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Plano Nacional de Educação – PNE, Lei Texto base Plano municipal de Educação Apontamentos Encontro de

13.005/2014 Educadores ATEMPA


Educação Especial Educação Especial Educação Especial
Metas e estratégias Metas e estratégias Metas e estratégias
233. A Educação Especial, como uma modalidade da
Meta 4: universalizar, para a educação escolar, organiza-se de modo a considerar
população de 4 (quatro) a 17 uma aproximação sucessiva dos pressupostos e da
(dezessete) anos com deficiência, prática pedagógica e social da educação inclusiva,
transtornos globais do desenvolvimento cumprindo os dispositivos legais, políticos e filosóficos.
e altas habilidades ou superdotação, o Os referidos
acesso à educação básica e ao dispositivos possibilitam estabelecer o horizonte das
atendimento educacional especializado, políticas educacionais, de modo que se assegure a
preferencialmente na rede regular de igualdade de oportunidades e a valorização da
ensino, com a garantia de sistema diversidade no processo educativo.
educacional inclusivo, de salas de
recursos multifuncionais, classes, 234. Nesse sentido, os compromissos éticos e políticos
escolas ou serviços especializados, com o Plano Municipal de Educação na década de
públicos ou conveniados. 2014/2024 é materializar as propostas relativas à
educação especial, operacionalizada na
Estratégias: transversalidade das estratégias nele definidas,
perpassando por todos os níveis da educação básica. A
4.1) contabilizar, para fins do construção de uma sociedade inclusiva é um processo
repasse do Fundo de Manutenção e de fundamental importância para o desenvolvimento da
Desenvolvimento da Educação Básica e manutenção de uma cidade democrática. Certamente
de Valorização dos Profissionais da cada criança, jovem ou adulto deve ter acesso a
Educação - FUNDEB, as matrículas dos diferentes estratégias
(as) estudantes da educação regular da pedagógicas que lhes possibilitem acesso a herança
rede pública que recebam atendimento cultural, ao conhecimento socialmente construído e à
vida produtiva, condições essenciais para a inclusão
educacional especializado social, educacional e o pleno exercício da cidadania.
complementar e suplementar, sem 235. Ao longo de sua trajetória, a cidade de Porto
prejuízo do cômputo dessas matrículas Alegre avançou na perspectiva da educação inclusiva,
na educação básica regular, e as fundamentada em princípios como a preservação da
matrículas efetivadas, conforme o censo dignidade humana, a busca da identidade e o exercício
escolar mais atualizado, na educação da cidadania. Dessa forma, apontamos para um prática
especial oferecida em instituições que nos permite produzir uma base teórica, a qual
comunitárias, confessionais ou encara a diversidade e a diferença como temáticas
filantrópicas sem fins lucrativos, conceituais importantes para nossa época. O contexto
conveniadas com o poder público e com social brasileiro, nas últimas décadas, tem apresentado
atuação exclusiva na modalidade, nos enormes desafios educacionais ligados tanto à
termos da Lei no 11.494, de 20 de junho diversidade quanto à diferença.
de 2007;
236. Ao tomarmos a diferença humana como um
4.2) promover, no prazo de direito, o direito a ser diferente, a legitimidade da
vigência deste PNE, a universalização do diferença, o valor da diferença, o respeito à diferença,
atendimento escolar à demanda preservando as particularidades culturais, nas
manifesta pelas famílias de crianças de diferentes experiências de gênero, raça/etnia e
0 (zero) a 3 (três) anos com deficiência, sexualidade, estaremos apostando na diversidade
transtornos globais do desenvolvimento humana. No entanto, destacamos que para educação
e altas habilidades ou superdotação, especial que precisa dar conta de um público-alvo, que
observado o que dispõe a Lei no 9.394, vai além das particularidades identitárias que exigem
de 20 de dezembro de 1996, que um rol de intervenções didáticas, metodológicas
estabelece as diretrizes e bases da estruturantes e instrumentais para acessar a cognição
educação nacional; humana na deficiência física ou sensorial, nos
transtornos do desenvolvimento, sejam eles globais, de
4.3) implantar, ao longo deste espectro autista, da síndrome de Asperger e Rett,
desintegrativos da Infância e outros transtornos do
desenvolvimento não especificados e nas
PNE, salas de recursos multifuncionais e superdotações/altas habilidades.
fomentar a formação continuada de 237. Pelos motivos já expostos, julga-se que o
professores e professoras para o aprofundamento das estratégias da educação especial
atendimento educacional especializado compondo transversalmente, como princípio inclusivo,
nas escolas urbanas, do campo, com a educação básica permitirá a construção de um
indígenas e de comunidades Plano Municipal com estratégias que favoreçam a
quilombolas; ampliação do acesso, permanência e aprendizagem,
direitos das crianças, adolescentes, jovens e adultos
4.4) garantir atendimento cidadãos deste território.
educacional especializado em salas de
recursos multifuncionais, classes,238. A educação inclusiva constitui um paradigma
escolas ou serviços especializados, educacional fundamentado na concepção de direitos
públicos ou conveniados, nas formas humanos, que conjuga igualdade e diferença como
complementar e suplementar, a todos valores indissociáveis, tendo como pressupostos básicos
(as) alunos (as) com deficiência, o reconhecimento de que todos podem aprender; o
transtornos globais do desenvolvimento reconhecimento e respeito às diferenças deidade, sexo,
e altas habilidades ou superdotação, gênero, etnia, língua, deficiência, classe social,
matriculados na rede pública de condições de saúde ou qualquer outra natureza; a
educação básica, conforme necessidade organização de estruturas, sistemas e metodologias de
identificada por meio de avaliação, ensino de modo que permitam atender às necessidades
ouvidos a família e o aluno; de todos; o reconhecimento de que é parte de uma
estratégia mais abrangente para promover uma
4.5) estimular a criação de centros sociedade inclusiva e o reconhecimento de que é um
multidisciplinares de apoio, pesquisa e processo dinâmico que está em evolução constante.
assessoria, articulados com instituições
acadêmicas e integrados por 239. A educação inclusiva no Sistema Municipal de
profissionais das áreas de saúde, Ensino – SME – está consubstanciada nos princípios da
preservação da dignidade humana, do respeito à
diversidade e à singularidade, do exercício da cidadania,
assistência social, pedagogia e do direito à educação de qualidade para todos e tem
psicologia, para apoiar o trabalho dos como objetivo a construção de uma escola inclusiva que
(as) professores da educação básica propõe no projeto pedagógico – no currículo, na
com os (as) alunos (as) com deficiência, metodologia de ensino, na avaliação e na atitude dos
transtornos globais do desenvolvimento educadores – ações que favoreçam a interação social e
e altas habilidades ou superdotação; sua opção por práticas que atendam à diversidade.

