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COLÉGIO TIRADENTES DA BRIGADA MILITAR

MATEMÁTICA
PROFESSOR JOÃO CALDEIRA
TURMA 32

SEMINÁRIO DE NÚMEROS COMPLEXOS

Andrei Goularte
César Augusto
Gabriele Rodrigues
Luiza Vilela
Yuri Consul

Porto Alegre
2023
1

SUMÁRIO

Histórico…………………………………………………………………………….3
Definição……………………………………………………………………………3
Representação geométrica e algébrica…………………………………………4
Operação na forma algébrica…………………………………………………….4
Potência de i……………………………………………………………………….
Plano complexo……………………………………………………………………7
Forma trigonométrica……………………………………………………………..
Operações na forma trigonométrica…………………………………………….8
Forma exponencial………………………………………………………………..
Identidade de Euler……………………………………………………………….
Hipercomplexos…………………………………………………………………
2

Histórico
O início da história de estudo dos números complexos se dá na mesma época em
que as equações de segundo grau são estudadas. Algumas das equações
possuíam soluções claras, enquanto existiam outras em que não se parecia haver
soluções.
Porém, nessa época não se dava atenção a esses casos, e se assumia que tais
equações não possuíam soluções possíveis.
A ideia de compreensão dos números complexos vai se dar então, na Europa,
durante o Renascimento. Os matemáticos italianos do século XVI, como Gerolama
Cardano e Niccolò Fontana Tanglia, começaram a estudar as equações cúbicas e
quartas que não tinham soluções reais. Por conta disso, eles passaram a usar
termos imaginários para representar essas soluções, porém eram termos
extremamente complicados de se entender.
Apenas no século XVII, que a atual notação para números complexos passou a
ser usada.

Definição
Um conjunto numérico é um conjunto de números que compartilham uma
propriedade matemática comum. Existem vários tipos de conjuntos numéricos,
incluindo os números naturais (1, 2, 3, ...), os números inteiros (..., -2, -1, 0, 1, 2, ...),
os números racionais (frações), os números irracionais (por exemplo, π e √2), e os
números reais (que incluem todos os números mencionados anteriormente). Esses
conjuntos são usados ​em muitas áreas da matemática e têm propriedades únicas e
importantes.

Um número complexo é um número que pode ser expresso na forma a + bi,


onde a e b são números reais e i é a unidade imaginária (que é definida como i² =
-1). Um número complexo tem uma parte real (a) e uma parte imaginária (bi), e é
representado no plano complexo, que é uma extensão do plano cartesiano, com o
eixo real representando o eixo x e o eixo imaginário representando o eixo y. Os
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números complexos têm uma variedade de aplicações em matemática, ciência e


engenharia, e são essenciais em áreas como análise complexa, teoria dos números,
engenharia elétrica e física teórica.

Forma algébrica
Z = a + b.i

a = parte real
b = parte imaginária

Operações
Os números complexos são um tipo de número que inclui uma parte real e uma parte
imaginária. As operações básicas com números complexos são semelhantes às operações
com números reais, mas com a consideração da parte imaginária. Isso significa que, ao
adicionar, subtrair, multiplicar ou dividir números complexos, é necessário levar em conta a
parte imaginária.

Adição e subtração

Para realizar a soma de dois números complexos, basta somar as partes reais e as
partes imaginárias separadamente.
Para realizar a subtração de dois números complexos, basta subtrair as partes reais e
as partes imaginárias separadamente.

Z= 3 + 4i
W= -1 + 2i

Z+W = ( 3 + (-1) )+ ( 4i + 2i ) = 2 + 6i
Z-W= ( 3 - (-1) ) + ( 4i - 2i ) = 4 + 2i

Multiplicação

A multiplicação de dois números complexos é realizada da mesma forma que a


multiplicação de expressões algébricas, utilizando as propriedades distributiva e associativa.

Z= 2 + 3i
W= 3 - 2i

Z.W = ( 2 + 3i ).( 3 - 2i )
= 6 - 4i + 9i - 6i²
= 6 - 4i + 9i - 6( -1 )
4

= 12 + 5i

Divisão

A divisão de dois números complexos pode ser realizada utilizando a técnica de


multiplicação por um conjugado. O conjugado de um número complexo é obtido trocando o
sinal da sua parte imaginária.

