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SENAI

MECÂNICO DE MANUTENÇÃO

Autor: Gabriel Renan Gaspar da Mota – T1C

Lubrificantes pastosos

À base de alumínio
À base de cálcio
À base de sódio
À base de lítio
À base de bário
À base de graxa mista.

• Ponto de gota
• Classificação
• Aplicação
• Armazenamento, transporte, manuseio e descarte
• Contaminação
• Folgas
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O que é um lubrificante?
Quando as superfícies dos componentes de algum tipo de máquina se movem em
contato umas com as outras, produzem a fricção ou atrito, e esta gera calor e causa
desgaste. O lubrificante é uma substância colocada entre estes componentes em
movimento para reduzir a fricção e proporcionar o deslizamento suave e fácil, um
contra o outro, com o mínimo desgaste e mantendo a temperatura normal.

Como os lubrificantes pastosos (ou graxas) se diferem dos lubrificantes líquidos (ou
óleos)?
A graxa é um importante componente no plano de lubrificação, constituída por uma
mistura de óleo básico de origem mineral ou sintético com a adição de espessante e
aditivos. O agente espessante é responsável pela retenção do óleo e elevação das
propriedades da graxa lubrificante, enquanto que o óleo retido realiza o processo de
lubrificação das peças em contato. O tipo de graxa e suas características estão
relacionadas ao seu respectivo agente espessante.
A principal vantagem das graxas lubrificantes é a retenção no local aplicado, ao
contrário dos óleos lubrificantes que escorrem por serem viscosos. Com isso, há uma
redução no custo de lubrificação, além de realizar processo de vedação de impurezas
e repelindo o ingresso da água em algumas aplicações. Em máquinas agrícolas a
graxa lubrificante é aplicada em diversos pontos onde é necessário que o lubrificante
não escorra como grades, estrias de acoplamento de cardan, mancais de arado,
enxadas rotativas, fusos de colheitadeiras. Para garantia no processo de lubrificação
é importante atentar-se para regularidade na aplicação prevenindo excesso ou falta
de graxa lubrificante.
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Quais são as principais características dos lubrificantes pastosos?


-Consistência: Principal característica do produto, serve como indicativo para a
classificação da dificuldade de deformação do produto, se o produto é “mole” ou
“dura”. Quanto menor a variação da consistência no decorrer da utilização, mais
estável e melhor é o produto utilizado.
-Ponto de gota: O ponto de gota é definido como a maior temperatura em que a graxa
lubrificante resiste sem perder suas propriedades, determinando assim a temperatura
de operação da graxa lubrificante.
-Resistência a água: Capacidade que o lubrificante possui em resistir a ação da água,
devido as maquinas trabalharem em ambientes com muita umidade.
-Oxidação: A absorção de oxigênio pela graxa lubrificante provoca sua deterioração,
fazendo com que a capacidade de lubrificação diminua.
-Capacidade de bombeamento: É definida como a facilidade do lubrificante de ser
bombeado até o ponto de lubrificação, e é diretamente correlacionada com a
viscosidade do óleo básico utilizado em sua composição.

Há cuidados quanto a lubrificação?


Realizar lubrificação no período recomendado pelo fabricante; utilizar embalagens
originais do produto a fim de prevenir a contaminação; não contaminar o meio
ambiente com o lubrificante; realizar processo de lubrificação com a máquina
inoperante; cuidado com a utilização de materiais de limpeza que desprendam fiapos
e realizar processo de limpeza em caso de troca do lubrificante.

Como funciona a consistência dos lubrificantes pastosos?


