Você está na página 1de 35

TOY STORY

UMA AVENTURA TEATRAL

Livre Adaptação/Direção de Babi Mazzo

Oficina de Teatro Gabriel Engel – CAGE

Turma Ad.2 | Peça de Finalização


PERSONAGENS

 Xerife Woody –
 Buzz Lightyear –
 Jessie –
 Andy –
 Mãe do Andy –
 Mãe do Sid -
 Sid –
 Betty –
 Aliens –
 Rex –
 Sr. Cabeça de Batata –
 Sra. Cabeça de Batata –
 Porquinho –
 Slinky –
 Sargento –
 Mr. Spell (Microfone) –
 Wheezy –
 Brinquedos do Sid –
 Soldados –
 Emily –
 Bonnie –
 O Garra -

EQUIPE

 Roteiro -
 Argumento -
 Sonoplastia -
 Direção Musical -
 Figurino -
 Iluminação –
 Cenografia –
 Direção Geral –
CENA 1 – ABANDONO DE JESSIE

A cortina se abre. No palco, há uma grande caixa, aparentemente vazia.


Na boca de cena, revistas, maquiagens e esmaltes jogados. Do outro lado
vemos Emily brincando com Jessie e o Bala no Alvo (brinquedo) ao som da
música “Quando eu era amada”.

Em determinado momento da música, Emily percebe os objetos que a


fazem crescer, inevitavelmente, e deixa o brinquedo cair no chão. Se distrai
com os novos interesses. Vemos Jessie a espiar de dentro da caixa sua
imagem abandonada e sua dona a esquecendo.

Emily se volta para trás, e acaba reencontrando por acaso, sua velha
boneca. Jessie reage com alegria. Até que percebe que estaria sendo
abandonada naquela caixa velha. Emily abraça sua infância pela última
vez e vai embora pela coxia contrária. Fade out lento acompanhando o fim
da música. Foco em Emily que volta se sentando na boca de cena.

EMILY – O que acontece quando saímos dos nossos quartos? Quem


garante que não há vida ali quando não estamos observando? Será que
nossos melhores amigos e companheiros da infância realmente não
tinham consciência? Não dá pra ter certeza absoluta. De nada. Será que se
sentiram felizes quando brincávamos? Será que o meu crescer os
machucou? De uma coisa, eu sei. A gente não se esquece.

CENA 2 – O RESGATE DE ANDY

A caixa está aberta e virada no meio do palco. Conseguimos ver metade de


Jessie pra fora. Andy entra por uma coxia, vai até a boca de cena e começa
a narrar com o corpo e sons, a brincadeira com seus brinquedos. A cena da
brincadeira acontece do outro lado do palco com os respectivos
personagens. Jessie percebendo a movimentação, acaba olhando curiosa.
Mas fica entre não demonstrar vida para a criança, mas tenta chamar a
atenção dos brinquedos. Música de Suspense.

SR. CABEÇA DE BATATA – Vocês! Não se movam! Isso é um assalto!


Esvaziem o cofre agora!

Os outros brinquedos pegam o Porquinho no colo e sacodem três vezes.


Moedas caem.

SR. CABEÇA DE BATATA – Grana! Grana! Grana!

BETTY – Pare agora, sua... sua... batata malvada!

SR. CABEÇA DE BATATA – Quieta Betty! Ou suas ovelhas sofrerão!

SRA. CABEÇA DE BATATA – Meu deus! Como ele é fascinante.

TODOS OS BRINQUEDOS – Batata!

BETTY – As minhas ovelhas, não! Seu maníaco!

REX – Gente, eu to com medo! (grita)

BETTY – Quem poderá me defender?

Todos se afastam.

BETTY (disfraçando) – Frouxos.

WOODY – Mãos ao alto, Sr. Cabeça de Batata!

SR. CABEÇA DE BATATA (trêmulo) – Xerife Woody?!

WOODY – Vai se entregar sem reagir?

SR. CABEÇA DE BATATA – Não pode tocar em mim, Xerife! Eu trouxe meu
cão de ataque com campo de força embutido. E além disso, o exército
está comigo!

Marcha do Sargento e seus Soldados.

SARGENTO – Sentido!

WOODY (quebrando a quarta parede, Andy congela) – É impressionante


como a força militar sempre se associa às pessoas erradas!
SR. CABEÇA DE BATATA – O que está querendo insinuar?

WOODY – Eu trouxe o meu di-nos-sau-ro. Você tem um? Imaginei que


não. O meu dinossauro come cães com campo de força. E homenzinhos!
Você vai para a cadeia, Batatão! Diga adeus à sua mulher e aos seus filhos.

SRA. CABEÇA DE BATATA – Meu amor! Você está com tudo que precisa?

ANDY – Você salvou o dia de novo, Woody!

WOODY – Você é meu delegado favorito!

MÃE DO ANDY (coxia) – Andy, você passou repelente antes de ir brincar


no quintal? Venha almoçar, já está pronto!

ANDY – Já vou, mãe!

No momento em que Andy se vira, ele percebe a caixa jogada no quintal.

ANDY – Mãe, você deixou isso... aqui... Meu deus é um brinquedo novo!
(Ajudando Jessie a levantar, a levando para onde os brinquedos estão
congelados)

JESSIE – “Quando eu sou amada, vejo o mundo todo azul, tudo que vamos
viver, diz ao coração, com seu amor...” (canta acusticamente)

ANDY (saindo) – Mãe, eu achei um brinquedo lá no quintal!

CENA 3 – O INTERROGATÓRIO

Jessie está sentada no centro de uma meia-lua. Os outros brinquedos


estão sentados em cubos de letras. Todos estão com lanternas, apontando
pra ela. No momento em que falam, dirigem as lanternas a seus próprios
rostos. O sargento vai ao meio da roda, empurrando o Rex:

REX (ruge) – Acho que ainda não peguei o jeito. Preciso treinar melhor.

SARGENTO – Pelo o que estou informado, o aniversário do Andy é daqui a


duas semanas. Quem é você?

JESSIE – Você pode me soltar, por favor? E aí eu digo.


SRA. CABEÇA DE BATATA – Como saberemos se você não é uma
impostora?

PORQUINHO – É verdade, você pode muito bem tá querendo roubar o


Andy da gente.

REX – Gente, eu to dizendo. Ela sempre esteve aqui, não? Mas... Ah! É
melhor não confiar, né?

SLINKY – Você sempre acha que todos são da nossa família. E no final, são
impostores. Vai Woody, acaba com ela!

WOODY – Diz, quem é você?

JESSIE – Eu já pedi pra me soltarem. Não sabem conversar igual


brinquedo?

Todos se olham desconfiados e sem dar muito crédito para o que ela falou.

BETTY – Soltem ela, é melhor que a gente converse assim. Parece um


bando de animais.

