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DISCUSSÃO SOBRE A LP NA

BASE NACIONAL COMUM


CURRICULAR
acertos, erros, práticas, relatos e
futuro

Catarina Belarmino, Isabela Barros, Larissa Rocha


e Vitória Cardoso
● Surgimento e metodologia de
trabalho pela BNCC

● Visão da área da Linguagem


O que é a BNCC ? dentro da BNCC

● Implementação da BNCC no
Brasil
Surgimento e metodologia de trabalho pela BNCC
O surgimento da BNCC deu-se pela demanda relacionada às práticas de
ensino, que, antes da Base Nacional Comum Curricular, eram guiadas
unicamente pelo livro didático. Notou-se a necessidade da inclusão de novas
práticas educacionais que contemplem devidamente os alunos e também os
próprios profissionais da área, levando em conta também as particularidades
das instituições escolares. A BNCC busca uniformizar dentro do possível as
aprendizagens básicas, para que todo indivíduo seja devidamente instruído
da fase inicial até a final dentro da jornada educacional.
Processo de elaboração da BNCC

Fonte: FERREIRA, 2020.


As 10 competências gerais da BNCC
1. Conhecimento;
2. Pensamento científico, crítico e criativo;
3. Repertório cultural;
4. Comunicação;
5. Cultura digital;
6. Trabalho e projeto de vida;
7. Argumentação;
8. Autoconhecimento e autocuidado;
9. Empatia e cooperação;
10. Responsabilidade e cidadania.
Visão da Língua Portuguesa dentro da BNCC
● Campos de atuação;
● Prática de linguagem;
● Centralidade do texto;
● Gramática.
Implementação da BNCC no Brasil
Na teoria, a implementação da BNCC no Brasil parte de um alinhamento do
currículo de cada estado, material didático (Programa Nacional do Livro
Didático está alinhado à base), matriz de avaliação e formação continuada de
professores. No ano de 2019 o MEC tinha como proposta uma política
nacional de formação continuada de professores.
● Problemáticas dos usos da
BNCC pelos professores em
carreira e os em formação

Práticas de ● Soluções que agregam os


povos indígenas,

formação de quilombolas, imigrantes e


falantes da Libras na BNCC

professores ● Nossas percepções do uso da


BNCC ao longo do ensino
fundamental e médio
Problemáticas dos usos da BNCC pelos professores
em carreira e os em formação
● A parte mais importante da implementação da Base no país é a formação
de professores. Desse modo, a falta dessa formação pode ser um rombo
neste processo de efetivação da Base.
● A BNCC pela natureza de servir ao Brasil como um todo, traz diversas
generalizações e não detalha alguns pontos específicos, e isso fica por
conta da relação entre escola, município, estado e federação.
● Acesso à tecnologia como política pública.
Soluções que agregam os povos indígenas,
quilombolas, imigrantes e falantes da Libras na
BNCC
A participação dos povos indígenas ocorreu na análise de proposta da BNCC
juntamente ao Conselho Nacional de Educação — que possui uma comissão
étnico-racial —, educadores indígenas e especialistas. Esse estudo aconteceu
por meios de seminários e grupos de trabalho, algo que não aconteceria sem
o Fórum Nacional de Educação Escolar Indígena (FNEEI).

Foram justamente estes educadores que auxiliaram na correção de termos


preconceituosos e racistas dentro da BNCC quanto as questões étnicas e
culturais que revolvem os povos indígenas, quilombolas, afrodescendentes e
comunidades tradicionais.
Soluções que agregam os povos indígenas,
quilombolas, imigrantes e falantes da Libras na
BNCC
Um dos objetivos seria de preservar e dar valor os saberes indígenas, assim
como de outros povos, como se dá valor aos saberes eurocêntricos. O que
estaria em foco seria a interculturalidade, transdisciplinaridade e
intercientificidade. Esses povos indígenas teriam suas culturas, identidades
étnicas, línguas e conhecimentos preservados, assim como diz a Constituição
Federal de 1988.

Portanto, a BNCC não seria posta em prática de maneira obrigatória, mas sim
de acordo com as vontades das escolas indígenas, para que pudessem
preservar seus ensinamentos.
Soluções que agregam os povos indígenas,
quilombolas, imigrantes e falantes da Libras na
BNCC
Percebe-se que os surdos são deixados de lado na BNCC, pois a sua língua
não é vista como algo obrigatório, não é nem colocada na grade curricular das
escolas. É de extrema importância que surdos e ouvintes aprendessem Libras.
Os surdos teriam Libras como sua primeira língua enquanto os ouvintes a
teriam como segunda língua.

E seria Libras uma língua? Sim, Libras é uma língua pois possui suas próprias
regras. Um ponto importante a adicionar é de que a Libras é considerada a
língua natural do surdo pois assim que o mesmo entra em contato com ela,
ele a adquire para si de maneira orgânica.
Soluções que agregam os povos indígenas,
quilombolas, imigrantes e falantes da Libras na
BNCC
Na parte da BNCC que contempla a oralidade e escrita, podemos considerar
isso um retrocesso, pois remete a uma época em que pessoas surdas eram
obrigadas a oralizar a língua portuguesa; algo que infelizmente acontece até
hoje. Isso desumaniza o surdo, pois quando o privamos de aprender a sua
língua, tiramos dele sua capacidade de criar independência na sociedade.

