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1919 - 1969
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte do conteúdo deste livro poderá ser
utilizada ou reproduzida em qualquer meio ou forma, seja ele impresso, digital, áudio
ou visual sem a expressa autorização por escrito da Raízes da América sob penas
criminais e ações civis.
ISBN: 978-85-69401-20-9
CIÊNCIAS REVOLUCIONÁRIAS
Rua Larival Gea Sanches, 150 A. Cep: 02409-000. São Paulo – SP.
Telefone: 55-11-9-8379-6236
Conselho Editorial:
João Rafael Chío Serra Carvalho: Mestre em História Social pela USP,
Doutorando em História Social da Cultura pela UFMG;
Apoena Canuto Cosenza: Mestre em História Econômica pela USP, Doutor
em História Econômica também pela USP;
Lucas Henrique Zubelli Del Giudice: Bacharel em Serviço Social pela UFF.
Klaus Scarmeloto: Bacharel em Direito pela USJT.
Apresentação
Por Apena Canuto Cosenza
Apresentação
Extraído do Processo-verbal
Estenografado do Congresso
| Obras Escolhidas | Ho Chi Minh | 25 |
Indochina
A União Intercolonial
extrato do “Processo da Colonização Francesa’’,
escrito por Nguyen Ai Quoc, por volta de 1921-1925.
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4. Preconceitos
A mútua ignorância dos dois proletariados resulta em preconcei-
tos. Os trabalhadores franceses veem os nativos como humanos inferi-
ores e insignificantes, incapazes de entender e muito menos de agir. Os
nativos consideram todos os trabalhadores franceses como exploradores
perversos. O imperialismo e o capitalismo não hesitam em tirar vanta-
gem dessa desconfiança mútua e dessa hierarquia racial artificial para
frustrarem a propaganda e dividirem as forças que deveriam se unir.
5. Ferocidade de repressão
| Obras Escolhidas | Ho Chi Minh | 31 |
Os colonizadores franceses podem não ter a habilidade de am-
pliar seus recursos coloniais, mas são mestres na arte da repressão selva-
gem e na sustentação de uma lealdade feita para quem os serve. Os Gan-
dhis e os De Valeras teriam ido para o paraíso há muito tempo se tives-
sem nascido em uma das colônias francesas. Cercado por todos os refi-
namentos de cortes marciais e tribunais especiais, um militante nativo
não pode educar seus irmãos oprimidos e ignorantes sem correr o risco
de cair nas garras de seus civilizadores.
Frente a tais dificuldades, o que o Partido deve fazer?
Intensificar a propaganda para superá-las.
Publicado No L'Humanite,
Em 25 De Maio De 1922
|32 |Obras Escolhidas| Ho Chi Minh |
| Obras Escolhidas | Ho Chi Minh | 33 |
Doze recomendações
Seis proibições
1. Não danificar de maneira alguma a terra e as plantações ou as
casas e bens das pessoas;
2. Não insistir em comprar ou tomar emprestado o que as pes-
soas não desejam vender ou emprestar;
3. Não levar galinhas vivas para casas das pessoas nas montanhas;
4. Nunca faltar com a palavra;
5. Não ofender a fé e os costumes das pessoas (como mentir ante
ao altar, levantar os pés mais alto que o coração, tocar música em casa);
6. Não fazer ou falar coisas que façam as pessoas pensarem que
as desprezamos.
Seis permissões
1. Ajudar as pessoas em suas tarefas diárias (colher, juntar lenha,
carregar água, costurar, etc.);
2. Sempre que possível comprar mercadorias para aqueles que
vivem longe dos mercados (facas, sal, agulhas, fios, canetas, papel, etc.);
3. Nas horas livres, contar pequenas estórias divertidas e simples
úteis à resistência, mas não revelar segredos;
4. Ensinar à população a escrita nacional e a higiene básica;
5. Estudar os costumes de cada região para se familiarizar com
eles, de forma a criar uma atmosfera de simpatia no início e então expli-
car às pessoas gradualmente que diminuam suas superstições;
6. Mostrar às pessoas que você é correto, diligente e disciplinado.
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Um poema estimulante
As doze recomendações acima expressas
São do alcance de todos.
Os que amam seu país
Nunca as esquecerão.
Quando as pessoas têm um hábito,
São todas como uma só,
Com bons combatentes e boas pessoas
Tudo será recompensado com o sucesso.
Apenas quando tem uma raiz firme pode uma árvore viver muito
E a vitória é construída com as pessoas como seu alicerce.
Publicado No L'Humanite,
25 De Maio De 1922
| Obras Escolhidas | Ho Chi Minh | 35 |
Igualdade!
Publicado No L'Humanite,
Em 1º De Junho De 1922.
| Obras Escolhidas | Ho Chi Minh | 39 |
Ódio Racial
Publicado No Le Paria,
Em 1º De Julho De 1922
| Obras Escolhidas | Ho Chi Minh | 41 |
Os Civilizadores
Publicado No Le Paria,
Em 1º De Julho De 1922
| Obras Escolhidas | Ho Chi Minh | 43 |
Publicado No Le Paria,
Em Agosto De 1922
| Obras Escolhidas | Ho Chi Minh | 45 |
Publicado No La Paria,
Em 1º De Agosto De 1922
| Obras Escolhidas | Ho Chi Minh | 47 |
Civilização Assassina!
A Resistência Antifrancesa
Publicado No Le Paria,
Em 1º De Agosto De 1922
Extrato De Um Artigo
De Nguyen Ai Quoc,
Escritos Nos Anos De 1921-1926.
2PS: Embora a vida de um anamita não valha um centavo, por um arranhão no braço
o senhor inspetor geral Reinhardt recebeu 120 mil francos como compensação. Igual-
dade! Amada igualdade!
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Zoológico
Publicado no Le Paria
Em 1º de fevereiro de 1923
| Obras Escolhidas | Ho Chi Minh | 51 |
Greve Antimilitarista
Para quebrar a organização que os trabalhadores recentemente
conseguiram, a gerência da Shuikaoshun Mines (China) chamou pelos
soldados do General Chao. Imediatamente após sua chegada, os mes-
mos começaram a ocupar o sindicato dos trabalhadores. Para protestar
contra este ato da tropa, três mil mineiros espontaneamente entraram
em greve. Eles cercaram os soldados e tentaram desarmá-los. Os solda-
dos atiraram contra eles, ferindo diversos grevistas. A coisa foi além do
que era desejado pela gerência, que então passou a pregar pela lei e pela
ordem. Mas os mineiros responderam que retomariam os seus trabalhos
apenas quando as compensações fossem garantidas para as vítimas, e
suas demandas – compostas por nove cláusulas – fosse aceita.
Publicado No Pravda,
Em 27 De Janeiro De 1924
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METRÓPOLES COLÔNIAS
PAÍSES Superfície Superfície
População População
(km²) (km²)
Grã-Bretanha 151.000 45.500.000 34.910.000 403.600.00
França 536.000 39.000.000 10.250.000 55.600.000
100.000.00
EUA 9.420.000 1.850.000 12.000.000
0
Espanha 504.500 20.700.000 371.600 853.000
Itália 286.600 38.500.000 1.460.000 1.623.000
Japão 418.000 57.070.000 288.000 21.249.000
Bélgica 29.500 7.642.000 2.400.000 8.500.000
Portugal 92.200 5.545.000 2.062.000 8.738.000
Holanda 83.000 6.700.000 2.046.000 48.030.000
Algumas estatísticas
De 1889 até 1919, 2 mil e 600 negros foram linchados, incluindo
51 mulheres e meninas e dez ex-soldados da Grande Guerra.
Entre os 78 negros que foram linchados em 1919, 11 foram quei-
mados vivos, três queimados após serem mortos, 31 baleados, três tor-
turados até a morte, um mutilado, um afogado, e 11 sentenciados à
morte por vários meios.
A Georgia lidera a lista, com 22 vítimas, Mississipi vem logo em
seguida, com 12. Ambos também têm na lista 3 soldados linchados. Dos
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11 queimados vivos, o primeiro Estado tem 4 e o segundo, 2. Dos 34
casos de linchamentos sistemáticos, premeditados e organizados, ainda
é a Georgia que mantém o primeiro lugar com cinco. Mississipi vem
logo em seguida, com 3.
Entre as acusações levadas contra as vítimas de 1919, notamos:
1. Uma de ter sido membro da Liga dos não-Partisans (agricultores in-
dependentes); 2. Expressar muito livremente sua opinião sobre os lin-
chamentos; 3. Ter distribuído publicações revolucionárias; 4. Ter criti-
cado os confrontos entre brancos e negros em Chicago; 5. Ser conhecido
como líder da causa dos negros; 6. Não ter saído da rua e, portanto, ter
assustado uma criança branca que estava em um carro.
Em 1920, houve 50 linchamentos e em 1923, 28.
Estes crimes foram todos motivados pela cobiça econômica. Ou
os negros nos lugares eram mais prósperos que os brancos, ou os traba-
lhadores negros não se deixariam ser explorados completamente. De
qualquer forma, nunca acontecia nada aos principais culpados, pelo sim-
ples motivo de que eram sempre incitados, encorajados, estimulados e
depois protegidos pelos políticos, financistas e autoridades e, acima
tudo, pela imprensa reacionária.
