Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Oartigo"ProblemasdoEstudodaImprovisaçãoLivre"deMatteoCiacchidiscuteas
dificuldades associadas ao estudo da improvisação livre na música.
O termo"improvisaçãolivre"refere-seaumapráticamusicalquesurgiunadécada
de1960nosEstadosUnidosenaEuropa.Essapráticamusicalfoiinfluenciadapor
ideais estéticos, éticos e políticos. No entanto, músicos e pesquisadores muitas
vezes apresentam definições contraditórias sobre o que exatamente é a
improvisação livre.
O autor argumenta que as tentativas científicas de abordar a improvisação livre
costumam se concentrar em questões semânticas, conceituais, filosóficas e
ideológicas,oquepodedistanciaroestudodessapráticadarealidadeperformática.
Muitasvezes,asdiscussõesontológicas(oqueéaimprovisaçãolivre)obscurecem
a compreensão de como ela funciona na prática.
1. O problema ontológico: Definir o que é improvisação livre é uma tarefa
complexa,easdefiniçõesvariamdeacordocomocontexto.Aimprovisaçãolivre
é muitas vezes vista como uma prática que não gera uma obra musical
tradicional, mas há dificuldades em estabelecer uma definição precisa.
2. Oproblemaidiomático:Otermo"livre"naimprovisaçãolivrelevantaaquestão
de que exatamente essa prática é "livre" de. Alguns argumentam que a
improvisação livre é "livre de regras", enquanto outros discordam disso. Isso
gera diferentes interpretações e definições.
3. Da ontologia à morfologia: Oautorsugerequeemvezdeseconcentrarnas
questões ontológicas, os pesquisadores devem se voltar para a morfologia, ou
seja, como a improvisação livre se manifesta na prática. Deixar de lado as
considerações ideológicas e focar nos sons e nas ações dos músicos pode
fornecer uma compreensão mais clara da improvisação livre.
Em resumo, o artigo destaca as complexidades na definição e no estudo da
improvisação livre na música esugerequeaanálisemorfológicaeaconsideração
daspráticasreaisdosmúsicospodemsermaneirasmaiseficazesdeabordaresse
tópico.
Improvisação: a criação musical durante a performance e seus mecanismos
de elaboração
Iara de Melo Ramos Gomes Universidade de Brasília, UnB
No artigo Improvisação: a criação musical durante a performance e seus
mecanismos de elaboração de Iara de Melo Ramos Gomes aborda o tema da
improvisação musical, com foco na música popular, explorando diferentes
categorias de improvisação e suas formas de elaboração. O autor destaca que a
improvisação vai além de uma mera expressão musical espontânea e requer
habilidades e conhecimentoteórico-práticoavançado.Trêscategoriasprincipaisde
improvisação são discutidas: improvisação parafraseada (variação ornamental de
um tema), improvisação formulada (construção de novos materiais a partir de
fragmentos de ideias) e improvisação motívica (construção de novos materiais a
partir do desenvolvimento de um único fragmento de ideia).
Além disso, o artigo aborda a distinção entre improvisação vertical (baseada em
cadaacorde)eimprovisaçãohorizontal(baseadaemumaúnicaescalaparatodaa
progressão harmônica)ecomoessasabordagenssãousadaspormúsicosdejazz
e outros gêneros musicais. Também é destacada a importância de entender as
relações escala-acorde na improvisação.
O autor observa que os músicos frequentemente transitam entre essascategorias
de improvisação e as abordagens vertical e horizontal. O estudo das formas de
conceber a improvisação musical é visto como uma ferramenta valiosa para
análises de trechos improvisados e como material de estudo eelaboraçãocriativa
para instrumentistas.
O artigo conclui destacando a contribuição do estudo das formasdeimprovisação
paraacompreensãodaperformancemusicalesugerequeessascategoriaspodem
sercombinadascomoutrasteoriaseferramentasdeanálisemusical,comoaTeoria
das Tópicas e a Teoria Escala-Acorde, para estimular pesquisas adicionais na área.
O autor, Acácio Tadeu de Camargo Piedade, discute a música popular brasileira
instrumental, também conhecida comojazzbrasileiroou"músicainstrumental".Ele
aborda questões como imperialismo cultural, identidade nacional, globalização,
regionalismo e musicalidade. O autor destaca a falta de estudos musicológicos
sobreessegêneronoBrasil,quetendeafocarmaisnamúsicapopularcantadaem
detrimento da música instrumental.
Ele exploraainteraçãoentreamusicalidadebrasileiraeojazznorte-americanono
contextodojazzbrasileiro,chamandoessadinâmicade"fricçãodemusicalidades".
