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DÚVIDAS E ORIENTAÇÕES
Segunda a Sexta das 09:00 as 18:00
ATENDIMENTO AO ALUNO
editorafamart@famart.edu.br
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Sumário
originalmente para o Brasil. Foi pensada para ser resposta a problemas de outras regiões que
possuíam uma realidade própria e peculiar. (CASSIMIRO; GONÇALVES, apud FERREIRA, 2010,
p. 23).
A partir dessas considerações, queremos identificar os fatos que marcaram a história
da universidade e das influências sofridas desde sua criação. Por isso, pretendemos apresentar
as características do modelo jesuítico, francês, alemão e inglês para, posteriormente,
compreendermos o modelo brasileiro de Ensino Superior.
a) O Modelo Jesuítico
O MODELO JESUÍTICO
músicas, artes aos filhos dos colonos e alguns índios, e, ainda, por meio da criação dos
seminários, para formar religiosos com o intuito de dar continuidade à catequização e à
evangelização dos primeiros habitantes brasileiros.
Nesse modelo de ensino, o aluno era um ser passivo e obediente, que recebia as
verdades proferidas pelos seus professores e que deveria memorizá-las e reproduzi-las na
hora das provas. Os alunos eram considerados uma “tábula rasa”. Isso significa que não
tinham conhecimento nenhum antes de frequentarem a escola. O professor era o responsável
por ensinar, mas se o aluno não aprendesse, a culpa era do aluno, pois não tinha aptidão para
o estudo.
Por fim, vale destacar que o modelo jesuítico se encontra, pois, na origem das práticas
e modos de ensinar das Instituições do Ensino Superior. Na sequência, vamos apresentar o
modelo Francês, que tinha como objetivo formar técnicos para viabilizar o desenvolvimento
industrial da França e a expansão político-militar.
b) Modelo Francês
c) Modelo Alemão
O modelo alemão, também chamado de Humboldt, surgiu devido ao filósofo
Alexander Von Humboldt, cientista que lançou as bases do conhecimento científico. Apesar
de ter pesquisado diversas coisas em seus mínimos detalhes, sempre o fez com uma visão
geral e imparcial. Defendia a pesquisa como função primordial da universidade em busca da
verdade, sempre acompanhada do ensino.
Segundo a concepção alemã, para que a universidade desempenhe plenamente o seu
papel, ela deve ser autônoma, embora sua existência dependa economicamente do Estado.
Nesse sentido, num Estado que limite a liberdade de ensino e de pesquisa, que impeça a busca
e a transmissão incessante da verdade científica, não será possível a existência de uma
autêntica universidade. Daí que os homens de ciência ou os intelectuais não podem estar
vinculados diretamente à prática política cotidiana, que compromete a autonomia do
pensamento e a busca da “verdade pura”. O mundo da ciência não pode ser confundido com
o mundo da ação, embora seja penetrado pelas realidades deste, que se convertem em objeto
de investigação. No universo científico, a valoração e a ação cedem lugar à “pureza da
verdade”. O professor universitário, mais que um funcionário público, deve assumir o papel
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d) Modelo Inglês
- Avaliação como
instrumento classificatório
e excludente.
- Desenvolvimento da
- Pesquisa como função primeira. pesquisa no ensino.
- Preocupação com o saber e com a - Autonomia, ainda que
verdade. pela liberdade
Alemão - Formação docente sem currículo pré- administrativa.
determinado, portanto, subjetiva. - Preocupação em formar
- Ausência da figura controladora do pesquisadores.
Estado. - Ensino superior como
complemento do
fundamental e médio.
- Ciência como atividade neutra. - Separação entre ensinar
- Dissociação entre ensino e pesquisa. e
Inglês - Conservação e transmissão dos saberes pesquisar.
acumulados. - Pluralidade de
instituições formadoras.
- Caráter elitista.
Fonte: Ferreira e Shuvartz (2010 apud FERREIRA 2010, p. 31).
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É importante notar que, de acordo com a Tabela 1, o Ensino Superior até 1980 estava
concentrado nas universidades e estabelecimentos isolados de ensino. A partir de 1980
aparecem as faculdades e, no ano 2000, os centros universitários. Outro aspecto que merece
destaque é a presença, cada vez mais forte, das instituições privadas no Ensino Superior.
Em paralelo ao crescimento das instituições de ensino a partir da década de 70,
também tivemos a elevação do número de alunos matriculados nos estabelecimentos de
Ensino Superior. Analise a tabela que segue!
Tabela – Evolução dos números de matrículas em estabelecimentos públicos e
privados no ensino superior brasileiro (1933 – 2010)
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É importante destacar que, a partir do final da década de 80, o Estado brasileiro realiza
reformas no Ensino Superior. Tais mudanças modernizam e racionalizam as atividades estatais
em quatro ciclos, que dão um direcionamento de como estão sedimentadas em nossa
sociedade, a saber:
CPC - O Conceito Preliminar de Curso foi criado para agregar ao processo de avaliação
da Educação Superior critérios objetivos de qualidade e excelência dos cursos. O CPC vai de 1
a 5 e, como o próprio nome sugere, é um indicador prévio da situação dos cursos de
graduação. Para que os valores se consolidem, e representem efetivamente o que se espera
de um curso em termos de qualidade e excelência, comissões de avaliadores realizam visitas
locais para concordar ou alterar o conceito obtido preliminarmente. O Conceito Preliminar de
Curso será divulgado anualmente, junto aos resultados do Exame Nacional de Desempenho
dos Estudantes, o Enade. Os cursos com conceito 3 serão aqueles que atendem aos critérios
de qualidade para funcionar. Da mesma forma, cursos com conceito 5 serão cursos de
excelência, devendo ser vistos como referência pelos demais.
