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Engenharia Automotiva

Aula 4 – Introdução a motores de combustão interna e


lubrificação
Prof. Dr. Christian dos Santos
Engenharia Automotiva – Aula 4

Aula 4 – Visão Geral da Indústria Automobilística

Prof. Dr. Christian dos Santos


Engenharia Automotiva – Aula 4

• Motores de combustão interna com pistão alternativo


Lubrificantes

A elaboração dos óleos lubrificantes faz-se através da mistura


adequada de diferentes óleos básicos acabados obtidos após
os processos de refinação. Estas misturas, feitas em
proporções exatas para obtenção de viscosidades
determinadas, são completadas com outros tratamentos e/ou
aditivos, a fim de dotar o produto final com características especiais,
que permitirão aos óleos satisfazerem todas as exigências nos
casos para que são recomendados.
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• Motores de combustão interna com pistão alternativo


Lubrificação

O motor de combustão interna utiliza óleo para lubrificar e arrefecer todos os


componentes da transmissão. Este óleo também é usado para remover a
sujeira e neutralizar produtos de combustão quimicamente ativos, assim
como transmissão de forças e amortecimento de vibração.
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• Motores de combustão interna com pistão alternativo


Motor transparente da Shell.
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• Motores de combustão interna com pistão alternativo


Lubrificantes

Os óleos lubrificantes podem ser de origem animal ou vegetal (óleos


graxos), derivados de petróleo (óleos minerais) ou produzidos em
laboratório (óleos sintéticos), podendo ainda ser constituído pela
mistura de dois ou mais tipos (óleos compostos).
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• Motores de combustão interna com pistão alternativo


Óleo Mineral e Sintético

Óleo mineral: Os óleos minerais são hidrocarbonetos, que possuem aditivos


químicos, se não alguns inconvenientes como solidificação a baixas
temperaturas, consistência de petróleo bruto quando em temperatura dos
cilindros(150°c), inflamação em temperaturas acima de 230°c, formação
grandes depósitos de carvão no motor e perca de sua viscosidade seriam
realidade.
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• Motores de combustão interna com pistão alternativo


Óleo Mineral e Sintético

Óleo sintético: O óleo sintético é proveniente de processos químicos(síntese),


também são hidrocarbonetos, mas sua carência de aditivos é muito menor
devido suas propriedades mais robustas. Sua estabilidade a altas
temperaturas e pressão é superior ao óleo mineral, possibilitando trabalhar a
altas temperaturas sem perder viscosidade.
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• Motores de combustão interna com pistão alternativo


Óleo Mineral e Sintético
Vídeo
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• Motores de combustão interna com pistão alternativo


Óleo Mineral e Sintético

Para se atingir as características desejadas de um óleo lubrificante, realizam-se


análises físico-químicas que permitem fazer uma pré-avaliação de seu
desempenho.
Na refinação e produção de óleos lubrificantes, devem ser
estabelecidos limites de tolerância, cobrindo numerosas
propriedades e características, afim de se obter o grau desejado de
normalização dos produtos.
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Propriedades características do óleo

Viscosidade: É a capacidade de escoamento de um fluído, a resistência do


deslocamento das moléculas de um fluído em relação as outras moléculas. A
viscosidade varia de acordo com a temperatura na qual o óleo está
submetido.

A viscosidade de um
óleo lubrificante varia
com a temperatura,
sendo inversamente
proporcional à mesma.
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Propriedades características do óleo

Existem vários aparelhos para se medir a viscosidade de um óleo, os


quais são denominados de VISCOSÍMETROS. Os viscosímetros mais
utilizados são os seguintes:

•CINEMÁTICO (Utiliza o Sistema Métrico Internacional).


•SAYBOLT UNIVERSAL.
•REDWOOD (Inglês).
•ENGLER (Alemão).
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Propriedades características do óleo

Viscosidade: É a capacidade de escoamento de um fluído, a resistência do


deslocamento das moléculas de um fluído em relação as outras moléculas. A
viscosidade varia de acordo com a temperatura na qual o óleo está
submetido.
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• Motores de combustão interna com pistão alternativo


Índice de Viscosidade

O índice de viscosidade é um valor numérico que indica a variação da


viscosidade em relação a variação de temperatura.
Os óleos lubrificantes sofrem alterações na sua viscosidade quando submetidos
a variação de temperatura. O índice de viscosidade (I.V.) é a medida
padrão estabelecida para medir o grau de variação da viscosidade em
função da temperatura.
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Propriedades características do óleo

Ponto de combustão/flash point:


Ponto de Fulgor é a temperatura na qual o óleo, quando aquecido em
aparelho adequado, desprende os primeiros vapores que se inflamam
momentaneamente (lampejo) ao contato de uma chama.

