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Nico's point of view

Observei o caos reconfortante dos bastidores. Todos correndo de um lado para o outro
enquanto, Thalia Grace, Percy Jackson, Léo Valdez e eu estávamos no camarim, zoando e
bebendo um pouco para passar o nervosismo. Léo, o baterista; Thalia, minha prima, a
guitarrista e segunda voz; Percy, meu primo, o baixista e semi-vocalista; Eu, o vocalista.
Eram seis da tarde, o show teve início às sete. Antes de entrarmos no palco, escutei
Annabeth gritando com algum ser desorientado, com uma prancheta, ditando todas as
tarefas de forma furiosa. Percy sorriu bobo e olhou para ela apaixonado, admirando a
namorada enquanto ela estava perto de um provável colapso de stress. Me posicionei no
centro do palco, Thalia estava à esquerda, Percy à direita e Léo atrás, em um relevo feito
para que destaquem bateria e nele fosse igual, ou parecido, para todos alí em cima.

Meu coração palpitou mais forte, um sorriso honesto e eufórico surgiu no meu rosto.

— luzes —Annabeth berrou, e os holofotes e luzes coloridas ficaram posicionados— som —


ordenou, e então, o técnico se posicionou, esperando mais uma ordem.

Aflição; eu diria, pensei comigo mesmo, vendo ela sinalizar um “ok”.

As luzes se acenderam, em tons frios, a gravação da música de fundo começou a ressoar


gradualmente, deixando o ritmo e a harmonia à espera de uma melodia. Quando voltei a
tomar posse dos meus pensamentos, estava no refrão da segunda música.

— então vá, oh não, apenas fique. —Thalia me acompanhou, fundindo nossas vozes em
tom médio.

Solo do Percy, ele, ainda tocando o baixo, se aproximou do microfone dele no apoio, a
bateria ficou mais baixa de fundo, a guitarra em uníssono com o baixo, e ele começou a
cantar;
“Pelo retrovisor do carro,
Na boca, um cigarro
Não preciso estar chapado
Para ter lembranças do passado

A cada vizinhança, sobra mais de nós


Carro em alta velocidade,
Me escondo em teus lençóis
Tento usá-los como disfarce”

Essa música, em específico, foi composta pelo próprio Percy, assim como temos algumas
feitas pelo Léo, algumas pela Thalia e outras por mim, mas sinto que as músicas deles são
sempre mais emocionantes e profundas, talvez.. É coisa da minha cabeça, mas dá uma
certa inveja.
Ao meio do show, uma fã tentou me puxar, gritando que me amava, apenas sorri nervoso
por ter quase caído do palco, enquanto Percy começou a rir descontroladamente e falar
com o público, que em algum momento começou a me zoar também. Léo, como adora uma
graça, saiu da plataforma alta onde estava, como uma criança descendo de algo alto e foi
para a beira do palco, se sentou lá e começou a brincar com o público, enquanto nós três
começamos a cantar “Place on stars”, Léo estava sentado ali, balançando as pernas e
balançando os braços no alto, com os fãs quase arrancando ele do palco se ele distribuindo
o estoque aparentemente infinito de baquetas no bolso do macacão dele.

Ele se levantou de uma vez e voltou para a plataforma, enquanto o público berrava a letra
da música, principalmente a parte que dizia;
“Em place on stars,
Com o luar pra contestar
Promessas vazias, ricas em mentiras”
Ainda me pergunto por que gostam tanto dessa parte.

Final. A euforia foi abaixando quando me dei conta que estávamos chegando ao fim. Do
palco, pude olhar para o camarote, tinham alguns adolescentes e.. Nada do meu pai, como
sempre; nada fora do comum. Um dos adolescentes me olhava de forma estranha, tinha um
brilho enorme nos olhos, mas assim que apertei os olhos para ver quem era, vi um loiro
sorridente, William Andrew Solace, um playboy que estava em absolutamente todos os
shows da banda.

Talvez fosse uma red flag de uma possível obsessão, mas eu achava engraçado ver um
rosto familiar em todos os shows. Mas é claro, que assim como eu percebi, meus
companheiros e a imprensa, também. Vire e mexe, havia notícias de um possível caso,
entre algum integrante da equipe e esse cara, e eu me tornei o principal alvo das suspeitas
quando me assumi, publicamente, gay.