IGC- Índice Geral de Cursos é um indicador de qualidade que avalia as instituições de
Educação Superior. Ele é calculado anualmente, considerando a média dos últimos CPCs
disponíveis dos cursos avaliados da instituição no ano do cálculo e nos dois anteriores,
ponderada pelo número de matrículas em cada um dos cursos computados. Como o IGC
considera o CPC dos cursos avaliados no ano do cálculo e nos dois anos anteriores, sua
divulgação refere-se sempre a um triênio, compreendendo, assim, todas as áreas avaliadas,
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De acordo com a Figura 1, o Brasil tem 2.368 instituições, que oferecem cursos
superiores em mais de 32 mil cursos de graduação. Quanto ao número de alunos matriculados
no Ensino Superior, o Brasil registrou 7.823.013 de estudantes, de acordo com o Censo da
Educação Superior 2014, divulgado pelo Ministério da Educação (MEC) e pelo Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
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O campo das políticas públicas é bastante amplo, pois envolve toda a história da
educação brasileira e mundial. O propósito não é abordar todos os itens que marcaram a
história, mas alguns aspectos que caracterizam as políticas públicas a partir da década de 90
para cá.
Criado em 1999 pelo governo Fernando Henrique Cardoso (FHC), o Fies substituiu o
Programa de Crédito Educativo – PCE/CREDUC, que foi aperfeiçoado pelos governos
posteriores. O Fies destina-se a estudantes regularmente matriculados em instituições de
Educação Superior privada e que são reconhecidas pelo MEC, com exigência de participação
no Enem.
Após ter feito a inscrição, o estudante pode ter até 100% de seu curso financiado, o
qual poderá ser pago num prazo até três vezes superior ao da graduação, com juros de 3,4%
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ao ano.
A educação a distância foi incluída como política pública no Brasil por meio das
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), lei n. 9.394/96 em seu artigo 80, que estabelece
sua possibilidade em todas as modalidades de ensino.
Art. 80. O Poder Público incentivará o desenvolvimento e a veiculação de programas
de ensino a distância, em todos os níveis e modalidades de ensino, e de educação continuada.
§ 1º A educação a distância, organizada com abertura e regime especiais, será
oferecida por instituições especificamente credenciadas pela União.
§ 2º A União regulamentará os requisitos para a realização de exames e registro de
diploma relativos a cursos de educação a distância.
§ 3º As normas para produção, controle e avaliação de programas de educação a
distância e a autorização para sua implementação, caberão aos respectivos sistemas de
ensino, podendo haver cooperação e integração entre os diferentes sistemas. (BRASIL, 1996).
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TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS
TENDÊNCIA LIBERAL
O termo tendência não quer significar uma moda ou um costume que se teve num
determinado período histórico, mas concepções pedagógicas que se fizeram presentes na
prática docente. Podemos dizer que tendências são comportamentos ou características que
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De acordo com Libâneo (2003), a tendência liberal tradicional procura dar destaque
para o ensino humanístico de cultura geral, no qual o aluno é educado para atingir, pelo
próprio esforço, sua plena realização como pessoa. A seguir, vamos apresentar como essa
tendência compreende o papel da escola, os conteúdos de ensino, os métodos, o
relacionamento professor-aluno, os pressupostos de aprendizagem e as manifestações na
prática escolar.
a exposição do conteúdo, quanto a interpretação são feitas pelo professor, que, geralmente,
segue estes pontos: preparação do aluno (recordar a matéria da aula anterior); apresentação
(destaque dos pontoschave); associação (combinação do conhecimento novo com o já
conhecido); generalização (dos aspectos particulares conclui-se o geral); aplicação (resoluções
de exercícios).
Essa tendência tem uma preocupação com a questão prática, pois seu objetivo é o
desenvolvimento pessoal (autorrealização) e que queira ocupar um papel de destaque na
sociedade com maior autonomia. Ela está baseada nas ideias do psicólogo norte-americano
Carls Rogers, que dá maior atenção aos aspectos psicológicos do que pedagógicos ou sociais.
De acordo com Libâneo (2003), os aspectos que caracterizam essa tendência são:
TENDÊNCIA PROGRESSISTA
Essa tendência teve como representante principal o pensador brasileiro Paulo Freire,
por isso, também é conhecida como pedagogia de Paulo Freire. Paulo Freire (1999, p. 25)
afirmava que “ensinar não é transferir conhecimentos, mas criar as possibilidades para a sua
própria produção e a sua construção”. Portanto, ensinar não é algo mecânico, em que cada
um domina uma certa quantidade de conteúdos de determinada disciplina e os repassa aos
seus educandos, mas é, acima de tudo, estar aberto às indagações e às curiosidades dos alunos
frente aos desafios que esta realidade apresenta.
Paulo Freire nasceu em Recife em 1921 e é considerado um dos pensadores brasileiros
mais influentes da pedagogia crítica. Destacou-se em seu trabalho com a educação popular,
voltado para a conscientização política. Autor de mais de 30 livros, entre eles podemos citar:
Essa tendência também é conhecida como histórico-crítica. Ela propõe uma superação
das pedagogias tradicional e renovada, valorizando a ação pedagógica inserida na prática
social concreta. A escola é entendida como mediação entre o indivíduo e a sociedade,
exercendo a função de transmitir os conteúdos, enquanto a assimilação do conteúdo pelo
aluno é resultado do saber criticamente reelaborado. (LIBÂNEO, 2003).
De acordo com Libâneo (2003), são suas características na prática escolar:
• Papel da escola: sua função consiste na preparação do aluno para o mundo adulto
e suas contradições, fornecendo-lhe um instrumental, por meio da aquisição de conteúdos e
da socialização, para uma participação organizada e ativa na democratização da sociedade.
