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MÓDULO II – AMPLIFICADORES

CONCEITO IMPULSE RESPONSE


Impulse Response: o que é e como funciona?

Você já deve ter ouvido falar muito sobre Impulse Response, não é mesmo? Mas ainda existe muita
confusão sobre o assunto. Também chamados de IR, os Impulse Response são fruto de uma tecnologia que
permite emular com fidelidade o som de determinados alto falantes, microfones ou gabinetes, com maior
dinâmica e melhor resposta.

Imagine que você quer ter em sua pedaleira ou sistema de gravação (DAW) o som de um falante Celestion
Alnico Blue 1x12 no seu Amp A e no Amp B usar uma caixa 1x12 com Jensen. Ou até mesmo em uma HX
STOMP por exemplo que você tem a possibilidade de usar 2 IRs para 1 amplificador; um IR de cada lado (L
e R). Com essa tecnologia isso é possível. Os Impulse Responses permitem que você “capture” tudo que
está configurado após o cabeçote do amplificador de guitarra. O tipo de alto-falante que você usa, o tipo
de microfone (s), o posicionamento do (s) microfone (s) e o tipo de sala podem ser capturados com
“Respostas ao impulso”. Como resultado, o timbre fica melhor, mais próximo daqueles sons clássicos
obtidos por amplificadores valvulados e gabinetes caros e raros, em muitos casos.

Provavelmente, você já deva ter ficado com o queixo caído para alguns timbres que ouviu em gravações
modernas e descobriu terem sido gravados de forma digital, certo? Tenho quase certeza de que essas
gravações usaram do recurso de impulse response para obter timbres de alto padrão. De uns tempos para
cá, equipamentos como Kemper, Line 6 e Fractal ganharam fama mundial por permitirem esses timbres
muito próximos dos originais através de equipamentos totalmente digitais.

Apesar de muitos acharem que isso é uma tecnologia nova, não é! Sim assustou ne? Mas é verdade, as
primeiras pedaleiras que existiram na face da terra, já eram com impulse response, afinal como você acha
que o som captado saia? Eles já eram captados e jogados dentro delas, o que hoje possibilita usar seus
próprios IRs de forma dinâmica e simples, por exemplo:

Você está simulando em sua pedaleira um Vox Ac30 Top Boost e o som do gabinete original não está te
agradando. E sua pedaleira possui a opção de baixar IR, dai você escolhe um modelo de falante Celestion
Greenback 2x12, microfonado com 01 Royer 121, e 01 SM57 Shure nas posições entre centro do falante e
borda. Você terá sonoridades diferentes das que seu pedal te ofereceria em uma configuração padrão dela;
por exemplo: existem pedais como a Mooer GE200 que você pode usar somente 1 tipo de microfone e
mexer na posição de distanciamento do alto falante e posicionamento do microfone no alto falante. Já com
o IR você pode usar seu falante microfonado com 02 tipos de microfone. Isso é animal, onde te dará uma
possibilidade gigantesca de timbres e combinações.

Uma outra possibilidade bizarra por exemplo é você na HX STOMP por exemplo, poder usar 02 IRs sendo:

• G12M Greenbk 212 C Hi-Gn 121+57 Celestion (do lado ‘’L’’ esquerdo);
• Cel Blue 212 O Lo-Gn 421+121 Celestion (do lado ‘’R’’ direito); você conseguiu ligar 02 IRs com 04
tipos de microfones em posições diferentes e modelos de falantes diferentes. Isso é surreal! Isso
vai te dar uma gama enorme de possibilidades de timbres, e combinações até mesmo com
falantes e mics de outras marcas.

A Mooer, trouxe para uma perspectiva mais “vida real” em termos de preços a possibilidade de ter acesso
à tecnologia de Impulse Response; pedaleiras como a Mooer GE 150/200/250 e 300 oferecem uma gama
de timbres fantásticos a valores inferiores a 2.500 reais. Nessas pedaleiras, ainda é possível obter dezenas
de simulações de amplificadores - Marshall, VOX, Fender, Two Rock, Orange e muito mais. Existem outras
marcas no mercado que também possuem essa tecnologia e com preços bem acessíveis. Estou citando a
GE200 nos exemplos pois é um pedal que eu usei e posso afirmar de sua qualidade. Sem falar, obviamente,
nos efeitos, como delay, reverb, chorus, phaser, flanger, drive, distorção, wah e compressor.
Rheuel entendi o que é Impulse Response; mas como que eu vou arrumar esse negócio?

