:
e valores mobiliários que visa buscar os resultados semelhantes à I pela detenção de ações que integrem o respectivo bloco de controle;
performance do IbrX 50. II pela celebração de acordo de acionistas; ou ainda
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FUNDOS DE
INVESTIMENTO

III pela celebração de ajuste de natureza diversa ou adoção de São considerados Investidores Qualificados:
procedimento que assegure ao fundo efetiva influência na definição I investidores profissionais;
de sua política estratégica e na sua gestão. II pessoas naturais ou jurídicas que possuam investimentos financeiros
em valor superior a R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais) e que,
• Valor mínimo para aplicação: R$ 100.000,00. adicionalmente, atestem por escrito sua condição de investidor
qualificado mediante termo próprio, de acordo com a IN CVM;
5.3.5.5 Fundos Restritos: Fundos para Investidores Qualificados III as pessoas naturais que tenham sido aprovadas em exames de
e Fundos para Investidores Profissionais qualificação técnica ou possuam certificações aprovadas pela
CVM como requisitos para o registro de agentes autônomos de
FUNDO RESTRITO investimento, administradores de carteira, analistas e consultores
“Fundo Restrito” significa o fundo de investimento ou fundo de de valores mobiliários, em relação a seus recursos próprios; e
IV clubes de investimento, desde que tenham a carteira gerida por
investimento em cotas de fundos de investimento destinado a
um ou mais cotistas, que sejam investidores qualificados.
investidores qualificados ou não e constituído para receber aplicações
de um grupo determinado de investidores, que tenham entre si vínculo Os regimes próprios de previdência social instituído pela União, pelos
familiar, societário ou pertençam a um mesmo grupo econômico, ou Estados, pelo Distrito Federal ou por Municípios são considerados
que, por escrito, determinem esta condição; investidores profissionais ou investidores qualificados apenas se
reconhecidos como tais conforme regulamentação específica do
FUNDO EXCLUSIVO Ministério da Previdência Social.
São os fundos para investidores qualificados constituídos para receber
aplicações exclusivamente de um único cotista. Para ter um fundo São considerados Investidores Profissionais:
exclusivo, o cotista deve ter um volume de recursos alto, pois um fundo I instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar
apresenta uma série de custos que não poderão ser partilhados com pelo Banco Central do Brasil;
outros cotistas. Um fundo exclusivo com um pequeno volume aplicado II companhias seguradoras e sociedades de capitalização;
acaba mostrando-se inviável, portanto, são destinados a investidor III entidades abertas e fechadas de previdência complementar;
qualificado. Mas o que é investidor qualificado? IV pessoas naturais ou jurídicas que possuam investimentos financeiros

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FUNDOS DE
INVESTIMENTO

em valor superior a R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais) e que, 5.3.6 Tributação sobre Aplicações Financeiras em Fundos de
adicionalmente, atestem por escrito sua condição de investidor Investimento, exceto Fundos Imobiliários: IOF e Imposto de Renda para
profissional mediante termo próprio, de acordo com a IN CVM; Pessoas Físicas e Pessoas Jurídicas: fato gerador, alíquotas (conforme
V fundos de investimento; tipo de fundo – curto prazo, longo prazo e ações, segundo classificação
da Secretaria da Receita Federal e tempo de permanência da aplicação),
VI clubes de investimento, desde que tenham a carteira gerida por
bases de cálculo e responsabilidade de recolhimento.
administrador de carteira de valores mobiliários autorizado pela
CVM;
IOF – IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES FINANCEIRAS (VALORES
VII agentes autônomos de investimento, administradores de carteira, MOBILIÁRIOS)
analistas e consultores de valores mobiliários autorizados pela
CVM, em relação a seus recursos próprios; Fato Gerador
VIII investidores não residentes. Aquisição, cessão, resgate, repactuação ou pagamento para liquidação
de títulos e valores mobiliários.
FUNDOS PARA INVESTIDORES QUALIFICADOS
Os fundos destinados exclusivamente a Investidores Qualificados, ALÍQUOTA (TABELA REGRESSIVA)
desde que previsto em seu regulamento, podem: O IOF será cobrado à alíquota de 1% (um por cento) ao dia sobre o valor
I admitir a utilização de títulos e valores mobiliários na integralização do resgate, cessão ou repactuação, limitado ao rendimento da operação,
e resgate de cotas, com o estabelecimento de critérios detalhados e em função do prazo, conforme tabela constante do anexo I, para:
precisos para adoção desses procedimentos, atendidas ainda, I às operações realizadas no mercado de renda fixa;
quando existirem, as correspondentes obrigações fiscais; II o resgate de cotas de fundos de investimento e de clubes de
II dispensar a elaboração de prospecto, assegurando que as investimento (com carteira com menos de 67% em ativos de renda
variável).
informações previstas estejam contempladas no regulamento;
• O IOF será cobrado à alíquota de 0,5% (zero vírgula cinco por cento)
III cobrar taxas de administração e de performance, conforme ao dia sobre o valor de resgate de quotas de fundos de investimento,
estabelecido em seu regulamento; e constituídos sob qualquer forma, na hipótese de o investidor
IV estabelecer prazos para conversão de cota e para pagamento dos resgatar cotas antes de completado o prazo de carência para crédito
resgates diferentes dos padrões. dos rendimentos.
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FUNDOS DE
INVESTIMENTO

• Ficam sujeitas à alíquota 0% (zero) as operações:


I de titularidade das instituições financeiras e das demais NÚMERO DE DIAS NÚMERO DE DIAS
instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil, DECORRIDOS iOF (EM %) DECORRIDOS iOF (EM %)
APÓS A APLICAÇÃO APÓS A APLICAÇÃO
excluída a administradora de consórcio;
II das carteiras dos fundos de investimento e dos clubes de
investimento; 1 96 16 46
III do mercado de renda variável, inclusive as realizadas em Bolsas 2 93 17 43
de Valores, de mercadorias, de futuros e entidades assemelhadas; 3 90 18 40
IV de resgate de cotas dos fundos e clubes de investimento em 4 86 19 36
ações, assim considerados pela legislação do imposto de renda
5 83 20 33
(carteiras com no mínimo 67% em ativos de renda variável).
V com Certificado de Direitos Creditórios do Agronegócio - CDCA, 6 80 21 30
com Letra de Crédito do Agronegócio - LCA e com Certificado de 7 76 22 26
Recebíveis do Agronegócio – CRA; 8 73 23 23
VI com Debêntures de que trata o art. 52 da Lei nº 6.404, com 9 70 24 20
Certificados de Recebíveis Imobiliários – CRI, de que trata o art. 6º
10 66 25 16
da Lei nº 9.514, e com Letras Financeiras – LF.
11 63 26 13
Isenção do IOF 12 60 27 10
• negociações com Cédula de Produto Rural - CPR realizadas nos 13 56 28 6
mercados de Bolsas e de Balcão;
14 53 29 3
• de negociações com Certificado de Depósito Agropecuário - CDA
e com Warrant Agropecuário – WA. 15 50 30 0

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FUNDOS DE
INVESTIMENTO

Base de Cálculo
A base de cálculo do IOF é o valor:
I de aquisição, resgate, cessão ou repactuação de títulos e valores mobiliários de renda fixa;
II da operação de financiamento realizada em Bolsas de valores, de mercadorias, de futuros e assemelhadas;
III de aquisição ou resgate de cotas de fundos de investimento e de clubes de investimento considerados de renda fixa.

AGENTE RESPONSÁVEL PELO RECOLHIMENTO


Administrador do Fundo ou a instituição intermediadora da operação (na fonte). Imposto de Renda sobre aplicações financeiras em Fundos de
Investimento – exceto Fundos Imobiliários

Fato gerador
Fato Gerador: Rendimentos auferidos no último dia útil dos meses de maio e novembro de cada ano, ou no resgate, se ocorrido em outra data.

Alíquotas conforme a classificação e tipo do fundo segundo a Secretaria da Receita Federal: ações, curto prazo e longo prazo. Tempo de
permanência na aplicação.

Para efeito de tributação, os fundos de investimento, exceto os fundos de ações, são classificados em Curto Prazo e Longo Prazo.

• Curto Prazo: fundos que possuem carteira de títulos com prazo médio igual ou inferior a 365 dias.
• Longo Prazo: fundos que possuem carteira de títulos com prazo médio superior a 365 dias.

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FUNDOS DE
INVESTIMENTO

Observe que as alíquotas de tributação levam em consideração o prazo O come-cotas é uma forma de tributação um pouco diferente da
em que os recursos ficam aplicados. convencional. Em vez de o imposto de renda ser cobrado em dinheiro
e apenas no resgate, ele é cobrado em forma de cotas de seis em seis
FUNDOS DE LONGO PRAZO FUNDOS DE CURTO PRAZO meses.

PRAZO DO ALÍQUOTA PRAZO DO ALÍQUOTA Ou seja, quando ocorre o desconto do imposto, a quantidade de cotas
INVESTIMENTO INVESTIMENTO que o investidor tem naquele fundo diminui. Daí o nome come-cotas.
até 180 dias 22,50% até 180 dias 22,50%
de 181 a 360 dias 20,00% acima de 180 dias 20,00% A incidência do imposto sobre a renda na fonte sobre os rendimentos
auferidos por qualquer beneficiário, inclusive pessoa jurídica isenta,
de 361 a 720 dias 17,50% nas aplicações em fundos de investimento, classificados como de
acima de 720 dias 15,00% curto ou de longo prazo, ocorrerá:

Base de cálculo I no último dia útil dos meses de maio e novembro de cada ano, ou no
Diferença positiva entre o valor patrimonial da quota no dia da aplicação resgate, se ocorrido em data anterior;
e o valor apurado no último dia útil dos meses de maio e novembro ou
no resgate. II na data em que se completar cada período de carência para resgate
de cotas com rendimento ou no resgate de cotas, se ocorrido em
5.3.6.1 Imposto de Renda (IR) – “come-cotas”: fato gerador, outra data, no caso de fundos com prazo de carência de até
alíquotas (conforme tipo de fundo - curto prazo e longo prazo - e 90 (noventa) dias.
classificação da Secretaria da Receita Federal), datas de incidência
e responsabilidade de recolhimento. Impacto para o investidor O administrador do fundo de investimento de longo ou de curto prazo
deverá, nas datas a que se refere os itens I e II anteriores, reduzir a
quantidade de cotas de cada contribuinte em valor correspondente ao
OBS.: NÃO EXISTE EM FUNDO DE AÇÕES imposto sobre a renda devido.

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FUNDOS DE
INVESTIMENTO

A incidência do imposto a que se refere será apurada de acordo com


as seguintes alíquotas:
I 20% (vinte por cento) no caso de fundos de investimento de curto prazo; e Para isso, ambos os fundos precisam se encaixar em certos requisitos.
II 15% (quinze por cento) no caso de fundos de investimento de longo prazo. Uma delas é que os dois tenham a mesma classificação – fundos de
Por ocasião do resgate das cotas será aplicada alíquota complementar. longo prazo, fundos de curto prazo ou fundos de ações (curto prazo com
curto prazo, longo prazo com longo prazo e ações com ações);

NOTA: O IR AFETA A QUANTIDADE DE COTAS A outra é que ambos sejam administrados pela mesma instituição
E NÃO O VALOR DA COTA DO FUNDO. financeira. Além disso, esse administrador precisa manter um controle
de lucros e prejuízos de cada cotista, uma vez que a compensação é um
benefício, mas não uma obrigação.
FUNDOS COM CARÊNCIA
O imposto será cobrado na data em que se completar cada período de
carência para resgate de cotas com rendimento ou no resgate de cotas, OBS.: QUANDO HOUVER RESGATE TOTAL DE COTAS EM
se ocorrido em outra data, no caso de fundos com prazo de carência de
TODOS OS FUNDOS DE INVESTIMENTO ADMINISTRADOS PELA
até 90 (noventa) dias.
MESMA INSTITUIÇÃO, O VALOR DAS PERDAS DEVERÁ PERMANECER
5.3.6.2 Compensação de Perdas NOS SISTEMAS DE CONTROLE E REGISTRO DA REFERIDA
INSTITUIÇÃO ATÉ O FINAL DO ANO-CALENDÁRIO SEGUINTE AO
Tanto os fundos sujeitos ao come-cotas como os fundos de ações DO RESGATE. CASO O COTISTA MANTENHA ALGUM VALOR
contam com um mecanismo de compensação de prejuízos. As perdas INVESTIDO JUNTO AO ADMINISTRADOR, NÃO HÁ LIMITE
em um fundo podem ser abatidas dos ganhos em outro fundo, de forma TEMPORAL PARA A COMPENSAÇÃO DAS PERDAS.
a reduzir o IR a pagar no fundo que teve lucro.