Quando ia ocorrer ou tinha ocorrido um linchamento, a im-
prensa aproveitava aquilo como uma boa chance de aumentar as vendas.
O caso seria relatado com grande riqueza de detalhes. Sem a me-
nor condenação dos criminosos. Nenhuma palavra de piedade pelas ví-
timas. Nenhum comentário.
O New Orlean States de 28 de junho de 1919, publicou uma man-
chete na capa em letras grandes: “Hoje um negro será queimado por 3
mil cidadãos”. E imediatamente abaixo, em letras muito pequenas: “Sob
uma grande escolta, o Kaiser pegou o avião com o príncipe herdeiro”.
O Jackson Daily News do mesmo dia, publicou entre as duas pri-
meiras colunas de sua capa em letras grandes: “Negro J.H. a ser quei-
mado por multidão em Ellistown esta tarde, 5 p.m.”. O jornal apenas se
recusou a acrescentar “toda a população está encarecidamente convi-
dada a comparecer”. Mas o espírito disso está lá.
Alguns detalhes
“Esta tarde às 7:40 da noite, J.H. foi torturado com uma barra
de ferro em brasa vermelha, e depois queimado... Uma multidão de mais
de 2 mil pessoas, muitas sendo mulheres e crianças, estavam presentes
no ocorrido... Após o negro ser amarrado por trás, se acendeu o fogo.
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Um pouco mais longe dali outro incidente com uma barra de ferro ocor-
ria. Quando a barra ficava vermelha, um homem pegava e a aplicava no
corpo do negro. O segundo, aterrorizado, pegava a barra com suas mãos
e enchia o ar com o odor de pele queimada. Com a barra de ferro quente
aplicada em várias partes de seu corpo, seus gritos e choros podiam ser
ouvidos de muito longe. Após vários minutos de tortura, homens mas-
carados despejaram gasolina nele e ateavam fogo em uma estaca. As cha-
mas subiam e cobriam o negro que implorava que o matassem. Suas
implorações provocaram gritos de escárnio”. (Chatanooga Time, 13 de feve-
reiro de 1918)
“15 mil pessoas, homens, mulheres e crianças, aplaudiram
quando gasolina foi derramada sobre o negro e o fogo ateado. Eles lu-
taram, gritaram e se empurraram para chegarem mais perto do negro...
Dois deles cortaram suas orelhas enquanto o fogo começava a queimá-
lo. Outro tentou cortar seus pés. A multidão surgiu e mudou de lugar
para que todos pudessem ver o negro queimar. Quando sua pele estava
inteiramente queimada, os ossos desnudados e o que tinha sido um ser
humano agora era um farrapo deformado e queimado, todos ainda esta-
vam lá observando”. (Memphis Press, 22 de maio de 1917)
“Homens de todas as classes sociais, mulheres e crianças estavam
presentes no cenário. Muitas mulheres da classe alta seguiram a multidão
de fora da prisão, outros se juntaram a ela de pátios vizinhos. Quando o
cadáver do negro caiu, os pedaços de corda foram calorosamente dispu-
tados”. (Vicheburg Evening Post, 4 de maio de 1919)
“Alguém cortou suas orelhas e outro removeu seu órgão sexual.
Ele tentou se agarrar à corda, seus dedos foram decepados. Enquanto
estava sendo içado à uma árvore, um homem enorme esfaqueou seu
pescoço; ele recebeu ao menos 25 golpes. (...) Ele foi içado várias vezes
e em seguida puxado para dentro de um fogareiro. Finalmente um ho-
mem o amarrou em um cavalo que arrastou o cavalo pelas ruas de Waco.
A árvore que havia ocorrido o enforcamento, estava bem debaixo de
uma janela da casa do prefeito. Enquanto a multidão agia, o prefeito
assistia. Por todo o caminho, todos tomavam parte no mutilamento do
negro. Alguns o feriam com pás, picaretas, tijolos, pedaços de pau. O
corpo ficou com marcas da cabeça aos pés. Um grito de alegria escapou
de milhares de gargantas quando atearam fogo no cadáver. Algum tempo
depois, o corpo foi jogado para o ar, para que todos o olhassem, o que
gerou grandes aplausos”. (Crisis, julho de 1916)
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Vítimas brancas dos linchamentos
Não são apenas os negros, mas também os brancos que ousam
defendê-los, como a Sra. Harriet Beecher Stowe – autora da Cabana do
Pai Tomás – que sofrem com isso. Elijah Lovejoy foi assassinado, John
Brown enforcado. Thomas Beach e Stephen Foster foram perseguidos,
atacados e presos. Aqui o que Foster escreveu na prisão: “quando eu
olho para meus membros danificados, eu penso que, para me manter
aqui, a prisão não será mais necessária por muito tempo. Nestes últimos
15 meses, abriram as grades para mim quatro vezes e por 24 vezes meus
compatriotas me expulsaram de suas igrejas, duas vezes me jogaram do
segundo andar de suas casas, causaram danos em meus rins; em outra
vez tentaram me marcar a ferro; outra vez 100 mil pessoas tentaram me
linchar, e deram 20 socos em minha cabeça, braços e pescoço”.
Em 30 anos, 708 brancos, incluindo 11 mulheres foram lincha-
dos. Alguns por terem organizado greves, outros por defenderem a
causa dos negros. Entre a coleção de crimes da “civilização” norte-ame-
ricana”, certamente o linchamento tem um lugar especial.
publicado no
La Correspondence Internationale, nº59, 1924
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Publicado Na Revista
Soviética Krasnui, Nº 2, 1925
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Carta ao
Partido Comunista da Indochina
Queridos camaradas!
Carta do Estrangeiro
Respeitáveis anciãos!
Personalidades patrióticas!
Caros compatriotas!
Caros compatriotas!
Combatentes da Revolução!
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A hora soou! Levantai bem alto o estandarte de insurreição, di-
rigir nosso povo para derrubar os franceses e os japoneses! O apelo sa-
grado da pátria ecoa em vossos ouvidos: o sangue ardente dos nossos
antepassados heroicos ferve em vossos corações! O heroísmo de nosso
povo explode sob os vossos olhos! Unamo-nos, realizemos a unidade de
ação para derrubar os franceses e os japoneses!
Nguyen Ai Quoc
Correspondência De
6 De Julho De 1941
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Caros anciãos!
Discurso pronunciado em
26 de setembro de 1945
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Caros amigos, nosso país viveu sob jugo dos colonialistas france-
ses durante mais de 80 anos e sob o dos fascistas japoneses durante quase
cinco anos.
Nosso povo sofreu fome e miséria difíceis de descrever. Só esta
lembrança faz despedaçar nosso coração. A união de todo povo e a sábia
direção do nosso governo permitiram-nos quebrar nossas cadeias e recon-
quistar a nossa liberdade e a nossa independência. Sem o povo, não há
forças, sem o governo, não há direção; povo e governo devem então for-
mar um bloco monolítico. Nós edificamos a República Democrática do
Vietnã. Mas, a independência não teria sentido se o povo não conhecesse
nem a felicidade, nem liberdade.
O governo se comprometeu a fazer tudo para que cada um tivesse
seu quinhão de felicidade. A reconstrução exigira tempo, não se fará em
um mês, nem em um ano, mas desde os primeiros passos, devemos enve-
redar pela via correta. Lembremo-nos que do escalão nacional ao escalão
comunal, os órgãos do governo estão a serviço do povo ou: eles devem
servir o povo ocupando-se do interesse público e não o esmagar como
era então sob os domínios francês e japonês. Para servir o povo, nós de
tudo faremos para o realizar. O que prejudicar os seus interesses nós de
tudo faremos para evitar. Amemos o povo se quisermos que o povo nos
ame e nos respeite. Eu não desconheço que muitos de entre vós aplicam
fielmente a política do governo e souberam ganhar a confiança do povo.
Outros, todavia, cometeram falhas muito graves, cujas principais são:
1. Violação da Legalidade: os traidores, contra quem foram levan-
tadas acusações formais, devem ser punidos, isto é evidente e ninguém
terá a coragem de contradizer. Mas, acontece que, por vingança pessoal,
se procede prisões e confiscações de bens que provocam descontenta-
mento da população.
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Compatriotas!
Contra o Analfabetismo
Cidadãos vietnamitas!
Vietnamitas!
Nós venceremos!
Pronunciado em
20 de dezembro de 1946
| Obras Escolhidas | Ho Chi Minh | 109 |
Nós não fazemos mais do que defender o nosso país, nós luta-
mos apenas pela unidade e pela independência da nossa pátria os ultra-
colonialistas reacionária francesa pelo contrário propõe-se reconquistar
o nosso país, subjugar de novo nosso povo. A razão está do nosso lado.
A justiça vencerá.
Cidadãos! Combatentes!
Aniversário da fundação do
Exército de Libertação do Vietnã
Pronunciamento feito em
22 de dezembro de 1947
| Obras Escolhidas | Ho Chi Minh | 119 |
Ao Congresso Nacional
das Milícias Populares
Pronunciamento de
15 de abril de 1948
| Obras Escolhidas | Ho Chi Minh | 121 |
Caros camaradas!