Continuando-se o
aquecimento, depois
de atingido o Ponto
de Fulgor, quando o
óleo ao contato da
chama inflama-se em
toda a superfície por
mais de 5 segundos
chegando, portanto, ao
ponto de combustão.
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Propriedades características do óleo

Ponto de congelamento/pour point/ponto de fluidez:


É a temperatura em que o óleo torna-se demasiado espesso a baixas
temperaturas, ao ponto de não escoar estando sobre uma superfície
inclinada, ou quando sua viscosidade excessiva impede a partida do motor.

Uma indicação da capacidade


de um óleo fluir em baixas
temperaturas é dada pelo teste
de Ponto de Fluidez, que
significa a menor temperatura
na qual um a amostra
ainda flui, quando resfriada e
observada sob condições
especificadas.
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Propriedades características do óleo

Densidade:
É a temperatura em que o óleo torna-se demasiado espesso a baixas
temperaturas, ao ponto de não escoar estando sobre uma superfície
inclinada, ou quando sua viscosidade excessiva impede a partida do motor.

Os produtos derivados de petróleo expandem-se quando aquecidos, isto é,


aumentam de volume sem modificar o seu peso. A densidade é um número que
define o peso de um certo volume de uma substância medida a uma determinada
temperatura e o peso de igual volume de outra substância padrão (água destilada),
medido na mesma temperatura.
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Propriedades características do óleo

Resíduo de Carbono:
Os produtos derivados de petróleo são misturas complexas de
hidrocarbonetos que, quando submetidos à evaporação em altas
temperaturas, deixam resíduos carbonosos que podem trazer
inconvenientes aos motores de combustão interna e a outros
equipamentos.
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• Motores de combustão interna com pistão alternativo


Classificação dos lubrificantes automotivos:

Ambos, óleo sintético e mineral são classificados de acordo com duas


referências. A primeira delas foi determinada pela Sociedade dos
Engenheiros Automotivos(SAE – Society of Automotive Engineers), e
designa o grau de viscosidade do óleo lubrificante. A segunda referência foi
determinada pelo Instituto Americano de Petróleo (API – American
Petroleum Institute) em conjunto com o SAE e outros órgãos do ramo e
determina o grau de modernidade do óleo, ou seja, a evolução de qualidade
destes em nível de aditivos, resistência a altas temperaturas, poder anti-
oxidante, ponto de congelamento entre outras.
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Óleo Mineral e Sintético

Classificação dos lubrificantes automotivos:


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Óleo Mineral e Sintético


Classificação SAE:

Estabelecida pela Sociedade dos


Engenheiros Automotivos dos
Estados Unidos, classifica os óleos
lubrificantes pela sua viscosidade,
que é indicada por um número.
Quanto maior este número, mais
viscoso é o lubrificante e são
divididos em três categorias:

Óleos de Verão: SAE 20, 30, 40, 50, 60


Óleos de Inverno: SAE 0W, 5W, 10W, 15W, 20W, 25W
Óleos multiviscosos (inverno e verão): SAE 20W-40, 20W-50, 15W-50

Obs.: a letra “W” vem do inglês “winter” que significa inverno.


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Óleo Mineral e Sintético

Multiviscoso: Então surgiu o óleo Multigrade, um lubrificante com capacidade


de ter um SAE viscoso em altas temperaturas e um SAE fluído em baixas
temperaturas de funcionamento. Diferencia-se de um óleo comum pela sua
capacidade de alterar sua viscosidade de acordo com a temperatura de
trabalho do motor. O seu índice de viscosidade SAE é composto por dois
números separados pela letra W(winter, inverno em inglês).
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• Motores de ignição por centelha (ciclo Otto)


O motor de ignição por centelha
(ou motor SI), é um motor com
pistão, com formação externa
ou interna de mistura
ar/combustível. O tempo de
formação da mistura e a
distribuição do combustível na
câmara de combustão, são
fatores importantes que
influenciam o grau de
homogeneização que pode
ser atingido pela formação
interna da mistura.
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• Motores de ignição por centelha (ciclo Otto)


Formação da mistura
Formação de mistura homogênea: As misturas homogêneas presentes no momentos
em que a ignição começa fazem com que o combustível se vaporize totalmente,
porque apenas o gás ou as misturas de gás/vapor podem atingir a homogeneidade.

