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Doutor em Direito Tributário, Mestre e Especialista em Ciências Penais pela Universidade
Federal de Minas Gerais (UFMG), Professor Titular do Programa de Pós-Graduação em
Direito Constitucional da Universidade de Fortaleza (Unifor – Mestrado e Doutorado),
Líder do Grupo de Pesquisa “Tutela penal e processual penal dos direitos e garantias
fundamentais” (Unifor), vinculado ao Laboratório de Ciências Criminais (Lacrim – Unifor),
Membro do IBRASPP – Instituto Brasileiro de Processo Penal, sendo Coordenador Regional
do Estado do Ceará, Advogado Criminalista. E-mail: nestoreasantiago@gmail.com.
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Mestranda em Direito Constitucional pelo Programa de Pós-Graduação da Universidade de
Fortaleza – Unifor, Bacharel em Direito pela Universidade de Fortaleza – Unifor, Advogada.
E-mail: andreadeboni@edu.unifor.br.
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INTRODUÇÃO
O Supremo Tribunal Federal (STF) voltou a discutir, recentemente, a
inconstitucionalidade do art. 28 da Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006,
por meio do julgamento do Recurso Extraordinário (RE) nº 635.659, que teve
repercussão geral reconhecida em 2011. O debate diz respeito à análise da
descriminalização do porte de droga para uso próprio em face do que prevê a
Constituição Federal de 1988 (CF), no art. 6º, caput, direito fundamental à saú-
de, e no art. 5º, inciso X, que garante os direitos à intimidade e à vida privada.
O assunto é polêmico e não deve ser facilmente resolvido pelo STF, vez
que envolve uma discussão que há muitos anos vem mobilizando diversos
setores da sociedade, não só no âmbito jurídico, mas também na esfera da
saúde, da sociologia, da antropologia, com a busca de uma definição que
aponte se o uso da droga é um assunto de saúde pública ou de polícia e sobre
quais são os melhores meios para diminuir os malefícios, entre políticas pú-
blicas de prevenção e redução de danos e a repressão penal.
Logicamente, o STF não tem como trazer resposta para tais questio-
namentos, mas também não pode se eximir de julgar o caso. Cabe, portanto,
àquele Tribunal, à luz dos direitos fundamentais amplamente assegurados
na CF, analisar até que ponto pode o Estado intervir na esfera privada do in-
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divíduo em nome de um bem maior que se diz tutelar pelo artigo em questão,
a saúde pública, ou, melhor, trata-se de aferir se de fato há lesão a esse bem
jurídico que legitime a atuação do Direito Penal.
Diante disso, os Ministros do STF estão com a missão de tomar uma
decisão que trará diversas mudanças para a sociedade, uma vez que, com
a descriminalização, o usuário sai da posição de criminoso para a posição
de vulnerável que merece atenção das esferas da saúde; com a manutenção
do crime, por outro lado, a política proibicionista é reafirmada. De qualquer
modo, a decisão final, para ser válida e legítima, deverá estar de acordo com
a CF, norma superior, que serve de fundamento de validade às leis, aos atos
e às decisões de todos os poderes.
Dessa forma, o objetivo geral desse artigo consiste em avaliar se a aná-
lise acerca da descriminalização do porte de drogas para uso pessoal pelo
STF se coaduna com a teoria do garantismo e, assim, se seria esta a decisão
mais coerente no Estado Democrático de Direito. Os objetivos específicos são
verificar a compatibilidade da teoria do garantismo com o ordenamento ju-
rídico brasileiro e com a função do STF, à luz do princípio da ofensividade, e
avaliar os três votos até então prolatados no RE 635.659, tendo em vista que o
julgamento ainda não foi concluído.
Verifica-se que, de acordo com a teoria do garantismo, desenvolvida
por Luigi Ferrajoli, o poder punitivo do Estado se vê limitado ao que prescre-
ver os direitos fundamentais, de modo que a aplicação da pena somente se
justifica quando demonstrada a sua necessidade e o caráter lesivo da conduta
do agente: admitir a interferência do Direito Penal em casos em que a ofensa
gerada não ultrapassa a esfera pessoal do indivíduo é oposto à ideia garantis-
ta e, portanto, fere as bases do Estado Democrático de Direito.
