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SISTEMA DIGESTÓRIO

Prof. Renata Coelho


O trato digestório e os órgãos anexos constituem o sistema digestório. O trato digestório é um
tubo oco, longo e sinuoso de 10-12 m de comprimento, que se estende da cavidade bucal ao ânus,
sendo também chamado de canal alimentar ou trato gastrintestinal. As estruturas do trato digestório
incluem: boca, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado, intestino grosso, reto e ânus.
Os órgãos digestórios acessórios são os dentes, a língua, as glândulas salivares, o fígado,
vesícula biliar e o pâncreas. Os dentes auxiliam no rompimento físico do alimento e a língua auxilia na
mastigação e na deglutição. Os outros órgãos digestórios acessórios, nunca entram em contato direto
com o alimento. Eles produzem ou armazenam secreções que passam para o trato gastrintestinal e
auxiliam na decomposição química do alimento.

FUNÇÕES
1- Destina-se ao aproveitamento pelo organismo, de substâncias alimentares, que asseguram a
manutenção de seus processos vitais.
2- Transformação mecânica e química das macromoléculas alimentares ingeridas (proteínas,
carboidratos, lipídeos, etc.) em moléculas de tamanhos e formas adequadas para serem absorvidas
pelo intestino.
3- Transporte de alimentos digeridos, água e sais minerais da luz intestinal para os capilares
sangüíneos da mucosa do intestino.
4- Eliminação de resíduos alimentares não digeridos e não absorvidos juntamente com restos de
células descamadas da parte do trato gastrointestinal e substâncias secretadas na luz do intestino.
O trato gastro intestinal apresenta diversos segmentos que sucessivamente são: BOCA -
FARINGE - ESÔFAGO - ESTÔMAGO - INTESTINO DELGADO - INTESTINO GROSSO.
Órgãos Anexos: GLÂNDULAS PARÓTIDAS, SUBMANDIBULARES e SUBLINGUAIS- FÍGADO- PÂNCREAS

Boca
A boca também referida como cavidade oral ou bucal é formada pelas bochechas (formam as
paredes laterais da face e são constituídas externamente por pele e internamente por mucosa), pelos
palatos duro (parede superior) e mole (parede posterior) e pela língua (importante para o transporte
de alimentos, sentido do gosto e fala). O palato mole se estende posteriormente na cavidade bucal
como a úvula, que é uma estrutura com forma de letra V e que está suspensa na região superior e
posterior da cavidade bucal.
A cavidade da boca é onde o alimento é ingerido e preparado para a digestão no estômago e
intestino delgado. O alimento é mastigado pelos dentes, e a saliva, proveniente das glândulas
salivares, facilita a formação de um bolo alimentar controlável. A deglutição é iniciada voluntariamente
na cavidade da boca. A fase voluntária do processo empurra o bolo da cavidade da boca para a faringe
– a parte expandida do trato digestório – onde ocorra a fase automática da deglutição.
Dentes

Os dentes são estruturas cônicas, duras, fixadas nos alvéolos da mandíbula e maxila que são
usados na mastigação e na assistência à fala.
Os nervos sensitivos e os vasos sanguíneos do centro de qualquer dente estão protegidos por
várias camadas de tecido. A mais externa, o esmalte, é a substância mais dura. Sob o esmalte,
circulando a polpa, da coroa até a raiz, está situada uma camada de substância óssea chamada
dentina. A cavidade pulpar é ocupada pela polpa dental, um tecido conjuntivo frouxo, ricamente
vascularizado e inervado. Um tecido duro chamado cemento separa a raiz do ligamento periodontal,
dispondo-se como uma fina camada sobre as raízes dos dentes. Através de um orifício aberto na
extremidade da raiz, penetram vasos sanguíneos, nervos e tecido conjuntivo.
Crianças têm 20 dentes decíduos (primários ou de leite). Adultos normalmente possuem 32
dentes permanentes. Até os 2 anos de idade, as crianças geralmente apresentam 20 dentes de leite.
Quando um adulto jovem já está com algo entre 17 e 24 anos de idade, geralmente está presente em
sua boca um conjunto completo de 32 dentes permanentes.