PORQUINHO, REX E SLINKY – Jura?

O Pinguim (da coxia) faz um som e tosse, como se quisesse falar, mas sem
conseguir, de fato. Repetidas vezes. Todos fofocam e procuram de onde
vem o som.

SOLDADO 1 – Da onde está vindo esse som? Será que o Walk Talk?
(cantando)

SOLDADO 2 – Eu desliguei antes do Andy começar a brincar com a gente


aqui no quintal. (cantando)

SARGENTO – Parem de falar assim ou eu vou dar uma coça nos três.
(cantando) Sentido!

SRA. CABEÇA DE BATATA – Isso que é um exército! (ironia)

O exército começa a reclamar com a Sra. Cabeça de Batata. O Sr. Cabeça


de Batata defende a esposa.

JESSIE – Gente! Gente. Ô Gente! Ali ó. (a luz se acende)


WHEEZY (sempre falando algumas coisas também em libras) – Eu peguei
muita poeira. E minha voz não sai direito.

MR. SPELL – Talvez o meu serviço possa te ajudar, velho amigo. (Joga o
microfone na cabeça do pingüim, que não reage bem).

WHEEZY – Eu não sei se seria o caso. Minha garganta está inflamada por
causa da rinite. A mãe do Andy esqueceu de me levar pro conserto. E
bem... acredito que ter ouvido vocês foi por um motivo honroso. E não
Soldado, você não desligou o Walk Talk.

WOODY – Wheezy, por onde você esteve?

WHEEZY – Nas prateleiras, junto com os livros velhos. Mas, me digam,


quem é essa? Qual o seu nome?

JESSIE – É Jessie.

WHEEZY – E eu posso saber, por que vocês estão tratando a garota como
se o Andy não tivesse ficado feliz de tê-la achado?

WOODY – Mas...

WHEEZY – Ela até parece com você.

JESSIE E WOODY – Nada a ver!

BETTY – Querido, é melhor conversar com ela. Precisamos saber se agora


ela vai fazer parte da nossa turma. Só... espero que não a ache mais
atraente do que eu. Ah! E eu queria te agradecer por me salvar hoje. Se
quiser cuidar das minhas ovelhas mais tarde.

WOODY – Ah... eu... Betty!

REX – Ela tem razão Woody, ela parece legal! (soltando a menina)

WHEEZY – Seja um bom líder, Woody. Como sempre foi.

JESSIE – Eles sabem das coisas. A gente se parece! Irra! Se fosse em outro
momento e se a recepção tivesse sido um pouco mais calorosa, talvez eu...
tivesse te abraçando e pulando. Eu sempre quis encontrar você, sabia?

WOODY – Como assim? Você me conhece?


JESSIE – A gente vem do mesmo universo, dãh?

TODOS – Hmmmmmmmmmmm!

BETTY – Gente!

WOODY – Mas eu não te conheço. Você não esteve aqui nos primeiros
momentos do Andy, nem quando fizemos aquela palestra sobre corrosão
plástica. Essa foi muito importante.

Jessie suspira e se senta na boca de cena, observando a “janela”.

TODOS – Vai lá! (todos incisivos, sussurrando e em libras)

WOODY – O que é que você foi fazer aí?

JESSIE – Quis dar uma olhada pro sol antes de entrar naquela caixa escura
de novo.

WOODY – Olha, eu não sei exatamente como você veio parar aqui. E a
gente ainda não confia em você. Mas sabe, o Andy é um menino especial.
E se ele quiser ficar com você... bem. É o que deve ser feito. A gente pode
pensar nisso.

JESSIE – Woody, para ele, você é um amigo. O melhor amigo, não?


Quando o Andy brinca com você, é como se mesmo que você não se
mexa, você se sente vivo, certo? É assim que ele vê você, vivo.

WOODY – Espera, como você sabe disso?

JESSIE – A Emily era igualzinha. “Quando entristeceu, o seu pranto


enxuguei, ao ficar feliz, também fiquei, por seu amor...” (cantando)

TODOS – Bravo! Linda! (Palmas)

JESSIE – Nunca nos esquecemos de crianças como a Emily. Ou Andy. Mas


elas se esquecem de você.

TODOS – (Suspiro de choque e compaixão)

PORQUINHO – Não o Andy.


Aos poucos, os brinquedos vão se posicionando, colocando as mãos nos
ombros de Jessie, como apoio. Eles percebem que tudo que ela precisa, é
de amor. Woddy dá a mão a ela, no fim.

CENA 4 – REUNIÃO DE EMERGÊNCIA

Andy está sentado no meio do quarto brincando com os brinquedos. Os


atores estão na coxia a fazem a percussão corporal com a música amigo
estou aqui. Alguém segura um grande cartaz do Woody no fundo do palco.
Aos poucos vão aparecendo os brinquedos no fundo, com gestos e
brincadeiras. A música é interrompida.

MÃE DO ANDY – Filho! A festa já vai começar! Desce rapidinho!

Andy deixa os brinquedos e vai para a coxia.

TODOS – Festa?!?!

JESSIE – Pô, eu adoro festa.

PORQUINHO – O problema não é esse, a gente também gosta. Quer dizer,


eu não, mas... tem gente que gosta.

WHEEZY – O problema é que hoje não é o aniversário do Andy.

BETTY – É só na semana que vem, certo Sargento?

SARGENTO – Correto Betty. Parece que a mãe do Andy não tem parafusos.

WOODY – Gente, calma. Obviamente ela quer dar a festa antes da grande
mudança, esqueceram? Logo eles começam a empacotar as coisas e ainda
nem escolhemos nossos parceiros de mudança. Eu não estou preocupado.
Vocês não devem ficar.

SR. CABEÇA DE BATATA – É claro que não está preocupado. É o preferido


do Andy desde o prézinho.

SLINKY – Ora, ora, Cabeça de Batata. Se o Woody diz que tá tudo bem,
então isso é o bastante pra mim. O Woody nunca botou a gente nunca
furada.

WOODY – Vocês sabem que todo aniversário é a mesma coisa.


REX – E se o Andy ganhar um outro dinossauro, dos maus? Eu acho que
não vou suportar uma rejeição dessas.

WOODY – Espera aí. Ninguém vai ser substituído. Vocês não viram, a
Jessie chegou e parece que nos uniu mais ainda. O Andy brinca o dia
inteiro. Estamos falando do nosso Andy. Não importa o quanto ele
brinque conosco. Temos de estar disponíveis, caso ele precise de nós.

SRA. CABEÇA DE BATATA – É. É pra isso que a gente existe, não é?

PORQUINHO – Desculpe. Eu odeio interromper a reunião, mas...


chegaram! Convidados a vista.

Há um pânico geral em todos os brinquedos. Todos correm e gritam.

