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como uma língua, durante anos os surdos foram isolados e tratados

com discriminação, a sua forma de comunicação foi censurada por décadas.

No Brasil, a primeira escola voltada para surdos surgiu em 1855 com a vinda
do professor francês Ernest Huet, entretanto ainda se utilizava de métodos que
buscavam a oralização dos surdos, sempre colocando a LIBRAS de forma

Anulabilidade do movimento surdo no Brasil

A obrigatoriedade da metodologia do oralismo possibilitou a criação de uma


comunidade surda nabusca pela resistência emobilização para reconhecimento da língua
brasileira de sinais como um meio de comunicação entre as pessoas.
Alguns anos foram precisos para que os não ouvintes pudessem utilizar da LIBRAS para se
expressarem sem serem rechaçados, essa busca por direitos possibilitou a criação da
metodologia bilíngue que reconhece a língua de sinais como primeira língua e o português
escrito como segunda língua. Ou seja, a língua de sinais é usada para instrução do surdo e o
português como meios para interação.
Assim, dispõe o Decreto n° .5.626, no seu art.22, inciso 1°.
“§ 1º São denominadas escolas ou classes de educação bilíngüe
aquelas em que a Libras e a modalidade escrita da Língua
Portuguesa sejam línguas de instrução utilizadas no
desenvolvimento de todo o processo educativo.”

Língua de sinais na educação

Durante o caminho para o reconhecimento da libras como um idioma, a


insistência na oralização dos surdos foi um dos fatores que implicaram no
distanciamento da comunidade não ouvinte, que como forma de revolta a
imposição de ideias oralistas se movimentaram entre si para promover a luta
pela língua de sinais.

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Tornando-o assim uma minoria linguística vulnerável quando analisados em
alguns âmbitos sociais. Na educação a inclusão da população não ouvinte é o
principal obstáculo nas escolas e universidades, a negligência sofrida por essa
parte da população e o fato da forma do ensino não ser homogêneo no nosso
território.

Importante ressaltar em se tratando de educação a LEI 10.098 de 2000, que


estabelece critérios básicos para acessibilidade das pessoas deficientes, ênfase
no seu artigo 18 que obriga ao Poder Público disponibilizar intérpretes na
formação profissional do surdo.

“Art. 18. O Poder Público implementará a formação de


profissionais intérpretes de escrita em braile, linguagem de
sinais e de guias-intérpretes, para facilitar qualquer tipo de
comunicação direta à pessoa portadora de deficiência sensorial
e
com dificuldade de comunicação.”

Em complemento ao disposto anteriormente se promulgou o decreto n° 5.626


que dispõe acerca da inclusão da libras como disciplina curricular, entretanto
com todas as leis e programas de incentivo a atuação do intérprete da língua de
sinais e colocada em cheque em diversas situações. O esquecimento ou
favorecimento dentro do meio estudantil pelos educadores, acaba retirando a
possibilidade de uma aprendizagem efetiva, outra problemática a ser levantada
e a indução ao oralismo tirando aluno o direito à educação bilíngue.
“Art. 22. As instituições federais de ensino responsáveis pela
educação básica devem garantir a inclusão de alunos surdos ou
com deficiência auditiva, por meio da organização de: I -
escolas e classes de educação bilíngüe, abertas a alunos surdos e
ouvintes, com professores bilíngües, na educação infantil e nos
anos iniciais do ensino fundamental; II - escolas bilíngües ou
escolas comuns da rede regular de ensino, abertas a alunos

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surdos e ouvintes, para os anos finais do ensino fundamental,
ensino médio ou educação profissional, com docentes das
diferentes áreas do conhecimento, cientes da singularidade
lingüística dos alunos surdos, bem como com a presença de
tradutores e intérpretes de Libras - Língua Portuguesa.”

Das mais variadas dificuldades a falta de intérpretes nas redes públicas de


educação sem dúvida alguma é o maior empecilho no acesso à educação por
essa minoria linguística, a burocracia e a falta de profissionais aptos ao ensino
são problemáticas que os explicam a pouca efetivação da abordagem com o
bilinguismo.

