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Análise de Sistemas de Potência
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Análise de Sistemas de Potência
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Análise de Sistemas de Potência
Capítulo 1
Modelo dos Componentes de um Sistema Elétrico de Potência
a) Linha de transmissão;
b) Transformador de potência;
c) Gerador;
d) Carga.
Existe mais de um modelo para cada um dos elementos listados. Para cada tipo de estudo existe um
modelo específico do elemento.
A Figura 1.1 mostra um pequeno sistema elétrico de potência onde T 1 e T 2 são transformadores.
G Cargas
Linha de transmissão
Gerador
T1 T2
Neste caso a capacitância da linha, por ser pequena, é desprezada, sendo a linha representada pelos
parâmetros série, ou seja, a resistência e a indutância. A Figura 1.2 mostra o modelo da linha curta.
jω ×L
I&S r I&R
V&S V&R
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Análise de Sistemas de Potência
z = r + jω × L
I&S = I&R , (1.1)
V&S = V&R + z × I&R . (1.2)
I&R = I&S ,
V&R = V&S − z × I&S .
⎛ y⎞
V&S = ⎜1 + z × ⎟ × V&R + z × I&R .
⎝ 2⎠
(1.3)
Substituindo-se na equação de I&S a corrente I&1 e a tensão V&S e agrupando termos vem:
y ⎡⎛ y⎞ ⎤
I&S = I&R + × V&R + × ⎢⎜1 + z × ⎟ × V&R + z × I&R ⎥ ,
y
2 2 ⎣⎝ 2⎠ ⎦
⎡ ⎛ y ⎞2 ⎛ y ⎞⎤ ⎛ y⎞
I&S = ⎢ z × ⎜ ⎟ + 2 × ⎜ ⎟⎥ × V&R + ⎜1 + z × ⎟ × I&R .
⎢⎣ ⎝ ⎠ ⎝ ⎠⎥⎦ ⎝ ⎠
(1.4)
2 2 2
Explicitando-se as variáveis da receptora, considere o sistema formado pelas Equações 1.3 e 1.4.:
Δ= = a×d −b×c ,
a b
c d
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Análise de Sistemas de Potência
⎛ y⎞
⎜1 + z × ⎟ × V&S − z × I&S
d × V&S − b × I&S ⎝ 2⎠
V&R = =
a×d −b×c ⎛ y⎞ ⎛ y⎞ ⎛ ⎞
,
⎜1 + z × ⎟ × ⎜1 + z × ⎟ − z × ⎜⎜ z × + y ⎟⎟
2
y
⎝ 2⎠ ⎝ 2⎠ ⎝ 4 ⎠
⎛ y⎞
V&R = ⎜1 + z × ⎟ × V&S − z × I&S .
⎝ 2⎠
⎛ y⎞ ⎛ ⎛ y ⎞2 y ⎞⎟ &
⎜1 + z × ⎟ × I&S − ⎜ z × ⎜ ⎟ + 2 × × VS
a × I&S − c × V&S ⎝ 2⎠ ⎜ ⎝2⎠ 2 ⎟⎠
I&R = = ⎝
a×d −b×c ⎛ y⎞ ⎛ y⎞ ⎛ ⎞
,
⎜1 + z × ⎟ × ⎜1 + z × ⎟ − z × ⎜⎜ z × + y ⎟⎟
y2
⎝ 2⎠ ⎝ 2⎠ ⎝ 4 ⎠
⎛ ⎞
&I = −⎜ z × ⎛⎜ y ⎞⎟ + 2 × y ⎟ × V& + ⎛⎜1 + z × y ⎞⎟ × I& .
2
⎜ ⎝2⎠ 2 ⎟⎠ ⎝ 2⎠
⎝
R S S
Observação: a × d − b × c = 1 .
senh(γ × l )
z equivalente = Z ×
γ ×l
tanh(γ × l 2)
=Y ×
γ ×l 2
yequivalente
γ = z × y , constante de propagação,
Z = z×l e Y = y × l , onde l é o comprimento da linha.