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• Método de ensino: uma aula começa pela constatação da prática real, havendo,
em seguida, a consciência dessa prática no sentido de referi-la aos termos do conteúdo
proposto, na forma de um confronto entre a experiência e a explicação do professor.
técnicas fixá-las.
específica
s.
a) Disciplinaridade
A origem das disciplinas nos remete ao início da Idade Moderna, com o filósofo francês
René Descartes, em sua obra o “Discurso do Método”, na qual desenvolveu uma nova forma
de investigação da realidade e estabeleceu um novo paradigma de ciência, conhecido como
“método cartesiano”, diferente daquele presente na Idade Média.
Percebemos que o modelo cartesiano de investigação levou à descontextualização e à
fragmentação da realidade. Na educação, esse modelo se faz presente nas “grades
curriculares”, em que é estruturado o todo educativo, aparecendo, em seus diversos quadros,
as disciplinas e seus respectivos conteúdos a serem trabalhados de forma fragmentada e
descontextualizada.
Como consequência do modelo cartesiano no campo da educação, observamos que os
conteúdos das disciplinas são dissociados da realidade, não ajudam o homem a conhecer e
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b) Transversalidade e Interdisciplinaridade
METODOLOGIAS DE ENSINO
a observação e a experiência são métodos, mas a coloração do tecido nervoso com sais de
prata é uma técnica.”. (CIRIBELLI, 2003, p. 30).
Pode-se dizer que o método se efetiva por meio de técnicas de ensino que são
utilizadas para alcançar os objetivos por ele instituídos. [...] método de ensino como um
“conjunto de procedimentos lógica e psicologicamente ordenados” utilizados pelo professor
a fim de “levar o educando a elaborar conhecimentos, adquirir técnicas ou habilidades e a
incorporar atitudes e ideais”. Já as técnicas de ensino são “destinadas a dirigir a aprendizagem
do educando, porém, num setor limitado, particular, no estudo de um assunto, ou num setor
particular de um método de ensino”, portanto, o método de ensino é mais amplo que a
técnica. (BRIGHENTI; SOUZA, 2014, p. 6).
Na educação, o método está relacionado às metodologias de ensino, que, por sua vez,
estão relacionadas aos processos de ensino, os quais podem ser em grupo, individual,
socializado-individualizante. Vejamos um resumo dessas questões no quadro que segue:
AULA EXPOSITIVA
A aula expositiva é um dos métodos de ensino mais utilizado no meio universitário. Se
bem empregado, permite atingir certos objetivos, como: adquirir informações atualizadas de
diversas fontes; facilitar a compreensão e aplicação dos conteúdos específicos e elevar os
níveis motivacionais dos estudantes.
Na aula expositiva, os alunos alcançam seus objetivos de aprendizagem se ela cumprir
os seguintes requisitos:
Para que a aula seja bem organizada e preparada, vamos apresentar os principais
aspectos a serem levados em consideração em relação a uma aula expositiva e participativa:
estruturação do conteúdo; clareza; mantendo a atenção e interesse dos alunos.
a) Estruturação do conteúdo
b) Clareza
– Usar quadros ou tópicos: os quadros são afirmações que marcam o início e o fim
de um tópico ou subtópico.
– Usar indicadores: os indicadores são comandos que definem a direção e dão
orientação da estrutura da exposição (agora vamos nos concentrar em... vamos ver a relação
entre item, quadro A e quadro B...).
– Enfoques: são expressões orais, mímicas ou expressões corporais que servem para
chamar a atenção dos alunos sobre pontos importantes da exposição e servem para enfatizar
os pontos-chave da apresentação.
– Links: são as relações que um determinado conteúdo tem com as partes
de uma exposição ou com os demais conteúdos.
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Manter o interesse e atenção durante toda aula não é fácil. Uma das principais
educadoras americanas, a professora Tracey Tokuhama- Espinosa, em entrevista ao
Universitário Notícias, afirma que “O tempo que um estudante consegue prestar atenção
durante uma aula é menor do que muitos imaginam. [...] a capacidade do aluno de reter
informações se esgota em apenas 10 ou 20 minutos.”. (TOKUHAMA- ESPINOSA, 2011).
O bom ensino é aquele que leva a uma boa aprendizagem. Uma aprendizagem eficaz
é aquela que promove mudanças em conhecimentos, habilidades e atitudes, dependendo do
grau de participação e cooperação entre os alunos de uma determinada turma.
SEMINÁRIOS
esta acepção ainda hoje perdura. Ao mesmo tempo, surgia na Alemanha uma instituição
denominada também de seminar, mas cuja finalidade era a formação dos quadros docentes
[...] Apesar de ser utilizado, principalmente, para a formação de estudantes universitários pós-
graduados, o seminário chegou no século XIX a ser, nas universidades alemãs, o principal meio
de preparação de uma elite universitária, especialmente em matérias clássicas. (BALCELLS;
MARTIN, 1985, p. 82-83).
Em seu sentido amplo, podemos afirmar que seminário quer significar um grupo de
pessoas (professores, alunos, especialistas) com a finalidade de estudar um tema bem
específico sob a coordenação de uma autoridade no assunto. A definição que melhor
representa a ideia de seminário na Educação Superior é:
[...] um procedimento que consiste em levar o aluno a pesquisar sobre determinado
tema, apresentá-lo e discuti-lo [...]. Proporciona enriquecimento cultural, profissional e
pessoal ao aluno, além de dar-lhe oportunidade para ouvir outras pessoas que abordam
assuntos idênticos com enfoques diferentes, ampliar sua visão político-educacional e
conhecer novas tendências de mercado. (MARION; MARION, 2006, p. 41).
O seminário é uma metodologia focada no trabalho em grupo e que leva ao
desenvolvimento de habilidades intelectuais, ao relacionamento humano, ao diálogo com os
demais colegas e à comunicação. Pensando em todas essas vantagens, apresentamos os
objetivos e as responsabilidades do professor e do aluno na apresentação de um seminário,
conforme Veiga (1991).
