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Este trabalho foi realizado por: Universidade de Córdoba (UCO) e a Faculdade de Agronomia
e Engenharia Florestal da Universidade José Eduardo dos Santos (FCA-UJES).
Technical staff: Abílio Santos Malengue (UJES), Manuel Vicente Sangumbe (UJES), Guillermo
Palacios Rodriguez (UCO).
Huambo, Angola,
Junho 2019
ÍNDICE
1 INTRODUCÇÃO 1
1.1 Contexto 1
1.2 Produtos entregáveis 2
1.3 Produto 2. 2
2 SUBPRODUTO 2.3. ANÁLISE BENCHMARKING DE PROJECTOS IMPLEMENTADOS
SOBRE BRIQUETAGEM E OPORTUNIDADES DE BRIQUETAGEM EM ANGOLA COM
ENFOQUE NO CORREDOR LUANDA – CUANZA SUL – HUAMBO. 3
2.1 Marco teórico 3
2.2 Briquetes: conceitos teóricos, usos e vantagens 4
2.2.1 Conceito de Briquete 4
2.2.2 Porque é importante o uso de briquetes? 4
2.2.3 Tipos de briquetagem 5
2.2.4 Produção dos briquetes 5
2.2.5 Factores que afectam à produção de briquetes: 8
2.2.6 Comparação briquetes vs lenha 9
2.2.7 Vantagens e constrangimentos da produção de briquetes. 10
2.3 Revisão de experiências de introdução de briquetes 11
2.3.1 Breve resumo histórico da tecnologia dos briquetes e a sua avaliação. 11
2.3.2 Introdução da tecnologia de briquetes 12
2.4 Etapas de produção de briquetes a partir de resíduos de carvão vegetal 13
2.5 Principais ideias extraídas das e entrevistas realizadas. 13
2.5.1 Principais resultados das visitas aos mercados. 14
2.5.2 Principais resultados das visitas às empresas do setor da madeira. 15
2.5.3 Selecção de materiais. 16
2.6 Experiência comparativa de fabricação de briquetes a partir de distintos tipos de
resíduos. 17
2.6.1 Desenho experimental básico (geral) 17
2.6.2 Análise comparativa de distintos tipos de briquetes produzidos a partir de
resíduos. 20
2.6.3 Método de avaliação da eficiência dos produtos finais (briquetes). 21
3 RESULTADOS 22
3.1 Experiência comparativa de fabricação de briquetes a partir de distintos tipos de
resíduos 22
3.1.1 Briquete tipo 1. 22
3.1.2 Briquete tipo 2. 25
3.1.3 Briquete tipo 3. 26
3.2 Resultados da comparativa de avaliação das três propostas de briquetagem 28
4 PROPOSTA DE PROJECTOS DE BRIQUETAGEM NO CORREDOR HUAMBO-CUANZA
SUL-LUANDA. 30
4.1 Áreas urbanas e periurbanas: 30
4.1.1 Mercados municipais 30
4.1.2 Indústrias madeireiras 32
4.2 Áreas rurais 33
5 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS 33
6 ANEXOS 34
ÍNDICE DE FIGURAS
2
1 Introducção
1.1 Contexto
1.3 Produto 2.
Neste trabalho foi realizada uma analise benchmarking funcional, simples, baseada
na literatura, para avaliar que experiencias de sucesso na produçao de briquetes
existem a nível internacional para avaliar distintas opçoes para introduzir
projectos concretos de briquetagem no corredor Huambo-Kwanza Sul-Luanda.
Para que uma analise de benchmarking funcional (e em geral de qualquer tipo)
tenha sucesso, o processo que deve ser seguido consta de varias etapas que ficam
resumidas na seguinte figura:
3
Figura 1. Fluxo de trabalho numa análise benchmarking funcional.
A fase de planificação, embora que seja de curta duraçao, e fundamental porque o
sucesso da analise depende dela. A equipa de trabalho realizou uma planificaçao
com as fontes de informaçao consultadas e as principais variaveis avaliadas (alem
de um pequeno cronograma com as visitas e entrevistas que iam ser realizadas.
A equipa de trabalho realizou uma pesquisa previa para acertar de forma conjunta
uma planificaçao tendo em conta todos os factores de sucesso:
• Fontes de informaçao que iam ser utilizadas.