Percy se aproximou, tentando disfarçar, sorrindo na direção dos fotógrafos "escondidos",


enquanto Thalia e Léo interagiam com as pessoas, ele sussurrou para mim;

— você viu? Ele tá aqui.. De novo. —ele sussurrou, olhando para os bastidores e vendo
Annabeth apertando a ponte do nariz— a Annie não parece feliz com isso.

Olhei para a Chase, enquanto Percy voltava a interagir com o público. A loira olhou para
mim desconfiada, senti seu julgamento de longe.

— apoteose! —uma fã gritou em um momento em que, por algum milagre, a plateia estava
em um pequeno silêncio.

Nós quatro nos entreolhamos e demos risadas. A apoteose é algo de teatro, mas, já que
estávamos no final do.. Provavelmente se daria como terceiro ato? Enfim; como estávamos
no final, por que não? Nos reunimos no meio do palco, passando o braço pelas costas um
do outro, fazendo algo como uma corda humana, Léo estava rindo e Thalia estava
obviamente se segurando para não rir. Nós fizemos uma reverência à plateia, que começou
a aplaudir e de repente, todo o cansaço emocional e físico, noites em claro, dias de
preparação e horas de choro valeram mais a pena do que quaisquer coisas.
Léo saiu saltitante do palco, indo para os bastidores, Thalia mandava beijos para a plateia,
Percy estava saindo com o microfone, falando o quanto ama o público e eu sai acenando
sorridente. Entramos nos bastidores e Uau. Foi magnífico, como sempre.

— foram ótimos. —Reyna disse, provavelmente chegou depois que tínhamos entrado no
palco— demorei um pouco, estava resolvendo umas coisinhas.

Da entrada, Sally Jackson, Estelle Blofis e Esperanza entraram. Léo correu para abraçar a
mãe, com um sorriso e lágrimas escapando dos olhos, Estelle abraçou Percy depois correu
até Thalia, enquanto o Jackson ia abraçar fortemente a mãe. Eu fiquei simplesmente ali,
parado. Em algum momento, apenas peguei meu celular e comecei a mexer nele; antes de
basicamente ser tacado no chão pelo impulso de um abraço, olhei para frente assustado e
vi os olhos cor de chocolate de Hazel. Sorri e abracei, Hazel se tornou minha única família,
de certa forma.

— você estava incrível! Tinha que ver! Vocês ficaram mágicos lá! —ela disse, sorridente.

Dei uma risada e baguncei seu cabelo. Reyna nos ajudou a se levantar e me lembrei o
quanto minha mãe Reyna foi e é. Minha mãe, Maria Di Ângelo, faleceu quando eu tinha
apenas oito anos, minha irmã mais velha, Bianca Di Ângelo, morreu no mesmo dia, em um
acidente de carro quando ainda morávamos em Veneza.

Hazel estava no primeiro ano da faculdade de arqueologia, em São Francisco, Califórnia,


me perguntei se havia abdicado muito de seu tempo para estar ali.

Quando me levantei, Hazel começou a falar, enquanto Reyna me deu um copo de água.

— eu estava com tanta saudade! —ela continuou— o Frank tá lá embaixo! Ele ficou para
conversar com uns amigos que encontrou.

— legal. —sorri, enquanto tomava água.

— como tem sido a vida de cantor? —ela perguntou, ansiosa e alegre.

— vida é uma palavra forte. —brinquei, vendo ela fazer uma careta.

— emo boy, onde vamos depois do show? —Leo perguntou a mim.

Lancei para ele um olhar de “cala a boca”.

— para o apartamento. —afirmei entredentes.

Ele pareceu entender o recado, deu uma risada sem graça e nervosa enquanto coçava a
nuca. O resto do grupo e as mães ali presentes olharam desconfiados para nós dois.
Esperanza colocou as mãos na cintura e se pôs à frente do filho.

— vai aonde, Valdez? —ela perguntou, sabendo exatamente o filho que tem.
— p'ro apartamento. —ele sorriu nervoso.