A grosso modo, a consistência da graxa é o que é a viscosidade para os óleos
lubrificantes. Contrário dos óleos, graxas são tixotrópicas (dicionário Houaiss:
fenômeno que apresentam certos líquidos cuja viscosidade diminui quando são
agitados). Isso quer dizer que fluem somente com a aplicação de uma força.
A consistência de graxas lubrificantes pode ser descrita como a maior ou menor
mobilidade da graxa. Há graxas semifluidas que escorrem com pouca força aplicada.
Há graxas com a consistência de sabão duro. Por isso são chamadas de graxa em
bloco. Estas, para separar uma quantidade menor, precisam de uma faca ou outro
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objeto para cortar. São empregadas, entre outras aplicações, na lubrificação de


mancais de vagões ferroviários.

O que é ponto de gota?


O Ponto de gota de uma graxa indica a temperatura em que se inicia a mudança do
estado pastoso para o estado líquido (primeira gota). O ponto de gota de determinada
graxa limita a sua aplicação. Na prática, usa-se limitar a temperatura máxima de
trabalho em 20 a 30°C abaixo de seu ponto de gota.

Como é o procedimento para fazer o teste do ponto de gota?


A norma IP396 define um procedimento de rampa dupla de aquecimento para o teste
de ponto de gota de graxas lubrificantes. A partir de uma temperatura inicial que é de
10 ° C acima da temperatura ambiente, a amostra é aquecida a uma velocidade de 10
°C / min, a uma temperatura inicial que depende do ponto de gotejamento esperado
da amostra. Em seguida, é aplicada uma taxa de aquecimento de 1 °C /min ao evento
do ponto de gotejamento que é detectada automaticamente.
As amostras de lubrificantes são introduzidas com o transportador de amostra DP
depois que a temperatura inicial for atingida. Após a confirmação, ambas as rampas
de aquecimento são executadas sem qualquer outra intervenção até que o ponto de
gota seja automaticamente detectado e o resultado seja claramente visível no display
touchscreen ou impresso. Como exigido pela norma, não há atraso entre a conclusão
da primeira e início da segunda rampa de aquecimento. A temperatura é controlada
com precisão pelo controle do forno, o que evita flutuações de temperatura durante a
troca das rampas de aquecimento.
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Quais os métodos de aplicação de Lubrificante Pastoso?


-Manual com pincel ou espátula:
É um método através do qual se aplica uma película de graxa sobre a peça a ser
lubrificada.

-Manual com pistola:


Nesse método a graxa é introduzida por intermédio do pino graxeiro de uma bomba
manual.

- Copo Stauffer:
Nesse método os copos são enchidos com graxa e, ao se girar a tampa a graxa é
impelida pelo orifício, localizada na parte inferior do copo.
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-Por enchimento:
A graxa é aplicada manualmente até a metade da capacidade do depósito, esse
método de lubrificação é usado em mancais de rolamento.

O que é um bico graxeiro? Como ele funciona?


O bico do pino graxeiro é onde a pistola graxeira se conecta dentro do bico, uma
pequena esfera é empurrada, pressionando uma mola através da pressão da pistola
graxeira. Quando a pressão para a esfera volta para a posição fechada. A esfera ajuda
a manter sujeira e outros contaminantes fora, mas também funciona como uma válvula
de retenção. Se você observar graxa saindo pelo pino após o abastecimento,
provavelmente há uma partícula evitando que a esfera forme a vedação apropriada.
neste caso, não aplique mais graxa. Aplicar mais graxa pode forçar partículas para
dentro do mancal causando desgaste e danos, o pino graxeiro deve ser removido e
substituído por um novo.
Como funciona a fabricação desse tipo de lubrificante?
Existem dois processos para a fabricação das graxas: formar o sabão em presença
do óleo ou dissolver o sabão já formado no óleo. A fabricação é feita em tachos,
providos de um misturador de pás e envoltos por uma camisa de vapor para aquecer
o produto. Quando o sabão é formado em presença do óleo, o tacho é munido de uma
autoclave, para a necessária saponificação.

Há algum modo de tirar a graxa do motor por exemplo?