Desse modo, para que a criminalização do porte de drogas para uso
próprio possa ser considerada legítima, é necessária a demonstração de que
essa conduta representa lesão, ou ao menos perigo de lesão, ao bem jurídi-
co que se diz tutelar, no caso, a saúde pública. Somente dessa forma estaria
justificada a aplicação de uma sanção penal. Caso não seja comprovado o
dano à saúde pública, a melhor decisão a ser tomada pelo STF é pela descri-
minalização, em consonância com os direitos fundamentais à privacidade e à
intimidade do usuário.
Para confirmar a hipótese, utiliza-se de pesquisa bibliográfica e docu-
mental do tipo pura, uma vez que se baseia, primordialmente, em estudos
de artigos de periódicos, livros de doutrina, notícias de revistas e de jornais
on-line, bem como na análise de dispositivo legal e dos três votos até então
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proferidos pelo STF acerca do tema, tendo em vista que o julgamento ainda
não foi concluído, tudo com a finalidade de ampliar o conhecimento e fomen-
tar a discussão sobre o assunto. Quanto à abordagem, é qualitativa, vez que
parte de uma reflexão sobre as ações humanas e sociais. Quanto aos objeti-
vos, é descritiva e exploratória.
O desenvolvimento do presente artigo está dividido em três partes: o
primeiro tópico aborda a teoria do garantismo de Luigi Ferrajoli, relacionan-
do-a ao ordenamento jurídico brasileiro, a fim de demonstrar sua compati-
bilidade. No segundo tópico há a explanação do princípio da ofensividade
como necessário à justificação da imposição de sanção criminal. Por fim, no
terceiro tópico há a análise dos três votos já proferidos acerca da descrimi-
nalização do uso de drogas pelo STF1, bem como de outras decisões deste
Tribunal acerca do tema, tudo em conexão com a teoria garantista.
Logo, nesse trabalho discute-se sobre a teoria do garantismo em con-
sonância com o ordenamento jurídico brasileiro e o papel do STF como Cor-
te Constitucional no Estado Democrático de Direito a partir da análise do
princípio da ofensividade, segundo o qual se faz necessária a demonstração
de lesão, ou ao menos perigo de lesão, a bem jurídico de terceiro para que
se autorize a intervenção do Direito Penal na esfera individual das pessoas,
mais especificamente em relação à decisão a respeito da descriminalização do
porte de drogas para uso pessoal ora em análise pelo STF.
3 O princípio da lesividade é identificado na doutrina ora com essa denominação, ora como
princípio da ofensividade. Alguns autores defendem que ofensa seria gênero do qual lesão
é espécie. Porém, neste trabalho, os dois termos serão abordados como sinônimos, tendo em
vista que os objetivos desse artigo não permitem maiores aprofundamentos nesse sentido.
No entanto, para maiores informações, recomenda-se consultar David (2015, p. 17-57).
4 Mais informações sobre os direitos humanos, suas características, sua abrangência, bem
como a cópia da Declaração Universal dos Direitos Humanos, podem ser facilmente
acessadas na seguinte página: http://www.dudh.org.br/.
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2 PRINCÍPIO DA OFENSIVIDADE
A fim de demonstrar os motivos que justificam “Quando proibir?”,
Ferrajoli (2014, p. 422-440) idealizou os axiomas nulla lex poenalis sine necessi-
tate (A3) e nulla necessitas sine injuria (A4) ou, em outras palavras, princípios
da necessidade e da lesividade, diretamente relacionados à separação im-
prescindível entre Direito e Moral, a partir da qual a punição de condutas
simplesmente imorais ou de cunho íntimo não é permitida, ou seja, conduta
que não represente lesão ou perigo de lesão a terceiro ou a bem jurídico rele-
vante para a sociedade deve ser tolerada, ao menos penalmente.