4.6) manter e ampliar programas 240. As instituições de ensino nas diferentes


suplementares que promovam a modalidades são integrantes do SME quando
acessibilidade nas instituições públicas, regularizadas sob a supervisão dos órgãos gestores,
para garantir o acesso e a permanência atendendo às normas gerais de funcionamento
dos (as) alunos (as) com deficiência por conforme a legislação educacional. Nessa concepção,
meio da adequação arquitetônica, da são consideradas regulares as Escolas Municipais de
oferta de transporte acessível e da Educação Especial e as instituições e Escolas Municipais
disponibilização de material didático de Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio
próprio e de recursos de tecnologia comuns. Assim, o SME deve organizar a interlocução
assistiva, assegurando, ainda, no permanente entre a escola de surdos bilíngue, as
contexto escolar, em todas as etapas, escolas
níveis e modalidades de ensino, a especiais de educação básica e as escolas comuns das
identificação dos (as) alunos (as) com regiões as quais pertencem, a fim de garantir um
altas habilidades ou superdotação; processo inclusivo de qualidade.

4.7) garantir a oferta de educação 241. O público-alvo da Educação Especial são aquelas
bilíngue, em Língua Brasileira de Sinais - pessoas que apresentam deficiência com impedimentos
LIBRAS como primeira língua e na de longo prazo de natureza física, intelectual, sensorial -
modalidade escrita da Língua cegueira, surdez, surdocegueira -, ou múltipla;
Portuguesa como segunda língua, aos transtornos globais do desenvolvimento com alterações
qualitativas das interações sociais e na comunicação
com um repertório de interesses e atividades restrito,
estereotipado e repetitivo, como autismo, síndromes do
(às) alunos (as) surdos e com deficiência
auditiva de 0 (zero) a 17 (dezessete) espectro do autismo e psicoses; e altas
anos, em escolas e classes bilíngues e habilidades/superdotação com um potencial para
em escolas inclusivas, nos termos desenvolver habilidade acima da média,
do art. 22 do Decreto no 5.626, de 22 decomprometimento com a tarefa e alto nível de
dezembro de 2005, e dos arts. 24 e 30 criatividade em uma ou mais áreas do saber ou do
da Convenção sobre os Direitos das fazer.
Pessoas com Deficiência, bem como a
adoção do Sistema Braille de leitura 242. Considerando o contexto histórico, ao destacar as
para cegos e surdos-cegos; mudanças de nomenclatura do DSM4 para o DSM5, a
Associação Psiquiátrica Norte- Americana (2013), no
4.8) garantir a oferta de educação item Transtornos do Espectro Autista, refere que o
inclusiva, vedada a exclusão do ensino mesmo é um termo novo, o qual reflete o consenso
regular sob alegação de deficiência e científico de que os quatro transtornos antes separados
promovida a articulação pedagógica formam uma condição única, com diferentes níveis de
entre o ensino regular e o atendimento intensidade dos sintomas centrais. O Transtorno do
educacional especializado; Espectro Autista agora inclui o Transtorno Autista do
DSM4 (Autismo), oTranstorno de Asperger, o
4.9) fortalecer o Transtorno Desintegrativo da Infância e o Transtorno
acompanhamento e o monitoramento Invasivo do desenvolvimento sem outra especificação,
do acesso à escola e ao atendimento caracterizando-se pelo deficit na comunicação e
educacional especializado, bem como interação social e os comportamentos, interesses e
da permanência e do desenvolvimento atividade repetitivos restritos (RRBs). Portanto o Plano
escolar dos (as) alunos (as) com Municipal de Educação deve contemplar como
deficiência, transtornos globais do referência o Transtorno do Espectro Autista (TEA).
desenvolvimento e altas habilidades ou (Fonte: AMERICAN PSYCHIATRIC publishing. Highlights
superdotação beneficiários (as) de of changes from DSM – IV – TR para o DSM5, 2013.
Disponível em: <www. psychiatric.org> Acesso em:
26/08/2014)
programas de transferência de renda,
juntamente com o combate às situações 243. A educação inclusiva constitui-se um paradigma
de discriminação, preconceito e educacional fundamentado na concepção de direitos
violência, com vistas ao humanos, que conjuga igualdade e diferença como
estabelecimento de condições valores indissociáveis. A passagem de uma escola
adequadas para o sucesso educacional, excludente para uma “educação para todos” não é
em colaboração com as famílias e com somente uma ruptura de paradigmas dentro da
os órgãos públicos de assistência social, educação especial, mas o resultado de uma série de
saúde e proteção à infância, à transformações educacionais, políticas, culturais, sociais
adolescência e à juventude; que vão além da polarização educação especial versus
educação comum. As mudanças implicam na crítica a
4.10) fomentar pesquisas voltadas uma educação especial tradicional, bem como na
para o desenvolvimento de construção de um contínuo entre a educação comum e
metodologias, materiais didáticos, a educação especial, anulando a aparente oposição e a
equipamentos e recursos de tecnologia construção de estratégias que garantam o acesso, a
assistiva, com vistas à promoção do permanência e a aprendizagem dos/as estudantes.
ensino e da aprendizagem, bem como Nessa direção, a cidade de Porto Alegre vem, ao longo
das condições de acessibilidade dos (as) das décadas de 90 e 2000, implementando ações no
estudantes com deficiência, transtornos sentido de construir um sistema educacional inclusivo.
globais do desenvolvimento e altas O Plano Municipal de Educação consolida esse processo
habilidades ou superdotação; projetando a década 2014-2024.