A fim de remover a graxa do motor, é possível usar combustíveis e solventes. Porém,
é recomendado que modernos produtos químicos sejam utilizados para essa prática,
para não colocar a vida do operador em perigo. Para limpar a graxa do motor, você
pode usar algum desengraxante, uma maneira simples e vantajosa se comparada
com o uso de solventes tradicionais.
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O produto costuma agir na diluição da graxa, além de facilitar a sua remoção com o
auxílio de um pincel. Ele também possui uma alta ação protetora e um impressionante
poder de limpeza. Além disso, é inodoro e não irrita a pele de seu operador. É
importante destacar, ainda, que os restos desse material não podem ser jogados
diretamente na natureza. Eles precisam ser entregues a coletores autorizados.

• Lubrificantes pastosos a base de alumínio


Normalmente macia, fluída e pulverizável quase sempre filamentosa, além de ser
resistente a agua e ter uma boa estabilidade estrutural quando em uso, à base de
óleos minerais altamente refinados com alta concentração de lubrificantes sólidos,
assim como aditivos de ação química que lhe conferem excelentes qualidades
lubrificantes. Pode trabalhar em temperaturas de até 71ºC.

São indicadas para uso onde o principal requisito seja a característica de aderência
da graxa, proporcionando boa proteção contra a ferrugem e resistência à lavagem por
água, tais como mancais de rolamento de baixa velocidade, chassis e possuem ótimo
rendimento em equipamentos que sofrem atuação de altas cargas, como os dentes
de engrenagem na indústria de cimento.
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• Lubrificantes pastosos a base de cálcio


Normalmente vaselinada, resistente a água, além de ter uma grande estabilidade
quando em uso e pode trabalhar em temperaturas de até 77ºC. As maiores vantagens
desse tipo de graxa são o seu baixo custo final e a facilidade da sua fabricação.
Porém, apesar de ter pontos positivos que chamam a atenção, a graxa à base cálcio
apresenta um baixo ponto de gotejamento, já que em temperaturas acima de 77°C ela
começa a se dissolver e, assim, o óleo acaba por sair do seu ponto ideal de
lubrificação.
(Ponto de gotejamento: é uma propriedade qualitativa que apresenta a temperatura
na qual uma graxa lubrificante, ou qualquer substância de alta viscosidade, passa do
estado sólido ou semi-sólido (altamente viscoso) ao líquido, sob condições
determinadas de pressão e movimento ou temperatura).
É aplicada em chassis e em bombas d’água.

• Lubrificantes pastosos a base de sódio


Geralmente fibrosa, em geral não resiste a água. Pode trabalhar em ambientes com
temperaturas de até 150ºC. É desaconselhável o seu uso em presença de umidade,
pois é solúvel em água, por outro lado tem uma ótima propriedade de aderência e
vedação, além de sua capacidade de conferir proteção contra corrosão.

É aplicada em mancais de rolamento e mancais planos, mancais de rodas, juntas


universais, entre outras.
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Apesar de tudo isso, esse tipo de graxa conta com uma constante diminuição de sua
lubrificação, por conta da sua proteção contra corrosão e da falta de resistência à
água.

• Lubrificantes pastosos a base de lítio


Macia como a graxa de cálcio, é bastante resistente à água e trabalha em
temperaturas de até 150°C.São aderentes e relativamente insolúveis em água,
substituindo, em aplicações convencionais, as graxas de Cálcio e Sódio, sendo,
portanto, de aplicações múltiplas, além de uma ação prolongada
A graxa à base de lítio apresenta apenas uma desvantagem. Ela não pode ser
utilizada como lubrificante em indústrias alimentícias, pelo fato de ser um sabão
metálico.

Muito utilizada em automóveis e na aviação.


