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TESTES DE

COMISSIONAMENTO PARA
INTEGRAÇÃO DA GERAÇÃO
EÓLICA AO SIN

Operador Nacional do Sistema Elétrico


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ONS NT ONS 0079/2013

TESTES DE
COMISSIONAMENTO PARA
INTEGRAÇÃO DA GERAÇÃO
EÓLICA AO SIN

Maio de 2013
Sumário

1 Introdução e Objetivo 4
2 Relação de Testes 4
3 Registros dos testes: 7
4 Informações Adicionais 8
5 Relatório 9
6 Referências 9

ONS NT ONS 0079/2013 - Testes de Comissionamento para Integração da Geração Eólica ao SIN 3 / 9
1 Introdução e Objetivo

Conforme estabelecido no Submódulo 21.3 dos Procedimentos de Rede, na fase de


comissionamento o agente de operação responsável pela instalação realiza ensaios
com equipamentos energizados que podem interferir na segurança operacional
elétrica do Sistema Interligado Nacional – SIN. Os ensaios relacionados aos
equipamentos de geração convencional, usinas hidrelétricas e termelétricas já
obedecem um padrão estabelecido e relativamente uniformizado.

Considerando a recente expansão da integração da geração eólica ao SIN e a


particularidade das tecnologias empregadas por seus fornecedores, torna-se
necessário o estabelecimento de um conjunto mínimo de testes visando à
comprovação do atendimento dos principais requisitos previstos nos Procedimentos
de Rede e das informações das unidades geradoras, assim como da parametrização
dos modelos de simulação utilizados nas análises de regime permanente e de
transitórios eletromecânicos e eletromagnéticos.

O objetivo desta Nota Técnica é definir um termo de referência para o


estabelecimento de testes de comissionamento para integração de geração eólica no
SIN e de sua respectiva documentação para envio e análise por parte do Operador
Nacional do Sistema Elétrico - ONS.

2 Relação de Testes

Descrevemos a seguir a relação dos testes que normalmente são realizados durante
o comissionamento de geradores, assim como as variáveis de interesse que devem
ser registradas. Salientamos que os resultados desses ensaios permitirão a validação
dos dados e dos modelos associados aos geradores e controladores da usina

a) Testes relacionados ao controle de potência ativa

• Redução e aumento de potência ativa via controle de pás para diferentes


velocidades de vento nas seguintes condições: máquina conectada ao sistema
com potência limitada pelo sistema de controle de pás (aumento) e cerca de
100% de carga (redução);
• Teste de tomada de carga após conexão ao sistema;

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• Levantamento de alguns pontos da curva vento x potência para diferentes
velocidades de vento;
• Desempenho do sistema de controle na rejeição de carga;
• Testes dos limitadores do sistema de controle;
• Testes de sistemas de controle de freqüência – se disponível

b) Testes relacionados ao controle de potência reativa/tensão

• Elevação e redução da potência reativa do gerador com carga mínima,


intermediária, máxima, e em vazio (caso o recurso de geração/absorção de
Mvar seja possível na ausência de vento);
Estes testes consistem na aplicação de um sinal de degrau na referência de
tensão ou potência reativa desejada no ponto de conexão do parque eólico ao
SIN (por exemplo, -5% e +5%), nas seguintes condições:
 Máquina conectada ao sistema com potência mínima (se possível,
zero);
 Máquina conectada ao sistema com 50% de potência;
 Máquina conectada ao sistema com cerca de 100% de potência.

• Desempenho do sistema de controle de tensão/potência reativa centralizado


para adequação da tensão/potência reativa no ponto de conexão ao SIN;

c) Testes relativos à rejeição de carga e manobras sob a ótica de Transitório


Eletromagnético - TEM

Considerando a particularidade da tecnologia empregada estes testes visam


avaliar a magnitude das sobretensões e sobrecorrentes transitórias decorrentes
de manobras visando à validação dos resultados dos estudos e modelos
utilizados.
• Parque sincronizado no sistema com cerca de 100% de potência seguida da
abertura de disjuntores no sistema (LTs, reatores, banco de capacitores,
transformadores e etc;

• Parque sincronizado no sistema com cerca de 100% de potência com máxima


tensão pré-manobra seguida do fechamento de disjuntores no sistema (LTs,
reatores, banco de capacitores, transformadores e etc);

• Parque sincronizado no sistema com cerca de 100% de potência seguida da


abertura do disjuntor que leve a rejeição total do parque;

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d) Testes relativos à qualidade de energia elétrica:

Considerando a utilização de conversores estáticos neste tipo de geração, estes


testes visam apresentar os níveis inicialmente observados de desequilíbrio,
flutuação e distorções harmônicas, uma vez que mesmo após a entrada em
operação do parque eólico é necessária à realização de campanha de medição,
conforme apresentado nas referências [1] e [2]. Nesta fase, a monitoração deve
ser realizada nas seguintes condições:

• Parque desconectado do sistema;


• Parque sincronizado no sistema com cerca de 100% de potência
instalada.