Assim, o Direito Penal garantista fica adstrito a uma atuação mínima,
apenas nos casos em que for estritamente necessário para proteger de lesão
ou perigo concreto de lesão a bens jurídicos de terceiros, de modo que fica
afastada a criminalização de condutas que não se justifiquem, seja no aspecto
quantitativo, delitos de bagatela, como contravenções; seja no aspecto qua-
litativo, delitos não lesivos a terceiros; seja no aspecto estrutural, delitos de
atentados, de perigo presumido ou abstrato, em que há punição à mera deso-
bediência (Ferrajoli, 2014, p. 439).
O princípio da lesividade, desse modo, serve de limite tanto para a
atividade do legislador quanto para a atividade do aplicador do direito. No
primeiro caso, impondo restrições à previsão de condutas criminais, tendo
em vista que, dentro do Estado Democrático de Direito, não se permite a pu-
nição de estado anímico (ideais, convicções e desejos); de condições existen-
ciais do ser, ao invés do fazer; de condutas que, ainda que ilícitas, não afetem
nenhum bem jurídico; e de condutas que não excedam o âmbito do próprio
autor, como a autolesão (Arêdes, 2011; Batista, 2015, p. 90-91).
No segundo caso, impondo restrições à concretização do tipo, momen-
to em que se deve aferir se determinada conduta, mesmo típica, foi suficiente
para lesionar o bem jurídico tutelado, o que só em caso afirmativo justificaria
a aplicação da sanção penal. Portanto, além de norte para o legislador, o prin-
cípio da ofensividade também deve ser de observância obrigatória pelo juiz
ao analisar o caso concreto, inclusive para afastar a constitucionalidade de
norma que venha a contrariá-lo (Arêdes, 2011; David, 2015, p. 34).
Vislumbra-se, assim, que o objeto de proteção do Direito Penal é o bem
jurídico, pois só pode ser considerada legítima a proibição de determinada
conduta ou a aplicação da sanção se houver lesão a um bem jurídico de ter-
ceiro, cuja definição que mais influenciou os penalistas brasileiros foi desen-
volvida por Claus Roxin, para quem bem jurídico nada mais é do que dados
fundamentais determinantes para a formação pessoal dos indivíduos, por
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p. 115), em 1764, acaba por criar novos crimes ao invés de prevenir o cometi-
mento dos já existentes.
Além do que, no momento em que o art. 28 da Lei de Tóxicos prescreve
que as condutas ali descritas destinam-se ao consumo pessoal, já se vê a in-
compatibilidade com a natureza do bem jurídico que se diz tutelar, no caso,
a saúde pública, que não sofre, nem está ameaçada de sofrer, qualquer lesão,
pois se o consumo é pessoal, por obviedade não transpõe a esfera do consu-
midor e, dessa forma, não pode atingir, por total impossibilidade, a saúde de
mais ninguém que não a dele mesmo e, se não há lesão, ofensa, a terceiro, não
pode haver punição criminal (Garcia, 2012, p. 7).
Portanto, dentro da esfera de análise do princípio da ofensividade, não
há nada que sustente a manutenção da incriminação do porte de drogas para
consumo pessoal, uma vez que não há, sequer, lesão ao bem jurídico que se
diz resguardar com a norma incriminadora. A lesão ocasionada não trans-
cende a esfera da integridade do próprio consumidor, ou seja, o indivíduo
que opta por consumir a droga não está causando dano a ninguém além de
a ele mesmo, daí porque se pode dizer, inclusive, que a sua penalização é
ineficaz e impossível de ser legitimada sob o viés garantista.
No entanto, apesar de tudo que foi dito, tendo em vista que atualmente
consta no ordenamento jurídico brasileiro a previsão legal do crime de porte
de drogas para consumo pessoal, por opção do legislador, mesmo em contra-
riedade ao princípio da ofensividade, cabe agora ao STF analisar essa crimi-
nalização, a partir dos direitos e das garantias fundamentais constitucionais,
bem como dos princípios inerentes ao Direito Penal, para, enfim, chegar à
solução mais adequada e legítima para o caso em questão, esteja ela em con-
formidade ou não com o desejo da maioria.
5 Os votos dos Ministros que já se manifestaram no caso ainda não estão documentados no
processo, mas podem ser encontrados no Portal de Notícias do site do Supremo Tribunal
Federal, no caso dos votos do Ministro Gilmar Mendes e Edson Fachin, e no blog pessoal do
Professor Luís Roberto Barroso: Vida acadêmica, jurisdição constitucional e debates públicos.
