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SISTEMA

DIGESTÓRIO
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O sistema digestório tem como
função realizar a digestão dos
alimentos a partir da quebra dos
mesmos em partes menores. Essa
quebra permite que os nutrientes
possam ser absorvidos pelo
organismo. O processo de digestão
pode levar entre 12 e 24 horas, isso
depende da massa corporal do
indivíduo ou do que ele consumiu.
POR QUE DIGESTÓRIO?
O sufixo “ório” é polivalente, sendo derivado
do latino “oriu”, que gera substantivos ou
adjetivos que indicam aspecto. Dessa forma,
digestório indica o local em que ocorre a
digestão. Para que fique mais clara a
efetividade, devemos nos lembrar também
que há aparelhos circulatório e respiratório.
O trato digestório e os órgãos anexos constituem o sistema
digestório. O trato digestório é um tubo oco que se estende da
cavidade bucal ao ânus, sendo também chamado de canal
alimentar ou trato gastrintestinal. As estruturas incluem: boca,
faringe, esôfago, estômago, intestino delgado, intestino grosso,
reto e ânus.
O comprimento do trato gastrintestinal, medido no cadáver, é
cerca de 9 metros. Na pessoa viva, porém, é menor devido à
existência de um estado de précontração da musculatura lisa
dos órgãos, chamado tônus muscular.
Os órgãos digestórios acessórios são os dentes, a língua, as
glândulas salivares, o fígado, vesícula biliar e o pâncreas. Os
dentes auxiliam no rompimento físico do alimento e a língua
auxilia na mastigação e na deglutição. Os demais nunca entram
em contato direto com o alimento. Produzem ou armazenam
secreções que passam para o tubo digestivo e auxiliam a
decomposição química do alimento.
A cavidade oral é onde o alimento é
ingerido e preparado para a digestão no
estômago e intestino delgado. O
alimento é mastigado pelos dentes, e a
saliva, proveniente das glândulas
salivares, facilita a formação de um bolo
alimentar controlável. A deglutição é
iniciada voluntariamente na cavidade da
boca. A fase voluntária do processo
empurra o bolo da boca para a faringe –
a parte expandida do trato digestório –
onde ocorra a fase automática da
deglutição.
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Os dentes são estruturas cônicas, duras,
fixadas nos alvéolos da mandíbula e
maxila que são usados na mastigação e
na assistência à fala. Crianças têm 20
dentes decíduos (primários ou de leite).
Adultos normalmente apresentam 32
permanentes (secundários).
Na época em que a criança está
com 2 anos de idade, provavelmente já
estará com um conjunto completo de 20
dentes de leite. Quando um adulto jovem
já está entre 17 e 24 anos, geralmente
está presente em sua boca um conjunto
completo de 32 dentes permanentes.
A língua é o principal órgão do paladar e um
importante órgão da fala, além de auxiliar na
mastigação e deglutição dos alimentos. Localiza-se
no assoalho da boca, dentro da curva do corpo da
mandíbula.
A face inferior possui uma
mucosa entre o assoalho da
boca e a língua, na linha
mediana, que forma uma prega
vertical nítida, o frênulo da
língua. No dorso da língua,
encontramos um sulco
mediano que divide a língua
em duas partes simétricas.
A faringe é um tubo que se estende da
PÁGINA 146 boca até o esôfago. Apresenta suas
paredes muito espessas devido ao volume
dos músculos que a revestem
externamente; por dentro, o órgão é
forrado pela mucosa faríngea, um epitélio
liso, que facilita a rápida passagem do
alimento.
O movimento do alimento, da boca para o
estômago, é realizado pelo ato da
deglutição. A deglutição é facilitada pela
saliva e muco, envolvendo a boca, a
faringe e o esôfago.
A faringe pode ainda ser dividida em três partes: nasal
(nasofaringe), oral (orofaringe) e laríngea (laringofaringe).
Parte Nasal - situa-se posteriormente ao nariz e acima do palato
mole e se diferencia da outras duas partes por sua cavidade
permanecer sempre aberta. Comunica-se anteriormente com as
cavidades nasais através das coanas. Na parede posterior
encontra-se a tonsila faríngea (adenóide).
Parte Oral - estende-se do palato mole até o osso hióide. Em sua
parede lateral encontra-se a tonsila palatina.
Parte Laríngea - estende-se do osso hióide à cartilagem cricóide. De
cada lado do orifício laríngeo encontra-se uma cavidade
denominada recesso piriforme.
Na faringe é possível identificar a presença de tonsilas, órgãos
formados por tecido linfático e que atuam na defesa do organismo
contra antígenos presentes nos alimentos e no ar. Nas tonsilas são
produzidos linfócitos, células de defesa do organismo. De acordo
com a posição que ocupam na região da boca e da faringe, podem
ser divididas em palatinas, faringiana e linguais.