TRABALHO EM GRUPO
• Os membros mais talentosos acabam por investir menos esforços mentais só para
evitar que os outros participantes se beneficiem dele.
• Os alunos que possuem alto rendimento escolar geralmente são os que dominam
as atividades grupais e os principais interlocutores do grupo.
• Atividades que exigem que cada membro do grupo participe ativamente em favor
da aprendizagem, ou seja, tarefa que tem interdependência entre os participantes que geram
aprendizagem e desenvolvimento social dos alunos.
• Vale ressaltar que o tamanho do grupo influencia nos resultados. Quanto menor
o grupo, maior é a responsabilidade com relação à tarefa em questão. Em grupos grandes as
pessoas demonstram menos tendência de ajudarem umas às outras.
• Capacidade de formação;
• Capacidade de funcionamento;
• Capacidade de formulação, e
• Capacidade de fermentação.
apresentado?
Uma questão importante a ser observada é que trabalhos em grupo não devem contar
com equipes acima de cinco pessoas. Pode até ser maior, desde que leve a participação de
todos os integrantes. Também vale ressaltar que o trabalho de grupo requer que os
participantes realizem uma preparação prévia, caso contrário, essa atividade pode se
transformar em conversa paralela e perda de tempo.
ATIVIDADES PRÁTICAS
Estudo do meio, visita à empresa, visita a campo, observações e estágios são alguns
exemplos do que podemos chamar de atividades práticas, essenciais nos cursos de medicina,
farmácia, direito, engenharia, psicologia e outros, que exigem do estudante formação teórica
e exercícios da prática profissional. Quase todos os cursos universitários têm modelos
formativos mistos, com vivências práticas em empresas, atividades de cooperação, realização
de projetos entre outros.
As práticas facilitam a compreensão do trabalho dos que estão iniciando uma carreira
profissional com perspectivas de êxito. Podemos definir atividades práticas como um conjunto
de ações que um estudante realiza em um contexto real (natural) relacionado ao exercício de
uma profissão e que favorecem à aprendizagem.
É importante destacar que as atividades práticas são “um recurso de inegável valor,
considerado para alguns como fundamental quando se pretende que os alunos estabeleçam
a relação dos conhecimentos adquiridos em contexto de sala de aula com a realidade
envolvente.”. (ALMEIDA; SILVA, 2016). Também é importante destacar que as atividades
práticas estão relacionadas aos planos de estudos de uma ou mais disciplinas e precisam ter
um objetivo claro para que os estudantes adquiram os conhecimentos que são essenciais à
sua formação.
Para o ensino cumprir seu objetivo em um contexto prático, deve ser muito bem
planejado e organizado para que as atividades propostas sejam claras e objetivas, pois “ao
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encontrar-se com o ambiente a ser estudado, o aluno geralmente fica muito mais excitado
que nas aulas normais, e isto pode levar o professor a considerá-lo dispersivo.”. (ALMEIDA;
SILVA, 2016).
Para finalizar este item, as vantagens das atividades práticas são:
qualidade da aprendizagem.
Além disso, a sala de aula invertida valoriza o papel do professor, como orientador dos
percursos de pesquisa e mediador entre estudantes e conhecimentos. E pode ajudar a
desenvolver competências como capacidade de autogestão, responsabilidade, autonomia,
disposição para trabalhar em equipe.
Sem cair no erro de importar tal e qual um modelo estrangeiro, nada impede que, no
Brasil, o método seja estudado, sejam realizados estudos, ensaios e experiências e, na
sequência, se adaptem alguns dos princípios e recursos para as necessidades do nosso
contexto. Algumas escolas e universidades já vêm fazendo isso e, em breve, talvez
verifiquemos resultados surpreendentes.
PLANEJAMENTO DO ENSINO
PLANEJAMENTO DA EDUCAÇÃO
1) Planejamento educacional
que objetiva definir os fins últimos da educação e os meios para alcançá-los. O planejamento
nesse nível está a cargo das autoridades educacionais, no âmbito do Ministério da Educação,
do Conselho Nacional de Educação e dos órgãos estaduais e municipais, que têm atribuições
no campo da Educação.
2) Planejamento institucional
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei n. 9.394/96), em seu art. 12, inciso
I, prevê que “os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu
sistema de ensino, têm a incumbência de elaborar e executar sua proposta pedagógica”.
Essa proposta não pode ser entendida apenas como uma carta de intenções ou uma
exigência de ordem administrativa, mas como a consolidação de um trabalho realizado em
conjunto por todos os profissionais de uma escola com vistas a atender às diretrizes da
educação nacional, bem como às necessidades locais e específicas de sua clientela. Trata-se
de um instrumento que possibilita definir a ação educativa da escola em sua totalidade. Nesse
sentido, essas atribuições configuram-se como o planejamento institucional da escola.
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3) Planejamento curricular
previsão das atividades que o estudante realiza sob a orientação da escola para atingir os fins
pretendidos.
Durante muito tempo, as escolas superiores dispuseram de pouca margem de
liberdade para realizar seu planejamento curricular. Isso porque a legislação anterior
caracterizava-se por excessiva rigidez, com a fixação detalhada dos currículos mínimos.
Todavia, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996),
atualmente vigente, confere autonomia às Instituições de Ensino Superior para fixar os
currículos de seus cursos, desde que observadas as Diretrizes Curriculares gerais.
