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RESUMO
O presente trabalho tem por objetivo contribuir com a compreensão da função do coordenador
pedagógico e a sua relevância para a efetivação da formação contínua do docente. Utilizou-se
como procedimentos metodológicos pesquisas bibliográficas, com uma abordagem
qualitativa do problema. Espera-se, com o presente estudo, contribuir para a compreensão a
respeito dos caminhos percorridos na educação brasileira até se chegar ao surgimento da função
de coordenador pedagógico, refletir sobre a sua busca por uma identidade profissional, a
importância da formação contínua do educador para o alcance de uma educação de qualidade e
que atenda aos desafios atuais e o papel do coordenador pedagógico para que esse processo se
consolide. Procuramos, deste modo, cooperar, para que a formação contínua do docente torne-
se realidade nas escolas e que elas atinjam a eficácia e o dinamismo pretendido.
The present work aims to contribute to the understanding of the role of the pedagogical
coordinator and its relevance to the effectiveness of continuous teacher training. Bibliographic
research was used as methodological procedures, with a qualitative approach to the problem. It
is hoped that, with the present study, to contribute to the understanding of the paths covered in
Brazilian education until the emergence of the function of pedagogical coordinator, to reflect
on their search for a professional identity, the importance of the continuing education of the
educator to the achievement of a quality education that meets the current challenges and the
role of the pedagogical coordinator in order to consolidate this process. In this way, we seek to
cooperate so that the continuous formation of the teacher becomes a reality in the schools and
that they achieve the effectiveness and dynamism.
1. INTRODUÇÃO
No que concerne a abordagem qualitativa, Zanten (2004) explica que ela busca
“entender globalmente as categorias que mobilizam os atores para compreender e para atuar
sobre a realidade” (p. 25). Logo, é a que melhor responde aos objetivos propostos nesta
pesquisa, a qual é desenvolvida no nível básico, já que a pretensão é observar a relevância da
formação contínua para a prática docente, refletindo sobre o papel do coordenador pedagógico
nesse processo; sem necessariamente apresentar uma proposta de intervenção direta
(TEIXEIRA, 2002).
Tendo em vista a necessidade de uma melhor compreensão da função do coordenador
pedagógico e a sua relevância para a efetivação da formação contínua dos professores usou-se
como subsídio bibliográfico autores como Costa (2015) e Venas (2012) os quais tratam sobre
o panorama histórico da educação brasileira e evidenciam os caminhos percorridos até se chegar
ao surgimento da função de coordenador pedagógico, refletindo como se constituiu o cenário
educacional aos longo dos anos no país e de que modo as decisões foram tomadas no que
concerne às diretrizes da educação. Tomou-se como subsídio, também, o trabalho de
Vasconcellos (2013) o qual trata sobre a origem e função do supervisor pedagógico e o
surgimento do coordenador pedagógico, evidenciando a sua busca por uma identidade
profissional.
A fim de investigar e definir o papel do coordenador pedagógico no ambiente escolar,
bem como observar a sua relevância para o processo educacional tomou-se como base as
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pesquisas de Venâncio (2017), Oliveira (2009), Batista (2001), Augusto (2006), Orsolon (2003)
e Clementi (2003) os quais explicitam a importância do coordenador pedagógico e evidenciam
que o trabalho deste não se restringe ao burocrático, vai além, envolve-se com o processo de
ensino-aprendizagem, opera diretamente no fazer pedagógico.
Para subsidiar os estudos a respeito da formação contínua do professor e o papel do
coordenador pedagógico para a sua efetivação usou-se os estudos de Fernandes (2010), Freitas,
Lima e Silva (2007) e Nóvoa (1997) os quais discutem os desafios da educação e a importância
da formação contínua do docente, evidenciando a necessidade do trabalho do coordenador para
a efetivação desse processo. A fim de estudar a temática por diferentes ângulos usou-se a
legislação em vigor, a saber, Plano Nacional de Educação, Lei nº 9.394/96, Lei nº 11.738/09 e
Resolução nº 02/2009/CNE/CEB para averiguar a garantia legal para a efetivação dos
momentos de formação contínua do docente.