6 Os arts. 18 a 23 da Lei nº 11.343/2006 trazem uma série de medidas preventivas e de redução
de riscos, bem como meios de reinserção do usuário à sociedade como objetivos do Sistema
Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas. Os arts. 18 e 19 tratam da prevenção do uso
indevido, e os arts. 20 a 23 das atividades de atenção e de reinserção social de usuários ou
dependentes de drogas.
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cia maconha, de modo que o porte de todas as demais drogas para consumo
pessoal continuaria sendo crime, na opinião do Ministro.
O Ministro Luiz Edson Fachin, por sua vez, destacou em seu voto que o
princípio da ofensividade tem sede constitucional na opção feita pelo Estado
brasileiro por um Direito Penal do fato e não do autor, bem como na impos-
sibilidade de criminalização de condutas que não atinjam um fundamento
constitucionalmente assegurado, pois somente em caso de dano efetivo ha-
veria legitimidade da interferência coercitiva do Estado por meio do Direito
Penal na autonomia das pessoas, vez que esse não é o único meio de proteger
bens jurídicos, mas é certamente o mais gravoso.
O Ministro Edson Fachin, portanto, fundamentou seu voto nos princí-
pios da proporcionalidade e, sobretudo, da ofensividade, razão que o levou
a declarar a inconstitucionalidade do art. 28, porém assim como o Ministro
Luís Roberto Barroso, sem redução de texto, pois se ateve unicamente à aná-
lise da substância específica do caso concreto, a maconha. Por fim, destacou
que o consumo dessa droga é muito mais um problema de saúde que de
polícia e, por isso, deve ficar sob os cuidados de ações voltadas para aquele
campo, e não do Direito Penal.
Ressalte-se que a manifestação do STF acerca da inconstitucionalida-
de do dispositivo questionado está de acordo com a teoria garantista, que,
apesar de ser baseada primordialmente no princípio da legalidade, segundo
o qual o papel do juiz é regulado pelos limites da lei, não vê na tipificação
do delito condição suficiente para sua legitimidade, pois, além de vigente, a
lei, para vincular o juiz, deve ser válida, ou seja, deve estar de acordo com
as normas superiores, formal e materialmente, de modo que, diante de uma
suspeita de invalidade, o juiz não está obrigado a aplicá-la (Ferrajoli, 2014,
p. 805-808).
Além do que a teoria garantista reconhece o papel da jurisdição de
remover do sistema antinomias e apontar lacunas, ainda que a decisão fi-
nal tenha caráter contramajoritário, ou seja, determine a retirada do ordena-
mento jurídico de uma norma elaborada por representantes da maioria, pois,
mesmo em uma democracia, ou melhor, exatamente por se tratar de uma
democracia com viés garantista, não se pode, em nome da maioria, restringir
direitos fundamentais das minorias, de forma a desrespeitar os princípios
fundamentais valorativos que constituem a base de um sistema garantista,
como o é o da lesividade (Ferrajoli, 2012, p. 39; Ferrajoli, 2014, p. 790).
Assim, fica claro que a apreciação pelo STF acerca da constitucionalida-
de do art. 28 da Lei nº 11.343/2006 faz-se legítima dentro do Estado Democrá-
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tico de Direito que adotou a teoria garantista do Direito Penal e que, com base
nisso, é papel dos três Poderes – Legislativo, Executivo e Judiciário – primar
pelo cumprimento da CF, especialmente no que diz respeito à observância
e ao cumprimento das garantias e dos direitos fundamentais por meio dela
positivados.
CONCLUSÃO
Diante de todo o exposto, não há dúvidas de que a teoria garantista de
Ferrajoli se encaixa perfeitamente no ordenamento jurídico brasileiro, uma
vez que a CF trouxe em seu bojo uma série de direitos e garantias funda-
mentais que correspondem tanto a deveres de contenção como deveres de
prestação para o Estado, a depender do caso, como, por exemplo, o dever de
respeitar a intimidade e a vida privada que, ao mesmo tempo, consubstan-
ciam no dever de garantir que tais direitos sejam preservados.
