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UMA ANÁLISE DO CAMPO DE ATUAÇÃO DO COORDENADOR PEDAGÓGICO NA

INSTITUIÇÃO ESCOLAR

Dinalva de Jesus Nogueira


Raquel Lopes Nogueira

TEMA: Uma análise do campo de atuação do coordenador pedagógico na instituição escolar.


Bom Jesus da Lapa-BA, 2023.

Resumo: Este artigo aborda as diversas funções desempenhadas pelo coordenador pedagógico de
uma instituição pública em Bom Jesus da Lapa. Diante da ausência de uma definição clara de suas
atribuições, esse profissional realiza múltiplas tarefas, muitas vezes afastando-o de sua função
principal. A pesquisa se objetiva em analisar as funções realizadas por ele em seu cotidiano escolar,
visando destacar o impacto positivo gerado pelo empenho desse profissional no desenvolvimento do
ensino-aprendizagem. Utilizando uma abordagem qualitativa, o estudo fundamenta-se em um
referencial teórico consolidado com autores como Azevedo, Nogueira e Rodrigues (2012), Lima e
Santos (2007), Placco, Almeida e Souza (2011). Os resultados evidenciam a complexidade das
atividades desse profissional, ressaltando os desafios e relevância.

Palavras-chave: Coordenador Pedagógico. Ensino-aprendizagem. Atribuições.

1 INTRODUÇÃO
O presente artigo é resultado de uma pesquisa de campo que investiga as funções
desenvolvidas pelo coordenador pedagógico no seu cotidiano na instituição escolar.
O coordenador pedagógico quando tem conhecimento de quais são as reais funções que deve
exercer se torna a peça chave do desempenho da escola como um todo.
Do ponto de vista de Azevedo, Nogueira e Rodrigues (2012, p. 22) “a função da
coordenação pedagógica é gerenciar, coordenar e supervisionar todas as atividades
relacionadas com o processo de ensino e aprendizagem, visando sempre a permanência do
aluno com sucesso. Nesse contexto, é possível compreender que o coordenador pedagógico
é aquele profissional que deve atender às demandas que exercem uma certa influência no
desempenho dos alunos.
Essa pesquisa foi realizada em uma escola pública de educação infantil, localizada na
zona urbana do município de Bom Jesus da Lapa. Conceitualmente, nosso estudo busca
analisar as atribuições do coordenador pedagógico, embasado na observação realizada durante
o período da pesquisa.
Diante do exposto, este trabalho trata-se de um artigo que se justifica por meio da
necessidade de preencher a lacuna existente em relação a definição de qual é o real campo de
atuação do coordenador pedagógico, dado que ainda não há uma definição concreta de suas
funções, o que faz com que esse profissional desempenhe múltiplas tarefas e se distancie da
sua principal função, que é a função formadora. Em razão disso, buscamos desenvolver esse
artigo para elucidar quais são as suas funções e as contribuições na construção de um processo
de ensino- aprendizagem de qualidade.
Esta pesquisa se objetiva em analisar as funções desempenhadas pelo coordenador
pedagógico no seu cotidiano escolar, visando ainda destacar o impacto positivo gerado pelo
empenho desse profissional no desenvolvimento do ensino aprendizagem.
A metodologia adotada consistiu em uma pesquisa bibliográfica com uma abordagem
qualitativa sobre o tema “Uma análise da atuação do coordenador pedagógico na instituição
escolar”. Esta pesquisa incluiu observações e entrevistas semiestruturadas, permitindo uma
análise mais detalhada e contextualizada da atuação do coordenador pedagógico. Este artigo
foi construído por meio do referencial teórico dos seguintes autores: Azevedo, Rodrigues e
Nogueira (2012); Lima e Santos (2007); Placco, Almeida e Souza (2011) e outros para a
sustentação das informações expostas aqui sobre o tema abordado, as principais funções do
CP, a importância do seu trabalho no desenvolvimento de todos que fazem parte do processo
educativo, os seus desafios.
Esperamos que essa pesquisa contribua na ampliação de novos estudos referente ao
campo de atuação dos coordenadores, permitindo a compreensão das principais funções
desenvolvidas por ele, e como a efetivação dessas tarefas contribui no desenvolvimento dos
envolvidos no processo educacional.
Portanto, esse trabalho está estruturado em cinco seções, sendo a primeira seção esta
introdução, que traz o delineamento do tema, os objetivos, a problematização, a relevância
social e acadêmica do estudo e apresenta um recorte do caminho metodológico adotado. A
segunda discorre sobre a atuação do coordenador pedagógico e a sua importância para um
processo de ensino- aprendizagem de qualidade. A quarta apresenta a metodologia. A quinta
apresenta os resultados e as discussões sobre a figura do coordenador pedagógico e as suas
tarefas no contexto escolar. A sexta seção, dispõem das considerações finais do conteúdo
abordado neste artigo.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