• Lubrificantes pastosos a base de bário
Esse lubrificante proporciona resistência contra corrosão, oxidação e envelhecimento,
além de ser compatível com uma grande quantidade de plásticos e elastômeros. é
indicado até temperaturas de aproximadamente 100°C.
Sua aplicação está na indústria em geral, principalmente onde existem altíssimas
rotações, baixas temperaturas, pequenas tolerâncias, alta precisão, baixa força motriz
e contato com água e/ou óleos de corte.
Entre suas desvantagens estão: dificuldade de produção, custo elevado e restrições
ambientais.
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• Lubrificantes pastosos a base de graxa mista


Esses lubrificantes basicamente são a mistura de outros tipos, e a partir de uma
mistura surgem ligas como sódio-bário, sódio-alumínio, sódio-cálcio.
Possuem as propriedades intermediárias dos sabões com que são formadas. Assim,
podemos ter graxas de cálcio-sódio, cálcio-lítio etc.
Uma curiosidade bacana é que as graxas de sódio e lítio não são compatíveis, não
devendo ser misturadas.

• Classificação dos lubrificantes pastosos segundo:


NLGI-National lubricating Grease Institute
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A classificação gira em torno de uma tabela desenvolvida pela NLGI, quanto mais
macia a graxa, menor o número. Geralmente, as graxas para rolamentos são NLGI 1,
2 ou 3. O teste mede a profundidade atingida por um cone em uma amostra de graxa,
em décimos de mm.
Basicamente é uma medida da rigidez da graxa. A consistência correta deve
assegurar que a graxa permaneça no rolamento, sem gerar muito atrito.

DIN- DEUSTCHES INSTITUTE FUR NORMUNG

No complexo mundo das massas lubrificantes, encontramos duas formas


normalizadas de as classificar, que se destacam entre outras: o
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sistema DIN (Deutsches Institut für Normung) e o ISO (International Organization for
Standardization).
Ambos os sistemas, mediante o uso de uma nomenclatura combinada, nos
oferecem um vasto conteúdo de informações sobre os aspetos mais relevantes da
massa: consistência, composição, temperaturas de trabalho, aplicação recomendada,
propriedades de extrema pressão, etc.
A norma DIN 51825 nos oferece identificar uma determinada graxa, suas aplicações,
formulação e características através do uso de siglas. Estas siglas podem ser
etiquetadas nos equipamentos para que possam ser correlacionadas ao lubrificante
com esta mesma sigla em seu código no sistema e na prateleira onde é armazenado.
Apesar desta norma ser simples, o uso de cores para identificação dos lubrificantes
ainda tem um impacto mais significativo, por ser mais direto e simples.

Conforme pode ser observado, a norma relaciona a primeira letra ao


elemento de máquina a ser lubrificado (K, G, OG, M). A segunda letra fala sobre
informações adicionais (P= aditivação EP para altas cargas - F= lubrificantes sólidos
como grafite e bissulfeto de molibidênio - E= éster, que permite limpeza e melhora
algumas características da lubrificação).
O primeiro numeral diz respeito ao grau NLGI, que pode ser visto no quadro abaixo.
A terceira letra nos remete à temperatura máxima de serviço e à resistência à água.
O último número se refere à temperatura mínima de serviço, que no quadro acima é -
20 °C.
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• Métodos de aplicação da graxa


-Salpico:
Na lubrificação por salpico, o lubrificante contido num depósito é borrifado por meio
de uma ou mais peças móveis. Esse tipo de lubrificação é muito comum,
especialmente em alguns tipos de motores.
Lubrificação por anel ou corrente
Nesse tipo método de aplicação, o lubrificante fica em um reservatório abaixo do
mancal. Um anel ou corrente, cuja parte inferior permanece mergulhada no óleo,
passa em torno do eixo. Quando o eixo se movimento, o anel companha esse
movimento e o lubrificante é levado ao eixo e ao ponto de contato entre ambos.
Lubrificação por colar
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O método é semelhante à lubrificação por anel, porém, o anel é substituído por um


colar fixo ao eixo. O óleo transportado pelo colar vai até o mancal por meio de
ranhuras. Emprega-se esse método em eixos de maior velocidade ou quando se quer
o óleo mais viscoso.