4.11) promover o 244. O Atendimento Educacional Especializado – AEE –


desenvolvimento de pesquisas é um conjunto de serviços, recursos e estratégias
interdisciplinares para subsidiar a específicas que favorecem o processo de escolarização.
formulação de políticas públicas O AEE constitui-se no conjunto de atividades, recursos
intersetoriais que atendam as de
acessibilidade e pedagógicos organizados
institucionalmente, prestado de forma contínua,
especificidades educacionais de concomitante e complementar ou suplementar à
estudantes com deficiência, transtornos formação dos estudantes com deficiência, transtornos
globais do desenvolvimento e altas globais do desenvolvimento e altas
habilidades ou superdotação que habilidades/superdotação, disponibilizando meios para
requeiram medidas de atendimento o acesso ao currículo, proporcionando a independência
especializado; para a realização das tarefas e a construção da
autonomia na escola e fora dela.
4.12) promover a articulação
intersetorial entre órgãos e políticas 245. Esse atendimento, nas questões didático-
públicas de saúde, assistência social e metodológicas, deve estar vinculado à acessibilidade
direitos humanos, em parceria com as curricular, cabendo à escola planejar coletivamente
famílias, com o fim de desenvolver a ação educativa, a fim de atender as maneiras
modelos de atendimento voltados à peculiares de aprendizagem dos/as estudantes,
continuidade do atendimento escolar, considerando que o processo ensino-aprendizagem
na educação de jovens e adultos, das exige atender à diversificação de necessidades
pessoas com deficiência e transtornos especiais.
globais do desenvolvimento com idade
superior à faixa etária de escolarização 246. Do nascimento aos seis anos, o AEE se expressa por
obrigatória, de forma a assegurar a meio de serviços de intervenção precoce que objetivam
atenção integral ao longo da vida; otimizar o processo de desenvolvimento e
aprendizagem em interface com os serviços de saúde e
4.13) apoiar a ampliação das promoção social. O eixo do trabalho refere-se aos
equipes de profissionais da educação aspectos instrumentais e estruturais do sujeito em
para atender à demanda do processo de constituição, através do brincar ativo oferecido pelo
escolarização dos (das) estudantes com professor especializado, envolvendo familiares e/ou
deficiência, transtornos globais do cuidadores.
desenvolvimento e altas habilidades ou
247. Para o desenvolvimento de políticas públicas nesta
década, se recomenda o estabelecimento de parcerias
superdotação, garantindo a oferta de com a rede de atendimento em saúde neonatal e da
professores (as) do atendimento primeira infância, a fim de que sejam identificadas as
educacional especializado, profissionais crianças com possíveis diagnósticos de deficiência ou
de apoio ou auxiliares, tradutores (as) e transtornos do desenvolvimento e que se encontrem
intérpretes de Libras, guias-intérpretes sem atendimento educacional. Esse procedimento é de
para surdos-cegos, professores de extrema importância, pois o nascimento de uma criança
Libras, prioritariamente surdos, e com deficiência gera uma série de impactos de ordem
professores bilíngues; afetiva e até de ordem econômica e estrutural na
família e principalmente a mãe deve ser apoiada afetiva
4.14) definir, no segundo ano de e emocionalmente para atuar com a nova criança que
vigência deste PNE, indicadores de nasce; é através da mãe que o bebê estabelece os
qualidade e política de avaliação e primeiros vínculos com o mundo circundante. Quanto
supervisão para o funcionamento de mais cedo se iniciar o atendimento, maiores as
instituições públicas e privadas que possibilidades da criança apresentar pleno
prestam atendimento a alunos com desenvolvimento no seu processo educativo.
deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades ou 248. O direito à Educação Básica instituído pela Emenda
superdotação; Constitucional 59 e pela Lei Federal 12.796, que alterou
a LDBEN (1996), exige o planejamento e o
4.15) promover, por iniciativa do desenvolvimento de programas intersetoriais entre as
Ministério da Educação, nos órgãos de diferentes áreas da educação, saúde, assistência e
pesquisa, demografia e estatística promoção social. Esse direito representa um dos
competentes, a obtenção de desafios para o Plano Municipal de Educação,
informação detalhada sobre o perfil das considerando-se o
pessoas com deficiência, transtornos público-alvo da Educação Especial e os princípios
globais do desenvolvimento e altas constitucionais da educação nacional: a formação para a
habilidades ou superdotação de 0 (zero) cidadania e a preparação para o mundo do trabalho.
249. O Parecer CNE/CEB nº 17 de 2001 orienta em suas
diretrizes a educação profissional enquanto um direito
a 17 (dezessete) anos; do/a estudante da Educação Especial, apontando a
necessidade de adequações e apoios em relação aos
4.16) incentivar a inclusão nos programas de educação profissional e preparação para
cursos de licenciatura e nos demais o trabalho. Essas flexibilizações objetivam a viabilização
cursos de formação para profissionais do acesso aos estudantes com deficiência e transtorno
da educação, inclusive em nível de pós- global do desenvolvimento aos cursos de nível básico,
graduação, observado o disposto técnico e tecnológico, bem como a transição para o
no caput do art. 207 da Constituição mercado de trabalho. O mesmo Parecer coloca que
Federal, dos referenciais teóricos, das estas flexibilizações se efetivarão por meio de:
teorias de aprendizagem e dos a) flexibilizações e adaptações dos recursos
processos de ensino-aprendizagem institucionais: material pedagógico, equipamento,
relacionados ao atendimento currículo e outros;
educacional de alunos com deficiência, b) capacitação de recursos humanos: professores,
transtornos globais do desenvolvimento instrutores e profissionais especializados;
e altas habilidades ou superdotação; c) eliminação de barreiras atitudinais, arquitetônicas,
curriculares e de comunicação e sinalização, entre
4.17) promover parcerias com outras;
instituições comunitárias, confessionais d) encaminhamento para o mundo do trabalho e
ou filantrópicas sem fins lucrativos, acompanhamento de egressos.
conveniadas com o poder público,
visando a ampliar as condições de apoio 250. Resoluçãonº013/2013 do CME/PoA, destaca a
ao atendimento escolar integral das importância da adequação curricular dos cursos
pessoas com deficiência, transtornos técnicos oferecidos, a fim de possibilitar a inclusão do
globais do desenvolvimento e altas público-alvo da Educação Especial, sendo necessário
habilidades ou superdotação planejar a
matriculadas nas redes públicas de terminalidade específica para esse público através da
avaliação e certificação de competências laborais e
encaminhando, a partir desses procedimentos, para o
mundo do trabalho. Dessa forma, o trabalho educativo
ensino; poderá ser desenvolvido através de programas que
objetivem proporcionar ao/à estudante da educação
4.18) promover parcerias com especial no Município a prática pedagógica
instituições comunitárias, confessionais supervisionada em atividades compatíveis com seu
ou filantrópicas sem fins lucrativos, aprendizado escolar, promovendo a inclusão sócio-
conveniadas com o poder público, laboral.
visando a ampliar a oferta de formação
continuada e a produção de material 251. O processo de inclusão educacional demanda
didático acessível, assim como os formas de acessibilidade e que contribuem, conforme
serviços de acessibilidade necessários indicado na legislação brasileira, para a democratização
ao pleno acesso, participação e do acesso à escola, bem como qualificam as condições
aprendizagem dos estudantes com de
deficiência, transtornos globais do permanência, ensino e aprendizagem de todos/as
desenvolvimento e altas habilidades ou alunos e alunas. Entre essas formas estão:
superdotação matriculados na rede acessibilidade arquitetônica, comunicacional,
pública de ensino; metodológica, instrumental, programática, atitudinal e
tecnológica.
4.19) promover parcerias com
instituições comunitárias, confessionais 252. A política da educação especial na perspectiva da
ou filantrópicas sem fins lucrativos, educação inclusiva não consiste apenas no acesso e
conveniadas com o poder público, a fim permanência física dos estudantes no ambiente escolar,
de favorecer a participação das famílias mas representa empreender de fato a escola inclusiva,
e da sociedade na construção do revendo concepções e paradigmas. A proposição da
sistema educacional inclusivo. política inclusiva deve centrar seu foco de discussão na
função social da escola. A escola deve assumir seu
compromisso com uma educação de qualidade para
todos os/as estudantes, propiciando ações que
favoreçam as práticas pedagógicas heterogêneas e
inclusivas.