As Diretrizes Curriculares são definidas pelo Conselho Nacional de Educação para os
diferentes cursos e asseguram às Instituições de Ensino Superior ampla liberdade na
composição da carga horária a ser cumprida para a integralização dos currículos, assim como
na especificação das unidades de estudos a serem ministradas. Elas indicam os tópicos ou
campos de estudo e demais experiências de ensino-aprendizagem que comporão os
currículos, mas evitam ao máximo a fixação de conteúdos específicos com cargas horárias
predeterminadas, que não poderão exceder 50% da carga horária total dos cursos.
Assim estabelecidas, as Diretrizes Curriculares asseguram ampla flexibilidade às
diferentes Instituições de Ensino Superior na elaboração de seus currículos, que, dessa forma,
passam a dispor de melhores condições para atender às necessidades diferenciais de suas
clientelas e às peculiaridades das regiões nas quais se inserem. Isso significa, por outro lado,
que necessitam ser mais criativas e responsáveis.
4) Planejamento do ensino
e dos recursos que vai adotar para facilitar a aprendizagem, dos critérios de avaliação, etc.
Todas essas decisões, bem como os meios necessários para sua viabilização, fazem
parte do planejamento de ensino, que se configura como condição essencial para o êxito do
trabalho docente. De fato, à medida que as ações docentes são planejadas, evita-se a
improvisação, garante-se maior probabilidade de alcance dos objetivos, obtêm-se maior
segurança na direção do ensino e também maior economia de tempo e de energia.
Por vezes, os termos plano e planejamento são utilizados como sinônimos, mas há
distinções entre eles. Apesar de estarem diretamente interligados, há diferenças que vamos
apresentar agora.
Como já apresentado anteriormente, o planejamento consiste no processo de
organização das ações, diz respeito ao projeto futuro desejado e às maneiras efetivas de
realizá-lo. O planejamento também envolve o processo, a eficiência, os prazos e as metas do
caminho a serem percorridos para se alcançar os objetivos esperados. Ao processo de
organização das ações a serem desenvolvidos durante um determinado período dá-se o nome
de plano.
A elaboração do plano de ensino é de responsabilidade do professor. Ele terá como
base o planejamento institucional e curricular e buscará definir os atos do professor durante
um determinado período letivo, que poderá ser um semestre ou um ano. A cada período letivo
o professor deverá refazer o documento. Entende-se que o plano de ensino engloba pelo
menos duas espécies de planejamento: plano de disciplina e plano de aula (BONAT, 2010).
a) Plano de disciplina
longo do ano ou do semestre letivo. Constitui um marco de referência para as ações voltadas
para o alcance dos objetivos das disciplinas afins e com o curso tomado de forma global. À
medida, portanto, que o professor concretiza suas decisões num plano, tem sempre à mão
um roteiro dos caminhos a serem seguidos e das providências a serem tomadas no seu devido
tempo.
De modo geral, o plano de disciplina esclarece acerca de sua duração, objetivos gerais,
conteúdo programático, estratégias de ensino, recursos didáticos e procedimentos de
avaliação. Para sua elaboração concorrem muitos fatores, tais como orientação da escola,
habilidades do professor, recursos disponíveis etc. A rigor, o plano é apenas um roteiro
abreviado e esquemático e seu principal valor está principalmente no caráter pessoal de quem
o executa. Mas deve ser lido e analisado por outras pessoas, tais como: coordenador do curso,
professores responsáveis pelas demais disciplinas e assessores pedagógicos (GIL, 2012, p. 100-
101).
Não há um modelo rígido de plano de disciplina, mas há uma sequência em que são
contemplados os seguintes itens:
• JUSTIFICATIVA
• OBJETIVOS DA DISCIPLINA
• EMENTA
A palavra ementa vem do latim ementum que significa ideia, pensamento, resumo.
Cada disciplina de curso tem uma ementa que é expressa em um parágrafo. É o que vai ser
ensinado, estudado durante o período de estudos da disciplina.
• CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Corresponde aos temas e aos assuntos que serão abordados nas aulas. Geralmente,
tais temas são apresentados em unidades de ensino. Sua quantidade depende da
especificidade de cada disciplina. Recomenda-se não mais de 5 unidades de ensino, com
duração de 3 a 4 semanas cada unidade.
• BIBLIOGRAFIA
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• ESTRATÉGIAS DE ENSINO
As estratégias de ensino são planos ou ações didáticas em que são utilizadas técnicas
para se obter melhor resultado nos processos de ensino e aprendizagem. São exemplos de
estratégias de ensino: aulas expositivas, seminários, trabalhos de grupo, estudos de caso,
entre outros.
• AVALIAÇÃO
• CRONOGRAMA
PLANO DE DISCIPLINA
Nome da Instituição: Centro Universitário
Curso: Engenharia Mecânica
Semestre: 2016.1
Disciplina: Homem, Cultura e Sociedade
Coordenador: Cristian Bernardi
Carga Horária: 72 horas
1) Justificativa da Disciplina
O profissional egresso do Ensino Superior para ser de fato competente, deve
possuir referencial teórico que o capacite a compreender a sociedade em que vive e
para a qual irá destinar o seu trabalho. Dessa forma, é fundamental que ele compreenda
a estrutura de tal sociedade e a forma de ligação parte-todo no universo social. É
imprescindível, ainda, que esse profissional possa respaldar seu referencial teórico-
analítico na sociedade atual (mundializada e globalizada), em seu contexto local (a
sociedade brasileira), a fim de poder analisar e criticar essa sociedade de forma ampla.
2) Objetivo da Disciplina
Propiciar ao aluno condições para que possa se construir como sujeito
autônomo, capaz de agir e decidir de forma responsável dentro do ambiente social, na
perspectiva pessoal e coletiva.
3) Ementa
A formação do pensamento ocidental. O homem e a sociedade. O homem
enquanto produtor e produto da cultura. As relações étnico-raciais e a luta antirracista
do movimento negro do Brasil.
4) Unidades de Ensino
• A formação do pensamento ocidental.
