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9.1. LUBRIFICANTES
9.2. ATRITO
Superfícies usinadas, quando observadas a olho nu, permitem a ilusão de que são perfeitamente lisas.
Entretanto, observando estas superfícies através de um microscópio, pode ser observado que são uma
sucessão de vales e picos (Figura 9-1). Estas irregularidades provocam resistência contrária a
movimentação de uma superfície contra outra. Esta resistência é denominada de atrito.
Figura 9-1: Atrito entre superfícies usinadas, com e sem lubrificação. [A Practical Approach to
Motor Vehicle Engineering and Maintenance, Allan Bonnick e Derek Newbold]
No caso específico do motor a combustão interna, devido a estes problemas, o atrito tem de ser
minimizado nas partes móveis tais como eixos de comando e virabrequim, assim como entre as
superfícies deslizantes tais como as dos pistões e as paredes dos cilindros.
Para reduzir o atrito, e consequentemente reduzir o desgaste do motor, assim como diminuir o
consumo de energia necessária para mantê-lo em funcionamento, duas estratégias são utilizadas:
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1. Redução da área de contato: Uma esfera de aço de elevada dureza, rolando sobre uma superfície
plana de material similar, fazem contato em um único ponto. Não havendo deslizamento relativo
neste ponto, não haverá atrito entre a esfera e a superfície. Este é o motivo da utilização de
rolamentos de esfera e de rolos no motor a combustão.
2. Lubrificação: Como já mencionado, o óleo lubrificante, no motor, tem duas funções principais,
que são a de reduzir o atrito e a de remover o calor gerado entre partes móveis. Para realizar estas
funções no interior do motor, o lubrificante tem de ter suas propriedades atendendo a alguns
requisitos essenciais.
Os óleos lubrificantes de uso específico para motores à combustão interna (MCI) tem algumas
características muito diferentes dos demais óleos lubrificantes, devido às condições operacionais
bastantes particulares no interior deste tipo de equipamento. As propriedades mais importantes de um
óleo lubrificante para MCI são:
9.4.1. VISCOSIDADE
.
=
.
A viscosidade cinemática (letra grega Ni) é a viscosidade dinâmica dividida pela densidade, de
modo que a unidade SI é o ⁄ , mas o uso do ⁄ é mais cômodo ao uso cotidiano. Na indústria,
a antiga unidade stoke (St) ainda é largamente empregada, sendo o submúltiplo centistokes (cSt) a
forma mais comum. 1 ⁄ = 0,01 = 1 .
Popularmente, um óleo viscoso é denominado de “óleo grosso”, pois escorre com lentidão, e
coerentemente, um óleo pouco viscoso, de “óleo fino”, escorrendo com facilidade. Assim sendo, a
viscosidade, do ponto de vista prático, pode ser definida como sendo a capacidade de um fluido de
resistir ao fluxo.
No caso do lubrificante para motores, a viscosidade deve ser elevada o suficiente de modo a manter
uma película lubrificante na superfície a ser lubrificada, mas deve também ser baixa o suficiente para
permitir o seu fluxo entre as superfícies móveis, em quaisquer condições operacionais de rotação e
temperatura para as quais o motor foi desenvolvido.
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desenvolvido pela Society of Automotive Engineers (SAE) dos EUA. Neste sistema, um óleo
classificado como SAE 60 apresenta uma resistência ao fluxo mais elevada do que um óleo com
classificação SAE 30. Entretanto, esta escala de classificação não é linear, de modo que um
lubrificante SAE 60 não é duas vezes mais viscoso que um óleo SAE 30.
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Um baixo índice de viscosidade (IV) indica que o óleo é muito viscoso (grosso) em baixa temperatura
e pouco viscoso (fino) em alta temperatura.
Esta grande variação na viscosidade não é aceitável para a operação dos motores a combustão interna
modernos, de modo que os lubrificantes automotivos recebem aditivos para melhorarem os índices
de viscosidade. Estes aditivos reduzem a tendência do lubrificante de reduzir sua viscosidade com a
temperatura, fazendo-o sustentar operacionalmente um elevado índice de viscosidade.