-Gravidade:
Lubrificação manual
A lubrificação é feita por almotolias e não é muito eficiente pois não produz uma
camada homogênea de lubrificante.
Copo com agulha ou vareta
Este dispositivo possui uma agulha que passa por um orifício e cuja ponta repousa
sobre o eixo. Quando o eixo gira, imprime um movimento alternativo à agulha,
liberando o fluxo de lubrificante, que continua fluindo enquanto dura o movimento do
eixo.
Copo conta gotas
Esse é o tipo de copo mais usado na lubrificação industrial, sua vantagem está na
possibilidade de regular a quantidade de óleo aplicado sobre o ponto a ser lubrificado.

-Imersão:
Lubrificação por banho de óleo
Nesse método, as peças a serem lubrificadas mergulham total ou parcialmente num
recipiente de óleo. O excesso de lubrificante é distribuído por meio de ranhuras a
outras peças. O nível do óleo deve ser constantemente controlado porque, além de
lubrificar, ele tem a função de resfriar a peça.

-Por perda:
Em um sistema de lubrificação por Perda, também conhecido como sistema por
Perda Total, o lubrificante, que abastece o ponto de atrito ou fricção, é sempre
consumido, ou seja, sempre será aplicado um novo lubrificante nos pontos de atrito.
O sistema por perdas deverá abastecer todos os pontos em intervalos regulares
durante o ciclo pré estabelecido. Com o passar do tempo, o lubrificante é
parcialmente utilizado nos pontos, e isso ocorre por diferentes motivos:
envelhecimento, evaporação, purgas, gotejamento e vazamentos. É importante
salientar que através do sistema por perda não é possível dissipar calor.
Os lubrificantes usados em um sistema por perda podem ser óleo, graxa ou graxa
fluida
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-Sistema selado:
Os mais simples sistemas selados de lubrificação dependem das propriedades do
óleo: viscosidade e untuosidade. Assim, o óleo lubrifica as superfícies das peças por
meio de rodas dentadas, de anéis ou correntes. No primeiro caso, por exemplo, uma
ou mais rodas puxam o óleo para a parte inferior do depósito. O óleo é projetado em
volta da peça, e lubrifica também os mancais devido à força da projeção. Além da
função de lubrificante, o óleo tem ação refrigerante.

-Sistema centralizado:
O sistema centralizado é um método de lubrificação a graxa ou óleo que tem a
finalidade de lubrificar um elevado número de pontos, independentemente de sua
localização. Trata-se de um sistema de aplicação simultânea de lubrificante em todos
os pontos de uma máquina, nas quantidades, pressões e frequências corretas, a partir
de um reservatório central, podendo ser um sistema automático ou manual.
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• Armazenamento
-O LOCAL DE ARMAZENAMENTO
O local adequado para o armazenamento para lubrificantes deve ser amplo,
permitindo fácil acesso, manobras e circulação de pessoas; bem ventilado, e longe de
fontes de contaminação tais como poeira, adubos e produtos químicos. Deve também
estar distante de fontes de excesso de frio ou calor.
O piso deve ser firme e resistente a choques e não absorvente. Deve ser de fácil
limpeza, que não solte poeira e ainda ter proteção contra escorregamento,
principalmente em rampas de acesso para evitar acidentes.
É importante que neste local exista um sistema de proteção contra incêndio, uma vez
que este tipo de material é altamente inflamável. E também que o local seja mantido
limpo sem lubrificantes derramados no chão, estopa ou pano sujos de óleo ou graxa.
-CUIDADOS NA ARMAZENAGEM
Caso os óleos lubrificantes sejam armazenados em tambores, estes devem ser
colocados sobre estrados de madeira, evitando-se assim o contato direto com o chão.
Para se armazenar elevado número de tambores pode-se usá-los tambores deitados
sobre ripas de madeira, bem calçados para impedir seu movimento e com os bujões
em posição horizontal abaixo do nível do lubrificante.
É importante fazer inspeções periódicas, para verificar se há qualquer tipo de
vazamento e se as marcas dos tambores estão legíveis.
É fundamental fazer um controle dos produtos armazenados, afim de evitar confusões,
trocas e garantir a reposição adequada dos estoques. Deve-se evitar a armazenagem
de lubrificantes ao ar livre, caso isto não seja possível, deve-se armazenar os
tambores deitados. Se eles precisarem ficar em pé, deve-se cobri-los com um
encerado ou colocá-los numa posição inclinada, sendo que os bujões não devem ficar
no lado mais baixo da tampa onde pode haver acúmulo de água.
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• Transporte
Para o transporte do lubrificante, ele deve estar selado em um barril adequado de
acordo com as especificações do fabricante. Normalmente eles são transportados em
caminhões
O responsável pelo recebimento deve fazer as seguintes verificações ao recebe r um
estoque de lubrificantes:
*Verificar se o produto que está sendo entregue está de acordo com o pedido feito e
a nota fiscal;
*Verificar se os lacres dos tambores e baldes não foram violados;
*Verificar as condições da embalagem quanto a sua estrutura e identificação do
produto
Após o recebimento, a mercadoria deve ser retirada do transporte por meio de
empilhadeiras, guinchos, talhas, etc. Plataformas de descarga ao mesmo nível dos
veículos de transporte facilitam o manuseio dos volumes e diminuem o risco de
avarias.

