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OS ANOS 20:

A década de 1920 foi um período de transformações globais, especialmente após a Primeira Guerra
Mundial. A busca por estabilidade pós-guerra, a prosperidade econômica nos "Loucos Anos 20" nos
Estados Unidos e a Revolução Russa que levou à formação da União Soviética marcaram esse
período.

No Brasil, durante os anos 20, o país enfrentou desafios políticos e sociais significativos. O governo
de Epitácio Pessoa foi marcado por eventos como a Revolta do Forte de Copacabana em 1922. A
Semana de Arte Moderna, ocorrida em 1922, foi um divisor de águas cultural que introduziu o
modernismo nas artes brasileiras. O movimento tenentista, liderado por jovens oficiais militares,
questionou a ordem política estabelecida.

Economicamente, o Brasil dependia fortemente das exportações de café, e a queda nos preços
internacionais impactou a economia. A década encerrou-se com mudanças políticas significativas,
culminando na Revolução de 1930, liderada por Getúlio Vargas, que pôs fim à República Velha.

A SEMANA DE ARTE MODERNA:


A Semana de Arte Moderna foi um evento cultural revolucionário que ocorreu em São Paulo, Brasil,
em fevereiro de 1922. Foi um marco no movimento modernista brasileiro e teve um impacto
significativo nas artes do país. Durante essa semana, artistas e intelectuais buscaram romper com as
tradições artísticas estabelecidas, promovendo uma abordagem mais livre, inovadora e expressiva
nas áreas de pintura, escultura, literatura e música.

Os participantes, conhecidos como modernistas, desafiaram as normas artísticas acadêmicas e


buscaram uma identidade cultural brasileira mais autêntica. Entre os principais protagonistas
estavam artistas como Anita Malfatti, Tarsila do Amaral, Mário de Andrade e Oswald de Andrade.

A Semana de Arte Moderna foi recebida com críticas e resistência, mas sua influência foi duradoura.
Marcou o início do movimento modernista no Brasil, que posteriormente se expandiu e influenciou
diversas áreas da cultura brasileira, deixando um legado que perdura até os dias de hoje.

OS MOVIMENTOS ARTÍSTICOS:
Klaxon:
O Klaxon foi uma revista cultural brasileira lançada em 1922, no contexto da Semana de Arte
Moderna. Idealizada por Mário de Andrade, a revista tinha o objetivo de disseminar ideias
modernistas e promover a renovação estética e cultural no Brasil. Seu nome faz referência ao som da
buzina "klaxon", simbolizando o chamado para a modernidade. A revista abordava temas variados,
incluindo arte, literatura, música e crítica cultural.

Movimento Pau-Brasil:
O Movimento Pau-Brasil foi uma proposta estética e cultural liderada por Oswald de Andrade,
também no contexto da Semana de Arte Moderna. Lançado em 1924, o manifesto "Manifesto da
Poesia Pau-Brasil" propunha uma expressão artística que refletisse a brasilidade, mesclando
influências modernistas europeias com elementos autenticamente brasileiros. O movimento buscava
uma identidade cultural nacional, destacando as riquezas naturais e a diversidade do Brasil.

Movimento Antropofágico:
O Movimento Antropofágico, liderado por Oswald de Andrade, teve início em 1928 com o
lançamento do "Manifesto Antropófago". Inspirado na metáfora da antropofagia, ou seja, a ideia de
devorar elementos culturais estrangeiros para criar algo novo e genuinamente brasileiro, o
movimento propunha uma abordagem artística e cultural que incorporasse influências diversas. Os
antropófagos defendiam a absorção e transformação criativa de elementos estrangeiros,
adaptando-os à realidade brasileira e promovendo uma expressão cultural autêntica e independente.

ESTADO NOVO:
República Velha (1889-1930): A República Velha foi caracterizada por um domínio político das elites
agrárias, com um modelo conhecido como "Política dos Governadores" e a alternância de
presidentes estaduais. O café era a principal fonte de riqueza, e o país vivenciou a economia baseada
na monocultura.

Revolução de 1930 e Era Vargas: A insatisfação com a política da República Velha culminou na
Revolução de 1930, liderada por Getúlio Vargas. Ele assumiu o poder, encerrando a República Velha e
instaurando um governo provisório que durou até 1934. Durante esse período, Vargas consolidou seu
poder, implementou reformas trabalhistas e sociais, e manteve uma liderança centralizadora.

OS ARTISTAS:
ANITA MALFATTI
Anita Catarina Malfatti (São Paulo, São Paulo, 1889 – idem, 1964). Pintora,
desenhista, gravadora, ilustradora e professora. Uma das mais relevantes artistas
brasileiras, Anita tem papel determinante na introdução da estética modernista no país.

TARSILA DO AMARAL
Tarsila do Amaral (Capivari, São Paulo, 1886 – São Paulo, São Paulo, 1973). Pintora e
desenhista. Influenciada por vanguardas europeias, especialmente pelo cubismo, cria
um estilo próprio, explorando formas, temáticas e cores na busca por uma pintura de
caráter tipicamente brasileiro.

DI CAVALCANTI
Emiliano Augusto Cavalcanti de Albuquerque e Melo (Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1897 – 1976).
Pintor, ilustrador, caricaturista, gravador, muralista, desenhista, jornalista,
escritor e cenógrafo. Um dos expoentes da pintura brasileira, Di Cavalcanti (nome escolhido
por ele para assinar seus quadros) destaca-se por retratar figuras populares em sua busca
constante por constituir uma arte nacional.

VICENTE DO REGO MONTEIRO


Vicente do Rego Monteiro (Recife, Pernambuco, 1899 – idem, 1970). Pintor, escultor,
desenhista, ilustrador, artista gráfico e poeta. Sua diversificada atuação envolve áreas como a dança,
a poesia, a tradução, a docência e, sobretudo, a pintura, fortemente inspirada pela
cultura indígena e marcada pela simplificação formal.

JOHN GRAZ
John Louis Graz (Genebra, Suíça 1891 – São Paulo, São Paulo, 1980). Pintor,
desenhista, escultor, designer, artista gráfico, decorador. Ainda que seja mais
conhecido por ser um dos precursores do art déco no Brasil, é um dos nomes que, ao
lado de famosos modernistas, participa da Semana de 22 e revoluciona o modo de fazer
arte no país.

LASAR SEGALL
Lasar Segall (Vilnius, Lituânia, 1889 – São Paulo, São Paulo, 1957). Pintor, gravador,
escultor, desenhista. Destaca-se por passear por estilos de pintura distintos e por
retratar o universo socioeconômico de pessoas menos favorecidas.

CANDIDO PORTINARI
Candido Portinari (Brodósqui, São Paulo, 1903 – Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1962). Pintor,
gravador, ilustrador e professor. Portinari caracteriza-se como um artista que muda
suas técnicas ao longo do tempo, mas mantém como temática o homem brasileiro e as
questões sociais e históricas que o determinam.
ISMAEL NERY
Ismael Nery (Belém PA 1900 - Rio de Janeiro RJ 1934). Pintor, desenhista, poeta.
Muda-se ainda criança para o Rio de Janeiro onde, em 1917, matricula-se na Escola
Nacional de Belas Artes - Enba.

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