Glândulas Salivares

A presença de alimento na boca, assim como sua visão e cheiro, estimulam as glândulas
salivares a secretar saliva, que contém a enzima amilase salivar ou ptialina, além de sais e outras
substâncias. A amilase salivar digere o amido e outros polissacarídeos (como o glicogênio), reduzindo-
os em moléculas de maltose (dissacarídeo). Os sais da saliva neutralizam substâncias ácidas e
mantêm, na boca, um pH neutro (7,0) a levemente ácido (6,7), ideal para a ação da ptialina.
Três pares de glândulas salivares lançam sua secreção na cavidade bucal: parótida,
submandibular e sublingual. O alimento, que se transforma em bolo alimentar, é empurrado pela
língua para o fundo da faringe, sendo encaminhado para o esôfago, impulsionado pelas ondas
peristálticas.
Língua
A língua é o principal órgão do sentido do gosto e um importante órgão da fala, além de auxiliar
na mastigação e deglutição dos alimentos. No dorso da língua encontramos um sulco mediano que
divide a língua em metades simétricas. Nos 2/3 anteriores do dorso da língua encontramos as papilas
linguais. Já no 1/3 posterior encontramos numerosas glândulas mucosas e folículos linfáticos (tonsila
lingual).
Papilas Linguais - Os tipos de papilas são: papilas valadas, fungiformes, filiformes e simples.
FARINGE
A faringe é um tubo que se estende da boca até o esôfago.
O movimento do alimento, da boca para o estômago, é realizado pelo ato da deglutição. A
deglutição é facilitada pela saliva e muco e envolve a boca, a faringe e o esôfago. São três estágios:
Voluntário: no qual o bolo alimentar é passado para a parte oral da faringe.
Faríngeo: passagem involuntária do bolo alimentar pela faringe para o esôfago.
Esofágico: passagem involuntária do bolo alimentar pelo esôfago para o estômago.

ESÔFAGO
O esôfago é um tubo fibro-músculo-mucoso que se estende entre a faringe e o estômago.
Localiza-se posteriormente à traquéia, começando na altura da 7ª vértebra cervical. Perfura o
diafragma pela abertura chamada hiato esofágico e termina na parte superior do estômago. Mede
cerca de 25 centímetros de comprimento. A presença de alimento no interior do esôfago estimula a
atividade peristáltica, e faz com que o alimento mova-se para o estômago.
Ocasionalmente, o refluxo do conteúdo do estômago para o interior do esôfago causa azia (ou
pirose). A sensação de queimação é um resultado da alta acidez do conteúdo estomacal. O refluxo
gastresofágico se dá quando o esfíncter esofágico inferior não se fecha adequadamente após o
alimento ter entrado no estômago: o conteúdo pode refluir para a parte inferior do esôfago.

ESTÔMAGO

O estômago está situado no abdome, logo abaixo do diafragma, anteriormente ao pâncreas,


superiormente ao duodeno e à esquerda do fígado. É parcialmente coberto pelas costelas. O estômago
é o segmento mais dilatado do tubo digestório.
O estômago é divido em 4 áreas (regiões) principais: cárdia, fundo, corpo e piloro. O fundo,
que apesar do nome, situa-se no alto, acima do ponto onde se faz a junção do esôfago com o
estômago; O corpo: representa cerca de 2/3 do volume total; a cárdia, válvula que está no orifício de
entrada do estômago (orifício esofágico inferior). É assim denominada por estar próximo ao coração, e
que tem como função impedir o refluxo do alimento para o esôfago. Para impedir que o bolo alimentar
passe ao intestino delgado prematuramente, o estômago é dotado de uma poderosa válvula muscular,
um esfíncter chamado piloro (orifício de saída do estômago - óstio pilórico).

O estômago produz o suco gástrico, um líquido claro, transparente, altamente ácido, que
contêm ácido clorídrico, muco, enzimas e sais. O ácido clorídrico mantém o pH do interior do estômago
entre 0,9 e 2,0. Também dissolve o cimento intercelular dos tecidos dos alimentos, auxiliando a
fragmentação mecânica iniciada pela mastigação.
A pepsina, enzima mais potente do suco gástrico, é secretada na forma de pepsinogênio. Como
este é inativo, não digere as células que o produzem. Por ação do ácido clorídrico, o pepsinogênio, ao
ser lançado na luz do estômago, transforma-se em pepsina, enzima que catalisa a digestão de
proteínas.

