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PROJETO

“SAÚDE COM LIBRAS“

SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE IMPERATRIZ/MA

IMPERATRIZ/MA
2023
PREFEITURA MUNICIPAL DE IMPERATRIZ
CNPJ: 06.158.455/0001-16 CÓDIGO IBGE: 2105302
ENDEREÇO: Rua Rui Barbosa Nº 2501 – Centro CEP: 65901-550
FONE: (99)

SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE IMPERATRIZ


CNPJ: 00.939.023/0001-66
ENDEREÇO: Av. Dorgival Pinheiro de Sousa, nº 47 – Centro CEP.: 65903-270
FONE: (99) FAX: (99) E-mail:

NEPS - NÚCLEO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE DE


IMPERATRIZ/MA
ENDEREÇO: Rua Pará - Centro, Imperatriz - MA, CEP N°: 65900-090
E-mail: coapesitz@gmail.com / nepsimperatriz@gmail.com

_____________________________________________
SECRETÁRIA MUNICIPAL DE SAÚDE
DORALINA MARQUES DE ALMEIDA
ENFERMEIRA
______________________________________________
COORDENAÇÃO COAPES/NEPS:
JANILDES MARIA SILVA GOMES
ENFERMEIRA
______________________________________________
RESPONSÁVEL TÉCNICA PELA
ELABORAÇÃO DO PROJETO:
MARCEL SILVA GUIMARÃES
PEDAGOGO

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1 – APRESENTAÇÃO

A sociedade vive um momento onde não permite mais exclusão e


segregação e modelos devem ser discutidos para incluir aqueles que não são
favorecidos em sua totalidade, tendo direitos negados por não haver adaptações
as suas necessidades. Conceber as pessoas com deficiências como sujeitos de
direito é reconhecer seu direito perante a igualdade na participação, na
configuração e na construção do espaço social que também é seu, segundo o
entendimento de Kaucharje (2003). A comunidade de pessoas surdas, que no
Brasil segundo o último censo realizado pelo IBGE em 2022, passa dos 10
milhões de habitantes, vem enfrentando muitas dificuldades para acessar serviços
básicos, fornecidos por entidades, empresas e repartições públicas. Sendo
preciso ampliar as discussões no sentido de não haver mais essa exclusão e que
dê o direito a todos de uma convivência adequada no cotidiano de cada um.
Tendo isso em vista no Brasil foi implantada a Política Nacional de Saúde da
Pessoa com Deficiência, definida pelo Ministério da Saúde e voltada para a
inclusão das pessoas com deficiência em todos os serviços do Sistema Único de
Saúde (SUS), surgindo para formular, acompanhar e avaliar as ações de atenção
à saúde dessa população.
Em 2002 foi reconhecida a Língua Brasileira de Sinais ou Libras, por meio
da Lei nº 10.436 e pelo Decreto nº 5.626/2005, no seu capítulo VII, que
regulamenta a referida lei, traz para as pessoas surdas a garantia do direito à
saúde, com atendimento realizado por profissionais capacitados para a
comunicação em Libras, na rede de serviços do SUS. E mesmo com amparo
legal, ainda existe dificuldade de acessibilidade para a comunicação com os
surdos ou com alguma deficiência auditiva. Chaveiro (2013) ressalta que quando
os pacientes surdos são atendidos por médicos, se deparam com barreiras
comunicativas que comprometem o vínculo a ser estabelecido e a assistência
prestada, podendo interferir no diagnóstico e no tratamento. Uma barreira
facilmente transponível através da capacitação de funcionários que possam se
comunicar pela língua de sinais.
Segundo Santos (2019) Para que ocorra a promoção da acessibilidade, é
fundamental a avaliação dos serviços de saúde em relação ao atendimento às
pessoas com deficiência. Assim a aprendizagem da língua de sinais por
funcionários do serviço em saúde vai garantir aos surdos o acesso à informação e
interação nesses espaços. Sendo, portanto, a língua que lhes permite chegar ao
conhecimento, à aprendizagem e a relação com o mundo que o cerca. Ter esse
domínio linguístico potencializaria o convívio com esse grupo, mantendo uma
melhor eficácia no trabalho prestado.
A Libras é uma ferramenta que melhora a relação entre surdos e ouvintes,
assim podendo incluir com efetividade essa comunidade na sociedade em si,
tornando o aprendizado da língua de sinais muito importante para os profissionais
da área da saúde viabilizando a eficiência na comunicação e no atendimento da
pessoa surda.

