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CÂMARA DOS DEPUTADOS

PROJETO DE LEI Nº 026, DE 2022


(Da Sra. Nathalia Magalhães)

Dispõe sobre a inserção do ensino de


Linguagem Brasileira de Sinais durante o
período de alfabetização na Base Nacional
Comum Curricular e dá outras providências.

O Congresso Nacional decreta:


Art. 1º Altera a Base Nacional Comum Curricular para estudantes do primeiro até
o oitavo ano do Ensino Fundamental visando incluir a Linguagem Brasileira de Sinais
como requisito de inclusão, adequando todas as disciplinas à LIBRAS.
Art. 2º Será garantido cursos de LIBRAS para professores dentro das escolas
públicas, oferecido pela Secretaria de Educação.
§1º O Curso deverá ser ministrado no período vespertino ou noturno, cabendo ao
profissional escolher um dos turnos.
§2º O Curso será garantidor de bonificações para os profissionais que o
completarem, adquirindo assim diploma.
§3º Fica a critério das Secretarias de Educação estaduais e ao Ministério da
Educação os parâmetros utilizados para a atuação do curso.
§4º Terá prioridade sob a ministração das aulas profissionais surdos e/ou mudos.
Art 3º Será tratado a inclusão de 2 horas/aula semanais para fins de ministração
da disciplina.
Art. 4º As escolas terão o prazo de 2 (dois) anos para a adequação dos termos desta
lei.
Art. 5º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

JUSTIFICAÇÃO
A Linguagem Brasileira de Sinais é a segunda língua oficial brasileira, no entanto,
ainda há falhas quando a inclusão minoritária na educação do ensino de base. Isso tendo
em vista que o período da infância é fundamental para o aprendizado de qualquer novo
idioma ou tipo de expressão, sendo assim, conforme o Art. 27 da Lei Nº 13.146/2015 é
dever do Estado garantir educação inclusiva e não negligenciar a população com
deficiência.
A inclusão obrigatória do ensino de LIBRAS nas escolas brasileiras também é uma
forma de incluir os trabalhadores e as trabalhadoras surdos-mudos no ensino, afim de
ultrapassar as barreiras profissionais vividas por esse público, como também pautar maior
diversidade nas escolas do país. Isso porque, tal como afirma Corrobora Mantoan (2006) a
inclusão escolar interage a movimentos sociais maiores, no qual possuem uma
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necessidade maior de igualdade e mecanismos mais equitativos no acesso a bens e


serviços ligados a sociedades democráticas que estão vinculadas ao mérito individual e na
igualdade de oportunidades, ou seja, uma escola justa e desejável não se sustenta apenas
no fato de todos serem iguais e nascerem iguais.
Sendo assim, percebe-se que a comunicação é elemento fundamental de
humanização e integração nacional, diante do qual Ferreira (2005) remete a ideia de que a
inclusão de todos na escola, independentemente do seu talento ou deficiência, é
amplamente atraída aos benefícios para os alunos, para os professores e para a sociedade.
A interação das crianças entre si reforça atitudes que as ajudam a aprenderem, a serem
sensíveis, a compreender, e respeitar, convivendo com as diferenças e as semelhanças
individuais entre seus pares. Todas as crianças, sem distinção, podem beneficiar-se das
experiências obtidas no ambiente educacional.
Dessa forma, o projeto se torna necessário para atender a todos os brasileiros e
brasileiras, visando integrar aqueles que negligenciamos até então na sociedade e no
mercado de trabalho. Garantir que o indivíduo seja entendido, para além da comunicação,
é garantir emprego, socialização, lazer e educação digna.
Essa lei tem como função garantir a alfabetização dos cidadãos brasileiros logo
no início da vida social, para que a longo prazo tenhamos a maioria de brasileiros
alfabetizados em português e em Linguagem Brasileira de Sinais, nos atentando não
apenas para a organização das necessidades dos alunos ouvintes – o que é uma realidade
massiva nas prioridades escolares no Brasil – mas também aqueles que se comunicam
visualmente (CAETANO; LACERDA, 2013, p.219).
Peço a compreensão de todas e todos deputados e deputadas para a aprovação
deste projeto.

Sala das Sessões, em 27 de janeiro de 2022.


Deputada Nathalia Magalhães
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Referências Bibliográficas:

FERREIRA, MEC. Reflexões críticas acerca de alguns conceitos relacionados à


integração/inclusão de criança com deficiência no ensino regular. Revista Pedagógica. v. 15.
Chapecó/SC, 2005.p. 107-134

MANTOAN, Maria Teresa Egler; PIETRO, Rosangela Gavioli; ARANTES, Valeria


Amorim. Inclusão escolar: pontos e contrapontos. São Paulo: Summus, 2006.

LACERDA, Cristina Broglia Feitosa de; SANTOS, Lara Ferreira dos (Org.). Tenho um
aluno surdo, e agora?: Introdução à LIBRAS e educação de surdos. São Carlos:
EdUFCSCar, 2013. Cap.13, p. 219-236.

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