253. Na cidade de Porto Alegre, de acordo com o Censo


do ano de 2010 do IBGE – Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística, 32,5% da população declarou
possuir alguma deficiência, o que equivaleria a uma
média de 458 mil habitantes. Isto representa um
aumento de 51,92% em comparação com o Censo do
ano de 2000. Sabe-se que o aumento excessivo desse
percentual pode ser relativo à auto declaração das
pessoas que utilizam óculos, por exemplo, para
melhorar sua visão e que foram computadas como
deficientes visuais. A tabela abaixo, demonstra os dados
relativos à variação das pessoas com deficiência na
capital entre os anos de 200-2010:

ANO DM\DI DA DEF DV TOTAL


MOT
2000 21.650 52.277 73.983 116.329 264.339
2010 23,585 80.753 104,070 249.804 258.249
Fonte: Observa POA - Censo IBGE – 2000 – 2010.

254. Outros dados que auxiliam a pensar os desafios


para a próxima década, de forma a garantir uma escola
inclusiva para todos, podem ser observados a partir de
relatório do Programa Benefício de Prestação
Continuada na Escola – BPC - ESCOLA. O programa BPC
na Escola, criado pela Portaria Normativa
Interministerial nº18, de 24 de abril de 2007, tem como
objetivo
desenvolver ações intersetoriais, visando garantir o
acesso e a permanência na escola de crianças e
adolescentes com deficiência, de 0 a 18 anos,
beneficiários do Benefício de Prestação Continuada da
Assistência Social (BPC), com a participação da União,
dos estados, do Distrito Federal e dos municípios. Tem
como principal diretriz a identificação das barreiras que
impedem ou dificultam o acesso e a permanência de
crianças e adolescentes com deficiência na escola e o
desenvolvimento de ações intersetoriais, envolvendo as
políticas de educação, de assistência social, de saúde e
de direitos humanos, com vistas à superação dessas
barreiras.

255. O BPC na Escola tem quatro eixos principais: 1)


identificar, entre os beneficiários do BPC até 18 anos,
aqueles que estão na escola e aqueles que estão fora da
escola; 2) identificar as principais barreiras para o
acesso e a permanência na escola das pessoas com
deficiência beneficiárias do BPC; 3) desenvolver estudos
e estratégias conjuntas para superação dessas barreiras;
e 4) manter acompanhamento sistemático das ações e
programas dos entes federados que aderirem ao
programa (Fonte: Ministério do Desenvolvimento Social
e Combate à Fome).
256. O Ministério da Educação realizou o pareamento,
no ano de 2010, de dados do Programa BPC na Escola. O
pareamento de dados consiste no cruzamento das
informações contidas no Cadastro Administrativo dos
Beneficiários do BPC e nas informações obtidas pelo
EducaCenso realizado pelo Instituto Nacional de
Estudos e Pesquisas Educacionais – Anísio Teixeira -
INEP/MEC. Para efetivar esse processo, foram utilizadas
as bases
de dados do Cadastro Administrativo do BPC
(DATAPREV/MPS, base de 31/12/2009) e do
EducaCenso (INEP/MEC, ano base, 2009). Os critérios
estabelecidos para o cruzamento entre as referidas
bases de dados e os resultados do pareamento foram
divulgados por meio da Nota Técnica n° 01/2010, do
Grupo Gestor Interministerial, datada de 20 de
dezembro de
2010.O resultado dessa análise mostra que, dentre os
435.298 beneficiários do BPC com deficiência entre zero
e dezoito anos, foram identificados 229.017 (52,61%) na
escola e 206.281 (47,38%), fora da escola, no Brasil.

257. No Rio Grande do Sul, em 2010, na faixa etária de 0


a 18 anos, eram 22.470 crianças e jovens com BPC,
sendo que 9.108, o equivalente a 40,53%, estavam fora
da escola. Em Porto Alegre, aproximadamente 66,54%
dos beneficiários do programa estavam fora da escola, o
equivalente a 2.349 crianças e jovens em idade escolar,
segundo dados do site do Ministério do
Desenvolvimento Social.
259. A Nota Técnica desses indicadores, baseados no
Censo do ano de 2010, do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística – IBGE, diferencia o universo
das pessoas com deficiência declaradas como
estudantes em relação às não matriculadas nas redes de
ensino e as caracterizadas como público-alvo da
Educação Especial no Plano Nacional de Educação. 259.
A Nota Técnica desses indicadores, baseados no Censo
do ano de 2010,
do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE,
diferencia o universo das pessoas com deficiência
declaradas como estudantes em relação às não
matriculadas nas redes de ensino e as caracterizadas
como público-alvo da Educação Especial no Plano
Nacional de Educação.

260. Considerando essa realidade, os Sistemas de


Ensino (Municipal, Estadual e Federal), caracterizados
pelas redes públicas e privadas, têm como principal
desafio para o próximo decênio desenvolver políticas
públicas
intersetoriais para garantir o direito constitucional ao
acesso, permanência e a aprendizagem das pessoas
com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento, altas habilidades e superdotação na
Educação Básica e
Superior.

261. No cenário da cidade, coexistem diversas


experiências educacionais inclusivas nas redes federais,
estaduais, municipais e privadas de ensino, sejam elas
comunitárias, assistenciais, confessionais, filantrópicas,
ou com fins lucrativos. Em 2011, Porto Alegre contava
com 43 estabelecimentos de Educação Especial onde
estudavam 2.276 alunos e alunas. Nesse ano, outros
4.559 alunos/as com algum tipo de deficiência
estudavam em classes comuns do ensino regular na
cidade, sendo que deste universo, 2.504 estavam
matriculados/as na rede municipal de ensino (Fonte:
MEC/INEP, elaborado por Observa/POA).

