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A avaliação é um tema crucial no campo da educação, pois é através dela que

se verifica o processo de ensino e aprendizagem dos alunos. No entanto, a


tradicional postura de avaliar de forma unilateral, onde apenas o professor
possui o poder de avaliar e decidir o destino do aluno, tem sido questionada
nos últimos tempos. Nesse sentido, o professor José Eustáquio Romão, em
seu vídeo, apresenta a proposta da avaliação dialógica como uma alternativa
mais eficaz e justa para potencializar o processo de ensino e aprendizagem.

A avaliação dialógica, conforme apresentada por Romão, busca promover um


diálogo constante entre professores e alunos, permitindo que ambos tenham
participação ativa no processo avaliativo. Isso implica em mudar a visão de
avaliação como uma atividade meramente classificatória e punitiva, para
transformá-la em uma oportunidade de aprendizagem e crescimento mútuo.
Essa abordagem, sem dúvida, traz diversos benefícios para o processo
educativo.

Um dos pontos mais relevantes da avaliação dialógica é a valorização das


múltiplas formas de aprender e expressar o conhecimento. Ao permitir que os
alunos sejam ouvidos e que suas perspectivas sejam consideradas, essa
abordagem reconhece a diversidade de habilidades e estilos de aprendizagem
existentes na sala de aula. Isso cria um ambiente mais inclusivo, onde todos os
estudantes têm a oportunidade de demonstrar seu potencial de maneiras
diferentes.

Além disso, a avaliação dialógica fortalece a relação professor-aluno e a


construção do conhecimento de forma coletiva. Ao envolver os alunos no
processo de avaliação, o professor não apenas conhece melhor as
necessidades e dificuldades de cada estudante, mas também estimula a
autonomia e a responsabilidade pelos próprios resultados. Isso contribui para o
engajamento dos alunos e a melhoria do desempenho acadêmico.

No entanto, é importante reconhecer que a proposta da avaliação dialógica


enfrenta desafios na realidade pedagógica da educação básica brasileira. A
cultura da avaliação tradicionalista ainda é predominante e muitos professores
resistem a mudanças nesse sentido. Além disso, a falta de recursos e a
sobrecarga de trabalho podem dificultar a implementação efetiva da avaliação
dialógica.

Outro ponto dissonante na proposta da avaliação dialógica é a necessidade de


repensar a pedagogia escolar como um todo. Essa abordagem não se restringe
somente à avaliação, mas requer uma mudança de paradigma em relação aos
métodos de ensino, à forma como são desenvolvidas as atividades em sala de
aula e ao próprio papel do professor. É necessário um investimento em
formação docente contínua e um ambiente escolar propício para a
implementação dessas mudanças.

Diante desses desafios, é fundamental que haja um debate amplo envolvendo


professores, gestores, pesquisadores e demais stakeholders do processo
educacional. É necessário repensar as políticas educacionais, investir na
formação dos professores e criar condições favoráveis para a implementação
da avaliação dialógica. Somente assim poderemos transformar o cenário atual
e promover uma educação mais inclusiva, participativa e efetiva.

Em suma, as ideias apresentadas pelo professor José Eustáquio Romão no


vídeo sobre a avaliação dialógica são bastante pertinentes e promissoras.
Através dessa abordagem, é possível potencializar o processo de ensino e
aprendizagem, valorizando a diversidade e promovendo a participação ativa
dos alunos. No entanto, é preciso enfrentar desafios estruturais e culturais para
conciliar as propostas dialógicas com a realidade escolar brasileira. Ainda
assim, é fundamental persistir na construção de uma educação mais justa,
colaborativa e emancipatória.

Referências: ROMÃO, J. E.; ROMÃO, N. P. História de uma obra e de um


manuscrito. Educação em Perspectiva, Viçosa, MG, v. 9, n. 3, p. 490–497,
2018. https://periodicos.ufv.br/educacaoemperspectiva/article/view/7123.

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