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QUEM FOI EDSON LUÍS?

O principal conflito entre a ditadura militar brasileira e o movimento estudantil


foi o assassinato de um jovem preto, Edson Luís de Lima Souto, estudante do
ensino médio, durante uma manifestação em frente ao Restaurante Central dos
Estudantes, em um prédio do centro do Rio de Janeiro (RJ).

O restaurante, também conhecido como Calabouço, era um grande armazém


com capacidade para 10 mil pessoas que atendia, principalmente, alunos
carentes do ensino médio e superior. O patrimônio dos estudantes era
custeado pelo Ministério da Educação (MEC), um lugar acessível e barato,
porém a comida era pouco saudável e as condições sanitárias do ambiente,
insalubres.

Com o objetivo de melhorar as condições de funcionamento do restaurante,


frequentemente, os estudantes organizavam passeatas para protestar contra as
más condições. Com isso, os militares ameaçavam demolir o prédio para a
construção de um viaduto. Em resposta, os estudantes realizaram vários
protestos durante meses. Como aconteceria no dia 28 de março de 1968.

Dessa vez, contudo, foram surpreendidos por viaturas policiais que cercaram o
local. Os manifestantes reagiram atirando pedras; a polícia, rajadas de
metralhadora. No confronto, seis pessoas foram feridas. Uma delas, fatalmente,
no peito: o estudante EDSON LUÍS DE LIMA SOUTO, de 18 anos, nascido em
Belém, no Pará, em 24 de fevereiro de 1950.

O jovem foi carregado por seus colegas do Calabouço até a Assembleia


Legislativa, onde uma plenária com 55 deputados foi interrompida. O corpo de
Edson Luís foi estendido no saguão do prédio, tornando público e
inquestionável o assassinato cometido pela polícia. O movimento estudantil
decretou, então, greve geral, os teatros suspenderam seus espetáculos e,
durante a noite, centenas de pessoas compareceram ao velório.

O fato impacta diretamente em nós, do CPEL, que tem por honra carregar o
significado que perpassa a história do Edson Luís, sinônimo de resistência.
Como inspira Milton Nascimento na música Menino “Quem grita vive contigo!”
devemos continuar persistido e ecoando nossa luta pelos nossos direitos
estudantis.

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