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Trabalho Final
2023-3
Título: “História do Ensino de Ciências no Brasil: Do Período Colonial aos Dias Atuais” de
autoria de W. R. dos Santos e R.C.A.F. Galletti e publicado na Revista Brasileira de Pesquisa
em Educação em Ciências (RBPEC), Volume 23, e39233, 1–36 (2023).
Por Igor Ferreira Batista - RA: 11202322173, igor.batista@aluno.ufabc.edu.br
O autor inicializa a exposição delineando o escopo de seu intento, qual seja, discorrer sobre
aspectos cruciais da evolução histórica nos domínios científico e educacional no contexto
brasileiro, desde o período colonial até a contemporaneidade, com o propósito de discernir o
desenvolvimento e a consolidação do ensino de ciências. Esse desiderato requer a consideração
de duas prerrogativas basilares:
Essas assertivas são respaldadas por dois episódios históricos: a tradição de seguir a
periodização estabelecida por Krasilchik, que focaliza as pesquisas a partir da década de 1950, e
a mudança do foco local para o interesse nacional no ensino de ciências, moldando a análise
histórica subsequente (Lemgruber, 1999). Elas encontram sustentação, também, nos argumentos
de autores como Saviani, 2021, que ressaltam o papel das concepções pedagógicas na formação
histórica da educação brasileira, e Lemgruber, 1999, que reitera que a limitação da análise
histórica à metade do século XX é resultante de uma tradição fundada na periodização de
Krasilchik. Ademais, o autor tece críticas ao paradigma acadêmico, apontando que este
contribui para a lacuna na integração dos eventos na história do ensino de ciências,
manifestando-se na centralização do foco no período pós-década de 1950.
Subsequentemente, o autor expõe sua intenção de realizar uma análise histórica do ensino de
ciências no Brasil, identificando uma lacuna no enfoque excessivo na metade do século XX,
negligenciando eventos pregressos essenciais para a compreensão da evolução desse campo.
Diante disso, propõe-se a construção de um panorama histórico do ensino de ciências no Brasil,
visando contribuir para a formação de uma memória que possibilite a compreensão de seus
antecedentes na história da educação brasileira. Essa justificativa se assenta na compreensão de
que a memória de um campo de conhecimento é uma construção social, moldada por
identidades, interpretações dos sujeitos envolvidos, condições locais e globais, bem como por
eventos históricos que influenciaram tendências.
Nessa perspectiva, destaca-se a importância de considerar tanto o eixo da didática quanto o eixo
da pesquisa ao abordar o panorama histórico do ensino de ciências no Brasil. Essas premissas
são embasadas teoricamente em autores como Nardi, 2005; 2014, cujas obras discorrem sobre a
relação entre memória e construção social, e Marandino et al., 2009, que abordam o enfoque
didático e de pesquisa.
Em resumo temos:
Objetivo do Artigo:
Premissas:
Fatos Históricos:
1. Década de 1950 marcada pela transição do foco local para o interesse nacional no
ensino de ciências, influenciando a análise histórica posterior (Lemgruber, 1999).
Tese Central:
1. A análise histórica do ensino de ciências no Brasil possui uma lacuna, concentrando-se
excessivamente na metade do século XX, negligenciando eventos anteriores essenciais
para a compreensão da evolução do ensino de ciências.
Embasamento teórico:
O texto propõe um olhar retrospectivo sobre o ensino de ciências no Brasil, relacionando-o com
eventos históricos e transformações sociais. A ênfase na construção social da memória
evidencia a importância de considerar diversas perspectivas e contextos na análise desse campo.