A pepsina, ao catalisar a hidrólise de proteínas, promove o rompimento das ligações peptídicas


que unem os aminoácidos. Como nem todas as ligações peptídicas são acessíveis à pepsina, muitas
permanecem intactas. Portanto, o resultado do trabalho dessa enzima são oligopeptídeos e
aminoácidos livres.
A renina, enzima que age sobre a caseína, uma das proteínas do leite, é produzida pela
mucosa gástrica durante os primeiros meses de vida. Seu papel é o de flocular a caseína, facilitando
a ação de outras enzimas proteolíticas.
A mucosa gástrica é recoberta por uma camada de muco, que a protege da agressão do suco
gástrico, bastante corrosivo. Mesmo assim, as células da mucosa estomacal são continuamente
lesadas e mortas pela ação do suco gástrico. Por isso, a mucosa está sempre sendo regenerada.
O bolo alimentar pode permanecer no estômago por até quatro horas ou mais e, ao se
misturar ao suco gástrico, auxiliado pelas contrações da musculatura estomacal, transforma-se em
uma massa cremosa acidificada e semilíquida, o quimo.

INTESTINO DELGADO

A principal parte da digestão ocorre no intestino delgado, que se estende do piloro até a junção
ileocecal, que se reúne com o intestino grosso. Os principais eventos da digestão e absorção ocorrem
no intestino delgado, portanto sua estrutura é especialmente adaptada para essa função. Sua extensão
fornece grande área de superfície para a digestão e absorção, sendo ainda muito aumentada pelas
pregas circulares, vilosidades e microvilosidades.
O intestino delgado é de cerca de 7 metros de comprimento. O intestino delgado, que consiste
em duodeno, jejuno e íleo, estende-se do piloro até a junção ileocecal onde o íleo une-se ao ceco, a
primeira parte do intestino grosso.
Duodeno: é a primeira porção do intestino delgado. Recebe este nome por ter seu comprimento
aproximadamente igual à largura de doze dedos (25 centímetros). É a única porção do intestino
delgado que é fixa. Não possui mesentério. Ele apresenta dois ductos:
Ducto colédoco - provém da vesícula biliar e do fígado (bile)
Ducto pancreático - provém do pâncreas (suco ou secreção pancreática)
Jejuno: é a parte do intestino delgado que faz continuação ao duodeno, recebe este nome porque
sempre que é aberto se apresenta vazio. É mais largo (aproximadamente quatro centímetros), sua
parede é mais espessa, mais vascular e de cor mais forte que o íleo.
Íleo: é o último segmento do intestino delgado que faz continuação ao jejuno. Recebe este nome por
relação com osso ilíaco. É mais estreito e suas túnicas são mais finas e menos vascularizadas que o
jejuno. Distalmente, o íleo desemboca no intestino grosso num orifício - o óstio ileocecal.
A digestão do quimo ocorre predominantemente no duodeno e nas primeiras porções do jejuno.
No duodeno, além do suco entérico, atua também o suco pancreático, produzido pelo pâncreas, que
contêm diversas enzimas digestivas. Outra secreção que atua no duodeno é a bile, produzida no fígado
e armazenada na vesícula biliar. O pH da bile oscila entre 8,0 e 8,5. Os sais biliares têm ação
detergente, emulsificando ou emulsionando as gorduras (fragmentando suas gotas em microgotículas).
O suco pancreático, produzido pelo pâncreas, contém água, enzimas e grandes quantidades
de bicarbonato de sódio. O pH do suco pancreático oscila entre 8,5 e 9 (pH básico). Sua secreção
digestiva é responsável pela hidrólise da maioria das moléculas de alimento, como carboidratos,
proteínas, gorduras e ácidos nucléicos.
A amilase pancreática fragmenta o amido em moléculas de maltose; a lipase pancreática
hidrolisa as moléculas de um tipo de gordura – os triacilgliceróis, originando glicerol e álcool; as
nucleases atuam sobre os ácidos nucléicos, separando seus nucleotídeos.
O suco pancreático contém ainda o tripsinogênio e o quimiotripsinogênio, formas inativas em
que são secretadas as enzimas proteolíticas tripsina e quimiotripsina. Sendo produzidas na forma
inativa, as proteases não digerem suas células secretoras. Na luz do duodeno, o tripsinogênio entra
em contato com a enteroquinase, enzima secretada pelas células da mucosa intestinal, convertendo-
se me tripsina, que por sua vez contribui para a conversão do precursor inativo quimiotripsinogênio
em quimiotripsina, enzima ativa.

