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ENGENHARIA MECÂNICA
Cascavel/PR
2022
LEONARDO ARTHUR MARTINS EBBRES
Cascavel/PR
2022
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO
1.1 OBJETIVOS
1.1.1 Objetivo geral
1.1.2 Objetivo específicos
1.2 JUSTIFICATIVA
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 RESÍDUOS
2.3 IMPRESSORA 3D
2.4 EXTRUSORA DE FILAMENTOS
2.4.1 Estado da arte
2.4.2 Funcionamento
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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1 INTRODUÇÃO
Os plásticos são formados por um conjunto de monômeros que, unidos por uma
ligação química, formam uma grande molécula, conhecida como polímero (do grego, “poli”
muitas e “meros” partes) (Canevarolo Jr., 2006). Podem ser de origem natural, sintéticos ou
semissintéticos. O primeiro polímero foi sintetizado em 1934 na Inglaterra, entretanto, só se
popularizou durante a Segunda Guerra Mundial onde era usado como isolante elétrico para
radares militares (Mano; Santos e Mól, 2010). Devido ao seu consumo excessivo, o mesmo se
tornou um problema.
De acordo com De Wit et al. (2019), o polímero não é verdadeiramente nocivo. É uma
criação desenvolvida pelo homem que proporcionou diversos benefícios para a sociedade
como um todo, entretanto, a forma com que o plástico foi tratado pelas indústrias e
autoridades, somando a acessibilidade do produto, converteu-o em uma conveniência
descartável de uso único, transformando esta inovação em um problema ambiental mundial.
A impressora 3D é uma modernidade, a qual utiliza o processo aditivo, que vem sendo
muito utilizado (Fonda, 2013). Seu funcionamento para obtenção de peças se dá por
deposição de várias camadas de material, possibilitando a criação de objetos das mais diversas
complexidades com rapidez, baixo custo e de forma muito fácil (Turney, 2021). Porém,
devido ao aumento do uso da impressora, também aumentou a quantidade de resíduos
plásticos oriundos deste processo.
Assim, criar uma máquina que utilize os resíduos da impressora como fonte de matéria
prima iria colaborar com a reciclagem dos plásticos. A extrusora tem esta finalidade, ou seja,
ela consegue fabricar filamentos forçando a passagem de um termoplástico através de uma
matriz usando pressão e alta temperatura (Dabague, 2014; Lombardi, 2019).
Com isso, o objetivo deste trabalho será projetar uma extrusora de filamentos, que terá
como insumo, os rejeitos da impressora 3D.
1.1 Objetivos
1.2 Justificativa
O uso de impressoras 3D tem aumentado nos últimos anos devido a sua praticidade e
baixo custo. Porém, os resíduos produzidos por essa máquina ainda não têm um destino
correto e muitas vezes podem ser reaproveitados para outros fins. Por isso, este trabalho busca
fazer o reaproveitamento do material residual de impressoras 3D, a fim de avaliar se é
possível transformá-los novamente em um objeto útil mesmo perdendo características iniciais.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 Resíduos
De acordo com De Wit et al. (2019) com a crescente demanda por plástico, foi
inevitável que aumentasse a quantidade de resíduos. Em 2020 foram produzidos,
aproximadamente, 8,3 bilhões de toneladas (ton) de resíduos no mundo, com uma média de
7,1 kg/habitante (hab.) e apenas 9% deste total é descartado de forma correta ou é reciclado
(Organização das Nações Unidas (ONU), 2021).
Tratando-se do Brasil, dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza
Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE, 2021), a pandemia acarretou o aumento da geração
de resíduos descartados. No ano de 2020, foram produzidas 225.965 ton. diárias de resíduos
sólidos urbanos (RSU), com uma média diária de 1,07kg per capta, sendo o Sudeste a região
com maior geração de resíduos (460 kg/habitante/ano) (ABRELPE, 2021). A figura 1 mostra
dados da produção anual em toneladas de RSU em todo território brasileiro e a quantidade
anual por habitante.