262. Historicamente, o Educandário São João Baptista, a


Associação de Pais e Amigos do Excepcional - APAE, o
Centro de Reabilitação de Porto Alegre – CEREPAL, a
Escola Especial para Surdos Frei Pacífico, a Kinder Clínica
–Escola, a Associação dos Familiares e Amigos das
Pessoas com Síndrome de Down – AFAD/POA, entre
outras entidades na Capital, desenvolvem ações
educacionais, assistenciais, sociais ou de saúde,
exemplificando a participação da sociedade civil
organizada, na promoção e inclusão das pessoas com
deficiência no território municipal.

263. O Educandário São João Baptista é uma instituição


filantrópica criada, em 1939 pela Dª Déa Coufal, para
atender crianças portadoras de poliomielite no bairro
Ipanema. Atualmente, promove a habilitação e
reabilitação de crianças e adolescentes com deficiências
múltiplas na área clínica. Na Escola de Educação
Especial, que funciona em turno regular e/ou integral,
bem como nos regimes de internato e externato,
objetiva construir uma melhor qualidade de vida,
capacitando os alunos e alunas para o exercício da
cidadania. (Fonte: Histórico - Educandário São João
Baptista/Quem Somos.
www.educandario.org.br. Texto adaptado)

264. A Escola Especial para Surdos Frei Pacífico, fundada


em 1956 pela Congregação das Irmãs Franciscanas de
Nossa Senhora Aparecida, é uma instituição de ensino
confessional filantrópica que mantém convênios nos
serviços de clínica fonoaudiológica e escolarização com
os sistemas municipal e estadual de ensino. No ano de
1991, encerrou a oferta nos regimes de internato e
semi-internato, atendendo regularmente o alunado no
regime de externato. No ano de 1999, o Instituto Frei
Pacífico – Escola de I Grau Incompleto, passou a
denominar-se Escola de Ensino Fundamental Frei
Pacífico – Educação para Surdos. (Fonte: Histórico da
Congregação das Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora
Aparecida/CIFA. www.cifa.org.br. Texto adaptado)

265. A APAE de Porto Alegre, fundada em 22 de agosto


de 1962, é filiada à Federação Nacional das APAES. No
ano de 1966, criou no bairro Cidade Baixa, o Instituto
Educacional Nazareth, hoje denominada Escola de
Educação Especial Nazareth e, em 12 de setembro de
1984, inaugurou a Escola Especial Dr. João Alfredo de
Azevedo no bairro Vila Nova. A entidade com sede
administrativa no Centro de Porto Alegre, oferece às
pessoas com Deficiência Intelectual e Múltipla e seus
acompanhantes o credenciamento de passagens com
passe livre para o município de Porto Alegre e Grande
POA, através de uma parceria com a Empresa Pública de
Transporte e Circulação - EPTC. (Fonte: Histórico
APAE/POA www.portoalegre.apaebrasil.org.br. Texto
adaptado) 266. O Centro de Reabilitação de Porto
Alegre – CEREPAL, criado em 02 de março de 1964, é
uma associação de direito privado, de caráter
assistencial e
beneficente, que promove atendimento especializado
para crianças com lesão cerebral no bairro Passo
D'Areia. A Escola Fundamental de Educação Especial,
regulamentada em 18 de março de 1974 pela Secretaria
de Educação do Estado, pela portaria nº 006746,
publicada no Diário Oficial de 20 de março de 1974, com
base no Parecer nº 332/73 do Conselho Estadual de
Educação – CEED, iniciou seus trabalhos para suprir a
lacuna Estatal em prover a educação das crianças e
adolescentes com lesões cerebrais. A Escola funciona
em regime de externato, com classes de Educação
Infantil, a
partir dos 04 anos, Ensino Fundamental, Séries Iniciais,
Educação de Jovens e Adultos e Oficinas Pedagógicas,
com ênfase à inclusão no ensino regular. (Fonte:
Histórico - CEREPAL www.cerepal.org.br. Texto
adaptado)
267. A Kinder Phisioglobal – Sociedade Assistencial de
Reabilitação criou através da mobilização da Drª
Bárbara Sybille Fischinger, em 1980, uma clínica que
proporcionasse as condições necessárias ao
desenvolvimento das potencialidades e habilidades das
crianças e adolescentes com deficiências múltiplas. Em
1991, a Associação Porto-Alegrense de Reabilitação
inaugurou a Escola de 1º Grau Incompleto Anita Kelen,
a qual em 1996, unificou-se com a Clínica de
Reabilitação, integrando, por fim em 1998, a Kinder
Centro de Integração da Criança Especial, um centro
referencial em escolarizar, reabilitar e habilitar pessoas
com deficiência múltipla na Capital. (Fonte:Histórico -
KINDER/Vida e Obra. www.kinder.org.br. Texto
adaptado)

268. A Rede Estadual de Ensino mantém, sob a


administração da 1ª Coordenadoria Regional de Porto
Alegre – 1ª CRE/SEDUC, Escolas de Educação Especial
que oferecem o ensino fundamental como as Escolas
Cristo Redentor, Recanto da Alegria, Renascença, bem
como, a Escola de Ensino Médio para Surdos Professora
Lilia Mazeron. Atualmente, mantém uma classe especial
para alunos e alunas com deficiências múltiplas no
Colégio Estadual Cônego Paulo de Nadal. Também
trabalha com uma rede de escolas especiais
conveniadas para atender as demandas de matrícula
nesta modalidade.
269. A Secretaria Estadual de Educação – SEDUC
implantou entre os anos de 2010 – 2014, em regime de
colaboração com o Ministério da Educação – MEC, 82
(oitenta e duas) Salas de Recursos Multifuncionais nas
escolas da rede estadual na Capital. No mesmo período,
as matrículas de alunos e alunas incluídos no ensino
regular evoluíram de 1.039 (um mil e trinta e nove)
para 2.512 (dois mil quinhentos e doze), conforme
dados do Censo Escolar – INEP/MEC. (Fonte: 1ª
CRE/SEDUC/Educação Especial. Texto adaptado)

270. A Rede Municipal de Ensino desenvolveu políticas


de inclusão educacional, a partir do final da década de
1980, fundando as Escolas de Ensino Fundamental
Especiais, destinadas aos estudantes com deficiências
mentais severas ou sofrimento psíquico. Essas escolas
foram projetadas priorizando uma concepção
pedagógica destinada a esses casos e não mais um
tratamento médico-clínico. Nessas escolas também
foram criados os serviços de atendimento de caráter
preventivo para crianças de zero a seis anos com
problemas no seu desenvolvimento denominados:
Educação Precoce (EP) e Psicopedagogia Inicial (PI).
Atualmente as/os profissionais, além do atendimento às
crianças, realizam assessoria às escolas de Educação
Infantil visando apoiar o processo de inclusão.