Issoimplicaemumdiálogotensoeconstanteentreelementosmusicaisbrasileirose
norte-americanos, refletindo uma contradição mais ampla na cultura brasileira em
relação à identidade e àglobalização.Oautordestacaqueessatensãoéinerente
ao jazz brasileiro e influencia a música através de tópicosmusicaispresentesnas
improvisações e composições.
O autor também destaca a importância da análise das transcrições das
improvisações, performances e do discurso nativo para entender a música
instrumentalbrasileira.Elesugerequeostópicosmusicaisdesempenhamumpapel
fundamental na compreensão da significação musical e da musicalidade desse
gênero. Esses tópicos representam posições estruturais no discurso musical e
podem ter significados culturais e históricos específicos.
Em resumo, o artigo de Acácio Tadeu de Camargo Piedade explora a complexa
interaçãoentreojazzbrasileiroeamúsicainstrumentalbrasileira,destacandocomo
a "fricção de musicalidades" é uma característica central desse gênero, refletindo
questões culturais e identitárias do Brasil.
Ele exploraainteraçãoentreamusicalidadebrasileiraeojazznorte-americanono
contextodojazzbrasileiro,chamandoessadinâmicade"fricçãodemusicalidades".
Issoimplicaemumdiálogotensoeconstanteentreelementosmusicaisbrasileirose
norte-americanos, refletindo uma contradição mais ampla na cultura brasileira em
relação à identidade e àglobalização.Oautordestacaqueessatensãoéinerente
ao jazz brasileiro e influencia a música através de tópicosmusicaispresentesnas
improvisações e composições.
O autor também destaca a importância da análise das transcrições das
improvisações, performances e do discurso nativo para entender a música
instrumentalbrasileira.Elesugerequeostópicosmusicaisdesempenhamumpapel
fundamental na compreensão da significação musical e da musicalidade desse
gênero. Esses tópicos representam posições estruturais no discurso musical e
podem ter significados culturais e históricos específicos.
Em resumo, o artigo de Acácio Tadeu de Camargo Piedade explora a complexa
interaçãoentreojazzbrasileiroeamúsicainstrumentalbrasileira,destacandocomo
a "fricção de musicalidades" é uma característica central desse gênero, refletindo
questões culturais e identitárias do Brasil.
DO PIANO SOLO AO SOLO DE PIANO: A IMPROVISAÇÃO PIANÍSTICA NO
GÊNERO DO CHORO
1.2. COMUNICAÇÃO ORAL
Iara Gomes Universidade de Brasília
Oartigo"DOPIANOSOLOAOSOLODEPIANO:AIMPROVISAÇÃOPIANÍSTICA
NOGÊNERODOCHORO"abordaaimprovisaçãopianísticanocontextodogênero
musical Choro. O Choro é um gênero popular da música brasileira que
tradicionalmenteenvolveimprovisação,eopianodesempenhaumpapelimportante
nesse contexto.
Osautores,IaraGomeseBeatrizMagalhãesCastro,exploramatrajetóriahistórica
da improvisação no Choro, desde o século XIX até suas possibilidades atuais.
Inicialmente,oChoroexecutadonopianosoloeramaiserudito,masàmedidaque
se firmava uma estética mais improvisada nos grupos regionais, o piano perdia
espaço. No entanto, o artigo destaca que nos últimos anos houve um retorno do
piano aogênero,deumaformacontemporâneaeintegradaàmúsicapopular,com
acompanhamento e solos improvisados.
Os autores discutem a improvisação no Choro, destacando sua importância e as
diferentes funções estilísticas que a improvisação assume. Eles também
mencionam a influência de pianeiros notáveis, como Chiquinha Gonzaga, Sinhô,
ZequinhadeAbreueErnestoNazareth,naevoluçãodoChoro.Alémdisso,oartigo
exploraapresençadopianoemdiversosconjuntosregionaisdeChoroaolongodo
tempo.
No final do artigo, os autores apontam para a atual diversidade de abordagens e
estilos dentro do Choro, incluindo pianistas que exploram novas influências e que
integram o piano de maneira inovadora no gênero.
Em resumo, o artigo analisa a improvisação pianística no contexto do Choro,
destacando sua evolução histórica e suas várias funções estilísticas ao longo do
tempo,bemcomoapresençadopianoemdiferentesconjuntosregionaisdeChoro.
Ele também aborda o retorno do pianoaogênerodeumaformacontemporâneae
integrada à música popular.