Lamento que as minhas tarefas me impeçam de assistir vossa
conferência que se inicia hoje. Envio-vos os meus desejos de boa saúde
e os meus votos de bom sucesso. Julgo dever recordar-vos nesta ocasião
certo número de experiências. Se a Frente Viet Minh conseguiu alcançar
sucessos é porque sua política é justa.
A) Desde o princípio, sua política interna visava unir todos o
povo com vista a independência da pátria. Para atingir este objetivo de-
cidiu resolutamente combater, ao mesmo tempo, os japoneses e os fran-
ceses. No momento em que éramos mais do que um pequeno número
sem nada nas mãos, em que os japoneses e os franceses aliavam para
tentar asfixiar o movimento patriótico, esta decisão foi considerada por
alguns, uma ingenuidade. Contudo, os resultados provaram o contrário.
B) A política externa do viet minh foi a de se colocar ao lado do
campo democrático. Isto poderia parecer loucura pura e simples no mo-
mento em que os fascistas alemães, italianos e japoneses eram poderosos
em que os países democráticos sofriam derrotas atrás de derrotas. Não
obstante, o viet minh vaticinava que os aliados do campo democrático
acabariam infalivelmente por triunfar. Os resultados comprovaram a jus-
teza da política do viet minh.
C) Enquanto os colonialistas franceses colaboravam estreita-
mente com os fascistas japoneses, o viet minh previu que se trairiam
mutuamente um dia, que os japoneses seriam os primeiros a voltarem-
se contra os franceses. Por consequência, preparou um plano de ação
para aproveitar a ocasião favorável que ia se apresentar. Os resultados
mostraram a justeza destas perspectivas.
D) Desde o princípio que viet minh estava certo de reconquistar
a independência nacional. Decidiu também criar a zona livre, não só para
fazer dela uma base de resistência, mas também para ter um lugar seguro
|122 |Obras Escolhidas| Ho Chi Minh |
pronunciamento de
11 de junho de 1948
| Obras Escolhidas | Ho Chi Minh | 125 |
Correspondência de
18 de janeiro de 1949
|128 |Obras Escolhidas| Ho Chi Minh |
| Obras Escolhidas | Ho Chi Minh | 129 |
Caros, compatriotas!
•••
Mal nosso país acabara de conquistar a independência, os colo-
nialistas franceses declaravam hostilidades. Com forças consideráveis
em homens, um comando qualificado e armas modernas, queriam con-
duzir a uma guerra relâmpago e obter uma rápida vitória.
| Obras Escolhidas | Ho Chi Minh | 137 |
Pronunciamento Realizado Em
2 De Setembro De 1950
|140 |Obras Escolhidas| Ho Chi Minh |
| Obras Escolhidas | Ho Chi Minh | 141 |
V. O Período 1939-1945
As mudanças consideráveis sobrevindas no país e no mundo du-
rante este período não datam de mais de 10 anos. Muitos dentre nós
fomos testemunhas e numerosos são os que se lembram disso. Aqui,
limito-me a recordar os principais acontecimentos.
a. No mundo
Em 1939, estourou a Segunda Guerra Mundial. No começo, foi
uma guerra imperialista: os imperialistas fascistas alemães, italianos, ja-
poneses batiam-se contra os imperialistas ingleses, franceses e norte-
americanos.
Em junho de 1941, os fascistas alemães atacaram a União Sovi-
ética, que obrigada a defender-se, devia aliar-se com a Inglaterra e os
Estados Unidos contra o campo fascista. Desde então, a guerra tornava-
se uma guerra entre o campo democrático e o campo fascista.
Graças às forças imponentes do Exército Vermelho e do povo
soviético e à justa estratégia do camarada Stalin, a Alemanha foi derro-
tada em maio de 1945 e o Japão capitulou no mês de agosto do mesmo
ano. O campo democrático alcançava uma vitória total. Nessa vitória, a
maior parte – tanto nos aspectos militares e políticos, como no aspecto
moral – cabia à União Soviética. Foi graças à vitória da URSS que os
países da Europa Oriental – há pouco bases ou territórios da Alemanha
fascista – se tornaram países de Nova Democracia.
Foi graças à vitória da União Soviética que o movimento de li-
bertação nacional cresce cada vez mais nos países coloniais.
Os Estados Unidos ganharam do ponto de vista financeiro. En-
quanto que os outros países lançavam todas suas forças na guerra e eram
arrasados por esta, os EUA aproveitaram para amontoar somas fabulo-
sas.
Depois da guerra, os fascistas alemães, italianos e japoneses es-
tavam derrotados. Os impérios francês e inglês caíram em decadência A
| Obras Escolhidas | Ho Chi Minh | 145 |
b. Em nosso país
Depois da exploração da Segunda Guerra Mundial, o Comitê
Central do Partido, reunido em novembro de 1939, definiu a política do
Partido: criação da Frente Nacional Única contra os colonialistas fran-
ceses e contra a guerra imperialista, preparação da insurreição. Não se
avançava na palavra de ordem “confisco e distribuição das terras dos
latifundiários aos camponeses” para poder unir os latifundiários à Frente
Nacional.
Como os franceses capitularam perante os fascistas alemães, fo-
ram suplantados pelos japoneses na Indochina, que se serviram deles
para reprimir a revolução na nossa pátria.
Três sublevações populares demarcaram este período: as de Bac
Son, do Nam Ky e Do Luong.
Em maio de 1941, reuniu-se o 8º Plenário do Comitê Central.
Importava, em primeiro lugar, considerar a revolução no Vietnã como
sendo, no imediato, uma revolução de libertação nacional e criar a Liga
para a Independência Nacional (Frente Viet Minh). As principais pala-
vras de ordem eram: “unir todo o povo”, “resistir aos japoneses e aos
franceses”, “reconquistar a independência”, “adiar a revolução agrária”.
Liga para a independência do Vietnã, era um nome muito claro,
realista e conforme às aspirações de todo o povo. Além disso, o pro-
grama simples, realista e completo da Frente só compreendia dez pon-
tos, assim como o recorda a canção de propaganda: “O programa com-
posto por dez pontos: No interesse do país, e no interesse do povo”.
Entre os dez pontos, uns aplicavam-se a todo povo, outros diziam res-
peito à luta pelos interesses dos operários, dos camponeses e das outras
camadas sociais.
É isto que explica o caloroso acolhimento reservado ao Viet
Minh por todo o povo. E, graças aos esforços desenvolvidos pelos qua-
dros para se manterem em estreito contato com o povo, o Viet Minh
teve um desenvolvimento rápido e vigoroso. Este resultou de um
enorme impulso do Partido. Este ajudou os jovens intelectuais progres-
sistas a criar o Partido Democrático Vietnamita, para unir os jovens in-
|146 |Obras Escolhidas| Ho Chi Minh |
b. As novas tarefas
Os camaradas do Comitê Central vão se debruçar sobre questões
importantes como o programa, os estatutos, a situação militar, o poder
popular, a Frente Nacional Única, a economia, etc. O presente relatório
limita-se a sublinhar as tarefas principais entre as novas tarefas:
1. Conduzir a resistência à vitória total;
2. Organizar o Partido dos Trabalhadores do Vietnã;
a) Devemos nos empenhar no desenvolvimento das forças do
exército e do povo a fim de vencer ainda, de vencer sempre, e de avançar
para a contra-ofensiva geral.
Esta tarefa visa realizar os seguintes pontos principais:
– Na edificação e no desenvolvimento do exército, devemos nos
empenhar em acelerar a organização e em reforçar o trabalho político e
militar no nosso exército.
É preciso elevar a consciência política, aperfeiçoar a tática e a
técnica, reforçar a disciplina consciente e voluntária no nosso exército,
proceder de forma a que este se torne um verdadeiro exército do povo.
Ao mesmo tempo, é preciso desenvolver e consolidar as milícias
populares da guerrilha nos aspectos de organização, instrução, comando
e capacidade combativas.
Devemos proceder de forma que estas forças se tornem vastas e
sólidas armadilhas de aço armadas por todo o lado e nas quais o inimigo
cairá em todo o lado que se apresente.
– Desenvolver o patriotismo. O povo está animado com um ar-
dente patriotismo. É uma das nossas mais nobres tradições. Desde tem-
pos mais remotos, sempre que a Pátria era invadida, esta fé tornou-se
um vasto poderoso tsunami que, vencendo riscos e dificuldades, engoliu
traidores e agressores.
A nossa história conheceu muitos períodos de grandiosa resis-
tência que são testemunho do patriotismo do nosso povo. Nós temos o
direito de nos orgulhar das páginas gloriosas escritas pelas nossas heroí-
nas Trung, Trieu e pelos nossos heróis Tran Hung Dao, Le Loi, Quang
|158 |Obras Escolhidas| Ho Chi Minh |
documento do II Congresso
do Partido dos Trabalhadores do Vietnã
| Obras Escolhidas | Ho Chi Minh | 163 |
Pronunciamento Realizado no
Congresso em Março de 1951
| Obras Escolhidas | Ho Chi Minh | 165 |
Caros amigos!
