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3.1.

introdução às leis de Organização Plástica

Conceito de leis de Organização Plástica


São preceitos, ou seja, requisitos necessários que servem de base teórica para a realização de
qualquer composição ou obra dentro das artes plásticas e não só, portanto, devem ser tidos em
conta.

3.2. Conceito de design

É um ramo das artes plásticas que se encarrega do estudo da estrutura e do traçado das formas
em termos de planificação ou projecto.

Existem vários tipos de design, conhecer e aplica-los melhora as opções do artista ou criador da
obra, são eles:

O EQUILIBRIO, O RITMO, O ÊNFASE E A UNIDADE.

EQUILÍBRIO

EQUILÍBRIO: consiste no grau de repouso e estabilidade


visual das formas de uma composição determinada.

O equilíbrio obtém-se pela distribuição das formas de uma


composição de modo a que as mesmas se compesem
mutuamente a partir de um eixo imaginário, ou não, dando
lugar a um estado de equilibrio.

Na obra de arte todos os elementos formais devem estar


colocados de maneira a que haja um estado de equilibrio.

DISTINTOS TIPOS DE EQUILÍBRIO

O equilíbrio pode obter-se de distintas maneiras, pela distribuição das formas que
devem estar compensadas ou equilibradas, a partir de um eixo central imaginário que
pode ser vertical ou horizontal, ou pela distribuição de planos ou, então pela distribuição
das cores numa composição.

Essa distribuiçao das formas pode ser facilmente notável em dois tipos de equilíbrio que
são: AXIAL E OCULTO

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total

simétrico

axial Parcial

assimétrico

Equilíbrio composição desequilibrada

Oculto

EQUILIBRIO AXIAL: é quando uma composição se encontra equilibrada a partir de um


eixo imaginário que a divide em duas partes iguais. Esse eixo imaginário pode ser vertical
ou horizontal.

Fig.2 a) imagem com eixo imaginário na vertical Fig.2 b) imagem com eixo imaginário na
horizontal

EQUILÍBRIO AXIAL SIMÉTRICO: é quando numa composição equilibrada, os elementos


encontrados num dos lados da composição correspondem parcial ou totalmente de
maneira simétrica aos existentes do outro lado da mesma composição.
Fig. 3 a) Fig. 3 b) Fig. 3 c)

EQUILÍBRIO AXIAL POR SEMETRIA TOTAL: estamos em presença desse tipo de equilíbrio
quando numa composição com equilíbrio axial os elementos formais existentes num dos

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lados da composição correspondem totalmente, aos existentes do outro lado da
composição.

Fig. 4 a)

Fig. 4 b ) Fig. 4 c)

EQUILIBRIO AXIAL POR SIMETRIA APROXIMADA: sucede quando numa composição


com equilíbrio axial, os elementos formais existentes num dos lados correspondem de
maneira simetrica, mas não total senão parcialmente aos existentes do outro lado da
composição.
Fig.5 a) Fig.5 b)

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EQUILIBRIO AXIAL ASSIMETRICO OU EQUILIBRIO AXIAL NÃO SIMETRICO: ocorre
quando uma composição onde o equilibrio está estruturado a partir de um eixo central
imaginário, mas cujo equilíbrio não é nem parcial e nem totalmente simétrico, mas no
entanto deve notar-se claramente que estamos em presença de uma composição ou
obra com equilíbrio axial.
Fig.6 a) Fig.6 b)

Fig.6 c)
EQUILIBRIO OCULTO: o equilíbrio é oculto quando estamos em presença de uma
composição equilibrada, mas ao analisarmos notamos que nao se regista nenhum dos
tipos de equilíbrio estudados anteriormente.
Fig. 7 a) Fig. 7 b)

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COMPOSIÇÃO DESEQUILIBRADA: uma composição encontra-se desequilibrada, ou seja,
sem presença de equilíbrio, quando as formas visuais presentes na mesma não se
compensam mutuamente, e, portanto, não se vê estavel, o que resulta claramente
desagradavel aos olhos do observador.

Fig. 8 a) Fig. 8 b) Fig. 8 c)

O RITMO
O RITMO é uma sequência ou sucessão temporal ou espacial de motivos e intervalos
que se repetem numa proporção determinada.

Fig. 9 a) Fig. 9 b)

O Ritmo é um princípio aplicavel a quase todas as esferas da vida:

O coração humano trabalha a um ritmo determinado, quando este ritmo se altera indica
que alguma coisa nao esta bem.

Além da percepção desse ritmo através do ouvido, existe uma forma de registo visual
do funcionamento do coração e que pode obter-se atraves de um exame electrónico
chamado electrocardiograma. Observando as curvas registadas pelo aparelho utilizado
que pode ser um monitor visual ou uma impressora que imprime num papel, o médico
especialista notará como anda o funcionamento de um dos nossos orgãos principais.

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Cada individuo caminha a um ritmo determinado, de acordo ao estado de ânimo ou de
tempo que dispõe, comportamento que aos olhos do observador é facilmente
identificavel e funciona como um signo indical ou índice na comunicação humana.

Na música existem vários tipos de ritmo e compassos, que aos ouvidos de um indivíduo
com treinamento para tal e não só, podem significar mensagens implícitas alem dos
textos que representam a letra cantada na mesma música.
Cada ritmo comunica uma mensagem determinada independentemente da área da
realidade que seja.