Formação de mistura heterogênea: O objetivo da formação de mistura heterogênea


interna é de operar o motor sem controle de estrangulamento através de todo o mapa
operacional.
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• Motores de ignição por centelha (ciclo Otto)


Ignição
O sistema deve realizar, a ignição da mistura comprimida em um momento
definido com precisão, mesmo sob condições operacionais dinâmicas com
flutuação da mistura e relações ar/combustível.
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• Motores de ignição por centelha (ciclo Otto)


Processo de combustão
A reação térmica inicial que ocorre entre o fornecimento de energia de ignição
pela vela e a reação exotérmica de mistura ar/combustível é a fase da
ignição.

O ponto de ignição deve ser


selecionado de modo a assegurar
curvas ótimas de liberação de calor,
considerando ao mesmo tempo os
seguintes aspectos: relação mistura
ar/combustível, efeitos dos
parametros do motor sobre a
turbulência da câmara de
combustão.
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• Motores de ignição por centelha (ciclo Otto)


Motores ciclo Otto
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• Motores a Diesel
Um motor a Diesel é um motor com pistão alternativo com formação interna de
mistura (heterogênea) e auto-ignição.

Formação da mistura.
Nas misturas heterogêneas, a relação de ar/combustível varia no ar puro na periferia de
pulverização a combustível puro no núcleo da pulverização. O transporte da massa
necessária para gerar estas misturas de combustível repousa na difusão e
turbulência. Estas são produzidas pelas fontes de energia de formação de mistura
descrita abaixo, assim como pelo próprio processo de combustão.
O transporte da massa necessária para gerar estas misturas de combustível repousa na
difusão e turbulência. Estas são produzidas pelas fontes de energia de formação de
mistura descritas a seguir, assim como pelo próprio processo de combustão.
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• Motores a Diesel
Formação da mistura.

Energia cinética de pulverização de


combustível: A energia cinética da
pulverização varia de acordo com o
diferencial de pressão no orifício do
injetor. Junto com o padrão de
pulverização e a velocidade de saída do
combustível, ela determina a
configuração do espaço, assim como a
faixa de tamanhos da gotícula na
câmara.

Energia térmica: A energia térmica


armazenada nas paredes da câmara de
combustão e o ar comprimido vaporizam
o combustível injetado.
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• Motores a Diesel
Formação da mistura.

Padrões controlados de ar (ação de turbilhonamento): Se a direção do fluxo de


combustível for perpendicular à direção do vórtice e se a vaporização da gotícola
estiver ocorrendo, um movimento devido ao ar de combustão dentro da câmara de
combustão, promove o fluxo do ar em direção ao fluxo de combustível e remove os
gases queimados do fluxo. Na medida em que o filme da parede evapora, o
movimento de turbilhamento do ar absorve a camada de vapor e assegura a isolação
térmica entre os gases queimados e fresco, enquanto os padrões de microtubulência
impostos sobre o vórtive de partículo sólida asseguram uma rápida mistura de ar e
combustível.
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• Motores a Diesel
Formação da mistura.

Combustão parcial em uma pré câmara: Quando o combustível é parcialmente


queimado em uma pré-câmara, sua presão sobe acima daquela da câmara de
combustão. Este aumentoimpulsiona os gases de combustão parcialmente oxidados
e o combustível vaporizado, através de uma ou mais passagens, dentro da câmara
principal, onde são totalmente misturados com o ar de combustão remanescente.
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• Motores a Diesel
Processos de Combustão do Diesel.
Utiliza pelo menos um destes métodos:

Processo de injeção direta: A mistura é formada pelo movimento do ar e pela


turbulência produzida pelo duto de admissão (turbilhamento) e movimento de pistão
(turbulência), assim como pelo jato de injeção. Destaque para o Sistema M, que o
processo de combustão com distribuição pela parede MAN (Sistema M) foi desenvolvido
nos estágios iniciais da injeção direta, referente a motores de veículo comercial para
controlar o ruído de combustão originalmente forte, produzido pelos motores com injeção
direta.
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• Motores a Diesel
Processos de Combustão do Diesel.
Utiliza pelo menos um destes métodos:

Processo de câmara dividida: Asseguram a vaporização do combustível e a formação


da mistura na câmara de combustão principal. Para isto, uma parte do combustível
injetado na câmara também é queimada nesta câmara. A queda de pressão resultante
entre a pré-câmara e a câmara de combustão principal produz um fluxo de gás a partir da
câmara e uma formação intensiva de mistura na câmara e uma formação intensiva de
mistura na câmara de combustão principal.