10. Raymonde Dien era uma patriota francesa e foi membro do Partido Comunista
Francês. Em 13 de fevereiro de 1950, deitou em uma ferrovia para impedir a circulação
de um trem que transportava armamentos e tanques para os colonialistas franceses
para combater o povo vietnamita na Indochina. Ela foi condenada por um tribunal
reacionário francês a um ano de prisão, mas devido à pressão da opinião pública e da
luta travada pelas massas, o governo francês foi obrigado a libertá-la a novembro de
1950, antes de sua sentença expirar.
| Obras Escolhidas | Ho Chi Minh | 171 |
Publicado No
Review For A Lasting Peace,
For A People’s Democracy
Em 4 De Abril De 1952
Sob O Pseudônimo Din
| Obras Escolhidas | Ho Chi Minh | 179 |
Camaradas!
I. Fazer economia
Em primeiro lugar coloquemos algumas questões:
A. O que é a Corrupção?
– Do lado dos quadros, a corrupção consiste em: Apoderar-se
do bem público para fazer dele bem privado, esmagar o povo com im-
postos, roubar o dinheiro do exército, faturar para além das despesas
efetivas. Apropriar-se dos bens públicos e dos do Estado para fazer deles
bens particulares da sua localidade, da sua unidade, é também prevaricar.
– Do lado da população, a corrupção consiste em: roubar os
bens do povo, fazer falsas declarações coletivas.
B. O que é Desperdício?
O desperdício apresenta-se sob diversas formas:
1. Desperdício da mão de obra: por causa de um insuficiente sen-
tido das responsabilidades, de uma organização defeituosa e de uma má
distribuição das tarefas, empregam-se muitas pessoas em um trabalho que
necessita de poucas.
Este erro nota-se no exército, nos serviços públicos, nas empresas.
Assim, por exemplo, na reparação de estradas e pontes e nos transportes
militares, desperdiçou-se muita mão de obra voluntária.
2. Desperdício de tempo: arrasta-se durante dias inteiros um tra-
balho que normalmente, não demoraria mais do que um dia ou um meio
dia. Por exemplo: uma reunião dura de 3 a 5 dias ao invés de 1 porque o
responsável da organização não preparou bem o programa e porque os
participantes não se prepararam suficientemente para a reunião.
3. Desperdício do Tesouro Público: existem numerosas formas,
eis alguns exemplos: os serviços públicos desperdiçam material; as em-
presas usam mais máquinas e material que aquele que lhes faz falta; o
serviço de transportes não assegura tão escrupulosamente como deveria
a conservação dos veículos e a economia das carburantes e dos lubrifi-
cantes; o serviço de armazenagem do paddy, por falta de precaução na
construção dos armazéns, os guardas dos armazéns, por falta de sentido
dos das responsabilidades, deixaram apodrecer o paddy, logo houve uma
perda considerável; o comercio do Estado, por erros de cálculo, por ca-
rência, deixa as mercadorias perderem-se, o que resulta prejuízo; a banca
do Estado não sabe utilizar convenientemente os seus fundos em di-
nheiro líquido, e não os põe à serviço do desenvolvimento da produção.;
os organismos econômicos elaboram planos, pouco realistas, não adap-
tados à situação, do que resultam perdas para a revolução; o povo deixa
terras incultas, queima boletins de voto, hipoteca búfalos e vende os ar-
rozais para casamentos e enterros, etc.
|184 |Obras Escolhidas| Ho Chi Minh |
Relatório apresentado à
III Sessão da Assembleia Nacional
17 de dezembro de 1953
Senhores deputados!
Senhores deputados!
A Situação Do País
A. Do lado do inimigo
Situação militar: as forças do inimigo foram serialmente atingidas
(perda de 320 mil homens em meados de novembro de 1953). A penúria
dos efetivos europeus e africanos faz-se sentir cada vez mais. Na frente
principal, o inimigo é forçado a uma posição cada vez mais passiva. Re-
centemente, conquistou posições na região libertada da 3º interzona,
mas, no essencial, está condenado a passividade. Todavia, suas forças
são muito poderosas. Não devemos subestimá-las.
Situação política: as contradições são, cada vez mais, agudas en-
tre imperialistas americanos e imperialistas franceses, entre imperialistas
francês e fantoches, entre fantoches pró-franceses e pró-americanos.
Nas regiões provisoriamente ocupadas sua política de intimidação
de exploração encontra pela frente a oposição resoluta de nosso povo.
Na França, o movimento antibelicista intensifica-se cada vez mais.
Situação econômica e financeira: A guerra impôs ao inimigo des-
pesas crescentes (3 trilhões de francos desde 1946 até nossos dias).
Contudo, consegue ainda apropriar-se do caucho e da hulha, ex-
portar certa quantidade de arroz pilhando as regiões provisoriamente
ocupadas. Além disso, se beneficia da “ajuda” americana.
Por outro lado, esforça-se para destruir nossa produção e nossas
vias de comunicação na zona libertada, nas bases e nas regiões de guerrilha.
Situação cultural e social: Nas regiões provisoriamente ocupadas,
o inimigo se esforça para propagar uma cultura corrupta e costumes de
gangster para intoxicar moralmente o povo, sobretudo nossa juventude;
serve-se também da religião para procurar dividir-nos. O teu desígnio é
“lançar vietnamitas contra vietnamitas, manter a guerra com a guerra”.
•••
Atualmente, que faz o inimigo, e que pensa fazer?
Os imperialistas americanos intensificam sua intervenção na
guerra do Vietnã, no Camboja e no Laos, financiam e armam ainda mais
os imperialistas franceses e seus fantoches. Eles compram os fantoches e
aceleram a organização das forças de reserva. Obrigam os imperialistas
franceses a fazer concessões aos fantoches, o que acaba por ser o mesmo
que fazer concessões a si próprios. Ao projetar e suplantar, por etapas, os
| Obras Escolhidas | Ho Chi Minh | 201 |
B. Do nosso lado
Situação militar: desde o outono/inverno de 1950 que alcança-
mos grandes sucessos em sete campanhas e mantivemos a iniciativa das
operações na frente principal. Libertamos a maior parte da vasta região
do Noroeste. O movimento de guerrilha cresce por todo o lado. Os cur-
sos de retificação ideológica e de formação militar no exército obtiveram
bons resultados. O nosso exército desenvolveu-se rapidamente em efe-
tividade e qualidade. Numerosas unidades do exército permanente, tro-
pas regionais e formações de guerrilheiros cumpriram notáveis feitos.
Situação política: os cursos de retificação ideológica para os mi-
litantes do partido e os quadros não membros do partido tiveram bons
resultados (mais de 15 mil quadros dos serviços do governo até ao esca-
lão comunal se beneficiaram deles). A frente de Unidade Nacional (Lien
Viet) reforçou-se e alargou-se. A aliança Vietnã-Camboja-Laos se torna
cada vez mais estreita. A atividade diplomática do nosso governo e do
|202 |Obras Escolhidas| Ho Chi Minh |
A Reforma Agrária
Limitando-se a expor de maneira sucinta alguns aspectos princi-
pais deste problema:
Significado da reforma agrária: A nossa revolução é uma revolução
nacional democrática popular contra o imperialismo agressor e contra o
feudalismo, seu ponto de apoio.
A nossa palavra de ordem na resistência é: “tudo pela Frente,
tudo pela vitória”. Ao desenvolver-se, a resistência pede, cada vez mais,
forças humanas e contribuições materiais. Os camponeses forneceram
| Obras Escolhidas | Ho Chi Minh | 203 |
Documento de
1º de dezembro de 1953
|208 |Obras Escolhidas| Ho Chi Minh |
Relatório a VI Conferência
do Comitê Central do Partido
dos Trabalhadores do Vietnã
I. Nova Situação
1. Situação do mundo
Tal como a União Soviética, a China e os países de democracia
popular desenvolvem-se, consolidam-se e progridem em todos os domí-
nios, o movimento mundial da paz e da democracia cresce cada vez mais.
Como consequência da sábia e da justa política externa da URSS, os im-
perialistas e, em primeiro lugar, os imperialistas norte-americanos, vi-
ram-se obrigados a participar das conferências de Berlim e de Genebra.
O simples fato de se reunirem nestas duas conferências já foi uma vitória
para o nosso campo e uma derrota para o campo imperialista. No campo
imperialista, com os EUA à cabeça, as contradições se aprofundam e
aumentam cada vez mais. Eis alguns exemplos:
Contradições entre ingleses e americanos: traduzem-se pelo con-
flito de interesses que divide os Estados Unidos e a Grã-Bretanha no
|210 |Obras Escolhidas| Ho Chi Minh |
2. Situação no país
O Vietnã, o Camboja e o Laos estão unidos e sua resistência in-
tensifica-se cada vez mais. As nossas forças de guerrilha no Sul, no Cen-
tro e no Norte, além de serem sólidas, tomam cada vez mais um ímpeto
mais poderoso. Desde a Campanha da fronteira à de Hoa Binh e do
Noroeste, etc., nosso exército regular conquistou vitórias sobre vitórias.
Estas vitórias, às quais se somou à de Dien Bien Phu, causaram mudança
considerável na situação do país. Fizemos fracassar o plano Navarre e,
por isso, derrubamos o gabinete Laniel-Bidault e forçámos o corpo ex-
pedicionário francês a reduzir suas zonas de ocupação.