• Descarte
Após o uso, o óleo deve ser descartado. O óleo, por ser um resíduo químico, não é
simplesmente jogado no lixo, por causa disso a Resolução nº 362/2005 do Conselho
Nacional do Meio Ambiente - CONAMA, trata o refino como destino obrigatório dos
óleos lubrificantes usados ou contaminados.
O produtor e o importador de óleo lubrificante devem coletar, ou garantir a coleta, e
dar destinação final ao óleo lubrificante usado ou contaminado, respeitando a
proporção do óleo lubrificante acabado que colocarem no mercado.

Há alguns riscos em relação a descarte incorreto de lubrificantes:


-O descarte inadequado de lubrificante usado ou contaminado no solo e nos cursos
de água geram graves danos ambientais;
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-A combustão de lubrificantes usados gera gases residuais nocivos ao meio ambiente


e à saúde pública;
-1 (um) litro de lubrificante tem a capacidade de contaminar mais de 1 milhão de litros
de água;
-O produto possui diversos elementos tóxicos, como cromo, cádmio, chumbo e
arsênio, que podem causar graves problemas a saúde incluindo danos ao sistema
nervoso.

• Segurança, manuseio e uso


A prevenção de acidentes e a segurança do pessoal envolvido na armazenagem e
aplicação dos lubrificantes deve ser uma preocupação de todos.
Uma prática principal em relação ao manuseio é o mapa de cores e o código de cores.
É crucial que seja adotado o mapa de cores e o código de cores para a identificação
do lubrificante, para que o lubrificante saia da sala da sala de lubrificação e chegue
até o seu ponto de aplicação limpo.
As roupas umedecidas com óleo e graxa são altamente inflamáveis, por isso a
localização dos extintores deve ser de fácil acesso, e os mesmos devem estar sempre
em perfeitas condições de uso e pessoal treinado para utiliza-los corretamente.
Também não se deve armazenar lubrificantes ou manuseá-los próximo a chamas ou
soldas, pois poderia causar incêndios.
O manuseio dos óleos deve ser feito em ambientes com temperaturas que vão de
acordo com o lubrificante, deve ser feito longe de água e da altas fontes de calor. Para
ser usado, o operador deve estar de equipamento de proteção adequado e longe de
riscos externos.
Também deve-se ter cuidado com degraus e plataformas, no local de armazenamento
e com equipamentos a serem lubrificados, pois podem estar cobertos de óleo graxa
que são escorregadios. Por isso, devem ser removidos o quanto antes para evitar
acidentes. Não se deve fazer a lubrificação de equipamentos com componentes tais
como eixos ou correias em movimento, nem usar roupas folgadas que podem se
prender e causar acidentes.
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Existem alguns acessórios que são usados para o transporte, armazenamento,


manuseio e uso de lubrificantes. Por exemplo:
-Empilhadeira: é utilizada na estocagem de tambores, para descarregar e carregar
caminhões.