271. Na década de 1990, as classes especiais existentes


nas escolas regulares foram extintas e os/as alunos/as
incluídos nas turmas. Nesse período foram criadas as
Salas de Integração e Recursos (SIR) como serviço de
apoio pedagógico aos alunos/as com deficiência. Nos
dias de hoje, a Rede Municipal de Ensino conta com
cinco modalidades de Salas de Integração de Recursos:
Altas Habilidades (SIR/AH), Deficiência Visual/Cegueira
(SIR/DV), Deficiência Auditiva/Surdez (SIR/DA), o
Programa de Trabalho Educativo (SIR/PTE) e Deficiência
Intelectual e TGD (SIR). Essa última modalidade está
presente em todas as Escolas Municipais de Ensino
Fundamental com professores (pedagogos) com
habilitação em educação especial ou especialização na
área. No ano de 2007, foi criada a EMEF de Surdos
Bilíngue Salomão Watnick por demanda da comunidade
surda porto alegrense através do orçamento
participativo (OP).

272. A Prefeitura Municipal de Porto Alegre, através da


rede conveniada tem ampliado a oferta de vagas para o
público-alvo da educação especial em escolas como
APAE (Associação de Pais e Alunos dos Excepcionais)
Nazareth e João Alfredo – total de 120 vagas de 6 à 21
anos de idade; Kinder (alunos com deficiência múltipla)
– 60 vagas dos 4 aos 21 anos; Frei Pacífico – 35 vagas;
CEREPAL (alunos com paralisia cerebral) – 51 vagas.
273. META PMEPOA: Universalizar, para a população
de 4 (quatro) a 17 (dezessete) anos com deficiência,
transtornos globais do desenvolvimento e altas
habilidades ou superdotação, o acesso à educação
básica e ao atendimento educacional especializado,
preferencialmente na rede regular de ensino, com a
garantia de sistema educacional inclusivo, de salas de
recursos multifuncionais, escolas ou serviços
especializados, públicos ou conveniados.

274. assegurar a possibilidade de matrícula para o


público-alvo da educação especial nas escolas especiais
ou nas escolas comuns com AEE, reconhecendo e
respeitando o posicionamento da família e/ou do/a
estudante com deficiência ou transtorno global do
desenvolvimento, observado o parecer pedagógico;

275. garantir, no SME, o funcionamento de escolas


especiais de ensino fundamental com estrutura de
serviços administrativos e pedagógicos de qualidade
para os casos de deficiência intelectual, múltipla ou
transtorno global do desenvolvimento e outras
deficiências, cuja complexidade exija ambientes
específicos para o desenvolvimento integral e integrado
das crianças e adolescentes;

276. ampliar as oportunidades de escolarização ao


público-alvo da educação especial, através de escolas
especiais de educação básica, considerando os aspectos
socioafetivos de desenvolvimento e construção da
singularidade, formação cidadã e projetos de vida;

277. elevar, até o final do período de implantação do


Plano Nacional de Educação, a taxa líquida de
matrículas no Ensino Médio para 85%, incluindo nesse
percentual o público-alvo da Educação Especial;

278. assegurar, na educação especial do ensino médio e


modalidades, o acesso e permanência com
aprendizagem dos estudantes com deficiência,
transtornos globais do desenvolvimento e altas
habilidades/superdotação, desenvolvendo ações de
planejamento e a organização de recursos e serviços
para a promoção da acessibilidade arquitetônica e
curricular nos sistemas de informação e nos materiais
didáticos e pedagógicos;

279. assegurar a todos os estudantes com deficiência,


transtornos globais do desenvolvimento e altas
habilidades/superdotação matriculados no ensino
médio, nos cursos técnicos e no ensino médio
modalidade Normal, as estruturas, em termos de
organização, e atendimento educacional especializado
contínuo, concomitante, complementar e suplementar,
que deverá atender as necessidades próprias dessa
etapa e modalidade de ensino;
280. garantir aos estudantes público-alvo da educação
especial, nas diferentes etapas da Educação Básica,
Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio,
processos e procedimentos no planejamento e
organização das ações pedagógicas escolares que
contemplem aprendizagem e, quando necessário, a
frequência adaptada, o afastamento temporário e a
certificação diferenciada com terminalidade específica,
conforme a legislação educacional vigente;

281. oferecer aos alunos/as com impedimento de


frequência à escola ou em situação de internamento
hospitalar o atendimento educacional domiciliar ou
hospitalar, conforme regulamentação;

282. contabilizar, para fins do repasse do Fundo de


Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e
de Valorização dos Profissionais da Educação - FUNDEB,
as matrículas dos (as) estudantes da educação regular
da rede pública que recebam atendimento educacional
especializado complementar e suplementar, sem
prejuízo do cômputo dessas matrículas na educação
básica regular, e as matrículas efetivadas, conforme o
censo escolar mais atualizado, na educação especial
oferecida em instituições comunitárias, confessionais ou
filantrópicas sem fins lucrativos, conveniadas com o
poder público e com atuação exclusiva na modalidade,
nos termos da Le i no11.494, de 20 de junho de 2007 ;
283. promover, no prazo de vigência deste PNE, a
universalização do atendimento escolar à demanda
manifesta pelas famílias de crianças de 0 (zero) a 3
(três) anos com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação,
observado o que dispõe a Le i no 9.394 , de 20 de
dezembro de 1996 , que estabelece as diretrizes e bases
da educação nacional;
284. promover, no prazo de vigência do Plano Municipal
de Educação, a matrícula em escolas de educação
infantil, preferencialmente nas públicas municipais, de
todas as crianças em atendimento na Educação Precoce
e Psicopedagogia Inicial; 285. ampliar o AEE, que se
expressa por meio de serviços de intervenção precoce
nas formas contínua, concomitante, complementar e
suplementar, às crianças matriculadas na educação
infantil pública municipal, estadual e nas
escolas/instituições de educação infantil privadas; 286.
identificar a demanda de atendimento, do nascimento
aos seis anos, promovendo ações para otimizar o
processo de desenvolvimento e aprendizagem, em
interface com os serviços de saúde e promoção social;

287. garantir, no SME, que as instituições/escolas de


educação infantil da rede privada recebam as crianças
com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades/superdotação e
estruturem sua
organização para oferecer atendimento específico as
suas necessidades, bem como manter articulação
sistemática com os/as profissionais especializados que
atendem as crianças;