• Variaveis a ter em conta:
o Economicos
o Ambientais
o Sociais
o Genero
o Acesso aos mercados.
• Organizaçao das visitas e entrevistas que iam ser realizadas durante a
seguinte fase.
Nesta fase foi realizado tambem o desenho da experiencia comparativa de
fabricaçao de briquetes a partir de distintos tipos de resíduos. Com base na
bibliografia consultada, os materiais disponíveis nos mercados principais de
Huambo e Luanda e o interesse dos financiadores do projecto (area geografica e
grupo alvo para introduzir numa primeira fase os briquetes), foram selecionados
os materiais a partir dos quais iam ser testados tres tipos de briquetes.
Na fase de colecta de dados foram realizadas tres actividades principais:
• Analise de fontes bibliograficas, onde a equipa da UCO e da FCA-UJES
avaliaram projectos de introduçao de briquetes a nível internacional, com
especial destaque em aqueles realizados em Africa.
• Visitas e entrevistas. Numa primeira fase foram realizadas visitas aos
mercados de Luanda e Huambo, para identificar os principais resíduos
produzidos, os sistemas de reaproveitamento dos mesmos e identificar
alguns prestadores de serviços nacionais produtores de briquetes a partir
de resíduos.
• Experiencia comparativa de fabricaçao de briquetes a partir de distintos
tipos de resíduos. Com base na bibliografia e os materiais disponíveis foram
provadas distintas misturas em distintas percentagens de mistura para
produzir briquetes a partir de resíduos.
Na fase de análise de dados foi analisada toda a informaçao colectada nas
actividades da fase anterior.
A fase de acção (elaboraçao de produtos) consiste na elaboraçao deste produto 2
(subprodutos 1, 2 e 3).
A ultima das fases de uma analise benchmarking funcional consiste numa 4
proposta de sistema de monitoramento. Neste relatorio final e incluído um
apartado de recomendaçoes para o monitoramento da introduçao da tecnologia de
briquetagem e para a replicabilidade em outras areas.
Material:
Desde um ponto de vista técnico, os briquetes são formados através de um processo de
compactação ou densificação para incrementar a baixa densidade aparente da biomassa e
passar a uma densidade maior (de 150-200 kg/m3 até 900 - 1300 kg/m3).
Os resíduos de carvão têm uma pureza inferior em relação com o carvão vegetal.
• Estes resíduos têm, para além de carvão vegetal, areia mineral e argila do solo, e da
superfície da madeira e cortiça.
• O conteúdo em cinzas também é maior que do carvão vegetal (vamos lembrarmos
do primeiro módulo, que um carvão ou madeira com maior conteúdo em cinzas era
pior que quando esse conteúdo era menor).
• A maior parte desse material não desejado, com alto conteúdo em cinzas, pode ser
separado quando peneiramos (tamisamos).
• Por tanto, a parte que passa através do tamis, deveria ser descartada e ficar com o
material que é retido no tamis, que é carvão vegetal, que uma vez convertido em
pó, poderá ser utilizado para a produção de briquetes.
Existem distintos tipos de briquetes em função da matéria orgânica utilizada. A
continuação é apresentada uma comparativa em função deste componente:
• Prensas de parafuso.
Figura 5. Prensa de parafuso para fabricação de briquetes.
Destes quatro tipos de prensas destacamos a prensa de parafuso porque no PRODOC do
projecto “Promoção do carvão vegetal sustentável em Angola através de uma abordagem
da cadeia de valor” foi proposta como modelo para implementar em Angola. Estas são
prensas que usam um dispositivo de parafusos que forçam os briquetes processados para
fora da máquina através de uma matriz, resultando em um briquete contínuo e geralmente
cilíndrico. Esta prensa tem capacidade de produzir 150 kg de briquetes por hora, e custa
entre 1.000 e 2.000 dólares.
Para aumentar a qualidade dos briquetes podem ser adicionadas substâncias que ajudem 8
na combustão (ceras, nitrato de sódio).
Para diminuir o preço de produção, o adesivo pode ser sílice ou argila, mas a qualidade é
menor porque diminui a combustão.
Quando o uso dos briquetes é comparado com a lenha, as vantagens são muito
significativas:
• Os briquetes têm um volume menor do que os resíduos originais
• É reciclável
• Tem o mesmo poder calorífico
• A sua durabilidade é três vezes superior à da lenha
• Têm um formato homogêneo facilitando o transporte e manuseio.