2.3 Impressora 3D
Por volta de 1984, Charles Hull, criou um equipamento que permitia a criação de
objetos tridimensionais através da deposição de camadas planas de material solidificado por
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reações químicas sem a necessidade de moldes (Hull, 1986; Stansbury e Idacavage, 2016).
Sendo conhecida também como manufatura aditiva, prototipagem rápida ou impressora 3D,
tinham seu uso restrito logo após seu lançamento no mercado devido a necessidade de
máquinas muito grandes e caras (ABIRPLAST, 2014). Apenas a partir do ano 2007, após a
popularização do método FDM (do inglês, Fused Deposition Modeling) é que a invenção de
Hull conseguiu alavancar no mercado (McKinsey, 2013).
Hoje em dia, essa moderna máquina é usada para criação de peças por deposição de
várias camadas de material, possibilitando a obtenção de objetos de altas complexidades com
rapidez, baixo custo e de forma muito fácil (Fonda, 2013; Turney, 2021). Por ser um
equipamento de fácil acesso e considerado “barato”, microempresas, autônomos, designers,
escolas entre outros, passaram a ter sua própria impressora 3D e usam para fins lucrativos ou
educativos com considerável sucesso (Mathias, 2019; Alssabbagh et al., 2017).
- O método FDM usado pelas impressoras 3D se dá por:
O filamento é desenhado pelo sistema extrusor, passa por um tubo metálico chamado
Garganta do Extrusor, depois passa por um bloco de alumínio aquecido que possui resistor e
termistor, possibilitando a fusão do filamento. Logo, o filamento é forçado através de um bico
extrusor sendo depositado em alguma superfície reta, e, camada por camada, vai formando o
objeto previamente programado (Abreu, 2015). A figura 2 apresenta um modelo de impressão
3D pelo método FDM.
Por tanto, Catts (2013) considera essas impressoras como modelos básicos para
fabricação de objetos, com operação facilitada, matéria prima barata e variada, com ótimo
custo-benefício. Dentre os tipos de insumos que podem ser utilizados nas impressoras 3D os
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mais comuns são polietileno tereftalato (PETG), ácido poliláctico (PLA), acrilonitrila
butadieno estireno (ABS) e poliamida (PA) ou Nylon (ABIRPLAST, 2014).
De acordo com Alssabbagh et al. (2017), o PETG é formado por concentrações de
poli tereftalato de etileno (PET) e etilenoglicol (MEG) e apresenta uma boa resistência
mecânica, mas não é biodegradável. Já o PLA é biodegradável, usado em implantes médicos e
embalagem de alimentos sendo um plástico incolor e inodoro, com menor resistência
mecânica em relação ao PETG e que exige menos energia térmica para fusão. O PA é muito
resistente e flexível, por esse motivo, é usado para fazer paredes delicadas nas peças, e o ABS
por sua vez, é um material altamente durável e que suporta temperaturas altíssimas. Apesar de
apresentar diversas vantagens, o uso das impressoras 3D ocasiona um acúmulo de resíduos
sem descarte apropriado, mas que podem ser facilmente reutilizados passando por um
processo de extrusão que permite a criação de novos filamentos.
Neste trabalho, serão recolhidos pellets de PLA das empresas da região do Oeste do
Paraná, pois, é o polímero mais utilizado pelas impressoras 3D na localidade causando um
acúmulo de resíduos descartados após o uso ou em tentativas falhas do uso da mesma. O PLA
foi escolhido pela disponibilidade da região, mas também por suas especificações técnicas que
favorecem a reutilização do mesmo por meio de extrusão, são elas: Densidade de 1,25g/cm³,
elasticidade de 3000 MPa, resistência à tração 68 Mpa, alongamento de tração 3%,
temperatura de transição vítrea 63ºC e índice de fluidez 17g/10min em 195ºC.