As nossas vitórias se devem à justa política do nosso Partido e
do nosso governo, ao heroísmo do nosso exército e do nosso povo, ao
apoio dos povos dos países amigos e dos povos do mundo inteiro. São
também as vitórias do movimento mundial da paz e da democracia.
Junto aos nossos sucessos no domínio militar, começamos a al-
cançar outros na frente antifeudal. Se os primeiros tiverem bons efeitos
na mobilização das massas para realização da reforma agrária, os segun-
dos influenciaram de forma positiva a luta anti-imperialista. Nossos su-
cessos entusiasmam nosso povo e outros povos do mundo, consolidam
a nossa posição diplomática em Genebra, obrigando nossos inimigos a
negociar. A atitude dos franceses mudou de forma notável em relação as
condições apresentadas por Bollaert, em 1947. Desde o início da resis-
tência, nossa posição reforçou-se, cada vez mais, enquanto que o a do
inimigo enfraqueceu a cada dia. Mas, não esqueçamos que estas forças
são apenas relativas e não absolutas. Não devemos cair no subjetivismo,
subestimando o inimigo. As nossas várias vitórias despertaram os ame-
ricanos. Depois de Dien Bien Phu, modificaram seus planos de inter-
venção para prolongar e internacionalizar a guerra na Indochina, sabotar
a Conferência de Genebra, tentar, por todos os meios, afastar os france-
ses, apoderar-se do Vietnã, do Camboja e do Laos, subjugar estes três
povos e aumentar a tensão internacional. Os americanos, inimigos dos
povos do mundo, estão prestes a tornarem-se os inimigos principais dos
povos do Vietnã, do Laos e do Camboja.
|212 |Obras Escolhidas| Ho Chi Minh |
Compatriotas,
Combatentes e quadros no país,
Compatriotas no estrangeiro,
Depois de nove meses de uma resistência extremamente dura
e heroica, alcançamos uma gloriosa vitória. Com o restabelecimento
da paz, nos beneficiamos de circunstâncias favoráveis para recons-
truir o país.
Hoje, pela primeira vez, comemoramos, em paz, o desencadear
da resistência nacional. Não esqueçamos, contudo, que, assim como a
luta armada na resistência, a luta política na paz é igualmente prolongada
e árdua; esta é mesmo mais difícil e complexa.
O nosso povo, as nossas forças armadas e os nossos quadros
não devem adormecer à sombra dos louros conquistados mas preservar
intactos sua vontade de combater e seu espírito heroico.
Foi graças à união, à luta, à vigilância e à confiança em nós pró-
prios que vencemos na resistência; na hora atual é preciso realizar uma
ampla união nacional, reforçar nossa união com os povos amantes da
paz no mundo, consolidar ainda mais a nossa vontade de combater, au-
mentar a nossa vigilância, reforçar a nossa confiança em nós próprios e
a nossa fé no futuro glorioso da nossa nação. Deste modo, nós seremos
bem-sucedidos no nosso trabalho de consolidação da paz, de realização
da reunificação, de concretização da independência e da democracia em
todo o país.
Cordiais saudações.
Nós venceremos.
19 de dezembro de 1954
| Obras Escolhidas | Ho Chi Minh | 219 |
Discurso de encerramento do
Congresso da Frente Nacional Única12
paz. Ela terá, sem dúvida, um belo futuro pelo caráter realista, amplo e
sólido do seu programa.
Agora comunico-vos algumas reflexões:
— A Frente elaborou um programa justo. Isto é muito bom para
a luta no futuro. Mas não é senão um primeiro passo na via que conduz
à vitória. Nós devemos lutar pela realização deste programa. A nossa luta
será complexa e dura. Esta exige muita tenacidade e determinação. Nós
devemos, antes de tudo e urgentemente, fazer compreender a todos este
programa; é preciso uma vasta propaganda de Norte e Sul, para explicá-
lo convenientemente e levar as pessoas a apreender seu espírito e seu
conteúdo, a fim de que possam apoiá-lo logo em seguida com firmeza.
— O Norte constitui, por assim dizer, a base, a origem das forças
de luta do nosso povo. Uma casa só se mantém de pé se os seus alicerces
forem sólidos. Uma árvore só cresce bem se as suas raízes forem vigo-
rosas. Devemos fazer tudo para consolidar o Norte em todos os domí-
nios, reforça-lo e fazê-lo progredir constantemente. Nem se põe a ques-
tão de minimizar a importância desta tarefa.
É tornando o Norte sólido e forte, intensificando seus progres-
sos que nós asseguraremos efetivamente os interesses do Sul.
— Alguns perguntam: a Frente tem, certamente, um bom pro-
grama, mas se os americanos e Ngo Dinh Diem opuserem a sua inércia?
Nós respondemos: o rochedo é, por natureza, inerte.
Mas por maior e pesado que seja, rolará se o povo conjugar as
suas forças para o arrastar.
Nós unimos nossos corações e nossas energias, decididos a con-
solidar o Norte, a realizar o programa da Frente da Pátria, e isto constitui
uma alavanca extraordinariamente poderosa. Diem e seus patrões esta-
dunidenses quererão opor-lhe a sua inércia, mas não o conseguirão. Eles
não querem “rolar”, mas serão forçados a fazê-lo. É por isso que não é
preciso perguntar “e se os estadunidenses e Ngo Dinh Diem opuserem
a sua inércia?”. Cada um de nós deve perguntar antes “que esforço fiz e
em que medida para cumprir a minha tarefa?”. Sob o impulso dos nossos
esforços para consolidar o Norte e realizar o Programa da Frente, e sob
a pressão dos povos amantes da paz no mundo, os americanos e Ngo
Dinh Diem “rolarão” sem falta.
Senhores delegados!
| Obras Escolhidas | Ho Chi Minh | 221 |
10 de setembro de 1955
|222 |Obras Escolhidas| Ho Chi Minh |
| Obras Escolhidas | Ho Chi Minh | 223 |
O Leninismo e a
Libertação dos Povos Oprimidos
tra o perigo forjado polos imperialistas dos Estados Unidos e seus ali-
ados. As atividades diplomáticas da União Soviética foram um fator
decisivo para levar ao seu fim as guerras na Coreia e no Vietnã.
O povo vietnamita, educado no espírito do internacionalismo
proletário, aprecia altamente o apoio moral dos povos de todo o
mundo, incluindo o dos trabalhadores franceses que lutaram para dar
fim à guerra na Indochina. Lenin legou-nos, como a todos os partidos
comunistas-operários, o inapreciável tesouro da sua ideologia: os prin-
cípios organizativos, a teoria e a tática de um partido revolucionário.
O leninismo é uma poderosa força ideológica que guia nosso
partido e torna possível que este seja a mais alta organização das massas
trabalhadoras e a personificação da inteligência, a dignidade e a cons-
ciência do nosso povo. Sob a bandeira do leninismo, o Partido dos
Trabalhadores do Vietnã ganhou a confiança do nosso povo e está
considerado como seu partido de vanguarda. O nosso partido soube
utilizar as capacidades a iniciativa criadora do nosso povo, que nunca
se resignou a suportar a escravidão e o colonialismo.
Lenin personificou a unidade de mente dentro do partido, a
solidariedade das suas fileiras, o respeito à disciplina revolucionária, a
fé inquebrantável na grande causa do comunismo e a firme confiança
na vitória final. Todo isto é agora um estímulo para o Partido dos Tra-
balhadores do Vietnã, que aplicou dia após dia e hora após hora o prin-
cípio da crítica e da auto-crítica, e considerou-o como o método mila-
groso para corrigir os erros e fraquezas e para lutar contra as manifes-
tações do subjetivismo e da complacência.
O nosso partido não tem outros interesses que os do nosso
povo e da nossa pátria por isso dá uma grande importância a elevar o
nível do seu trabalho. O nosso partido, enquanto faz o indizível para
cumprir com suas tarefas, estuda constantemente o leninismo para me-
lhorar a sua combatividade, o seu dinamismo político, a unidade na
organização e o nível ideológico dos membros do Partido.
O nosso povo e os membros do Partido foram forjados no
curso da longa e dura luta para a salvação nacional e suportaram penas
e sofrimentos indescritíveis. Por mais de oito anos, nosso povo e nosso
partido mantiveram uma luta heroica que findou vitoriosamente a fa-
vor do povo vietnamita e do restabelecimento da paz na Indochina.
Os acordos de Genebra demonstraram que a luta de libertação
nacional mantida pelo povo vietnamita e pelos povos irmãos do Laos
| Obras Escolhidas | Ho Chi Minh | 227 |
meio das eleições gerais, não será possível estabelecer uma base firme
para a paz. Os recentes desenvolvimentos e a consideração da situação
política permitem ao nosso partido ver claramente que a luta pela paz,
a independência e a democracia mantida pelo povo vietnamita será
dura, e que sobre este caminho o povo vietnamita encontrará muitas
dificuldades. Porém, nosso partido tem uma firme confiança na vitória
final. Obtemos uma grande força da toda poderosa doutrina leninista
para cumprir nossa tarefa sagrada de assegurar a paz, a reunificação, a
independência e a democracia e de ganhar para o socialismo a vitória.
Mensagem à Nação
Caros compatriotas!