A abordagem dos eixos didáticos e de pesquisa amplia a compreensão, destacando não apenas
as dinâmicas escolares, mas também o desenvolvimento acadêmico relacionado ao ensino de
ciências.
c) Reflexão crítica sobre o texto
Procedimentos Metodológicos
O autor adota a revisão de literatura qualitativa como abordagem metodológica para alcançar os
objetivos da pesquisa, fundamentando essa escolha em autores como Mariano e Rocha (2017) e
Creswell (2007). Destaca a natureza integradora da revisão de literatura qualitativa ao buscar
sumarizar temas amplos na literatura, utilizando seu próprio estudo como exemplo. Aborda a
constituição do corpus, enfatizando a variedade de fontes bibliográficas, com ênfase nas fontes
secundárias, destacando a predominância de documentos como livros, artigos e pesquisas de
pós-graduação.
Por fim, o autor organiza a história do ensino de ciências em quatro fases, fundamentando essa
periodização em transformações sociais e educacionais no Brasil, desde o período colonial até
os dias atuais.
Primeira Fase (1549–1800): Inicia-se no período colonial com os primeiros esforços
pedagógicos jesuíticos e se estende até a fundação do Seminário de Olinda.
Segunda Fase (1800–1950): Abrange o século XIX até a metade do século XX,
marcado pela inserção e unificação das disciplinas científicas no currículo escolar.
Quarta Fase (1970–dias atuais): Consolidou a didática das ciências como campo
científico autônomo no Brasil, marcada pela produção acadêmica e revisão dos
objetivos da educação científica.
O autor esclarece que a cronologia adotada não é uma delimitação definitiva, reconhecendo a
interdependência entre fenômenos e a coexistência de eventos em diferentes momentos
históricos. A demarcação em quatro fases visa sistematizar a periodicidade dos processos no
campo da educação científica no contexto nacional.
É ressaltado que, embora a cronologia agrupe eventos em fases específicas, isso não ignora as
especificidades políticas e sociais de cada período. A divisão busca facilitar a compreensão, mas
a complexidade histórica é reconhecida.
Objetivo da metodologia:
Premissas:
Fontes Utilizadas:
1. Corpus da Pesquisa: Fontes variadas, incluindo documentos normativos, livros,
artigos científicos, e pesquisas de pós-graduação.
Tese Central:
A história do ensino de ciências no Brasil é organizada em quatro fases distintas (Primeira Fase:
1549–1800; Segunda Fase: 1800–1950; Terceira Fase: 1950–1970; Quarta Fase: 1970–dias
atuais), considerando transformações sociais, culturais, educacionais e científicas ao longo do
tempo. A cronologia não é uma delimitação definitiva, reconhecendo a interdependência entre
fenômenos e a coexistência de eventos em diferentes momentos históricos.
Embasamento teórico:
A análise das fontes, que compreende documentos normativos, livros, artigos científicos e
pesquisas, é conduzida de maneira meticulosa. Esse processo resulta na composição de uma
cronologia dividida em quatro fases distintas. Essa cronologia visa destacar as transformações
sociais e educacionais ocorridas ao longo do tempo no Brasil, fornecendo uma estrutura para a
compreensão das diferentes nuances que moldaram a história do ensino de ciências no país.
Portanto, a revisão de literatura qualitativa não é apenas uma escolha metodológica; é uma
ferramenta que permite ao pesquisador articular seu estudo com o conhecimento acumulado,
preenchendo espaços vazios e contextualizando os resultados. A análise detalhada das fontes,
que abrange diversos tipos de documentos, contribui para a construção de uma cronologia que
vai além da mera sequência temporal, revelando as interações complexas entre transformações
sociais e educacionais e o desenvolvimento do ensino de ciências no contexto brasileiro.
A metodologia escolhida para a pesquisa demonstra ser apropriada para o objetivo proposto,
uma vez que a revisão de literatura qualitativa permite uma síntese integradora de achados
qualitativos. Essa abordagem é valiosa para compreender a história do ensino de ciências no
Brasil, uma vez que ela não apenas se baseia em dados quantitativos, mas também incorpora
interpretações e contextos que enriquecem a compreensão do tema. No entanto, é crucial
ressaltar que a eficácia dessa metodologia dependerá da qualidade da revisão realizada, da
escolha criteriosa das fontes e da aplicação adequada dos princípios metodológicos discutidos.