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FUNDOS DE
INVESTIMENTO

Abaixo um exemplo de como as perdas podem ser compensadas considerando um fundo de renda variável cuja tributação é de 15%.

RESGATE COM RENDIMENTO COMPENSAÇÃO RENDIMENTO I.R.


RENDIMENTO OBTIDO DE PERDAS ANTERIORES TRIBUTÁVEL DEVIDO

1 R$ 10.000,00 - R$ 10.000,00 R$ 1.500,00


2 - R$2.000,00 - - -
3 R$ 10.000,00 R$ 2.000,00 R$ 8.000,00 R$ 1.200,00

A perda ocorrida no segundo período foi compensada no período seguinte, quando o cliente não pagou o Imposto de Renda.

Agente responsável pelo recolhimento: o administrador do fundo ou a instituição que intermediar recursos, junto a clientes, para aplicações em
fundos de investimento administrados por outra instituição, na forma prevista em normas baixadas pelo CMN.

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FUNDOS DE
INVESTIMENTO

5.4 CÓDIGO ANBIMA DE REGULAÇÃO E MELHORES PRÁTICAS PARA FUNDOS DE INVESTIMENTO


5.4.1 Propósito e Abrangência

Art. 1º - O objetivo deste Código de Regulação e Melhores Práticas (“Código”) é estabelecer parâmetros pelos quais as atividades das instituições
participantes abaixo definidas, relacionadas à constituição e funcionamento de fundos de investimento, devem se orientar, visando, principalmente,
a estabelecer:
I A concorrência leal;
II A padronização de seus procedimentos;
III A maior qualidade e disponibilidade de informações sobre fundos de investimento, especialmente por meio do envio de dados pelas instituições
participantes à ANBIMA; e
IV A elevação dos padrões fiduciários e a promoção das melhores práticas do mercado.

5.4.2 Princípios Gerais

• As Instituições Participantes devem observar, na esfera de suas atribuições e responsabilidades em relação aos Fundos de Investimento,
as seguintes regras de autoregulação:
I desempenhar suas atribuições buscando atender aos objetivos descritos nos documentos do Fundo de Investimento, observada a
regulamentação aplicável a cada tipo de fundo, bem como a promoção e divulgação de informações a eles relacionadas de forma
transparente, inclusive no que diz respeito à remuneração por seus serviços, visando sempre ao fácil e correto entendimento por parte
dos investidores;
II cumprir todas as suas obrigações, devendo empregar, no exercício de sua atividade, o cuidado que toda pessoa prudente e diligente costuma
dispensar à administração de seus próprios negócios, respondendo por quaisquer infrações ou irregularidades que venham a ser cometidas.
III evitar práticas que possam ferir a relação fiduciária mantida com os cotistas dos Fundos de Investimento; e
IV evitar práticas que possam vir a prejudicar a indústria de Fundos de Investimento e seus participantes, especialmente no que tange aos
deveres e direitos relacionados às atribuições específicas de cada uma das Instituições Participantes, estabelecidas em contratos,
regulamentos e na legislação vigente.
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FUNDOS DE
INVESTIMENTO

Parágrafo Único – Entende-se por relação fiduciária a relação de confiança e lealdade que se estabelece entre os cotistas dos Fundos de Investimento e
a Instituição Participante, no momento em que é confiada à mesma a prestação de serviço para a qual foi contratada.

5.4.3 Documentos de informações dos fundos

Art. 12 - As Instituições Participantes devem tomar providências para que sejam disponibilizados aos investidores, quando de seu ingresso nos
Fundos de Investimento, os documentos relacionados a cada tipo de fundo disciplinado por este Código e respectivos anexos, atualizados e
compatíveis com o Regulamento dos Fundos de Investimento.

Parágrafo único - Os documentos serão facultativos nos casos previstos pela regulamentação aplicável a cada tipo de Fundo de Investimento.

Art. 13 – Os documentos, conforme aplicável, deverão conter as principais características do Fundo de Investimento, dentre as quais as
informações relevantes ao investidor sobre políticas de investimento, riscos envolvidos, bem como direitos e responsabilidades dos cotistas,
devendo conter, no mínimo, os dizeres obrigatórios constantes do artigo seguinte, bem como as exigências específicas para cada tipo de Fundo
disciplinado contidas nos respectivos anexos deste Código.

Art. 14 - Na capa dos Prospectos ou dos Formulários de Informações Complementares (“Formulário”) dos Fundos de Investimento administrados
pelas Instituições Participantes que sejam elaborados em conformidade com todos os requisitos estabelecidos neste Código, devem ser impressas
a logomarca da ANBIMA, acompanhada de texto obrigatório, na forma disposta no § 1º deste artigo, utilizada para demonstração do compromisso
das Instituições Participantes com o cumprimento e observância das disposições do presente Código (“Selo ANBIMA”) e a data do Prospecto ou do
Formulário.

§ 1º - O texto obrigatório do Selo ANBIMA, conforme aplicável a cada tipo de fundo de investimento, terá o seguinte teor:
PROSPECTO ou FORMULÁRIO DE ACORDO COM O CÓDIGO ANBIMA DE REGULAÇÃO E MELHORES PRÁTICAS PARA OS FUNDOS
DE INVESTIMENTO.
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FUNDOS DE
INVESTIMENTO

§ 2º - Deve constar com destaque, na capa, na contracapa ou na primeira § 4º - Devem ainda constar, com destaque na capa, na contracapa ou na
página do Prospecto ou do Formulário, aviso com o seguinte teor: primeira página do Prospecto ou do Formulário, os seguintes avisos ou avisos
ESTE [PROSPECTO ou FORMULÁRIO] FOI PREPARADO COM AS semelhantes com o mesmo teor:
INFORMAÇÕES NECESSÁRIAS AO ATENDIMENTO DAS DISPOSIÇÕES O INVESTIMENTO DO FUNDO DE QUE TRATA ESTE [PROSPECTO
DO CÓDIGO ANBIMA DE REGULAÇÃO E MELHORES PRÁTICAS PARA ou FORMULÁRIO] APRESENTA RISCOS PARA O INVESTIDOR. AINDA
OS FUNDOS DE INVESTIMENTO, BEM COMO DAS NORMAS EMANADAS QUE O GESTOR DA CARTEIRA MANTENHA SISTEMA DE
DA COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS. A AUTORIZAÇÃO PARA GERENCIAMENTO DE RISCOS, NÃO HÁ GARANTIA DE COMPLETA
FUNCIONAMENTO E/OU VENDA DAS COTAS DESTE FUNDO NÃO ELIMINAÇÃO DA POSSIBILIDADE DE PERDAS PARA O FUNDO E PARA
IMPLICA, POR PARTE DA COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS OU DA O INVESTIDOR; ESTE FUNDO NÃO CONTA COM GARANTIA DO
ANBIMA, GARANTIA DE VERACIDADE DAS INFORMAÇÕES PRESTADAS, ADMINISTRADOR, DO GESTOR, DE QUALQUER MECANISMO DE
OU JULGAMENTO SOBRE A QUALIDADE DO FUNDO, DE SEU SEGURO OU, AINDA, DO FUNDO GARANTIDOR DE CRÉDITOS – FGC;
ADMINISTRADOR OU DAS DEMAIS INSTITUIÇÕES PRESTADORAS A RENTABILIDADE OBTIDA NO PASSADO NÃO REPRESENTA
DE SERVIÇOS. GARANTIA DE RENTABILIDADE FUTURA; e AS INFORMAÇÕES
§ 3º - Quando for o caso, e de acordo com o nível de exposição a risco de CONTIDAS NESSE [PROSPECTO OU FORMULÁRIO] ESTÃO EM
cada Fundo de Investimento, devem ser ainda incluídos, obrigatoriamente, CONSONÂNCIA COM O REGULAMENTO DO FUNDO, MAS NÃO O
com destaque, na capa, na contracapa ou na primeira página do SUBSTITUEM. É RECOMENDADA A LEITURA CUIDADOSA TANTO
Prospecto ou Formulário, um dos seguintes avisos ou avisos semelhantes DESTE [PROSPECTO ou FORMULÁRIO] QUANTO DO REGULAMENTO,
que expressem o mesmo teor: COM ESPECIAL ATENÇÃO PARA AS CLÁUSULAS RELATIVAS AO
“ESTE FUNDO UTILIZA ESTRATÉGIAS QUE PODEM RESULTAR EM OBJETIVO E À POLÍTICA DE INVESTIMENTO DO FUNDO, BEM COMO
SIGNIFICATIVAS PERDAS PATRIMONIAIS PARA SEUS COTISTAS.”; ou ÀS DISPOSIÇÕES DO [PROSPECTO FORMULÁRIO] E DO
“ESTE FUNDO UTILIZA ESTRATÉGIAS QUE PODEM RESULTAR EM REGULAMENTO QUE TRATAM DOS FATORES DE RISCO A QUE O
SIGNIFICATIVAS PERDAS PATRIMONIAIS PARA SEUS COTISTAS, FUNDO ESTÁ EXPOSTO.
PODENDO INCLUSIVE ACARRETAR PERDAS SUPERIORES AO
CAPITAL APLICADO E A CONSEQUENTE OBRIGAÇÃO DO COTISTA § 5º - Competirá ao Conselho de Regulação e Melhores Práticas emitir, por
DE APORTAR RECURSOS ADICIONAIS PARA COBRIR O PREJUÍZO meio de deliberação, avisos adicionais a serem inseridos nos Prospectos
DO FUNDO.” ou nos Formulários.
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FUNDOS DE
INVESTIMENTO

5.4.4 Publicidade e divulgação de material técnico de fundos de 5.4.5 Marcação a Mercado - MaM
investimento
Art. 18 - As Instituições Participantes devem adotar a Marcação a
Art. 15 - A divulgação de publicidade, material publicitário, material Mercado (“MaM”) no registro dos ativos financeiros, conforme definidos
ou propaganda institucional elaborado técnico pelas Instituições pela regulamentação da CVM em vigor, componentes das carteiras dos
Participantes devem obedecer às disposições trazidas pela legislação Fundos de Investimento que administrem.
e regulamentação vigente aplicável, bem como às diretrizes expedidas
pelo Conselho de Regulação e Melhores Práticas, para cada tipo de § 1º - A MaM consiste em registrar todos os ativos, para efeito de
Fundo disciplinado por este Código. valorização e cálculo de cotas dos Fundos de Investimento, pelos
respectivos preços negociados no mercado em casos de ativos líquidos
Art. 16 - Todo o material publicitário, material técnico ou propaganda ou, quando este preço não é observável, por uma estimativa adequada de
institucional dos Fundos de Investimento é de responsabilidade de preço que o ativo teria em uma eventual negociação feita no mercado.
quem o divulga, inclusive no que se refere à conformidade de tal
material com as normas do presente Código. § 2º - A MaM tem como principal objetivo evitar a transferência de
riqueza entre os cotistas dos Fundos de Investimento, além de dar
Art. 17 - Considerando que o registro de um Fundo de Investimento na maior transparência aos riscos embutidos nas posições, uma vez
ANBIMA pressupõe a adesão da Instituição Participante à totalidade que as oscilações de mercado dos preços dos ativos, ou dos fatores
das normas do presente Código, os materiais publicitários, materiais determinantes destes, estarão refletidas nas cotas, melhorando assim a
técnicos ou propagandas institucionais divulgados pelos Fundos de comparabilidade entre suas performances.
Investimento podem ser analisados pela ANBIMA a partir de denúncias
formuladas por Instituições Participantes, devendo tais denúncias Art. 19 - Caberá ao Conselho de Regulação e Melhores Práticas expedir
atender ao disposto no Código ANBIMA dos Processos de Regulação e diretrizes que deverão ser observadas pelas Instituições Participantes no
Melhores Práticas. que se refere à MaM para cada tipo de Fundo disciplinado por este Código.