Figura 6. Comparativa de algumas características de lenha e briquetes. Extraído de Liemi,
2016.
Para uma adequada produção de briquetes é fundamental uma serie de etapas para
garantir a compactação dos materiais. Este processo depende do tipo de material. No caso
dos materiais identificados para a produção em Angola no âmbito do projecto (resíduos
orgânicos, serralhem, resíduos de carvão vegetal e algum material adesivo), alguns autores
(Ginâni, 2013) afirmam que é preciso que é imprescindível que a matéria-prima passe
pelas seguintes etapas:
1. Escolha do material: esta etapa refere-se ao tipo de matéria-prima que se deseja
utilizar, do tipo de briquete que se pretende produzir e das características do
material a ser utilizado (tamanho de partículas, densidade e umidade)
2. Secagem: tem por finalidade retirar a umidade dos resíduos, a fim de deixar o
13
material com a umidade necessária para a realização do processo.
3. Moagem dos resíduos: tem por objetivo triturar os resíduos, formando partículas
menores para facilitar o processo e a ação de aglutinantes. Além disso elimina os
compostos voláteis e a humidade, deixando um combustível com maior proporção
de carbono.
4. Peneiramento: promove a separação das partículas geradas na moagem em
granulometrias diferentes, tendo por finalidade uma seleção das partículas a
serem utilizadas, e eliminação das indesejadas no processo.
5. Mistura com aglutinante. O aglutinante é responsável pela aderência dos resíduos.
Durante esta etapa deve-se levar em consideração a escolha do tipo e da qualidade
do aglutinante, pois estas estão diretamente relacionadas ao custo do processo e
com o produto final.
6. Prensagem. A prensagem proporciona resistência aos briquetes. É realizada por
meio da ação de prensas que aplicam altas pressões e temperaturas a massa de
resíduos e ao ligante. Esta etapa define a forma final do briquete, de acordo com a
presa utilizada.
7. Embalagem: os briquetes devem ser armazenados para manter um estoque
intermedio entre a produção e a distribuição. Posteriormente são embalados para
o consumo.
Durante as visitas para avaliar a factibilidade de realizar briquetes a partir de resíduos das
madeiras (serradura) os principais resultados são:
Visita à empresa pública angolana Estrela da Floresta
A Estrela da Floresta e uma empresa criada no ano 2015 no âmbito do Fundo Soberano de
Angola, relacionada com a gestão de recursos florestais. Esta empresa trabalha de forma
coordenada com o Instituto de Desenvolvimento Florestal (IDF) de Angola e têm
desenvolvido colaborações com a FCA-UJES, além de contratar aos licenciados em
Engenharia Florestal desta instituição para suas actividades. Actualmente, é a empresa
que têm todas as concessões dos polígonos florestais de espécies exóticas, que gere e
mantem, através da venda da madeira em pé para empresas florestais privadas. É,
portanto, um ator fundamental na cadeia de valor da madeira já que fica encarregada de
assegurar a limpeza da madeira residual das áreas de exploração dos polígonos florestais e
por tanto de gerir os resíduos madeireiros nas concessões. Além disso, mantem contacto
com as empresas madeireiras do país. A Estrela da Floresta está actualmente a
desenvolver concessões no Alto Catumbela, Ganda, Cuima e Sanguengue com o objectivo
de desenvolver plantações florestais e de reabilitar as antigas plantações na região. Esta
empresa acompanhou na visita a Alto Catumbela, onde está prevista a reabilitação da
fábrica nacional de celulose e a uma fábrica chinesa (Nivasamba) do município de Ganda
onde são fabricados briquetes a partir de resíduos de madeira.
Visita a Alto Catumbela e fabrica de produção de briquetes.
Durante esta visita verificamos que existe uma empresa (Nivasamba) de capital chinês que
está a produzir briquetes a partir de resíduos (serradura) da transformação de madeira
em tabuas e outros produtos. Esta empresa realiza a sua actividade com objetivo de
exportação e não produz briquetes para o mercado local.
19
Figura 14. Processo de produção do funge a partir de material com alto conteúdo em amido.
5. Todos os componentes serão misturados, com cuidado, e amassando pouco a
pouco.
