AE17 – Ficha 1

AE17 – (1-03) – MS - Resolver problemas de movimentos retilíneos (queda livre, plano inclinado e queda com efeito de resistência do ar não
desprezável) e circular uniforme, aplicando abordagens analíticas e gráficas, mobilizando as Leis de Newton, explicando as estratégias de
resolução e os raciocínios demonstrativos que fundamentam uma conclusão.

1. No ano 2100, um grupo de astronautas explora um planeta novo que não tem atmosfera.
Num ponto à altura h do solo da superfície do planeta, numa zona onde se pode considerar a aceleração gravítica do
planeta como constante, abandonou-se um corpo.
Antes do corpo chegar ao solo, verificou-se depois de ter percorrido 30 m o módulo da sua velocidade era de 30 m
s1.
Calcule o módulo da aceleração gravítica do planeta junto à sua superfície.

2. Ao mesmo tempo dois corpos A e B, de igual massa, são abandonados de altura de 5,0 m em relação ao solo. A cai
na vertical e B desce um plano com inclinação de 30º em relação à horizontal. Despreze todas as forças resistivas e
considere que o módulo da aceleração gravítica é de 10 ms2.
A B

5,0 m
30º

2.1. Demonstre que os módulos das velocidades de A e B são iguais, quando chegam ao solo, utilizando as Leis do
movimento considerando como referenciais, eixos apropriados para o estudo do movimento de cada corpo, com a
direção do movimento, com sentido positivo no sentido do movimento do corpo e com origem no ponto em que
cada corpo se encontra inicialmente.

2.2. Se o corpo B tivesse o dobro da massa, para realizar o mesmo movimento...

(A) ...demoraria mais tempo para realizar o mesmo percurso
(B) ...chegaria ao solo antes de A
(C) ... demoraria o mesmo tempo e chegaria ao solo ao mesmo tempo que A
(D) ...demoraria o mesmo tempo e continuaria a chegar ao solo depois de A

3. Um grupo de alunos colocou um sensor de movimentos a 3,00 m de altura do solo do laboratório.

50 cm abaixo do sensor os alunos deixaram cair um pedaço de papel.
O gráfico traduz a posição, em relação ao sensor, do pedaço de papel, que caiu verticalmente, em função do tempo.
Nota: Considere que para t = 1,00 s, y = 2,5 m.
 t (s)
3.1. Confirme, justificando, se a ação do ar é significativa no movimento do papel.

3.2. Em que instante o pedaço de papel se encontra a 1,00 m do solo?

3.3. Selecione a opção que completa corretamente o seguinte texto:

“No intervalo de tempo 0,00; 0,40 s, a intensidade da força gravítica do papel ___________, a intensidade
da força de resistência do ar ______________ e a intensidade da resultante das forças aplicadas sobre o papel
_______________.”

(A) ...... é constante ...... aumenta ...... diminui

(B) ...... é constante ...... diminui ...... aumenta
(C) ...... é constante ...... é constante ...... é nula
(D) ...... aumenta ...... aumenta ...... aumenta

3.4. Selecione a opção que completa corretamente o seguinte texto:

“No intervalo de tempo 0,40; 1,00 s, a intensidade da força gravítica do papel é ___________ intensidade
da força de resistência do ar, a intensidade da resultante das forças aplicadas sobre o papel _______________ e o
movimento do pedaço de papel é _______________________________.”

(A) ...... é igual à ...... é nula ...... retilíneo e uniforme

(B) ...... é maior do que ...... aumenta ..... retilíneo e uniformemente acelerado
(C) ...... é igual à ...... aumenta ...... retilíneo e uniforme
(D) ...... é maior do que ...... é nula ...... retilíneo e uniformemente acelerado

3.5. Indique um intervalo de tempo em que se pode aplicar a primeira Lei de Newton.

3.6. Calcule o módulo da velocidade terminal do pedaço de papel durante a queda.

4. De uma janela a 6,0 m da altura do solo, uma bola, de massa 100 g, é lançada verticalmente para cima, com
velocidade de módulo 4,0 ms1. A força de resistência do ar que atua sobre a bola é desprezável.
Considere g = 10 ms2.

4.1. Selecione a opção que melhor representa o esboço do gráfico da intensidade da força gravítica em função do
tempo, desde o instante em que a bola é lançada até atingir o solo.
4.2. Selecione a opção que melhor representa a velocidade, v, e a aceleração, a, da bola num instante
imediatamente após o seu lançamento.