-Torneira: é utilizada para retirar óleo do tambor e é aplicada nos orifícios dos bujões
de enchimento.

-Enchedores de pistola de graxa: são úteis para evitar contaminações, podendo ser
manuais ou a ar comprimido.
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-Carrinhos de lubrificação: Carrinhos de lubrificação: por causa da necessidade de se


aplicar diferentes tipos de lubrificantes a vários equipamentos e em locais distantes,
usam-se carrinhos de lubrificantes.

-Talha: serve para mover os tambores de lubrificantes e pode ser manual ou elétrica.

-Equipamento para retirada de graxa: retirada de graxa: a retirada de graxa: graxa,


devido a sua consistência, exige a remoção da tampa e instalação de um equipamento
especial à base de ar comprimido, que a mantém comprimida contra a base do tambor
mediante uma chapa.
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• Contaminação
Contaminação dos lubrificantes é uma das situações mais criticas nos processos de
lubrificação de maquinas e equipamentos. Independente do tipo de lubrificante, se
óleo ou graxa. Em razão do tamanho das folgas agentes contaminantes do óleo como
umidade e micropartículas podem dar início a desgastes prematuros e a perda de
eficiência, mesmo em pequena quantidade.
Para um bom desempenho existem algumas normas, por exemplo:
A ISO 4406 (International Standards Organization), nível padrão de limpeza, tem
obtido uma vasta aceitação em muitas indústrias. Uma versão modificada, vastamente
utilizada deste padrão, refere-se ao número de partículas maior que 4, 6 e 14 mícrons*
em um certo volume, geralmente 1 mililitro ou 100 mililitros. O número de partículas
4+ e 6+ mícrons é usado como ponto de referência para partículas sedimentadas. O
tamanho 14+ indica a quantidade de partículas maiores presentes, que contribuem
para uma possível falha catastrófica do componente.
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Uma classificação ISO de 19/16/13 pode ser definida como:

Padrões de limpeza da ISO:

Ou a norma NAS é um padrão mais antigo, desenvolvido em 1964 para definir a classe
de contaminação em componentes de aeronaves e fluidos hidráulicos. Ela determina
o nível de contaminação pela contagem das partículas por 100 ml, em 5 faixas de
tamanho.
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Tabela de correlação dos níveis de limpeza:

Os tamanhos das partículas geralmente são medidos em uma escala micrométrica.


A maioria das partículas que causam danos aos sistemas de lubrificação ou
hidráulicos são menores que 40 mícrons. Portanto, elas são microscópicas e não
podem ser vistas a olho nu.

• Folgas
-Engrenagens:
Os flancos (dentes) de engrenagens operam em três diferentes condições de
lubrificação, são elas: Plena, mista e limite. Lubrificação limite: O ocorre no momento
da partida e na parada durante o equipamento, para isso temos que nos atentar às
propriedades químicas do lubrificante, por exemplo, o aditivo EP. Este é de extrema
importância para a prevenção do arrastamento do material que é proporcionado pelo
esforço do conato metal-metal.
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O lubrificante adequado é uma necessidade para uma operação normal de um


determinado sistema de engrenagens, não tem a função de consertar eventuais erros
de montagens, subdimencionamentos ou operações impróprias. Sobrecargas devem
ser tratadas de outra forma, seja com novos projetos, alteração de velocidade ou até
mesmo de componente. Temos que considerar o problema da operação contínua sob
o regime de película limite, pois tal fato leva a desgastes severos que impactam na
redução drástica da vida útil do componente.
Se a questão é trabalho em regime de aumento da velocidade as engrenagens e/ou
variações, estas trabalham na condição mista. As irregularidades superficiais se
tocam e o filme lubrificante não é suficientemente espesso, o coeficiente de atrito é
alto, desgastes severos e rápidos também podem ocorrer.

