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Açucena Santos de Oliveira

RESENHA

IRECÊ
2023
Açucena Santos de Oliveira

RESENHA

Trabalho apresentado no curso de biocombustíveis,


para a disciplina de história, lecionada pelo professor
Leonardo Jesus, do instituto federal da Bahia.

Orientador: Professor Leonardo Jesus

IRECÊ
2023
Adam Smith, foi um dos filósofos morais e economista mais importantes que
o mundo já viu, reconhecido sobretudo por sua obra “A riqueza das nações”,
nomeada em inglês como “The Wealth of Nations”, a obra, publicada em 1776 e
adotada por muitos como um dos pilares do liberalismo econômico e da teoria
econômica clássica. O livro aborda diversos temas que se fazem importantes até
os dias atuais como a teoria do valor-trabalho, divisão do mesmo, foi o pioneiro a
utilizar a ideia da “mão invisível”, além de claro, falar sobre diversos outros temas,
entrando até mesmo em contribuições morais em seus escritos.
Nascido em 1723, Adam era o filho mais novo de cinco irmãos residentes da
cidade de Kirkcaldy na Escócia, recebeu o mesmo nome que seu pai, que falecera
pouco tempo antes do seu nascimento, logo, foi criado por sua mãe Margaret
Douglas, Smith estudou na Universidade Glasgow e logo depois na Universidade
de Oxford, onde ganhou notoriedade por sua filosofia moral e teoria politica, além
de ter tido contado com diversas figuras muito importantes como David Hume, que
foi um dos influenciadores dos seus pensamentos. Adam faleceu aos 67 anos, em
1790, e não teve tempo de ver como as suas ideias seriam precursoras de muitas
mudanças no futuro, além de servir de fundamento para as mais diversas áreas de
conhecimento.
Primeiramente, é necessário reconhecer que a evolução da produtividade do
trabalho explorada por Adam Smith é um aspecto fundamental de sua obra. Smith
reconheceu que os avanços na produtividade estariam diretamente ligados a
divisão do trabalho, a especialização, e a inovação, pois, os trabalhadores se
concentrariam apenas nas tarefas específicas que lhes foram dadas e se tornaram
melhores, além de serem ajudados pelas novas tecnologias que permitiriam a
produção melhor em qualidade e quantidade, que mais tarde traz frutos no
abastecimento da riqueza social e também para o progresso das diversas nações.
Em resumo, o rendimento do trabalho conforme descrito por Adam Smith
destaca a divisão do trabalho, a especialização e a inovação tecnológica como
fatores-chave no crescimento econômico e no aumento da produção. Em seus
escritos, Smith traz uma referência clara para exemplificar sobre isso, ao falar de
manufaturas grandes e pequenas, como uma fábrica de alfinetes, onde cada um
dos trabalhadores pode focar apenas naquilo que é necessário e assim aperfeiçoar
sua técnica até uma habilidade de se conseguir uma produção em larga escala em
um tempo curto, trazendo assim grandes lucros.
Smith também percebeu que a agricultura e a manufatura eram essenciais
para o desenvolvimento econômico, pois se relacionavam equilibradamente, uma
era a que iria fornecer as matérias-primas que alimentaria a outra, e
consequentemente um ciclo no qual um setor fomentava o outro. Essa
interdependência tem que ser essencialmente equilibrada, pois se uma nação
fosse negligente com algum desses setores, não iria se sobressair.
Além de declarar que a divisão do trabalho está diretamente ligada a
natureza humana e que ela é correlacionada as habilidades e aos talentos das
pessoas e como aquilo será trabalhado em sociedade, pois mesmo em sociedades
mais distantes, a divisão estará presente na troca de proveitos e mercadorias.
Se faz necessário entender a obra de Adam Smith em um olhar critico,
sobretudo sobre suas ideias em relação à busca da quantidade dos produtos a
serem produzidos, Adam, em seu texto ignora os fatores ambientais e muitas vezes
os de qualidade também, se um produto é produzido em larga escala, mas tem
uma qualidade baixa, não só a matéria-prima é desperdiçada, como a mão de obra
produtiva tão elogiada pelo economista.
Ademais, a clara falta de ênfase no crescimento no fator social, apenas no
produtivo, a falta de atenção aos bens públicos como a educação e a infraestrutura
pode gerar impactos negativos em todo o crescimento econômico e o conforto
social daquela sociedade, que espera prosperar economicamente, mas não tem
embasamento para se especializar e assim conseguir chegar ao seu objetivo de
uma produção inteligente.
De modo a acrescentar que uma sociedade que tenta empregar aquilo que
foi idealizado em determinado contexto social e econômico sem analisar o seu
atual estado, ela tende a fracassar, os ideais liberais que o economista se faz a
favor defendem inclusive a não intervenção do estado na economia, o que pode
levar a uma transgressão aos direitos humanos, por exemplo, pois se o estado,
enquanto maior representante da população não pode intervir a favor dela, ele
também não
Por fim, se faz importante citar um filme essencial para entender e ter um
senso crítico sobre a obra de Adam Smith, sobretudo sobre como as mudanças
sociais mostram que obras consideradas clássicas muitas vezes podem ser
ultrapassadas.
“Tempos modernos”, filme estrelado pelo brilhante Charles Chaplin, mostra
a sociedade durante a primeira revolução industrial, onde após o surgimento da
máquina a vapor e a substituição do artesão pelo operário, o trabalhador teve que
se adaptar as máquinas. O qual realizando apenas uma função no menor tempo
possível, se tornando assim mecânico, sem sua essência humana e sua
capacidade de discernimento, tanto que acaba se tornando uma engrenagem
naquele sistema onde não iria receber reconhecimento no resultado.
Na obra cinematográfica, o operário Carlitos, alienado ao movimento de
apertar o parafuso, tem uma crise nervosa onde não consegue parar de realizar
aquele movimento, evidenciando assim o trabalho como uma fonte de sofrimento e
a dominação econômica
Após a crise nervosa, Carlitos é demitido e pode-se presumir que ele será
substituído, esse fato traz novamente a reflexão sobre os ideais super otimistas de
Smith e como eles não abrangeram toda a população, já que contribuem para a
criação de um mercado livre que não aborda a justiça social ou a falta de uma
distribuição de renda igualitária.
As obras do economista foram sem dúvidas extremamente importantes para
o mundo atual, porém são ideias que talvez sejam melhor para serem estudadas e
não colocadas em prática considerando o cenário atual.

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