Vamos lá, hoje em dia temos no mercado muitas empresas e produtores musicais que vendem e criam IRs
com diversas combinações de amplificadores, falantes, microfones... Enfim, existem várias empresas.
Agora o que você precisa se atentar é; saber comprar da maneira correta, e com as pessoas certas. Saber
se de fato esses IRs possuem manual e procedência. Porque muitos, infelizmente. Usam isso de forma
errônea, as vezes possuem 01 IR e mudam o nome do arquivo e te vende um Celestion V30 sm57 1p. E
nomeia dizendo que é um falante por exemplo de um Bella Suhr 1x12. Ai é sacanagem né! Muitas pessoas
tem tido essas experiencias negativas e é muito ruim, você paga caro por algo que não tem nenhuma
procedência legal.

O correto é você comprar direto do fabricante, ou de um amigo que te prove de fato a compra no site do
fabricante e os arquivos que nele contem. É fácil! Todos os fabricantes de IR eles precisam fazer um manual
te mostrando todos os detalhes, de com qual tipo de microfone usou, qual alto falante, qual caixa, quantos
falantes, a posição que esses microfones foram posicionados, qual foi o amplificador que utilizaram para
tal captura, tudo isso vem escrito no manual. Saca só, para clarear sua cabeça olha abaixo esse manual da
empresa 3 Sigma Audio.

Observe que no manual da esquerda ele está mostrando o modelo do amplificador ao qual eles capturaram
esse IR, o qual foi usado um Friedman Steve Stevens, com uma caixa de 4x12 SS412; e ele mostra o préamp
que foi usado, a DAW que usaram para gravar, os microfones, e os alto falantes que usaram. E até mesmo
o estilo da caixa, 4x12 com traseira fechada. Já no da direita, ele mostra como capturaram a posição do
microfone no alto falante, e as variações que fizeram para captura do IR. Essas posições são essenciais você
ter, para que saiba na hora de construir seu timbre, como você vai escolher a posição e distanciamento do
microfone. Vou te apresentar na prática como você vai conseguir descobrir em qual posição esse IR foi
criado, e como identificar no manual da maneira correta.
1. ACE Fried SS412 1a

Posição 1-Cap está identificando que o microfone


está posicionado no centro do alto falante,
especificado como CAP.

Letra A está identificando que está trabalhando na


variação A; onde está informando no manual que na
variação A foi:

• Foi capturado de um Peavey 5150


modificado, não prescreveram qual foi
essa modificação;
• Fornece uma resposta de graves
estendida;
• Ótimo para adicionar potência a
simulações de amplificadores frágeis,
rhytms, e qualquer outro que exija
potência extra baixa.

2. ACE Fried SS412 3b

Posição 3-Cap Edge está identificando que o microfone está posicionado entre o centro e a borda do alto
falante, especificado como CAP EDGE.

Letra B está identificando que está trabalhando na variação B; onde está informando no manual que na
variação B foi:

• Capturado com um amplificador Flat Solid State power amp;


• Fornece uma resposta low-end sem cor;
• Ótimo para timbres de simulações de amplificadores excessivamente pesados, para solos, cleans,
e qualquer outra coisa que não exija potência de graves.

Os produtores Joe Quick e Chris Lucas trazem a evolução na modelagem de gabinetes de guitarra. Gravado
em um pré-amplificadores SSL G Series de classe mundial com nossa tecnologia ACE, 3 Sigma Audio Cab
Impulses definem o novo padrão no timbre de guitarra. 40 IRs prontos para mix fornecem um retrato
sonoro completo do gabinete com realismo e resposta incomparáveis. As variações de válvulas e estado
sólido permitem que você toque através de uma versão precisa ou hot rod de cada gabinete, com a
capacidade de misturar ambos. Seja você um produtor premiado, um tocador de guitarra profissional ou
apenas comprando sua primeira guitarra, o 3 Sigma Audio Cab Impulses permite que você encontre seu
som de maneira prática e eficaz.

E dessa mesma forma, você vai encontrar diversos IRs desde empresas grandes até empresas pequenas,
ou até mesmo amigos que possuem um home studio e capturam de seus próprios amplificadores. Vale
lembrar que o IR ele existe também para violões e outros instrumentos de corda. Procure mais sobre eles.