A mãe dele olhou desconfiada para nós.

— acho bom mesmo. —afirmou.

Não fomos para o apartamento.

Para a surpresa de exatas zero pessoas, além de extremamente animado, Leo é um grande
festeiro. Para a surpresa de meio mundo, eu também. Não tenho nada de animação, até
pisar em uma festa; aí eu mudo até de DNA.

Escapamos dos seguranças e fugimos do prédio, com "disfarces", pela saída de


emergência. Ei, era uma emergência, ok?

Nós estávamos com roupas de festa, claro, debaixo do enorme moletom, bonés, óculos e
máscara para fugir dos seguranças, Thalia, Percy, Reyna e Annabeth. Assim que
estávamos fora do perigo do esporo coletivo, tiramos os moletons e deixamos na portaria,
assim o porteiro provavelmente pegaria e guardaria na recepção. Jogamos as máscaras
fora e trocamos os óculos escuros por óculos com lentes coloridas; as de Leo em um
degradê entre vermelho e laranja, já as minhas entre azul e verde.

— despistar os seguranças? —Léo começou nossa lista de rotina.

— confere.

— estamos gatos?

— só falta miar.

Modéstia parte, nós estávamos lindos. Léo estava com cabelo desgrenhado de forma meio
arrumada de sempre, uma blusa larga branca, calça cargo na cor verde musgo e coturnos
pretos com cadarços personalizados para parecer fogo. Eu estava com calça jeans preta e
rasgada, top masculino de gola roxo, botas de couro sintético preto, uma blusa de flanela
em tons escuros. Cabelo trançado na lateral e meus acessórios habituais.

— telefones no silencioso para vermos o tamanho da bronca só amanhã?

Pegamos nossos celulares e colocamos no silencioso.

— confere. —afirmei.

— partiu noite do crime! —ele exclamou, me puxando na direção de uma boate da cidade
A boate estava linda e caótica, tinha um karaokê no final, luzes chamativas por todos os
lados, mini-bar e uma pista de dança enorme e lotada. Léo me puxou até o mini-bar e
sentamos nos bancos que rodeavam a bancada. Vimos as músicas passando e Léo
começou a berrar quando "Lady to the sky" começou a cantar, já que é uma música que foi
composta por ele.

— oh, lady! I go kissed you in the sky, all the night! tonight, tonight! —nós berramos,
chamando alguns olhares pelas vozes similares às de quem estava cantando a gravação.

Por que será, não é mesmo?

— posso te pagar um drink? —uma voz soou atrás de mim.

Antes de me virar, vi o rosto em desespero de Léo enquanto ele passava os dedos no


pescoço, como se falasse "abortar missão! Abortar missão!". Me virei apenas para ver o
mesmo garoto que estava sempre nos nossos shows. Porque não?, pensei. Minha mãe me
daria uma coça por isso.

Ele se sentou ao meu lado com um sorriso gentil no rosto.

— ah, claro. Porque não? —disse, retribuindo o sorriso gentil dele.

Léo bufou e passou a mão no rosto, como se falasse "merda".

Tomei um drink de tequila e mais alguma coisa que não lembro, acabei conversando muito
com o Will. Ele foi bem gente boa. Descobri que ele só está em quase todos os shows da
banda pois faz parte de um teatro que tem algum tipo de parceria com a gente e acaba
ganhando o ingresso de graça.

Minha mãe tiraria dois dentes meus no tapa pelo o'que fiz á seguir; fui sozinho para a casa
de um estranho. Ele era simpático e respeitoso, mas é assim que os sequestros acontecem.
Crianças, não sigam o exemplo do tio Nico aqui, eu poderia ter virado cadáver viu.

A casa de Will era completamente aconchegante, me lembrava a casa da minha mãe.


Estávamos meio bêbados, mas ainda tínhamos a capacidade de ficar na ilha da cozinha
preparando coquetéis e drinks com coisas aleatórias pela geladeira dele. Ficamos na sala
vendo um filme de comédia que provavelmente era muito chato, mas nossa risada estava
tão frouxa pela bebida que rimos até perder o fôlego.