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FUNDOS DE
INVESTIMENTO

5.4.6 Serviços: Administração, Gestão e Distribuição II Na contratação de prestador de serviço paras demais atividades
de Fundos de Investimento previstas, incluir no contrato entre as partes a obrigação de cumprir
tais tarefas em conformidade com as disposições deste Código.
A administração do Fundo de Investimento compreende o conjunto As Instituições Participantes somente poderão administrar Fundos
de serviços relacionados direta ou indiretamente ao funcionamento e de Investimento exclusivos Constituídos sob a forma de condomínios
manutenção do Fundo. fechados, se houver, no máximo, uma única amortização das cotas de
tais Fundos a cada período de 12 (doze) meses.
A Instituição Participante que exercer administração do Fundo de
Investimento, e, cumulativamente, todas as atividades pertinentes, Porém não se aplica:
deve fazê-lo de acordo com as previsões do Código, respondendo I Aos Fundos de Investimento em Ações e aos Fundos de Investimento
integralmente por tais atividades. em Cotas de Fundos de Investimento em Ações;
II Aos Fundos de Investimento em Direitos Creditórios e aos Fundos de
A Instituição Participante que exercer administração do Fundo de Investimento em Cotas de Fundos de Investimento em Direitos
Investimento e, representando-o, contratar prestador de serviço Creditórios; e
habilitado paras atividades previstas, deverá incluir no contrato a III Aos Fundos de Investimento não compreendidos na disciplina deste
descrição da(s) atividade(s) exercida(s) por cada uma das partes, e a Código, tais como os Fundos de Investimentos em Participações e
obrigação de cumprir suas tarefas em conformidade com as disposições Fundos de Investimento em Cotas de Fundos de Investimento em
deste Código. Participações.

Cabe ainda ao administrador: A Instituição Participante administradora de Fundo de Investimento


que, representando-o, contratar prestador de serviço para
I Para as atividades previstas no § 1º do artigo 2º, incisos II, V, VI, VII atividade de gestão deverá especificar, no contrato entre as
e VIII, contratar somente prestadores de serviço aderentes a este partes, os procedimentos que deverão ser aplicados nos casos de
Código ou ao Código ANBIMA de Regulação e Melhores Práticas para desenquadramento da carteira do Fundo de Investimento em relação
Serviços Qualificados ao Mercado de Capitais, se for o caso, ao seu Regulamento, à legislação e às normas da CVM, da Secretaria da
ressalvado o previsto no artigo 27 deste código; e Receita Federal do Brasil e da ANBIMA, especialmente no que se refere:
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FUNDOS DE
INVESTIMENTO

I À comunicação de tais eventos entre o administrador e gestor;


II Aos mecanismos de registro e guarda, tanto pelo administrador, quanto pelo
gestor, dos documentos e demais informações referentes ao fato; e
III Às providências previstas visando ao reenquadramento do respectivo Fundo de
Investimento.

A Instituição Participante administradora de Fundo de Investimento que, representando Fundo, contratar prestadores de serviço deve manter
política interna para seleção desses prestadores de serviço (due diligence).

A política prevista acima deve ser formalizada e descrita em documento específico, devendo adotar mecanismos que avaliem a capacidade do
prestador de serviço de cumprir as normas legais e da regulação e melhores práticas.

Na contratação de prestador de serviço para atividade de gestão, deve ser utilizado Questionário Padrão ANBIMA Due Diligence para Fundos
de Investimento (“Questionário Due Diligence para gestores”), conforme modelo disponibilizado pela ANBIMA, que contém questões mínimas,
podendo cada Instituição Participante adicionar outras questões julgadas relevantes na forma de anexo ao Questionário.

Caso a Instituição Participante administre fundo exclusivo em que a gestão seja exercida pelo próprio cotista, legalmente habilitado e formalmente
constituído como tal, fica o administrador dispensado, com relação a esse Fundo de Investimento, de:

I Aplicar a política interna para seleção de prestadores de serviço; e


II Exigir que o gestor seja aderente a este Código.

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FUNDOS DE
INVESTIMENTO

5.5 CLASSIFICAÇÃO DE FUNDOS DE INVESTIMENTO ANBIMA - NÍVEIS 1, 2 E 3.


5.5.1 Estrutura e adequação de produtos em função dos Conforme a Estratégia:
objetivos do investidor. Cartilha da Nova Classificação de
Fundos. Regulação Autorregulação

5.5.1.1 Nível 1 - Classe de ativos: classe de ativos que mais se adequa


àquele investidor.

1 2 3
Renda Fixa
• Ações Classe Tipo de gestão
Estratégias
• Multimercados de ativos e riscos
• Cambial

5.5.1.2 Nível 2 - Riscos: tipos de gestão e riscos (o risco que o NÍVEL 1 NÍVEL 2 NÍVEL 3
investidor está disposto a correr)
• Renda Fixa • Indexados • Conforme
• Indexados • Ações • Ativos a estratégia
• Ativos • Multimercados • Inv. Exterior
• Inv. Exterior • Cambial
5.5.1.3 Nível 3 - Estratégias de Investimentos: principais estratégias
que se adequam aos objetivos e necessidades do investidor. O Tipo ANBIMA é o resultado da concatenação dos 3 níveis.

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FUNDOS DE
INVESTIMENTO

1 CLASSE
DE ATIVOS 2 CATEGORIA
3 SUBCATEGORIA
1 CLASSE
DE ATIVOS 2 CATEGORIA
3 SUBCATEGORIA

Regulação Autorregulação Regulação Autorregulação

• Simples • Renda fixa simples • Indexado • Índices

• Valor/Crescimento
• Indexado • Índices • Dividendos
• Ativo baixa duração • Sustentabilidade /
RENDA • Ativo média duração • Soberano Governança
FIXA • Ativo alta duração • Grau de investimento • Ativo
• Small caps
• Ativo Livre duração • Crédito livre • Índice ativo
AÇÕES • Setoriais
• Investimento exterior • Investimento exterior • Livre
• Dívida externa
• FMP - FGTS
• Específicos • Fechados de ações
• Mono ações

• Investimento exterior • Investimento


no exterior

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FUNDOS DE
INVESTIMENTO

1 CLASSE
DE ATIVOS 2 CATEGORIA
3 SUBCATEGORIA
1 CLASSE
DE ATIVOS 2 CATEGORIA
3 SUBCATEGORIA

Regulação Autorregulação Regulação Autorregulação

• Alocação • Balanceados
• Dinâmico

• Macro
• Trading
• Long and short neutro
• Long and short
MULTIMERCADO • Estratégia CAMBIAL CAMBIAL CAMBIAL
direcional
• Juros e moedas
• Livre
• Capital protegido
• Estratégia específica

• Investimento exterior • Investimento


no exterior

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15 99128.2672 @cpanaveia /CPANAVEIA /channel/UCrKJG1ZM98jC9G32cx0o5PA cpanaveia.podbean.com cpanaveia.com.br
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TREINAMENTO
MÓD. 06 ANBIMA CPA - 20
CERTIFICAÇÃO MÓDULO VI
EM PRODUTOS DE PREVIDÊNCIA PRIVADA
COMPLEMENTAR ABERTA:
INVESTIMENTOS PGBL E VGBL

SÉRIE 20 5% A 10% DO EXAME


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ÍNDICE

6. PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR ABERTA: PGBL E VGBL........................................................................................................................................................... 4


6.1 Previdência Social x Previdência Privada: Avaliação da Necessidade do Cliente................................................................................................ 4
6.2 Características Técnicas que influenciam o produto............................................................................................................................................ 5
6.2.1 Taxas de Administração.................................................................................................................................................................................................................. 5
6.2.2 Taxas de Carregamento.................................................................................................................................................................................................................. 5
6.2.3 Portabilidade..................................................................................................................................................................................................................................... 6
6.2.4 Transferências entre planos.......................................................................................................................................................................................................... 8
6.2.5 Resgates............................................................................................................................................................................................................................................. 8
6.2.6 Regimes de tributação (compensável ou definitivo) e as tabelas de imposto de renda progressivas e regressivas............................................ 9
6.3 Plano Gerador de Benefícios Livres (PGBL) e suas Características....................................................................................................................12
6.4 Vida Gerador de Benefícios Livres (VGBL) e suas Características......................................................................................................................14

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PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR
ABERTA: PGBL E VGBL

6.1 PREVIDÊNCIA SOCIAL X PREVIDÊNCIA PRIVADA: AVALIAÇÃO DA NECESSIDADE DO CLIENTE

Apesar de empregarem uma palavra em comum, as duas expressões ela estabelece a formação de uma reserva a ser usada tanto para
guardam suas diferenças. complementar a renda recebida pelo INSS, quanto para realizar um
projeto de vida, como o pagamento da faculdade dos filhos ou investir
Previdência Social é aquela referente ao benefício pago pelo INSS aos em um negócio próprio.
trabalhadores. Ela funciona como um seguro controlado pelo governo,
garantindo que o trabalhador continue a receber uma renda quando Na Previdência Social, todos os trabalhadores contribuem para
se aposentar, mas que também não fique desamparado em caso de fomentar a renda daqueles que irão se aposentar; é o chamado regime
gravidez, acidente ou doença. de repartição simples.

Já a Previdência Privada, como o próprio nome sugere, é uma opção Na Previdência Privada, a formação da reserva é individual e o
do indivíduo. Também chamada de Previdência Complementar, beneficiário recebe no final todo o saldo acumulado ao longo do tempo.

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PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR
ABERTA: PGBL E VGBL

6.2 CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS QUE INFLUENCIAM O PRODUTO


6.2.1 Taxas de Administração

Os planos de Previdência Privada cobram dois tipos de taxa que devem ser observados na hora da contratação: a taxa de administração financeira e
a taxa de carregamento.

A taxa de administração financeira é cobrada pela tarefa de administrar o dinheiro do fundo de investimento exclusivo, criado para o seu plano,
e pode variar de acordo com as condições comerciais do plano contratado. Os que têm fundos com investimentos em ações, por serem mais
complexos, normalmente têm taxas um pouco maiores do que aqueles que investem apenas em renda fixa.

IMPORTANTE: A TAXA DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA É COBRADA DIARIAMENTE SOBRE O VALOR TOTAL DA RESERVA
E A RENTABILIDADE INFORMADA É LÍQUIDA, OU SEJA, COM O VALOR DA TAXA DE ADMINISTRAÇÃO JÁ DEBITADO.

6.2.2 Taxas de Carregamento

A taxa de carregamento, incide sobre cada depósito que é feito no plano. Ela serve para cobrir despesas de corretagem e administração. Na maioria dos
casos, a cobrança dessa taxa não ultrapassa 5% sobre o valor de cada contribuição que você fizer.