O papel do coordenador pedagógico vai muito além das simples questões pedagógicas,
como enfatizado por Lima e Santos (2007) apud Rodrigues e Lima (2018) . Ao desempenhar
suas funções, o coordenador assume uma série de responsabilidades que não se restringem
somente ao ambiente da sala de aula. Ele está lá para os pais, alunos e professores,
solucionando burocracias, mediando conflitos e desempenhando outras atividades que tornam
o seu papel primordial na gestão escolar. No entanto, a ausência de delimitação das funções
atribuídas a esse profissional, por vezes, pode afastá-lo de sua função principal, que é: realizar
a formação continuada dos professores (AZEVEDO, NOGUEIRA E RODRIGUES, 2012).
Diante disso, é essencial reconhecer que a sobrecarga pode afetar a eficácia das funções do
coordenador pedagógico, contribuindo para a ausência de uma abordagem mais clara de suas
funções. Essa ausência, como apontado por Assunção e Falcão (2015), pode fazer com que o
coordenador perca o foco de suas responsabilidades centrais no seu trabalho.
Na visão de Placo, Almeida e Souza (2011) apud Langona e Gama (2018) o trabalho
do coordenador pedagógico é definido em torno de três eixos: articulador, transformador e
formador. O papel articulador é compreendido como auxiliar do trabalho coletivo das
propostas curriculares, em função da realidade. O papel transformador é o responsável por
contribuir na prática educacional para torná-la crítica e reflexiva. Por fim, o papel formador se
encarrega de enriquecer os saberes e trabalho docente.
A formação acadêmica indicada para exercer a coordenação pedagógica é a graduação
em Pedagogia, em consonância com a LDBEN Nº 9394/96 (BRASIL, 2014). Em
contrapartida, as pesquisas da Fundação Victor Civita, realizadas por Placco, Almeida e
Souza (2011), afirmam que nem sempre o título de pedagogo atende às necessidades de
formação do coordenador pedagógico. Sob essa linha, Azevedo, Nogueira e Rodrigues (2012,
p. 25) enfatiza que é importante que o coordenador pedagógico tenha consciência de que para
exercer a função de formador é necessário, assim como professores, cuidar da sua formação
continuada, buscando sempre novos conhecimentos na busca da sua auto atualização, à
medida que “para bem cumprir a função, ele deve estar sempre atualizado (o que significa
estudar muito) com as didáticas específicas – compostas dos saberes sobre os conteúdos, da
forma de ensinar cada um deles e da maneira como as crianças aprendem”.
Para desempenhar um bom trabalho pedagógico, bem como para atender às
demandas dos sujeitos presentes no processo educativo, é necessário que o coordenador
reconheça que a formação continuada centralizada somente na base teórica não é suficiente,
é necessário também refletir sobre a realidade que está em torno do seu trabalho e sobre a
sua prática, como afirma Azevedo, Nogueira e Rodrigues (2012).
Esse profissional tem que ir além do conhecimento teórico, pois para acompanhar o
trabalho pedagógico e estimular os professores é preciso percepção e sensibilidade
para identificar as necessidades dos alunos e professores, tendo que se manter sempre
atualizado, buscando fontes de informação e refletindo sobre sua prática.
De acordo com as diretrizes da Secretaria Municipal da Educação e Cultura (SMEC,
2008, p. 30), a responsabilidade formadora do Coordenador Pedagógico baseia-se na
promoção da formação dos profissionais da escola. O documento também destaca a
importância das ações formativas dos coordenadores pedagógicos serem permeadas pelo
conhecimento adquirido no cotidiano, ressaltando que esse conhecimento deve ser objeto de
reflexão e incorporação ao desenvolvimento pedagógico dos professores. Além disso, esse
processo de formação deve estar aberto à integração do saber cotidiano, contribuindo assim
para o aprimoramento das práticas pedagógicas. Nessa perspectiva, de acordo com o mesmo
documento:
A formação dos docentes e de outros profissionais da Escola pode ser realizada nos
momentos das Atividades Complementares (A.C.). Essas se constituem num espaço
instituído na escola e garantido no regime de trabalho dos servidores municipais que
exercem atividades de docência, que objetiva o planejamento e o replanejamento das
atividades pedagógicas, assim como a reflexão sobre ação desenvolvida (SMEC,
2008, p. 30).