O estudo realizado por Marcelo Gimenes na Universidade Estadual de Campinas
(Unicamp) se concentra na análise dasestruturasverticaisnaimprovisaçãodeBill
Evans,umfamosopianistadejazz.Asestruturasverticaisreferem-seàorganização
de notas tocadas simultaneamente, desconsiderando a dimensão temporal. O
estudousatranscriçõesdegravaçõesdeBillEvansedadosdearquivosMIDIpara
identificar, categorizar e classificar essas estruturas.
OpesquisadorescolheuseistranscriçõesdegravaçõesdeBillEvanse,apartirdos
arquivos MIDI, analisou as estruturas verticais, focando nas relações intervalares
entre as notas em diferentes contextos,comomãodireita,mãoesquerdaeambas
as mãos. Eles organizaram essas estruturas em gêneros combasenonúmerode
notas contidas e identificaram as estruturas mais frequentes.
OsresultadosdoestudomostraramqueBillEvansfrequentementeusavaestruturas
verticais de duas, três equatronotas,comamaiorfrequênciasendodeestruturas
de uma única nota. As estruturas verticais foram classificadas e contadas,
fornecendo informações sobre textura, densidade e qualidade timbrística.
Em resumo, o estudo demonstra que as estruturas verticais desempenham um
papel significativo no estilo de improvisação de Bill Evans, destacando seu uso
frequente de voicings complexos e originais. Além disso, o estudo mostra como
recursoscomputacionaispodemseraplicadoscomsucessonaanálisedamúsicae
como essas análises podem fornecer informações valiosas sobre o estilo de um
músico. O autor sugere que os resultados abrem possibilidades para pesquisas
futuras, como comparar as descobertas com características semelhantes na
improvisação de outros pianistas de jazz.
XXIX Congresso da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em
Música – Pelotas - 2019
Trio Corrente e Paquito D’Rivera: a improvisação, uma prática de performance
MODALIDADE:COMUNICAÇÃO SIMPÓSIO A IMPROVISAÇÃO MUSICAL EM
SEUS MÚLTIPLOS ASPECTOS
Diogo Souza Vilas Monzo-Unirio
O estudo realizado por Diogo Souza Vilas Monzo destacou a importância da
passagem de som no processo de preparação para o concerto e estimulou a
intimidação e o entrosamento entre os músicos do Trio Corrente, que já tocavam
juntosháanos.OpesquisadorentrevistouopianistaFábioTorres,queexplicouque
a improvisação é uma atividade pessoal ecarregadadeinfluênciaseexperiências
individuais. Torres também discutiu sobre o processo de construção de um
improviso, enfatizando a importância do momento presente, do instrumento e da
acústica do local na criação do solo.
O estudo concluiu que a improvisação musical é uma ação de selecionar
características musicais em tempo real, transformando o momento presente em
resultado sonoro. Apesar de parecer aparente, a improvisação requerpreparação,
pesquisa e conhecimento dalinguagemmusicalespecífica.Osmúsicosenvolvidos
devem estar familiarizados com ritmos, melodias e progressões harmônicas, além
de possuírem habilidades criativas para transformar esses elementos em uma
performance significativa. A pesquisa ressalta a importância da interação entre os
músicos e a necessidade deequilibraraliberdadecriativacomaestruturamusical
preexistente durante a improvisação.
Eledizqueohábitodeimprovisaçãonamúsicaocidentaldeconcerto,umaprática
comum até o século XVIII, foi esquecido, especialmente entremúsicoseruditos.A
improvisação era uma parte integrante da formação musical, desenvolvendo
habilidades auditivas e interpretativas. Entretanto, ao longo do tempo, a
improvisaçãoperdeuespaçodevidoàênfasenanotaçãomusicaleàespecialização
excessiva na Era Industrial. Este artigo discute a importância da improvisação
musical na formação do pianista, especialmente no contexto do Bacharelado em
Piano. Aponta a falta de disciplinas específicas para práticas improvisadas em
formas clássicas nasuniversidadesbrasileiras.Oautordescreveaestruturaçãoda
disciplinanaUniversidadeFederaldoEstadodoRiodeJaneiro(UNIRIO),quevisa
oferecer uma formação mais abrangente aos alunos. A disciplina inclui arranjo,
transcrição, improvisação e pré-composição em diversos estilos musicais. A
metodologia varia de acordo com o perfil e interesse do aluno, e a avaliação é
contínua, culminando em apresentações públicas das produções dos alunos. O
trabalho destaca a importância de integrar práticas improvisadas nos currículos
acadêmicos para enriquecer a formação dos músicos eruditos.