Esta campanha de medição deve ser realizada por um período não inferior a 7
(sete) dias consecutivos, considerando os valores dos indicadores integralizados
em intervalos de 10 (dez) minutos. Especificamente no caso de instalação do
tipo complexo de geração eólica, tendo em vista que o impacto da sua operação
na QEE do ponto de conexão depende do regime de ventos da região onde se
encontra instalado, o ONS estabelecerá, em conjunto com o agente, tanto a data
de início da campanha de medição, após entrada em operação do complexo
eólico, como a sua duração. Tal período de medição deverá ser estabelecido
considerando os seguintes requisitos:
• Pelo menos 90% (noventa porcento) das unidades geradoras que
compõem o complexo eólico devem estar em operação ao longo de todo
o período de medição;
• A produção do complexo eólico, durante o período de medição, deverá
corresponder, no mínimo, aquela estabelecida pelo seu fator de
capacidade.
Neste caso, além das medições que têm por objetivo determinar os valores dos
indicadores de distorção harmônica, flutuação e desequilíbrio de tensão, também
deverão ser medidas as correntes harmônicas geradas por, pelo menos, um
aerogerador de cada central de geração eólica que compartilha o sistema de
transmissão, bem como as correntes harmônicas totais injetadas na rede
elétrica, resultantes da operação do conjunto de aerogeradores. As medições de
tais correntes têm por finalidade permitir reavaliar o estudo de desempenho da
instalação quanto à distorção harmônica de tensão e devem ser realizadas
segundo a norma IEC 61400-21.

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Considerando que os complexos eólicos poderão resultar da união de centrais de
geração eólicas (CGE) de menor porte, compartilhando do mesmo sistema de
uso exclusivo para conexão com a rede básica, a avaliação do impacto da
instalação no PAC, através das campanhas de medição, deverá considerar tanto
os efeitos resultantes da entrada em operação de cada CGE como de todo o
conjunto.
Adicionalmente, caso o estudo de desempenho harmônico tenha indicado a
necessidade de instalação de filtro passivo ou ativo, a configuração de tais
equipamentos deverá ser verificada, incluindo, no caso de filtro passivo, a
potência reativa, a freqüência de sintonia e o tipo de cada filtro e, no caso de
filtro ativo, o total de unidades instaladas. Tais informações deverão ser
confrontadas com as recomendações apresentadas no estudo de desempenho
harmônico.

3 Registros dos testes:

Preferencialmente, as seguintes grandezas devem ser registradas:

Na máquina
• Potência ativa;
• Potência reativa;
• Corrente nas três fases (valor eficaz e instantâneo);
• Tensão terminal nas três fases (valor eficaz e instantâneo);
• Freqüência;
• Tensão de campo;
• Tensão de referência;
• Distorção harmônica.

No ponto de conexão
• Tensão;
• Corrente;
• Potência reativa;
• Potência ativa.

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Indicadores de qualidade de energia elétrica

• Flutuação de tensão: PstD95% e PltS95%;


• Desequilíbrio de tensão: KS95%;
• Distorção harmônica de tensão: DTHTS95% e pelos indicadores
correspondentes aos harmônicos individuais;
• Correntes harmônicas geradas por, pelo menos, um aerogerador de cada
central de geração eólica que compartilha o sistema de transmissão;
• Correntes harmônicas totais injetadas na rede elétrica, resultantes da
operação do conjunto de aerogeradores.

Todas essas grandezas devem ser registradas e armazenadas em meio digital e


enviadas ao ONS no formato de tabelas de pontos, em arquivo de dados (ASCII ou
Excel) para efetiva comparação com as simulações. No caso específico das formas
de onda deve ser utilizado o formato COMTRADE.

4 Informações Adicionais

É necessário ainda que sejam registradas as seguintes informações no relatório:


• Principais características nominais das unidades geradoras;
• Principais características dos conversores utilizados (AC?DC e DC?DC, se
houver);
• Curva CP x Lambda;
• Curva vento x potência;
• Característica P x Q da Máquina (capabilidade);
• Característica de suportabilidade frente a afundamentos momentâneos de
tensão (Low Voltage Ride Through Capability);
• Diagramas de blocos dos reguladores no domínio da freqüência, através de
suas funções de transferência das malhas de controle correspondentes,
indicando valores e faixas de ajuste e lista dos parâmetros ajustados em
campo;
• Confirmação dos parâmetros do gerador utilizados na modelagem da usina;
• Confirmação dos parâmetros elétricos e limites dos equipamentos do sistema
de transmissão associado – transformadores LTs de uso restrito;
• Todas as proteções habilitadas, faixas de ajustes possíveis e ajustes
realizados em campo, notadamente daquelas de natureza sistêmica: sub e
sobrefrequência, sub e sobretensão;
• Modo de operação habilitado para resposta durante a falta;
• Descrição dos sistemas de controle existentes relacionados à potência ativa,
reativa, tensão e freqüência;

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• Consumo de energia no modo ”stand by” ou na operação de geração/absorção
de potencia reativa na ausência de vento;

5 Relatório

Todos os testes devem ser documentados, apresentando-se os gráficos das


grandezas monitoradas durante os testes e as informações complementares, sendo
seu envio realizado em até 30 dias após o término dos ensaios de comissionamento
da instalação, conforme previsto no item 7 Submódulo 21.3 dos Procedimentos de
Rede – Revisão 1.0 de 05/08/2009.

6 Referências

ONS RE 2.1 028-2005 – Definições das Metodologias e Procedimentos


[1] –
Necessários às Campanhas de Medição dos Indicadores de Desempenho.

ONS RE 2.1 057-2008 – Instruções para Realização de Estudos e Medições


[2] –
Relacionados aos Novos Acessos a RB-Rev 3.

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