WOODY – Calma, gente! Ei!

JESSIE – Parece que a reunião foi cancelada, xerife!

CENA 5 – ESPIANDO OS PRESENTES

Os brinquedos estão numa fila horizontal desorganizada na boca de cena.


Os mais baixos não conseguem enxergar direito. Empurra-empurra. Todos
falando ao mesmo tempo.

SRA. CABEÇA DE BATATA – Eu não consigo ver nada!

SR. CABEÇA DE BATATA – Os convidados estão mesmo chegando, querida.

JESSIE – Meu deus, quanta criança!

PORQUINHO – Vamos estar na próxima liquidação de brinquedos usados.

REX – Tem algum em forma de dinossauro?

PORQUINHO – Ora, ainda estão embrulhados, seu idiota.

REX – Os presentes estão ficando maiores.

MR. SPELL – Ó, tem um pequenininho ali.

Os olhos vão crescendo, os corpos vão se afastando e há um susto.

MR SPELL – A gente não pode mesmo acreditar em ilusão de óptica.


WOODY – Se eu mandar as tropas, vocês vão se acalmar?

REX – Sim, sim! Prometemos!

SRA. CABEÇA DE BATATA – É uma ótima idéia, Woody!

WOODY – Tá legal! Poupem suas pilhas!

PORQUINHO – Muito bom Woody! Isso que é usar a cabeça.

SR. E SRA. CABEÇA DE BATATA – Nós?

WOODY – Sargento, monte um posto avançado lá embaixo. Prioridade


máxima. Sabe o que fazer.

SARGENTO – Sim, senhor!

SOLDADO 1 – Sim, senhor!

SOLDADO 2 – Sim, senhor!

SARGENTO – Muito bem homens, vocês ouviram. Prioridade máxima.


Repito. Prioridade máxima. Posto avançado. Acelerado, vamos! Vamos!
Vamos! Vamos!

CENA 6 – ABRINDO OS PRESENTES

O Sargento e os soldados estão na platéia, observando todos. O palco, tem


apenas um grande presente bem embalado.

SARGENTO – Lá estão eles! Os presentes do Andy. (binóculo para as


pessoas da platéia; liga o walk talk) Responda, pássaro mãe! Aqui é Alfa
Bravo. O Andy está abrindo o primeiro presente agora. Já desamarrou o
nó. Está rasgando o papel. É uma... é uma... lancheira.

WOODY (com a cabeça da coxia) – Lancheira?

SR. CABEÇA DE BATATA – Lancheira?

SRA. CABEÇA DE BATATA – Lancheira?

SLINKY – É pro lanche.

SARGENTO – O segundo presente. Parece que é um... é um... lençol.


PORQUINHO – Quem convidou esse garoto?

SARGENTO – Próximo presente. (Andy entra no palco e começa a


desembrulhar a grande caixa) Meu deus. É um... é um..

Todos prendem o ar. Black out.

CENA 7 – A CHEGADA DE BUZZ

Todos os brinquedos estão espalhados pelo palco. Buzz e Andy estão


congelado. Andy com um chapeuzinho de aniversário com o brinquedo
em miniatura também. Cada um se posiciona em uma das laterais do
palco. Todos os movimentos dados pelo brinquedo são reproduzidos no
corpo da atriz.

TODOS – Amigo, estou aquiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii. (caem no chão, Woody cai


do palco e deita ali pela platéia, alguém entra com a placa do Buzz)

Andy e Buzz descongelam e começa a brincadeira.

BUZZ – Alto, quem vem lá? Precisamos estar protegidos.

ANDY – Ah não, um meteoro bem em direção a nossa nave.

BUZZ – Ativar modo vôo!

ANDY – Boom! Boom! Desvia Buzz, é isso! Você é o melhor astronauta do


mundo!

MÃE DO ANDY – Andy, vem dar tchau para os seus primos!

Andy coloca o Buzz no chão e vai em direção a voz de sua mãe.

REX – Quem é esse?

MR. SPELL - Ele me parece intimidador.

BETTY – Cadê o Woody?

JESSIE – Eu achei ele bem... interessante.

WODDY (subindo as escadas e se arrumando) - Gente, não foi nada. O


Andy só devia estar muito empolgado, só isso. Bolo, sorvete, açúcar
demais. Foi só um engano.
SLINKY – Mas esse engano está sentado no seu lugar, Woody.

REX – Você vai ser substituído?

WOODY – Ninguém vai ser substituído.

JESSIE – Cuidado pessoal, eu já nem crio muito expectativa. Mesmo que


esteja sendo muito legal ser um brinquedo de novo, é aquilo que eu disse:
uma hora ou outra, elas esquecem você.

REX – Para, você tá me assustando!

WOODY – Vamos ser educados e dar as boas vindas, seja lá quem ele for...
As boas vindas ao quarto do Andy!

Buzz começa a se levantar e claramente intimida os outros brinquedos,


que vão contraindo seus corpos. Buzz não percebe que está sendo
observado e começa a investigar. Logo os outros brinquedos começam o
achar estranho.

BUZZ – Responda, comando estelar. Comando estelar, responda. Estão me


ouvindo? Porque não respondem? Minha nave? Para onde a levaram?
Buzz Lightyear registrando lixo espacial data estelar 4072. Minha nave saiu
de curso para o setor 12. Fez um pouso forçado num planeta estranho. O
impacto deve ter me acordado do hiper sono. O terreno parece instável.
Não há leitura indicando se o ar é respirável ou não. Não parece haver
sinal de vida inteligente.

WOODY – Oi!

BUZZ – AAAAAAAAAAA! (liga o laser e a girar em torno de Woody)

WODDY – AAAAAAAAAAA! Assustei você? Não tive a intenção! Oi! Meu


nome é Woody. E este é o quarto do Andy, só queria dizer isso.

BUZZ – Força policial local? Estava na hora de chegar. Sou o Buzz


Lightyear, patrulheiro espacial. Unidade de Proteção do Universo. Minha
nave caiu aqui por engano e agora sumiu.

WOODY – É, é mesmo um engano. Esse lugar aqui costuma ser meu. Eu


que durmo na cama do Andy.
BUZZ – Tenho que consertar as bombinas propulsoras. Ainda usam
combustível fóssil ou descobriram a fusão do cristal?

REX (segurando uma pilha gigante) – Bom, temos pilhas... se precisar.

BUZZ – Conhece estas formas de vida?

WOODY – Sim! São os brinquedos do Andy!

BUZZ – Ah! Então tudo bem! Podem se aproximar. Eu sou Buzz Lightyear!
Eu venho em paz.

REX – Ah, que bom que você não é um dinossauro!

BUZZ – É... Obrigado. Obrigado à todos pela recepção.

SLINKY – O que esses botões fazem?