Destaca-se a análise de Schwartzman (2012), que aponta que, ao contrário de outras nações
colonizadoras, Portugal não transferiu uma forma significativa de 'ciência colonial' para o
Brasil. O colonialismo português é caracterizado como predatório e desprovido da intenção de
criar uma sociedade complexa no Novo Mundo.
A falta de uma tradição científica própria em Portugal é sublinhada como um fator
determinante, em contraste com nações como França, Holanda e Inglaterra. Essa ausência
contribuiu para a incapacidade de estabelecer formalmente a ciência no Brasil colonial.
O trecho conclui destacando a limitação das atividades científicas no período colonial brasileiro,
evidenciada pela falta de instituições para produzir e transmitir conhecimento, em contraste com
outras nações colonizadoras que desenvolveram alguma forma de 'ciência colonial'.
Objetivo da seção:
Principais Premissas:
Fatos Históricos:
Durante o período colonial, Portugal não desenvolveu uma tradição científica própria no
Brasil, focando em atividades econômicas como mineração e produção de açúcar.
A política de isolamento portuguesa limitou o estabelecimento de universidades no
Brasil, temendo a rivalidade com as portuguesas.
Tese Central:
A falta de transferência efetiva de uma "ciência colonial" por parte de Portugal é destacada
como uma limitação.
Embasamento teórico:
4. O autor faz referência a vários autores ao longo do texto, como Gilberto Freyre,
Azevedo, Schwartzman, Filgueiras, Marques, entre outros. Esses autores fornecem
análises históricas e educacionais que fundamentam a argumentação.
O texto em questão destaca uma análise complexa e interligada sobre o atraso científico no
Brasil colonial, atribuindo-o a diversos fatores que atuaram de maneira conjunta e
interdependente. A reconstrução lógico-argumentativa pode ser delineada da seguinte forma:
1. Colonialismo Predatório e Secundariedade Brasileira:
O texto sugere que Portugal não transferiu de maneira significativa uma forma
de 'ciência colonial' para o Brasil, caracterizando o colonialismo português
como desprovido da intenção de promover atividades científicas na colônia.
O autor oferece uma visão aprofundada dos desafios enfrentados pelo desenvolvimento
científico no Brasil colonial, destacando a falta de incentivo à pesquisa e ao pensamento
científico. A crítica ao colonialismo português como "predatório e espoliativo" merece uma
reflexão crítica sobre a generalização desse termo. Seria interessante explorar perspectivas
alternativas que abordem resistências ou adaptações locais à imposição da ciência colonial. Nem
todos os aspectos do colonialismo podem ser rotulados como negativos, e nuances podem
enriquecer a compreensão.
A análise foca em impedimentos políticos e ideológicos, mas uma reflexão crítica pode
investigar se outros fatores socioeconômicos ou culturais foram negligenciados. Elementos
como condições geográficas, diversidade étnica e interações entre diferentes grupos sociais
podem ter tido impactos substanciais no desenvolvimento científico.
O texto enfatiza as barreiras impostas à formação científica pela metrópole portuguesa, mas
devemos considerar se houve resistências ou tentativas locais de superar essas limitações.
Comunidades locais podem ter buscado desenvolver iniciativas científicas independentes, e uma
abordagem mais holística poderia fornecer um retrato mais completo.
Dermeval Saviani, em suas obras sobre a educação brasileira, destaca o papel significativo dos
jesuítas na introdução do ensino formal no Brasil. Ele reconhece que, apesar das limitações, os
jesuítas foram pioneiros na estruturação da educação no contexto colonial. A perspectiva de
Saviani contrapõe a ideia de que não houve contribuições educacionais valiosas durante o
período colonial. Saviani ressalta que a atuação dos jesuítas na fundação de escolas e
estabelecimento de currículos não pode ser ignorada. Ele argumenta que, ao introduzirem a
organização e sistematização no ensino, os jesuítas deram os primeiros passos para a construção
de uma base educacional no Brasil.