Como esperado, em vinte minutos, nossas roupas estavam estiradas no chão; assim como
a minha dignidade por perder a virgindade no sofá de um carinha que tecnicamente conheci
no bar.

Os lábios macios e quentes passeavam inquietos pelo meu pescoço e todo meu corpo,
trazendo formigamento onde quer que encostassem. Tentei piedosamente não arranhar
muito as costas dele, mas toda minha piedade se foi ao sentir provocações por todas as
áreas sensíveis do meu corpo.
O êxtase de ultrapassar meus limites ali, foi mais mágico do que qualquer show que eu
possa ter feito.

Will sabia extremamente o que estava fazendo e o que precisava fazer para ter prazer,
enquanto eu simplesmente seguia seus comandos corporais.

Revirava os olhos de prazer sentindo minha derme cada vez mais quente, o suor
escorrendo nossos corpos que colidiam um ao outro com frequência. Minha visão dilatava
enquanto meu corpo pulsava estranhamente devagar, como um transe.
Agarrei o ombro dele como apoio por várias vezes, me esforçando para não gritar a todo
momento e provavelmente acordar toda a vizinhança.

Olhei para o lado, com o olhar perdido na luxúria momentânea. Em tal momento, apenas
senti beijos no meu pescoço, beijos que não demoraram muito para se tornar mordidas e
chupões. Marcando todo o meu pescoço e peitoral com marcas arroxeadas. No momento,
não tive a preocupação de como as esconderia, apenas gemer me veio à mente.

Duas, três ou quatro rodadas; não faço a mínima ideia. Quando finalmente caímos
cansados no sofá, já era praticamente manhã. Lembro de me aconchegar no corpo
adormecido de Will que me abraçava por trás e cair no mundo dos sonhos.

Eram duas e meia da tarde quando eu acordei. Estava com uma muda de roupas
desconhecidas por mim e não estava grudento de suor e outros líquidos duvidosos. Bocejei
e me sentei em uma cama desconhecida, me lembrava de ter ido dormir no sofá com Will, o
que estava fazendo ali era um mistério. Olhei em volta até acordar completamente e ser
guiado para fora do quarto pelo cheiro maravilhoso de Waffles e Bacon.

Segui até a porta da cozinha, para ver um loirinho cozinhando cantarolando músicas da
Taylor Swift.

— bom dia. —falei.

— ah, bom dia. —disse, sorrindo gentil.

Aparentemente o fuso horário de Will funciona de uma forma diferente, já que eram quase
três da tarde quando fomos tomar café da manhã.

— toma. —ele me entregou o meu celular— tentei colocar para carregar, mas o meu
carregador deu pal! Se quiser avisar para alguém que não morreu pode usar o meu celular.

Ele me deu o celular dele. Pedi obrigado, liguei para Léo, que provavelmente estava caído
em alguma esquina. Ele me atendeu e falou que estava na casa de uma amiga que aceitou
ser a desculpa dele caso perguntem onde ele estava. Em seguida, liguei para Frank. Ele
provavelmente avisaria que eu to vivo sem fazer muitas perguntas, então era perfeito.
Como sou super responsável, passei metade do dia na casa dele antes de ir para o
apartamento que divido com Percy, Thalia e Leo. Will me levou, mas só até a entrada do
condomínio e não antes de pararmos no drive-thru do McDonald's e ficar no
estacionamento de lá comendo batatas e milkshake de morango. Quando pisei no
apartamento, vi olhares de medo e desespero se transformarem em ódio tão rápido que
senti dó de mim.

— você.. —Annabeth disse, apontando para mim e se aproximando com uma aura
assassina.

Percy parou ela, poupando minha vida. Em compensação me lançou um olhar de "só tô
segurando ela por que não quero limpar sangue do carpete".

Consegui fugir para o meu quarto e colocar meu celular para carregar. Fiquei o resto do dia
lá, me escondendo das broncas.

Esse era o meu plano.

Para falar a verdade, fui escoltado até o quarto por meus amigos. Depois de colocar o
celular para carregar, fui basicamente ameaçado para contar tudo que aconteceu. Annabeth
quis me enforcar enquanto eu falava que fugi para uma boate. Preferi ocultar a parte de sair
de lá com um completo estranho e ter dormido com ele e blablabla.