BUZZ – Vou mostrar!

Buzz aperta o botão e entra um áudio de “Buzz Lightyear em ação!”.

PORQUINHO – De onde você é? Singapura, Hong Kong! Com esse sistema


de áudio, só pode ser. O Woody tem uma cordinha mas não chega a seus
pés.

BUZZ – Não. Na verdade, eu estou lotado no Quadrante da Gama do Setor


4. Como membro da unidade de elite de Proteção do Universo dos
Patrulheiros espaciais, eu protejo a galáxia contra a invasão do imperador
do mal, Zurg! Inimigo jurado da Aliança Galática!

SR. CABEÇA DE BATATA – É mesmo? Eu sou da Mattel.

SRA. CABEÇA DE BATATA – Obviamente, eu também!

REX – E eu sou da estrella.

SLINKY – Eu vim do Paraguai. Quer dizer, não sei se alguma das minhas
partes veio de outro lugar.

MR. SPELL – Eu vim do Brasil.

TODOS - Ai! (nojo)


CENA 8 – CONVERSA DE WOODY E BETTY

Os brinquedos estão interagindo com os botões de Buzz.

WOODY – Olha pra eles! Parece que nunca viram um brinquedo novo
antes.

BETTY – Claro, olhe pra ele. Tem mais dispositivos que um canivete suíço.

WOODY – Parece que ele não se manca que é um brinquedo.

BETTY – Todos já passamos por isso, Woody. Tenha mais compaixão!

WOODY (com voz alterada) – “Ai comando espacial, não sei o que. Tenho
que proteger a galáxia! Olha o meu butãozinho. Ah! Não enche.”

CENA 9 – BRIN-QUE-DO!

SR. CABEÇA DE BATATA – Olha Woody, ele tem um laser! Você tem?

WOODY – Não é um laser, é só uma luzinha que pisca.

PORQUINHO – O que deu nele?

SRA. CABEÇA DE BATATA – Parece que ele está com inveja. Inveja do laser.

WOODY – Olha, já chega! Estamos impressionados com o brinquedo novo


do Andy.

BUZZ – Brinquedo?

TODOS – Brinquedo! (amigavelmente)

WOODY – Brin-que-do!

BUZZ – Desculpe, acho que a expressão que procura é patrulheiro


espacial.

WOODY – A expressão que eu procuro eu não posso dizer porque temos


brinquedos pré escolares aqui. E crianças na platéia!

MR. SPELL – Ih, está ficando tenso!


WHEEZY – Woody, não se meta nessa! Não quer acabar na prateleira
empoeirada como eu, não é? Se você se rasgar, é isso que o Andy vai
fazer.

REX – Sr. Lightyear, fiquei curioso. O que um patrulheiro espacial, faz na


verdade?

WOODY – Ele não é um patrulheiro. Ele não combate o mal. Não dispara
laser. Nem voa.

BUZZ – Dá licença. (coloca suas asas)

SARGENTO – Caramba. Bela envergadura.

PORQUINHO – Muito boa!

WOODY – São de plástico. Ele não voa.

BUZZ – São de uma liga de terílio-carbono e eu vôo sim.

JESSIE – Ai, ai...

WOODY – Não voa nada.

BUZZ – Voo.

WOODY – Não voa.

BUZZ – Voo.

WOODY – Não voa! Não voa! Não voa!

BUZZ – Posso voar por esse quarto de olhos fechados!

WOODY – Tudo bem, seu mentiroso, prove.

BUZZ – Pra trás, pessoal. Ao infinito e além.

Buzz pega seu boneco, fica na boca de cena, fazendo movimentos de vôo.
Os outros brinquedos, amontoados olham pra cima, maravilhados. As
cabeças são coreografadas.

BUZZ – Vôo. (todos aplaudem)

BETTY – Achei meu parceiro de mudança.


WOODY – O que? Eles vão ver. Eu ainda sou o preferido do Andy!

A moça da placa do Buzz avança negando a fala de Woody e sai.

CENA 10 – COISAS ESTRANHAS

Inicia-se a música “Coisas estranhas”. Os brinquedos seguem Buzz e seus


movimentos por onde ele for. Woody se sente claramente deixado de lado.
Andy entra em cena e abraça Buzz. Todos olham para Woody.

JESSIE – Não fique chateado com isso, Woody! Andy parece estar
empolgado com o Buzz.

WOODY – O que? Eu? Eu não... Tá tudo bem.

JESSIE – Você mesmo que me disse tantas vezes: o Andy é especial. E você
é especial pra ele, não é?

SR. CABEÇA DE BATATA – Seu lugar especial é no baú! (todos riem)

CENA 11 – BRIGA DE BUZZ E WOODY

Andy está no centro do palco com os bonecos de Woody e Buzz, indeciso


na escolha de com qual ele dormirá. De coxias contrárias, entram Buzz e
Woody, que se encontram para uma briga coreografada em câmera lenta.
Neste momento, Andy deita e se aconchega com Buzz, deixando Woody de
lado.

WOODY – Escuta, não chega perto do Andy de novo, entendeu? Ele é


meu, e eu não vou deixar ninguém tirá-lo de mim.

BUZZ – Do que está falando? Comando estelar, unir forças.

WOODY – E outra coisa: pare com esse negócio de homem do espaço. Está
me dando nos nervos!

BUZZ – Está dizendo que quer fazer uma reclamação ao Comando Estelar?

WOODY – Está querendo complicar as coisas, não é?

BUZZ – Se acha durão, né Cowboy?


De forma performativa, Woody tira o capacete de Buzz, que começa no
mesmo momento a se debater, como se estivesse respirando uma
substância tóxica. Woody permanece inerte, agindo com uma indiferença
nítida.

BUZZ – O ar não é tóxico?!

WOODY – Buzz! Um alienígena!

BUZZ – Onde?!

Woody se diverte com a brincadeira e se debulha em gargalhadas.

WOODY – Você acha mesmo que é o verdadeiro Buzz Lightyear?

CENA 12 – O VIZINHO MALVADO: SID

A cena começa em fade out. A luz é avermelhada. Sid entra em cena.


Amarra um dispositivo explosivo em um de seus brinquedos. O coloca no
centro do palco. Explode uma bomba confetes. A Luz apaga durante o
“boom!”. Ao decorrer da cena, segue o diálogo da coxia (improvisar):

REX – Ele tortura brinquedos por diversão!

SARGENTO – Quanto mais rápido a gente se mudar, melhor.

BUZZ – Me parece apenas um menino feliz!

JESSIE – Buzz, pelo contrário, ele parece maléfico!

WOODY – O Sid realmente não tem limites.

BUZZ – Então temos que agir, fazer alguma coisa.

BETTY – O que está fazendo?

JESSIE – Desça daí!