Na busca de uma melhor apresentação desta pesquisa optou-se por dividir os
resultados e discussões em seção, estruturadas de forma a cumprir com os objetivos da
pesquisa, respondendo a problemática suscitada, com o intuito de “superar necessariamente
o simples levantamento de fatos e coleção de dados, buscando articulá-los no nível de uma
interpretação teórica” (SEVERINO, 2007, p. 219). Assim, na primeira seção faz-se um breve
relato histórico a respeito da educação brasileira desde a chegada dos jesuítas até o
surgimento da figura do coordenador pedagógico.
Já na segunda seção trata-se sobre o coordenador pedagógico e a busca por sua
identidade profissional. Na terceira seção trata-se a respeito da importância da formação
contínua do docente para o alcance de uma educação de qualidade e que atenda aos desafios
atuais. Investiga-se, também, a legislação em vigor que garante os momentos de formação
e o papel do coordenador pedagógico para a sua real efetivação. Nesse sentido, a subdivisão
em seções busca a articulação das partes com o todo convergindo para o tema estudado: o
coordenador pedagógico e o processo de formação contínua do docente.
Aos índios a educação tinha por objetivo a catequização; aos filhos dos colonos os
estudos eram voltados para o ensino das primeiras letras- ler e escrever; para os filhos dos
nobres e senhores de engenhos adotava-se o modelo “Ratio Studiorum” o qual tinha por
objetivo a formação do homem de modo universal, humanista e cristão católico. É importante
trazer à baila que “a educação contemplava o ensino humanista de cultura geral, enciclopédico
e alheio à realidade da vida de colônia” (VEIGA, 2007 apud COSTA, 2015, p. 01).
O modelo da pedagogia jesuíta construía-se sobre o princípio da ordem, organização
e rigidez, sendo imprescindível, deste modo, a presença de figuras educacionais que
garantissem todo o rigor proposto e, também, supervisionasse e acompanhasse o trabalho dos
professores. Essa figura esteve presente no cenário educacional com o papel de acompanhar e
supervisionar o trabalho docente, mesmo nas reformas posteriores e é considerada a origem da
coordenação pedagógica.
Entre os marcos educacionais para a estruturação da função de coordenação
pedagógica está a criação do curso de Pedagogia, o qual tinha por objetivo qualificar os
professores para exercer a função docente. A formação do curso se dividia em bacharelado e
licenciatura. Os Licenciados eram preparados para atuar, apenas, em sala de aula e os Bacharéis
eram preparados para atuar nas funções técnicas. Segundo Funlan (2005 apud VENAS, 2012,
p. 01) “o curso de Pedagogia, desde o seu surgimento em 1939, [...] foi sendo obrigado a se
readaptar de acordo com o momento histórico que se vivia no país”.
O período de divisão das funções exercidas no ambiente escolar marcou o início da
hierarquização entre as funções docentes e não-docentes, assim, a função docente passou a ter
um papel inferior, com salários menores e pouca autonomia para atuar, enquanto as funções
não-docentes, mesmo não havendo uma regulamentação própria, adquiriram status e poderes.
A promulgação da Lei nº 5.692/71 de 11 de agosto de 1971, a qual fixa as Diretrizes e
Bases para o ensino de 1° e 2º graus, trouxe significativas mudanças para o cenário educacional
e delimitou a formação dos técnicos, no seu Artigo 33 postula que “a formação de
administradores, planejadores, orientadores, inspetores, supervisores e demais especialistas de
educação será feita em curso superior de graduação, com duração plena ou curta, ou de pós-
graduação” (BRASIL, 1971, p. 03).
Diante desse cenário, os professores tornaram-se “aulistas” - responsáveis apenas pela
sala de aula, enquanto os supervisores exerciam a função de inspecionar e garantir o rigor do
quê e de quem ensina e o cumprimento das regras pelos alunos. Essas subdivisões dos serviços
estavam diretamente ligadas ao momento histórico vivido de autoritarismo do regime militar,
ideais de um mundo moderno, industrial e tecnicista, em que a especialização do trabalhador
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para desempenhar uma função específica era essencial, procurava-se, nesse momento,
aproximar o formato educacional ao que se vivia no meio industrial – o fordismo. Com o intuito
de que a educação alcançasse resultados positivos tanto quanto a indústria, sem abdicar do rigor
difundido pelo regime militar.
