Você está na página 1de 25

CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO

TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS

CURSO TÉCNICO DE MECÂNICA


ELEMENTOS DE MAQUINAS

Felipe Baranowisky

LUBRIFICACAO

BELO HORIZONTE
2010
Felipe Baranowisky
LUBRIFICACAO

Trabalho apresentado ao Curso Técnico de


Mecânica – CEFET-MG, campus I, para a
disciplina Elementos de maquinas.
Professor: Jose Saturnino.

BELO HORIZONTE
2010

2
SUMÁRIO

1.0 INTRODUÇÃO......................................................................................................4
2.0 DESENVOLVIMENTO........................................................................................5
3.0 CONCLUSÃO......................................................................................................24

REFERÊNCIAS BILIOGRÁFICAS........................................................................25

3
1.0 INTRODUÇÃO

Os lubrificantes são substâncias que colocadas entre duas superficies móveis ou uma fixa e
outra móvel, formam uma película protetora que tem por função principal reduzir o atrito, o
desgaste,bem como auxiliar no controle da temperatura e na vedação dos componentes de
maquinas e motores, proporcionando a limpeza das peças, protegendo contra a corrosão
decorrente dos processos de oxidação, evitando a entrada de impurezas, podendo também
ser agente de transmissão de força e movimento.

A lubrificação, é um dos principais itens de manutenção de máquinas industriais e


automotivas e deve, portanto, ser entendida e praticada para garantir um real aumento da
vida útil dos componentes.

4
2.0 DESENVOLVIMENTO

2.1) Propriedades dos lubrificantes

- Viscosidade:
É a principal propriedade física dos óleos lubrificantes.
A viscosidade está relacionada com o atrito entre as moléculas do fluido, podendo ser
definida como a resistência ao escoamento que os fluidos apresentam.
Um dos métodos utilizados para determinar a viscosidade (ver ilustração abaixo) é verificar
o tempo gasto para escoar determinada quantidade de óleo, a uma temperatura
estabelecida, através de orifício de dimensões específicas.

- Viscosidade cinemática:
No método cinemático, um tubo capilar é abastecido até determinado nível. Por sucção, o
óleo é levado até uma marca em um dos lados do tubo. Parando-se de succionar, o óleo
tende a voltar para a posição inicial, passando por uma segunda marca de referência. É
anotado o tempo, segundos, que o nível do óleo leva para passar pelos dois traços de
referência.

Para cada faixa de viscosidade dos óleos é utilizado um tubo capilar com determinado
diâmetro e, para cada tubo, é determinado um fator de correção “C” do tubo para o cálculo
da viscosidade em centistokes (cSt):

Viscosidade em cSt = C x t

sendo t, o tempo de escoamento, em segundos, determinado no viscosímetro cinemático.

A viscosidade é, indubitavelmente, a propriedade física principal de um óleo lubrificante.


A viscosidade é um dos principais fatores na seleção de um óleo lubrificante, sendo sua
determinação influenciada por diversas condições, sendo as mais comuns as seguintes:

5
Velocidade
Pressão
Temperatura
Folgas
Acabamento
Velocidade ® maior a velocidade, menor deve ser a viscosidade, pois a formação da
película lubrificante é mais fácil. Os óleos de maior viscosidade possuem maiores
coeficientes de atrito interno, aumentando a perda de potência, isto é, a quantidade de força
motriz absorvida pelo atrito interno do fluído.

Pressão ® quanto maior for a carga, maior deverá ser a viscosidade para suportá-la e
evitar o rompimento da película.

Temperatura ® como a viscosidade diminui com o aumento da temperatura, para manter


uma película lubrificante, quanto maior for a temperatura, maior deverá ser a
viscosidade.

Folgas ® quanto menores forem as folgas, menor deverá ser a viscosidade para que o óleo
possa penetrar nelas.

Acabamento ® quanto melhor o grau de acabamento das peças, menor poderá ser a
viscosidade.
Índice de viscosidade é um valor numérico que indica a variação da viscosidade em relação
à variação da temperatura.

Alguns líquidos tendem a ter sua viscosidade reduzida, quando aquecidos, e aumentada,
quando são resfriados.

Maior o índice de viscosidade menor será a variação da viscosidade com a temperatura.