A tripsina e a quimiotripsina hidrolisam polipeptídios, transformando-os em oligopeptídeos. A


pepsina, a tripsina e a quimiotripsina rompem ligações peptídicas específicas ao longo das cadeias de
aminoácidos.
A mucosa do intestino delgado secreta o suco entérico, solução rica em enzimas e de pH
aproximadamente neutro. Uma dessas enzimas é a enteroquinase. Outras enzimas são as
dissacaridades, que hidrolisam dissacarídeos em monossacarídeos (sacarase, lactase, maltase). No
suco entérico há enzimas que dão seqüência à hidrólise das proteínas: os oligopeptídeos sofrem ação
das peptidases, resultando em aminoácidos.
Suco digestivo Enzima pH ótimo Substrato Produtos

Saliva Ptialina ou Amilase salivar Neutro polissacarídeos Dissacarídeo (Maltose)

Suco gástrico Pepsina Ácido Proteínas oligopeptídeos

Quimiotripsina Alcalino Proteínas oligopeptídeos


Tripsina alcalino proteínas oligopeptídeos
Amilase pancreática alcalino polissacarídeos Dissacarídeo (maltose)
Suco pancreático
Rnase alcalino RNA ribonucleotídeos
Dnase alcalino DNA desoxirribonucleotídeos
Lipase alcalino Lipídeos glicerol e ácidos graxos

Carboxipeptidase Alcalino oligopeptídeos aminoácidos


Aminopeptidase alcalino oligopeptídeos aminoácidos
Dipeptidase alcalino dipeptídeos aminoácidos
Suco intestinal ou entérico
Maltase alcalino maltose glicose + glicose
Sacarase alcalino sacarose glicose + frutose
Lactase alcalino lactose glicose + galactose
No intestino, as contrações rítmicas e os movimentos peristálticos das paredes musculares,
movimentam o quimo, ao mesmo tempo em que este é atacado pela bile, enzimas e outras
secreções, sendo transformado em quilo.
A absorção dos nutrientes ocorre através de mecanismos ativos ou passivos, nas regiões do
jejuno e do íleo. A superfície interna, ou mucosa, dessas regiões, apresenta, além de inúmeros
dobramentos maiores, milhões de pequenas dobras (4 a 5 milhões), chamadas vilosidades
intestinais, um traçado que aumenta a superfície de absorção intestinal. As membranas das
próprias células do epitélio intestinal apresentam, por sua vez, dobrinhas microscópicas
denominadas microvilosidades. O intestino delgado também absorve a água ingerida, os íons e as
vitaminas.

Os nutrientes absorvidos pelos vasos sanguíneos do intestino passam ao fígado para serem
distribuídos pelo resto do organismo. Os produtos da digestão de gorduras (principalmente glicerol e
ácidos graxos isolados) chegam ao sangue sem passar pelo fígado, como ocorre com outros
nutrientes. Nas células da mucosa, essas substâncias são reagrupadas em triacilgliceróis
(triglicerídeos) e envelopadas por uma camada de proteínas, formando os quilomícrons, transferidos
para os vasos linfáticos e, em seguida, para os vasos sangüíneos, onde alcançam as células
gordurosas (adipócitos), sendo, então, armazenados.
INTESTINO GROSSO