O capítulo a seguir discorre sobre as extrusoras e o processo de extrusão, seguido da
metodologia que será aplicada para o projeto.
Porém, ela apresenta como desvantagem o fato de usar algumas peças que só estão
disponíveis por compra online que se tornam mais caras quando compradas fora dos Estados
Unidos, por isso ainda em 2012, Tim Elmore desenvolveu a Filastruder para seu projeto de
graduação a qual apresenta uma ideia de “faça você mesmo” (Do It Yourself – DIY), onde o
consumidor pode comprar o kit com todos os elementos e instruções e montar em sua própria
residência. Apesar de não ser para uso profissional, a Filastruder é uma versão
comercialmente acessível da LFE que atende pequenas necessidades (Cuesta e De Los
Ángeles, 2019).
No mesmo ano foi lançada a Filabot (Figura 4), a primeira extrusora de bancada a
ser comercializada montada e que possibilitava o controle da temperatura de extrusão, e
consequentemente, o controle do processo de extrusão. Além disso, apresentava maior
segurança, porém era de 10 a 40x mais cara do que as versões citadas anteriormente (García,
2015).
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Esse modelo de extrusora tem o mesmo conceito que será aplicado neste projeto, ou
seja, o uso de resíduos plásticos para a produção de filamentos para impressora 3D. Porém,
este trabalho usará apenas o PLA.
2.4.2 Funcionamento
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
O equipamento a ser idealizado deve ser apto para receber como insumo termoplásticos
de baixa fusão que serão transportados por um sistema de fuso até a matriz aquecida por meio
de cartuchos, onde o material será pressionado moldando-se conforme a saída da matriz. Este
trabalho pretende ser realizado no Centro Universitário – Univel no ano de 2023.
O canhão de extrusão será formado por duas partes, a primeira será projetada a partir de
um tubo de aço galvanizado de diâmetro xxmm, comprimento xmm e espessura de xmm, a
qual pretende-se acoplar a uma peça usinada feita a partir de um tarugo de alumínio de
diâmetro xmm e comprimento 100mm, o item usinado servirá de suporte para o sensor e a
resistência do conjunto.
O conjunto do canhão também terá uma tampa usinada a partir de uma barra de aço
SAE 1020, e três rolamentos com diâmetro externo de xxmm e interno de xxmm para servir
de mancal, para que não ocorra o deslocamento do parafuso transportador na direção oposta
ao bico de extrusão devido as forças axiais que o material provoca quando está sendo fundido
pelo canhão.
O bico de extrusão será fabricado a partir de duas pecas de latão, um flange e o bico. O
diâmetro será compatível com o canhão de extrusão, contando com duas partes roscadas, uma
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para ser fixada no canhão e a outra para poder substituir o bico. A furação do bico será de
1,75mm, pois é o diâmetro mais comum para a extrusão de filamentos de impressora 3D.
O funil será feito a partir de uma chapa de aço carbono cortada e dobrada. Este item
será fixado por meio de parafusos ao canhão de extrusão para poder despejar o material
polimérico no sistema transportador.
Tendo em vista que a extrusora tem uma necessidade de ajuste de torque, torna-se
necessário controlar a velocidade rotacional. Com isso, para desempenhar a função de
controle utilizaremos um módulo controlador PWM com uma corrente de 20A que aceita uma
tensão de 10 a 60V com potenciômetro da marca Eletrogate, a qual pode ser vista na figura 9
a baixo.
Fonte: Eletrogate
3.1.7 Resistência
Para aquecer o sistema, será usado uma resistência tipo cartucho, da marca Brastherm,
que tem diâmetro de 1/2” e comprimento de 100mm, potência de 250w e uma tensão de
110V.