6
Por exemplo, se dois óleos, a uma determinada temperatura, possuírem a mesma
viscosidade, quando resfriados ficará mais espesso aquele que possuir menor índice de
viscosidade.

O exemplo da ilustração anterior pode ser representado pelo seguinte diagrama:

Para determinar o índice de viscosidade de um óleo, do qual conhecemos a viscosidade a


determinada temperatura, é aplicada a seguinte fórmula:

7
Onde:
U = viscosidade a 100ºF de um óleo cujo IV desejamos calcular.
L = viscosidade a 100ºF de um óleo com IV zero e tendo a 210ºF a mesma viscosidade que
o óleo cujo IV queremos determinar.
H = viscosidade a 100ºF de um óleo com IV 100 e tendo a 210ºF a mesma viscosidade que
o óleo cujo IV queremos calcular.
- Grau de API:
O Grau API é uma escala hidrométrica idealizada pelo American Petroleum Institute - API,
juntamente com a National Bureau of Standards e utilizada para medir a densidade relativa
de líquidos.
É obtido pela fórmula:
ºAPI = (141,5 ÷ densidade da amostra à temperatura de 60°F) - 131,5
em que a densidade é medida relativamente à densidade da água.
A densidade, portanto, pode ser obtida por:

Obs: 60°F correspondem a 15,55...°C


O grau de API permite classificar o petróleo em
Petróleo leve ou de base Parafínica: Possui ºAPI maior que 31,1. Contém, além de
alcanos, uma porcentagem de 15 a 25% de cicloalcanos.
Petróleo médio ou de base Naftênica: Possui ºAPI entre 22,3 e 31,1. Além de alcanos,
contém também de 25 a 30% de hidrocarbonetos aromáticos.

8
Petróleo pesado ou de base Aromática: Possui ºAPI menor que 22,3 e é constituído,
praticamente, só de hidrocarbonetos aromáticos.
Petróleo extra-pesado: Possui ºAPI menor que 10.
Quanto maior o grau API, maior o valor do produto no mercado.
O petróleo encontrado pela Petrobras no campo petrolífero de Tupi (bacia de Santos) em
Novembro de 2007 foi testado e classificado como 28º API, ao contrário do que é
frequêntemente dito é do tipo médio e não leve. Um dos motivos para a sua divulgação
como leve é a comparação com a média da densidade do petróleo nacional.

- Ponto de fluidez:
Quando resfriamos um subproduto do petróleo, suficientemente, este deixa de fluir, mesmo
sob a ação da gravidade, devido a cristalização das parafinas ou o aumento da viscosidade
(congelamento).
O ponto de névoa é a temperatura em que, resfriando-se um produto, a cristalização da
parafina dá uma aparência turva a este produto.

- Ponto de fulgor e de inflamação:


Ponto de fulgor é a temperatura mínima à qual um líquido é suficientemente vaporizado
para criar uma mistura vapor-ar que se inflamará se houver ignição.

Ponto de inflamação é a mínima temperatura em que o vapor é gerado em quantidade


suficiente para sustentar a combustão.

Uma mistura de vapor e ar demasiadamente pobre ou demasiadamente rica não queimará.

Para os produtos comerciais comuns, o ponto de inflamação encontra-se 50ºF (28ºC) acima
do ponto de fulgor.

Os pontos de inflamação e de fulgor não devem ser confundidos com a temperatura de


combustão espontânea.

9
Abaixo alguns exemplos de ponto de fulgor, vaso aberto, de alguns óleos lubrificantes,
segundo um determinado fabricante.
Aplicação Ponto de Fulgor
Motor diesel marítimo 240ºC
Engrenagens 220ºC
Motor a gasolina 205ºC
Sistemas hidráulicos 200ºC
Compressores de218ºC
refrigeração
Usinagem de metais 165ºC

