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Legacy Modernization: Por que investir na modernização de

legados

A modernização de aplicações legadas é o assunto do momento nas maiores empresas


do mundo. Normalmente, é um investimento alto e uma jornada de longo prazo para se colher
bons frutos que podem mudar o jogo da companhia. Nos casos em que o sistema em questão
é o sistema core, alguns fatores são fundamentais para a decisão de se iniciar uma jornada de
modernização e substituição/diminuição do uso do legado.

Como pano de fundo, o estudo Application Modernization Should Be Business-Centric,


Continuous and Multiplatform, da Consultoria Gartner, indica que os débitos técnicos de
sistemas legados continuarão se somando aos já existentes e até 2025, estarão consumindo
mais de 40% do budget de TI. Nesse mesmo estudo, o que mais impressiona é que 90% dos
apliucativos atuais ainda estarão em uso, sendo que a maioria continuará a receber
investimento insuficiente em modernização

Abaixo vamos listar os 4 motivos que acredimos ser fundamentais e justificáveis para o
investimento em modernização de aplicações legadas:

Custo operacional cada vez mais alto

Ter um sistema legado e manter ele em crescimento e funcionamento, gera um crescente


custo operacional para a empresa. Os custos podem vir de fontes diversas, como sustentar a
aplicação, a infraestrutura que a suporta, dar a manutenção e evoluir o sistema de forma
constante. Os principais pontos de dúvida na cabeça dos executivos ligado a custos de manter
um sistema legado sempre estarão ligados á:

- Número de chamados de suporte para os usuários finais;

- Número de profissionais de infraestrutura e operações para monitorar o sistema – isso


quando o sistema tem uma monitoração ativa;

- Tempo para aplicar uma alteração classificada como “simples” no sistema legado

- Custo com infraestrutura e hardware (ou até mesmo cloud) para manter o sistema;

Todos esses custos existem porque, na concepção e desenho do sistema a arquitetura que foi
definida a época não previu uma escalabilidade – tanto de usuários finais como de
desenvolvimento, ou até mesmo não existiam tecnologias que suportavam os problemas
atuais. Dado isso o custo operacional do sistema legado tem uma tendência de aumentar
exponencialmente.
Ritmo de inovação: Lento, sem acompanhar o mercado

Inovar é preciso e é um dos principais desafios de empresas tradicionais. A métrica de TTM


(time to market), determina quando nasce a ideia e quando o produto vai ser utilizado em
produção. Esse indicador vem degradando com o passar do tempo nos sistemas legados,
chegando a um ponto em que a inovação se torna lenta e que a consequência será a perda de
competitividade no mercado.

Manter um TTM em sistemas legados é um desafio. Uma vez que esses sistemas não foram
concebidos com uma arquitetura pensada para tal, se inicia os malabarismos de trabalhos em
criações paralelas – conhecidas popularmente como “puxadinhos”. Nesse ritmo, não importa
se você tem 10 ou 100 desenvolvedores trabalhando, o ritmo dessas mudanças sempre será
determinado pela maior complexidade a ser implementada – arrastando o TTM.

Outro fator que acaba contribuindo para desacelerar a inovação são os débitos técnicos. Em
sua maioria enormes e impagáveis, precisam ser remediados e ter um esforço homérico a cada
nova mudança o sistema. Como comparação lúdica, imagine dois corredores em uma prova,
onde um deles está a carregar uma mochila de 20kg nas costas (20kg de débitos técnicos).
Quem leva a maior chance de vencer?

Experiência final do usuário: De mal a pior

A cada dia que passa temos novos aplicativos, novos sites e sistemas que elevam a régua dos
usuários finais, tornando-os cada vez mais exigentes. Não existe mais a paciência para
informar que o sistema está indisponível, volte mais tarde, aguarde para que a operação seja
efetivada. Para o usuário, o uso deve ser fluído, simples e cirúrgico. A indisponibilidade ou
lentidão para executar uma função compromete de forma direta essa experiência do usuário,
deixando claro que o software não foi pensado e construído para suportar uma demanda que
o negócio exige.

Outro fator que pode impactar diretamente é o uso multiplataforma, ou seja, o usuário
acessar o sistema a partir do dispositivo que ele tiver acesso: Notebook, celular, tablet e até
mesmo de sua SmartTV, sem deixar de perder a experiência de uso. Geralmente os sistemas
legados foram projetados para ser usado em um desktop, ser tornando impossível ou
altamente traumático acessar por outros dispositivos. Sem contar que é muito provável que as
interfaces e fluxos sistêmicos não tenham sido desenvolvidos tendo o foco na melhor
experiência para o usuário final, deixando o seu uso lento, pouco intuitivo e de uso dificultoso.

Para um sistema modernizado, é esperado que a experencia do consumidor (CX) impacte


diretamente na sua satisfação (indicador que é conhecido como NPS – Net Promoter Score), é
por consequência, na probabilidade de continuar usando e indicar o uso desse produto. Isso
indica que podemos facilmente fazer uma relação direta entre CX com o crescimento da
participação no mercado de um produto digital e consequentemente na sua modernização.

Por isso, sistemas modernos são desenvolvidos tendo o usuário final como seu principal foco
(user centric). Uma arquitetura escalável, absorvendo o aumento da demanda sem gerar
indisponibilidades ou perda de performance, preparados para auto recuperação de faltas e
com uma interface simples, amigável e intuitiva, sendo acessado de qualquer dispositivo, se
torna chave para o sucesso da modernização de aplicações legadas.

Dificuldade a atração e retenção de talentos

O mercado vive um momento crítico em relação a contratação de profissionais qualificados


nas áreas que envolvem modernização. Profissionais como arquitetos de software,
engenheiros de aplicação, especialistas em modernização, UX Designers, Engenheiros de
Cloud, Cientistas de dados e Administradores de banco dados estão escassos e com salários
exorbitantes devido ao cenário de oferta e demanda.

Como principal fator de escolha dos profissionais pela vaga oferecida está com qual desafios e
tecnologia eles irão trabalhar. A tecnologia de ponta é um dos pontos que favorecem a escolha
dos profissionais, dentre outros diversos pontos. Companhia que possuem sistemas legados
com tecnologia defasadas sofrem com esse problema de maneira exponencial. A dependência
e/ou falta de profissionais de tecnologia é um grande desafio para as empresas, visto a
representatividade de riscos para evolução e perenidade do negócio.

Considerar um investimento para modernização ou participar de um processo inicial é um


fator que ajuda nesse cenário. Como mencionado anteriormente, a modernização de um
sistema core é uma jornada longa e de alto investimento, e que gera atratividade para um
desenvolvimento profissional.

Esses quatro motivos colaboram como abordagens importantes que aumentam a


probabilidade de sucesso nos investimentos de modernização de uma aplicação legada, em
conjuntos com outras abordagens que geram o sucesso no ecossistema e na jornada de
modernização – que é longa, porém de muito valor para a empresa.

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