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PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR
ABERTA: PGBL E VGBL

No mercado há três formas de taxa de carregamento, dependendo do plano contratado. São elas:

• Antecipada: incide no momento do aporte. Esta taxa é decrescente • Híbrida: a cobrança ocorre tanto na entrada (no ingresso de aportes
em função do valor do aporte e do montante acumulado. Ou seja, ao plano), quanto na saída (na ocorrência de resgates ou
quanto maior o valor do aporte ou quanto maior o montante portabilidades). Como você pode ver, existem produtos que
acumulado, menor será a taxa de carregamento antecipada.
extinguem a cobrança dessa taxa após certo tempo de aplicação.
• Postecipada: incide somente em caso de portabilidade ou resgates.
É decrescente em função do tempo de permanência no plano, Outros atrelam esse percentual ao saldo investido: quanto maior
podendo chegar a zero. Ou seja, quanto maior o tempo de o volume aplicado, menor a taxa. Nos dois casos, não deixe de
permanência, menor será a taxa. pesquisar antes de escolher seu plano de previdência

6.2.3 Portabilidade

Se você não estiver satisfeito com seu plano estratégia de investimentos melhor, por para a aposentadoria de forma a atingir seus
de previdência privada, você pode pedir a exemplo. objetivos.
portabilidade para outro plano. Para isso, não
é preciso resgatar seus recursos ou pagar O pedido de migração deve ser feito à
A portabilidade pode ser interna (entre planos
imposto de renda. instituição financeira que oferece o plano de
de uma mesma instituição financeira) ou
destino. Isto é, o plano para o qual você deseja
A migração é isenta de custos. Você pode externa (de uma instituição para outra). migrar. Será ela a responsável por entrar em
utilizar a portabilidade para trocar seu plano Seja como for, o investidor tem a chance de contato com a instituição responsável pelo seu
atual por um com taxas menores ou uma melhorar o desempenho das suas reservas plano atual e concretizar o processo.
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ABERTA: PGBL E VGBL

Regras gerais da portabilidade


A portabilidade pode ser feita entre planos abertos, entre planos Para quem optou pela tabela regressiva, a migração preserva o prazo de
fechados, de um plano aberto para um fechado ou vice-versa. aplicação já decorrido desde o investimento inicial. A portabilidade não é
considerada um resgate com posterior reaplicação.
Planos de previdência abertos são aqueles oferecidos pelas instituições
financeiras. Qualquer pessoa pode aderir. Podem ser do tipo Plano A tabela regressiva tem alíquotas de IR que diminuem conforme aumenta o
Gerador de Benefício Livre (PGBL) e Vida Gerador de Benefício Livre prazo de aplicação dos recursos. Após dez anos de investimento, a alíquota
(VGBL).
de IR é de apenas 10%.
Já os planos de previdência fechados são aqueles oferecidos por
Se você estava no plano há cinco anos antes de migrar, após a
empresas a seus funcionários (fundos de pensão) ou entidades de
classe aos profissionais da categoria. portabilidade você mantém a contagem desses cinco anos de aplicação.
É como se você tivesse permanecido no mesmo plano.
Na portabilidade, é possível trocar a tabela de cobrança de imposto de
renda da progressiva para a regressiva. O contrário, entretanto, não é A portabilidade de previdência privada é um processo sem custos para o
possível. Uma vez escolhida a tabela regressiva, deve-se permanecer beneficiário. A única cobrança permitida é a de taxa de carregamento de
com ela. saída do plano original, se houver.

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PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR
ABERTA: PGBL E VGBL

6.2.4 Transferências entre planos

Se você tem um plano de previdência aberto e vai migrar para outro plano renda, o que pode acabar com a vantagem da migração. Para pedir
aberto, a portabilidade deve ser feita entre planos da mesma modalidade. portabilidade de plano de previdência aberta para outro plano existe uma
Isto é, você só pode migrar de um PGBL para outro PGBL; ou de um VGBL carência mínima de 60 dias. O prazo pode ser maior, dependendo do
para outro VGBL. regulamento do plano original.

A mudança de modalidade exigiria o resgate do plano para posterior Em outras palavras, você deve permanecer no plano por pelo menos dois
reinvestimento no outro plano. Isso levaria à cobrança de imposto de meses antes de solicitar uma migração.

Portabilidade de planos de previdência fechados


Também é possível pedir a portabilidade de um plano de previdência fechado para outro plano, fechado ou aberto. Nesse caso, a carência mínima
é de três anos de permanência no plano original. No caso dos fundos de pensão, a portabilidade só pode ser pedida se o beneficiário não tiver mais
vínculo empregatício com a empresa que ofereceu o plano de previdência como benefício.

6.2.5 Resgates Quando você resolve pagar uma previdência privada, uma das decisões que precisa tomar é de que forma você
receberá esse dinheiro no futuro. Existem dois caminhos principais: sacar o dinheiro de uma vez só ou receber
o valor em parcelas mensais. E tudo depende do que você quer fazer com esse investimento. Quem pensa na
previdência privada como uma aposentadoria costuma escolher o pagamento como uma renda mensal. Mas se
o objetivo é ter uma quantia grande para comprar um imóvel, vale à pena sacar o valor.

Na dúvida, antes de assinar o contrato, pergunte se você conseguirá mudar futuramente a forma de resgatar
esse dinheiro.

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PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR
ABERTA: PGBL E VGBL

Como resgatar este investimento • Resgate total: é a alternativa mais barata para o usuário, mas não
Uma das formas de sair do plano, ou seja, de utilizar a reserva é indicada para quem não tem experiência em gerir seu patrimônio.
acumulada, pode ser o resgate total, caso o cliente não queira passar Afinal, se o dinheiro ficar parado, deixará de render.
a receber uma renda mensal. Para essa opção, há duas formas
disponíveis de resgate: IMPORTANTE: NO CASO DE RESGATE TOTAL OU DE PARTE
• Resgate programado: são definidas datas certas para a retirada DOS RECURSOS ANTES DA DATA DE SAÍDA ESTIPULADA, É
do dinheiro. Os recursos que continuarem no plano permanecerão PRECISO FICAR ATENTO ÀS REGRAS DE CARÊNCIA PARA
rendendo. RESGATE, QUE É DE 60 DIAS ENTRE OS RESGATES.

6.2.6 Regimes de tributação (compensável ou definitivo) e as tabelas de imposto de renda progressivas e regressivas. Base de
cálculo na incidência do imposto.

A forma de tributação é a maior diferença entre os dois planos. No PGBL os impostos incidem sobre o valor total do investimento, no VGBL apenas
os rendimentos são tributados. Contudo, na modalidade PGBL o valor aplicado pode ser diferido do Imposto de Renda, respeitando o limite de 12%
da renda bruta. Portanto, uma pessoa com renda de R$ 15 mil, que investiu R$ 3 mil no PGBL, terá cálculo do IR feito sobre R$ 12 mil, sendo assim
o imposto deduzido será postergado para o momento do resgate dos investimentos. Essa seria a modalidade mais vantajosa para os que possuem
renda tributável e a declaração de IR é feita pelo modelo completo e não simplificado.

Antes de optar pelos modelos do plano de previdência, é essencial analisar e definir o perfil tributário do investimento. Com esse perfil, é possível
determinar qual o modelo de imposto investidor vai pagar no momento da retirada do benefício: o regime progressivo compensável ou regressivo
definitivo. Na prática chamamos de tabela progressiva ou regressiva, somente. Consultores explicam que no modelo compensável, é possível
recuperar parte do imposto pago na hora do resgate. Isso vale para as duas modalidades, e é mais vantajoso para quem faz declaração simplificada
e tem expectativa de um rendimento menor no futuro.
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ABERTA: PGBL E VGBL

Já no regressivo definitivo, a possibilidade de abatimento não existe. O imposto começa em 35% e vai regredindo até 10%. Como a base de cálculo
do imposto é a data inicial do investimento, não é recomendado para quem quer retirar o valor antes do prazo de 10 anos. Isso, devido ao fato de
que até o segundo ano, a taxa permanece em 35%. Depois, regride 5% a cada dois anos.

TABELA REGRESSIVA TABELA PROGRESSIVA


É vinculada ao tempo da aplicação. Quanto maior for o prazo de É a mesma que determina a alíquota do Imposto de Renda sobre o
acumulação ou quanto mais tempo você permanecer no plano, menor seu salário. Na prática, o que determina a alíquota sobre o plano de
será a alíquota de imposto de renda na hora do resgate ou recebimento previdência é o valor a ser resgatado ou transformado em renda.
da renda. Veja abaixo:

ATÉ 2 ANOS 35% TABELA DE IR VIGENTE | MENSAL

2 A 4 ANOS 30% Base de Cálculo (R$) Alíquota (%) Parcela a Deduzir do IR (R$)

25%
Até 1.903,98 - -
4 A 6 ANOS
De 1.903,99 até 2.826,65 7,5 142,80
6 A 8 ANOS 20%
De 2.826,66 até 3.751,05 15 354,80
8 A 10 ANOS 15% De 3.751,08 até 4.664,68 22,5 636,13

ACIMA DE 10 ANOS 10% Acima de 4.664,68 27,5 869,36

A tabela regressiva é a escolha certa para o investidor que tem a perspectiva de


Fonte: site da Receita Federal - http://idg.receita.fazenda.gov.br/acesso-rapido/
resgatar o dinheiro apenas a longo prazo; quanto mais tempo permanecer no plano,
tributos/irpfimposto-de-renda-pessoa-fisica#calculo_mensal_IRPF
menor será a alíquota do Imposto de Renda.

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PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR
ABERTA: PGBL E VGBL

Como o que está em jogo é o quanto irá para o seu bolso, a opção pela tabela progressiva é mais indicada em duas situações:

(1) se você tem a intenção de sair do fundo em um prazo mais curto;


(2) se você estiver poupando com o objetivo de receber uma renda mensal que fique na faixa de isenção do IR ou próxima a essa, cuja alíquota
não ultrapasse os 7,5%.

Exemplo: Considerando valores de hoje, se você planejar ganhar 2.000 reais de renda mensal, por exemplo, você pagará 7,5% de IR – menos
que a alíquota mais baixa da tabela regressiva (10%).

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ABERTA: PGBL E VGBL

6.3 PLANO GERADOR DE BENEFÍCIOS LIVRES (PGBL) E SUAS CARACTERÍSTICAS. IDENTIFICAR PRODUTO MAIS
ADEQUADO EM FUNÇÃO DA SITUAÇÃO TRIBUTÁRIA DO INVESTIDOR, IDADE DE INÍCIO DE CONTRIBUIÇÃO,
IDADE DE APOSENTADORIA; VALOR DAS CONTRIBUIÇÕES E O VALOR DO BENEFÍCIO.

No PGBL, os aportes podem ser deduzidos da base de cálculo do c) RENDA MENSAL VITALÍCIA COM PRAZO MÍNIMO GARANTIDO:
Imposto de Renda até o limite de 12% da renda bruta anual tributável, consiste em uma renda paga vitaliciamente ao participante a partir
conforme a Lei 9.532/97. da data da concessão do benefício, sendo garantida aos beneficiários
da seguinte forma: No momento da inscrição, o participante
Condições para dedução do IR: escolherá um prazo mínimo de garantia que será indicado na
• Plano próprio: o titular do plano deve contribuir para o regime geral proposta de inscrição.
(INSS) ou o regime próprio dos servidores públicos.
• No resgate ou recebimento de renda incidirá IR sobre o valor total O prazo mínimo da garantia é contado a partir da data do início do
(montante principal + rendimentos). recebimento do benefício pelo participante.