Nesse mesmo contexto, Geglio (2012) apud Langona e Almeida (2018) reforçam a
ideia de que o coordenador pedagógico desempenha um papel essencial no planejamento,
acompanhamento e execução dos processos didáticos e pedagógicos da instituição escolar.
Ambos destacam que esse profissional é essencial para uma formação sólida dos professores,
capacitando uma melhor qualidade de ensino aos alunos. Assim, o coordenador pedagógico
desempenha um papel fundamental na garantia de uma formação para os professores,
possibilitando que eles ofereçam uma educação adequada aos alunos.
3 MÉTODO
Este estudo foi realizado por meio de uma pesquisa bibliográfica, que consistiu na
análise de obras já publicadas sobre a temática. Adotou-se uma abordagem qualitativa,
utilizando o método de coleta de dados centrado em uma entrevista semiestruturada
conduzida no ambiente de trabalho da profissional.
A entrevista foi realizada com uma coordenadora pedagógica, permitindo a
investigação e reflexão sobre o seu papel e suas responsabilidades. Inicialmente,
apresentamos o ofício de autorização para a pesquisa à diretora e à coordenadora. A entrevista
ocorreu na sala da coordenadora, durante o intervalo, considerando que a escola estava no
final do ano letivo. A coordenadora entrevistada concedeu a autorização para a realização das
observações e entrevistas, mediante o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Nos três dias consecutivos de observação foi possível constatar a complexidade que
envolve o cotidiano do coordenador pedagógico, à medida que presenciamos o profissional
observado desenvolver múltiplas tarefas, tais como preenchimento de formulários, impressão
de atividades, suporte de conteúdo pedagógico, atendimento aos pais dos alunos, alunos,
professores, demandas de indisciplina, questões burocráticas, reuniões e planejamento.
Sabemos que a sobrecarga de tarefas a esse profissional impacta no desempenho da sua
principal atribuição, a função formadora. Nessa conjuntura, ao entrevistarmos a coordenadora
perguntamos como ela exerce a importante e complexa função de formadora, ela
nos respondeu:
Isso implica no momento dos ACs e temos também momentos coletivos, né? Então
é quando acontece os momentos coletivos temáticas sempre é inserido algum
contexto a ser discutido, a ser estudado, a ser explorado com a participação de todos,
não só com os professores e no momento de ACs também estão disponibilizados
elementos conceituais com relação à sua prática cotidiana, conforme a sua formação.

Essa dimensão foi presenciada no segundo dia da observação, o qual a coordenadora