6 de julho de 1956
| Obras Escolhidas | Ho Chi Minh | 231 |
16 de julho de 1956
| Obras Escolhidas | Ho Chi Minh | 237 |
de feroz guerra interna, o Comitê Central pode cumprir a sua tarefa apenas
organizado da forma mais centralizada, se há uma disciplina partidária de
ferro, quase tão rigorosa quanto a disciplina militar, e se o órgão central
do Partido é influente e goza da estima geral de todos os seus membros”.
Obviamente, Lenin quis dizer que o palco de uma guerra civil fe-
roz e a restrição da democracia imposta sobre o povo soviético têm caráter
provisório e tem que ser abolida tão rapidamente quanto o novo regime
se consolidar.
Entretanto, nossos inimigos esperavam minar o campo socialista
desde dentro.
Cometeram um grande erro ao pensar que suas esperanças se tor-
nariam realidade, confundindo o desenvolvimento da democracia socia-
lista com o começo da desordem e perda absoluta do espírito de organi-
zação e disciplina partidária entre os partidos marxista-leninistas.
É claro como água que uma vez vitorioso, o socialismo nunca
pode tolerar culto à personalidade e suas consequências danosas.
As medidas enérgicas tomadas pelo Comitê Central do PCUS para
acabar com o culto à personalidade e suas consequências, de um brilhante
exemplo de ousadia política sem precedentes na história.
A rigorosa aplicação destas medidas de maneira nenhuma enfra-
quece, mas consolida a solidariedade ideológica entre os construtores do
comunismo, centrada em torno do núcleo dirigente leal a Lenin.
O prestígio absoluto do Partido Comunista da URSS é mais e mais
fortalecido e consolidado.
Começando da posição de Lenin sobre a questão da crítica e
autocrítica, o Comitê Central do PCUS afirma que tem preocupações
com a necessidade de corrigir erros e educar o partido da classe ope-
rária e das massas populares, do que com a pergunta de “o que os
reacionários diriam?”.
Lenin colocou como critério de um Partido sério e correto que
está claramente ciente de sua responsabilidade e apreende o fato de que
futuros interesses do movimento devem vir antes de tudo.
Tal política certamente fortalece agora, como no futuro o prestígio
do PCUS no campo socialista, como entre as massas dos países capitalistas
e dependentes.
Uma campanha ruidosa de calúnia, lançado pelos nossos inimigos
no Partido Comunista da URSS por ter trabalhado medidas para liquidar
a consequências do culto à personalidade, prova que eram cegos politica-
mente; a história vai confirmar isso antes do tempo.
| Obras Escolhidas | Ho Chi Minh | 239 |
Da Moralidade Revolucionária
●●●
13. A partir de março de 1951, passou a se chamar Partido dos Trabalhadores do Vi-
etnã.
|270 |Obras Escolhidas| Ho Chi Minh |
Ele provou que a nossa classe operária tinha crescido e era capaz
de tomar nas suas mãos a direção da revolução.
Em linhas gerais, a história do nosso Partido passou por vários
períodos: período de atividades clandestinas; período de direção do
movimento revolucionário que conduziu ao triunfo da Revolução de
Agosto; período de direção da guerra patriótica até à vitória; e a fase
atual de direção da revolução socialista no Norte e da luta pela reunifi-
cação da pátria e pela conclusão da revolução nacional democrática em
todo o país.
No início, durante quase quinze anos, nosso Partido teve que
trabalhar na clandestinidade. A todo instante, tinha de fazer frente à sel-
vagem repressão do colonialismo francês. As prisões de Poulo Condore,
de Lao Bao, de Son La e tantas outras prisões abarrotavam de comunis-
tas. Um grande número de dirigentes e de militantes sacrificaram heroi-
camente a sua vida. Nós tínhamos, contudo, uma confiança inabalável
na vitória final do Partido e da revolução, e as nossas fileiras engrossa-
vam e reforçavam-se incessantemente.
Desde os primeiros dias da sua existência, o Partido ergueu a
bandeira da revolução nacional democrática e tomou a direção do mo-
vimento de libertação nacional. Nessa época, a classe feudal tinha capi-
tulado perante o imperialismo; a burguesia, estando fraca, não esperava
mais nada do que um entendimento com o imperialismo para encontrar
uma saída que lhe permitisse sobreviver. As camadas pequeno-burguesas
apesar da sua efervescência estavam encurraladas em um impasse. Só a
classe operária, a mais heroica e a mais revolucionária de todas, resistia
sempre ferozmente aos imperialistas colonialistas. Armada com a teoria
revolucionária de vanguarda e com as experiências do movimento pro-
letário internacional, mostrava-se o dirigente mais capaz e mais digno da
confiança do povo do Vietnã. No espírito do marxismo-leninismo do
qual estava impregnado, o Partido avançou a uma linha revolucionária
justa. Já no seu programa sobre a revolução democrática burguesa ela-
borado em 1930, definiu claramente seus objetivos anti-imperialistas e
antifeudais, para a realização da independência nacional e da palavra de
ordem “a terra aos camponeses”. Este programa respondia perfeita-
mente às profundas aspirações dos camponeses que formam a grande
maioria do nosso povo.
O partido pôde assim realizar a união das grandes forças revolu-
cionárias em torno da classe operária, ao passo que os partidos das ou-
tras classes faliram ou ficaram isolados. O papel da direção do nosso
| Obras Escolhidas | Ho Chi Minh | 271 |
quais várias não dispunham senão de setas de bambu, forjara-se nas pro-
vações de nove anos de resistência. O nosso povo soldara-se em um
bloco de aço inquebrantável. As nossas formações de guerrilha e as nos-
sas milícias populares transformaram-se em tropas de heróis, resolutas
no combate, determinadas a vencer.
Foi esta sólida coesão, heroísmo, espírito de sacrifício de todo o
exército e de todo nosso povo, que estiveram na origem da grande vitó-
ria de Dien Bien Phu em maio de 1954. As forças armadas do imperia-
lismo francês incapazes de se reerguer, tiveram que aceitar o armistício.
Os acordos assinados em Genebra restabeleciam a paz com base no re-
conhecimento da independência, da soberania e da integridade territorial
de todos os povos indochineses.
Pela primeira vez na história, um pequeno país colonizado triun-
fava sobre uma grande potência colonialista. Esta gloriosa vitória não
era apenas a vitória do nosso povo, mas também a das forças da paz, da
democracia e do socialismo do mundo inteiro.
Uma vez mais, o marxismo-leninismo havia iluminado o cami-
nho da classe operária e do povo vietnamita e conduzira-os à vitória sua
resistência pela salvação da pátria e pela garantia das realizações da re-
volução.
Desde o restabelecimento da paz, o Vietnã encontra-se frente a
uma nova situação, estando o país provisoriamente dividido em duas
zonas. O Norte, inteiramente libertado, edifica o socialismo, enquanto
que os imperialistas estadunidenses e seus lacaios mantém sua domina-
ção no Sul. Procuram transformá-lo em uma colônia e em uma base mi-
litar americana para provocar uma nova guerra, e entregam-se a uma re-
pressão de sangrenta selvageria contra os patriotas. Violam cinicamente
os Acordos de Genebra e opõem recusa sistemática à conferência con-
sultiva para a discussão das eleições gerais livres e da reunificação pací-
fica do país. Eles são os inimigos mais ferozes do nosso povo.
Como consequência desta situação, a revolução vietnamita deve
atualmente levar por diante duas tarefas: edificar o socialismo no Vietnã
do Norte; completar a revolução nacional democrática no Sul.
Estas duas tarefas visam ambas o mesmo objetivo: a consolida-
ção da paz, a reunificação do país com base na independência e na de-
mocracia.
Na resolução da XV sessão, o Comitê Central do nosso Partido
definiu as tarefas comuns a todo o país: “reforçar a união nacional, lutar
energicamente pela reunificação da pátria com base na independência e
|274 |Obras Escolhidas| Ho Chi Minh |
1939 1959-1960
(Toda a Indochina) (Só o Vietnã do Norte)
Universidades 582 7.518
Escolas técnicas 438 18.100
Escolas de ensino geral 540.000 1.522.200
1939 1959
(Vietnã do Norte (Só o Vietnã do
e do Centro) Norte)
Hospitais 54 138
Dispensários de aldeias 138 1.500
Médicos 86 292
Enfermeiros 968 6.020
Quadros sanitários nas aldeias - 169.000
Caros camaradas!
Caros camaradas!
Caros Camaradas!
Caros camaradas!
Caros Camarada!
Dinh Diem e dos seus patrões americanos, não poderá dormir tran-
quilo e livre.
Eis porque a luta pela salvaguarda da paz e a reunificação do
país é indissolúvel da luta contra os imperialistas norte-americanos.
Na luta comum pela defesa da paz e da independência naci-
onal na Indochina, o povo vietnamita apoia, resolutamente, sem fra-
quejar, a valente luta conduzida pelo povo laosiano contra os impe-
rialistas americanos.
Almejamos integrar o Laos na via da concórdia nacional, da
independência, da unidade, da paz e da neutralidade.
Nós desejamos de todo o coração que se estabeleçam e de-
senvolvam favoravelmente relações de amizade entre nós e os nos-
sos vizinhos, em primeiro lugar o Camboja e o Laos.
Caros camaradas!