No que diz respeito especificamente ao Direito Penal, ramo do Direito
de maior controle social devido à natureza gravosa da sanção que impõe,
tanto privativa de liberdade quanto restritiva de direitos, há princípios ga-
rantistas adotados pelo Estado brasileiro, alguns de forma expressa, outros
implicitamente, que asseguram uma intervenção mínima desse ramo, ape-
nas quando estritamente necessário, como último instrumento de proteção a
bens jurídicos e a valores sociais.
Destaca-se entre esses princípios o da ofensividade, segundo o qual a
proibição de determinada conduta só se justifica se houver injúria, ou me-
lhor, lesão ou ameaça de lesão a bem jurídico de terceiro. Não cabe, desse
modo, a punição de pensamentos, modo de vida, escolhas próprias, que não
transponham a esfera da individualidade e que sejam incapazes de atingir a
outrem, pois o contrário seria legitimar um Direito Penal do autor, de respon-
sabilidade objetiva, ilegítimo para o Estado Democrático de Direito.
O mencionado princípio serve de norte ao legislador, mas também ao
Judiciário, especificamente no caso em questão, ao STF que exerce o papel de
Corte Constitucional, a quem cabe fazer o controle de constitucionalidade
formal e material das normas inferiores, ocasião em que deve apreciar todo o
sistema jurídico para chegar a uma decisão final que reflita, ao mesmo tempo,
a harmonia do ordenamento jurídico, a justiça esperada para o caso concreto
e que, enfim, seja eficaz, pois, do contrário, de nada servirá.
Assim, no que diz respeito à descriminalização do porte de drogas para
consumo pessoal, consequente declaração de inconstitucionalidade do art. 28
da Lei nº 11.343/2006, restou comprovado que essa seria a decisão mais acer-
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Relatora originária. Precedentes (HCs 92.961, 87.478, 90.125 e 94.678, Rel. Min.
Eros Grau). Não constitui crime militar a posse de ínfima quantidade de substância
entorpecente por militar, a quem aproveita o princípio da insignificância. Habeas Corpus
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______. Supremo Tribunal Federal. Habeas corpus. Crime militar. Conscrito ou recruta
do exército brasileiro. Posse de ínfima quantidade de substância entorpecente em
recinto sob administração castrense. Inaplicabilidade do postulado da insignificância
penal. Incidência da Lei Civil nº 11.343/2006. Impossibilidade. Resolução do caso pelo
critério da especialidade da legislação penal castrense. Ordem denegada. Habeas Corpus
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da União. Autoridade Coatora: Superior Tribunal Militar. Relator: Ministro Ayres Britto.
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qfls9ca>. Acesso em: 25 out. 2015.
______. Supremo Tribunal Federal. Penal. Penal. Habeas corpus. Art. 28 da Lei
nº 11.343/2006. Porte ilegal de substância entorpecente. Extinção da punibilidade.
Reconhecimento da prescrição da pretensão punitiva estatal. Ínfima quantidade.
Princípio da insignificância. Inaplicabilidade. Periculosidade social da ação. Existência.
Crime de perigo abstrato ou presumido. Precedentes. Writ prejudicado. Habeas Corpus
nº 102.940/ES. Paciente: Admilson Pereira dos Santos. Impetrante: Defensoria Pública
da União. Autoridade Coatora: Superior Tribunal de Justiça. Relator: Ministro Ricardo
Lewandowski. Julgamento em: 15.02.2011, publicado no DJe 065 de 05.04.2011.
Disponível em: <http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.
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______. Supremo Tribunal Federal. Penal. Habeas corpus. Art. 28 da Lei nº 11.343/2006.
Porte ilegal de substância entorpecente. Ínfima quantidade. Princípio da insignificância.
Aplicabilidade. Writ concedido. Habeas Corpus nº 110.475/SC. Paciente: Pablo Luiz
Malkiewiez. Impetrante: Daisy Cristine Neitzke Heuer. Autoridade Coatora: Superior
Tribunal de Justiça. Relator: Ministro Dias Toffoli. Julgamento em: 14.02.2012,
publicado no DJe 054 de 14.03.2012. Disponível em: <http://www.stf.jus.br/portal/
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