Se durante o período de percepção do benefício ocorrer o falecimento


O participante contratará um dos seguintes tipos de renda mensal:
do participante, antes de ter completado o prazo mínimo de garantia
escolhido, o benefício será pago aos beneficiários conforme os
a) RENDA MENSAL VITALÍCIA: consiste em uma renda paga vitalícia percentuais indicados na proposta de inscrição, pelo período restante
e exclusivamente ao participante a partir da data de concessão do do prazo mínimo de garantia.
benefício. O benefício cessa com o falecimento do participante.
b) RENDA MENSAL TEMPORÁRIA: consiste em uma renda paga No caso de falecimento do participante, após o prazo mínimo
temporária e exclusivamente ao participante. O benefício cessa com garantido escolhido, o benefício ficará automaticamente cancelado
o falecimento do participante ou o fim da temporariedade sem que seja devida qualquer devolução, indenização ou
contratada, o que ocorrer primeiro. compensação de qualquer espécie ou natureza aos beneficiários.
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ABERTA: PGBL E VGBL

No caso de um dos beneficiários falecer antes de ter sido completado e) RENDA MENSAL VITALÍCIA REVERSÍVEL AO CÔNJUGE COM
o prazo mínimo de garantia, o valor da renda será rateado entre os CONTINUIDADE AOS MENORES: consiste em uma renda paga
beneficiários remanescentes até o vencimento do prazo mínimo vitaliciamente ao participante a partir da data de concessão
garantido. do benefício escolhida. Ocorrendo o falecimento do participante,
durante a percepção desta renda, o percentual do seu valor
Não havendo qualquer beneficiário remanescente, a renda será paga estabelecido na proposta de inscrição será revertido vitaliciamente
aos sucessores legítimos do participante, pelo prazo restante da ao cônjuge e na falta deste, reversível temporariamente ao(s)
garantia. menor(es) até que complete(m) a idade para maioridade (18, 21
ou 24) estabelecida no regulamento e conforme o percentual de
d) RENDA MENSAL VITALÍCIA REVERSÍVEL AO BENEFICIÁRIO reversão estabelecido.
f) PAGAMENTO ÚNICO: No primeiro dia útil seguinte à data prevista
INDICADO: consiste em uma renda paga vitaliciamente ao
para o término do período de diferimento, será concedido ao
participante a partir da data de concessão do benefício escolhida.
participante benefício sob a forma de pagamento único, calculado
com base no saldo de provisão matemática de benefícios a conceder
Ocorrendo o falecimento do participante, durante a percepção
verificado ao término daquele período.
desta renda, o percentual do seu valor estabelecido na proposta de g) RENDA MENSAL POR PRAZO CERTO: consiste em uma renda mensal
inscrição será revertido vitaliciamente ao beneficiário indicado. a ser paga por um prazo pré-estabelecido ao participante/assistido.

Na hipótese de falecimento do beneficiário, antes do participante Quais os tipos de aplicação existentes para o PGBL?
e durante o período de percepção da renda, a reversibilidade do • Plano do Tipo Soberano – Títulos de emissão do Tesouro Nacional
benefício estará extinta sem direito a compensações ou devoluções e/ou do BACEN e créditos securitizados do Tesouro Nacional.
dos valores pagos. • Plano do Tipo de Renda Fixa – A mesma aplicação do plano
soberano mais investimentos de renda fixa.
No caso do beneficiário falecer, após já ter iniciado o recebimento da • Plano do Tipo Composto – Demais modalidades, limitando os
renda, o benefício estará extinto. investimentos em renda variável a 49% do patrimônio líquido do FIE.

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PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR
ABERTA: PGBL E VGBL

6.4 VIDA GERADOR DE BENEFÍCIOS LIVRES (VGBL) Investimento indicado para quem declara o Imposto de Renda no
E SUAS CARACTERÍSTICAS. IDENTIFICAR PRODUTO formulário simplificado ou é isento, pois os aportes não podem ser
MAIS ADEQUADO EM FUNÇÃO DA SITUAÇÃO TRIBUTÁRIA abatidos da declaração do IR; ou para clientes que já possuem o PGBL
e que desejam investir mais de 12% da renda bruta anual tributável em
DO INVESTIDOR, IDADE DE INÍCIO DE CONTRIBUIÇÃO, um plano de previdência.
IDADE DE APOSENTADORIA; VALOR DAS CONTRIBUIÇÕES • No resgate ou no recebimento a incidência de Imposto de Renda
E O VALOR DO BENEFÍCIO. ocorre somente sobre o valor de rendimentos.

PLANO GERADOR DE BENEFÍCIO LIVRE VIDA GERADOR DE BENEFÍCIO LIVRE


Indicado para aqueles que: Indicado para aqueles que:
a) Utilizam a declaração completa do IR a) Utilizam a declaração simplificada do IR
b) Contribuem para a Previdência Social (INSS) ou b) Não contribuem para a Previdência Social (INSS)
Perfil do investidor regime próprio ou regime próprio
c) Aposentados c) São isentos do IR
d) Planejam aplicar até 12% da sua renda renda d) Planejam aplicar mais de 12% da sua renda bruta
bruta anual na previdência anual na previdência
Os recursos depositados podem ter dedução de até
Benefício fiscal durante o 12% da renda bruta anual, desde que o contribuinte
Os recursos depositados não têm dedução no IR
período de acumulação também recolha para o INSS ou regime próprio, ou
seja aposentado
Tanto o PGBL como o VGBL, durante esse período, a rentabilidade obtida não será tributada. Dessa forma,
Tributação durante Rentabilidade
ambos têm possibilidade de render mais do que fundos de investimentos tradicionais
o período de
acumulação No resgate, todo o valor (contribuições mais No resgate, só os valores referentes ao rendimento
Resgate
rendimentos) será tributado no IR obtido no plano estarão sujeitos à tributação do IR
Só os valores referentes ao rendimento obtido no
Tributação na aposentadoria Todo o valor recebido estará sujeito a tributação do IR
plano estarão sujeitos à tributação

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TREINAMENTO
MÓD. 07 ANBIMA CPA - 20
CERTIFICAÇÃO MÓDULO VII

EM PRODUTOS DE
MENSURAÇÃO,
GESTÃO DE

INVESTIMENTOS
PERFORMANCE
E RISCO

SÉRIE 20 10% A 20% DO EXAME


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ÍNDICE

7. MENSURAÇÃO, GESTÃO DE PERFORMANCE E RISCO............................................................................................................................................................... 5


7.1 Risco, Retorno e Diversificação............................................................................................................................................................................. 5
7.1.1 Estatística Aplicada......................................................................................................................................................................................................................... 7
7.1.1.1 Medidas de posição central: média, mediana e moda. Definição e diferença entre as medidas........................................................................ 7
7.1.1.2 Medidas de Dispersão: Variância e Desvio-Padrão (volatilidade)............................................................................................................................... 8
7.1.1.3 Medidas de associação entre duas variáveis - Correlação, Covariância e Coeficiente de Determinação (R²)...............................................10
7.1.1.4 Distribuição normal: relação entre média e desvio-padrão (1 e 2 desvios-padrão) e a probabilidade de ocorrências de eventos........13
7.1.1.5 Intervalo de confiança. Conceito........................................................................................................................................................................................13
7.1.2 Risco de Ativos................................................................................................................................................................................................................................14
7.1.2.1 Ativos Livres de Riscos e Ativos com Risco de Crédito................................................................................................................................................14
7.1.2.2 Relação entre Risco e Retorno e o Princípio da Dominância entre Ativos.............................................................................................................. 14
7.1.3 Riscos de uma carteira.................................................................................................................................................................................................................15
7.1.3.1 Beta (β) da Carteira e sua interpretação......................................................................................................................................................................... 15
7.1.4 Risco Sistemático e Risco Não-Sistemático. Conceitos.......................................................................................................................................................17
7.1.5 Medidas de Performance: indicadores e suas limitações....................................................................................................................................................18
7.1.5.1 Índice de Sharpe: original e modificado. Conceitos.......................................................................................................................................................18
7.1.5.2 Índice de TREYNOR...............................................................................................................................................................................................................18
7.2 Administração e Gerenciamento de Risco..........................................................................................................................................................19
7.2.1 Risco de Taxa de Juros...................................................................................................................................................................................................................19
7.2.1.1 Duration de Macaulay e Duration Modificada................................................................................................................................................................19
7.2.1.2 Convexidade............................................................................................................................................................................................................................ 19
7.2.1.3 Imunização. Conceito e aplicação......................................................................................................................................................................................20

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ÍNDICE

7.2.2 Risco de Liquidez: negociabilidade (mercado, ativo, consequências e modificação).................................................................................................... 20


7.2.2.1 Risco de Mercado..................................................................................................................................................................................................................20
7.2.3 Risco de Crédito..............................................................................................................................................................................................................................20
7.2.3.1 Definição de solvência e inadimplência...........................................................................................................................................................................21
7.2.3.2 Mensuração do risco de crédito.........................................................................................................................................................................................21
7.2.3.3 Spread e probabilidade de inadimplência (impactos sobre a formação de preços)............................................................................................. 21
7.2.4 Risco País.........................................................................................................................................................................................................................................21
7.2.4.1 Conceito................................................................................................................................................................................................................................... 21
7.2.4.2 Medida de risco (EMBI - Brasil). Significado...................................................................................................................................................................21
7.2.5 Risco de Contraparte. Conceito..................................................................................................................................................................................................22
7.2.6 Risco de Liquidação. Conceito.....................................................................................................................................................................................................22
7.2.7 Riscos de Mercado Externo: conceito.......................................................................................................................................................................................22
7.2.8 Classificação de Risco...................................................................................................................................................................................................................23
7.2.8.1 Variação do Rating (preço e enquadramento)................................................................................................................................................................23
7.2.8.2 Consequências sobre a precificação.................................................................................................................................................................................23
7.2.9 Gestão de Risco de Carteiras......................................................................................................................................................................................................25
7.2.9.1 Value at Risk - VaR. Conceito, aplicação e limitações (repetição de padrão de comportamento e nível de significância)........................ 25
7.2.9.2 Stop Loss................................................................................................................................................................................................................................. 25
7.2.9.3 Stress Test (caudas grossas)..............................................................................................................................................................................................26
7.2.9.4 Validação do Modelo (Back Testing).................................................................................................................................................................................26
7.2.9.5 Tracking Error versus Erro Quadrático Médio................................................................................................................................................................27

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MENSURAÇÃO, GESTÃO
DE PERFORMANCE E RISCO

7.1 RISCO, RETORNO E DIVERSIFICAÇÃO

Quando analisa as diferentes opções de investimento encontradas no mercado, o cliente utiliza critérios que estão intimamente ligados a sua
expectativa e objetivos.

Quais são as perguntas que seus investidores fazem toda vez que você lhes apresenta um novo produto. Provavelmente, elas são sempre as mesmas:
“Qual o retorno deste investimento?”, “E se eu precisar do dinheiro antes do tempo?”, “Posso perder dinheiro?”.

As perguntas estão relacionadas aos principais fatores de análise de investimentos: rentabilidade, liquidez e risco.

Retorno ou Rentabilidade
A rentabilidade é uma relação entre os recursos necessários e seus Logo quando se fala em rentabilidade, estamos falando da
benefícios econômicos derivados. Na economia, a rentabilidade Rentabilidade Absoluta.
financeira é considerada como o vínculo que existe entre o lucro
econômico que se obtém de determinada ação e os recursos que são Onde ela é expressa em percentual. Exemplo: Um Fundo de Investimento
exigidos para a geração de certo benefício. Sempre é expressa em rendeu R$1.500,00 no ano, sendo que eu fiz um investimento de R$
termos percentuais. Exemplo: um investimento inicial de R$ 1.000,00, 10.000,00 logo a rentabilidade será de 1.500,00/10.000,00 = 15% no ano.
que hoje vale R$ 1.050,00, gerou um ganho financeiro nominal de
R$ 50,00 e uma rentabilidade de 5%. Essa rentabilidade absoluta parece ser interessante, mas para
confirmar antes precisamos comparar com um índice de referência,
Rentabilidade Absoluta versus Rentabilidade Relativa (benchmark) que no caso dos fundos de investimentos é o CDI, que pode estar em
Bom, rentabilidade é o quanto se ganha ou perde em um investimento. 14,13% a.a. por exemplo.
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MENSURAÇÃO, GESTÃO
DE PERFORMANCE E RISCO

Ao fazer essa comparação, iremos saber qual a relação que a rentabilidade do fundo de investimento teve em comparação com o índice de
referência, ao fazer isso teremos a Rentabilidade Relativa. 15% / 14,13% = 106,15% do CDI - > Assim, acabamos de confirmar que a rentabilidade
é realmente interessante.