Estes óleos aditivados são chamados de óleos multi-grau, pois são compatíveis com duas
metodologias SAE de classificação: SAE W para lubrificantes adequados para o inverno em
temperaturas negativas no hemisfério norte, e o comum SAE para temperaturas normais. Por
exemplo, um lubrificante SAE 15W / 40 tem índice de viscosidade 15 para condições de inverno (W
de winter), e índice de viscosidade 40 para quando em temperaturas mais elevadas.
Um motor, que permaneceu inativo por um certo período de tempo, pode alcançar a temperatura
ambiente, sendo esta a mais baixa temperatura esperada pelo projeto. O óleo selecionado para um
dado motor deve ser capaz de fluir adequadamente através do sistema de lubrificação nesta
temperatura, para que, ao motor ser acionado, o lubrificante em circulação minimize o atrito entre as
partes móveis.
O ponto de fluidez, ou Pour Point, é a temperatura mais baixa na qual um lubrificante escorre apenas
pela ação da gravidade. É essencial que o lubrificante automotivo tenha o seu ponto de fluidez
adequado em relação à temperatura ambiente esperada para a operação do motor, pois, caso contrário,
existe uma grande possibilidade de este sofrer graves danos. Em termos gerais, o ideal é que o
lubrificante automotivo selecionado tenha um ponto de fluidez cerca de 10 oC abaixo da temperatura
mínima do meio ambiente esperado para a atuação do motor.
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O óleo lubrificante é composto por uma variedade de hidrocarbonetos, e pode emitir vapores a uma
dada temperatura. Estes vapores, se entrarem em contato com uma fonte de calor elevada, podem se
inflamar. Então, uma das propriedades importantes de um lubrificante é o seu ponto de fulgor ou de
inflamação, que é a temperatura mais baixa na qual este óleo emite vapores.
É importante não confundir ponto de fulgor com temperatura de autoignição ou com o ponto de
combustão. A temperatura de autoignição indica a temperatura na qual o óleo principia a queimar
sem a necessidade de uma fonte de calor externa. O ponto de combustão indica a temperatura na qual
os vapores continuam a queimar, sem a presença da fonte externa de calor que principiou a queima.
9.4.5. ALCALINIDADE
9.4.6. VOLATILIDADE
9.4.7. ADERÊNCIA
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Em um conjunto eixo / mancal (Fig. 9-5), o diâmetro externo do eixo é ligeiramente menor do que o
diâmetro interno do mancal, de modo a proporcionar espaço para o lubrificante e também para a
dilatação térmica do eixo.
Quando o eixo está em repouso, o contato físico direto do eixo com o mancal é evitado somente pela
presença de um fino filme de lubrificante (Fig. 9-5, item a), embora todo o espaço entre o eixo e o
mancal estejam preenchidos por óleo.
Quando o motor é ligado, e o eixo inicia a girar, a região de contato eixo/mancal tende a subir na
superfície do mancal em sentido contrário ao da rotação do eixo (Fig. 9-5, item b). A medida que a
rotação do eixo aumenta, a região de contato eixo/mancal se desloca no sentido da rotação (Fig. 9-5,
item c). Não há contato entre o metal do eixo e o do mancal, sendo que a única forma de atrito é o
cisalhamento do óleo.
Figura 9-5: Desenvolvimento da lubrificação hidrodinâmica no par eixo / mancal. Atenção: Todo o
espaço entre o mancal e o eixo é preenchido pelo lubrificante, sendo que é mostrada na figura uma
região “vazia” apenas para realçar didaticamente o desenvolvimento da lubrificação.
9.6.1. ADITIVOS
Um lubrificante deve exercer suas funções adequadamente mesmo enfrentando mudanças severas no
ambiente operacional do interior do motor. Em razão disto, uma variedade de aditivos é incorporada
à formulação destes lubrificantes.
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No caso dos lubrificantes para motores à combustão interna, os tipos de aditivos mais importantes e
comuns são os listados acima, mas outros tipos também podem ser adicionados, tais como corantes,
aromatizantes, etc.
A classificação da SAE é referente somente à viscosidade, de modo que outras classificações são
empregadas para orientar o usuário em relação à adequação do lubrificante para uma determinada
utilização:
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Destas, a mais difundida no Brasil, no ramo automotivo, é a da API. Estas classificações procuram
garantir que os lubrificantes atendam aos requisitos dos automóveis e também aos regulamentos de
emissões. Por exemplo, seja um lubrificante que atenda a classificação API SL. As letras indicam que
o óleo atende ao padrão L de qualidade (Standard L), utilizável em motores à gasolina lançados a
partir de 2001 e anteriores, substituindo, portanto, todos os demais padrões antecedentes, de SA a SJ.