4.3. Considerando como referencial o eixo dos yy, com origem no solo e apontando para cima, a equação que
permite determinar a posição da bola, y, em função do tempo, t, em unidades SI, é...
(A) y = 6,0 + 4,0t  5,0t2 (m) (B) y = 6,0  4,0t + 5,0t2 (m)
(C) y =  6,0 + 4,0t  5,0t (m)
2
(D) y =  6,0  4,0t + 5,0t2 (m)

4.4. Determine a distância percorrida pela bola desde o instante em que foi lançada até chegar ao solo. Apresente
todas as etapas de resolução.

4.5. Qual é módulo da velocidade quando, na descida, a bola volta a passar na posição inicial?

4.6. Selecione o gráfico que melhor representa o esboço do gráfico do módulo da velocidade da bola em função da
altura, medida em relação ao solo, desde o instante em que a bola é lançada até atingir o solo.

4.7. Se a escolha como referencial fosse o eixo dos yy, mas com origem na posição inicial da bola e apontando para
baixo, a equação que permite determinar, nestas circunstâncias, a posição da bola, y, em função do tempo, t, em
unidades SI, seria...
(A) y = 6,0 + 4,0t  5,0t2 (m) (B) y = 6,0  4,0t + 5,0t2 (m)
(C) y = 4,0t  5,0t (m)
2
(D) y =  4,0t + 5,0t2 (m)

5. Considere o seguinte esboço de uma imagem estroboscópica do movimento de um corpo que se move de A a B. A
imagem apresenta as posições do corpo em intervalos de tempo iguais.
5.1. Selecione o gráfico que pode traduzir o gráfico da posição do corpo ao longo do tempo.
(A) (B) (C) (D)

5.2. Selecione a alínea que pode representar a velocidade do corpo quando este passa pelas posições:
x = 1 km e x = 9 km, respetivamente:

(A) (B) (C) (D)

6. O bungee jumping é um desporto radical em que um atleta cai de uma altura apreciável, preso a um cabo elástico
que, ao esticar, exerce uma força sobre o atleta.
Na Figura 5 (que não se encontra à escala), estão representadas posições de um atleta de massa 72 kg , que cai a
partir da plataforma P.
Admita que o atleta inicia o seu movimento de queda vertical com velocidade inicial nula, caindo livremente até à
posição R. A partir da posição R, o cabo elástico começa a esticar, passando a exercer uma força no atleta. Na
posição S, o atleta atinge a velocidade máxima, de módulo 18,7 m s -1, e, na posição T, inverte o sentido do seu
movimento.
Considere o referencial Oy representado na figura.
Admita que o atleta pode ser representado pelo seu centro de massa (modelo da partícula material) e considere
desprezáveis a massa do cabo e a força de resistência do ar.

6.1.
Considere o movimento de queda livre do atleta até à posição R.
Qual dos esboços de gráfico seguintes pode representar a componente escalar da velocidade, vy , do atleta, segundo
o referencial Oy considerado, em função do tempo, t , naquele movimento ?
6.2. À medida que o cabo estica, o seu comprimento aumenta, e a intensidade da força que o cabo exerce no atleta,
Fcabo, também aumenta. Entre a posição R e a posição T, a um aumento do comprimento do cabo de 1,0 m
corresponde, em média, um aumento da intensidade daquela força de 120 N.
Determine a componente escalar da aceleração, a y , do atleta na posição T, em relação ao referencial Oy
considerado.
Apresente todas as etapas de resolução, explicitando todos os cálculos efetuados.

6.3. Admita que, no intervalo de tempo [1,7; 3,0] s , o módulo da velocidade, v , do atleta varia com o tempo, t , de
acordo com a equação
v = 18,7 cos (1,29t  2,62) (SI)
na qual o ângulo (argumento do cosseno) está expresso em radianos.
Determine entre que instantes a aceleração tem o sentido do movimento.
Na sua resposta, apresente o esboço do gráfico (obtido na calculadora) que traduz o módulo da velocidade, v , do
atleta em função do tempo, t , no intervalo de tempo [1,7; 3,0] s.
Mostre como chegou aos valores solicitados.
Resolução:
1.
Considerando um referencial vertical com sentido positivo descendente e com origem no ponto inicial do corpo, as
Leis do movimento do corpo serão.
y = ½ a t2 e v = at
Para y = 30 m, v = 30 m s1
Então:
30 = ½ at2
e
30 = at