Segundo Vasconcellos (2013) é no meio do autoritarismo do regime militar que surge
a função do supervisor pedagógico e esse assume uma postura de controle sobre os seus
liderados- os professores. Não há muito envolvimento com o fazer pedagógico, mas com o
resultado deste, sua função está mais voltada para a fiscalização. Com esse cenário o que se
obteve no âmbito educacional foi uma ruptura, uma separação ilusória entre processos que
precisam andar juntos. O autor expõe que a introdução da figura do supervisor pedagógico no
interior da escola fomentou a divisão social do trabalho, colocando de um lado os que pensam,
mandam e esperam os resultados e aqueles que, de fato, executam o processo - os professores.
O Educador que era dono do saber e senhor de suas práticas, passa a ter uma figura
entre ele e o seu trabalho, - o supervisor-; sendo assim, o ambiente escolar tornou-se mais
conturbado, opressivo e com hierarquias que dificultavam a interação entre os agentes
educacionais. Silva (1984) expõe que:
Conforme postulado por Silva (1984) o professor é colocado numa posição inferior, de
submissão, até mesmo para justificar o trabalho e a necessidade do supervisor pedagógico. O
docente passa a ser visto como alguém que precisa está sob constante vigilância para atingir os
objetivos e pouco se avalia do trabalho desenvolvido pelo supervisor.
Nos anos 80, com a crise do regime militar e o aprofundamento da crise econômica, o
Banco Mundial passou a definir conceitos analíticos e oferecer suporte para o planejamento do
país em diferentes áreas, incluindo a educação. Venas (2012) expõe que:
A macro- política definia nos gabinetes dos burocratas os rumos das políticas
educacionais, buscando inserir no vocabulário da época os conceitos de eficiência,
autonomia, liderança, parceria, competitividade entre outros, que vão criando uma teia
de sentidos ligada à representação de modernidade que era justificada por maiores
eficiência, produtividade e qualidade que deveriam ser alcançadas. (VENAS, 2012,
p.02)
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Conforme exposto por Venas (2012) os rumos da educação eram decididos nos
gabinetes e se considerava o contexto histórico do momento, os objetivos estabelecidos para o
país. Em outras palavras, a educação era definida segundo os anseios delineados pelo cenário
político e econômico. Diante desse novo cenário viu-se que era preciso mudar o foco, buscar
a qualidade e a eficiência pregada como ideais do mundo moderno. Nesse contexto a figura
sisuda do supervisor escolar perdeu espaço, tornou-se inadequada ao novo cenário e surge então
a necessidade de se difundir um novo perfil; logo os Estados começaram a criar a função do
“Coordenador Pedagógico” o qual paulatinamente substitui o espaço ocupado pelo supervisor.
Apesar de legalmente a função reconhecida, naquele momento, ser a de supervisor,
amparada no Art. 33 da Lei nº 5.692/71- Diretrizes e Bases da Educação, o termo caiu em
desuso e foi substituído pela nomenclatura “Coordenador Pedagógico”, o qual só é legalmente
amparado e definido na década de 90 com aprovação da Lei nº 9.394/96 – Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional.
A supervisão a qual antecedeu a coordenação pedagógica foi usado por muitos como
um instrumento de perseguição e vigilância no ambiente escolar, afinal, ela foi criada sobre os
anos de autoritarismo do regime militar. Conforme Venâncio (2017, p. 40) “o cargo confundiu-
se com o próprio espírito do governo que o havia criado”. Segundo o autor, em muitas escolas
circularam histórias de que coordenadores estavam atuando como “agentes infiltrados” dos
órgãos de censura do regime militar o que acentuou a aversão pelos que exerciam a função.
