Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Compreenda-se, aqui, a importância da questão do Interior como uma causa nacional, dadas as
perdas de natureza socioeconómica. Nesta lógica de compreensão sobre o potencial dos
territórios, a caça é encarada em muitas municipalidades do Interior como uma vantajosa prática
para a sobrevivência digna do mundo rural.
Vendo-se a caça como uma produção Rural e Nacional, vê-se também uma franca diminuição
das assimetrias territoriais, e uma coesão territorial objetiva. Isto acontece porque, em muitos
dos lugares despovoados, o aumento das espécies cinegéticas é significativo. O abandono
permitiu este aumento dos ativos cinegéticos. Havendo caça, haverá atração para o turismo
cinegético.
A racionalidade da exploração dos recursos cinegéticos, visa uma perfeita harmonia simbiótica
entre o caçador e a caça, porquanto, uma planificação integrada na biodiversidade territorial e
do meio natural origina benefícios para o meio ambiente, bem como cria ações de valorização
territorial em consonância com as medidas política
Em Portugal, verificadas no relatório da Direção geral do território (DGT) que indicam como
valorização e crescimento económico dos territórios, esta realidade é muito importante. Dados
obtidos no Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), indicam-nos que em
toda a extensão do território de Portugal Continental existem atualmente cerca de 5055 Zonas
de Caça, subdivididas por 2715 Zonas de Caça Associativa (ZCA), 1420 Zonas de Caça
Turísticas (ZCT), 915 Zonas de Caça Municipais (ZCM), e 5 Zonas de Caça Nacional. Estas
perfazem uma ocupação de cerca de 7 milhões de há, correspondendo a uma extensão de quase
100% de área possível de ser ordenada.
As tabelas abaixo, indicam o contributo para a economia nacional através dos caçadores
registados. Apesar de serem em número reduzido, têm um papel importante para a gestão
integrada da natureza e para a questão da sustentabilidade dos territórios e das espécies.
Na consulta dos dados, observamos o declive acentuado na diminuição de praticantes da caça,
realidade cada vez mais presente no contexto nacional.
Conforme demonstra a tabela abaixo, indicado pelo Instituto Nacional de Investigação Agrária e
Sanitária (INIAV) na revista Silva Lusitana constatamos que:
“O número de caçadores com licença de caça tem vindo a diminuir acentuadamente de ano para
ano, cifrando-se atualmente em pouco mais de 110.000 (ICNF). Este fator está associado à idade
avançada dos caçadores, verificando-se que apenas 14% têm idade inferior a 40 anos (idem), o
que configura a continuação da situação de declínio, caso não se cativem jovens e turistas para
esta atividade”
Refere também aquela fonte de informação em sentido positivo, que esta diminuição poderá
significar um maior valor para a gestão orientada, porque uma diminuição da pressão sobre os
efetivos, é explicada do seguinte modo:
Neste caso, as condições de gestão integrada dos ativos e da sua envolvente natural e cultural
são mais favoráveis.
No contexto em que nos encontramos, os caçadores tendem a diminuir em número, face aos
aumentos de taxas e restrições na obtenção de licenças para caçar. As limitações colocadas à
obtenção e propriedade de armas de fogo estão cada vez mais rígidas. Contudo, os resilientes
são importantíssimos para a regulação da fauna, que em algumas espécies, se não forem
controladas, tornam-se numa praga com doenças possivelmente contagiosas, como é o caso do
javali. Da experiência de caça, sabemos de diversos casos deste tipo.
- A gestão cinegética deve ser acompanhada por programas de investigação sistemáticos, que
promovam a monitorização das populações cinegéticas, e de outras espécies selvagens em
simpatria, que reforcem o conhecimento dos aspetos ecológicos, demográficos, reprodutivos e
sanitários subjacentes, permitindo identificar causas de morbilidade, mortalidade e declínio das
populações e, assim, possibilitando a sua sustentabilidade;
- O conhecimento científico sobre as espécies cinegéticas é essencial para gerar estratégias que
mitiguem o impacto de agentes patogénicos, bem como os efeitos exercidos pelas alterações
climáticas, com vista ao aumento da rentabilidade da sua exploração, e da qualidade e segurança
dos produtos delas derivados, protegendo, em simultâneo, outras espécies selvagens, as espécies
domésticas e o Homem;
Neste sentido Branco refere que: “Uma boa prática da atividade cinegética, assenta numa
consciencialização das populações/humanidade e uma sensibilização sobre a conservação da
natureza, ao favorecer a multiplicação dos fatores da biodiversidade e preservar os habitats
naturais, proporcionar ao meio agrário um valor acrescido através do rendimento da atividade
cinegética.”
Mapa demonstrativo do
ordenamento cinegético, através
da divisão por regiões
cinegéticas