Esta contribuição para a salvaguarda da paz no Sudeste Asi-
ático e no mundo que são a revolução socialista do Norte e a luta
pela reunificação do Vietnã assinala ao nosso Partido na hora atual
tarefas tão pesadas como gloriosas.
Para garantir a vitória da revolução, a questão decisiva é a de
elevar ainda mais o poder de combate do nosso Parido e de acentuar
o seu papel dirigente em todos os domínios.
Até este dia, o nosso Partido esforçou-se por ligar estreita-
mente o marxismo-leninismo à realidade da Revolução Vietnamita.
Os seus quadros e os seus membros têm, no conjunto, uma
boa tempera revolucionária.
Nós temos ainda, no entanto, bastantes pontos fracos: sub-
jetivismo, dogmatismo, empirismo, burocratismo, individualismo...
estas insuficiências opõem-se ao progresso dos nossos camaradas.
Para as combater devemos estudar o marxismo-leninismo,
reforçar a educação ideológica no Partido.
Realçar ainda mais o carácter de classe e de vanguarda do
Partido, reforçar sem descanso a ligação com as massas; devemos
saber unir todos os patriotas e progressistas para construir vitorio-
samente o socialismo e lutar pela reunificação nacional.
Devemos assimilar de maneira criadora a experiência dos
partidos irmãos. Defendamo-nos do orgulho e da autossuficiência;
sejamos modestos como ensinou Lenin.
O presente Congresso vai eleger o novo Comitê Executivo
Central do Partido, em torno do qual, estamos certos, o Partido se
|290 |Obras Escolhidas| Ho Chi Minh |
Viva o marxismo-leninismo!
Viva a valente classe operária e o valente povo do Vietnã!
Viva o Partido dos Trabalhadores do Vietnã!
Viva a solidariedade e a coesão dos partidos irmãos, a solidarie-
dade e a coesão da grande família socialista, tendo à cabeça e grande
URSS!
Viva o Vietnã pacífico, reunificado, independente,
democrático e próspero!
Viva a paz mundial!
5 de outubro de 1960
| Obras Escolhidas | Ho Chi Minh | 291 |
11 de fevereiro de 1960
| Obras Escolhidas | Ho Chi Minh | 295 |
A Revolução Chinesa
e a Revolução Vietnamita
14. “Uma pobreza, duas ausências”: provérbio chinês, para caracterizar o país antes da
Revolução. Economia: pobre. Cultura e ciências modernas: ausentes.
|296 |Obras Escolhidas| Ho Chi Minh |
Caros camaradas!
Podemos dizer que este Plenário do Comitê Central deu bons re-
sultados. E isto porque somos guiados pelo nosso III Congresso Nacio-
nal, porque acabamos de passar por uma retificação ideológica, porque as
discussões foram amplas e centradas num único objetivo. Devemos, com
todas as nossas forças, desenvolver rapidamente a agricultura, com vigor
e a passos seguros, porque: primeiras necessidades, há que trabalhar de
forma a que o povo seja cada vez melhor alimentado e vestido; a agricul-
tura deve assegurar um abastecimento suficiente em viveres e em maté-
rias-primas para o desenvolvimento da indústria e para assegurar a indus-
trialização socialista; com uma boa agricultura e uma boa indústria, a edi-
ficação socialista será conduzida a bom termo no Norte, base sólida da
luta pela reunificação pacífica do país.
Nós somos unânimes em considerar que a cooperação agrícola, em
seu conjunto, é boa. Nós verificamos, ao mesmo tempo, que está cravejada
de defeitos que importa corrigir. São defeitos de crescimento. É como uma
criança que cresce demasiado depressa e cujos vestidos se rasgam por todas
as costuras. O defeito mais vulgar de numerosos comitês é pensar que a
concórdia reinará entre os cooperadores, podendo progredir segundo o
ritmo de desenvolvimento das cooperativas. É como se pedíssemos a che-
fes de grupo para comandar companhias ou batalhões. Devemos ajuda-los
a fim de que estes estejam à altura das suas tarefas. É conveniente, segundo
meu ponto de vista, ressaltar os pontos: a linha, os princípios orientadores
e a política do Partido não visam senão elevar o nível de vida do povo em
geral e dos camponeses em particular. Por isso, é absolutamente necessário
consolidar e desenvolver ao máximo as cooperativas, aumentar sem cessar
seus rendimentos. É importante insistir neste ponto e pô-lo em evidência,
pois ainda há pessoas que pensam que se o Partido encoraja a produção,
isto não é de modo nenhum no interesse dos camponeses, mas sim para
que tenham mais víveres para vender ao Estado.
|300 |Obras Escolhidas| Ho Chi Minh |
julho de 1961
| Obras Escolhidas | Ho Chi Minh | 301 |
Camaradas!
Nos países frios, por causa da neve e gelo, só se pode fazer uma
colheita por ano. O clima quente do nosso país permite efetuar as cultu-
ras todo o ano e as colheitas em todas as estações. Temos, pois, um clima
muito favorável.
No delta do Norte, os arrozais são pouco extensos e a população
é numerosa; mas nós intercalamos as culturas e multiplicamos as reco-
lhas de modo que cada hectare valha dois.
Quanto à região alta, que compreende superfícies imensas e fér-
teis, podemos arrotear tanto quanto quisermos. Pois a terra é-favorável.
A terra pertence aos camponeses. Mais de 85% entre estes ade-
riram às cooperativas (35% são ao nível da aldeia).
Daqui a pouco, o sistema das cooperativas englobará a quase to-
talidade dos camponeses. Uma dezena de milhões de camponeses orga-
nizados, eis uma força susceptível de “nivelar as montanhas e atulhar os
mares”. O fator humano nos é, pois, muito propício. Para desenvolver
a agricultura, o mais importante na hora é aperfeiçoar os comitês de ges-
tão das cooperativas.
Com bons comitês, teremos boas cooperativas. E com boas co-
operativas a agricultura terá um impulso notável.
A indústria e agricultura, eis os “dois pés” da economia. A agri-
cultura deve desenvolver-se para fornecer viveres à população, matérias-
primas (algodão, cana-de-açúcar, chá), às fabricas, produtos agrícolas
(amendoins, feijões, juta) para exportação em troca de máquinas.
A indústria deve desenvolver-se para poder fornecer artigos de
consumo à população, em primeiro lugar aos camponeses: fornece-lhes
bombas de rega, adubos químicos inseticidas, dar um forte impulso a
agricultura; e equipar as cooperativas agrícolas com arados e transplan-
tadores mecânicos.
O desenvolvimento da indústria condiciona o da agricultura, de-
vem se completar.
Desenvolver ambas, assemelhando-se aos nossos dois pés que,
se marcham e de forma harmoniosa, permitem-nos avançar e atingir o
nosso objetivo nós realizaremos a aliança dos operários e dos campone-
ses, edificaremos o socialismo, oferecer ao nosso povo uma vida fecunda
e feliz. Graças aos nossos esforços e à ajuda dos países irmãos, da União
Soviética e da China, nossa indústria desenvolve-rápido.
Assim, em 1955, no valor global da produção industrial e agrí-
cola, a parte da indústria era apenas de 17%. Em 1961, ela eleva-se já a
mais de 43%, a produção industrial é inferior às necessidades.
| Obras Escolhidas | Ho Chi Minh | 303 |
20 de junho de 1962
| Obras Escolhidas | Ho Chi Minh | 305 |
Alocução na VI Sessão
da Assembleia Nacional
Camaradas deputados!
8 de maio de 1963
|308 |Obras Escolhidas| Ho Chi Minh |
| Obras Escolhidas | Ho Chi Minh | 309 |
Camaradas!
23 de dezembro de 1964
| Obras Escolhidas | Ho Chi Minh | 321 |
Camaradas!
Camarada!
1º de abril de 1965
| Obras Escolhidas | Ho Chi Minh | 325 |
Apelo à Nação
●●●
Venceremos!
seu povo, segundo o programa político da Frente Nacional de Libertação, sem inter-
venção estrangeira. 4) A reunificação do Vietnã por meios pacíficos será assunto da
população das duas zonas sem ingerência estrangeira.
17. Os cinco pontos da Frente Nacional de Libertação do Vietnã do Sul: 1) O sabotador
dos Acordos de Genebra, o favorecido da guerra o agressor, descarado, inimigo jurado
do povo vietnamita é o imperialismo ianque. 2) O povo heroico do Vietnã do Sul está
decidido a expulsar os imperialistas estadunidenses para libertar o seu território, fundar
um Vietnã do Sul independente, democrático, pacifico e neutro, encaminhando-se
rumo a reunificação da pátria. 3) O povo e as forças de libertação do heroico Vietnã
do Sul estão decididos a realizar da forma mais completa a missão sagrada que lhes está
destinada: expulsar os imperialistas estadunidenses para libertar o Sul e preservar o
Vietnã do Norte. 4) O povo do Vietnã do Sul exprime o seu profundo reconhecimento
aos povos amantes da paz e da justiça do mundo inteiro pelo seu apoio caloroso a
declarar-se pronto a aceitar toda a ajuda, incluindo a ajuda em armamento ou outros
meios de guerra dos seus amigos dos cinco continentes. 5) Formando um só bloco,
nosso povo em armas continua a avançar heroicamente, decidido a combater e a vencer
os piratas americanos e os traidores, seus lacaios.
|328 |Obras Escolhidas| Ho Chi Minh |
17 de julho de 1966
| Obras Escolhidas | Ho Chi Minh | 329 |
Caros amigos!