Conjugado

Z= 2 + 3i
Conjugado de Z = 2 - 3i

Z. = ( 2 + 3i ).( 2 - 3i ) = a² - b²
= 4 - 9i²
= 4 - 9( - 1 )
= 13

Z= 2 - 3i
W= 3 - i

Forma geométrica

A forma geométrica de um número complexo é uma maneira de representá-lo no


plano cartesiano, onde o eixo horizontal (x) representa a parte real do número complexo e o
eixo vertical (y) representa a parte imaginária.
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Potências de i
As potências de i, onde i é a unidade imaginária definida como a raiz
quadrada de -1, seguem um padrão cíclico. Quando elevamos i a um número inteiro
positivo, obtemos valores que se repetem a cada quatro potências. Esse padrão
pode ser representado da seguinte forma:

Forma-se um padrão (1, i, -1, -i) que se repete a cada 4 potências de “i”
4 8 12
Por exemplo, 𝑖 é igual a 1, 𝑖 é igual a 1,𝑖 é igual a 1, e assim por diante.

Essa repetição pode ser usada para simplificar o cálculo de potências de i. Se


precisarmos calcular i elevado a um número grande, podemos dividir esse número por 4 e
usar o resto da divisão para determinar qual é a potência equivalente que está dentro do
17
ciclo de 4 potências. Por exemplo, para calcular 𝑖 , podemos dividir 17 por 4, obtendo um
17
quociente de 4 e um resto de 1. Isso significa que 𝑖 é igual a i elevado à primeira potência
dentro do ciclo de 4, ou seja, i.

O plano complexo e a representação do número complexo nesse plano


O plano de Argand-Gauss é usado para representar geometricamente os
números complexos. Com as contribuições dos matemáticos Argand e Gauss, foi
possível fazer um estudo mais aprofundado desses números, como o cálculo do
módulo e do argumento do número complexo.
Esse plano é conhecido ainda como plano complexo, pois, dado um número
complexo da fórmula algébrica Z = a + bi, em que é a parte real e b é a parte
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imaginária, ele será representado no plano complexo como o ponto Z (a,b). A


representação de um número complexo no plano de Argand-Gauss recebe o nome
de afixo ou imagem geométrica do número Z.
É interessante comentar que Gauss não achava completo usar a expressão
números “imaginários” e, por isso, sugeriu a ideia de números laterais, para aqueles
que são representados na vertical do plano cartesiano, como mostrado a seguir.

O plano formado por dois eixos perpendiculares será utilizado para fazer a
representação geométrica de um número complexo e, consequentemente,
desenvolver conceitos importantes para esses números, como a análise na
geometria analítica, o desenvolvimento da fórmula trigonométrica de números
complexos e o estudo do argumento e do módulo. Nada mais é esta representação
do que um plano cartesiano somente para os números complexos.
Para representar um número complexo no plano de Argand-Gauss, define-se que
o eixo horizontal é o eixo da parte real de um número complexo, e o eixo vertical é o
eixo da parte imaginária, logo o número complexo Z = a + bi é representado pelo
ponto (a,b).
Nesse sentido, os pontos que representam os números complexos no plano
complexo recebem o nome de afixos ou imagem do número complexo Z. Na
representação desses afixos, existem três possibilidades: o número complexo pode
ser um número real, quando a sua parte imaginária é igual a zero; o número
complexo pode ser um imaginário puro, quando a sua parte real é igual a zero; por
fim, ele pode ser um número complexo qualquer, quando a sua parte real e a sua
parte imaginária são diferentes de zero.
1. Número imaginário puro
Quando a sua parte real é nula, ou seja, Z = bi, nesse caso a = 0. A
representação no plano complexo de um imaginário puro são pontos do tipo (0,b).
Nesse caso, quando o valor da parte real é igual a zero, esse ponto localiza-se em
cima do eixo vertical, ou seja, um número imaginário será representado por um
ponto que pertence ao eixo da parte imaginária.
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2. Número real

Quando o valor de sua parte imaginária é igual a zero. Ao representar um


número real no plano complexo, o afixo será do tipo (a,0), nesse caso, esse será um
ponto contido no eixo horizontal, ou seja, que está contido no eixo real.

3. Número imaginário
Um número complexo é conhecido também como número imaginário. Nesse
caso, faremos a representação de um número imaginário quando ele não é nem
real, nem imaginário puro, logo, a representação é feita por um ponto em alguns dos
quadrantes do plano complexo, a depender do sinal de sua parte real e de sua parte
imaginária.

Percebe-se que a representação dos números complexos acontece em um


plano cartesiano semelhante ao usado para os números pertencentes ao conjunto
dos Reais.

|Z|: Módulo complexo

-> distância de origem ao afixo.