2 - JUSTIFICATIVA

Em uma perspectiva de apoiar a melhoria na qualidade do atendimento no


setor de saúde do nosso município, a Secretária Municipal de Saúde em parceria
com o Núcleo de Educação Permanente em Saúde, vem com o intuito de
implementar o ensino da Língua Brasileira de Sinais para os funcionários dos
hospitais do município, unidades de saúde e outros setores que trabalham com
atendimento ao público.
Tendo por finalidade desse projeto que os funcionários da saúde possam
ter conhecimento adequado para que não exista uma exclusão de pacientes que
possua deficiência auditiva, pois nem sempre uma pessoa surda tem alguém para
acompanha-lá e para que possa ter sua independência de buscar seus direitos
sem que necessite de algum parente por perto.
A Secretária Municipal de Saúde enxergando essa necessidade ira
promover um curso abrangendo do básico ao avançado no ensino da Libras,
dando aos funcionários ao final do curso a capacitação necessária para atender a
todos de forma igualitária. Afinal a Libras é o segundo idioma oficial do Brasil e
tem sido visto como um aprendizado valioso para a população. Tendo a função de
potencializar a inclusão e mostrando a sociedade como é importante aprender
essa língua.

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Será um curso presencial na modalidade de conversação para que dessa
forma ao final do curso tenhamos profissionais qualificados para o atendimento de
pessoas surdas.

3 – OBJETIVO GERAL

Capacitar funcionários da área da saúde ofertando embasamento teórico,


prático, ético e técnico, valorizando a pesquisa individual e coletiva da forma de
comunicação e expressão da pessoa com deficiência auditiva, objetivando desse
modo, que através do ensino da Língua Brasileira de Sinais – Libras possam
compreender a importância de assegurar a esses sujeitos o atendimento
adequado e o acesso à comunicação, à informação e à educação, bem como, a
sua efetiva integração na vida em sociedade.

3.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Capacitar os funcionários da saúde do município de Imperatriz


quanto a prática e compreensão da libras;

 Conscientizar e formar agentes multiplicadores ouvintes na pesquisa


sobre surdez e em língua de sinais;

 Assegurar a inclusão das pessoas surdas com um atendimento


adequado nos postos e centros de saúde;

 Atender as necessidades do município quanto a não exclusão de


pacientes que tenham deficiência auditiva.

4 - PÚBLICO ALVO

O curso é direcionado para funcionários lotados na Secretária Municipal


de Saúde, como nos hospitais, unidades de saúde e setores de atendimento ao
público que trabalham com a integração da comunidade surda e que necessitam
se capacitar para garantir a inclusão dos surdos em qualquer espaço social,
adquirindo assim uma segunda língua.

5 - METODOLOGIA

Este projeto por iniciativa da Secretaria Municipal de Saúde - SEMUS,


com elaboração pelo Núcleo de Educação Permanente em Saúde - NEPES, visa
a capacitação dos funcionários da rede municipal de saúde, pois em um primeiro
momento foi observado a necessidade de inclusão das pessoas surtas nos
atendimentos oferecidos pelo município e a falta de profissionais que saibam
atendê-los. Sendo assim a SEMUS pretende firmar parceria com a Secretaria
Municipal de Educação - SEMED, o Setor de Inclusão e Atenção à Diversidade -
SIADI, a Universidade Federal do Maranhão - UFMA, Faculdade Facimp - Wyden,
Unidade de Ensino Superior do Sul do Maranhão - UNISULMA e Universidade
Estadual da Região Tocantina do Maranhão - UEMASUL para disponibilização de
local para as aulas e professores capacitados para ofertar o curso.
O curso será gratuito e tem como pretensão que os funcionários saiam
com a aprendizagem em LIBRAS do básico ao avançado. Ofertando aulas
teóricas e práticas com exercícios, ilustrações, técnicas de conversação, diálogos
e dinâmicas em grupo. Assim ensinando técnicas que norteiam aspectos teóricos
e linguísticos da Língua Brasileira de Sinais.

6 - FUNCIONAMENTO

O curso terá um fluxo continuo, com várias turmas sendo abertas para
capacitação dos funcionários, pois o intuito é que tenhamos um grande número
de pessoas aptas a lidar com o atendimento aos surdos. Terá início no primeiro
semestre de 2024, com horário e carga horária determinados pelas parcerias que
serão feitas no decorrer do processo de implantação do curso.