- Resíduos de carbono:
Os óleos lubrificantes são misturas de hidrocarbonetos que podem apresentar propriedades
físicas e químicas muitos variadas. Alguns óleos, quando aquecidos em ambientes
fechados, podem deixar uns resíduos de carbono não volátil, cuja Lubrificantes líquido 10
quantidade pode ser determinada por métodos e aparelhos padronizados, como os métodos
de Conradson(figura3).
Este ensaio consiste, basicamente, em fazer evaporar uma amostra de 10 gramas do óleo,
impedindo-se, durante a prova, a combustão do óleo ao evitar o contato com o ar.
Terminado o teste, pesa-se o resíduo deixado no vaso de porcelana que continha a amostra.
Outro processo de ensaio de resíduo de carbono é o Ramsbottom, originário da Inglaterra.
A evaporação do óleo é feita com um vaso de aço inoxidável ligado à atmosfera apenas por
um tubo capilar, por onde escapam os vapores, colocando em um banho à temperatura de
550ºC (1022ºF), durante uns 20 minutos

- Cor:
Outra propriedade que pode ser avaliada é a cor ou aparência do lubrificante,
principalmente quando comparado com uma amostra de produto novo e garantido.
Variações significativas podem sinalizar variações em propriedades importantes do
lubrificante. Quando essa variação está em relação um lubrificante sem uso, essa variação
pode ser inócua e causada apenas por uma variação corriqueira de algum dos componentes

10
do lubrificante. Fornecedores idôneos têm por hábito informar, antes da remessa do
produto, variações inócuas.
Basta dizer que a máquina a lubrificar não tem olhos nem nariz: variações inócuas nessas
propriedades não afetam a confiabilidade da máquina.
Um óleo turvo geralmente indica a presença de água. Um teste de campo por crepitação
confirma esta hipótese em poucos minutos. Óleo novo, corretamente transportado e
estocado, com água, deve ser devolvido ao fornecedor. Óleo em uso, turvo, pode ser
desidratado por medidas relativamente simples. Porém, conforme a aplicação, é
recomendável verificar a ocorrência eventual de corrosão interna no sistema e/ou a
continuidade da eficácia da proteção anti-ferrugem do lubrificante.
Um erro bastante comum é julgar a viscosidade pela cor do óleo. Óleo escuro parece ser
mais viscoso em relação a um óleo claro, com igual viscosidade medida no laboratório.
- Cinzas:
A determinação da quantidade de cinzas resultante da queima completa de uma amostra
de óleo indica a quantidade de matéria inorgânica presente.
Os óleos minerais puros são essencialmente isentos de cinzas, não contendo mais do que
traços (quantidades menores que 0,01%).
Entretanto em serviço, eles podem vir a apresentar cinzas em quantidade apreciável,
devido à contaminação, durante o uso.
É recomendável comparar o teor de cinzas do óleo usado com o óleo novo para
avaliação das contaminações.

- Corrosão:
Existem vários tipos de testes para se determinar a ação corrosiva do produto de petróleo, e
sua
escolha depende da aplicação do produto.
Alguns lubrificantes contêm aditivos à base de cloro, enxofre e sais orgânicos que, sob
condições
específicas de serviço, podem atacar os metais, principalmente as ligas de cobre.
Por isso, o teste mais utilizado é o ASTM 130 – Corrosão em Lâmina de Cobre. Neste teste,
uma lâmina

11
de cobre é colocada em banho no óleo a ser testado por 3 horas à temperatura de 100ºC.
Esta lâmina
é então removida, lavada e comparada com os padrões ASTM, que vão de 1a (ausência de
manchamento) a 4c (corrosão).

- Analise espectrográfica:
Trata-se de uma técnica amplamente utilizada na determinação qualitativa e quantitativa de
metaisem óleos lubrificantes.
Os elementos metálicos podem ser provenientes da aditivação (melhoradores de
performance) e/ou de desgaste.
Atualmente há equipamentos que podem determinar a concentração em parte por milhão
(ppm) de 20 elementos simultaneamente.
Os principais tipos de espectrômetros usados são: absorção atômica, espectrômetro de
emissão atômica, plasma, raios-X e fluorescência, todos apresentam vantagens e
desvantagens na sua utilização, daí as empresas optarem por aquele que melhor atende as
expectativas definidas no atendimento de seus clientes.

- Numero de emulsão:
Na maior parte das aplicações é altamente desejável que o óleo lubrificante separe-se
rapidamente da água.
O numero de emulsão é o tempo, em segundos que a amostra de óleo leva para separar se
da água condensada proveniente de uma injeção de vapor.
Por outro lado a emulsibilidade, ou capacidade de misturar-se com a água, é uma
propriedade necessária a certos tipos de óleos, como os usados nos cilindros a vapor.