Tonsilas palatinas: são encontradas em número de duas e estão


presentes na parede lateral da orofaringe. São frequentemente
chamadas de amígdalas, quando inflamadas, desencadeiam uma
doença denominada amigdalite. Essas tonsilas são maiores nas
crianças do que nos adultos, sendo observada sua involução pouco
depois da puberdade.
Tonsila faringiana: é única e localizada na porção
superoposterior da faringe, próximo das coanas.
Quando aumentada de volume, ela forma a
adenoide, que pode provocar a obstrução da
respiração, sendo necessário, muitas vezes,
intervenção cirúrgica.

Tonsilas linguais: são pequenas e numerosas e


estão localizadas na base da língua, na região da
orofaringe.
O esôfago é um tubo muscular
que se estende entre da
faringe ao estômago. Localiza-
se posteriomente à traquéia,
iniciando na altura da 7ª
vértebra cervical. Perfura o
diafragma pela abertura
chamada hiato esofágico e
termina na parte superior do
estômago. Mede cerca de 25
PÁGINA 147 centímetros de comprimento.
O esôfago é um órgão musculoso que conecta a
região da faringe ao estômago. Ele se localiza
posteriormente à traqueia, anteriormente à
coluna vertebral, e atravessa o diafragma em
frente à aorta.

Podemos distinguir três porções no esôfago:


cervical, torácica e abdominal, sendo a segunda
porção a maior delas.

A função desse órgão é garantir que o alimento


siga da faringe em direção ao estômago, no qual o
processo de digestão terá sua continuidade.
Quando o órgão apresenta inflamação, temos um
caso de esofagite.
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O estômago é um órgão do sistema digestório que realiza a conexão


entre o esôfago e o intestino delgado. Ele se caracteriza por ser a
porção mais dilatada do tubo digestório. Esse órgão oco e elástico
acomoda cerca de 2 litros de alimento e líquidos e atua no processo
de digestão. Por meio da produção de suco gástrico, o estômago dá
início à digestão das proteínas.
Funções do Estômago
Armazena o alimento após a passagem pelo
esôfago;
Realiza a digestão parcial do alimento com a
participação do suco gástrico;
Absorve pequenas quantidades de água;
Transfere o alimento ao duodeno para
continuação do processo digestivo.
ÚLCERA
GASTRITE
CÂNCER REFLUXO
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O intestino delgado é a maior parte do sistema digestório.


Ele se estende desde o duodeno até o intestino grosso
(ceco) e consiste em três partes: duodeno, jejuno e íleo. As
principais funções do intestino delgado são completar a
digestão da comida e absorver os nutrientes.
O intestino delgado pode ser dividido em três regiões:

Duodeno: Porção inicial do intestino, com cerca de 25 cm, e está ligada ao


estômago.
Jejuno: Porção intermediária do intestino e possui aproximadamente 2,5 m.
Íleo: Porção maior e final do intestino e apresenta cerca de 3,5 m. O íleo
esvazia-se no intestino grosso.
Secreções que atuam no Intestino Delgado:
Bile
Secreção do fígado armazenada na vesícula biliar. Ela é
lançada ao duodeno através de um canal e não contém
enzimas digestivas, mas os sais biliares que emulsionam
as gorduras em partículas microscópicas, funcionando
de modo semelhante a um detergente.