Este padrão foi suplantado em 2004 pelo padrão SM, projetados para fornecer maior resistência à
oxidação, maior proteção ao depósito, melhor proteção ao desgaste e melhor desempenho a baixas
temperaturas durante a vida útil do óleo. Veículos fabricados antes da entrada em vigor de um
determinado padrão podem também usar lubrificantes que atendam aos padrões subsequentes, pois
estes atende às necessidades dos novos veículos, porém mantendo compatibilidade com os antigos
motores. Isto quer dizer que um carro fabricado em 2002 terá o uso de um óleo SL especificado no
manual do usuário, mas aceita a utilização de lubrificantes nos padrões superiores SM, SN ou SN
Plus (Fig. 9-6).
1993 2001
SN
SA SB SC SD SE SF SG SH SJ SL SM SN PLUS
1930 1951 1967 1971 1979 1988 1996 2004 2011 2018
- Categorias obsoletas, cujo USO PODE DANIFICAR a curto prazo um motor, mesmo que antigo.
- Categorias obsoletas, de uso não recomendado.
- Categorias de uso recomendado, desde que em acordo com ano de fabricação do veículo.
Figura 9-6: Categorias API para motores a gasolina, em razão do ano de fabricação do veículo.
Figura 9-7: Categorias API para motores a diesel, em razão do ano de fabricação do veículo. Obs.: A
FA-4 é uma CK-4 específica para óleos de alta durabilidade, de emprego não off-road.
Os novos lubrificantes de motor são projetados para trabalhar com os sofisticados e precisos sistemas
de tratamento de emissão e controle embarcados, compreendendo sensores de oxigênio (sonda
lambda), catalisadores e filtros de partículas. Estes componentes são vulneráveis à ação do enxofre,
cinzas e fósforo, e os lubrificantes sintéticos e os semi-sintéticos foram desenvolvidos para atender a
necessidade de protege-los.
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temperaturas extremas, o que reduz o desgaste e permite um funcionamento mais limpo e eficiente
do motor.
Lubrificantes sintéticos são também usados para “melhorar” óleos minerais convencionais, de modo
a entregar ao mercado um produto de baixo custo que atenda especificações menos rigorosas. Estes
óleos de origem mista são denominados de semi-sintéticos.
Os sistemas de lubrificação nos motores à combustão interna podem ser classificados da seguinte
forma:
Cárter úmido
Cárter seco
Perda total
A maior parte dos motores automotivos emprega este tipo de sistema. Este sistema de lubrificação
(ver Fig. 9-8) é pressurizado, e compreende os seguintes componentes principais:
Figura 9-8: Representação de um sistema típico de lubrificação do tipo cárter úmido. [A Practical
Approach to Motor Vehicle Engineering and Maintenance, Allan Bonnick e Derek Newbold]
Uma bomba de óleo que retira o óleo do cárter através do pescador e o envia sob pressão ao
sistema de lubrificação do motor.
Válvula de alívio que limita a pressão máxima do lubrificante fornecido pela bomba.
Cárter que atua como reservatório para o óleo.
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Dutos e galerias através dos quais o lubrificante é bombeado até os pontos de lubrificação internos
do motor (Fig.9-8 e 9-9).
Indicador de pressão, mostrando ao usuário se a pressão do óleo está dentro das especificações
do fabricante do motor.
Indicador de nível de óleo. O nível de óleo no cárter pode ser verificado através de uma vareta
medidora de nível, na qual são indicados os níveis máximo e mínimo recomendados de
lubrificante. Alguns motores possuem sensores que permitem que seja indicado no painel do
veículo o nível de óleo sem que seja preciso levantar o capô.
Filtro de óleo, no qual são retidas as impurezas removidas pelo fluxo do lubrificante.
Figura 9-9: Lubrificação das paredes do cilindro e do pino do pistão através da aspersão ou
jateamento de óleo. [A Practical Approach to Motor Vehicle Engineering and Maintenance, Allan
Bonnick e Derek Newbold]
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(b)
(a)
(c)
Figura 9-10: Bombas de óleo típicas. (a) Bomba de óleo rotativa e válvula de alívio, (b) bomba
rotativa, e (c) bombas de óleo de engrenagens.