- Numero de neutralização:
Medida da quantidade total de ácido ou de base de um óleo. Inclui ácidos ou bases
orgânicos ou inorgânicos ou uma combinação desses elementos (Designação D974-58T da
ASTM). Também conhecido como número de acidez.

- Demulsibilidade:

12
Demulsibilidade é a capacidade que os óleos possuem de se separarem da água.
Um dos testes que se utiliza para medir esta propriedade é o ASTM D 401. Ele consiste em
colocar iguais quantidades de água destilada e óleo em uma proveta graduada e agitar. O
tempo requerido para a separação da emulsão formada é anotado. Se não houver separação
completa após 1h, os volumes de óleo, água e emulsão são anotados.
Este teste é importante quando se considera que, em certos sistemas de lubrificação, o óleo
pode entrar em contato com a água. Neste caso, uma rápida separação da água passa a ser
um fator preponderante à sua aplicação. São exemplos típicos os óleos de turbina (a vapor
ou hidráulica) e os óleos hidráulicos.

- Ponto de anilina:
Com referência a produtos de petróleo, é a menor temperatura na qual o produto é
completamente miscível com igual volume de anilina. Um produto de Alto Ponto de
Anilina é rico em hidrocarbonetos parafínicos e pobre em naftênicos e aromáticos. Esse
ensaio é importante para prever a compatibilidade dos óleos com vedadores, pois os
arométicos tendem a deformar os referidos elementos de vedação.

- Numero de precipitação:
Indica o volume de matérias estranhas existentes no óleo lubrificante.
Em óleo sem uso, indica o grau de refinação do produto, pois os compostos asfálticos
indesejáveis são insolúveis em nafta leve de petróleo, se separando por meio de
centrifugação.
Nos óleos usados, revela o conteúdo de partículas sólidas em suspensão, indicando a
contaminação com matérias estranhas.

- Numero de saponificação:
É um índice que indica a quantidade de gordura ou de óleo graxo, presente em um óleo
mineral composto.

- Insolúveis:
É ensaiado com dois produtos.

13
Em Pentano, indica as resinas provenientes da oxidação do óleo e matérias estranhas.
Em Benzeno, representa apenas os contaminantes externos.
A diferença dá os produtos da oxidação.
Considerar que os insolúveis em benzeno incluem compostos de chumbo oriundos do
combustível, por isso óleos usados em motores à gasolina, possuem valor muito maior que
o do diesel.

- TAN e TBN:
TAN é a medida da quantidade de ácido, em miligrama de KOH, necessária para
neutralizar todos os componentes ácidos até o PH = 11, de uma grama de óleo.
TBN é a medida da alcalinidade, em miligrama de KOH, equivalente ao ácido clorídrico
gasto para titular até o PH = 4, de um grama do óleo.

- Teste do borrão:
Maneira rápida, porém imprecisa, e de difícil interpretação, para se fazer à avaliação da
acidez, poder dispersante e presença de água, em óleos usados.

2.2 Obtenção dos óleos básicos:

São os mais importantes para emprego em lubrificação. Obtidos a partir da destilação do


petróleo suas propriedades dependem da natureza do óleo cru que lhes deu origem e do
processo de refinação empregado.
Os óleos lubrificantes minerais são constituídos por hidrocarbonetos parafínicos, naftênicos
e aromáticos. Os óleos aromáticos não são adequados para fim de
lubrificação.
Assim os óleos lubrificantes minerais podem ser classificados de acordo com sua
origem em:
- Naftênicos
- Parafínicos
OBS: Não se pode dizer que um é melhor que o outro e sim que podem ser mais ou
menos indicado para um determinado fim.