SR. CABEÇA DE BATATA – Vai Buzz, dá uma lição nesse menino!

WOODY – É claro, vá em frente. Derreta o Sid com o seu laser!

SRA. CABEÇA DE BATATA – Ele está acendendo!

TODOS – Vai explodir! Meu Deus!


SLINKY – Protejam-se!

CENA 13 – A QUEDA ACIDENTAL DE BUZZ

Andy está sentado na boca de cena terminando sua lição de casa. Woody
está em cima de um cubo no centro do palco, segurando o boneco de Buzz.
Pretende jogá-lo de um lado (atrás da cama), mas se desequilibra e o joga
mundo alto. O boneco cai do outro lado (janela). Woody se sente mal.

MÃE DO ANDY – Vamos jantar? Que tal Pizza Planet? Pode levar um de
seus brinquedos. Mas só um!

CENA 14 – WOODY?!

Todos os brinquedos vão encurralando Woody e o acusando. Buzz está


espatifado no chão da platéia.

WOODY – Pessoal, eu posso explicar. É... Ele desequilibrou, e... Bem...

Andy chega e todos caem no chão, voltando a ser brinquedos.

ANDY – Eu vou levar o... Woddy? Tá legal...

Andy sai do quarto, deixando os brinquedos com cara de taxo ao quase se


levantarem do chão.

CENA 15 – A VIAGEM DE CARRO

Há quatro cubos no palco. Os de trás são mais altos. A mãe de Andy está
sentada ao volante. Andy entra no banco de trás, dando a mão para
Woody. Há um movimento coreográfico de viagem. Assim que o carro
começa a partir, Buzz levanta do chão, sobe no palco e se agarra ao carro.
Luz apaga.

CENA 16 – CADÊ O CARRO?

WOODY – Buzz, você está vivo! Ah! Que ótimo! Eu estou salvo. Eu estou
salvo! O Andy vai te achar aqui, nós voltaremos pro quarto. E você vai
contar a todo mundo que isso foi um grande engano! Tá bom? Amigos?

BUZZ – Eu só quero que saiba que embora você tenha tentado me


eliminar, vingança não é uma idéia que cultivamos em meu planeta.
WOODY – Ai, que ótimo!

BUZZ – Mas não estamos em meu planeta, estamos?

WOODY – Não.

Woody segura seu próprio boneco. Buzz faz o mesmo. Os dois brigam por
um tempo.

BUZZ – A mãe do Andy não está demorando pra encher o tanque?

WOODY – Buzz, cadê o carro?

BUZZ – Cadê o carro?

OS DOIS – Nãaaaaaaaaaaaaaaaao!

BUZZ – O que vamos fazer?

WOODY – Ele não percebeu que eu não estou lá? Estou perdido. Sou um
brinquedo perdido! Agora eu sou realmente do mesmo universo da Jessie.

BUZZ – Registro da Missão: parece que o Xerife e eu, estamos num posto
de gasolina.

WOODY – Seu...

Um barulho de caminhão surge. Os atores entram atrás em fila como se


fossem um automóvel. Os atores reagem a conversa dos dois com
onomatopéias.

BUZZ – De acordo com o meu computador...

WOODY – Cala a boca, cala a boca! (sussurro)

BUZZ – Não é hora para pânico, Xerife.

WOODY – É a hora perfeita para pânico. Estou perdido. O Andy se foi.


Vamos nos mudar em dois dias e tudo é culpa sua!

BUZZ – Culpa minha? Se você não tivesse me empurrado pela janela...

WOODY – Ah é? E se você não tivesse aparecido com todos esses


comandos idiotas, tirando tudo que era importante pra mim!
BUZZ – Não me fale em importância, porque é por sua causa que a
segurança da galáxia inteira está em risco.

WOODY – O que? Do que que você está falando?

BUZZ – Neste momento, nos limites da galáxia, o imperador Zurg está


secretamente construindo uma arma com uma capacidade destrutiva para
arrasar um planeta inteiro. Apenas eu, obtive informações para destruí-lo.
E você, meu amigo, é o meu atraso para seguir o meu destino com o
Comando Estelar.

TODOS – Você é um brinquedo!

WOODY – Você é apenas um boneco de ação. Um brinquedo de uma


criança!

BUZZ – Você é um homem triste e estranho. Morro de pena. Adeus.

WOODY – Eu não posso aparecer naquele quarto sem o Buzz.

TODOS – É verdade!

WOODY – Pizza Planet. Andy. (Woody avista a logo do Pizza Planet, que é
uma espaçonave) Buzz! Uma espaçonave! Podemos te mandar de volta
pro seu planeta!

CENA 17 – BEM VINDOS AO PIZZA PLANET

ALIENS – Bem vindos ao Pizza Planet! Bem vindos ao Pizza Planet!


(entrando e saindo de lado, como siris)

Buzz e Woody entram com embalagens de fast food na cabeça,


disfarçados.

WOODY – Esse disfarce tá bom?

BUZZ – Uhum! Olha pra frente.

WOODY – Congela.

Os dois continuam correndo e disfarçando. Até que tiram os disfarces.


WOODY – Andy! (Andy está na platéia, distraído com seu lanche espacial)
Buzz, vamos! Buzz? Buzz!

Buzz foi em direção a uma espaçonave com o garra, onde os aliens estão
embaixo.

WOODY – Isso não está acontecendo comigo!

ALIEN 1 – Um estranho.

ALIEN 2 – Veio de fora.

ALIEN 3 – Uau!

BUZZ – Saudações! Eu sou o Buzz Lightyear.

Os aliens se ajoelham para Buzz e o tratam como um Deus. Woody se


aproxima e olha com impaciência.

BUZZ – Quem está no comando?

ALIENS – O garra! (apontando pra cima)

ALIEN 2 – O garra é nosso mestre.

ALIEN 3 – O garra escolhe quem vai e quem fica.

WOODY – Isso é ridículo.

Uma música sombria se inicia. A luz vai ficando avermelhada. Sid entra em
cena destruindo embalagens de fast food. Avista a máquina de Aliens.

WOODY (pulando em cima de Buzz) – Se esconde!

Com a movimentação das mãos no ar, como um joystick, Sid manipula o


garra.

ALIEN 1 – O garra está se mexendo.

ALIEN 2 – Eu fui escolhido. Adeus amigos, eu vou pra um lugar melhor. (vai
para o lado de Sid)

SID – O Buzz Lightyear?! Esse é meu!

WOODY – Ai não!
O garra pega Buzz, que é puxado na força contrária por Woody. Sid se
revolta ao perceber a dificuldade.

ALIEN 1 – Ele foi escolhido.

ALIEN 2 – Ele tem que ir!

ALIEN 3 – Deixe-o ir!

ALIEN 1 – Não lute contra o garra!