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ρ = Rô (do grego) = |Z|

O módulo de um número complexo é uma medida da sua magnitude ou tamanho.


Ele representa a distância do número complexo até a origem do plano complexo,
que é o ponto (0,0) onde o eixo x e o eixo y se encontram.

O módulo de um número complexo z = a + bi é dado pela fórmula:

2 2
ρ= 𝑎 +𝑏

Onde a e b são os componentes real e imaginário do número complexo,


respectivamente.

Por exemplo, se z = 3 + 4i, então seu módulo é:

2 2
ρ= 3 + 4 = 9 + 16 = 25 = 5

Isso significa que o número complexo z está a uma distância de 5 unidades da


origem no plano complexo.

Forma trigonométrica

A forma trigonométrica é uma forma de representar um número complexo em


termos de sua magnitude (ou módulo) e argumento (ou fase) em relação ao eixo x
positivo.
Um número complexo pode ser representado na forma trigonométrica como:

z = r(cosθ + i sinθ)
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Onde:

r é a magnitude (ou módulo) de z, ou seja, a distância do ponto z até a origem do


plano complexo;
θ é o argumento (ou fase) de z, ou seja, o ângulo formado pelo segmento de reta
que liga a origem a z e o eixo x positivo;
i é a unidade imaginária, que representa a raiz quadrada de -1.
A parte real de z é dada por r cos(θ) e a parte imaginária por r sin(θ).

A forma trigonométrica é útil porque permite calcular facilmente as potências de


um número complexo, já que basta elevar a magnitude à potência desejada e
multiplicar o argumento por essa potência. Além disso, a forma trigonométrica é útil
para realizar operações com números complexos, como soma, subtração,
multiplicação e divisão.

Operações com números complexos na forma trigonométrica

Sabemos que número complexo é um par ordenado de números reais z = (a, b).
Todo número complexo do tipo z = (a, b) pode ser escrito na forma normal ou
algébrica: z = a + bi, em que z ≠ 0. Representando esse número complexo no plano
de Argand-Gauss, utilizando alguns conceitos da trigonometria e o teorema de
Pitágoras, temos que: cosӨ = a/p e senӨ = b/p (aqui, p é o módulo de z). Essas
relações podem ser reescritas, da seguinte forma:
cosӨ = a/p → a = p*cosӨ

senӨ = b/p → b = p*senӨ

Substituindo os valores de a e b no complexo de z = a + bi, temos então, na forma


trigonométrica:
z = |z|(cos θ + i.sen θ).

Por conta de sua praticidade na resolução de cálculos, a forma trigonométrica é


muito útil na resolução de operações de multiplicação e divisão de números
complexos.

- Multiplicação na forma trigonométrica.

Considere dois números complexos quaisquer, escritos na forma trigonométrica:

z1 = |z1 |∙(cosθ + i∙sen θ) e z2 = |z2 |(cos α+i∙sen α)

O produto entre z1 e z2 pode ser feito da seguinte forma:


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z1 ∙ z2 = |z1 |∙|z2 |∙[cos(θ+α) +i∙sen (θ+α) ]

Tal fato é garantido pelas relações:

sen(θ + α) = senθ ∙ cosα + senα∙cosθ


cos(θ + α) = cosθ ∙ cosα - senθ∙senα

Exemplo 1: Dados os números complexos z1 = 6∙(cos30o + i∙sen 30o) e z2 =


3∙(cos15o + i∙sen 15o), calcule o valor de z1 ∙ z2.

Solução: Utilizando a fórmula da multiplicação de números complexos na forma


trigonométrica, temos que:

z1 ∙ z2 = 6∙3∙[cos(30o + 15o )+i∙sen (30o + 15o )]

z1 ∙ z2 = 18∙(cos45o + i∙sen 45o )

- Divisão

Para realizar a divisão na forma trigonométrica também existe uma fórmula que
facilita os cálculos.

Sejam z1 = |z1 |∙(cosθ + i∙sen θ) e z2 = |z2 |(cosα + i∙senα), dois números


complexos quaisquer, o quociente entre z1 e z2 será dado por:

Forma exponencial
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A forma exponencial dos números complexos é uma maneira alternativa de


escrever um número complexo na forma retangular (ou algébrica), que é a forma
padrão em que escrevemos números complexos como a combinação de um número
real e um número imaginário.
Um número complexo na forma exponencial é dado por:

z = re^(iθ)

Onde:
z é o número complexo em questão

r é o módulo (ou magnitude) de z, dado por r = |z| = sqrt(x^2 + y^2), onde x e y são
as partes real e imaginária de z, respectivamente e é a base do logaritmo natural,
aproximadamente igual a 2,71828

i é a unidade imaginária, definida como i^2 = -1

θ é o argumento de z, que é o ângulo formado pelo número complexo com o eixo x


positivo no plano complexo.
Essa forma exponencial é útil para fazer cálculos envolvendo operações com
números complexos, como multiplicação e divisão, e também é útil para representar
números complexos em gráficos polares.