A partir da segunda equação:

t = 30 / a

Substituindo na primeira equação:

30 = ½ a (30/a)2
 30 = ½ x 302 x a / a2
 30 = 450 / a
 a = 450 / 30
 a = 15 m s2

Fg = mg
Fr = ma
Fg = Fr
 mg = ma
g=a
 g = 15 m s2
2.1.
Estudo do corpo A:
 A 0
Fg
5,0 m

FR = Fg

FR = m x a

Fg = m x g

mxa =mxg
a = g

Leis do movimento: y = y0 + v0t + ½ at2 e v = v0 + at

Neste caso: com y0 = 0 m; v0 = 0 ms1 e a = 10 ms2
As Leis são: y = 5t2 (m) e v = 10t (ms1)
Quando A chega ao solo y = 5 m
 5 = 5t2
t = 1,0 s
v = 10 x 1
vf (A) = 10 ms1
IvAI = 10 ms1

Estudo do corpo B: y

B N

5,0 m Fg
30º
x

FR = m x a

FR = Fg + N

y
N

Fy Fx
Fg
30º 30º
x

FR = Fgx + Fgy + N

Fgy + N = 0
FR = Fgx

m x a = Fgx

Como:
sen 30º = Fgx / Fg e Fg = mg  Fgx = mg sen30º

m x a = mg sen30º

 a = g sen30º

a = 10 x 0,5

a = 5 ms2

Leis do movimento: x = x0 + v0t + ½ at2 e v = v0 + at

Neste caso: com x0 = 0 m; v0 = 0 ms1 e a = 5 ms2

As Leis são: x = 2,5t2 (m) e v = 5t (ms1)

d
5,0 m
30º
x
A distância do ponto inicial ao solo pode ser calculada por:
sen 30º = 5,0 / d  d = 5,0 / sen30º  d = 5,0 / 0,5 = 10 m

Segundo o referencial escolhido a posição de B quando chega ao solo é x = 10 m

Logo:
10 = 2,5t2
 t = 2,0 s
v=5x2
vf (B) = 10 ms1
IvBI = 10 ms1

Os módulos das velocidades de A e B são iguais.

2.2.
(D)

3.1.
Se a força do ar fosse desprezável a força gravítica seria a única a atuar sobre o pedaço de papel. Durante a queda, a
velocidade e a aceleração teriam a mesma direção e o mesmo sentido o que levaria a um aumento do módulo da
velocidade.
Este aumento do módulo da velocidade seria traduzido no gráfico posição – tempo por um aumento, ao longo do
tempo, do declive da reta tangente à curva.
Esta situação não ocorre a partir do instante t = 0,40 s em que o declive da reta tangente aos pontos do gráfico passa
a ser constante pelo que a força de resistência ação do ar é significativa e não pode ser desprezada.

3.2.
Estando o sensor a 3,00 m do solo, o pedaço de papel estará a 1,00 m do solo quando a sua distância ao sensor for
de 2,00 m. Pelo gráfico verificamos que ocorre no instante t = 0,80 s
3.3.
(A)
Explicação:
- A intensidade da força de resistência do ar aumenta com o aumento do módulo da velocidade do corpo o que se
verifica pelo aumento do declive da reta tangente à curva.
- Nestas condições (junto à superfície da Terra) a força gravítica pode-se considerar constante e tem a direção da
força de resistência do ar, mas sentido oposto e maior intensidade neste intervalo de tempo.
- Sendo a resultante das forças a soma da força gravítica e da força de resistência do ar, pelo que foi dito
anteriormente, conclui-se que ela terá a direção e sentido da força gravítica, mas a sua intensidade diminui ao longo
do tempo.

3.4.
(A)
Explicação:
- Neste intervalo de tempo, o declive da reta tangente aos pontos do gráfico é constante pelo que a velocidade do
corpo é constante e o movimento é retilíneo e uniforme.
- Se não varia a velocidade a aceleração e resultante das forças serão nulas.
- Para isto acontecer as duas forças aplicadas sobre o corpo, força gravítica e força de resistência do ar, que têm a
mesma direção, mas sentidos opostos, têm de ter a mesma intensidade.