288. implantar, ao longo deste PNE, salas de recursos


multifuncionais e fomentar a formação continuada de
professores e professoras para o atendimento
educacional especializado nas escolas urbanas, do
campo, indígenas e de comunidades quilombolas;

289. garantir atendimento educacional especializado


em salas de recursos multifuncionais, escolas ou
serviços especializados, públicos ou conveniados, nas
formas complementar e suplementar, a todos (as)
alunos (as) com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação,
matriculados na rede pública de educação básica,
conforme necessidade identificada por meio de
avaliação, ouvidos a família e o/a aluno/a;

290. garantir que as mantenedoras dos sistemas


municipal, estadual e privado de ensino, promovam nas
escolas, por meio de profissionais
capacitados/as,procedimentos pedagógicos para a
identificação dos/as estudantes sujeitos à avaliação
especializada, do público-alvo da educação especial, em
articulação com as Secretarias Municipais e Estaduais da
Saúde e da Assistência Social;

291. promover, nos sistemas municipal, estadual e


privado de ensino, a qualificação do registro no sistema
de informações escolares, para fins de censo escolar,
dos/das estudantes público-alvo da educação especial
do Sistema Municipal de Ensino para mapear a real
demanda, instrumentalizando a construção de projetos
pedagógicos e planos de ação;
292. estimular a criação de centros multidisciplinares de
apoio, pesquisa e assessoria, articulados com
instituições acadêmicas e integrados por profissionais
das áreas de saúde, assistência social, pedagogia e
psicologia, para apoiar o trabalho dos (as) professores
da educação básica com os (as) alunos (as) com
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e
altas
habilidades ou superdotação;

293. manter e ampliar programas suplementares que


promovam a acessibilidade nas instituições públicas,
para garantir o acesso e a permanência dos (as) alunos
(as) com deficiência por meio da adequação
arquitetônica, da oferta de transporte acessível e da
disponibilização de material didático próprio e de
recursos de tecnologia assistiva, assegurando, ainda, no
contexto escolar, em todas as etapas, níveis e
modalidades de ensino, a identificação dos (as) alunos
(as) com altas habilidades ou superdotação;

294. consolidar, no SME, a articulação com outras


Secretarias Municipais, a fim de mapear as condições de
acessibilidade arquitetônica urbanística no entorno das
escolas e de transporte público que atendem as
mesmas, de forma a ofertar acesso pleno dos/as
estudantes e suas famílias às instituições de ensino;
295. promover aos estudantes com altas
habilidades/superdotação atividades de enriquecimento
curricular e o AEE, estabelecendo também parcerias
com as instituições voltadas ao desenvolvimento e
promoção da pesquisa científica, das artes e dos
esportes, no âmbito das escolas municipais, estaduais e
privadas;

296. garantir a oferta de educação bilíngue, em Língua


Brasileira de Sinais - LIBRAS como primeira língua e na
modalidade escrita da Língua Portuguesa como segunda
língua, aos (às) alunos (as) surdos e com deficiência
auditiva de 0 (zero) a 17 (dezessete) anos, em escolas e
classes bilíngues e em escolas inclusivas, nos termos do
art . 22 do Decreto no 5.626 , de 22 de dezembro de
2005, e dos arts. 24 e 30 da Convenção sobre os Direitos
das Pessoas com Deficiência, bem como a adoção do
Sistema Braille para cegos e surdos-cegos;
297. contemplar as dimensões do AEE: a Língua
Brasileira de Sinais – LIBRAS, a tatologia, o Sistema
Braile de leitura e escrita, a Leitura e Escrita com tipos
ampliados para alunos/as com baixa visão; a orientação
e mobilidade, a
tecnologia assistiva, a informática educativa, o
enriquecimento e aprofundamento curricular e as
atividades de vida autônoma e social, entre outras, na
proposta político-pedagógica das escolas;

298. garantir os serviços de Educação Visual Precoce e


EP e PI para crianças cegas e surdo-cegas, com ou sem
deficiências associadas, em espaços apropriados para
essa faixa etária;

299. garantir, na educação escolar de surdos, o


atendimento em escola e/ou classe bilíngue para os/as
estudantes em idade escolar, sendo o AEE realizado por
meio da Sala de Integração e Recursos - SIR para Surdos,
respeitando a escolha das famílias e dos/as estudantes;

300. assegurar aos estudantes a educação bilíngue –


Língua Brasileira de Sinais/Língua Portuguesa, sendo a
língua de sinais a primeira língua e a língua portuguesa
escrita a segunda língua, com professores/as e outros
profissionais bilíngues, em todas as etapas e
modalidades da educação básica;

301. garantir a formação inicial e continuada dos/as


professores/as e gestores/as em Língua Brasileira de
Sinais – LIBRAS e práticas pedagógicas adequadas às
especificidades desses alunos/as;

302. promover a construção e disponibilização de


material didático-pedagógico bilíngue, considerando os
aspectos linguísticos de cada região - LIBRAS/língua
portuguesa escrita;

303. garantir a elaboração e disponibilização de


materiais de apoio à implantação da infraestrutura física
e tecnológica nas escolas especiais para surdos e
escolas bilíngues em LIBRAS/língua portuguesa escrita;

304. garantir o AEE aos estudantes deficientes visuais e


cegos e o atendimento na Educação Visual Precoce para
as crianças da educação infantil pública e conveniada,
prevendo atividades de desenvolvimento global, tátil,
aprendizagem do Sistema Braile, o uso do Soroban, uso
de recursos tecnológicos, atividades de orientação e
mobilidade e a adaptação de materiais e recursos
pedagógicos;

305. assegurar, no SME, ao público-alvo da educação


especial, processo educacional com proposta político-
pedagógica, recursos e serviços educacionais específicos
em todas as necessidades, organizados
institucionalmente para apoiar, complementar e
suplementar o processo de ensino-aprendizagem
dos/as estudantes que apresentam necessidades
educacionais especiais, em todas as etapas e
modalidades da educação básica;

306. garantir a oferta de educação inclusiva, vedada a


exclusão do ensino regular sob alegação de deficiência e
promovida a articulação pedagógica entre o ensino
regular e o atendimento educacional especializado;

307. fortalecer o acompanhamento e o monitoramento


do acesso à escola e ao atendimento educacional
especializado, bem como da permanência e do
desenvolvimento escolar dos (as) alunos (as) com
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e
altas habilidades ou superdotação beneficiários (as) de
programas de transferência de renda, juntamente com
o combate às situações de discriminação, preconceito e
violência, com vistas ao estabelecimento de condições
adequadas para o sucesso educacional, em colaboração
com as famílias e com os órgãos públicos de assistência
social, saúde e proteção à infância, à adolescência e à
juventude;