Identidade de Euler

Uma Identidade matemática é uma igualdade que permanece verdadeira


para quaisquer que sejam os valores das variáveis que nela apareçam,
diferentemente de uma Igualdade matemática que pode ser verdadeira somente sob
condições particulares
Nesse sentido, fala-se sobre a Identidade de Euler, que aparece na obra
Introdução, de Leonhard Euler, publicada em 1748. A ideia dessa identidade está
em relacionar cinco constantes matemáticas (e, pi, i, 0 e 1) e três operações básicas
(adição, multiplicação e exponenciação). A Identidade de Euler é utilizada na análise
complexa, que é um ramo da matemática que investiga as funções holomorfas, isto
é, as funções que estão definidas em alguma região do plano complexo, e que
tomam valores complexos e são diferenciáveis como funções complexas.
Nessa identidade:
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1. e (e = 2.71828..): número transcendental que é a base do logaritmo natural e o


resultado da soma infinita “1/0! + 1/1! + 1/2! + 1/3! + 1/4! + …”
2. i (√-1): é a unidade imaginária; é a solução da equação “x² + 1 = 0” e tem a
propriedade “i² = -1”.
3. π (π = 3.14159…): pi - razão entre o perímetro e o diâmetro de qualquer
circunferência
4. 0: representa um número nulo no sistema de numeração
5. 1: elemento neutro do produto (identidade multiplicativa)
Uma Identidade Matemática é uma igualdade que permanece verdadeira
para quaisquer que sejam os valores das variáveis que nela apareçam. A identidade
de Euler é uma fórmula matemática que relaciona três importantes conceitos: o
número imaginário i, o número “e” e as funções trigonométricas seno e cosseno.

Para prová-la:
e^(iπ) + 1 = 0
Admite-se que:
e^(iπ) = cos(π) + i.sen(π)
Sabe-se, pela trigonometria, que: cos(π)=-1; sen(π)=0. Então:
e^(iπ) = -1 + 0.i
eiπ = -1
7/7
e^(iπ) + 1 = 0

Concluindo, é importante saber também que o uso principal da identidade de


Euler é para possibilitar a exponenciação a um número complexo.

Hipercomplexos
Os números hipercomplexos são um tipo de extensão dos números
complexos que envolvem mais do que duas partes. Para entender o que isso
significa, é preciso primeiro compreender o que são os números complexos.
Os números hipercomplexos são uma generalização dos números complexos
que envolvem mais do que duas partes. O exemplo mais simples de número
hipercomplexo é o quaternião, que é formado por quatro partes: uma parte real e
três partes imaginárias. Os quaterniões podem ser representados na forma a + bi +
cj + dk, onde "a", "b", "c" e "d" são números reais e "i", "j" e "k" são as unidades
imaginárias.
Uma das características dos quaterniões é que a multiplicação não é
comutativa, ou seja, em geral, ab ≠ ba. Além disso, os quaterniões possuem uma
propriedade conhecida como "associatividade à esquerda", o que significa que (ab)c
= a(bc), mas não possuem associatividade à direita, o que significa que a(bc) ≠
(ab)c.
Os quaterniões têm diversas aplicações em áreas como a física e a
engenharia, especialmente em aplicações que envolvem rotações tridimensionais.
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Eles também são utilizados em aplicações de computação gráfica, como na


modelagem de objetos 3D.
Existem outros tipos de números hipercomplexos além dos quaterniões,
como os octoniões e os sedeniões, que possuem oito e dezesseis partes
imaginárias, respectivamente. Os números hipercomplexos são uma área de
pesquisa ativa na matemática e na física, com muitas aplicações ainda a serem
descobertas.

Referências
https://youtu.be/eCSUJAVyd2Y
http://www.uel.br/projetos/matessencial/superior/vc/vc01.htm#:~:text=A%20fun%C3%A7%C3%A
3o%20exponencial%20complexa,-Baseado%20no%20que&text=Nota%C3%A7%C3%A3o%20c
ompacta%20de%20um%20n%C3%BAmero,%C3%A9%20o%20argumento%20de%20z.

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