Apesar da mudança na nomenclatura, as raízes da coordenação pedagógica deixaram
marcas profundas no ambiente educacional e grandes desafios para a criação de uma nova
identidade, bem como sua aceitação por parte dos docentes. Segundo Venâncio (2017) houve
uma grande estigmatização da função desempenhada pelo coordenador pedagógico. Diante
disso o coordenador pedagógico precisou repensar a sua função, buscar sua identidade e
recolocar-se no ambiente escolar de modo a conseguir a simpatia e quebrar os paradigmas. Ele
teve que buscar uma convivência mais pacífica com todos e, aos poucos, conquistar a confiança
dos docentes. Ao tratar sobre identidade Nonato e Silva (2002) afirma que:
Buscar uma identidade, a própria identidade é tarefa pessoal de cada ser humano. Isto
supõe, em parte, descobrir na sua constituição, na sua história o que lhe é peculiar
dentro de uma estrutura social e política determinada que, em geral, condiciona mais
que constrói. (NONATO e SILVA, 2002, p.53)
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Não é fiscal de professor, não é dedo-duro (que entrega os professores para a direção
ou mantenedora), não é pombo correio (que leva recado da direção para os professores
e dos professores para a direção), não é coringa/tarefeiro/quebra galho/salva-vidas
(ajudante da direção, auxiliar de secretaria, enfermeiro, assistente social, etc.), não é
tapa buraco (que fica “toureando” os alunos em sala de aula no caso de falta de
professor), não é burocrata (que fica às voltas com relatórios e mais relatórios,
gráficos, estatísticas sem sentido, mandando um monte de papéis para os professores
preencherem- escola não é de “papel”), não é de gabinete (que está longe da prática e
dos desafios efetivos dos educadores), não é dicário (que tem dicas e soluções para
todos os problemas, uma espécie de fonte inesgotável de técnicas, receitas), não é
generalista (que entende quase nada de quase tudo). (VASCONCELLOS, 2013, p.
86-87)
Diante do exposto por Batista (2001) entende-se que a coordenação pedagógica precisa
atuar diretamente na organização técnica-pedagógica, tendo por objetivo desenvolver um
projeto educativo consolidado e no qual haja o diálogo entre os envolvidos e se facilite a
organização do trabalho coletivo, bem como a socialização de conhecimentos.
Augusto (2006) reforça essa concepção ao afirmar que o coordenador deve oportunizar
ações que contribuam para “o fortalecimento das relações entre a cultura e a escola, organizar
o produto da reflexão dos professores, do planejamento, dos planos de ensino e da avaliação da
prática e arranjar as rotinas pedagógicas de acordo com os desejos e as necessidades de todos”
(AUGUSTO, 2006, p. 01, 02). Em suma, o coordenador pedagógico é responsável por ligar e
interligar as pessoas e ampliar os espaços para a aprendizagem.
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Não é só o campo de trabalho do coordenador que amplia, mas as suas atribuições, a sua
relevância no processo. Ele deixa de andar sozinho, de apenas averiguar os resultados e a
aplicabilidade e passar a fazer parte do processo, torna-se a pessoa que, também, é responsável
pelo andamento e sucesso educacional. Assim, uma nova identidade profissional vai se
delineando. Nessa perspectiva Oliveira (2009) afirma que:
Oliveira (2009) expõe que o coordenador pedagógico é responsável tanto pela formação
dos professores no ambiente escolar, quanto pela sua própria formação pedagógica, o que lhe
exige muita dedicação e estudo constante. O coordenador passa a atuar como o ser responsável
pela otimização dos processos pedagógicos da unidade de ensino, tornando-se parte integrante
do processo de ensino-aprendizagem.
Muitas mudanças na função do coordenador pedagógico são resultantes das próprias
exigências educacionais, pois, com o passar dos anos, a educação tem encarado constantes
transformações e tido novos desafios, inclusive devido às influências tecnológicas, e nesse
contexto todos os envolvidos com o processo educacional precisam repensar suas práticas e
ajustar suas atividades a fim de, realmente, atender as demandas. Libâneo (2004, p. 114) afirma
que “a escola não pode ser mais uma instituição isolada em si mesma, separada da realidade
circundante, mas integrada numa comunidade que interage com a vida social mais ampla”.
Diante disso, o coordenador pedagógico não apenas repensa sua identidade e sua postura frente
aos novos desafios, como, também, contribui para que os docentes e demais profissionais
envolvidos no processo educacional consigam repensar suas práticas e agir positivamente
diante dos desafios impostos. Orsolon (2003) ao falar sobre a função desempenhada pelo
coordenador pedagógico expõe que:
Orsolon (2003) define o coordenador como um mediador e essa mediação ocorre tanto
na promoção do diálogo entre os envolvidos no processo educacional, quanto nas próprias
práticas desenvolvidas. Nessa perspectiva, os momentos de formação são propícios para o
desenvolvimento de sua função. O autor afirma que a formação contínua do docente e o cerne
do trabalho do coordenador pedagógico.
