1- Considere as assertivas abaixo quanto a crimes contra a
Administração Pública.
I - No tipo legal de peculato mediante erro de outrem (art. 313,
CP), denominado pela doutrina de peculato impróprio, o sujeito ativo não tem previamente a posse da res objeto material do crime. O funcionário público, neste crime, aproveita-se do erro de outrem e se apropria de dinheiro ou qualquer outra utilidade recebidos no exercício do cargo.
II - Em decorrência do caráter subsidiário do crime de extravio,
sonegação ou inutilização de livro ou documento (art. 314, CP), a configuração de infração mais grave afasta a incidência do referido dispositivo, especialmente quando concretizar algum crime de dano contra a Administração Pública.
III - Para a configuração do crime de corrupção passiva (art. 317,
CP) é imprescindível a ocorrência concomitante da corrupção ativa (art. 333, CP).
Quais estão corretas?
2- O advogado Cícero solicita dinheiro de seu cliente, João, com
argumento de que repassará a soma em dinheiro ao juiz de direito da comarca, para que este o absolva da imputação de corrupção ativa praticada anteriormente. Após receber o pagamento dinheiro do cliente, o advogado o entrega ao magistrado, que prolata sentença absolutória logo em seguida, reconhecendo a atipicidade da conduta de João. Nesse contexto, verifica-se que Alternativas
Cícero e João responderão por corrupção ativa, enquanto o juiz
responderá por corrupção passiva. 3- Claudius entregou quantia em dinheiro a um amigo seu, Julius, oficial de justiça, para que este efetuasse o depósito judicial da pensão mensal devida a sua ex-esposa. No entanto, ele não efetuou o depósito e se apropriou do valor recebido. Nesse caso, Julius não cometeu crime contra a Administração pública.
4-Manoel cometeu cinco crimes de homicídio em uma pequena
cidade do Estado do Amapá e passou a ser procurado pela Justiça Pública, ainda na fase investigatória, após ter a sua prisão temporária decretada. Para que não seja capturado pela polícia, Manoel contratou seu amigo João, renomado cirurgião plástico, que realizou em Manoel uma operação plástica, alterando completamente o rosto do criminoso.
Neste caso, João, ciente do intuito de Manuel, cometeu crime de:
fraude processual
5-O caso a seguir deve ser considerado para responder à questão.
Joana é funcionária pública municipal e responsável por administrar
os recursos financeiros da repartição em que trabalha. Com a ajuda de seu marido, que não é funcionário público e tem ciência de toda a empreitada, falsifica notas fiscais simulando a realização de despesas que não foram realmente efetivadas e, a cada 15 dias, insere cerca de 3 notas fiscais “frias” na prestação de contas, desviando em proveito próprio cerca de R$ 5 mil a cada quinzena. A ação é reiterada e prolonga-se por cerca de 12 meses. Então, surge na repartição a notícia de que uma rigorosa comissão de auditoria financeira visitará todos os órgãos públicos, a fim de identificar possíveis desvios. Joana e seu marido, temendo que suas condutas fossem descobertas, devolvem integralmente o dinheiro ao caixa público, inclusive considerando a correção monetária, e retificam toda a contabilidade. A auditoria, entretanto, consegue comprovar a ocorrência dos ilícitos. No que concerne à hipótese narrada, a pena aplicada a ambos quando da condenação será calculada levando-se em conta a ocorrência de
peculato; seu marido também.
6- O crime de coação no curso do processo:
consuma-se com a prática da violência ou grave ameaça, pouco
importando se o agente conseguiu ou não a abstenção ou omissão da vitima em declarar ou apurar a verdade.
7- João e José invadiram um presídio e, mediante grave ameaça com
armas de fogo, dominaram o carcereiro e os seguranças e possibilitaram a fuga de seu comparsa Jocival, que estava legalmente preso cumprindo pena privativa de liberdade, para que o mesmo voltasse a auxiliá-los na prática de novos delitos. João e José responderão por crime de:
fuga de pessoa presa ou submetida a medida de segurança.
8-Funcionário público membro de equipe que faz a análise de
pedidos de alvará recebe um pedido formulado por um desafeto pessoal seu, que pretende abrir um comércio. O funcionário público, pretendendo prejudicar seu desafeto, não analisa o pedido, guardando o processo em armário em que não pudesse ser visto pelos demais. Considerando o que dispõe o Código Penal sobre os crimes praticados por funcionários públicos contra a Administração em Geral, o funcionário do caso praticou crime de:
prevaricação.
9-Caio, depois de tentar, por inúmeras vezes, de forma consensual,
receber um valor que teria emprestado a seu amigo de infância Joelson, invade a casa deste e subtrai para si dois televisores no valor exato da dívida. Joelson. indignado com a atitude do amigo procura a sua orientação para tomar as providencias cabíveis. Neste caso, Caio praticou algum tipo de crime? Qual? Este crime procederá mediante qual ação penal? Nesse cenário, Caio cometeu um crime de furto, ao subtrair os dois televisores da casa de Joelson. Quanto à ação penal, ela procederá mediante ação penal pública condicionada à representação, uma vez que a vítima, Joelson, precisa representar criminalmente contra Caio para que o processo prossiga.
10-José, sem identificar-se, passa um trote a uma delegacia de polícia
desta capital, noticiando que foi colocada um artefato explosivo no prédio da Prefeitura Local. A polícia e o Corpo de Bombeiros evacuam todo o prédio para buscar a bomba, mas, por ser um trote, obviamente, não encontram nada. José cometeu algum tipo de crime? Tipifique e justifique sua resposta. Sim, José cometeu o crime de comunicação falsa de crime ou de contravenção, previsto no artigo 340 do Código Penal Brasileiro