Os tipos mais comuns de bombas de óleo usadas nos motores à combustão interna, automotivos, são
as de engrenagem, a rotativa (Fig. 9-10) e a de palheta.
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Figura 9-11: Representação de filtro de óleo típico, em corte. [A Practical Approach to Motor
Vehicle Engineering and Maintenance, Allan Bonnick e Derek Newbold]
A grande maioria dos motores automotivos fabricados utiliza um cárter úmido, principalmente devido
a simplicidade e ao baixo custo deste tipo de sistema de lubrificação. Entretanto, este sistema tem
algumas desvantagens:
Devido ao volume total de óleo ficar armazenado sob o virabrequim, a posição do bloco do motor
acaba por ficar elevada em relação ao solo. Isto prejudica a aerodinâmica e eleva o centro de
gravidade do veículo.
A lubrificação ocorre através da pressurização do lubrificante nos mancais, e também através de
névoa (lubrificação dos cilindros e pino do pistão) e respingos (retorno do lubrificante sob ação
da gravidade). Imerso no lubrificante em excesso, a rotação do virabrequim tem de enfrentar
arrasto hidráulico, ocasionando perda de potência.
No sistema de cárter seco, o lubrificante fica armazenado em um tanque fora do motor, e não no
cárter. Uma bomba de óleo, chamada de bomba de pressão, succiona o lubrificante do tanque e o
envia para o sistema de lubrificação. O lubrificante, depois de passar pelas superfícies móveis no
interior do motor, desce por gravidade para o cárter, de onde é succionado, por uma segunda bomba,
de volta para o tanque externo de óleo. Esta segunda bomba, chamada de bomba de limpeza ou de
circulação, deve ser capaz de bombear uma mistura de óleo e ar para poder drenar o óleo do motor
com eficiência. Uma quantidade mínima de lubrificante permanece no interior do motor.
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O volume de óleo lubrificante pode ser aumentado a critério do usuário, o que é uma vantagem
para quem deseja “tunar” o motor (realizar modificações para aumento de performance).
A posição do tanque de óleo não precisa estar junto ao motor, liberando espaço junto ao motor
para outros equipamentos, melhorar o acesso ou distribuir melhor o peso do veículo.
Evita a perda de potência devido ao arrasto hidráulico, comum em cárter úmido.
Desvantagens:
Maior peso quando em comparação com um sistema de cárter úmido similar em capacidade.
Aumento na complexidade e custo.
Para manter a temperatura do lubrificante dentro dos requisitos de projeto do motor, as vezes é
necessário que calor seja removido do óleo. Para esta finalidade são usados os trocadores de calor
comumente denominados de radiadores de óleo. Dois tipos são normalmente utilizados:
Trocadores de calor à ar, onde um fluxo de ar atmosférico é empregado para trocar calor com o
lubrificante (Fig. 9-12 item a).
Trocadores de calor à água, no qual o líquido arrefecedor do radiador do motor troca calor com o
lubrificante (Fig. 9-12 item b).
Figura 9-12: Esquemas explicativos ilustrando o princípio de funcionamento dos trocadores de calor
do sistema de lubrificação, sendo em (a) trocadores de calor à ar, e em (b), à água. [A Practical
Approach to Motor Vehicle Engineering and Maintenance, Allan Bonnick e Derek Newbold]
http://g1.globo.com/carros/blog/oficina-do-g1/post/vale-pena-completar-o-oleo-do-motor-tire-
duvidas.html
O óleo é um dos principais itens de manutenção. Ele está diretamente ligado à vida útil do motor do
carro e, caso falte, parte das peças internas pode derreter devido ao excesso de calor gerado pelo atrito
e pela combustão. Mas nem sempre vale a pena completar o nível do óleo. Veja a seguir respostas
para as principais dúvidas sobre isso:
Cuidado com frentistas apressadinhos. Você não deve verificar o nível de óleo assim que chegar ao
posto, pois com o motor muito quente uma parte do óleo estará dispersa na região superior do motor,
impedindo que a vareta quantifique o volume total de óleo no fundo do cárter (reservatório de óleo
que fica no fundo do motor). Abasteça primeiro, calibre os pneus e por último, peça a verificação do
nível do óleo.