308. consolidar Programas de Trabalho Educativo – PTE


no SME, promovendo a inclusão no mundo do trabalho
dos/as estudantes da educação especial, a partir dos 14
(quatorze) anos de idade;

309. desenvolver o Programa de Trabalho Educativo no


SME, através da consolidação de parcerias com
entidades vinculadas à educação profissional e com a
rede federal de educação profissional e tecnológica, a
fim de inserir estudantes em cursos de formação e
qualificação profissional, bem como no mercado formal,
em cooperativas de economia solidária e outros
programas de âmbito municipal, estadual ou federal;

310. garantir o acompanhamento supervisionado dos


alunos incluídos no PTE por professores/as
especializados/as para o desenvolvimento das
atividades
no programa;

311. fomentar pesquisas voltadas para o


desenvolvimento de metodologias, materiais didáticos,
equipamentos e recursos de tecnologia assistiva, com
vistas à promoção do ensino e da aprendizagem, bem
como das condições de acessibilidade dos (as)
estudantes com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação;

312. promover as condições de acessibilidade do


ambiente físico, dos recursos didáticos e pedagógicos e
da comunicação e informação, provendo às escolas do
SME de recursos humanos e materiais necessários;

313. qualificar o atendimento, nas questões didático-


metodológicas, vinculando à acessibilidade curricular,
cabendo à escola planejar coletivamente a ação
educativa, a fim de atender as maneiras peculiares de
aprendizagem dos/as estudantes, considerando que o
processo ensino-aprendizagem exige atender à
diversidade de necessidades especiais;

314. promover o desenvolvimento de pesquisas


interdisciplinares para subsidiar a formulação de
políticas públicas intersetoriais que atendam as
especificidades educacionais de estudantes com
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e
altas habilidades ou superdotação que requeiram
medidas de atendimento especializado;

315. promover a articulação intersetorial entre órgãos e


políticas públicas de saúde, assistência social e direitos
humanos, em parceria com as famílias, com o fim de
desenvolver modelos de atendimento voltados à
continuidade do atendimento escolar, na educação de
jovens e adultos, das pessoas com deficiência e
transtornos globais do desenvolvimento com idade
superior à faixa etária de escolarização obrigatória, de
forma a assegurar a atenção integral ao longo da vida;
316. assegurar a todos/as os/as estudantes da educação
especial matriculados na educação de jovens e adultos –
EJA - as estruturas em termos de organização e AEE
contínuo, concomitante, complementar e suplementar,
que deverão atender as necessidades próprias dessa
modalidade de ensino;

317. consolidar, no SME, as ações da educação especial,


na EJA, possibilitando a ampliação de oportunidades de
escolarização, formação para o ingresso no mundo do
trabalho e efetiva participação social; 318. apoiar a
ampliação das equipes de profissionais da educação
para
atender à demanda do processo de escolarização dos
(das) estudantes com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação,
garantindo a oferta de professores (as) do atendimento
educacional especializado, profissionais de apoio ou
auxiliares, tradutores (as) e intérpretes de Libras, guias-
intérpretes para surdos-cegos, professores de Libras,
prioritariamente surdos, e professores bilíngues;

319. garantir, no SME, profissionais de apoio à inclusão


para o desenvolvimento de atividades de cuidados com
a alimentação, higiene e locomoção, em número
suficiente para atender a demanda de cada local,
levando em consideração o número total de estudantes
da educação especial e suas necessidades educacionais
específicas no tempo de permanência do estudante na
escola, em todas as etapas e modalidades da Educação
Básica na rede pública e privada de ensino;

320. garantir nos Termos de Convênio das escolas e


instituições de educação infantil conveniadas com a
PMPA recursos financeiros e estratégias que assegurem
e viabilizem a contratação de profissionais de apoio à
inclusão nos casos onde seja avaliada a necessidade;

321. assegurar que os profissionais de apoio que


prestam auxílio individualizado aos/às estudantes que
não realizam as atividades de locomoção, de higiene e
de alimentação com independência, tenham como
formação mínima o ensino médio e capacitação através
de cursos específicos promovidos pelo SME ou
instituições autorizadas;
322. definir, em regime de colaboração com o Estado e
a União, no segundo ano de vigência do PNE,
indicadores de qualidade e política de avaliação e
supervisão para o funcionamento de instituições
públicas e privadas que
prestam atendimento a alunos com deficiência,
transtornos globais do desenvolvimento e altas
habilidades ou superdotação;

323. promover, por iniciativa do Ministério da


Educação, nos órgãos de pesquisa, demografia e
estatística competentes, a obtenção de informação
detalhada sobre o perfil das pessoas com deficiência,
transtornos globais do desenvolvimento e altas
habilidades ou superdotação de 0 (zero) a 17 anos; 324.
incentivar a inclusão nos cursos de licenciatura e nos
demais cursos de formação para profissionais da
educação, inclusive em nível de pósgraduação,
observado o disposto no caput do art. 207 da
Constituição Federal, dos referenciais teóricos, das
teorias de aprendizagem e dos
processos de ensino-aprendizagem relacionados ao
atendimento educacional de alunos com deficiência,
transtornos globais do desenvolvimento e altas
habilidades ou superdotação;

325. promover parcerias com instituições comunitárias,


confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos,
conveniadas com o poder público, visando ampliar as
condições de apoio ao atendimento escolar integral das
pessoas com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação
matriculadas nas redes públicas de ensino; 326.
promover parcerias com instituições comunitárias,
confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos,
conveniadas com o poder público, visando ampliar a
oferta de formação continuada e a produção de
material didático acessível, assim como os serviços de
acessibilidade necessários ao pleno acesso, participação
e aprendizagem dos estudantes com
deficiência,transtornos globais do desenvolvimento e
altas habilidades ou superdotação matriculados na rede
pública de ensino;

327. garantir aos/às professores/as que realizam o AEE,


aos/às que atuam nas escolas especiais e na escola de
surdos bilíngue, habilitação para o exercício do
magistério, com formação na área da educação
especial, dentro das especificidades desenvolvidas em
cada um destes atendimentos, a qual poderá ser em
nível de complementação de estudos ou pós-graduação;

328. promover parcerias com instituições comunitárias,


confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos,
conveniadas com o poder público, a fim de favorecer a
participação das famílias e da sociedade na construção
do sistema educacional inclusivo.

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