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dar pouca importância aos jovens quadros. Por seu lado, os jovens de-
vem evitar cair no orgulho, devem pelo contrário aprender com mo-
déstia junto dos camaradas mais experientes.
Pelo Partido e pelo povo, os quadros e os membros do Partido
devem dispender os maiores esforços. Todos devem estudar a política,
a economia, as ciências e a técnica para elevarem suas capacidades a
fim de poder desenvolver a economia nacional, vencer no combate e
melhorar cada vez mais as condições do povo. Ainda há pessoas que
pensam que é sabedoria a mais falar de ciências e de técnica. Mas se
nós utilizaremos uma linguagem corrente e simples, nossa linguagem
de todos os dias, então isto não tem nada de demasiado sábio, nem de
inacessível. Assim a cultura da azolha é ciência e técnica. Do mesmo
modo, a preparação do estrume. A ciência e a técnica são isto. Se não
nos dermos ao trabalho de estudar, não poderemos dirigir a produção
e elevar o rendimento das culturas.
4. Para desencadear um grande movimento na produção e no
combate é necessário apoiar-se nas massas, de forma a que eles sejam
sempre entusiastas e confiantes.
No quer que se faça, é necessária a participação das massas.
Sem elas, nada se pode fazer. Ultimamente, o Nhan Dan (O Povo) re-
latou uma história de defesa aérea.
Os quadros de uma comuna reuniram-se para discutir a cons-
trução de abrigos.
Isto exigia dezenas de milhares de tijolos, milhares de bambus
e centenas de milhares de dongs. Era uma despesa enorme e um traba-
lho de difícil realização.
Uma jovem engenheira propôs expor o problema à população. Re-
uniu-se então as pessoas para se lhes expuserem a tática do inimigo que
metralhas às cegas, e a necessidade para nós de escavar abrigos e proteção.
Como fazê-lo?
18 de janeiro de 1967
| Obras Escolhidas | Ho Chi Minh | 339 |
Caro camarada!
6 de março de 1967
| Obras Escolhidas | Ho Chi Minh | 341 |
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Viva o marxismo-leninismo!
Nosso povo ama profundamente a paz, mas não pode haver paz
autêntica sem independência e liberdade verdadeiras. A nossa posição é
justa e clara: a paz será restabelecida desde que os estadunidenses po-
nham fim a sua guerra de agressão contra nosso país, cessem os bom-
bardeios no Vietnã do Norte, retirem do Vietnã do Sul as suas tropas e
as dos seus satélites, e deixem nosso povo dirigir livremente seus pró-
prios assuntos. Esta é a aspiração do nosso povo e também a aspiração
dos americanos progressistas e dos povos amantes da paz e da justiça no
mundo. O único meio de restabelecer a paz é a retirada das tropas esta-
dunidenses e seus satélites para os seus países. O Vietnã para os vietna-
mitas! Caros compatriotas e combatentes!
Nosso povo conduz atualmente a maior guerra de resistência da
sua história. Pela independência e pela liberdade da Pátria, pelos interes-
ses do campo socialista, dos povos oprimidos e de toda a humanidade
progressista, nós estamos prestes a combater e a vencer o inimigo mais
cruel do mundo. Sobre o solo do nosso país desenrola-se um combate
encarniçado entre uma causa justa e outra injusta. Entre a civilização e a
barbárie. Os povos dos países socialistas irmãos e os povos progressistas
do mundo inteiro interessam-se cada vez mais pelo Vietnã, felicitando
calorosamente nossos compatriotas e combatentes. Nesta ocasião, em
nome do povo vietnamita, eu agradeço sinceramente aos países socialis-
tas irmãos e a todos nossos amigos dos cinco continentes que nos aju-
daram de todo coração na nossa luta sagrada contra os agressores pela
salvação nacional.
O nosso povo é heroico. A nossa linha é justa. Nós combatemos
por uma causa justa, nossa vontade é inabalável, estamos decididos a com-
bater e a vencer. Nós temos a força invencível da união de todo o povo e
disfrutamos da simpatia e do apoio de toda a humanidade progressista.
Primavera de 1968
| Obras Escolhidas | Ho Chi Minh | 355 |
outubro de 1968
| Obras Escolhidas | Ho Chi Minh | 357 |
Apelo à Nação
É igualmente uma vitória dos povos dos países irmãos e dos nos-
sos amigos dos cinco continentes.
Nesta ocasião, em nome do Partido e do governo, felicito calo-
rosamente nossos compatriotas e nossos combatentes em todo o país e
agradeço sinceramente aos países socialistas irmãos, aos países amigos
próximos e longínquos, e aos povos do mundo inteiro, incluindo o povo
progressista dos Estados Unidos, pela sua ajuda considerável, sua sim-
patia e seu apoio.
Caros compatriotas e combatentes, Venceremos a guerra de des-
truição levada a cabo pelos imperialistas estadunidenses contra o Norte.
Mas, isto não é senão um primeiro passo. Os imperialistas são
muito pérfidos e obstinados nos seus objetivos. Eles falam de “paz”, de
“negociações”, mas jamais renunciam nem por um momento aos seus
intentos de agressão.
Mais de um milhão de soldados estadunidenses, fantoches e de
países satélites continuam a perpetrar diariamente inumeráveis crimes
contra os compatriotas do Sul.
É por isto que a tarefa sagrada que cabe a todo nosso povo no
presente momento é a de elevar nossa determinação de combater e de
vencer, de libertar o Sul, defender o Norte e preparar a via para a reuni-
ficação pacífica da pátria.
Enquanto existir um agressor em nosso solo, devemos continuar
combatendo-o até que ele seja expulso de nosso país.
Os nossos compatriotas e combatentes do Sul heroico sob a ban-
deira gloriosa da Frente Nacional de Libertação atacam e erguem-se sem
parar, avançam resolutamente rumo à vitória final.
As nossas forças armadas e o nosso povo, no Norte, rivalizam
de patriotismo, determinados a impulsionar a edificação do socialismo,
cumprir seu dever para com seus compatriotas do Sul, a elevar sem ces-
sar sua vigilância e sua vontade de contar essencialmente com suas pró-
prias forças, a reforçar seu potencial militar e a manter-se prontos a com-
bater, assim como fazer malograr qualquer novo complô do inimigo.
Nós estamos convencidos de que nossa luta patriótica contra a
agressão estadunidense se beneficia da simpatia, do apoio e da ajuda cada
vez mais importante dos países irmãos e dos povos do mundo, incluindo
o povo progressista dos Estados Unidos.
| Obras Escolhidas | Ho Chi Minh | 359 |
3 de novembro de 1968
|360 |Obras Escolhidas| Ho Chi Minh |
| Obras Escolhidas | Ho Chi Minh | 361 |
1968 foi para nossas forças armadas e para nosso povo em todo
o país um ano de grandes e retumbantes vitórias. Os imperialistas ian-
ques foram obrigados a cessar incondicionalmente a guerra de destrui-
ção no Vietnã do Norte.
Desde o princípio da primavera de 1968, pelos seus ataques e
sublevações ininterruptas, nossos compatriotas e combatentes do Sul
heroico registraram gloriosos sucessos.
Está fora de dúvida que os agressores estadunidenses sofreram
uma derrota completa. Nossas forças armadas e nosso povo em todo o
país, na sequência das suas vitórias, conquistarão certamente a vitória
total.
Por ocasião deste Ano Novo de 1969, em nome de todo o povo
vietnamita, eu saúdo e agradeço calorosamente aos países socialistas ir-
mãos, aos países amigos e aos povos amantes da paz e da justiça no
mundo, incluindo os progressistas que vivem nos Estados Unidos que
apoiaram e ajudaram de todo coração a luta patriótica do povo vietna-
mita contra a agressão estadunidense.
Desejo afetuosamente aos nossos compatriotas, aos nossos
combatentes e aos nossos quadros, assim como aos residentes chineses
nas duas zonas Norte e Sul e aos nossos compatriotas residentes no es-
trangeiro, um Ano Novo de união, de combate e de vitória. Eis os meus
votos de Ano Novo:
No ano passado, gloriosas foram as nossas vitórias,
Este ano verá certamente vitórias ainda maiores
Pela independência, pela liberdade,
Combatamos para colocar em retirada os ianques e abater todos
seus fantoches.
Em frente! Combatentes, compatriotas!
Norte e Sul reunidos, haverá uma primavera mais bela?
Primavera de 1969
| Obras Escolhidas | Ho Chi Minh | 367 |
Testamento
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POEMAS
|372 |Obras Escolhidas| Ho Chi Minh |
| Obras Escolhidas | Ho Chi Minh | 373 |
Diário da Prisão
Primeira Página
O caminho da vida
A manhã
Noite de outono
Luz do luar
A si mesmo
No caminho
Noite fria
A mulher do desertor
Ironizando
Tristeza
Insônia
O 11 de novembro
Alerta no Vietnã
Sobre a leitura de
“Antologia de Mil Poetas”
Gravemente doente