Em resumo: Rentabilidade Absoluta versus Rentabilidade Relativa é a capacidade de comparação da rentabilidade proporcionada
por um determinado investimento em relação a um benchmark (referencial). Destacamos que esse tipo de análise ocorre,
normalmente, com investimentos de renda fixa.

Rentabilidade Esperada versus Rentabilidade Observada


Quando realiza um investimento, o investidor normalmente se baseia na rentabilidade que aquele investimento obteve no passado, chamada de
rentabilidade observada, que nada mais é do que o quanto aquele investimento rendeu em um determinado período de tempo.

Para a rentabilidade esperada estamos falando de futuro, ou seja, de expectativas que podem ou não se concretizar.

• Rentabilidade Esperada: quanto o cliente pretende ter de retorno ao final do período de investimento.
• Rentabilidade Observada: quanto rendeu, quanto ele obteve durante o período de investimento.

Risco
No mundo financeiro, risco é o potencial que o investimento tem de não proporcionar o resultado esperado. Pode também significar a perda de
grande parte ou de todo o investimento inicial. Constitui característica básica de todos os investimentos, como reflexo das incertezas associadas aos
elementos determinantes do valor dos ativos financeiros.
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Os três fatores expostos devem ser considerados em conjunto no processo decisório do cliente. Não raro, os clientes decidem-se apenas em
função da rentabilidade

oferecida e descobrem que o investimento escolhido não apresenta a liquidez adequada às suas necessidades ou que o risco assumido é muito
maior que o desejado (o que pode ser um verdadeiro desastre).

Assim, é fundamental que o cliente seja adequadamente orientado sobre as características dos produtos, principalmente no que diz respeito aos
riscos envolvidos em cada um deles.

7.1.1 Estatística Aplicada


7.1.1.1 Medidas de posição central: média, mediana e moda. Definição e diferença entre as medidas.

MÉDIA MODA MEDIANA


A média de um conjunto de dados numéricos É o valor mais frequente de um conjunto de Depois de ordenados os valores por ordem
obtém-se somando os valores de todos os dados. Ao analisarmos um conjunto de dados crescente ou decrescente, a mediana é:
dados e dividindo a soma pelo número de poderemos notar que a Moda corresponde ao • o valor que ocupa a posição central,
dados. elemento que mais aparece na amostra. se a quantidade desses valores for ímpar;
• a média dos dois valores centrais,
se a quantidade desses valores for par.
1 + 2 + 5 + 4 + 23 = 35 / 5 = 7 22233344444555666
MODA = 4 Amostra ímpar = 2 3 4 5 6 7 8
MEDIANA = 5
Amostra par = 2 3 4 5 6 7 8 9
MEDIANA = 5 + 6 = 11 / 2 = 5,5

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7.1.1.2 Medidas de Dispersão: Variância e Desvio-Padrão VARIÂNCIA


(volatilidade) A variância de uma amostra é a média dos quadrados dos desvios dos
valores a contar da média, calculada e dividindo a amostra pelo número
A dispersão mede quão próximos estão um dos outros os valores de um de elementos menos um (utiliza-se a expressão n – 1 no denominador
grupo. As medidas de dispersão indicam como os valores de um conjunto ao invés de n).
distribuem-se em relação à média.
Veja sua fórmula e aplicação no exemplo abaixo:
Analisaremos as principais medidas de dispersão: variância e desvio-
S2 = Σ (Xi - X)2
padrão.
n-1
A Variância e Desvio-Padrão (volatilidade) são medidas estatísticas Veja o exemplo abaixo e entenda como o cálculo é realizado.
que refletem a variabilidade ou grau de dispersão de valores
individualmente em relação a sua média. • Começamos com a amostra: 2, 8, 9, 6, 5
• Vamos calcular a média da amostra: = 2 + 8 + 9 + 6 + 5 = 30 / 5 = 6

ELEMENTOS MÉDIA DIFERENÇA


ATENÇÃO: NORMALMENTE ESSAS MEDIDAS ESTÃO LIGADAS 2 6 -4
A RISCO DE INVESTIMENTOS, OU SEJA, COMO AMBAS UTILIZAM
A MÉDIA COMO PONTO INICIAL DE REFERÊNCIA, QUANDO 8 6 2
VALORES SE DISTANCIAM DA MÉDIA SIGNIFICA QUE O 9 6 3
INVESTIMENTO PODE APRESENTAR UM RISCO ELEVADO. 6 6 0
5 6 -1

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Vamos agora elevar DESVIO-PADRÃO


as diferenças ao DIFERENÇA DIFERENÇA O desvio-padrão pode ser considerado como a raiz quadrada da
quadrado. AO QUADRADO variância. Também podemos dizer que a variância é o quadrado do
desvio-padrão.
-4 16
2 4 O desvio-padrão é representado pela letra grega σ (sigma), quando
3 9 calculado a partir de dados de uma população e “S” quando obtido da
amostra.
0 0
-1 1 O desvio-padrão ou volatilidade está associado ao nível de incerteza
SOMA 30 sobre o comportamento futuro no mercado.

O risco é gerado por esta incerteza é medido pelo desvio-padrão dos


resultados inesperados, isto é, daqueles resultados que se desviam do
Vamos agora aplicar a fórmula da variância: resultado esperado. Abaixo está a fórmula do desvio padrão:

30 = 7,50 Observe que o denominador é “n–1” por se tratar de S2 = Σ (Xi - X)2


5-1 uma amostragem. Caso seja utilizada a população n-1
total, o denominador será apenas “n”, ou seja, o
número de elementos da amostra. A mesma regra se O desvio-padrão é uma medida que só pode assumir valores positivos e
aplica também ao desvio-padrão. quanto maior for o seu valor, maior será a dispersão de dados.

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Utilizando-se do mesmo exemplo de variância, temos: 7,50 = 2,74 7.1.1.3 Medidas de associação entre duas variáveis - Correlação,
Covariância e Coeficiente de Determinação (R²). Conceito e
O resultado (2,74) denota que em relação à média, na maioria das vezes Interpretação.
a amostra varia entre – 2,74 e + 2,74.
O relacionamento entre duas variáveis é medido por meio da Correlação
O desvio-padrão é uma das medidas mais comumente utilizadas para e Covariância. Você vai ver que são conceitos parecidos, a diferença é
as distribuições, sendo importantíssimo para a estatística. que a covariância não possui um valor padronizado, pode ir de -180 a +
180 por exemplo. Já a correlação utiliza um valor padronizado, que vai
O desvio-padrão pode ser considerado como a raiz quadrada da
de -1 a +1 e é muito utilizada pelo mercado.
variância. Também podemos dizer que a variância é o quadrado do
desvio-padrão.

Levamos em conta, porém o desvio-padrão, pois ele representa a


IMPORTANTE: QUANDO FALAMOS EM COVARIÂNCIA
volatilidade da amostra. Quanto mais volátil a amostra, maior o desvio-
OU CORRELAÇÃO TEMOS DUAS OU MAIS VARIÁVEIS,
padrão e maior o risco que está associado ao nível de incerteza sobre o
OBRIGATORIAMENTE. DAI SUA IMPORTÂNCIA
comportamento futuro no mercado.
PARA A UTILIZAÇÃO DA APURAÇÃO DO GRAU DE
Quanto MAIOR o desvio-padrão, MAIOR o risco. DIVERSIFICAÇÃO DE UMA CARTEIRA.
Quanto MENOR for o desvio-padrão, MENOR o risco.

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CORRELAÇÃO
A correlação tem como objetivo explicar o grau de relacionamento verificado no comportamento de duas ou mais variáveis. Compreende dois
conceitos:

• Correlação Simples: relacionamentos de duas únicas variáveis;


• Correlação Múltipla: relacionamento de mais de duas variáveis.

A correlação é uma medida padronizada do relacionamento entre duas variáveis.

A correlação entre duas variáveis mostra como elas se movem em conjunto. A medição desse relacionamento é obtida pelo chamado Coeficiente
de Correlação. Esse coeficiente varia entre –1 e +1.

Valores possíveis de r e Sentido FORÇA


interpretação da correlação +1 Forte
Positiva
Moderada
Fraca
Valor 0 Ausência
de r
Fraca
Moderada
Negativa
-1 Forte

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COVARIÂNCIA
A covariância se assemelha à analise da correlação, porém fornece DICAS
uma medida não padronizada do grau no qual as variáveis se movem. • Não confunda Variância com Covariância.
O resultado obtido pela Covariância pode assumir valores negativos,
• Para calcular a Variância e o Desvio Padrão, precisamos apenas
positivos ou zero e que pode ser interpretado da seguinte forma:
dos dados históricos de um único ativo.
• Conhecendo a Variância de um ativo é possível determinar o
COVARIÂNCIA CONCLUSÃO Desvio Padrão, apenas extraindo a Raiz Quadrada.
COV < 0 Indica associação oposta entre os valores das • Para calcular a Covariância e a Correlação é necessário os dados
(negativa) variáveis (movimentos opostos). históricos de dois ativos, já que esta medida mensura o
comportamento entre duas variáveis.
COV = 0 Não há associação entre os valores das variáveis.
• Conhecendo a Covariância entre dois ativos é possível
COV > 0 Indica uma associação direta entre os valores das determinar a Correlação entre eles.
(positiva) variáveis (movimentos de um mesmo sentido).

COEFICIENTE DE DETERMINAÇÃO (R²)

Nada mais é do que o quadrado do coeficiente de correlação ou simplesmente (R²)

Exemplo: considere duas séries de dados que representam o preço à vista de duas ações (empresas A e B) em um determinado período. A correlação
entre as ações é de 0,79. Logo seu (R²) será de 62% (0,79)². Isto significa que 62% da variabilidade de uma ação é explicada pela variabilidade da outra.
Portanto, em 38% das vezes existem outros fatores que influenciam na formação do preço das ações.

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7.1.1.4 Distribuição normal: relação entre média e desvio-padrão (1 e • Cerca de 95% no intervalo de 2 (dois) desvios-padrão a contar da
2 desvios-padrão) e a probabilidade de ocorrências de eventos média; e
• Cerca de 99,7% dentro de 3 (três) desvios-padrão a contar da média.
A distribuição Normal é a mais familiar das distribuições de
probabilidade e também uma das mais importantes em estatística. Esta 7.1.1.5 Intervalo de confiança. Conceito
distribuição tem uma forma de sino, conforme abaixo.
A distribuição normal relatada acima demonstra três tipos de intervalo
de confiança, ou seja, trata-se de um intervalo ou a extensão de valores
ou dados que representam a probabilidade de conter um determinado
parâmetro estatístico a ser estimado para um conjunto de dados
representados por uma distribuição normal. Os intervalos de 95% e de
-3σ -2σ -1σ u +1σ +2σ +3σ 99% são os mais utilizados.
68%
95% Exemplo: Um grupo de 100 pessoas tem idade média de 50 anos, com
99,7% desvio-padrão de 10 anos numa amostra de distribuição normal. Quando
se fala em 95% de intervalo de confiança, deduzimos que se trata de
dois desvios-padrão, ou seja, foi observado que 95% dessa amostra terá
Os valores possíveis da curva normal vão de - ∞ a + ∞. Uma distribuição pessoas de 30 a 70 anos. Mas porque de 30 a 70 anos?
normal fica completamente especificada por dois parâmetros: sua média
e seu desvio-padrão, ou seja, existe uma única distribuição normal para Se 1 desvio-padrão é igual a 10, 2 desvios-padrão são 20. Com a média
cada combinação de uma média e um desvio-padrão. de 50 anos temos uma variação de 30 abaixo da média (50 – 20 = 30) e
de 20 acima da média (50 + 20 = 70) com 95% de intervalo de confiança.
Esta curva é conhecida como curva de Gauss. A área localizada abaixo da
curva é considerada 100%. Se uma variável tem distribuição normal temos: Por dedução, este intervalo de confiança terá 95% de chances de conter
• Cerca de 68% de seus valores cairão no intervalo de 1 (um) desvio- um valor que se desvie da média na proporção de até dois desvios-
padrão a contar de cada lado da média; padrão.
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7.1.2 Risco de Ativos padrão mede quão distante da média está aquele retorno, portanto
quanto maior for a dispersão em torno da média, maior é o risco para o
7.1.2.1 Ativos Livres de Riscos e Ativos com Risco de Crédito investidor. Certamente o investidor gostaria de ter o maior retorno possível
sem correr nenhum risco.
O conceito de Taxa Livre de Risco está ligado a uma remuneração com
retorno livre de risco de Liquidez e Crédito. São exemplos teóricos de Analise o gráfico. Os pontos A, B, C e D representam diferentes
taxas livres de risco as taxas SELIC e CDI-CETIP. investimentos.