Existem vários tipos de ritmo:

REGULAR OU UNIFORME

IRREGULAR OU NÃO UNIFORME

RITMO PROGRESSIVO

RADIAL E OCULTO.

RITMO REGULAR OU UNIFORME: é quando a proporção e/ou o tamanho das formas,


assim como a proporção e/ou tamanho dos intervalos repetem-se de maneira uniforme
ou regular. A relação entre as formas e os intervalos é geralmente estabelecida entre as
figuras e o fundo, geralmente comunica, harmonia, movimento constante e estável,
organização, rigidez, etc.
Este tipo de ritmo é frequentemente empregado na arquitetura, em formas e motivos
que geralmente pelo próprio meio devem transmitir estados como os mencionados
anteriormente.
Fig.10 a) Fig.10 b)

RITMO IRREGULAR OU NÃO UNIFORME: diz-se quando numa composição, a proporção


ou tamanho das formas variam de maneira irregular, assim como os intervalos em que
se repetem. Comunica desorganização, instabilidade, arritmia, etc. Mas tambem pode
comunicar flexibilidade, jovialidade, frescura, variação, etc.
Fig.11 a) Fig.11 b) Fig.11 c)

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RITMO PROGRESSIVO. É quando numa obra de arte ou composição, o tamanho das
formas visuais, ou o tamanho dos intervalos aumenta ou diminui em proporções
determinadas, ou seja, o tamanho das formas e/ou o dos intervalos aumenta ou diminui
progressivamente. Geralmente comunicam crescimento elevação, subida, ascensão,
aproximação, etc. Mas tambem podem comunicar regressão, descanso, afastamento,
etc.
Fig. 12 a) Fig. 12 b) Fig. 12 c)

RITMO RADIAL: é quando numa obra de arte ou composição as formas visuais estão
dispostas a partir de um centro determinado onde giram em torno a ele, separados por
grandes ou pequenos intervalos. Comunica geralmente harmonia, estabilidade,
organização, etc.
Quando a disposição das formas e intervalos é estabelecida de maneira irregular
comunica tambem, tal como esse tipo de ritmo, desorganização, intabilidade, arritmia,
flexibilidade, frescura, etc.
Fig.13 a) Fig.13 b) Fig.13 c)

RITMO OCULTO OU INEXISTENTE: este tipo de ritmo sucede quando a disposição das
formas e intervalos não indicam a presença de nenhum dos tipos de ritmos estudados,
ou quando ao analisarmos uma obra não verificarmos uma presença de formas e

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intervalos repetidos. Geralmente as composições com uma só figura são portanto desse
tipo de ritmo.
Fig. 14 a) exemplo de ritmo oculto ou inexistente Fig. 14 b)

Exercícios
1. Faz uma composição artística onde se posa evidenciar as leis de organização
plástica:
Equilíbrio e ritmo.
2. Cria uma pintura onde o equilíbrio seja axial por simetria total.
ÊNFASE
ÊNFASE: é um princípio do design que se obtém quando através das formas, das cores,
do tipo de composição ou através dos princípios do design vistos anteriormente, cria-se
uma zona privilegiada deste o ponto de vista apresiativo que constitui um ponto de
interesse que ressalta a vista do observador.
A ênfase é utilizada com intenções comunicativas, ao criar-se uma zona enfatizada de
maneira a fazer emergir rapidamente uma mensagem a partir das formas empregadas.
A intensidade da zona de ênfase formal utilizado intencionalmente pelo criador, é que
pode fazer desviar a atenção preferencialmente para si em detrimento do chamado
centro óptico.
Fig. 15 a) Fig. 15 b) Fig. 15 c)

UNIDADE

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A UNIDADE é um princípio imprescindivel no design das artes plásticas e em todas
outras artes.
Na literatura é imprescindível uma unidade temática, ou seja, uma obra deve ter um
mesmo tema do princípio ao fim.
Na música deve haver unidade de estilo, ritmo e compasso.
No teatro, os actores, o cenário e o vestuário devem ter uma unidade determinada, para
ao transmitir a mensagem que se pretende nenhum desses factores comunique o
contrário.
Na pintura também é imprescindível uma unidade cromática formal ou temática, por
exemplo, um objecto de cor branca (ou outra cor) situado por cima de uma mesa azul
deve levar implícita uma coloração azulada pelo reflexo da mesa e vice-versa.
A UNIDADE como princípio do design é o grau de relacionamento e homogeneidade
formal ou temática, cromática, estrutural e conceptual que deve apresentar qualquer
composição ou obra de arte dentro das artes plásticas.
Uma obra sem unidade carece de terminação e torna-se menos agradavel à vista do
observador.
Quaisquer dos outros princípios do design estudados, pode não estar totalmente certo
ou bem estabelecido e a obra não parecer necessariamente mal elaborada, mas se
houver problemas de unidade a obra pode considerar-se acabada.

Fig. 16 a) Fig. 16 b)

Exercícios
1. Diga quando é que uma composição tem enfase.
2. Diz quando um desenho tem unidade.

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Sugestão de trabalhos práticos

Equilíbrio axial simétrico

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equilíbrio axial assimétrico

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Ritmo regular

Ritmo irregular ou não uniforme

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Ritmo Progressivo

Ritmo Radial

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Ênfase

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Unidade

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Outros trabalhos

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