promoveu a AC (atividade complementar) com alguns professores, onde discutiram
estratégias para serem trabalhadas no mês em que se relembra a Consciência Negra. Nessa
reunião, foram apresentadas atividades a serem trabalhadas que incluíam o uso de imagens,
acompanhadas de uma discussão sobre a importância de se trabalhar a identidade, bem como
a representatividade. Durante a discussão, foi enfatizado que essas imagens contribuem na
formação da identidade da criança, sendo por meio delas que ela a constrói gradualmente.
A função formadora, destacada por Placco, Almeida e Souza (2011), envolve o
acompanhamento direto do trabalho do professor, elaboração de devolutivas, identificação de
fragilidades, proposta de projetos e sugestão de estratégias. Nessa perspectiva, presenciamos a
efetivação de outra tarefa que tange a função formadora do coordenador. Isso ocorreu quando
a coordenadora foi para sala observar uma aluna, a qual a professora da sala havia
comunicado que estava com dificuldade de aprendizagem. Ela ficou um bom tempo
observando a aluna desenvolver as atividades, e posteriormente se reuniu com a professora
mediadora da sala de aula para orientá-la, como também para desenvolver estratégias
juntamente com a professora para a melhoria do desempenho do processo de aprendizagem
daquela aluna. Naquele momento a coordenadora desempenhou também o seu papel de
articuladora do processo de ensino- aprendizagem ao acompanhar diretamente as dificuldades
do aluno, como também o desafio do professor. Essa função desempenhada pela
coordenadora é um caminho a seguir para a melhoria do processo educativo, visto que se
objetiva em criar estratégias para solucionar o problema, a fim de conquistar o sucesso do
aluno.
Quando perguntamos sobre a formação acadêmica da coordenadora, ela relatou:
Então, fiz pedagogia também, sou pedagoga, tenho formação na área. Fiz
Psicopedagogia alguns anos atrás também, 2 anos, fiz mestrado em ciência e
educação. Procuro sempre atuar e formar em cima da minha área, conhecimento é
infinito. Para mim o conhecimento é infinito, sempre vai ser. Independentemente se
você tem alguma formação acadêmica. Você está sempre buscando, a tecnologia
está aí disposta para você adentrar cada vez mais no conhecimento e aprofundar
cada vez mais e ampliar a sua zona de desenvolvimento psicológico.

Nesse contexto, ficou evidente que a coordenadora atende ao desejado, pois a


licenciatura em Pedagogia seria a formação adequada para exercer a função de coordenador
pedagógico. Por meio da sua resposta, também foi possível constatar que ela é uma
profissional comprometida com a sua auto atualização, bem como a sua formação
continuada, o que é de extrema importância para o desempenho do sua função, principalmente
quanto formadora de docentes, pois é inviável que ela realize essa função sem ter os
conhecimento necessários.
À medida que perguntamos sobre a função mais atribuída a ela enquanto coordenadora
pedagógica, ela nos respondeu: “A interação diária, harmonia com um todo da escola. Desde
o porteiro até a sala de aula, cantina. A gente tem esse papel de harmonizar o ambiente, evitar
conflito, a gente sabe que a interação com outro não é fácil, então é um dos maiores desafios.”
Por meio dessa fala, entendemos que o papel articulador nas relações interpessoais não é uma
tarefa fácil, à medida que o coordenador pedagógico lida com muitas pessoas, desde a
comunidade interna que são todos os funcionários que trabalham na escola até a comunidade
externa que são os responsáveis pelos alunos, por serem seres subjetivos, é claro que em
determinadas situações pode surgir alguns conflitos. Portanto, para coordenar com eficiência é
fundamental que o coordenador faça uso do papel articulador, pois este é o responsável por
manter o elo entre esse profissional, o aluno, a equipe escolar e os pais dos alunos.
No segundo dia de observação presenciamos a coordenadora chamando atenção de
uma professora em relação ao seu horário, pela razão de que esta, havia se atrasado. Naquele
momento a coordenadora praticou o diálogo para solucionar uma questão de indisciplina, a
fim de contribuir para o crescimento profissional da professora. De acordo com Almeida e
Araújo, “o coordenador, ao mesmo tempo em que acolhe e engendra, deve ser questionador,
desequilibrador, provocador, animador e disponibilizando subsídios que permitam o
crescimento do grupo, tem um papel relevante na formação dos educadores, ajudando a elevar
o nível de consciência: tomada de consciência.”
Ao ser questionada sobre o seu papel no processo de integração, escola, família e
comunidade, ela deu a seguinte resposta:
Como acabei de relatar, o diálogo é fundamental. O diálogo permanece desde o
início até o fim. Desde quando você entra pelo portão, você tem que procurar se
intervir, né? Diante dos novos desafios que aparecem no dia a dia com o outro, com
os professores, com as crianças de forma afetiva e atribuir de forma legal também,
porque nós somos cidadãos de direitos e deveres e a partir do momento que você
entra dentro do seu espaço profissional, você tem que situar, tem que lembrar que
você está ali perante a algo que defende a sua prática, que são as leis, nosso caso
hoje nós temos a BNCC. Um foco nas nossas atribuições, no nosso planejamento, na
interação com o outro, nas formações que acontecem no interior também da
instituição, no convívio diário com os professores, diálogo entre conflitos com os
pais e inúmeras atribuições que a gente sabe que acontecem.