WOODY – Parem, seus idiotas. Parem!

Woody não é forte o bastante e acaba indo junto com Buzz, puxado pelo
garra. Vão ao encontro de Sid, receosos.

SID – Prêmio duplo. Vamos pra casa... brincar!

BUZZ E WOODY – Não! A casa do Sid, não!

CENA 18 – A CIRURGIA DE SID

Um pano branco é colocado em cena, Woody segura de um lado e Buzz de


outro. Sid se coloca atrás junto a seus brinquedos e ferramentas. Uma
música sombria se estende pela cena.

BUZZ – Eu não acho que ele tenha feito faculdade de medicina.

CENA 19 – OS BRINQUEDOS DE SID

WOODY – Nós vamos morrer! Eu vou dar o fora. (vai até a boca de cena,
tenta abrir a porta, que está trancada) Deve ter outra saída.

Um apagão acontece. Woody e Buzz acendem lanternas. Os brinquedos


de Sid começam a cercá-los (os atores estão vestindo vestes rasgadas;
música concreta).

WOODY – Oi amiguinhos. Como é que a gente sai daqui, hein?

CENA 20 – ELES SUMIRAM!

Andy entra no palco conversando com a mãe que está distante. Os


brinquedos estão na beira do palco, escondidos, olhando a situação.
ANDY – Mãe, você viu o Woody?

MÃE DO ANDY – Onde foi que você deixou?

ANDY – Eu achei que tinha deixado no carro, mas não tá lá.

MÃE DO ANDY – Deve estar sim, você que não olhou direito. Amanhã eu
olho de novo, tá bem?

ANDY – Tá bem... (vira de costas)

BETTY – O Woody sumiu?

MR. SPEEL – Pelo o que parece sim.

PORQUINHO – É, o cowboy canalha fugiu.

SR. CABEÇA DE BATATA – Fugiu? Eu disse que ele era culpado!

SRA. CABEÇA DE BATATA – Meu amor, se acalme. Pode ser tudo um


engano!

JESSIE – Isso não pode estar acontecendo... Woody...

REX – Quem diria que ele seria capaz de tal atrocidade?

BETTY – Ai, Slinky, eu espero que ele esteja bem.

Cada personagem dá sua fala e vai subindo no palco e entrando na coxia.

CENA 21 – O VÔO DE BUZZ

SID – Um sobrevivente. Onde fica a base rebelde? Fale! (revela uma lupa e
a luz do sol, joga Woody no chão) Estou vendo que é determinado. Bom,
temos meios de fazê-lo falar. Onde estão os seus amigos rebeldes?
(queimando a testa de Woody)

MÃE DO SID – Sid, seu lanche está pronto!

SID – Legal!

Sid sai de cena, deixando Woody estiado no chão com um machucado na


testa. Este se levanta quando percebe a ausência do menino no quarto,
sentindo a dor da queimadura. Molha seu rosto numa bacia com cereais
que estava ali.

BUZZ – Tudo bem? Estou orgulhoso, Xerife. Um homem mais fraco teria
falado sob tortura.

WOODY – Eu espero que isso não seja permanente. Buzz, a porta! A porta
está aberta! Estamos livres!

Os dois correm para se livrar, mas são barrados pelos brinquedos


esquisitos do Sid, que os encurralam mais uma vez.

BUZZ – Vou nos proteger com o meu laser!

WOODY – Ai droga! Você é um brinquedo! Use golpes de Caratê! Eu quero


a minha casa, eu quero a minha casa, eu quero a minha casa!

Ouve-se a risada de Sid.

BUZZ – Outra proeza como essa, e vai acabar nos matando!

WOODY – Não me diga o que fazer!

BUZZ – Shhhhhhh!

Buzz corre na outra direção e chama Woody, que vai tentando se camuflar
pra que não sejam vistos. Woody acaba se perdendo.

BUZZ – É melhor nos escondermos aqui! Woody?

Um áudio inicia-se. O comercial do Buzz está passando na TV. O mesmo


fica atento, deslumbrado, mas acaba percebendo que é um brinquedo. Vai
utilizando de seus comandos conforme o comercial vai mostrando.

ÁUDIO DO COMERCIAL – Buzz Lightyear, está ouvindo? Buzz LIghtyear


respondendo, alto e claro. Buzz Lightyear, o planeta Terra precisa da sua
ajuda. A caminho! Buzz Lightyear! O maior super herói do mundo, e agora
o melhor brinquedo de todos! Buzz tem tudo. Comunicador de pulso!
Golpes de Caratê. Laser pulsante. Simulador de voz. E o melhor de tudo,
asas espaciais de alta pressão! Ao infinito e além! Atenção: Não é um
brinquedo que voa. Compreo seu Buzz Lightyear e salve uma galáxia perto
de você! À venda nas melhores lojas de brinquedo da sua cidade.
Uma música se inicia. A luz fica azulada. Buzz fica em foco. Sobe em um
cubo. Prepara para a tentativa de vôo, pela última vez.

WOODY – Você é um brinquedo, você não voa! (como flashback)

Buzz estende o braço para alçar vôo, mas percebe que não consegue. A luz
se apaga. Houve-se um grito.

BUZZ – Voar, eu não vou. Nunca mais.

CENA 22 – SENHORA MARROCAS

Buzz está sem um dos braços, sentado em uma mesa de chá com outros
brinquedos. Está vestido com avental e chapéu. Não parece bem.

WOODY – Buzz, você está bem?

BUZZ – Já era. Já era tudo! Tchau, tchau, até mais!

WOODY – O que foi que houve com você?

BUZZ – Um dia você está defendendo a galáxia inteira e de repente está


aqui tomando chazinho com a irmã do vizinho problemático.

WOODY – Eu acho que você já tomou chá demais por hoje. Vamos embora
daqui, Buzz!

BUZZ – Você não entendeu? Viu o chapéu? Eu sou a Senhora Marrocas!

Woody dá um tapa em Buzz.

BUZZ – Oh, desculpe, tem razão. Eu estou um pouco deprimido, só isso. Eu


vou superar. Ai, eu sou uma fraude! Eu não posso nem voar pela janela.

WOODY – Pela janela? Buzz, você é um gênio! Vamos, por aqui.

BUZZ – Anos de treinamento jogados fora!

CENA 23 – ENQUANTO ISSO NO QUARTO DO ANDY...

SR. CABEÇA DE BATATA – B-3.

PORQUINHO – Água. G-6.

SR. CABEÇA DE BATATA – Você afundou! Você está olhando.


PORQUINHO – Para de reclamar e pague. Não, a orelha não. Me dá o
nariz!

SR. CABEÇA DE BATATA – Que tal uma melhor de cinco?

WOODY (na platéia) – Oi gente! Oi!

MR. SPELL – Meu Deus, é o Woody!