Darcy Ribeiro, em "O Povo Brasileiro", destaca a tentativa dos jesuítas de fundar uma
universidade antes de serem expulsos por Marquês de Pombal. Ele sugere que essa iniciativa
reflete a ambição dos jesuítas de proporcionar uma educação superior no Brasil colonial, o que
poderia ter tido impactos significativos no desenvolvimento científico.
A visão de Ribeiro contrapõe a noção de que os jesuítas eram exclusivamente limitados em suas
abordagens educacionais. A tentativa de estabelecer uma universidade sugere um esforço para
avançar além dos moldes educacionais existentes na época.
Em síntese, uma abordagem crítica mais ampla poderia enriquecer a compreensão das
dinâmicas do desenvolvimento científico, considerando múltiplas perspectivas e reconhecendo
contribuições que, embora limitadas, não podem ser ignoradas, como apontado por Saviani e
Ribeiro.
Observação:
Objetivo da seção:
Principais Premissas:
6. Ensino Secundário: O ensino secundário representou uma nova fase, iniciando com o
Colégio Pedro II, que se tornou o padrão a ser seguido, mas outras instituições, como liceus,
também foram estabelecidas, visando diferentes objetivos sociais.
10. Reformulações Curriculares: Entre 1837 e 1900, o Colégio Pedro II passou por pelo menos
13 reformulações curriculares, evidenciando a busca por um equilíbrio entre os estudos
clássicos-humanísticos e as disciplinas científicas.
11. O texto aborda a evolução do ensino de ciências no Brasil desde o período colonial até os
dias atuais.
15. Menciona a introdução das ciências no ensino secundário apenas em 1930, com a Reforma
Francisco Campos.
Fatos Históricos:
Até meados do século XIX, o currículo do Colégio Pedro II era centrado em disciplinas como
Zoologia, Botânica, Mineralogia, Química, Física, Astronomia e Geologia.
As influências das reformas francesas de Salvandy (1847) e Fortoul (1852) também são
destacadas, bem como a tentativa de incorporar métodos alemães sem sucesso duradouro.
Somente na década de 1930, com a Reforma Francisco Campos, as Ciências Físicas e Naturais
foram oficialmente integradas ao ensino secundário.
Tese Central: A tese central do texto é que o ensino de ciências no Brasil, especialmente no
século XIX, enfrentou resistência e predominância das disciplinas clássicas-humanísticas, com
mudanças significativas apenas a partir de 1930, sob a influência do positivismo e do contexto
internacional.
Embasamento teórico:
O texto apresenta uma sequência cronológica que destaca os principais eventos relacionados à
inclusão de ciências no currículo brasileiro, desde o Seminário de Olinda até as reformulações
curriculares do Colégio Pedro II. Há uma ênfase na influência de ideias europeias, conflitos
curriculares pós-Independência e desafios práticos no ensino de ciências.
No século XIX, o ensino de ciências no Brasil foi caracterizado por uma resistência persistente à
mudança, evidenciada pela predominância das disciplinas clássicas-humanísticas no prestigiado
Colégio Pedro II. As influências estrangeiras, como as reformas francesas, representaram
esforços para introduzir métodos inovadores, mas não conseguiram estabelecer mudanças
duradouras. Mesmo as reformas a partir de 1870 não lograram alterar significativamente a
ênfase nas humanidades, mantendo uma resistência arraigada.
Somente com a chegada da Reforma Francisco Campos em 1930, houve uma transformação
substancial no cenário educacional brasileiro. Nesse momento, as Ciências Físicas e Naturais
foram oficialmente integradas ao ensino secundário, marcando uma mudança significativa na
abordagem educacional do país. Essa reforma refletiu um ponto de virada, rompendo com a
longa tradição de predominância das disciplinas humanísticas e sinalizando um reconhecimento
da importância das ciências no contexto educacional nacional. Essa inclusão oficial representou
não apenas uma mudança curricular, mas também uma alteração na percepção do papel das
ciências na formação dos estudantes brasileiros.