OautorJulioMerlinodiscuteumaterminologiarelacionadaàimprovisaçãomusical,
especialmente no contexto do jazz. Ele argumenta que o termo “improvisação”,
emboratenhaumsignificadoamplo,éfrequentementeassociadoaogêneromusical
“jazz”.Noentanto,comosucessoglobaldojazzesuasfusõescomoutrosgêneros
musicais,aimprovisaçãotornou-seumapráticamaisamplaenãoexclusivadojazz.
Merlino propõe o termo "improvisação jazzística" para se referir à criação
espontâneadepartesmelódicasemqualquergêneromusical,nãoapenasnojazz.
Eledestacaqueaimprovisaçãonãoselimitaasolosmelódicos,mastambéminclui
acompanhamentos rítmico-harmônicos e pode variar em grau de complexidade
durante uma performance musical. Merlinotambémabordouquestõescognitivase
de memória relacionadas à improvisação jazzística, explorando como os músicos
constroem solos consistentes durante a improvisação. Ele conclui que a
improvisaçãojazzísticatranscendefronteirasmusicaiseéumapráticafundamental
em várias formas de música popular.
Em busca de um objeto de estudo baseado na improvisação
O trabalho de Ubirajara Pires, da ECA-USP, explora a prática da improvisação
musical no contexto da execução instrumental do violão. Ele propõe a criação de
umarotinadeestudosparaassimilarprocedimentoscomposicionaiseaplicá-losem
contextos de improvisação. O estudo destaca a importância da improvisação na
música, examinando sua relação com a performance e a habilidade dos músicos.
Piresabordaaevoluçãohistóricadaimprovisaçãonamúsicaocidentaledestacaa
relevância da performance e da relação do músico com seu instrumento,
especialmente na improvisação. O texto também discute conceitos como
transposiçãoeautomação,explorandoamemóriamotoraeosprocessoscognitivos
envolvidos na prática improvisada. A pesquisa de Pires propõe uma nova
abordagem para a improvisação musical, destacando a importância da prática
deliberada edodesenvolvimentodehabilidadestécnicasecomposicionaisparaos
músicos.Eletambémexploraainterconexãoentreaimprovisação,apercepçãoea
ação física, argumentando que a inteligência musical é moldadapelainteraçãodo
corpo com o mundo físico. A pesquisa de Pires tem como objetivo final criar uma
rotina de estudos que permita aos músicos assimilar e aplicar procedimentos
composicionais na improvisação, expandindo assim aspossibilidadescriativasdos
músicos no universo da execução instrumental do violão.
Referencias bibliográficas
https://seer.unirio.br/simpom/article/view/7765/6708
https://periodicos.ufes.br/abrapem/article/view/7523
https://www.anppom.com.br/revista/index.php/opus/article/view/528
https://anppom.org.br/anais/anaiscongresso_anppom_2013/2170/public/2170-6935-
1-PB.pdf
https://compmus.ime.usp.br/sbcm/2003/discussionpapers/sbcm-discussionpaper-20
03-11.pdf
https://d1wqtxts1xzle7.cloudfront.net/65893556/Trio_Corrente_e_Paquito_D_Rivera-
libre.pdf?1614892711=&response-content-disposition=inline%3B+filename%3DTrio_
Corrente_e_Paquito_DRivera_a_improv.pdf&Expires=1698033095&Signature=Dp7S
NLQzo5QBKnVHDGGfnaY79wHSiJ7BU18LaN2lJUPtnFHxH-3YGPa-aedAXBu7v4a
BrxCHBnV7Hw73es9sKr7cVAJq~MBR0hCTetfD4HZ4VZIwggDlTCs1IVas0VDDB6T
K-y0BoRF5HqaG-nexDe9ySoJS4ZbEx6oGMU5UQT2XKNuZDj2Um6NpGvX0172A-j
kvHR8RDzZRaXwzv--9OMhsrcpYOUlQlTvxjRvAS6qHm6OgdhLdV0F3b68nJCTKYP
3-We4fCNy6L9stORiTYBWVT~4PIm1ITlH7aPGWbB1JH2KGV-KslDnW~h7mqMVB
E6wmz65wQHHbBxg0ocCfmQ__&Key-Pair-Id=APKAJLOHF5GGSLRBV4ZA
https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BRJD/article/view/4892/4503
https://anppom.org.br/anais/anaiscongresso_anppom_2022/papers/1271/public/127
1-5731-1-PB.pdf
https://seer.unirio.br/simpom/article/view/5723/5172
https://www.cglib.org/wp-content/uploads/cglib.org/Musicology/Searching%20for%20
an%20object%20of%20study%20based%20on%20improvisation.pdf