20
Com base nos resultados obtidos da fase de analise de dados previos e a selecçao
de materiais utilizados foram avaliados de forma comparativa tres tipos de
briquetes produzidos a partir de resíduos:
• Briquete tipo 1. Produzidos a partir de po de carvao, restos de folhas de
repolho e funge de farrelo de mandioca.
• Briquete tipo 2. Produzidos a partir de po de carvao, serradura e funge de
farrelo de mandioca.
• Briquete tipo 3. Produzidos a partir de po de carvao e farrelo de mandioca.
2.6.3 Método de avaliação da eficiência dos produtos finais (briquetes).
Para avaliar a eficiencia dos distintos tipos de briquetes produzidos foi selecionado
o Teste de Ebuliçao de Agua (WBT), um protocolo aceite pela comunidade
internacional, desenvolvido pela Aliança Global para Cozinhas Limpas, actualizado
em 2014 para incluir as recomendaçoes do sistema de certificaçao ISSO
desenvolvido no IWA (International Workshop Agreement) usado geralmente para
avaliar fogareiros melhorados que foi adaptado para o proposito de avaliar a
eficiencia dos distintos tipos de briquetes produzidos.
Neste trabalho foi selecionado o teste WBT porque e facil, precisa apenas de agua
nas fases de avaliaçao e e realizado num ambiente controlado, o que permite um
maior rigor nos resultados.
Atraves deste teste e avaliada a eficiencia a partir de uma prova realizada com
agua. A quantidade habitual e 5 litros, mas neste caso foi modificada usando
apenas 100 ml de agua.
O teste, avalia o tempo, o consumo de combustível e a eficiencia energetica. De
forma adicional sao quantificadas as emissoes geradas durante a avaliaçao. O
protocolo tem tres fases: 21
1. Fase de alta potencia de início frio, onde o avaliador começa o experimento a
temperatura ambiente e e utilizado combustível pesado previamente para ferver
uma quantidade medida de agua numa panela estandar (neste caso 100 ml). Uma
vez realizada esta fase o avaliador substitui a panela empregada por uma nova
panela com agua a temperatura ambiente para a segunda fase.
2. Fase de alta potencia de início quente, realizada depois da primeira fase
enquanto que o fogareiro empregado ainda esta quente. Da mesma forma que na
primeira fase, o avaliador utiliza combustível (neste caso os distintos tipos de
briquetes) previamente pesado para ferver a mesma quantidade de agua no
mesmo tipo de panela utilizada anteriormente.
3. Fase de baixa potencia, chamada de simmer (ferver a fogo divagar). Esta fase
disponibiliza informaçao do combustível requerido para ferver a quantidade de
agua utilizada por baixo do ponto de ebuliçao durante 45 minutos. Estas condiçoes
simulam o tempo de cocçao dos principais legumes e leguminosas no mondo.
De forma adicional, este protocolo inclui tambem outras mediçoes de emissoes de
CO, micropartículas (PM) e CO2, e outros contaminantes.
A Aliança Global para Cozinhas Limpas disponibiliza uma folha de excel na sua
pagina web para introduzir os dados de cada experiencia e de forma automatica
sao apresentados os resultados. Esta folha e apresentada neste trabalho como
anexo 1.
A tabela apresenta muitos resultados interessantes dos quais, na maioria dos
trabalhos sao apresentados a eficiencia termica expressa em percentagem (thermal
efficiency), a taxa de combustao (burning rate), expressa em g/min e o consumo
específico de combustível (specific fuel consumption), expressa em g/litro agua
fervida (ponto de ebuliçao).
3 Resultados
3.1 Experiência comparativa de fabricação de briquetes a
partir de distintos tipos de resíduos
Como ja foi explicado no apartado 2 deste documento, com base nos resultados
obtidos da fase de analise e a selecçao de materiais que poderiam ser usados no
caso de projetos de produçao de briquetes em Angola, foram avaliados de forma
comparativa tres tipos de briquetes produzidos a partir de resíduos:
• Briquete tipo 1. Produzidos a partir de po de carvao, restos de folhas de
repolho e funge de farrelo de mandioca.
• Briquete tipo 2. Produzidos a partir de po de carvao, serradura e funge de
farrelo de mandioca.
• Briquete tipo 3. Produzidos a partir de po de carvao e farrelo de mandioca
22
3.1.1 Briquete tipo 1.
Figura 19. Materiais empregados para produzir o briquete tipo 1: pó de carvão, folha de
repolho e funge de farrelo de mandioca.