Em suma, o texto suscita uma reflexão crítica sobre a trajetória do ensino de ciências no Brasil,
apontando para a importância de considerar não apenas os aspectos teóricos, mas também as
realidades culturais e geográficas, bem como os desafios institucionais e a resistência às
mudanças.
4. Impacto e desafios:
Identifica uma ruptura no final dos anos 1970, indicando o surgimento de uma
quarta fase com a problematização dos objetivos da educação científica.
Objetivo da seção:
O autor parece ter como objetivo principal traçar um panorama histórico do ensino de ciências
no Brasil, destacando eventos, influências externas e mudanças significativas ao longo das
décadas.
Premissas Principais:
Tese Central:
A renovação do ensino de ciências no Brasil, na Terceira Fase, foi impulsionada por influências
internacionais, resultando na introdução de projetos curriculares estrangeiros e na produção de
materiais didáticos, impactando positivamente, mas também enfrentando desafios.
Embasamento teórico:
2. Influências Internacionais:
Essas influências tiveram origem em eventos internacionais, notavelmente nas
reformas curriculares dos Estados Unidos e Inglaterra, sendo uma resposta ao
lançamento do satélite russo em 1957.
5. Contribuições do IBECC:
6. Formação de Professores:
7. Desafios Enfrentados:
O texto apresenta uma análise pertinente sobre a Terceira Fase do movimento de renovação do
ensino de ciências no Brasil, destacando a influência crucial de elementos estrangeiros nesse
processo. No entanto, algumas considerações críticas emergem ao examinar mais
profundamente a narrativa apresentada.
O foco principal está na evolução da educação científica no Brasil a partir da década de 1970.
O texto aborda a crise do modelo centrado na repetição do método científico, evidencia a
influência de correntes pedagógicas, como a escolanovista, destaca a importância de
movimentos como "Ciência, Tecnologia e Sociedade" e "Educação em Ciência para a
Cidadania", e aponta para a necessidade de uma abordagem mais crítica e contextualizada na
formação científica.
1. Contextualização Histórica:
4. Transformações Paradigmáticas:
Objetivo da seção:
Premissas Principais:
A Terceira Fase do movimento de renovação do ensino de ciências no Brasil foi marcada por
uma transição do modelo tradicional de ensino, baseado na repetição do "método científico",
para uma abordagem mais crítica, contextualizada e voltada para a formação do pensamento
crítico e cidadania. O autor destaca a crise desse modelo anterior, os fatores que contribuíram
para essa crise e os movimentos e mudanças paradigmáticas que influenciaram a transformação
na educação científica. Essa mudança é caracterizada pela ênfase na compreensão da natureza
da ciência, na interdisciplinaridade, na contextualização, na participação ativa dos alunos e na
superação dos limites do modelo tradicional. A tese central aborda, portanto, a evolução e os
desafios enfrentados pelo ensino de ciências no Brasil, culminando em uma perspectiva mais
crítica e alinhada às demandas da sociedade contemporânea.
Embasamento teórico:
4. Novo Paradigma:
No que diz respeito à promoção da formação crítica, seria relevante entender como se define
essa formação no contexto específico da educação científica. As abordagens atuais estão
estimulando o pensamento crítico de maneira adequada, ou há uma necessidade de reavaliação e
ajuste nos métodos empregados?
Considerações Finais
Em síntese, o autor constrói uma argumentação histórica para proporcionar uma compreensão
abrangente do desenvolvimento do ensino de ciências no Brasil, culminando em um apelo à
reflexão e contribuição futura por parte de pesquisadores e educadores.