14
CARACTERÍSTICAS NORMAIS DOS ÓLEOS PARAFÍNICOS E NAFTÊNICOS:
CARACTERÍSTICAS PARAFÍNICOS NAFTÊNICOS
Ponto de Fluidez Alto Baixo
Índice de Viscosidade Alto Baixo
Resistência à Oxidação Grande Pequena
Oleosidade Pequena Grande
Resíduo de Carbono Grande Pequeno
Emulsibilidade Pequena Grande

2.3 Tratamento dos básicos

Redução do Cru ou Toping: As frações mais leves são separadas, ou seja, gases e
combustíveis, ficando como resíduo um material que permitirá a obtenção dos básicos.
Destilação a Vácuo: São produzidos os seguintes produtos tipo Neutro:
- Spindle
- Neutro Leve
- Neutro Médio
- Neutro Pesado
Os resíduos desta unidade passam para a próxima unidade.
Desasfaltamento a Propano: Dependendo do grau de extração, obtém-se:
- Bright Stock
- Cilindro Leve
- Cilindro Pesado
Desaromatização por Furfural: Destina-se a eliminar os componentes aromáticos, que
devido à sua instabilidade química, reatividade e tendência à formação de borras, causam
problemas de desempenho. Este processo melhora também o índice de viscosidade dos
básicos. Os básicos tipo Turbina recebem uma desaromatização mais forte para melhorar
sua demulsibilidade e tratamento com aditivos anti-oxidante.
Desparafinação a MIBC: Eliminam-se as ceras parafínicas pesadas que impedem um
ponto de fluidez baixo, característica indispensável quando se pensa em lubrificantes que

15
podem atuar em baixas temperaturas. Além do mais, estas ceras causam um resíduo
elevado de carbono.
Hidrogenação: É um tratamento que visa eliminar as duplas ligações existentes nas
cadeias de carbono. Isto evita a oxidação e o escurecimento do básico na presença de luz.
O processo também elimina compostos de enxofre, notadamente os mais reativos. Após a
hidrogenação, a estabilidade do básico melhora e sua coloração fica mais clara.

2.4 Aditivos

Aumentador de índice de viscosidade

O indice de viscosidade caracteriza a variação da viscosidade em função da variação da


temperatura.

Abaixador de ponto de fluidez

Ao se usar o aditivo abaixador do ponto de fluidez, modifica a forma de cristalização de


parafina, permitindo que o lubrificante possa ser usado a menores temperaturas, sem
prejuízo na sua viscosidade.
Tem pouca aplicação em óleos industriais, exceto naqueles casos em que a baixa
temperatura obriga o seu uso.
É de emprego obrigatório em óleos automotivos.

Detergentes

Tem a função de limpar, mantendo partes internas de maquinários, isentas de


impregnações.
Exemplo: Neutralizar as matérias que dão origem a depósitos nas peças de um motor de
combustão interna. Estas substâncias são formadas devido à combustão a alta temperatura e
como resultado da queima de combustíveis com alto teor de enxofre.

16
Dispersante

Mantêm em suspensão, finamente dividida, todas as impurezas formadas no interior do


sistema ou que nele penetrem e potencialmente possam formar depósitos, até serem
eliminados por ocasião da troca.

Se não houver a ação de dispersância no óleo para


motor, ocorrerão depósitos nas sedes de válvulas e
anéis.

A mudança gradual da cor do óleo é sinal que o aditivo


está agindo.

Inibidores de oxidação

Os anti-oxidantes são usados em quase todos os tipos e óleos industriais e automotivos.


Os inibidores de oxidação não são, realmente, inibidores da oxidação, mas sim,
retardadores. Protegem o lubrificante de uma oxidação, retardando seu envelhecimento.
Quanto maior a temperatura de trabalho do equipamento maior a necessidade de aditivo
antioxidante.

Anti-espumante

Pela redução da tensão superficial do óleo, permitem que as bolhas de ar , já em tamanho


maior, rompam-se mais rapidamente . Isso impede a formação de espuma estável.

17
Impede com grande eficiência a formação de espuma, mesmo quando causada por vigorosa
agitação e aeração nos equipamentos de alta velocidade.
É um aditivo de uso obrigatório em óleos hidráulicos.

Inibidores de ferrugem

Por interação física ou química na superfície do metal, forma-se uma película continua e
muito tenaz, que não permite o contato ou penetração da água ou umidade.

Inibidores de corrosão

São compostos químicos alcalinos. Protegem as partes metálicas de uma corrosão. Muitos
inibidores de oxidação também são inibidores de corrosão.

Agentes anti-desgaste

Atuam em condições de lubrificação limite.