— seu louco! —a loira disse, completamente irritada— o Léo foi com você?

Léo me olhou suplicante.

—não. —falei— ele foi para a casa da Piper.

Qualé, nunca entregue os seus.

— Di Ângelo; se fizer isso mais uma vez… —a garota disse, em tom de ameaça.

— de quem é essa roupa? —Léo perguntou, olhando curioso para mim— que eu saiba você
não tem moletom verde água. Muito menos calça branca.

Pensei seriamente em entregar ele.

Até o momento ninguém tinha notado as roupas diferenciadas. Dei uma desculpa besta, e
tinha aparentemente convencido eles, mas pelo visto o universo me odeia. No mesmo
momento uma notificação chegou no celular de Annabeth, assim que ela abriu, era de uma
conta de fofocas no Twitter.

Em primeiro lugar, achei um desrespeito não esperarem nem uma hora para descobrirem
da minha vida. E em segundo, porque caralhos eles não acertam meu nome?! Qual a
dificuldade de por um assento em "Ângelo"?! Mas enfim.
Annabeth virou o celular para mim com uma expressão de raiva.
— caso fantasma, Nico? —Annabeth disse, entregando o celular para mim para que eu
pudesse ler.

Thalia se sentou ao meu lado para poder ler.

— “vocalista da banda ‘hot sky’, Nico Di Angelo, é visto saindo do carro de um anônimo pelo
final da tarde, fontes afirmam ter visto o cantor sair da residência do ator teatral, William A.
Solace…” —Thalia fez uma pausa para me olhar incrédula— ele é um ator?!

— essa é a sua preocupação? —perguntei, olhando com uma careta desanimada para ela.

Thalia puxou a gola do moletom para ver meu pescoço todo marcado.

— tem algo mais para nos contar? —ela pareceu mais animada do que irritada.

Suspeito.

— não, não tenho. Sou só um adolescente que gosta de sair. E vocês jovens chatos! —
afirmei.

Os quatro saíram do quarto, e de repente, minha mente esbanjava poesia e palavras


pediam para fluir até o papel. Pensei em alguns momentos da noite passada; da fuga das
galinhas, da saída balada com um desconhecido conhecido, passar a noite e o dia com o
meu possível stalker e etc. Foi assim que criei uma nova música. Ali estava a letra de
"sunny night", me senti orgulhoso pela letra, mas não seria algo que gostaria de publicar.

Deixei o caderno de lado, olhando para meus instrumentos de forma pensante. Mas então
me levantei repentinamente e peguei meu violão e comecei a testar alguns acordes. Estava
gostando até o momento, desviei o olhar para a porta do quarto, vendo Leo encarando o
fundo da minha alma.

— eca, criando música para caso de uma noite? —ele zoou, sentando ao meu lado— ai, é
essa parte de santidade? Menino, vai viver direito.

Revirei os olhos sorrindo, descansando o violão na minha coxa e olhando para ele.

— cala boca, Leo! Você fez música pra relacionamento tóxico achando que era amor!

Ele apoiou as mãos na cama.

— Quer mesmo discutir sobre músicas? "I Need My Father" é super saudável, né?

— Você tem um ponto.

— um?

— beleza, vários.
Ele riu, pegando meu caderno de anotações. Ele passou os olhos pela letra, arregalando os
olhos.

— garoto..

— 'tá muito ruim? —franzi o rosto, fazendo uma careta hesitante.

— não! Não. De jeito nenhum! Você vai publicar, certo? —perguntou esperançoso. Ao ver
minha careta não mudar para melhor, e sim para pior, ele inclinou a cabeça, franzindo as
sobrancelhas e os lábios— certo?

— olha, Leo, essa música não é só sobre mim, não posso postar ela.

— mas não tem o nome dele aqui! —exclamou, decepcionado.

— sinto em lhe dizer, mas não funciona assim.

Ele revirou os olhos e bufou, colocando o caderno onde estava e se jogando


completamente na minha cama.

— Por quê?! —dramatizou, cobrindo os olhos com o antebraço— oh mundo cruel!

Continua 💋

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