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COMISSÃO EDITORIAL
Presidente: Prof* Maria José de Matos Luna
Titulares: André Luiz de Miranda Martins, Artur Stamford, Christine Paulette Yves Rufino, Elba Lúcia
C. de Amorim, Emanuel Souto da Mota Silveira, José Dias dos Santos, José Wellington Rocha Tabosa,
Maria do Carmo de Barros Pimentel, Lívia Suassuna, Marcos Gilson Gomes Feitosa, Marlos de Barros
Pessoa, Sônia Souza Melo Cavalcanti de Albuquerque.
Suplentes: Alexandre Simão de Freitas, Arnaldo Manoel Pereira Carneiro, Augusto César Pessoa
Santiago, Bruno César Machado Galindo, Carlos Alberto Cunha Miranda, Carlos Sandroni, Ivandro
da Costa Sales, José Gildo de Lima, Luiz Carlos Miranda, Vera Lúcia Menezes Lima, Zanoni Carvalho
da Silva.
Catalogação na fonte:
Bibliotecária Joselly de Barros Gonçalves, CRB4-1748
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Educação Física na Ditadura Militar ( 1 9 6 4 - 1 9 8 5 )
Capítulo 6 | 121
Porém, o símbolo do fim da autonomia das universidades veio de no 28° Congresso em Belo Horizonte. A UNE voltaria a participar das
Brasília. Vários professores foram presos e perderam seus cargos. Entre eles eleições estudantis. Em um congresso conturbado realizado nos porões de
Anísio Teixeira e Celso Furtado. Também foi determinada a intervenção da uma Igreja os estudantes esperavam a missa, se misturavam aosfiéise sor-
universidade, nomeando o Reitor- interventor Zeferino Vaz, que dá nome rateiramente iam para o porão. Só voltavam em outra missa com as reso-
hoje a Unicamp. luções do Congresso (POENER, 1979).
Nesse clima de repressão o professor Fiori foi demitido, fato que oca- Em 1966, o governo com orientação do USAID implementou uma
sionou uma greve estudantil, crise que culminou no abandono do cargo taxa mensal na Universidade do Brasil. Os estudantes foram às ruas, mas,
por parte de Zeferino Vaz. ao contrário dos anos noventa, foram reprimidos brutalmente pela polícia.
Em 10 de outubro de 1965, policiais invadiram a UnB e mais quinze Uma passeata em Belo Horizonte foi sufocada pela polícia. Com o apoio da
professores foram demitidos. Em solidariedade a eles quase todo o restante Igreja, os estudantes se refugiaram nos templos, que foram invadidos pelos
do corpo docente demitiu-se. Outros professores foram contratados e a policiais.
UnB seguiu na intervenção (POENER, 1979). O dia 22 de setembro foi eleito como Dia Nacional de Luta contra
O governo Castelo Branco não cedia a pressões e foi sufocando o a ditadura E nessa data se organizou passeatas por todo país. Mas foi no
Movimento Estudantil. Para dar conta desse objetivo, o Ato institucional de Rio de Janeiro que a repressão foi mais violenta. Depois da passeata, já de
27 de outubro de 1965 repreendeu estudantes em todo o país. Porém, já em madrugada, os estudantes foram cercados ná Faculdade de Medicina da
1964, a Lei Suplicy de Lacerda visava acabar com o Movimento Estudantil, Praia Vermelha. Os policiais invadiram o lugar, segundo descrição da mâe
extinguindo a UNE, UEEs e outras entidades pelo Diretório Nacional de de um estudante publicada na°Revista Civilização Brasileira:
Estudantes, Diretório Estaduais, Centrais e Acadêmicos, todos com eleições
organizadas pelo governo (POENER, 1979). agolpesdearíete;correndohistericamente, chegavam os PM, quebraram
Os golpes do Governo começaram a indignar os estudantes. os portões da FNM e, feito uma horda de bárbaros... vi sair um rapaz
Indignação, também, causada pelos acordos entre o MEC e o USAID todo ensangüentado, debaixo de cacetadas, uma moça semidespida e des-
(Agência Norte Americana para o Desenvolvimento Internacional). calça, carregada por policiais do Exército... (REVISTA CIVILIZAÇÃO.
BRASILEIRA, 1966, n.8, p.309).
Os acordos, além dê implantarem o tecnicismo pedagógico, preten-
diam reformar as universidades públicas, propondo até mesmo a cobrança
progressiva de mensalidades. Nesse período foram abertas várias facul- Depois dessas violências, a Lei Suplicy de Lacerda foi revogada. Era
dades particulares. nesse clima que terminaria o governo de Castelo Branco, fim que represen-
Então, o quadro estava completo para que os estudantes perdessem tou certo alívio para os estudantes.
definitivamente a paciência com a ditadura militar. Em 9 de março de 1965, No governo Costa e Silva o movimento estudantil voltou a sacudir o
o Presidente Castelo Branco participou da aula inaugural da Universidade país inteiro, em 1968, não só o Brasil, mas o mundo inteiro foi obrigado a
do Brasil. Foi a ocasião que os estudantes deixaram claro seu descontenta- ouvir as reivindicações dos estudantes.
mento com a ditadura. Castelo levou uma sonora vaia. O estopim das manifestações dos estudantes, em 1968, foi o assassi-
Neste mesmo ano o governo marcou as eleições para os D.As. Em nato do estudante Edson Luís, no restaurante Calabouço no Rio de Janeiro.
São Paulo realizou-se o 27° Congresso da UNE, onde se decidiu pela não Os estudantes carregaram o corpo até a Assembléia Legislativa, onde
participação nestas eleições. Estratégia que foi modificada um ano depois o estudante foi velado. Na manhã seguinte foi organizado um cortejo que
era recebido com papel picado. Um clima de comoção tomou o país inteiro.