Todo motor consome óleo. É por isso que a vareta medidora possui duas marcações: mínimo e
máximo. O consumo varia de acordo com a quilometragem e com o desgaste interno do motor. Alguns
veículos consomem mais e outros menos, e isto não significa que o mais antigo obrigatoriamente
tenha alto consumo de óleo e nem que todo carro novo consuma pouco óleo. Tudo dependerá do
estado de conservação interno do motor e das características de projeto de cada motor. O que podemos
afirmar é que as trocas regulares, dentro dos prazos de validade, garantem uma vida longa ao motor.
Etiqueta de óleo: Sabendo que todo carro consome óleo, você não precisa completar o óleo a cada
vez que o nível abaixar. O importante é não deixar que o nível atinja da marcação “mínima” (veja no
vídeo acima). Se estiver nesta situação, verifique a quilometragem de troca na etiqueta do vidro. Caso
esteja próximo do momento da troca, é melhor antecipar a troca completa.
Se você possui um carro com motor “cansado” (alto consumo de óleo), antes de qualquer viagem
mantenha sempre o nível no máximo, completando com a mesma especificação e a mesma marca. Se
você tem que repor óleo com frequência, antes de retificar o motor verifique se a mangueira (ou
válvula) do respiro do cárter não está entupida. Procure também por vazamentos na parte externa do
motor.
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Não, todo óleo escurece depois de alguns dias de uso e a viscosidade, entre outras propriedades,
exige equipamento específico para análise, porém alguns problemas podem ser detectados ao checar
a vareta: se o óleo estiver esbranquiçado é sinal de que ele está contaminado com água (em razão de
vazamento interno). Outro sinal de problema é quando você nota a presença de graxa consistente na
vareta: significa que você perdeu, e muito, o momento da troca. Quando seu óleo se transforma em
uma graxa não basta apenas trocá-lo, é necessário fazer uma limpeza interna do motor com o auxílio
de detergentes específicos para este fim. E não se esqueça de substituir o filtro de óleo.
Não é recomendado. Apesar de possuir a mesma especificação, óleos de marcas diferentes costumam
conter aditivos químicos diferentes que quando misturados e aquecidos podem gerar subprodutos não
desejáveis. A situação é pior quando se mistura óleo mineral com óleo sintético. Misture duas marcas
diferentes apenas em situações emergenciais de falta de óleo no motor e, assim que possível, faça a
troca completa do óleo e a do filtro.
http://g1.globo.com/Noticias/Carros/0,,MUL706609-9658,00-
TIRE+DUVIDAS+SOBRE+TROCA+DO+OLEO+DO+CARRO.html
Quer saber mais sobre mecânica, serviços, dicas de manutenção, cuidados ao dirigir e outros assuntos
sobre carros? O G1 abre espaço para o internauta tirar suas dúvidas sobre automóveis. O jornalista
Ricardo Lopes da Fonseca, que estuda sobre mecânica há mais de duas décadas e já se aventurou
como piloto participando até do Rali Paris-Dakar, vai escrever sobre o assunto e responder às
perguntas dos internautas. O tema de abertura é óleo do motor. Qual o tipo de óleo ideal para usar no
seu carro? Como e quando efetuar a troca do lubrificante?
A principal dúvida sobre óleo para motores é uma só: que tipo de óleo usar no meu carro? A
resposta é bem simples: o que estiver indicado no manual do proprietário. Mas, acalme-se, a ideia
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aqui não é comentar o óbvio, mas sim abrir seus olhos para esse importante assunto na manutenção
do seu veículo.
Antes, porém, vamos detalhar a função do lubrificante. Sua tarefa é evitar o atrito entre as peças
móveis dentro do motor e assegurar o bom funcionamento. Esse fluido deve manter suas
características de lubrificação sob as mais diversas condições, sejam climáticas ou formas de uso.
Com o passar do tempo, o óleo do motor tende a perder sua viscosidade - característica principal no
lubrificante -, encarregada de fazer com que o óleo permaneça por mais tempo revestindo as peças
que estão em contato dentro do motor. Perdendo a viscosidade, o atrito poderá comprometer o
funcionamento do motor e deste modo a vida útil, além de reduzir o desempenho e aumentar o
consumo.
