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p.3)
RESOLVE:
Art. 1º Instituir a Política educacional para pessoa com surdez e com deficiência auditiva na
Rede Municipal de Ensino de Campinas conforme disposto no ANEXO ÚNICO desta
Portaria.
FICHA TÉCNICA
Secretária da Educação: Solange Villon Kohn Pelicer
Diretor do Departamento Pedagógico: Juliano Pereira de Mello
Coordenador de Educação Básica: Adriana Lech Cantuária
Secretaria Municipal de Educação
Secretaria Municipal dos Direitos da pessoa com deficiência e mobilidade reduzida
Elaboração:
Angela Maria Ferreira Galib
Angela Ferraz
Eliana Briense Jorge Cunha
Elizabeth Barbosa Fontanini
Mariana da Cunha Sotero
Mires Luíza Lucisano Botelho do Amaral
Nelma Francisca Carvalho Francisco
Cabe, portanto, aos sistemas de ensino matricular estes estudantes nas classes
comuns do ensino regular, prover recursos e apoios especializados e oferecer no
contraturno, quando necessário, o Atendimento Educacional Especializado (AEE) conforme
a Resolução CNE/CEB nº 4 de 2009, artigo I.
No que tange à organização dos serviços e apoios especializados para os alunos com
surdez e com deficiência auditiva a SME, ao propor esta política, considera os indicativos da
Lei 13.146 de 6 de julho de 2015 que institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com
Deficiência que estabelece no Art. 27:
O Art. 28 da mesma Lei preconiza que cabe ao poder público assegurar, criar,
desenvolver, implementar, incentivar, acompanhar e avaliar:
IV - oferta de educação bilíngue, em Libras como primeira língua e na modalidade escrita
da língua portuguesa como segunda língua, em escolas e classes bilíngues e em escolas
inclusivas;
É importante esclarecer ainda que, nesta política, a SME está pautada na definição de pessoa
com surdez e com deficiência auditiva estabelecida no Decreto Federal nº 5.626/05, qual
seja:
Art. 2º Para os fins deste Decreto, considera-se pessoa surda aquela que, por ter perda
auditiva, compreende e interage com o mundo por meio de experiências visuais,
manifestando sua cultura principalmente pelo uso da Língua Brasileira de Sinais-Libras.
DA ORGANIZAÇÃO
Os profissionais da educação que atuarão na educação dos surdos e das pessoas com
deficiência auditiva na RMEC são os seguintes: instrutor surdo, intérprete de libras/língua
portuguesa, professor bilíngue, professor de educação especial que atua em escola regular,
professor de educação especial que atua em Salas de Recursos, cujas descrições de atuação
estão previstas nas "Diretrizes curriculares da educação básica para o ensino fundamental e
educação de jovens e adultos anos finais: um processo contínuo de reflexão e ação"
publicadas em 2010, na Lei nº 13.980. de 23 de dezembro de 2010 que dispõe sobre a
criação de cargos públicos de provimento efetivo de professor bilíngue, de instrutor surdo e
de intérprete educacional de Libras/português, bem como na legislação federal.
Ensinar a Libras para todos os alunos surdos da educação infantil, dos anos iniciais e
para aqueles dos anos finais do ensino fundamental e EJA que ainda não a dominam, bem
como promover a vivência entre surdos de forma que as identidades, as línguas, os projetos
educacionais, a história, a arte, as comunidades e as culturas surdas sejam focalizadas e
partilhadas. Sob o ponto de vista legal, quanto ao uso da Libras, a Lei 10.436 de 24 de abril
de 2002, no artigo 1º dispõe: "É reconhecida como meio legal de comunicação e expressão a
Língua Brasileira de Sinais - Libras e outros recursos de expressão a ela associados.
Parágrafo único. Entende-se como Língua Brasileira de Sinais - Libras a forma de
comunicação e expressão, em que o sistema linguístico de natureza visual-motora, com
estrutura gramatical própria, constituem um sistema linguístico de transmissão de ideias e
fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil" Desta forma, o
desenvolvimento de linguagem/apropriação da Libras pelos alunos surdos nos primeiros
anos escolares é assegurado e, por conseguinte, garante-se uma sólida base educacional,
uma vez que esta é desenvolvida em uma língua acessível aos alunos, possibilitando o
conhecimento de mundo e de língua com base nos quais os alunos surdos poderão atribuir
sentido ao que leem e escrevem, ao currículo escolar e à vida. Assim esta política, ao propor
o início do ensino da Libras desde os primeiros anos da educação infantil, possibilita que o
acesso ao conhecimento nos anos finais do ensino fundamental pelo aluno surdo fluente em
Libras se dê a partir do trabalho do interprete de Libras/ Língua Portuguesa.
Metodologia
É na interação com outras pessoas que o indivíduo se mostra capaz de colocar em
movimento vários processos de desenvolvimento que, sem a ajuda externa, seriam
impossíveis de ocorrer. Nessa perspectiva, o ensino-aprendizado de língua é praticamente
impossível de se desenvolver individualmente, então, para o ensino da Libras para surdos
partimos da premissa de que estes precisam estar em grupo para desenvolver a interlocução,
ou seja, para usar a língua.
Assim, as práticas pedagógicas devem ser planejadas envolvendo atividades lúdicas,
interativas, socialmente significativas, considerando-se, inclusive, a pedagogia visual.
4.4. Transporte
Aos alunos cuja opção não for pelo uso da Libras como língua de instrução utilizada
no desenvolvimento de todo seu processo educativo, a SME ofertará:
6.1. serviços e recursos especializados que atendam suas necessidades
educacionais específicas no contexto da classe comum.
6.2. Atendimento Educacional Especializado em Salas de Recursos
Multifuncional.
6.3. Atendimento educacional especializado articulado com os serviços de
saúde públicos e/ou conveniados conforme o Art. 16 do Decreto Federal nº
5.626/05:
A modalidade oral da Língua Portuguesa, na educação básica, deve ser ofertada aos
alunos surdos ou com deficiência auditiva, preferencialmente em turno distinto ao da
escolarização, por meio de ações integradas entre as áreas da saúde e da educação,
resguardado o direito de opção da família ou do próprio aluno por essa modalidade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARROYO, M. G. Ofício de Mestre: imagens e auto-imagens. Petrópolis: Vozes, 1998.
. Congresso Nacional. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do
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Brasília, DF, 16 de julho de 1990.
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. Presidência da República. Decreto nº 5.626 , de 22 de dezembro de 2005.
Regulamenta a Lei no 10.436, de 24 de abril de 2002, que dispõe sobre a Língua Brasileira
de Sinais - Libras, e o art. 18 da Lei no 10.098, de 19 dedezembro de 2000. Brasília, 2005.
. Secretaria da Educação Especial. Política Nacional de Educação Especial na
perspectiva da educação inclusiva. Revista da educação especial , v. 4, n. 1, jan./jun. 2008a.