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Rui Sartoretto
Mara Lucia Sartoretto
A inclusão das pessoas com deficiências nas escolas comuns da rede regular de ensino e a luta
por uma escola de boa qualidade para todos os alunos, inclusive para uma grande parcela deles
classificadas como alunos com problemas de aprendizagem, colocam novos e grandes desafios
para o sistema educacional. O tema tem originado discussões muito freqüentes, não só entre
professores do ensino especial, mas também entre pais e professores das escolas comuns, e na
própria sociedade. Dentro e fora das escolas vem se verificando um acalorado processo de
discussão acerca das mudanças que devem ser implementadas nas escolas para diminuir a
reprovação, a evasão escolar e para oferecer um ensino com qualidade para todos os alunos,
incluídos aí os alunos com deficiências, processo que nem mesmo as três leis de diretrizes e
bases da educação nacional haviam conseguido desencadear.
Esta nova escola que acolhe e não discrimina, que entende que não existem turmas
homogêneas, que reconhece e valoriza a diversidade, que trabalha ancorada nos fundamentos
do multiculturalismo recebeu a denominação de escola inclusiva.
A primeira tarefa, e talvez a principal, para construirmos uma escola inclusiva - que, por ser
inclusiva, seja capaz de acolher todos os alunos - é analisar a concepção de escola que temos e
da escola que queremos.
Se admitirmos que a missão da escola vai muito além da mera transmissão de informações, que
só se realiza plenamente na construção da cidadania através do acesso ao conhecimento, torna-
se claro então que mudanças muito radicais deverão ser implementadas para que o processo de
inclusão, que hoje no Brasil se ancora nas políticas de Educação Especial na perspectiva da
educação inclusiva, saia do papel e se torne realidade. E a construção da cidadania só será
possível se dentro da escola tivermos uma verdadeira representação dos diferentes grupos de
que é formada a sociedade: ricos e pobres, pessoas com diferentes credos, de diferentes raças,
com saberes diferentes, pessoas sem deficiências - se é que elas existem - e pessoas com
deficiências. Na verdade, compreender a diferença não como algo fixo e incapacitante, mas
reconhecê-la como inerente à própria condição humana, é um desafio ainda muito complexo e
uma conduta ainda distante da prática pedagógica da maioria dos professores.
Atualmente, por conta da legislação e da luta dos movimentos sociais representativos dos mais
diferentes segmentos da sociedade, um número cada vez mais expressivo de alunos com
deficiências está freqüentando escolas comuns. Isto tem levado a uma profunda reflexão acerca
do papel e das finalidades da escola, de tal sorte que, no avanço das discussões, vai se
consolidando a percepção de que as diferenças na sala de aula, antes de serem um
complicador, podem se tornar um fator de qualificação e de enriquecimento do ensino.
Resultado dessa reflexão, estimulada também pelo progressivo aumento do número de pessoas
com deficiências freqüentando as escolas comuns, em 2008, após anos de debates e
discussões, foi aprovada a Política de Educação Especial na perspectiva da educação inclusiva.
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ensino, deve ser realizado no turno inverso ao da classe comum, na própria escola ou em centro
especializado que realize esse serviço educacional.
O atendimento educacional especializado é realizado mediante a atuação de profissionais com
conhecimentos específicos no ensino da Língua Brasileira de Sinais, da Língua Portuguesa na
modalidade escrita como segunda língua, do sistema Braille, do soroban, da orientação e
mobilidade, das atividades de vida autônoma, da comunicação alternativa, do desenvolvimento
dos processos mentais superiores, dos programas de enriquecimento curricular, da adequação e
produção de materiais didáticos e pedagógicos, da utilização de recursos ópticos e não ópticos,
da tecnologia assistiva e outros.
Para atuar na educação especial o professor deve ter como base da sua formação, inicial e
continuada, conhecimentos gerais para o exercício da docência e conhecimentos específicos da
área. Essa formação possibilita a sua atuação no atendimento educacional especializado e deve
aprofundar o caráter interativo e interdisciplinar da atuação nas salas comuns do ensino regular,
nas salas de recursos, nos centros de atendimento educacional especializado, nos núcleos de
acessibilidade das instituições de educação superior, nas classes hospitalares e nos ambientes
domiciliares, para a oferta dos serviços e recursos de educação especial.
O atendimento educacional especializado destina-se normalmente aos alunos da escola que
apresentam algum tipo de deficiência, mas pode estender-se também aos alunos de escolas
próximas, nas quais esse tipo de serviço ainda não esteja organizado. Pode ser realizado
individualmente ou em pequenos grupos, em horário diferente daquele em que freqüentam a
classe comum.
A SALA DE RECURSOS MULTIFUNCIONAIS
Lócus privilegiado do atendimento educacional especializado, a sala de recursos multifuncionais
torna palpáveis e concretos, em nível de escola, os objetivos da política nacional de educação
especial, seja pelo conjunto de meios e recursos que nela são colocados à disposição do aluno
com deficiências, seja, sobretudo, pelo fato de que é na escola comum que a sala de recursos
multifuncionais deve funcionar.
As salas de recursos são espaços da escola onde se realiza o atendimento educacional
especializado de alunos com necessidades educacionais especiais, matriculados na escola
comum. O atendimento em salas de recursos constitui um serviço educacional de natureza
pedagógica, feito por professor especializado, num espaço dotado de materiais, equipamentos e
recursos pedagógicos adequados às necessidades educacionais dos alunos da escola que
apresentam dificuldades acentuadas em relação à aprendizagem, vinculadas a algum tipo de
deficiência ou não.
A sala de recursos multifuncionais é, portanto, um espaço da escola comum provido de materiais
didáticos, pedagógicos e de tecnologia assistiva, onde trabalham profissionais com formação
específica para o atendimento dos alunos com dificuldades educacionais especiais em razão de
algum tipo de deficiência (auditiva, visual, motora, cognitiva, verbal), de transtornos globais de
desenvolvimento ou de altas habilidades/superdotação.
Chama-se sala de recursos multifuncionais precisamente porque nela se concentram materiais
didáticos, equipamentos e profissionais aptos a atender, de forma flexível, aos diversos tipos de
necessidades educacionais especiais.
LABORATÓRIOS DE APRENDIZAGEM
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