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7 - EMENTA

Compreensão do conceito de surdez, identidade e cultura surda.


Introdução à língua de sinais e seus aspectos linguísticos fonéticos e fonológicos
de Libras.
Contextualizando a Libras com a prática comunicacional na habilidade de
interação e mediação entre os surdos e os ouvintes. Identificando nos aspectos
linguísticos a morfologia da Libras em contextos.
Estratégias para uma comunicação acessível, valorização da cultura
surda e a realidade brasileira da comunidade surda. Compreendendo a tarefa de
tradução e interpretação da Língua Portuguesa para Libras. Classificadores
simples e composto da Libras correlacionando com os aspectos linguísticos dos
processos sintagmáticos.
Libras como um sistema linguístico. Fundamentos fonológicos,
morfológicos, sintáticos, semânticos, pragmáticos da Libras. Prática de
conversação em Libras.
Técnicas de compreensão linguística e cultural num processo de tradução
cognitiva. Situações comunicativa de tradução/interpretação bilingue. Aspectos
semânticos e pragmáticos da Libras. Sistematização do léxico de números.
Incorporação do léxico de número em contextos. Introdução a Escrita da Libras -
Signwriting (sistema que permite ler e escrever qualquer língua de sinais sem a
necessidade de tradução para uma língua oral).
Desenvolvimento das habilidades de compreensão e expressão
necessárias à comunicação com surdos usuários da Língua de Sinais Brasileira
(Libras). Estudos da fonética e fonologia da Libras e estudos da tradução e
interpretação em Libras. A estrutura das sentenças e Teorias sintáticas com base
na análise de fenómenos linguísticos de línguas naturais.
Relação entre a sintaxe das línguas orais e da Libras. O uso do espaço
nos níveis de análise da língua de sinais, bem como o uso dos classificadores:
tipos de classificadores, suas restrições e funções nas línguas de sinais. Os
verbos complexos classificadores. Sinalização em nível avançado.
Tradução/interpretação consecutiva na modalidade vocalizada e sinalizada. Uso
de classificadores em gêneros literários. Atuação em contextos comunitários.
Militância Política e cultural do uso da língua de sinais.
Desenvolvimento da Libras em contextos. A variação em Libras.
Sinalização em nível avançado-conversação. Escolhas gramaticais nos processos
de tradução e interpretação da língua de partida para língua de chegada.
Tradução cultural e linguística. Vocabulários informais e formais da língua
gestualizada em uso. Imersão linguística e cultural na comunidade surda.

8 - CONCLUSÃO

A inclusão é algo extremamente necessário nesse nosso atual cenário de


igualdade. E fazer com que todos tenham o mesmo direito é algo muito
importante, por isso ensinar LIBRAS aos funcionários da saúde do município de
imperatriz se faz necessário, pois a uma crescente nos números da comunidade
surda em nosso país e região. E a língua de sinais permite uma melhor interação
entre os surdos e profissionais que vão atendê-los em suas necessidades. Afinal
a linguagem permite ao ser humano planejar e regular sua ação e por ela é
possível fazer a leitura do mundo e da palavra. Criando a interação social entre os
sujeitos que nos fazem viver em harmonia na sociedade. E ápos muito tempo com
a dificuldade em atender pessoas surdas esse projeto viabilizará capacitação
adequada para que os surdos possam ir sozinhos em busca de atendimento com
a compreensão adequada que eles e todos merecem.

REFERÊNCIAS

Brasil. Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002. Dispõe sobre a Língua


Brasileira de Sinais - Libras e dá outras providências. Diário Oficial da República
Federativa do Brasil. Brasília. [accessed on 2018 mar 31]. Available at:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10436.htm

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Brasil. Decreto nº 5.626 de 22 de dezembro de 2005. Regulamenta a Lei
nº 10.436, de 24 de abril de 2002, que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais
a LIBRAS, e o art. 18 da Lei 10.098 de 19 de dezembro de 2002. Diário Oficial da
República Federativa do Brasil Brasília, DF. 23 de dezembro de 2005. [accessed
on 2018 mar 31]. Available at: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-
2006/2005/decreto/d5626.htm

Brasil. Ministério da Saúde. A pessoa com deficiência e o Sistema Único


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BRITO, Lucinda Ferreira. Por uma gramática da língua de sinais. Rio de


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