Podemos considerar dois tipos de aditivos anti-desgaste:
Aditivo anti-desgaste propriamente dito

® forma película de lubrificante mais resistente ao rompimento.


® permite duplicar ou mesmo triplicar as cargas que poderiam ser normalmente suportadas
pelo lubrificante mineral (sem aditivos).
Usado praticamente em todos os óleos industriais e na totalidade dos óleos automotivos.

Aditivo extrema pressão (EP)

Funções dos aditivos em alguns componentes:

18
Componentes Problemas Típicos Funções Aditivos
Temperatura Resistência à Oxidação
Sistema Contaminação Ar Anti-Espuma
Hidráulico Condensação Água Demulsibilidade
Cargas Elevadas Anti-Desgaste & Prop. E.P.
Temperatura Resistência à Oxidação
Engrenagens
Contaminação por Água Anti-Ferrugem

Cargas Elevadas Anti-Desgaste & Prop. E.P.


Formação de Depósitos Prop. Dispersantes/Detergentes
Motores Arranque a Frio Abaixadores Ponto Fluxão
Viscosidade a Alta Tempª Melhoradores Ind.Viscosidade

2.5 Armazenamento e manuseio de lubrificantes


Manuseio descuido: Em fortes e perfeitamente resistentes ao manuseio normal, podem os
tambores ser danificados por ignorância ou descuido de operários. Assim, ás vezes deixam-
nos cair bruscamente, descer rampas sem proteção, rolar terreno irregular, do que resultam
furos. Amassamentos ou desaparecimento da identificação.
Contaminação pela água: As vezes acontece que o vasilhame é danificado de tal maneira
que se torna fácil a entrada de água. A contaminação pela água prejudica qualquer tipo de
lubrificante, contaminação especialmente indesejável quando se trata de óleo para
transformadores, caso em que o adicionamento de uma quantidade mínimo de água basta
para causar diminuição considerável do poder dielétrico. Outros óleos tais como os que
contém aditivos ou óleos graxos, são também sensíveis á presença de água, que pode
provocar precipitação ou deterioração dos aditivos.
Por outro lado, a umidade pode entrar no vasilhame mesmo através do bujão. Os óleos
aumentam de volume quando expostos ao calor do dia e diminuem de volume quando se
resfriam. Como resultado, ficam sujeitos a um ciclo de dilatação e contração. Em
conseqüência, o ar existente sobre o óleo, dentro do vasilhame, fica sujeito durante o dia, as
pressões mais elevadas que a da atmosfera durante á noite, as pressões inferiores. Essas

19
diferenças de pressão podem produzir o mesmo efeito de uma bomba, efeito esse conhecido
como “ respiração dos tambores”, pelo qual o ar é expelido parcialmente durante o dia e
aspirado para dentro do tambor durante a noite mesmo que os bujões estejam apertados. Se
o tambor permanecer de pé e exposto ao tempo, à parte de cima pode ficar cheia de água de
chuva, de modo que é aspirada água, e não o ar.
Contaminação por outras impurezas: A presença de sujeiras no lubrificante, tais como areia,
poeira, ou outra matéria estranha, ocasiona sempre sérias dificuldades. São fácies de
compreender os inconvenientes resultantes da presença de material abrasivo, ou qualquer
outro, capaz de obstruir as canalizações dos sistemas. Quase todos os tipos de impurezas
podem provocar a deterioração de um lubrificante e, em conseqüência, do maquinário por
ele servido.
Em certos casos, quantidades extremamente pequenas de matéria estranha são suficientes
para provocar essas dificuldades. Observa-se este fato, por exemplo, com os óleos cuja
característica essencial é a separação do ar ou de água durante o serviço, ou com os óleos
para transformadores os quais sofrem considerável redução de seu poder dielétrico, se
contiverem água e ou pequenas quantidades de fibras ou de poeira.
Misturas Acidentais de óleos: Outra forma de contaminação possível, embora muito rara,
consiste na troca de um lubrificante por outro tipo diferente. Exemplo: mistura fortuita de
um óleo mineral puro com óleo composto, aplicado em máquina que necessite unicamente
do primeiro, como no caso de certos motores. Sérios inconvenientes podem surgir
ocasionados por misturas acidentais de óleos.
Outro ponto digno de nota é a importância de conservar os tambores claramente e
identificados, para prevenir enganos de conseqüências imprevisíveis.
Extremos de temperatura: Além da contaminação, os óleos e graxas lubrificantes podem
decompor quando sujeitos a extremos de temperatura. O fenômeno ocorre especialmente
com certas graxas, capazes de apresentar separação entre o componente óleo e a sua massa,
quando guardados sob condições de calor excessivo.
Armazenagens ao Ar Livre: Na impossibilidade de se evitar a armazenagem de
lubrificantes em pátios abertos, devemos observar os cuidados abaixo:

20
Manter os tambores sempre deitados sobre ripas de madeira, que impeçam o contato deles
com o chão e, assim, à corrosão. Nunca empilhar os tambores sobre aterros de escória, pois
estas atacam seriamente chapas de aço.
Em cada extremidade de uma pilha, devem os tambores estar firmemente escorados por
calços de madeira, que evitem o seu movimento. Todos eles serão colocados de tal maneira
que os bujões fiquem numa linha aproximadamente horizontal e abaixo do nível do
lubrificante.
Deve-se fazer inspeção periódica, para descobrir qualquer vazamento, bem como verificar
se as marcas dos tambores estão claras e legíveis.
Se por qualquer motivo, os tambores tiveram que ficar em pé serão, cobertos por um
encerrado. Na impossibilidade desse recurso, devem ficar em posição inclinada, com o
auxilio de pedaços de madeira firmados no chão, evitando, assim, qualquer acúmulo de
água nos bujões. No caso de prolongada armazenagem em pátios abertos deve ser feito um
telhado por cima das pilhas de tambores.
Armazenagem em recinto fechado: A armazenagem em recinto fechado não requer
precauções rigorosas exceto no que se refere às verificações periódicas para evitar
deterioração do produto como das marcas impressas no vasilhame. A utilização dos
tambores deve sempre seguir a ordem de recebimento. Os primeiros a chegar serão os
primeiros a sair.
Um sistema de “racks”, estantes de ferro para empilhar tambores ou de “pallets” estratos de
madeira, facilita a armazenagem de elevado número de tambores em pequenos espaço
disponível.
Para colocar ou retirar tambores das estantes superiores, é necessário um mecanismo do
tipo guindaste portátil, enquanto que para manipular um estrato, é necessários uma
empilhadeira com garfo. Note-se que este mesmo se presta, com vantagens, para o
empilhamento de embalagens pequenas.
Em outros casos, podem os tambores ser deitados e superpostos até três fileiras
consecutiva, com ripas de madeira de permeio. Os tambores das extremidades precisam ser
escorados por calços de madeira. Para retirar os tambores de cima, colocam-se primeiras
duas rampas ou tábuas grossas e por elas faremos rolar cuidadosamente os tambores.

21
Estopa ou panos sujos de óleo devem ser deixados nesses recintos, pois constituem foco de
combustão, além da aparência de desordem e sujeira que causam.

Almoxarifado de lubrificante: Geralmente, o almoxarifado de lubrificantes deve ficar


afastado de processos de fabricação que produzem poeiras de carvão, cimento, coque etc, as
quais facilmente contaminariam o produto.
O lugar escolhido não deve estar muito próximo de fontes de calor, tais como fornos ou
caldeiras, porque os produtos podem ser deteriorados, mesmo que as embalagens originais
ainda estejam intactas.
O almoxarifado de lubrificantes deverá ter espaço suficiente para o manejo dos tambores e
um piso de material que não solte poeira nem absorva óleo, depois de um derrame
acidental. Dentro do almoxarifado ficarão os tambores deitados sobre estrados de madeira,
de tal forma que, por uma torneira adaptada ao bujão inferior, seja possível os despejos de
óleo num recipiente distribuidores.
Enquanto não se retira o óleo, os bujões e as torneiras devem permanecer perfeitamente
fechados. Pendurar nas torneiras pequenas latas que captem qualquer pingamento fortuito, e
ventilar bem o almoxarifado, evitando variação extrema de temperatura ambiente.
Uso de óleos corretos: A confusão sobre a identidade de um óleo decorre de diversos
fatores. O primeiro é o desaparecimento das marcas do vasilhame. Portanto, o maior perigo
de confusão verifica-se durante a transferência do tambor ou lata para o local em que se
utilizará o óleo. Embora sejam guardados separadamente no almoxarifado diversos tipos de
óleos e graxas, alguns produtos podem sair na mesma hora, em recipientes idênticos. Se
estes não estiverem marcados da mesma forma que os tambores originais, poderá haver
uma confusão posterior, com conseqüências possivelmente desastrosas para as máquinas,
na hipótese de se usar determinado tipo de lubrificante incorreto. Além da indispensável
instrução aos operários, os recipientes de distribuição de óleos devem se apresentar
permanentemente marcados com os nomes dos produtos para os quais estejam reservados.
É importante, pois controlar os lubrificantes até o momento de sua chegada ao local de
consumo.