• O homem e a sociedade.
• O homem enquanto produtor e produto da cultura.
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5) Bibliografia
SIEGEL, Norberto; TOMELIN, Janes Fidélis. Filosofia: Caderno de estudos.
Indaial: Grupo Uniasselvi, 2010.
DELSON, Ferreira. Manual de Sociologia: dos clássicos à sociedade da
informação. São Paulo: Atlas, 2009.
MIRANDA, Pontes de. Introdução à Sociologia Geral. Campinas: Bookseller,
2003.
6) Estratégia de Ensino
As aulas teóricas serão desenvolvidas de forma interativa, com projeção
multimídia, exposição dialogada, discussão e problematização dos assuntos, trabalhos
em grupos, utilização diversificada de recursos didáticos e audiovisuais, objetivando a
construção de espaços potenciais de ensino-aprendizagem. As aulas práticas serão
desenvolvidas no próprio ambiente da aula possibilitando que o aluno explore suas
habilidades criativas, sua competência em trabalhos compartilhados e sua oratória.
7) Avaliação
A avaliação será dividida em dois momentos: Avaliações Parciais e Avaliações
Oficiais. Ambas abarcarão campo conceitual interdisciplinar na solução das situações
problemas que serão oferecidas. As avaliações poderão ser realizadas através de: prova
escrita, participação do aluno nas atividades práticas, estudos dirigidos, discussão,
seminários e outros.
8) Cronograma
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PLANO DE AULA
A palavra avaliação vem do latim a + valere, que significa atribuir valor ou mérito ao
que está sendo estudado. Avaliar também é emitir juízo de valor sobre o trabalho que está
sendo desenvolvido para verificar a sua excelência.
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Na educação, a avaliação tem sido utilizada para medir os conhecimentos dos alunos
durante um determinado período de aula. É considerado um instrumento indispensável no
ambiente escolar, para medir qualitativa e quantitativamente as atitudes e aptidões dos
acadêmicos.
Para aprofundarmos a compreensão de avaliação, apresentamos algumas definições,
conforme os autores mais importante da história da educação. Acompanhe!
Autor Avaliação
Ausubel (1068) Busca permanente de dados para proporcionar feedback.
A avaliação é um processo de construção permanente com
Piaget (1967) acompanhamento do estudante, verificando se está aprendendo as
habilidades necessárias.
Um exercício que visa reproduzir, com exatidão, o comportamento
Skinner (1996) em direção ao objetivo a ser alcançado.
Freire (1980) É um processo inserido no método de formação. É um processo de
constru-
ção permanente.
É um processo que envolve técnicas de acompanhamento em direção
Freinet (1978) ao objetivo pretendido.
É a prática que proporciona dados com vistas a constatar se o objetivo
Dewey (1967) está
sendo alcançado.
Gagné (1980) É o conjunto de estratégias para verificar resultados.
Bruner (1976) É um processo de acompanhamento na construção do
desenvolvimento.
Rogers (1976) Avaliação é um exercício da liberdade do indivíduo.
Fonte: Cimadon (2008, p. 194).
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Estas são algumas das definições de avaliação expressas pelos autores da área da
educação. Cada uma delas apresenta aspectos diferentes de acordo com os papéis que
desempenha no processo de ensino e aprendizagem, ou seja, diz respeito aos diferentes
momentos em que a avaliação é utilizada na vida escolar.
Muitos professores têm uma visão crítica da avaliação, o que leva a duvidar dela,
aplicando somente por ser uma exigência das instituições de ensino. Entende-se que a
avaliação é um processo contínuo, cumulativo e sistemático da escola, que auxilia na tomada
de decisões.
De acordo com Gil (2011, p. 105-106), as provas e exames apresentam uma série de
aspectos negativos, tais como:
Todos estes aspectos indicados têm muito de verdade, pois professores utilizam a
avaliação de forma abusiva, prejudicando o desempenho do aluno, tornando-se ineficaz em
sua proposta: avaliar o aprendizado do aluno.
A avaliação deve ser pensada a partir dos objetivos de aprendizagem propostos no
plano de aula ou da disciplina e este deve ser um momento especial de aprendizagem e não
um castigo a ser enfrentado pelos alunos. A favor da avaliação, podemos apontar os seguintes
aspectos (GIL, 2011, p. 106):
A avaliação deve ser pensada a partir dos objetivos de aprendizagem propostos no
plano de aula ou da disciplina e este deve ser um momento especial de aprendizagem e não
um castigo a ser enfrentado pelos alunos.
- a obtenção de resultados bastante satisfatórios do ponto de vista estatístico;
- são úteis para que os alunos possam situar-se em relação à matéria e aos outros
alunos;
- constituem uma forma de controle do trabalho dos professores;
- representam uma forma privilegiada de fornecimento de feedback para o
professor e para o aluno.
AS FUNÇÕES DA AVALIAÇÃO
A palavra função deriva do latim functio que significava execução, trabalho e exercício.
Podemos entender a palavra função como sendo algo útil e que tem alguma serventia. Na
educação, entendemos que a avaliação tem uma função de utilidade para quem está sendo
avaliado e para o professor.
Tradicionalmente, a avaliação tem sido compreendida como um processo que ocorre
64
a) Avaliação Diagnóstica
Esta avaliação é mais indicada para o início do período letivo, em que o professor tem
o objetivo de identificar os conhecimentos prévios de cada aluno sobre um determinado
assunto, preparando-o, depois, para uma nova etapa de aprendizagem.