WHEEZY – Ele está no quarto do psicopata! Pessoal, é o Woody!

SLINKY – Meu Deus, tá brincando?!

WOODY – Nós vamos sair daqui Buzz! (Buzz está brincando com seu
próprio braço) Buzz? Buzz! Ai pessoal, que bom ver vocês!

SLINKY – Eu sabia que voltaria, Woody!

JESSIE – O que está fazendo aí?

WOODY – É uma longa história, Jessie. Depois eu explico. Toma, segura aí


(joga uma corda)

WHEEZY – Pegue, Woody!

TODOS – Ele pegou, Woody!

WOODY – Muito bem, agora amarre em algum lugar!

SR. CABEÇA DE BATATA – Per aí, eu tenho uma idéia melhor. Não vamos
fazer isso!

SRA. CABEÇA DE BATATA – Tem razão, meu bem! Ele matou o Buzz! Deu
ataque de bobeira em vocês?

SARGENTO – É verdade. Esqueceram o que ele fez com o pobre


astronauta? Agora querem deixar ele voltar pra cá!

WOODY – Não, você entendeu tudo errado, cabeção. O Buzz está aqui.
Está comigo, está bem!

PORQUINHO – Você é um mentiroso!

WOODY – Não, eu não sou! Buzz, vem cá.


Um silêncio percorre os intervalos das falas.

WOODY – Buzz. Corre aqui... Buzz! Ei. Eu to mandando você vir aqui. Um
instantinho. Buzz, quer vir aqui me dar uma mão? (Buzz joga um de seus
braços) Muito engraçadinho!

JESSIE – Woody, cadê você? Cadê o Buzz? Ele está mesmo aí?

PORQUINHO – Está mentindo, aposto.

SR. CABEÇA DE BATATA – Eu tenho certeza.

SRA. CABEÇA DE BATATA – Estou contigo, amor.

JESSIE – Não pode ser.

BETTY – Não mesmo.

WHEEXY – O Woody não faria isso conosco, não é pessoal?3

MR. SPELL – Eu não sei de mais nada.

WOODY – Buzz, por que não dá um tchauzinho para o pessoal? “Oi


pessoal, ao infinito e além!”

REX – Ih, olha lá, é o Buzz!

WODDY – Vamos mostrar pra eles o nosso novo aperto de mão secreto?

PORQUINHO – Tem caroço nesse angu.

WOODY – Agora nós somos amigos, não é, Buzz?

SRA. CABEÇA DE BATATA – O que está escondendo aí?

WOODY (distraído, revela o braço solto de Buzz, chocando todos) – Nada.


Opa.

WHEEZY – Tomara que o Sid arranque a sua caixa de voz. Canalha!

BETTY – Woody, como pode?

JESSIE – Eu confiei em você, Woody.

MR. SPELL – Vai ter que pagar por isso!


TODOS – Assassino!

CENA 24 – O CONSERTO DO BRAÇO DE BUZZ

Buzz está em pé no centro do palco. Woody vai aos poucos em direção a


ele. Inicia-se uma música. Os brinquedos do Sid avançam em Buzz e
roubam o braço da mão de Woody. Woody tenta impedir o aparente
ataque. Buzz não reage. Está muito deprimido pra isso.

WOODY – Afastem-se dele! Não, não, não! Buzz! Larga isso! Larga! Saiam
daqui, seus canibais. Ele ainda está vivo, vocês não vão matá-lo. O que
está fazendo?

Elels se afastam, Buzz mexe o braço, consertado.

WOODY – Ué? Eles consertaram você? Mas eles não são canibais.

Os brinquedos encaram Woody, cobrando pelo o que ele disse. Ao ouvirem


a voz de Sid, se escondem. Buzz está apaático no meio do quarto, Woody
não consegue tirá-lo dali.

SID – Não mãe, eu tinha deixado a porta aberta!

WODDY – Vamos Buzz, levanta! O Sid está vindo! Vem! Ótimo, deixa ele te
arrebentar! Mas não venha me culpar depois!

SID – Buzz Lightyear... está pronto pra voar de verdade? (com um


explosivo na mão)

CENA 25 – PARCEIROS DE MUDANÇA

Uma caixa está sobre o palco. Andy está deitado na boca de cena.

ANDY – Woody, Buzz, precisamos achá-los antes da mudança amanhã. Por


favor, apareçam! (prece colocando um chapéu de cowboy e dormindo com
ele)

REX (saindo da caixa) – Eu fico muito nervoso antes de viajar.

MR. SPELL – Como é que eu fui escolher você como meu parceiro de
mudança?

REX – Os outros já tinham sido escolhidos. Eu não tenho culpa.


JESSIE – Ah Woody... se você estivesse vendo o quanto o Andy sente a sua
falta... Será que a Emily também sente?

Jessie e Betty se abraçam.

CENA 26 – OS MONÓLOGOS DE BUZZ E WOODY

A cena é frontal, os dois falam para o público, como depoimentos.

BUZZ (amarrado à dispositivo) – Casa do Andy ou do Sid. Qual a diferença?


E mesmo que eu tenha sofrido uma grande queda. Só agora, só agora,
eu... pela primeira vez estou raciocinando direito. Ele tinha razão. Eu não
sou Patrulheiro do Espaço. Sou apenas um brinquedo. Um brinquedo
idiota. Feito na China! Por que o Andy iria me querer? Ele não se importa.

WOODY – Naquela casa, existe um menino que acha o Buzz incrível. E não,
não é porque ele é um patrulheiro espacial, ou porque vai salvar a galáxia
e não sei mais o que. O Buzz é o brinquedo dele. Um dos mais especiais.
Qualquer brinquedo daria suas partes móveis para ser Buzz Lightyear. Ele
tem asas. Ele brilha no escuro. Ele fala. Até eu. Ele é incrível... incrível até
demais, pra falar a verdade.

OS DOIS – Por que o Andy ia querer brincar comigo, se ele tem você?

SID – Bom dia mundo! Hoje é dia de explodir!

CENA 27 – PLANO INFALÍVEL

WOODY – Eu sei que não fui muito simpático com vocês. Mas eu preciso
de ajuda! É pra salvar o Buzz. Eu causei um monte de coisas e agora quero
consertar. Assim como vocês consertaram o braço dele.

Os brinquedos do Sid relutam, reagem pra platéia mas cedem, por


Buzz.Ffazem um grande circulo.

WOODY – Ok! Vamos desrespeitar as normas!

Sid está no centro do palco com Buzz amarrado a um explosivo.

SID – 10, 9, 8, 7, 6... (quase colocando fogo em Buzz)

WOODY – Mãos ao alto! (Sid procura pela voz que falou)


SID – Oi?

WOODY – Essa cidade é pequena demais para nós dois.