2. Secagem: Bem as folhas de repolho como o carvão foi secado para eliminar a humidade.
No caso da farinha de mandioca não foi preciso porque é um material que vai ser
misturado com água para converter o material seco em adesivo.
3. Moagem dos resíduos: tem por objetivo triturar os resíduos, formando partículas
menores para facilitar o processo e a ação de aglutinantes. Neste caso foram
experimentadas duas aproximações distintas:
3.1. Moagem dos resíduos no seu estado natural. As folhas de repolho foram trituradas
sem nenhum passo prévio. Porém, o material fresco, a pesar de estar triturado não era
facilmente misturável com o resto de elementos (pó de carvão e funge de mandioca),
por tanto, não parecia uma boa práctica para realizar o briquete sendo desestimada
esta metodologia.
3.2. Moagem dos resíduos carbonizados previamente. A carbonização do material
vegetal elimina os compostos voláteis e a humidade, deixando um combustível com
maior proporção de carbono. Porém, é um processo que precisa de algum tipo de
forno, e dificulta o processo. Neste caso, o processo de carbonização foi realizado numa
panela em ausência de oxigénio.
23
7. Secagem. Por último os briquetes foram secados no sol durante uma semana até ficar
um material duro, resistente e seco.
Figura 25. Materiais empregados para produzir o briquete tipo 2: pó de carvão e funge de
farrelo de mandioca.
2. Peneiramento: O carvão vegetal foi peneirado para ficar com um pó fino capaz de ser
misturado de forma homogénea com o adesivo que liga o pó, que é o funge de farrelo de
mandioca.
3. Mistura com aglutinante. Da mesma forma que o protocolo para produzir o briquete tipo
1, o funge de farrelo de mandioca foi misturado com o pó de carvão segundo distintas
proporções até conseguir a proporção adequada. Neste caso, a proporção mais
adequada que deu lugar a briquetes compactos após a sua secagem foi 75% pó de
carvão + 25% adesivo. Por baixo desta percentagem de adesivo, o pó não conseguia ficar
colado no briquete e este se desfazia.
Figura 26. Mistura de material numa proporção 3:1 (75% pó de carvão vegetal + 25% funge de
farrelo de mandioca)
4. Prensagem. A prensagem foi realizada de forma manual, segundo o mesmo protocolo
que para o briquete tipo 1.
5. Secagem. Por último os briquetes foram secados no sol durante uma semana da mesma
forma que no protocolo anterior.
26
Figura 28. Materiais empregados para produzir o briquete tipo 3: pó de carvão, serradura de
madeira de grevilha e funge de farrelo de mandioca.
2. Peneiramento: O carvão vegetal foi peneirado até obter um pó fino capaz de ser
misturado de forma homogénea com o adesivo (funge de farrelo de mandioca).
27
3. Mistura com aglutinante. Da mesma forma que nos protocolos anteriormente
explicados, o funge de farrelo de mandioca foi misturado com o pó de carvão e a serradura
até conseguir a proporção adequada. Para isso, foram realizados ensaios com distintas
proporções de materiais até obter a proporção adequada para obter um briquete sólido.
4. Prensagem. A prensagem foi realizada de forma manual.
5. Secagem. Por último os briquetes foram secados no sol durante uma semana da mesma
forma que nos dois protocolos anteriores.
O processo de mistura foi mais complicado ja que o objetivo inicial era incluir uma
grande quantidade de serradura, para reciclar este resíduo, mas as misturas
manuais e sobretudo a prensagem foi muito complicado. Por este motivo,
emborque que neste trabalho foi realizado tudo de forma manual, a nossa
recomendaçao e adquirir maquinarias de prensagem que permitam aumentar a
quantidade de serradura na mistura. A mistura definitiva foi 60% pó de carvão
vegetal + 30% serradura de madeira de grevilha + 10% funge de farrelo de
mandioca.
3.2 Resultados da comparativa de avaliação das três propostas
de briquetagem
28
Figura 30. Briquetes tipo 1 (pó de carvão, restos de folhas de repolho e funge de farrelo de
mandioca).
Figura 32. Briquetes tipo 3 (pó de carvão, serradura e funge de farrelo de mandioca).
Figura 33. Prensa manual para briquetes fabricada a partir de um tubo de PVC furado .
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6 Anexos
Anexo 1. Documento Excel Water Boiling Point (WBT).