Combustão homogênea de Diesel: O combustível é injetado na câmara de combustão


durante uma fase inicial do tempo de compressão, produzindo uma mistura homogênea
com o ar de combustão no início da combustão, para produzir emissões de particulados e
óxidos de nitrogêneo.
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• Motores a Diesel
Motores a Diesel
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• Motores Híbridos
Os motores híbridos compartilham características de motores a Diesel com
ignição por centelha (formação interna de mistura com ignição externa).

Estratificação de injeção
Em motores SI com injeção estratificada, a mistura diretamente adjacente à vela
de ignição é enriquecida para assegurar uma ignição confiável, enquanto o
resto do processo de combustão é realizado com uma mistura extremamente
pobre.

Motores multicombustível
A qualidade da ignição e a resistência à detonação do combustível podem ser
relativamente insignificantes. Esses motores devem ser capazes de queimar
combustível com qualidades variáveis sem provocar danos. Como os
combustíveis usados nesses motores, pode apresentar resistência a detonação
muito baixa, a formação de mistura externa seria acompanhada pelo risco de
detonação de combustão ou ignição antecipada. Por essa razão, esses motores
sempre utilizam a formação de mistura interna e inicio retardado de injeção.
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• Motores Híbridos
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• Motor Wenkel

• Motor Wankel - é um motor


rotativo de combustão interna,
inventado por Felix Wankel, que
utiliza rotores com formato
semelhante ao de um triângulo
em vez dos pistões dos motores
alternativos convencionais.
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• Motor quasiturbine

• é um motor rotativo patenteado


em 1996.
• É uma evolução do motor Wankel.
Foi desenvolvido por uma equipe
formada pela família Saint-Hilaire
de Quebec no Canadá chefiada
pelo físico Dr. Gilles Saint-Hilaire.
Ao contrário de bombas de
palhetas, cuja extensão palheta é
geralmente importante e contra a
qual atua a pressão para gerar a
rotação, as vedações de contorno
do quasiturbine têm uma
extensão mínima, a rotação não é
resultado da pressão contra as
vedações.
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• Motor quasiturbine
• Vantagens
• Menores níveis de vibrações e ruídos.
• Nas baixas rotações proporciona maior torque.
• Com menor número componentes móveis, reduz a possibilidade de quebras
ou desgastes.
• Requer menor lubrificação.
• A possibilidade de operar em qualquer posição. Opera de cabeça para baixo e
até submerso.
• Versátil. Funciona com vários tipos de combustíveis: vapor, hidrogênio, diesel
e até mesmo ar comprimido. Pode ser usado como compressor.
• Ocupa menor espaço e é mais leve.
• Menor emissão de poluentes.
• Menor consumo de combustível.
• Maior potência.
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• Motor quasiturbine
• Desvantagens
• Pode apresentar problemas devido a dilatação térmica. O motor
Quasiturbine, geralmente é construído em alumínio e ferro fundido. Quando
expostas ao calor suas peças podem expandir-se e contrair-se de formas
diferentes, o que tende a provocar algumas fugas.

• Problema semelhante existia na primeira geração de motores Wankel, mas


com a evolução técnica, foi possível controlar estas dificuldades em ambos os
casos.
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• Atividades (Grupo de no máximo três alunos)


1) Descreva o funcionamento de um motor 4 tempos a gasolina e seus
estágios.
2) Qual a diferença entre o motor 4 tempos e o motor 2 tempos a gasolina?
3) Qual a função do comando de válvulas?
4) O que é um motor Wankel?
5) Quais os tipos e como funcionam os sistemas de arrefecimento dos motores
a combustão?
6) Qual a principal função da árvore de manivela?
7) Quais as vantagens de se ter um commando de válvulas bem sincronizado?
8) Qual a principal diferença de um motor a diesel para um motor a gasolina?
9) Descreva o funcionamento de um motor a diesel.
10)O que aconteceria se fosse colocado diesel em um motor a gasolina?

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