O intestino grosso mede cerca de 6,5 centímetros de diâmetro e 1,5 metro de comprimento. Ele
se estende do íleo até o ânus e está fixo à parede posterior do abdômen.
O intestino grosso é dividido em 4 partes principais: ceco (cecum), cólon (ascendente,
transverso, descendente e sigmóide), reto e ânus.
A primeira é o ceco, segmento de maior calibre, que se comunica com o íleo. Para impedir o
refluxo do material proveniente do intestino delgado, existe uma válvula localizada na junção do íleo
com o ceco - válvula ileocecal. No fundo do ceco, encontramos o apêndice vermiforme.
A porção seguinte do intestino grosso é o cólon, segmento que se prolonga do ceco até o ânus.
Está dividido em quatro partes: cólon ascendente, cólon transverso, cólon descendente e cólon
sigmóide. Este último une o colo descendente ao reto.
O reto recebe este nome por ser quase retilíneo. Este segmento do intestino grosso termina ao
perfurar o diafragma da pelve (músculos levantadores do ânus) passando a se chamar de canal anal.
O canal anal apesar de bastante curto (3 centímetros de comprimento) é importante por
apresentar algumas formações essenciais para o funcionamento intestinal, das quais citamos os
esfíncteres anais. O esfíncter anal interno é o mais profundo, e resulta de um espessamento de fibras
musculares lisas circulares, sendo conseqüentemente involuntário. O esfíncter anal externo é
constituído por fibras musculares estriadas que se dispõem circularmente em torno do esfíncter anal
interno, sendo este voluntário. Ambos os esfíncteres devem relaxar antes que a defecação possa
ocorrer.
Ondas peristálticas intermitentes e bem espaçadas movem o material fecal do ceco para o
interior do colo ascendente, transverso e descendente. Á medida que se move através do colo, a água
é continuamente reabsorvida das fezes, pelas paredes do intestino, para o interior dos capilares. As
fezes que ficam no intestino grosso por um período maior perdem o excesso de água, desenvolvendo a
chamada constipação. Ao contrário, movimentos rápidos do intestino não permitem tempo suficiente
para que ocorra a reabsorção de água, causando diarréia.
Numerosas bactérias vivem em mutualismo no intestino grosso. Seu trabalho consiste em
dissolver os restos alimentícios não assimiláveis, reforçar o movimento intestinal e proteger o
organismo contra bactérias estranhas, geradoras de enfermidades.
As fibras vegetais, principalmente a celulose, não são digeridas nem absorvidas, contribuindo
com porcentagem significativa da massa fecal. Como retêm água, sua presença torna as fezes macias
e fáceis de serem eliminadas.
O intestino grosso não possui vilosidades nem secreta sucos digestivos, normalmente só
absorve água, em quantidade bastante considerável. Como o intestino grosso absorve muita água, o
conteúdo intestinal se condensa até formar detritos inúteis, que são evacuados. O intestino grosso
absorve a água com tanta rapidez que, em cerca de 14 horas, o material alimentar toma a consistência
típica do bolo fecal.
OBS.: PERITÔNIO: o peritônio é a mais extensa membrana serosa do corpo. A parte que reveste a
parede abdominal é denominada peritônio parietal e a que se reflete sobre as vísceras constitui o
peritônio visceral. O espaço entre os folhetos parietal e visceral do peritônio é denominada cavidade
peritoneal. Determinadas vísceras abdominais são completamente envolvidas por peritônio e
suspensas na parede por uma delgada lâmina fina de tecido conjuntivo revestida pela serosa, contendo
os vasos sangüíneos. A estas pregas é dado o nome geral de mesentério.

Glândulas Anexas

Pâncreas
O pâncreas é uma glândula mista, de mais ou menos 15 cm de comprimento e de formato
triangular, localizada transversalmente sobre a parede posterior do abdome. A secreção externa dele é
dirigida para o duodeno pelos canais de Wirsung e de Santorini (ductos pancreáticos principal e
acessório). O canal de Wirsung desemboca ao lado do canal colédoco (que traz a bílis) na ampola de
Vater.
O pâncreas comporta “dois órgãos” com funções distintas: pâncreas exócrino e o endócrino. O
pâncreas exócrino produz enzimas digestivas, em estruturas reunidas denominadas ácinos. Os ácinos
pancreáticos estão ligados através de finos condutos, por onde sua secreção é levada até um
condutor maior, que desemboca no duodeno, durante a digestão. O pâncreas endócrino secreta os
hormônios insulina e glucagon.
Obs.: A Ampola de Vater hoje é chamada Ampola Hepatopancreática, e ela reúne os Ductos
Cóledo (Bile) e Pancreático Principal (Suco Pancreático).

