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“O ser humano é o que a educação faz dele”, dizia o filósofo Immanuel Kant.

Certamente, a educação é um fato importante na formação de um indivíduo e um direito


fundamental que lhe assiste, mas que infelizmente nem sempre é cumprido. Analisando a
condição atual da população surda brasileira, por exemplo, nota-se que há diversos
obstáculos para sua formação educacional plena, incluindo o ensino da Língua Brasileira de
Sinais (Libras) e da modalidade escrita da língua portuguesa, tornando-se necessárias
medidas por parte do Estado e da sociedade.

Em primeiro plano, pode-se constatar a falta de escolas públicas, tanto exclusivas


para surdos como inclusivas, e, nas já existentes, a falta de recursos destinados a elas,
sendo que, sem uma instituição acessível e de qualidade, uma criança surda não consegue
obter uma boa formação. É por isso que, de acordo com o INEP, no período entre 2012 e
2016, o número de matrículas de surdos a educação básica sofreu queda constante. Além
disso, mesmo que se consiga alcançar o nível de escolaridade mínima, é também escassa
a acessibilidade a Libras nos cursos universitários e nos próprios meios de transporte para
chegar a estes, tornando claro o porquê do quadro presenciado atualmente.

Concomitantemente, não se pode esquecer da participação da sociedade como um


todo na situação. A ignorância e a negligência frente às dificuldades vivenciadas pelos
surdos causam o preconceito e, como Albert Einstein disse, “é mais fácil desintegrar um
átomo do que um preconceito”. Logo, agrava-se a falta de oportunidade para esses
indivíduos, cuja competência é julgada erroneamente por sua deficiência auditiva. Ainda
assim, poucos se perguntam o porquê de não saberem a língua de sinais, sendo que é
reconhecida como a segunda língua oficial do país.

Portanto, medidas devem ser tomadas para superar o impasse. Primeiramente, cabe
aos governos municipais e à Secretaria da Educação garantir que hajam escolas inclusivas
da rede pública suficientes para a população surda em cada cidade, para que os seus
direitos básicos sejam cumpridos, e instalando novas caso preciso. Além disso, para
combater o preconceito vigente, são necessárias campanhas de incentivo estatal nos meios
televisivos e informacionais para dar visibilidade à condição dessas pessoas, juntamente
com a completa acessibilidade em Libras em todos os serviços de transportes, também
pelos órgãos governamentais respectivos. Por último, a sociedade deve promover o
respeito à diferença é à deficiência e procurar aprender Libras, assim como o faz com inglês
e outros idiomas. Afinal, o surdo também é um ser humano e, como disse Kant, precisa da
educação para constituir quem é.

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