Objetivo da seção:
O autor tem como objetivo principal fornecer uma análise histórica do ensino de ciências no
Brasil. Pretende evidenciar os fatores históricos, pedagógicos, metodológicos, curriculares,
investigativos e legais que moldaram o campo. Além disso, busca destacar a importância da
reflexão sobre a trajetória da educação científica no país para orientar avanços futuros
Principais Premissas:
Embasamento teórico:
Contexto Histórico (Colonial até Década de 1970): O ensino de ciências teve uma
presença limitada e secundária na educação brasileira, influenciado pelo caráter
humanista do currículo colonial e pela persistência do legado jesuíta.
A história do ensino de ciências no Brasil revela uma evolução gradual desde seus primórdios
superficiais no período colonial até as transformações curriculares introduzidas na década de
1930. Mesmo após a Reforma Francisco Campos, a influência predominante do legado clássico
e erudito dos jesuítas perdurou durante o Império. Contudo, um ponto de virada significativo
ocorreu com o movimento de renovação científica nos anos 1970, marcando uma ruptura e
redefinindo os objetivos e desafios no ensino de ciências.
Essa transformação não é apenas um capítulo na história passada, mas continua a moldar de
forma relevante o ensino de ciências no Brasil. A pesquisa, alimentada por programas
acadêmicos e grupos dedicados, permanece vital para a compreensão e aprimoramento do
campo, refletindo a necessidade contínua de refletir sobre a trajetória da educação científica no
país e impulsioná-la para o futuro.
c) Reflexão crítica sobre o texto
O texto apresenta uma análise abrangente e informativa sobre a evolução do ensino de ciências
no Brasil, destacando marcos históricos significativos e a ascensão da pesquisa na área. No
entanto, ao refletirmos criticamente sobre o texto, é possível identificar alguns pontos de
atenção.
Além disso, a ênfase na pesquisa em ensino de ciências a partir de 1972 é salientada como um
marco positivo. No entanto, seria enriquecedor para a reflexão crítica explorar como essa
pesquisa impactou diretamente as práticas educacionais, quais foram as contribuições
específicas para o aprimoramento do ensino de ciências nas escolas e como essas descobertas
foram traduzidas em ações práticas.
A análise histórica proporciona uma base valiosa para entender a evolução do ensino de
ciências, mas é vital destacar que a complexidade do problema exige uma abordagem
multidimensional. As questões educacionais estão intrinsecamente ligadas a fatores sociais,
culturais e econômicos, e uma compreensão holística é essencial para impulsionar eficazmente a
educação científica no país.
Em suma, enquanto o texto fornece uma visão abrangente, a crítica construtiva sugere uma
maior exploração das lacunas identificadas, uma análise mais aprofundada do impacto prático
da pesquisa e uma consideração mais ampla das complexidades que envolvem o ensino de
ciências no Brasil.
Conclusão
A análise destaca impedimentos políticos e ideológicos, mas uma reflexão crítica pode
investigar se outros fatores socioeconômicos ou culturais foram negligenciados. Elementos
como condições geográficas, diversidade étnica e interações entre diferentes grupos sociais
podem ter tido impactos substanciais no desenvolvimento científico.
Ao apresentar a visão de Dermeval Saviani sobre o papel dos jesuítas, o autor destaca a
introdução pioneira do ensino formal no Brasil. No entanto, uma perspectiva crítica é sugerida
ao mencionar Darcy Ribeiro, que destaca a tentativa dos jesuítas de fundar uma universidade.
Isso sugere a importância de considerar contribuições educacionais valiosas durante o período
colonial, questionando a ideia de que não houve esforços significativos.
A análise do processo de modernização destaca a importação de modelos europeus, a resistência
às mudanças e a demora na introdução das Ciências Físicas e Naturais. Uma reflexão crítica é
necessária para avaliar se essas importações consideraram adequadamente as necessidades
nacionais, se a resistência às mudanças foi superada e qual foi o impacto da demora na
introdução dessas disciplinas no desenvolvimento científico.