A ação dos sais biliares facilita o trabalho das enzimas


pancreáticas sobre os lipídios;
Suco pancreático
É produzido pelo pâncreas. Possui várias enzimas que
atuam na digestão das proteínas, dos carboidratos e
dos lipídios;

Suco entérico
É produzido pela mucosa intestinal. Possui enzimas
que atuam na transformação das proteínas, dos
carboidratos, entre outras substâncias.
O intestino grosso é a parte
final do tubo digestivo, possui
cerca de 1,5 m e divide-se em
três partes: ceco, cólon e reto.
O ceco corresponde à parte que
se conecta ao intestino delgado
e onde se localiza o apêndice
cecal.
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Ceco: é a parte inicial do intestino grosso. Essa região conecta-se ao
apêndice, uma estrutura que possui um lúmen pequeno e estreito.
Quando alguma inflamação afeta o apêndice, dizemos que o
paciente apresenta apendicite.

Cólon ascendente: como o nome sugere, estende-se para cima e


termina na superfície inferior do fígado, estando localizado do lado
direito da parede abdominal.

Cólon transverso: como o nome indica, atravessa a cavidade


abdominal. Ele segue logo abaixo do estômago, na direção da direita
para a esquerda.
Cólon descendente: inicia-se perto do baço, está presente no lado
esquerdo do abdômen e segue para baixo.
Cólon sigmoide: essa porção do cólon apresenta a forma de S.
Reto: é um canal localizado na região anterior do sacro e termina
no ânus.
Ânus: local onde o sistema digestório conecta-se com o meio
externo e as fezes são liberadas.
O reto é a parte final do intestino
grosso, que se divide em cólon e
reto, cuja porção final se conecta ao
ânus, por onde saem as fezes. O
reto funciona como um depósito
temporário das fezes e suas
paredes se expandem à medida que
ele se enche e, quando isso
acontece, os nervos dessa região
estimulam a vontade de defecar.
GLÂNDULAS ANEXAS
FÍGADO
O fígado é o segundo maior órgão,
perdendo apenas para a pele, e a maior
glândula do corpo humano. Ele
apresenta várias funções essenciais
para o funcionamento do organismo,
como a eliminação de substâncias
tóxicas e a produção da bile, um
produto essencial para a digestão de
gorduras.
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Por dia, o fígado produz cerca de 500 a 1000 ml de bile, que são
armazenados na vesícula biliar. A produção dessa substância
ocorre constantemente, entretanto, logo após as refeições, a
secreção é aumentada.
Um dos grandes problemas que atingem o fígado é a cirrose, uma
degeneração e inflamação do órgão resultantes de diversos
problemas. A causa mais comum de cirrose é o alcoolismo, porém
hepatites virais e doenças biliares podem desencadear o problema.
Normalmente ela ocasiona fibrose progressiva.
Quando o fígado está sofrendo com alguma doença, alguns
sintomas podem surgir. Uma pessoa que sofre com problemas
hepáticos normalmente apresenta icterícia, fadiga, náusea,
vômitos, dor abdominal, distensão abdominal, entre outros. Um
dos quadros clínicos mais conhecidos e mais específicos de
doença no fígado é a icterícia, que se caracteriza por provocar
coloração amarelada na pele, na esclera dos olhos (branco do
olho) e nas mucosas em decorrência de uma alta concentração de
bilirrubina no sangue.
GLÂNDULAS ANEXAS
PÂNCREAS
O pâncreas é uma glândula localizada
atrás do estômago, responsável pela
produção de insulina e pela absorção de
enzimas da digestão. O pâncreas é uma
glândula de 15 a 25 cm de extensão
localizada no abdômen, atrás do
estômago e entre o duodeno e o baço, PÁGINA 156
que integra os sistemas digestório e
endócrino.

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