3.5.
No intervalo de tempo 0,40; 1,00 s,
Explicação:
A primeira Lei de Newton ou Lei da inércia refere que quando a resultante das forças é nula o corpo tende a manter
o seu estado de repouso ou de movimento com velocidade constante.
A velocidade do corpo é constante no intervalo de tempo 0,40; 1,00 s,

3.6.
A velocidade terminal é a velocidade que o corpo adquire depois da intensidade da força da resistência do ar igualar
a intensidade da força gravítica.
O seu módulo pode ser calculado através do declive da reta no intervalo de tempo 0,40; 1,00 s.
Escolhendo os pontos (0,40; 1,0) e (1,00; 2,5) da reta o declive é:
m´= (2,5  1,0) / (1,00  0,40)
m´= 2,5
O módulo da velocidade terminal é 2,5 m s1

4.1.
(A)

4.2.
(D)

4.3.
(A)

4.4.
A distância total percorrida pode-se obter pela soma da distância percorrida na subida mais a distância percorrida
durante a descida.
As Leis do movimento são:
y = 6,0 + 4,0t  5,0t2 (m) e v = 4,0 – 10t (ms1)
O corpo sobe até atingir a altura máxima que ocorre quando a velocidade da bola é nula. O tempo decorrido durante
a subida pode ser calculado por:
0 = 4,0 – 10t  t = 0,40 s
Neste instante a posição da bola é:
y = 6,0 + 4,0 x 0,40  5,0 x 0,402 (m)
y = 6,8 m
A distância percorrida durante a subida é:
dsubida = 6,8 – 6,0
dsubida = 0,8 m
Na descida a posição do corpo varia de 6,8 m até 0,0 m sendo 6,8 m a distância percorrida durante a descida.
d = 0,8 + 6,8
d = 7,6 m

4.5.
IvI = 4,0 ms1

4.6.
(A)

4.7.
(D)
5.1.
(C)

Explicação:
- No início o deslocamento entre dois pontos seguidos vai aumentando, o módulo da velocidade aumenta, a posição
do corpo aumenta sendo que o declive da reta tangente à curva em cada ponto deve aumentar o que ocorre nos
gráficos (A), (C) e (D) mas não ocorre em (B) que fica excluído.
- Pelo meio, o deslocamento entre dois pontos seguidos é igual, o módulo da velocidade é constante, a posição do
corpo aumenta sendo que o declive da reta tangente à curva em cada ponto deve manter-se constante o que só
ocorre em (C), deixando (A) e (D) de serem soluções.
- Podemos confirmar que perto do final, o deslocamento entre dois pontos seguidos vai diminuindo, o módulo da
velocidade diminui, a posição do corpo aumenta sendo que o declive da reta tangente à curva em cada ponto deve
diminuir o que ocorre no gráfico (C).

5.2.
(A)

Explicação:
A direção da velocidade é tangente à trajetória, tem o sentido do movimento do corpo e pode ser representada por
um vetor que será tanto maior quanto maior for o módulo da velocidade.

6.1.
(A)

Explicação:
Até R, o corpo em queda livre o que significa que só a força gravítica atua.
A aceleração é constante e igual à aceleração gravítica.
O movimento é retilíneo e como a aceleração e a velocidade têm igual direção e sentido é uniformemente acelerado
(o módulo da velocidade aumenta) e como têm o sentido positivo do referencial, o gráfico é o (A).

6.2.
• Cálculo da intensidade da força que o cabo exerce no atleta na posição T
Até R a força do cabo é nula
Entre R e T, o cabo aumenta 20,5 m
Como 1m corresponde a 120 N, a intensidade da força do cabo em T é:
Fcabo = 120 x 20,5
 Fcabo = 2460 N

• Cálculo da componente escalar da resultante das forças que atuam no atleta na posição T
Em T as forças que atuam sobre o corpo são a força gravítica que têm a mesma direção, mas sentidos opostos:
Fg = m x g
 Fg = 72 x 9,8
 Fg = 705,6 N

Fr = Fg  Fcabo
 Fr = 705,6  2460
 Fr =  1,75 x 103 N

• Cálculo da componente escalar da aceleração do atleta na posição T

Fr = m x a
 a = Fr / m
 a =  1,75 x 103 / 72
 a = 24 m s-2

6.3
O gráfico obtido é:

Em que no ponto de velocidade máxima é para t = 2,0 s

Como a velocidade tem sempre o sentido do movimento (que neste caso é o do sentido positivo do referencial), se a
aceleração tiver o mesmo sentido, o módulo da velocidade aumenta e o movimento é retilíneo e acelerado.
No gráfico obtido na calculadora verifica-se que esta situação ocorre no intervalo de tempo 1,7 – 2,0 s