Fígado
Maior órgão interno, sendo um dos mais importantes. É a mais volumosa de todas as vísceras,
pesando cerca de 1,5 kg no homem adulto. De cor arroxeada, superfície lisa e coberto por cápsula.
O tecido hepático é constituído por formações diminutas que recebem o nome de lobos,
compostos por colunas de células hepáticas ou hepatócitos, rodeadas por canais diminutos
(canalículos), pelos quais passa a bile, secretada pelos hepatócitos. Estes canais se unem para
formar o ducto hepático que, junto com o ducto procedente da vesícula biliar, forma o ducto
comum da bile, que descarrega seu conteúdo no duodeno.
As células hepáticas ajudam o sangue a assimilar as substâncias nutritivas e a excretar os
materiais residuais e as toxinas, bem como esteróides, estrógenos e outros hormônios. O fígado é
um órgão muito versátil. Armazena glicogênio, ferro, cobre e vitaminas. Produz carboidratos a
partir de lipídios ou de proteínas, e lipídios a partir de carboidratos ou de proteínas. Sintetiza
também o colesterol e purifica muitos fármacos e muitas outras substâncias. O termo hepatite é
usado para definir qualquer inflamação no fígado, como a cirrose. Funções do fígado:
 Secretar a bile, líquido que atua no emulsionamento das gorduras ingeridas, facilitando a ação
da lipase;
 Remover moléculas de glicose no sangue, reunindo-as quimicamente para formar glicogênio,
que é armazenado; nos momentos de necessidade, o glicogênio é reconvertido em glicose;
 Armazenar ferro e certas vitaminas em suas células;
 Metabolizar lipídeos;
 Sintetizar diversas proteínas presentes no sangue, de fatores imunológicos e de coagulação e
de substâncias transportadoras de oxigênio e gorduras;
 Degradar álcool e outras substâncias tóxicas, auxiliando na desintoxicação do organismo;
 Destruir hemácias (glóbulos vermelhos) velhas ou anormais, transformando sua hemoglobina
em bilirrubina, o pigmento castanho-esverdeado presente na bile.

1) Quais são os órgãos que fazem parte do tubo digestivo? Quais são os órgãos acessórios?
2) Quantos dentes constituem a dentição decídua (dentes-de-leite)? E a permanente?
3) Onde inicia-se a digestão? Como se chama esta primeira enzima a iniciar o processo digestivo e onde ela é
produzida? Ela age sobre qual nutriente (substrato)? Qual pH ótimo da primeira digestão?
4) Como se chama os movimentos que ocorrem no esôfago para a descida do alimento?
5) Como ocorre o refluxo do conteúdo do estômago para o esôfago? Quais as possíveis consequências?
6) Como são chamados os orifícios de entrada e saída do estômago? Por que apresentam válvulas musculares?
7) Como chama-se o conjunto de secreções digestivas produzidas pelo estômago? Qual o pH deste suco
digestivo? Qual substância é responsável por manter este pH?
8) Cite o principal nutriente digerido no estômago (ver quadro em anexo na apostilha).
9) Por que as enzimas produzidas por este órgão não digerem a própria parede estomacal, uma vez que o
estômago é um órgão constituído de músculo?
10) Cite as substâncias (substratos) que são “atacadas” pelo suco pancreático e pelo suco entérico,
respectivamente.
11) Qual pH ótimo da 3ª digestão? Que substância é responsável por este pH?
12) Em que porção do intestino delgado ocorre a absorção dos nutrientes? Que estruturas são encontradas na
mucosa intestinal para tornar mais eficaz esta absorção?
13) Quais as funções do intestino grosso? Por que as fibras vegetais oriundas de nossa alimentação são
importantes nesta etapa do processo digestivo?
14) Sabendo que a bílis não é uma enzima digestiva, explique o seu papel no processo digestivo. Cite o órgão
que produz e o que armazena a bílis.
15) Cite 4 funções do fígado.

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