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INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

COORDENADORIA DE LETRAS
DISCIPLINA: DIDÁTICA E AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM – 2023/2
Prof. Letícia Queiroz de Carvalho

Nome: Iasmim Pereira Torres Data: 03/09/2023

Referência: ROMÃO, José Eustáquio. Avaliação dialógica.Desafios e perspectivas.


Editora Cortez, em São Paulo, em 1998.

José Eustáquio Romão disserta em sua entrevista sobre a relevância e o legado de


Paulo Freire no Brasil, principalmente devido aos ataques que seu legado enfrentou
em 2019. Romão enfatiza que os pensamentos de Paulo Freire não têm presença
significativa nas escolas e não são ensinados como deveriam nas universidades. O
professor critica a prevalência, no Brasil, da importância atribuída aos títulos de
doutor e mestrando em detrimento de contribuições verdadeiramente relevantes para
a educação, chamando essa atitude de credencialismo. Para exemplificar a
importância de Freire, Romão menciona uma pesquisa que constata o livro
"Pedagogia do Oprimido," de Paulo Freire, como o livro mais traduzido do planeta, um
feito que não pode passar despercebido.
Em relação à proposta apresentada no texto "Avaliação dialógica: Desafios e
perspectivas" (ROMÃO, 1998: 57-79), percebem-se vários pontos que podem
potencializar o processo de ensino e aprendizagem. Entre eles, destaca-se a
participação ativa dos alunos, a reflexão e revisão contínua, a ênfase na
compreensão e aplicação do conhecimento, a flexibilidade e o envolvimento da
comunidade escolar.
No entanto, ao considerar a conciliação dessas propostas com a realidade escolar
brasileira, surgem desafios significativos. É essencial abordar esses desafios para
alcançar uma implementação eficaz da avaliação dialógica. Entre os pontos a serem
abordados, destaca-se a formação de professores, pois é necessário investir na
capacitação dos educadores para adotar abordagens mais flexíveis e participativas.
Além disso, é imperativo promover uma mudança cultural nas escolas brasileiras,
que ainda são predominantemente tradicionalistas, com foco em avaliações de
memorização e notas. Essa transformação cultural requer esforços conjuntos das
instituições educacionais, governos e comunidades, visando promover a transição em
direção à avaliação dialógica.
Outra consideração crucial é a disponibilização de apoio técnico e recursos
adicionais, uma vez que é fundamental fornecer suporte técnico e recursos para que
as escolas possam efetivamente implementar a avaliação dialógica. Isso pode incluir
o desenvolvimento de materiais didáticos, orientação pedagógica e a melhoria da
infraestrutura escolar.
Infelizmente, podem existir pontos de resistência à mudança por parte de alguns
educadores, pais e gestores escolares que estão acostumados com abordagens
tradicionais de ensino e avaliação. Além disso, o sistema educacional brasileiro ainda
depende fortemente de avaliações padronizadas, como o Exame Nacional do Ensino
Médio (ENEM) e o Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB), que não estão
alinhadas com os princípios da avaliação dialógica.
Por fim, o Brasil enfrenta profundas desigualdades educacionais, e a
implementação da avaliação dialógica pode ser mais desafiadora em escolas com
recursos limitados e em comunidades em situação de vulnerabilidade.
Em resumo, a avaliação dialógica oferece uma abordagem promissora para
melhorar o processo de ensino e aprendizagem, mas sua implementação
bem-sucedida no contexto brasileiro requer esforços significativos de formação,
mudança cultural e investimento em recursos educacionais. Além disso, é importante
reconhecer e abordar os desafios e resistências que podem surgir ao longo desse
processo.

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