-Rolamentos:
O rolamento é um componente mecânico encontrado em uma gama enorme de
aplicações, em 99% dos processos produtivos existe pelo menos um rolamento em
operação e eles são itens cruciais na grande maioria das plantas industriais. Os
rolamentos são itens confiáveis, mesmo quando submetidos a condições severas de
uso e funcionamento. A vida útil de um rolamento pode alcançar números
incrivelmente satisfatórios.
Lubrificante certo: O lubrificante (graxa ou óleo) deve ser escolhido de acordo com os
principais fatores
falhas em rolamentos de operação: Velocidade de Trabalho (RPM), Temperatura de
Operação e Carga de Trabalho.
Quantidade Certa: A quantidade de lubrificante (nesse caso a graxa) para relubrificar
os rolamentos deve ser calculada através da fórmula: G = 0,005 x D x B. Onde:
G = Gramas;
D = Diâmetro Externo do Rolamento (em milímetros);
B = Altura do Rolamento (em milímetros).
Intervalo de Relubrificação: Esse ponto também é definido com base nos seguintes
fatores de operação: Velocidade de Trabalho, Temperatura, Carga de Trabalho,
Condições Ambientais (Poeira ou Umidade), Condições operacionais (vibrações,
choques, etc).
Apesar de ser algo comumente negligenciado a contaminação do lubrificante é algo
extremamente prejudicial a vida útil dos rolamentos, e deve ser algo a ser prevenido
e não remediado, como é feito na grande maioria dos casos.
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Considerando que esse tipo de falha representa um total de 19% no total de falhas
em rolamentos, vale a pena investir em sistemas de blindagem, filtros especiais,
sistemas de filtragem de lubrificante off-line e outros componentes que protejam a vida
útil do lubrificante e consequentemente do rolamento.

-Mancais de deslizamento:
A principal função dos mancais de deslizamento, existentes em máquinas e
equipamentos, é servir de apoio e guia para os eixos girantes.

Os mancais de deslizamento são elementos de máquinas sujeitos às forças de atrito.


Tais forças surgem devido à rotação dos eixos que exercem cargas nos alojamentos
dos mancais que os contêm.
O funcionamento de um mancal de deslizamento depende da formação de uma
película de lubrificante (contato eixo x mancal), a qual somente será formada a partir
do movimento relativo de escorregamento entre as partes. Tal condição se traduz em
coeficientes de atrito sensivelmente mais elevados e um elevado consumo de
lubrificante.
A inspeção de mancais de deslizamento em máquinas operando exige que o
mecânico de manutenção conheça, previamente, o programa de inspeção.
Conhecendo previamente o programa de inspeção e de posse das informações a
respeito dos problemas, o mecânico de manutenção deverá selecionar as ferramentas
e os equipamentos a serem utilizados na manutenção.
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(abaixo uma tabela que exemplifica e representa resumidamente as folgas de alguns


componentes)
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• Bibliografia
https://pt.linkedin.com/pulse/qual-fun%C3%A7%C3%A3o-b%C3%A1sica-da-
lubrifica%C3%A7%C3%A3o-liquida-e-pastosa-em-vaccaro
https://www.agrisoft.com.br/graxas-lubrificantes-principios-basicos-e-plano-de-
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https://www.manutencaoemfoco.com.br/graxas-conceitos-e-aplicacoes/
https://www.forlub.com.br/dica/92758
https://www.bruhel.com.br/noticias/descubra-quais-as-melhores-graxas-e-como-
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file:///C:/Users/Gabriel%20Gaspar/Downloads/7%20Graxas%20Lubrificantes.pdf
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