Fonte: FOTEK
3.1.9 Termopar
O modelo a ser utilizado como sensor de temperatura será o termopar tipo K, da marca
CFACIL, o qual é fabricado em aço inox, que consegue atuar em uma faixa de temperatura
0ºC a 600ºC. O mesmo será conectado pelos cabos ao controlador de temperatura para
desempenhar sua função e fixado no corpo do canhão para obter a leitura da temperatura.
Fonte: NOVUS.
mandará um sinal para o relé de estado sólido, o qual fara o acionamento ou desligamento da
resistência que também estará instalada ao corpo do canhão de extrusão.
O resfriamento do filamento polimérico ocorrerá por convecção com o ambiente, ou
seja, nenhum equipamento será utilizado.
Por fim, todo o conjunto da extrusora será instalado em uma base de madeira maciça
colocada em uma bancada.
Quadro 1 — Cronograma previsto para as atividades que serão realizadas no primeiro semestre de
2023.
Meses
Atividades
Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun.
Revisão dos itens propostos pela banca
Desenvolvimento do projeto em CAD
Dimensionamento dos componentes da extrusora
Análise da disponibilidade do PLA
Análise de viabilidade do projeto
Escrita da seção Resultados no TCC II
Escrita da seção Conclusões
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MANO, Eloisa Biasotto; MENDES, Luís Cláudio. Introdução a Polímeros. 2ª edição. São
Paulo: Edgard Blücher Ltda, 1999. 3 p.
MANO, Eloisa. Biasotto; PACHECO, Élen Bav; BONELLI, Cláudia. Meio ambiente,
poluição e reciclagem. São Paulo: Edgard Blücher Ltda, 2010. Cap 6,11,12,13, p. 41-48,
113-148.
MATHIAS, Rainer Fernando. Análise experimental de amostras produzidas por
manufatura aditiva em PLA através de ensaio de tração. Trabalho de Conclusão de Curso
(Graduação em Engenharia Mecânica) – Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia,
2019.
MAVERICK, Extruder Development Group (Maverick). Relembrando a história do
desenolvimento de extrusoras. Editora Stilo. Jan, 2019.
MCKINSEY, Global Institute Report. Disruptive technologies: Advances that will transform
life, business, and the global economy. McKinsey Global Institute Report. 2013.
MICHAELI, Walter et al. Tecnologia dos plásticos. São Paulo: Edgard Blucher, 1995.
OLIVEIRA, U. C.; PEREIRA, T. Z.; DAMAS, M. S. Mini extrusora didática de polímeros
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ENSINO E EXTENSÃO – Ciência para a redução das desigualdades. 2018.
ONU - Organização das Nações Unidas. In images – Plastic Forever. 2021. Disponível em:
https://www.un.org/en/exhibits/exhibit/in-images-plastic-forever.
PLAZA, Eustaquio García et al. Analysis of PLA Geometric Properties Processed by FFF
Additive Manufacturing: effects of process parameters and plate-extruder precision motion.
Polymers, v. 11, n. 10, p. 1581, 2019
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SANTOS, Wildson Luiz Pereira dos; MÓL, Gerson de Souza. Química cidadã: química
orgânica, eletroquímica, radioatividade, energia nuclear e a ética da vida. 1ª edição. V.3.
São Paulo: Nova Geração, 2010, p. 137.
SILVA, Fabio Miguel Rodrigues da. Projeto de extrusora de filamento para impressora
3D. 2018. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharel em Engenharia Mecânica) –
Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Ponta Grossa, 2018.
STANSBURY, Jeffrey; IDACAVAGE, Mike. 3D printing with polymers: Challenges among
expanding options and opportunities. Dental materials, v. 32, n. 1, p. 54-64, 2016.
TEIXEIRA, Mariane Mendes. História das máquinas térmicas. 2009. Brasil Escola.
Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/fisica/historia-das-maquinas-termicas.htm.
TURNEY, Drew. History of 3D Printing: It’s Older Than You Think. Redshift by
Autodesk. 2021. Disponível em: https://redshift.autodesk.com/articles/history-of-3d-printing.