Muitas pessoas têm o hábito de só completar o óleo quando este está abaixo do limite, sendo que o
mais adequado é fazer a troca completa do lubrificante. Esse erro pode custar caro. Se não for
substituído, o óleo fica mais sujo que o normal, já que além de lubrificar ele também tem a função de
eliminar determinados resíduos da combustão – queima do combustível - e isso compromete a
viscosidade.
Mas o que fazer para o óleo não perder a viscosidade? O correto é fazer as trocas dentro dos limites
de quilometragem estabelecidos para cada tipo de óleo.
Óleo mineral multiviscoso - O mineral multiviscoso é o mais comum no mercado. Esse tipo de óleo
é adequado para qualquer motor, sendo ele de qualquer cilindrada ou combustível. Sua principal
característica é adaptar a viscosidade de acordo com a temperatura de funcionamento do motor.
Vamos tomar como exemplo o 15W40. O primeiro número indica a viscosidade do óleo em uma
temperatura baixa, como na hora da partida, e o segundo indica a viscosidade à temperatura
operacional. Quanto menor o primeiro número, mais fino é o óleo e quanto maior o segundo, mais
grosso. O cuidado necessário é efetuar as trocas antes de atingir o limite de quilometragem, nesse tipo
de óleo recomendada a cada 5 mil quilômetros. Caso passe despercebido, com o tempo provoca alto
índice de carbonização interna do motor que, a partir de então, fica sujeito a falhas e quebras.
Óleo semi-sintético - O semi-sintético é o óleo que mistura a base sintética com a mineral. Esse tipo
é recomendado para motores mais potentes que trabalham em altas rotações. Mas, nada impede seu
uso em motores menos potentes. Provoca menos carbonização interna e contribui para amenizar o
atrito entre as peças internas do motor, principalmente durante a partida, quando a maior parte do
óleo encontra-se em repouso no cárter – reservatório do óleo. Ele também é do tipo multiviscoso. A
troca é recomendada pela maioria dos fabricantes a cada 10 mil quilômetros, mas convém efetuá-la
antes disso, por volta dos 8 mil.
Óleo sintético - Os sintéticos são os mais elaborados e caros e prometem manter a viscosidade
constante, independentemente da temperatura de funcionamento do motor. Com essa característica a
tendência é não carbonizar o motor. São indicados para os modelos esportivos que trabalham em
regimes mais severos. A troca é recomendada a cada 20 mil quilômetros, mas é bom ficar sempre
atento ao nível.
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O mais importante de tudo é usar um único tipo de óleo e, de preferência, da mesma marca. Em
princípio, os óleos automotivos são compatíveis entre si, sendo até possível misturar marcas
diferentes. Porém é preciso tomar o devido cuidado de usar produtos de um mesmo nível de
desempenho (API) - sigla em inglês de Instituto Americano do Petróleo, uma classificação de duas
letras que informa o tipo de motor para o qual o óleo se destina (gasolina ou diesel) e o nível de
qualidade.
Também não se esquecer do mesmo índice de viscosidade (SAE) - sigla em inglês para Sociedade de
Engenharia Automotiva, que classifica os lubrificantes automotivos em faixas de viscosidade. No
entanto, a melhor alternativa ainda é evitar esse procedimento. Uma observação importante é nunca
misturar óleo mineral com óleo sintético. O tempo de troca também varia de modelo para modelo.
Nesse momento é importante ter paciência e aguardar pelo menos três minutos com o carro desligado
antes de fazer a medição. Esse tempo é necessário para que todo o óleo do motor escorra para o cárter
e assim permita uma correta avaliação do nível.
Com o uso do carro, o nível do óleo baixa um pouco devido às folgas do motor e à queima parcial na
câmara de combustão. Assim, enquanto não chega a hora de trocar o óleo, devemos ir completando
o nível. Motores com mais de 100 mil quilômetros rodados têm mais folga em determinados
componentes internos que os veículos novos e, portanto, tendem a baixar mais o nível de óleo no
cárter. É bom lembrar que mesmo o motor novo também tem certo consumo de óleo, assim o
acompanhamento do nível se faz necessário para qualquer carro, independente do tipo de combustível
utilizado e tempo de uso.
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