Falta de inclusão no mercado de trabalho

A inclusão dos surdos no mercado de trabalho é fundamental para a sua


independência, desde que a Lei de Cotas para contratação de Deficientes nº
8.213 de 25 de julho de 1991, foi implementada teve um aumento considerável
no número de contratações de pessoas surdas no país, entretanto a contratação
dos surdos atualmente está diretamente ligada a cumprir determinações que a
lei impõe, ficando bem abaixo do necessário.

Uma problemática adicional é a falta de condições adequadas para que aquele


funcionário contratado possa ter um bom desempenho nas suas funções, na
grande maioria não consegue se adequar ao ambiente de trabalho, sempre posto
de lado.
Acesso à Justiça da pessoa surda

É evidente que o acesso à justiça é um direito que assiste a todos, entretanto


houve a necessidade de criação da LBI, para reforçar que pessoas com
deficiência também são beneficiários da assistência judiciária, assim dispões o
seu art. 80.

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“Devem ser oferecidos todos os recursos de tecnologia assistiva
disponíveis para que a pessoa com deficiência tenha garantido o
acesso à justiça, sempre que figure em um dos polos da ação ou
atue como testemunha, partícipe da lide posta em juízo,
advogado, defensor público, magistrado ou membro do
Ministério Público. Parágrafo único. A pessoa com deficiência
tem garantido o acesso ao conteúdo de todos os atos processuais
de seu interesse, inclusive no exercício da advocacia.”

Assim é válido que a comunidade surda tenha mais uma garantia, visto que em
decorrência da vulnerabilidade que o grupo se encontra reafirmar os direitos e
garantias a eles adquiridas é de suma importância, mais que isso o Poder
Público deve oferecer uma assistência capaz de suprir todas as necessidades
que possam vim a ter. Entretanto não é o que ocorre, a falta de capacitação dos
servidores acaba prejudicando o atendimento e em muitas cidades do interior
ocorre de não ter um intérprete de libras para atender ao público alvo.

Conclusão

A percepção dos surdos como uma minoria linguística tornou possível a


adequação de várias ações afirmativas, que foram capazes de reconhecer a
importância da LIBRAS, para a comunicação e o aprendizado dos não
ouvintes. Entretanto nos como componentes de uma sociedade ainda não nos
solidarizamos o suficiente para acolher essa comunidade fazendo com que a
inclusão possa ser um objetivo minimamente possível. Hoje a comunidade
surda tenta ao máximo enfatizar que apesar da linguagem ser diferente elas não
necessariamente precisa convergir, precisamos sempre abrir nossos olhos para
o outro do nosso lado, a solidariedade em acolher e aprender a respeito de um
determinado grupo faz com que socialmente as oportunidades de emprego

surjam, a educação se aprimore e o movimento se fortaleça.

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Referências
LACERDA, Cristina Broglia Feitosa (2006). A inclusão escolar de alunos surdos: o que dizem
alunos, professores e intérpretes sobre esta experiência. http://www.scielo.br. Acesso em 12 de
Junho de 2021.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 e suas atualizações. Brasília:
Planalto. Disponível em: . Acesso em:12 de Junho de 2021..
BRASIL. Lei n.º 10.436, de 24 de abril de 2002. Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais –
Libras e dá outras providências.Disponível em: . Acesso em: 17 jun. 2021.
BRASIL. Decreto n.º 5.626, de 22 de dezembro de 2005. Regulamenta a Lei n.º 10.436, de 24
de abril de 2002, que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais – Libras, e o art. 18 da Lei n.º
10.098, de 19 de dezembro de 2000. Brasília: Planalto. Disponível em: . Acesso em: 17 jun.
2021.
CONSTITUIÇÃO FEDERAL (Org.). Constituição Federal: 1988. Disponível em: . Acesso em:
18 jun. 2021.
Jaqueline da Silva Paulichi e Rodrigo Roger Saldanha Rev. Fac. Direito UFMG, Belo
Horizonte, n. 400, pp. 399-420, jan./jun. 2016 401 O acesso à justiça é “o princípio do acesso ao
direito e aos tribunais é outro princípio geral que postula não só o reconhecimento da
possibilidade de uma defesa sem lacunas, mas também o exercício. Disponível em:. Acesso 18
jun.2021.

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