Nesse sentido, mediante as observações, foi possível notar como acontece essa
integração, reafirmando a resposta dada por ela. Ao enfatizar a importância do diálogo como
elemento central nesse papel, pudemos presenciar como essa prática é efetivada. Segundo a
coordenadora, todos os dias ao chegar, ela se dedica a atender e cumprimentar pais e alunos,
não apenas para verificar a presença por turmas, como para observar o desenvolvimento
individual de cada um. Essa prática alinha-se com o princípio destacado na BNCC, página 36,
que afirma: “Nessa direção, e para potencializar as aprendizagens e o desenvolvimento das
crianças, a prática do diálogo e o compartilhamento de responsabilidades entre a instituição de
Educação Infantil e a família são essenciais” (BRASIL, MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO,
2018). Isso reforça não apenas a relevância do diálogo, como destaca a sua preocupação entre
as suas ações diárias e as diretrizes propostas pela BNCC. Essa prática pautada no diálogo
evidencia o comprometimento com o desenvolvimento e aprendizagem das crianças,
fortalecendo a integração em conformidade com as diretrizes estabelecidas e também
proporcionando a resolução de possíveis desafios decorrentes do dia-a-dia. Quando
questionada sobre esses desafios enfrentados por ela ao desempenhar a sua função, ela
respondeu:
O dia a dia em si, em sua atuação já é um desafio nato, né? Que é a vida da gente, é
bastante desafiadora toda função parte desafios. Todos os dias aparecem coisas
novas, conflitos com relação a pais que não entendem direito a rotina local, por mais
que no início do ano letivo você aborda aquela rotina, como é trabalhada de acordo
com as leis. Então, muitos pais eles não entendem, então dificulta muito o trabalho,
então para isso tem que ter aquela intervenção com foco na lei com foco legal,
amplo, dialético no cotidiano.

A partir do que foi dito e observado, ficou perceptível que essa profissional enfrenta
diariamente diversas situações e conflitos. Essa perspectiva reforça a complexidade do papel
do coordenador pedagógico, que vai muito além das simples questões pedagógicas, como
enfatizado por Lima e Santos (2007). Um dos problemas que ela ressalta está relacionado na
dificuldade de compreensão por parte dos pais, o que ocasionalmente pode resultar em
conflitos. Para evitar essas situações, torna-se essencial fazer uso de um dos três eixos
propostos por Placco, Almeida e Souza (2011). O eixo em questão, é o articulador, que
desempenha o papel na colaboração e interação da coordenadora com os pais.

5 CONSIDERAÇÕES

Com base nesta pesquisa, foi possível compreender alguns dos desafios enfrentados
pela coordenadora pedagógica. A partir das nossas observações, pudemos perceber as diversas
funções que são atribuídas a ela no seu ambiente de trabalho, o que pode distanciá-la do seu
principal dever, de formadora. Com base nisso, notamos que ela se concentra principalmente
em orientar e sugerir atividades para os professores, o que destaca a importância de seu papel
no desempenho da qualidade de ensino no processo educativo.
Pretendemos a partir deste trabalho contribuir com o processo educativo como um
todo. Por meio da base teórica, esperamos ampliar a visão acerca da importância do trabalho
desenvolvido pelo coordenador pedagógico no ambiente escolar, ao abordar sobre as funções
atribuídas a ele no seu campo de atuação, destacando que esse profissional é um elo entre
todos os sujeitos envolvidos no processo de ensino-aprendizagem.
Do ponto de vista de Oliveira (2011, p. 5) o sucesso da construção do novo tempo
escolar “depende de todos que participam da escola, dos que nela trabalham e, sobretudo, dos
que a dirigem e coordenam” (apud, RODRIGUES E LIMA, 2018, P. 219- 220). Portanto, o
trabalho desenvolvido pela coordenadora serve como base para a construção de um ambiente
escolar democrático, na medida que a mesma desempenha seu papel mediador/articulador.

6 REFERÊNCIAS

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