22
Os recipientes de distribuição: Sejam quais as precauções tomadas para garantia dos
produtos até a estocagem no almoxarifado do consumidor, pouca valia terão, se não se fizer
o controle das referidas retiradas das quantidades parciais.
Os recipientes destinados à transferência dos produtos e à estocagem de pequenas
quantidades, nas próprias secções de consumo, devem conservar-se limpos e protegido
contra a entrada de impurezas. É praxe recomendável lava-los periodicamente com
querosene, secando-os antes de voltar ao uso. Da mesma forma, os funis e outros aparelhos
empregados na aplicação de lubrificantes precisam estar sempre limpos e, para tanto,
devem ser usados panos que não deixem fiapos.
Com o mesmo intuito de evitar contaminação, é necessário reservar um recipiente,
devidamente marcado, para recolher o óleo usado e retirado das máquinas.
A distribuição de lubrificantes do almoxarifado nem sempre se faz no vasilhame original.
Convém, portanto, providenciar equipamento adequado para quantidades pequenas. Retira-
se o óleo de um tambor guardado horizontalmente, colocando uma torneira no furo do
bujão pequeno, antes de deitar o tambor.
Acontece, todavia, que quando se trata de óleo viscoso, é preferível usar uma torneira
maior, colocada no bujão maior do tambor, para mais rápido escoamento do óleo.
Recomenda-se bomba manual para tambor guardado em posição vertical. Deve-se limpar a
tampa do tambor antes da retirada do bujão.
Os recipientes para quantidades pequenas de lubrificantes devem ser marcados, para
indicação do tipo de lubrificante que contém. Deve ser fabricado com material resistente à
corrosão. Evita-se a pintura interna dos recipientes, em vista da tendência de descascamento
da tinta.
As graxas são mais difíceis de distribuir, em razão da consistência. Desaconselha-se a
prática de retira-las com um pedaço de madeira, em virtude do perigo de contaminação em
recipiente descoberto.
Muitas vezes é aconselhável a instalação de equipamento especial para o manuseio de
graxas, ficando os recipientes fechados todo o tempo.

23
3.0 CONCLUSÃO

Neste trabalho podemos conclui que os existem três tipos de lubrificantes líquidos que são:
os óleos minerais, os graxos (vegetais e animais) e os sintéticos,onde os mais utilizados no
mundo são os minerais devido aos custos e a eficiência ao projeto a ser utilizado, pois os
óleos graxo não tem uma boa resistência a altas temperaturas, já os sintéticos que tem uma
excelente resistência,mas o seu custo é muito caro. Quanto a características dos
lubrificantes, podemos citar que a principal é a viscosidades, através podemos determinar a
resistência do lubrificante à temperatura e ao atrito, e também podemos determinar a sua
velocidade. O ideal para altas temperaturas e atritos e o lubrificante com altas viscosidades,
pois quanto maior a viscosidade maior a resistência temperatura, à troca de calor entre o
sistema é o lubrificante viscoso vai ser menor.

24
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

http://www.ebah.com.br/lubrificacao-industrial-doc-a43840.html
http://xa.yimg.com/kq/groups/15165795/1103033663/name/Lubrifica
%25C3%25A7%25C3%25A3o%2B-%2BNotas%2Bde%2Baula.pdf
http://www.oilbrasil.com.br/102014.pdf
http://www.texacoursa.com/Portuguese/glossary/p.html
http://www.interlubri.com.br/ups_manuallub16.htm

25

Você também pode gostar