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Trabalho da matéria de Políticas Educacionais

Síntese do texto

POR QUE A URGÊNCIA DA REFORMA DO ENSINO MÉDIO? MEDIDA


PROVISÓRIA Nº 746/2016 (LEI Nº 13.415/2017)
Vânia Cardoso da Motta
Gaudêncio Frigotto

Para que se entenda os motivos da “urgência” da reforma do Ensino


Médio, a lei nº 13.415/2017, é preciso compreender as ligações que tem com a
PEC nº55, que é responsável pelo congelamento dos gastos públicos durante
20 anos, e o Projeto de Lei nº 867/2015, o movimento “Escola sem Partido”, e
passar pela história da política brasileira.

Ao longo da história do Brasil ocorreram diversos golpes de Estado,


como a Era/Ditadura Vargas e a Ditadura Militar, onde estes ocorreram visando
o lucro e a segurança do capital privado, o mais recente foi o golpe de 31 de
agosto de 2016, onde foi orquestrado o impeachment da Presidente Dilma
Rousseff, demonstrando assim um novo caráter que o golpe assumiu, pois
diferentes de seus anteriores, este foi marcado por não ter a presença do
exército como mecanismo de tomada de poder, mas foi através da mídia, da
manipulação/apelo moral das massas, do apoio do Judiciário e do interesse do
capital, onde esses interesses foram institucionalizados no Estado, dentro do
Parlamento, Ministério Público, parte do judiciário e burocracia do Estado,
como aparelhos hegemônicos das classes dominantes.

Todas as ditaduras ao longo da história do Brasil possuem o mesmo


caráter, o de investir em capital humano como meio de desenvolvimento
econômico, interferindo diretamente na educação brasileira, a tornando de
caráter tecnicista, criando maior força de subemprego para suprir as
necessidades do capital. Isso se demonstra na reforma do Ensino Médio, onde
a educação se descaracteriza de um caráter de amplo conhecimento básico, e
se especifica em uma das áreas do conhecimento, ou mesmo no ensino
técnico, apoiado diretamente pelo capital através de “Todos pela Educação”.

A reforma busca então atingir as camadas mais pobres da sociedade,


sendo os jovens das camadas populares que mais fazem parte do Ensino
Médio na rede pública de ensino, os condenando a subempregos em partes
terciarias da economia, onde existe alta taxa de desemprego.

O movimento “Escola sem Partido” surge de um ódio ao pensamento


crítico, principalmente voltado a Paulo Freire, que tinha como principal ideia o
aprender através do diálogo, demonstrando assim seu caráter totalitário e
desagregador, buscando da defasagem do ensino. Juntamente com a PEC
nº55 que demonstra seu caráter desumano que impede o desenvolvimento
social e retira os direitos conquistados pela classe trabalhadora.

A Reforma do Ensino Médio é feita para sustentar a violência presenta


na PEC nº 55, apoiados pelos economicistas de “Todos pela Educação” e
pelos seguidores do movimento “Escola sem Partido”, onde apresentam
disciplinas recomendadas pelos órgãos do capital internacional, criando uma
ideia de “livre escolha” para qual área o aluno poderá seguir, pois a escola terá
apenas os cursos técnicos que tiver condições econômicas para ofertar, a MP
também não obriga as escolas a possuírem todos os itinerários formativos,
demonstrado que essa reforma é antipovo, antieducação pública, criando um
desenvolvimento social desigual, condenando gerações a trabalhos simples e
negando a possibilidade para o entendimento da sociedade.

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