Agora nos vamos abordar um assunto muitíssimo importante que é sobre os kHz de leitura dos IRs para
que você consiga extrair o melhor dessa tecnologia. Antes de falarmos a respeito disso, precisamos
entender para que serve kHz? Um kilohertz (abreviado "kHz") é igual a 1,000 hertz. Como hertz, o kilohertz
é usado para medir freqüência, ou ciclos por segundo. Como um hertz é um ciclo por segundo, um
quilohertz é igual a ciclos 1,000 por segundo. “Hz” representa “Hertz”, uma medida de taxa de amostra ou
frequência de áudio. O ouvido humano, na média, em seu ápice, pode normalmente ouvir frequências
entre 20 Hz e 20.000Hz. A diferença entre 40.000Hz e 48.000Hz é mais uma questão de qualidade do que
algo que nossos ouvidos possam diferenciar. E existem IRs que chegam até 96kHz (isso vai validar para
pedaleiras que suportam essa frequência).
E isso você vai saber pelo manual do IR do seu equipamento, o que geralmente você vai ver bastante nos
Iridium, Fractal e Kempers) entre outras marcas. Mas a maioria hoje dos equipamentos já tem acesso a
44kHz e 48kHz. Como caso da GE200 que lê 44kHz e a HX Stomp que já lê 48kHz. Usando a HX Stomp como
exemplo, no seu manual do fabricante eles deixam algumas informações importantes para importar os IRs
para dentro da HX. ATENÇÃO: essas informações são válidas somente para a HX Stomp e equipamentos da
linha Helix. Caso você possua pedais de outras marcas que carreguem IR, leia o manual.

WAV (.wav) - A maioria dos produtores e fornecedores de IRs normalmente oferece IRs no formato .wav. É
possível importar um arquivo .wav mono ou estéreo IR, independentemente de sua profundidade de bits,
comprimento ou frequência de taxa de amostragem. Após a importação, os arquivos .wav IR são
convertidos automaticamente para taxa de amostragem de 48kHz, 32 bits, mono e comprimento de
amostra de 2.048 para Helix. Você pode usar as preferências do aplicativo HX Edit para definir o
comportamento preferencial para importar IRs estéreo WAV (importar os dados do canal esquerdo ou
direito do arquivo ou uma mistura de ambos).

Quando você baixa por taxa de amostragem: Se você decidiu baixar uma ou todas as taxas de amostragem
(44,1 kHz, 48 kHz, 88,1 kHz e 96 kHz) para uma combinação específica de alto-falante/gabinete, a estrutura
do arquivo será semelhante à da imagem que coloquei abaixo. Quando você abrir as pastas do arquivo
estará dessa forma, neste caso estou usando os IR da Celestion como exemplo:

É dessa forma que você visualizará os arquivos de IR da Celestion, por isso há uma importância enorme de
você conhecer os tipos de microfones, falantes, gabinetes, amplificadores, para você saber de fato como
irá atuar o timbre em diversos tipos de combinações.

Então galera, os IRs funcionam dessa forma; não é difícil usá-los. Você precisará de bastante paciência e
atenção para encontrar o MELHOR IR que funciona para você. É ouvir, ouvir, trocar, ouvir, e isso é um
trabalho demorado e que te demanda tempo. Mas, importantíssimo para você imprimir sua característica
sonora no seu som.
Aproveitando vou dar uma dica pra você muito importante!
Quando você estiver testando e escolhendo o melhor IR para você usar, anote o nome dele com todos os
detalhes, porque para alguns pedais os SLOTS para você baixar os IRs são bem limitados, igual a GE200 por
exemplo, se não me engano você só pode carregar 10 ou 8 IRs. Assim você não vai conseguir deixar todos
lá. Mas anotando o som que te agradou, você vai na pasta onde você o salvou, e quando precisar gravar
usando-o você já sabe qual é o seu queridinho rsrssr. Eu faço isso até mesmo quando estou criando presets
para que se um dia meu pedal der pane, ou até mesmo eu comprar um novo e não tiver exportado ele para
uma pasta. Eu consigo reproduzi-lo porque terei tudo anotado. A famosa colinha nunca falha, confia. Se
você decidir baixar os IRs para um tipo de hardware específico, você apenas obterá os IRs na taxa de
amostragem e comprimento compatível com o seu dispositivo, saca só esse exemplo:

Essa leitura geralmente será para esses pedais que estão descritos na imagem a esquerda. Com algumas
atualizações já é possível alguns equipamentos utilizarem os Sample Rates maiores, como no caso do
Kemper, Fractal e alguns outros que leem arquivos de 96kHz. Consulte sempre o manual do seu
equipamento para ter certeza de que vá funcionar. Alguns podem até ler o arquivo maior porem ele
automaticamente vai diminuir para o kHz que ele pode ler. Na maioria das vezes você vai observar que o
IR selecionado com um Sample Rate maior por exemplo na GE200 vai ficar mudo. Porque? É sinal que ele
não suporta aquele Sample Rate e não consegue ler. Dessa forma ele não vai sair som, ai você terá que
usar um Sample Rate correto de kHz para que funcione 100%. Eu já testei e é isso que acontece :D.

Rheuel como vou conseguir timbrar um equipamento utilizando o Impulse Response?

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