Sobre esta modalidade de avaliação, Luckesi (2005, p. 82) afirma que: Para que a
avaliação diagnóstica seja possível, é preciso compreendê-la e realizá-la comprometida com
uma concepção pedagógica. No caso, considerarmos que ela deva estar comprometida com
uma proposta pedagógica histórico-crítica, uma vez que esta concepção está preocupada com
a perspectiva de que o educando deverá apropriar-se criticamente de conhecimentos e
habilidades necessárias à sua realização como sujeito crítico dentro desta sociedade que se
caracteriza pelo modo capitalista de produção. A avaliação diagnóstica não se propõe e nem
existe uma forma solta isolada. É condição de sua existência e articulação com uma concepção
pedagógica progressista.
Se fôssemos comparar, este tipo de avaliação se assemelha a uma consulta médica,
em que são solicitados exames para identificar o tipo de doença que o paciente tem, para,
depois, realizar o devido tratamento conforme a doença diagnosticada. Da mesma forma, a
avaliação diagnóstica quer sondar se o aluno apresenta os conhecimentos necessários para,
posteriormente, propor ações de correção dos pontos falhos e progredir nos estudos.
b) Avaliação Formativa
apresentados, bem como tomar conhecimento dos seus erros e acertos para continuar seus
estudos de maneira sistêmica.
Além de o aluno identificar seus erros e acertos, fazendo correções, se necessário, o
professor pode identificar suas deficiências na forma de ensinar, bem como identificar como
os alunos estão se movendo em direção aos objetivos propostos.
c) Avaliação Somativa
Este tipo de avaliação tem a função de classificar os alunos de acordo com o nível de
aproveitamento. É realizado ao final dos estudos de uma determinada disciplina ou unidade
de ensino.
A avaliação somativa é também chamada de classificatória ou tradicional. Como
avaliação restrita, o seu propósito é o de classificar ou determinar o tipo de habilidades
aprendidas pelo aluno ao final da unidade, do semestre ou do curso, segundo os níveis de
aproveitamento, cujos resultados são expressos em notas ou conceitos. Os instrumentos são
diversos, mas o mais utilizado é a prova abrangente no final da unidade (CIMADON, 1998, p.
168).
A finalidade da avaliação somativa é medir o desempenho do estudante sobre um
determinado conteúdo. Geralmente ocorre de forma descontextualizada e isolada. “Cumpre
um papel mais normativo, na escola, no sentido de informar se o aluno está apto ou não a
cursar a série seguinte ou outro grau de ensino” (HAYDT, 1997, p. 18).
Para finalizar este item, apresentamos uma síntese das modalidades de avaliação de
acordo com a sua função, finalidade e quando se aplica, conforme quadro que segue.
AS TÉCNICAS DE AVALIAÇÃO
dissertações
discursivas - Com perguntas breves
- Com consulta
feitas em casa
- Escritas - Resposta única
provas - Verdadeiro e falso
- Objetivas - Ordenação
- Associação
- Asserção-razão
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- Afirmação incompleta
- Orais
Fonte: Adaptado de Gil (2011, p. 110).
a) Provas discursivas
PROVAS DISCURSIVAS
se iniciam com um verbo que esclarece o objetivo pretendido pelo professor: defina,
relacione, compare, analise, justifique, critique etc. Em relação às provas dissertativas,
apresenta a vantagem de cobrir mais extensamente a matéria. Porém, dependendo da
maneira como forem formuladas as questões (muito ampla ou muito restrita), poderão
facilitar tanto os “rodeios” por parte dos alunos quanto as respostas memorizadas.
Outro tipo de prova discursiva é aquele em que se permite ao aluno consultar livros e
apontamentos. Muitas vezes, é aplicada em face das solicitações dos alunos. Todavia, o
professor precisa considerar que uma prova dessa natureza é adequada para avaliar em que
medida o aluno é capaz de aplicar os conhecimentos aprendidos. Se, no entanto, o objetivo
do professor for avaliar os conhecimentos sobre a matéria, as provas com consulta poderão
ser vistas como uma espécie de “cola autorizada”.
Também se pode falar em provas “feitas em casa”, muitas vezes designadas como
“trabalhos”. São constituídas por fichas de leitura, resumos, monografias etc. Quando bem
orientadas, podem ser muito úteis à medida que possibilitam aos alunos desenvolvê-las
segundo o seu próprio ritmo, ao mesmo tempo em que servem de treinamento para pesquisa
bibliográfica ou documental. Em virtude, porém, do baixo nível de controle por parte do
professor, essas provas ficam frequentemente sujeitas à “colaboração externa”.
Um aspecto importante a se destacar nas provas discursivas é com relação a sua
correção, pois o professor precisa estar muito atento às ideias que o aluno tem sobre as
respostas dadas às questões devido às interpretações que faz. Alunos e professores podem
ter interpretações diferentes das questões e isso abre espaço para a discussão devido à
subjetividade e por utilizarem fundamentos teóricos diversos.
VANTAGENS DESVANTAGENS
b) Provas Objetivas
Ao elaborar uma prova objetiva, o professor deverá pensar em cada uma das questões
como possibilidades para interpretar, questionar, refletir, analisar e decidir, ou seja, as
questões devem fazer com que o estudante leia e interprete; reflita sobre situações-
problema; analise as informações de modo crítico; infira e extraia conclusões; contextualize
com a atualidade; relacione, compare e contraste diferentes situações.
Caro professor, você deve estar se questionando: Como elaborar questões que
contemplem esses parâmetros?
Para que cada questão atenda aos parâmetros acima apresentados, pensamos nos
seguintes elementos que poderão auxiliá-lo nesse processo. Acompanhe:
4- Induzir respostas.
Veja agora o exemplo de uma questão que atende a todos esses critérios:
• Resposta única
Karl Max considerava a economia como base para todos os acontecimentos, inclusive
culturais. Porém, a partir do nascimento da escola inglesa marxista, entre 1950 e 1960, surgiu
a ideia da exclusão do economicismo pregado pelos marxistas ortodoxos em prol de uma
análise ampla e dinâmica da cultura.