7.1.2.2 Relação entre Risco e Retorno e o Princípio da Dominância Retorno


Esperado
entre Ativos
C D
O risco está sempre presente nos investimentos e cada investidor tem
sua tolerância a riscos.
A B
Há investidores arrojados que suportam altos riscos em busca de maior
retorno e há também os conservadores que desejam o mínimo de risco, Risco
ainda que isso implique em retornos menores. Entre esses dois opostos
estão os mais diversos perfis de investidores. Note que os investimentos “A” e “B” oferecem o mesmo retorno, mas
com riscos diferentes. Considerando apenas as duas opções, o investidor
Por outro lado, cada investimento apresenta sua combinação de risco e racional (avesso ao risco) prefere o investimento “A”. No entanto, ao
retorno. Existe uma tendência de elevação dos retornos a medida que compararmos os investimentos “A” e “C”, veremos que os riscos são
aumentam os riscos. exatamente iguais, mas o investimento “C” apresenta retorno muito maior.

Quando utilizamos dados históricos encontramos o retorno médio


esperado dos investimentos e a dispersão em torno desse retorno CUIDADO: QUANDO FALAR EM DIVERSIFICAÇÃO NÃO PODEMOS
por meio do desvio-padrão. Como já vimos anteriormente o desvio- ESQUECER QUE ELA NÃO ELIMINA O RISCO, SOMENTE MINIMIZA.

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PRINCÍPIO DA DOMINÂNCIA ENTRE ATIVOS/CARTEIRAS 7.1.3 Riscos de uma carteira


O gráfico abaixo é semelhante, mas ele nos traz agora o princípio da
dominância, ou seja, o que vai “dominar” ou motivar minha decisão, de 7.1.3.1 Beta (β) da Carteira e sua interpretação
acordo com o risco x rentabilidade oferecida.
Começando pelo básico…
Maior
Retorno O Índice Beta é um indicador que mede a sensibilidade de um ativo em
Esperado
W
relação ao comportamento de uma carteira que represente o mercado.
Y Z
É a relação entre a variação do retorno de uma ação (ativo) e o Ibovespa
(mercado), por exemplo.
X
Menor Portanto, o Índice Beta é uma medida do risco que um investidor está
Retorno
Esperado exposto ao investir em um ativo em particular em comparação com o
Risco Alto mercado como um todo. Considera-se o Beta da carteira de mercado
Baixo Risco
igual a 1.
O principio de dominância parte da seguinte teoria: para um baixo risco,
o melhor investimento é representado por Y. Já para o investidor que Sua função básica é ser um indicador de riscos. Na avaliação do risco
está disposto a correr mais riscos, a melhor carteira é representada por sistemático de uma carteira de ativos, o Beta é a média ponderada dos
W. Observe que o princípio de dominância indica o melhor investimento ativos da carteira, considerando o peso de cada ativo na participação
a partir do risco que se pretende correr. desse portfólio.

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Graficamente representamos assim o Beta (β): b) um Beta igual a 0,50 significa que durante o período de análise
Neutro
aquela carteira apresentou um desempenho equivalente a 50%
do IBOVESPA. Se o Ibovespa rendeu 20% no período, a carteira
Defensivo Agressivo
apresentou um desempenho de apenas 10%. Ideal para investidores
conservadores.
0 1 2

Interpretação do Beta: c) Já um Beta igual a 1,50, significa que durante o período de análise
aquela carteira apresentou um desempenho equivalente a 150%
BETA (β) TIPO do IBOVESPA. Se o Ibovespa rendeu 20% no período, a carteira
DO ATIVO COMPORTAMENTO DO ATIVO DE ATIVO apresentou um desempenho de 30%. Ideal para investidores
agressivos.
Variação do ativo menor que a variação
Menor que 1 Defensivo
do índice de mercado (IBOVESPA)
Variação igual a variação da carteira de
Igual a 1 Neutro
mercado BETA (β) RISCO SISTEMÁTICO RETORNO
ESPERADO
Variação do ativo maior que a variação
Maior que 1 Agressivo
da carteira de mercado (IBOVESPA) Maior retorno
Quanto maior o Beta Maior o risco
A variação do ativo é igual ao Beta multiplicado pela variação de esperado
mercado. Vamos a alguns exemplos práticos: Menor retorno
Quanto menor o Beta Menor o risco
esperado
Considerando que o IBOVESPA apresentou um desempenho de 20% no
período analisado.
a) um Beta igual a um, significa que durante o período de análise aquela Uma ação com Beta muito maior do que 1 tende a subir mais que o
carteira apresentou um desempenho equivalente ao IBOVESPA. Ibovespa quando ele está em alta. Em compensação, tende a cair mais
Logo, o desempenho foi de 20% no período. quando há baixa na bolsa.

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7.1.4 Risco Sistemático e Risco Não-Sistemático. Conceitos

O risco total de um ativo está associado ao desvio-padrão dos seus


retornos. Este risco total é composto pelos riscos sistemático e não
sistemático. Veja as definições:

• Risco Sistemático (mercado, conjuntural ou não diversificável):


é o risco imposto ao ativo pelos sistemas político, econômico e social RISCO SISTEMÁTICO = risco de mercado
(recessão, crise política, greves etc.). Esse risco atinge a todos os = risco conjuntural ou não diversificável
ativos indistintamente, ainda que cada ativo responda de maneira
diferente a mudanças na conjuntura. RISCO NÃO-SISTEMÁTICO = risco próprio
= risco específico ou diversificável
• Risco Não-Sistemático (próprio, específico, diversificável): é o risco
intrínseco ao ativo. É gerado por fatos que atingem diretamente
o ativo (ou o subsistema ao qual está ligado) e não atingem os ATENÇÃO: ESSES DOIS TIPOS DE RISCOS DEVERÃO SER
demais ativos - riscos financeiro, administrativo e setorial. PRATICAMENTE DECORADOS, OU SEJA, VOCÊ PRECISA SABER
QUE RISCO SISTEMÁTICO, POR EXEMPLO, É SINÔNIMO DE RISCO
Perceba que o Risco Sistemático não é diversificável, já que decorre de CONJUNTURAL, DE MARCADO E NÃO DIVERSIFICÁVEL. E O ÚNICO
fatos que atingem a todos os ativos. O Risco Não Sistemático, por outro RISCO QUE PODE SER ELIMINADO É O RISCO NÃO SISTEMÁTICO,
lado, é diversificável, ou seja, pode ser total ou parcialmente diluído PORÉM COMO CADA ATIVO SEMPRE TEM OS DOIS TIPOS DE
pela diversificação da carteira. É o ato de colocar os ovos em cestas RISCO TODO INVESTIMENTO POSSUI RISCO.
diferentes.

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7.1.5 Medidas de Performance: indicadores e suas limitações

7.1.5.1 Índice de Sharpe: original e modificado. Conceitos

Pra entender o Índice de Sharpe é preciso saber pra que ele serve. Ele Porém, a fórmula mais utilizada pelos administradores de recursos e
mede a EFICIÊNCIA DE SUA CARTEIRA DE INVESTIMENTOS e mostra pela mídia em geral é o Índice de Sharpe Modificado. A diferença é que
se a expectativa de retorno de uma carteira de investimentos tem a ao invés de utilizarmos a taxa livre de risco, descontamos o retorno do
ver com a qualidade de cada um dos investimentos que a compõem (ou benchmark da rentabilidade do ativo.
seja, baixo risco e alto retorno), ou se essa expectativa de retorno está
ligada ao risco dos investimentos (porque investimentos com maior
risco oferecem também maior retorno). ÍNDICE DE
SHARPE = Retorno do ativo - Retorno do Benchmark
A medida calculada pelo Índice de Sharpe indica se a expectativa MODIFICADO Desvio-padrão do ativo
de retorno de uma carteira de investimentos é resultado de bons
investimentos ou do excesso de risco dos investimentos que a compõem.
7.1.5.2 Índice de TREYNOR
ÍNDICE DE SHARPE = Retorno do ativo - Taxa Livre de Risco
Desvio-padrão do ativo O Índice de Treynor é uma medida similar ao Índice de Sharpe, com a
diferença de em vez de usar como medida de risco o desvio-padrão ou
Ele expressa uma relação RISCO versus RETORNO, informa se o semi-desvio, usa o coeficiente Beta.
investimento oferece rentabilidade compatível com o risco a que
se expõe o investidor.
Índice de Sharpe = usa o desvio padrão
Interpretação = Quanto maior, melhor, ou seja, Índice de Treynor = usa o beta
mais eficiente é o investimento.

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7.2 ADMINISTRAÇÃO E GERENCIAMENTO DE RISCO

7.2.1 Risco de Taxa de Juros

7.2.1.1 Duration de Macaulay e Duration Modificada Resumo:


1) a duration de Macaulay como medida de tempo;
Criado como indicador de finanças empresariais, em 1938, 2) a duration modificada que mede o risco de um título.
pelo financista Macaulay, mas só difundido na década de 70 e
posteriormente aplicado em análises macroeconômicas, o conceito 7.2.1.2 Convexidade
de duração exprime a sensibilidade do preço de um título prefixado a
mudanças nas taxas de juros. A convexidade mede a curvatura da relação – valor da carteira e a taxa
de juros. No gráfico abaixo, observa-se que para grandes mudanças na
DURATION MODIFICADA taxa de juros, as carteiras se comportam diferencialmente.
Pode-se interpretar de maneira simplificada a duration modificada
como o quanto o preço do título vai subir ou cair se o juros subir ou cair. A carteira A tem maior convexidade (curvatura) em relação a carteira B.
Observe:
Valor da
ATENÇÃO: NA PROVA VOCÊ PRECISA VERIFICAR SE O Carteira
ENUNCIADO DIZ QUE O TÍTULO PAGA JUROS PERIÓDICOS,
OU SEJA, CUPONS. SE O PRAZO DE UM TÍTULO É DE 6 ANOS Carteira A
E ELE PAGA CUPONS (JUROS) PERIÓDICOS, A DURATION
(DURAÇÃO)SERÁ MENOR QUE 6 ANOS. SE NÃO PAGAR CUPOM Carteira B
SERÁ IGUAL A 6 ANOS. ENTENDER OU DECORAR. Queda << > > > > Aumento da taxa
da taxa
Linha 1 Linha 2

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7.2.1.3 Imunização. Conceito e aplicação Essa última situação ocorre, por exemplo, quando não há compradores
para um determinado ativo (pode ser um automóvel), mas há quem
Imunização significa tornar o valor de uma carteira de títulos não queira vendê-lo. O preço do ativo tende a cair até que alguém se
sensível (imune) às alterações da taxa de juros. interesse em comprá-lo. A existência de riscos não pode ser ignorada.

7.2.2.1 Risco de Mercado

Está diretamente relacionado às flutuações de preços e taxas, ou


seja, às oscilações de bolsas de valores, mercados de taxas de juros
e mercado de câmbio dentro e fora do país, que trazem reflexos nos
7.2.2 Risco de Liquidez: negociabilidade (mercado, ativo, preços dos ativos. Guarde a sigla PT, pois as questões sempre cairão
consequências e modificação) com as palavras PREÇOS OU TAXAS.