Observa-se que a legislação em vigor não apenas garante o tempo para planejamento,
avaliação e demais atividades, como, também, prevê sua progressiva extensão, o que é um
marco para a educação brasileira, visto que oferece subsídios para a valorização do magistério
e garantia de meios para se alcançar a almejada qualidade. Segundo Costa (2015) ao se falar
em valorização do magistério é preciso considerar certo aspectos, sendo eles:
Considerando o exposto pelo autor observa-se que a formação contínua é essencial para
a melhoria da qualidade da educação ofertada, ela permite a ampliação de horizontes, a reflexão
e o aprimoramento das práticas docentes. Segundo o autor “a educação escolar não se reduz a
sala de aula, ela se viabiliza pela ação articulada entre todos os agentes educativos – docentes,
técnicos, funcionários administrativos e de apoio que atuam na escola” (COSTA, 2015, p. 03).
Para Vasconcellos (2013) mesmo os profissionais formados nas melhores universidades
precisam refletir e repensar suas práticas; há uma necessidade de aprimoramento contínuo. Ele
acrescenta que o professor é um pesquisador e como tal, partindo do pressuposto de que toda
pesquisa parte de um problema, os desafios do ambiente escolar devem ser o escopo de sua
pesquisa, objeto de averiguação e reflexão. Não basta assistir palestras, é preciso se debruçar e
analisar a fundo o problema, traças metas claras e objetivas.
O autor afirma que a escola não deve ser vista, apenas, como um local de trabalho, mas
como um espaço de reflexão, estudo e aprimoramento das práticas- um espaço de formação. “É
preciso investir prioritariamente na formação permanente e em serviço do professor, para que
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possa ter melhor compreensão do processo educacional, posturas e métodos de trabalho mais
apropriados” (VASCONCELLOS, 2013, p. 123).
As reuniões semanais são espaços propícios para a realização do trabalho de formação,
ela precisa ser aproveitada não apenas para alinhamentos e informes, mas para a formação em
serviço. O coordenador precisa ter plano de formação estruturado e estratégias que facilitem a
identificação das áreas prioritárias para abordagem na formação, além de facilitar a troca e o
compartilhamento de experiências e incômodos dos docentes. Sobre o assunto Nóvoa (1997,
p.26) afirma que “a troca de experiências e a partilha de saberes consolidam espaços de
formação mútua, nos quais cada professor é chamado a desempenhar, simultaneamente, o papel
de formador e de formando”. Nesse sentido Silva (2013) acrescenta que:
Conforme a autora para que a escola consiga, de fato, cumprir com o seu papel social é
preciso ter cuidado com o pedagógico, com o contexto da aprendizagem, com os momentos de
formação dos docentes e com o acompanhamento do desenvolvimento do que é proposto. É
preciso garantir sua ação efetiva.
Segundo Freitas, Lima e Silva (2007) não é suficiente para o sucesso de uma escola
apenas copiar projetos de ensino ou planos de formação que foram destaque em outros lugares,
não basta, também, colocar o sucesso da sala de aula apenas sobre o domínio de um arcabouço
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3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A escola de qualidade não pode ensinar para que o aluno aprenda o que iria utilizar
naquele dia ou naquela semana, em uma dimensão redutora e utilitária, mas, sim, deve
selecionar e apresentar conteúdos que possibilitem aos alunos uma compreensão de
sua própria realidade e seu fortalecimento como cidadão, de modo a serem capazes de
transformá-la na direção dos interesses da maioria social. (CORTELA, 1998, p. 16)
coordenação pedagógica viabilizar essas mudanças juntamente com o coletivo, visto que elas
não ocorrem no particular e sim com o apoio de todos os inseridos em prol de um objetivo
comum.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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CLEMENTI, Nilba. A voz dos outros e a nossa voz. In: ALMEIDA, Laurinda R., PLACCO,
Vera Maria N. de S. O coordenador pedagógico e o espaço de mudança. 3ed. São Paulo:
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FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 17ª ed.; Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.
FREITAS, Alexandre Simão de; LIMA, Maria Eliana Matos de Figueiredo; SILVA, Everson
Melquiades Araújo. Formação continuada de professores. Andrea
Tereza Brito Ferreira, Eliana Borges Correia de Albuquerque, Telma Ferraz Leal (orgs.). 1
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Oliveira, Jane Cordeiro de. Um estudo sobre o coordenador pedagógico: sua identidade,
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