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• Verdadeiro ou falso
Diante disso, assinale a alternativa que apresenta um dos criadores da escola inglesa
marxista:
a) Edward Thompson.
b) Norbert Elias.
c) Michel Foucault.
d) Pierre Bourdieu.
a) V – V – V – F – V
b) V – V – V – V – V
c) V – V – V – V – F
d) V – V – V – F – F
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• Ordenação
EXEMPLO: ORDENAÇÃO
A educação a distância pode ser entendida como uma modalidade mediada pela
tecnologia, na qual alunos e professores estão separados pelo tempo e pelo espaço,
desenvolvendo atividades síncronas e assíncronas.
Sobre a história da educação a distância, leia e analise o texto que segue: “A primeira
geração de EAD foi marcada pelo ensino por correspondência, com a produção e distribuição
de materiais impressos. A segunda geração, cujos projetos envolviam principalmente o uso de
diferentes tecnologias, como o rádio, a TV, a teleconferência e o videotape, demandavam um
processo de produção mais complexo, com o desenvolvimento de profissionais com
diferentes competências. A terceira geração envolveu o uso das redes de computadores, das
videoconferências e do CD-ROOM, sendo marcada pelo desenvolvimento de programas de
computadores e softwares”.
Baseado nas três gerações da educação a distância, ordene as características que
seguem de acordo com a evolução histórica:
a) ( ) II – I – III
b) ( ) I - II – III
c) ( ) I - III - II
d) ( ) II- III - I
• Associação
Nesse tipo de questão, são apresentadas palavras ou símbolos que o estudante terá
que relacionar à resposta adequada. Deve-se ter os seguintes cuidados na sua elaboração:
EXEMPLO: ASSOCIAÇÃO
I – Banco de talentos.
II – Aumento da criatividade.
III convergência nos objetivos. IV – Saúde dos profissionais.
• Asserção – Razão
PORQUE
• Afirmação incompleta
a) ( ) Antropologia
b) ( ) Filosofia
c) ( ) Sociologia
d) ( ) Psicologia
AS TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS
tecnologia para a aventura de criar, inventar e projetar nossos bens fugindo aos riscos de
facilmente comprá-los. Educação e tecnologias juntas para construir o mundo real sem as
visões maravilhosas de um futuro tecnológico utópico e sem problemas (BARROS, 1997 apud
ROCHA, 2013, p. 49).
Esta ligação entre tecnologia e educação nos mostra que o conhecimento depende da
tecnologia, que, por sua vez, tem trazido novas formas de aprender e perceber o mundo que
nos cerca. A escola não pode ignorar esta situação, pois a linguagem da tecnologia está cada
vez mais presente em nosso meio.
muitos cursos superiores são realizados totalmente a distância, mas, para isso, há uma
metodologia própria que lhes proporciona a aprendizagem.
Segundo o Decreto nº. 5.622, de 20 de dezembro de 2005, que regulamenta o Art. 80
da LDB de 1996, a Educação a Distância é:
Art. 1º [...] modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos
processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de
informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades
educativas em lugares ou tempos diversos (BRASIL, 2005).
O que se pode verificar na definição é que há vários aspectos que estão envolvidos no
processo de ensino e aprendizagem na EAD: tecnologias, mediação, comunicação, estudantes,
professores. Além desses itens, a EAD no Brasil é uma opção estratégica, eficiente e eficaz,
que permite superar as barreiras geográficas e oportuniza o acesso à educação, sendo uma
modalidade inclusiva.
Você tem ideia de quando iniciou a EAD? Será que ela é tão recente quanto parece?
Alguns autores sustentam que a educação a distância surgiu com a invenção da escrita.
Esse invento proporcionou uma revolução, pois o “que antes só poderia ser transmitido
oralmente, a partir da escrita, pôde ser comunicado sem a necessidade de um narrador
presente” (TAFNER; TOMELIN; SIEGEL, 2009, p. 12).
Todavia, observa-se na literatura outros estudos os quais afirmam que o ensino a
distância só se tornou possível com a invenção da imprensa, no século XV. Eles evidenciam
que a imprensa possibilitou maior “acesso à informação, facilitou o processo de divulgação de
ideias, democratizou o conhecimento, potencializou reformas e revoluções. Enfim, outorga-
se o início da EAD a partir deste marco” (TAFNER; TOMELIN; SIEGEL, 2009, p. 12).
Contudo, o consenso mais comum é de que a educação a distância se subdivide em
cinco gerações, iniciando pelos cursos de correspondência no século XIX. A seguir veremos um
quadro com as gerações e as tecnologias utilizadas em cada delas.
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Para Kenski (2003, p.101) “Antes de tudo, para se realizar ensino a distância mediado
por novas tecnologias, é preciso contar com uma infraestrutura organizacional (técnica,
pedagógica e administrativa) complexa, na qual o ensino será desenvolvido”.
No âmbito da relação tempo/espaço/tecnologia a comunicação digital em interfaces
interativas deve ser vista como suporte para que o aprendiz, consciente dos desafios que terá
de enfrentar no desenvolvimento de seus estudos a distância, valorize a prática educativa do
professor/tutor em ambiente virtual a fim de que este possa mediatizar o
ensino/aprendizagem com mais flexibilidade, dando abertura ao diálogo permanente que irá
imprimir qualidade ao processo educativo.
As interfaces digitais que, segundo Lévy (1993), asseguram a comunicação entre dois
sistemas informáticos diferentes ou entre um sistema e uma rede de comunicação, favorecem
o domínio de novas informações e experiências dos alunos, as quais devem ser somadas às já
existentes. Nesse processo de construção de novos saberes, o papel do professor, na função
de mediador, é investir nas potencialidades educacionais que as TIC em interface oferecem à
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REFERÊNCIAS