Este risco é o que mais vai lhe exigir atenção na prova devido à sua
interpretação. O risco de liquidez está associado à sua facilidade de
negociação de um título no mercado. Dizemos que um ativo apresenta
risco de liquidez quando ele não pode ser realizado ou negociado pelos
preços de mercado devido à insuficiência de atividade no mercado,
denominada como falta de liquidez. 7.2.3 Risco de Crédito

Também chamamos de risco de liquidez a eventual falta de recursos O risco de crédito está sempre relacionado a possíveis perdas quando
imediatamente disponíveis para honrar compromissos assumidos ou as contrapartes não desejam ou não são capazes de cumprir suas
da falta de contrapartes em número suficiente para negociar o volume obrigações contratuais. Ocorre, também, gerando possíveis perdas,
desejado de determinado ativo, causando-lhe variação anormal de valor quando a classificação dos devedores é rebaixada pelas agências
e consequente redução de rentabilidade. especializadas (agências de “Rating” – empresas especializadas em

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classificar o risco de operações ou empresas), causando redução no Se a probabilidade do não pagamento (inadimplência) de juros ou do
valor de mercado de suas obrigações. Exemplo abaixo: principal em relação ao ativo é grande, menor será o seu preço à vista.
Porém, se não houver a inadimplência, maior também será o prêmio pago
• Inadimplência: perdas em função do atraso do devedor para honrar ao investidor e maior o spread da operação.
uma dívida contraída.

7.2.3.1 Definição de solvência e inadimplência

Caso o risco não se cumpra e a contraparte honre com suas obrigações,


dizemos que houve solvência. Já a Inadimplência ocorre pelo 7.2.4 Risco País
descumprimento de obrigações no tempo, lugar e forma devidos ou
situação em que uma pessoa ou empresa deixa de cumprir um contrato, 7.2.4.1 Conceito
particularmente no que se refere ao pagamento ou cumprimento de
obrigações contraídas. 7.2.4.2 Medida de risco (EMBI - Brasil). Significado

O risco de crédito ocorre, também, gerando possíveis perdas, quando a A expressão “risco país” entrou para a linguagem cotidiana do
classificação dos devedores é rebaixada pelas agências especializadas noticiário econômico, principalmente em países que vivem em clima de
(agências de “Rating” – entidades especializadas em classificar o risco instabilidade, como o Brasil e a Argentina.
de operações ou empresas), causando redução no valor de mercado de
seus papéis. O “risco país” é um indicador que tenta determinar o grau de
instabilidade econômica de cada país. Desta forma, se tornou decisivo
7.2.3.2 Mensuração do risco de crédito para o futuro imediato dos países emergentes.

7.2.3.3 Spread e probabilidade de inadimplência (impactos sobre a A seguir, estão enumerados alguns pontos básicos que facilitam o
formação de preços) entendimento desse conceito, que vem tendo cada vez mais destaque.

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O que é exatamente o risco país? 7.2.6 Risco de Liquidação. Conceito


O risco país é um índice denominado Emerging Markets Bond Index Plus
(EMBI+) e mede o grau de “perigo” que um país representa para Risco de que uma liquidação em um sistema de transferência não se
o investidor estrangeiro. realize segundo o esperado

O risco de liquidação ocorre quando uma transação de mercado


financeiro apresentar problemas de liquidação.

7.2.5 Risco de Contraparte. Conceito

O risco de contraparte (counterparty risk) é o risco de que a contraparte


de um negócio não cumpra as suas obrigações contratuais. 7.2.7 Riscos de Mercado Externo: conceito

No fundo, o risco de contraparte é também um risco de crédito, mas que Abaixo os fatores que podem estar ligados a risco de mercado externo.
pode existir com uma contraparte com a qual não existe uma relação de
financiamento/empréstimo. • As oscilações da taxa de câmbio doméstica
• Mudanças no cenário macroeconômico mundial:
Esse risco pode ser mitigado (amenizado) utilizando-se de: • Riscos geopolíticos, questões legais, regulatórias e tributárias
• Aprovação de linhas de crédito para contrapartes; específicas de um país
• Procurando utilizar sistemas de liquidação ou clearings;
• Acompanhamento das avaliações de créditos da contraparte.

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7.2.8 Classificação de Risco Do ponto de vista econômico, é bastante vantajoso, pois uma vez feito,
pode ser utilizado para vários objetivos e por diversas instituições. Com
7.2.8.1 Variação do Rating (preço e enquadramento) a globalização, o rating se apresenta como uma linguagem universal
que aborda o grau de risco de qualquer título de dívida.
7.2.8.2 Consequências sobre a precificação
AGÊNCIAS DE CLASSIFICAÇÃO
Muita gente já se deparou com o termo rating, porém não tem uma As empresas freqüentemente pagam para terem suas dívidas
visão clara a que isso se refere. Em poucas palavras, o rating, ou classificadas em termos de risco de crédito. Isso porque muitos
classificação de risco, se refere ao mecanismo de classificação da investidores resistem ou têm limitações legais em comprar títulos sem
qualidade de crédito de uma empresa, um país, um título ou uma conhecer seu rating.
operação estruturada.
As três principais organizações que prestam esse serviço em escala
Ele busca mensurar a probabilidade de default de obrigações global são as norte-americanas Moodys, Standard & Poorss (S&P)
financeiras, ou seja, o não pagamento, incluindo-se atrasos e ou falta e Fitch ratings. A classificação é revista periodicamente, já que a
efetiva do pagamento. O rating é um instrumento relevante para o qualidade de crédito (ou risco de inadimplência) de uma empresa ou
mercado, uma vez que fornece aos potenciais credores uma opinião país pode se alterar de um período ao outro. Abaixo a classificação das
independente a respeito do risco de crédito do objeto analisado. três agências citadas.

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MOODY'S FITCH S&P SIGNIFICADO

Aaa AAA AAA Mais alta qualidade


INVESTMENT Aa AA AA Alta qualidade
GRADE A A A Qualidade média/alta
BAA BBB BBB Qualidade média
Ba BB BB Predominantemente especulativo
B B B Especulativo, baixa classificação
CAA CCC CCC Inadimplemento
TÍTULOS C C C Mais baixa qualidade, sem interesse
ESPECULATIVOS
DD DDD
Inadimplente, em atraso,
- DD DD
valor questionável
D D

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7.2.9 Gestão de Risco de Carteiras Exemplo: Qual é o significado de um VaR de US$ 12 milhões para 15 dias
com 95% de confiança?
7.2.9.1 Value at Risk - VaR. Conceito, aplicação e limitações (repetição
de padrão de comportamento e nível de significância) Significa que no prazo de 15 dias, há 95% de chance do valor da perda
da carteira não ser maior do que US$ 12 milhões. Em outras palavras há
Value at Risk ( VaR) é um método para avaliar o risco em operações 5% de chance de que em 15 dias, a carteira tenha perdas superiores a
financeiras. O VaR resume, em um número, o risco de um produto US$ 12 milhões.
financeiro ou o risco de uma carteira de investimentos , de um
montante financeiro. Esse número representa a pior perda esperada em
ATENÇÃO: O VALOR DA PERDA PODE SER MAIOR QUE US$ 12
um dado horizonte de tempo e é associado a um intervalo de confiança.
MILHÕES, POIS HÁ 5% DE POSSIBILIDADE DE ERRO. PORÉM, NA
MAIORIA ABSOLUTA DAS VEZES, SE A PERDA OCORRER, ELA SERÁ
O VaR avalia qual a perda máxima que uma carteira pode ter dentro
MENOR. LEMBRAMOS QUE O VAR É A ESTIMATIVA MÁXIMA
de horizonte de tempo (normalmente um dia) e supondo um grau de
DE PERDA, NESTE CASO COM 95% DE CONFIABILIDADE.
confiança pré-determinado, dada uma distribuição normal.

Ele sintetiza em uma unidade monetária ou em percentual, a maior 7.2.9.2 Stop Loss
ou pior perda esperada dentro de determinados períodos de tempo e
intervalo de confiança. A ordem stop loss indica sua intenção de interromper a perda (loss)
em uma posição aberta. Por exemplo, se você compra uma ação a R$
Normalmente o VaR é calculado com 95%, 97,5% ou 99% de confiança. 100 e acredita que se ela cair abaixo de R$ 95 a tendência é cair mais,
Este nível de confiança nos indica que é esperada perda maior que você pode cadastrar uma ordem stop loss em R$ 95 em sua corretora.
a calculada pelo VaR. Assim, ao utilizar 99% de confiança, espera-se
que a cada 100 observações do VaR, em pelo menos 1 vez a perda do Quando (e se) a cotação da ação cair para R$ 95 ou abaixo, sua ordem
investimento financeiro seja superior à perda estimada no cálculo do VaR. stop loss dispara uma ordem de venda das ações automaticamente.

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7.2.9.3 Stress Test (caudas grossas)

O Stress Test é realizado para estimar possíveis perdas potenciais em piores cenários, ou seja, em situações de anormalidade de mercado.

O Stress Test normalmente é utilizado como complemento do VaR com o objetivo de medir as perdas possíveis quando o limite de confiança (por
ex.: 99%) é ultrapassado. São situações de stress de mercado conhecidas como caudas grossas (ou fat tail), pois o formato gráfico resultante de
um stress test fica parecido com uma cauda.

7.2.9.4 Validação do Modelo (Back Testing)

Back Testing é um processo de testagem de modelos matemáticos, utilizando séries temporais, para predizer o comportamento de sistemas
dinâmicos.

Em outras palavras, O Back Testing (ou simplesmente Back Test) é uma ferramenta utilizada para testar a validade e robustez dos modelos
utilizados para estimar o risco dos investimentos, especialmente o VaR.

Se um investimento aponta um VaR diário de 99%, com perda máxima de R$ 100 mil, o Back Testing verifica o histórico e o número de violações
ocorridas no passado do limite do VaR medido de modo a verificar se estão dentro do nível de confiança estabelecido.

Na prática o Back Test visa a comparar as oscilações efetivamente ocorridas na carteira, em um determinado período, com as oscilações previstas
nos modelos de risco.

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7.2.9.5 Tracking Error versus Erro Quadrático Médio


TRACKING FUNDOS INTERPRETAÇÃO (O IDEAL NOS FUNDOS
É uma medida de aderência que mostra se um fundo está aderente ERROR PASSIVOS PASSIVOS É IGUAL A ZERO)
ou não ao benchmark. Aderência é se comportar de forma similar ao
benchmark, acompanhando seu movimento. Para um fundo aderente,
quando o retorno do benchmark aumenta, o retorno do fundo aumenta Um grande TE significa que a distância
na mesma quantidade; quando o retorno do benchmark diminui, o Quando entre o retorno e o benchmark é grande,
PIOR
retorno do fundo diminui na mesma quantidade. MAIOR... ideal para fundos ativos que se propõe
a superar seu referencial.*
Quanto menor o tracking error mais aderente é o investimento e
quando o mesmo for zero, o fundo está perfeitamente aderente ao Um pequeno TE significa que a distância
Quanto entre o retorno e o benchmark é curta,
benchmark. MELHOR
MENOR... ideal para fundos passivos que se
propõe a replicar seu referencial.
Ambas procuram medir o risco que um determinado ativo possui de não
seguir a performance de seu benchmark. Quanto maior esse risco, maior
o índice.

Uma carteira com Tracking error e Erro Quadrático Médio altos, denota
que o investimento está distante de seu benchmark, de sua meta e • O erro quadrático médio é uma medida de como o
consequentemente, maior deve ser o retorno obtido para compensar o retorno de um fundo se afasta do retorno do benchmark.
risco.
• Quanto maior o erro quadrático médio, maior o afastamento
Podemos ver esta situação claramente quando analisamos os fundos entre o retorno do fundo e o retorno do benchmark.
ativos em relação aos fundos passivos: os primeiros costumam • Quanto menor o erro quadrático médio, menor o afastamento
diferenciar-se dos passivos por terem uma maior tracking error ou um entre o retorno do fundo e o retorno do benchmark.
erro quadrático médio, o que é normal para um fundo ativo.
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