SID – O que?

WOODY – Alguém envenenou a água do poço.

SID – Só pode estar com defeito.

WOODY – Quem é que tá com defeito, otário?

SID – O que?

WOODY – É isso mesmo, estou falando com você Sid. Nós não gostamos
de ser explodidos. Nem amassados e nem rasgados.

SID – Nós?!

WOODY – Exato. Seus brinquedos!

Sid olha para trás. Os brinquedos começam a andar em sua direção para
assustá-lo. Dizem palavras e frases como “Olá Sid”; “Cheguei”; “Mamãe”.
Sid vai ficando amedrontado. Coreografar.

WOODY – De agora em diante, deve ter cuidado com os seus brinquedos!


Porque se não tiver, nós saberemos, Sid! Então brinque direito.

Sid sai correndo gritando.

TODOS – Conseguimos!

BUZZ – Obrigado.

CENA 28 - A GRANDE MUDANÇA

Os cubos estão montados novamente representando o carro. Há uma


caixa no fundo, com todos os brinquedos.

ANDY – Tchau, casa!

MÃE DE ANDY – Tchau!

WOODY – O caminhão!
BUZZ – Acho que conseguimos alcançá-lo.

Há uma corrida de ambos pelo palco. Um som de caminhão é audível. Buzz


tropeça e Woody não percebe, alcançando o caminhão.

TODOS – O Woody? Esse assassino, o que ele está fazendo aqui? Sai
daqui! Expulsem-o.

WOODY – Calma gente, eu preciso de ajuda! O Buzz!

SR. CABEÇA DE BATATA – Já não basta o ter matado uma vez?

WHEEZY – Quer compaixão agora?

WOODY – Pessoal, me escutem! Olhem lá!

BETTY – É o Buzz!

JESSIE – Ufa, eu sabia...

PORQUINHO – Ele não estava mentindo.

SR. CABEÇA DE BATATA – Opa.

SARGENTO – Vamos ajudá-lo.

SOLDADO 1 – Vamos!

SOLDADO 2 – Só se for agora!

WOODY – Eu vou. Eu comecei com isso, agora eu termino.

BETTY – Woody sendo Woody.

REX – Eu to é aliviado.

Woody pula do caminhão e vai ao encontro de Buzz.

JESSIE – Woody!!!

WHEEZY - FERROU

O Buzz segura o boneco do Buzz com o despositivo na mão, segurando o


Woody. Buzz “acende” a bomba.

BUZZ – Só há uma maneira de chegarmos lá a tempo: voando!


WOODY – Você é mesmo o Buzz Lightyear!

CENA 29 – O REENCONTRO

Há uma caixa de papelão na boca de cena. Woody e Buzz espiam. Andy


chega correndo e os abraça. Aos poucos os brinquedos o abraçam
também. Os outros brinquedos do Andy estão no fundo da cena numa fila
horizontal e cada vez que o abraço se intensifica eles vão “crescendo” e
ficando de pé e contentes.

ANDY – Eu sabia que eu ia encontrar vocês, pessoal.

MÃE DO ANDY – Você os encontrou? Onde estavam?

ANDY – Aqui na caixa, o tempo todo.

MÃE DO ANDY – Viu? Eu disse que não tinha procurado direito.

Buzz e Woody piscam um pro outro. A luz vai mudando e há outra


formação acontecendo. Inicia-se uma percussão corporal da música Amigo
Estou Aqui. Algumas pessoas cantam partes, outras seguem na percussão.

TODOS - Amigo, estou aqui!

Amigo, estou aqui!

Se a fase é ruim

E são tantos problemas que não tem fim

Não se esqueça que ouviu de mim

Amigo, estou aqui!

Amigo, estou aqui!

Logo após o primeiro refrão, a música dá sequencia na versão original e


certas interações sem fala acontecem: abraço entre Woody e Jessie;
aperto de mão entre Buzz e Woody; flerte entre Buzz e Jessie; flerte entre
Woody e Betty; brincadeiras entre os demais brinquedos, inclusive um dos
aliens. Coreografia. Pose final.

BLACK OUT / APLAUSOS


CENA 30 – CENA PÓS CRÉDITOS

WHEEZY (ligando uma lanterna) – Você achou que tinha acabado?

A luz se acende em fade in de novo.

TODOS – Alguns anos depois...

A contrarregragem acontece durante estalos de dedo. Colocam uma


pequena caixa de papelão na boca de cena (centro). Andy entra colocando
um casaco, um óculos e segurando alguns livros. Do outro lado, entra
Bonnie, toda caracterizada e segurando seu garfinho. Quando percebe
Andy ajoelhado do lado de uma caixa, fica claramente envergonhada.

ANDY – Você é a Bonnie? Eu sou o Andy. Me disseram que você é ótima


com brinquedos. Eu trouxe alguns. Esses são meus, mas, eu estou indo
embora agora e preciso de alguém bem legal que possa brincar com eles.

Conforme Andy vai apresentando os bonecos, os atores aparecem e


agradecem fazendo uma referência.

ANDY – Essa é a Jessie, a vaqueira mais durona do oeste. Ela adora


animais, e ama o amigo dela, bala no alvo.

JESSIE – Irra!

ANDY – Pega! Este é o Rex, o mais assustador e malvado dinossauro que já


existiu.

REX – Rãwn!

ANDY – Os cabeças de Batata, Sr. E Sra. Tem que deixar os dois juntos,
porque eles são apaixonados.

ANDY - O Slinky é o cachorro mais fiel que você vai ter.

ANDY – E o porquinho vai guardar o seu dinheiro. Mas também é um dos


vilões mais malvados de todos os tempos.

PORQUINHO – O maligno Doutor Porcão!

ANDY – Esses carinhas são de um estranho mundo alienígena. O Pizza


Planet!
ANDY – Os soldados mais valentes. O microfone mais quietinho de todos.
O pingüim talentoso. E a pastora de ovelhas mais graciosa. Todos seus!

ANDY – Ah! Esse é o Buzz Lightyear, o brinquedo mais legal de todos! Ele
voa, atira com o laser. E jurou proteger a galáxia do imperador do mal,
Zurg.

BUZZ – Ao infinito e além!

ANDY – E agora, Woddy... o Woody tem sido meu amigo desde sempre. É
corajoso como um cowboy deve ser. É gentil, inteligente. Mas o que faz o
Woody especial, é que ele nunca desiste de você. Nunca. Ele vai estar
contigo, pro que der e vier. (Woody abraça Andy) Acha que pode cuidar
dele pra mim? Então tá.

WOODY – Tem uma cobra na minha bota!

Woddy chama quem ainda não agradeceu, fazem uma fila horizontal e
agradecem. Comemoram.

Fim ao som de Amigo estou aqui instrumental.

Você também pode gostar