O surdo teria de entrar em contato com sua língua bem mais cedo, ainda no
ensino infantil para poder dominar essa primeira língua, Libras. Se crianças
ouvintes aprendem o português desde cedo, nada mais justo que crianças
surdas aprendam a sua também.
Soluções que agregam os povos indígenas,
quilombolas, imigrantes e falantes da Libras na
BNCC
É fundamental para o imigrante aprender a língua do país na qual ele se
mudará. Se esses imigrantes não sabem da língua oficial do país, eles terão
dificuldade em se integrar, ou até mesmo conseguirem acesso a serviços
essenciais.

Muitos desses imigrantes, na maioria refugiados, não possuem uma condição


financeira boa ou estável, então aprender a língua portuguesa pode se tornar
ainda mais difícil, visto que até mesmo para se deslocar para locais onde está
sendo ofertado cursos pode ser caro.
Nossas percepções do uso da BNCC ao longo do
ensino fundamental e médio
Relato - “Durante o nosso ensino fundamental e médio, período que a ideia de
uma Base Comum era posta na Constituição Federal e alguns documentos de
instituições voltadas para a educação como necessária, mas ainda não tinha
sido pensada efetivamente e implementada de fato na rede escolar, quase
todos os métodos de ensino eram baseados nos conteúdos dos livros, na
aprendizagem de tópicos específicos e não tão contextualizados com outras
disciplinas e dia a dia. Porém, recordo que no ensino médio tive aulas que
utilizavam do conteúdo para desenvolver habilidades e competências gerais
que serviam de base para o ensino de diversos conteúdos em disciplinas nas
áreas de Linguagens e Humanas e auxiliavam no Enem.”
Futuro da BNCC na educação brasileira
Pensando o futuro do ensino de línguas a partir da
BNCC
“Em uma sociedade marcada por intensas e rápidas transformações, o
desenvolvimento de habilidades cognitivas já não é suficiente para preparar
um jovem. As chamadas competências socioemocionais, ou competências do
século 21, têm sido tema de diversos estudos visando sua inclusão nos
currículos escolares. A BNCC traz diversas indicações nesse sentido, tanto no
nível geral como no específico.” (DESCHAMPS, 2019 , p. 33)
Pensando o futuro do ensino de línguas a partir da
BNCC
“O desenvolvimento das competências socioemocionais previsto na BNCC
como uma forma de preparação para a vida em um mundo digital é
importante, porém não é suficiente para a preparação do jovem e sua
inserção nessa sociedade. [...] O assunto pode ser dividido em três grandes
blocos de conhecimento: o pensamento computacional, a cultura digital e as
tecnologias digitais.” (DESCHAMPS, 2019 , p. 35)
Pensando o futuro do ensino de línguas a partir da
BNCC
“A Base Nacional Comum Curricular sozinha não dará conta de vencer todos
os desafios que devem ser enfrentados para que a escola brasileira atinja
os níveis de acesso e qualidade que a sociedade exige. [...] Em um País como
o Brasil, a Base pode desempenhar um papel inspirador das políticas
educacionais no sentido de construir um senso de identidade nacional que
repouse na rica diversidade nacional sem que isso signifique o
estabelecimento de conflitos por conta das diferenças relacionadas a
questões étnico-raciais, sociais e culturais que formam o povo brasileiro.
(DESCHAMPS, 2019 , p. 36)
Referências
BANIWA, Gersen. BNCC e a diversidade indígena: desafios e possibilidades. In: SIQUEIRA, Ivan Cláudio
Pereira (org.). BNCC: educação infantil e ensino fundamental. São Paulo: Fundação Santillana, 2019.

CANAL FUTURA. O que é a Base Comum Curricular, BNCC, e qual sua importância?. Entrevista com
Priscila Cruz. Disponívem em: https://www.youtube.com/watch?v=vIDWfcShRKw. Acesso em: 14 out. 2020.

DELFIM, Rodrigo. Ensino de Português é via para integração de imigrantes e refugiados. Disponível em:
https://www.migramundo.com/ensino-de-portugues-e-via-para-integracao-de-imigrantes-e-refugiados/amp/
. Acesso em: 29 out. 2020.

DESCHAMPS, Eduardo. BNCC: a escola, o currículo, a diversidade do Brasil e a sociedade do século 21. In:
SIQUEIRA, Ivan Cláudio Pereira (org.). BNCC : educação infantil e ensino fundamental. São Paulo: Fundação
Santillana, 2019.

FERREIRA, Felipe. Entenda como funciona a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Disponível em:
http://www.proesc.com/blog/entenda-a-base-nacional-comum-curricular-bncc/. Acesso em: 29 out. 2020.
Referências
MOVIMENTO PELA BASE. Língua Portuguesa na BNCC. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=xtnSjQXXnt8&t=32s&ab_channel=MovimentopelaBase. Acesso em: 29
out. 2020.

SAS EDUCAÇÃO. BNCC e Língua Portuguesa. Disponível em:


https://www.youtube.com/watch?v=gNSsDtDahp0. Acesso em: 14 out. 2020.

SAS EDUCAÇÃO. Sala dos professores SAS - Língua Portuguesa na BNCC. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=0TOrmsKYyKk. Acesso em: 14 out. 2020.

SILVA, Renata. Um olhar sobre o surdo na nova base nacional comum curricular no Brasil. Revista
virtual de cultura surda, Rio de Janeiro, v. 23, n. 1, p. 1-15, mai. 2018. Disponível em:
https://editora-arara-azul.com.br/site/revista_edicoes/detalhes/59. Acesso em: 29 out. 2020.

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