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Análise de Sistemas de Potência
r1 x1 x2
I&1 r2 I&2
V&1 V&2
rf xm
A Figura 1.6 mostra o modelo completo do transformador monofásico de dois enrolamentos com
todos os parâmetros referidos ao primário, onde a grandeza com primo designa grandeza refletida.
r1 x1 r'2 x'2
I&1 I&2
V& ' 2
V&1 V&2
rf xm
xeq
I&1 I&2
V& ' 2
V&1 V&2
Figura 1.7 – Modelo do transformador monofásico desprezando-se o ramo paralelo e a resistência dos
enrolamentos
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Análise de Sistemas de Potência
V&P V&S
V&T
x P = 0,5 × ( x PS + x PT − xST )
xS = 0,5 × ( x PS + xST − x PT )
xT = 0,5 × ( x PT + xST − x PS )
A Figura 1.9 mostra o circuito equivalente do transformador de três enrolamentos, onde o ponto de
encontro dos três enrolamentos é fictício e não tem qualquer relação com o neutro do sistema.
P xP S
V&P xS V&S
xT
V&T
Exemplo 1.1.
reatâncias em pu, medidas entre enrolamentos e referidas a 30 MVA, 132 kV: x PS = 0,15 , x PT = 0,09 ,
Um transformador trifásico de três enrolamentos com tensões 132/33/6,6 kV tem as seguintes
xST = 0,08 . O enrolamento secundário de 6,6 kV alimenta uma carga balanceada com corrente de
de j 50,0 Ω/fase conectado em estrela. Calcular a tensão no enrolamento primário de 132 kV para que a
2.000,0 A com fator de potência em atraso de 0,8 e o enrolamento terciário de 33 kV alimenta um reator
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Análise de Sistemas de Potência
Solução:
Na base de 30 MVA e 132 kV vem:
Corrente secundária em pu: I 2 = 2.000/I B2 = 2.000/2.624,32 = 0,76 pu. O fator de potência é 0,8 em
atraso, I&2 = 0,76∠ − 36,87 0 e V&S = 1,0∠0 0 .
Para se encontrar a solução do exemplo basta agora resolver o circuito equivalente da Figura 1.10
onde todos os valores estão em pu.
P j0,08 S
I&3 j0,01 zL
j1,38
T
V&T
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Análise de Sistemas de Potência
A N1:N2 a
V&AB V&ca
V&CN
N1:N2 b
B
V&ab
V&AN
V&bc
c
V&BN C N1:N2
N
Figura 1.11 – Transformador Y-Δ e diagramas fasoriais das tensões terminais
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Análise de Sistemas de Potência
A Figura 1.11 mostra que as tensões V&AN , V&BN , V&CN do lado Y estão em fase com as tensões V&ab ,
V&bc , V&ca do lado delta, respectivamente.
Relação de transformação monofásica: N1:N2.
Relação de transformação das tensões de linha N1 Y-Δ N2; 3 × N1∠ + 30 0 : N 2 ∠0 0 .
Se V& está em fase com V& ,
V&AB = V&AN × 3∠ + 30 0 ,
AN ab
V&ab = V&AN × 2 ,
N
N1
N × 3
V&AB = V&ab × 1 ∠ + 30 0 ,
N2
V&ab = V&AB × ∠ − 30 0 .
N2
N1 × 3
LTC: load tap change ou TCAT: transformador com comutação automática de tape. O tape passa a
ser uma variável do modelo. A admitância do modelo pode ser colocada do lado unitário ou do lado do
tape. Assume-se que o valor da admitância não varia com a posição do tape.
A Figura 1.13 representa um transformador com comutação automática de tape com relação 1:t. A
seguir a dedução do modelo equivalente do TCAT a partir da Figura 1.13, que será igualado ao circuito
pi da Figura 1.14, onde A, B e C são admitâncias.
I&i I&k
y
1:t
I& j V&k
V&i
V& j
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Análise de Sistemas de Potência
= , V j = t × V&i .
V&i 1 &
V& j t
I&k = y × (V& j − V&k ) = y × (t × V&i − V&k ) ,
I&k = t × y × V&i − y × V&k . (1.5)
t× y = A,
Igualando-se as equações (1.5, 1.7) e (1.6, 1.8) vem:
y = A + C → y = t × y + C ⇒ C = (1 − t ) × y ,
t 2 × y = A + B → B = t 2 × y − A → B = t 2 × y − t × y ⇒ B = (t 2 − t ) × y .
I&S I&R
y
V&S V&R
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Análise de Sistemas de Potência
A Figura 1.17 mostra o modelo do gerador síncrono de rotor cilíndrico (pólos lisos).
ra jXS
∼
E& V&t
ra = resistência da armadura,
XS = reatância síncrona, que é a soma da reatância Xa , devido a reação da armadura e da reatância
Xl devido a dispersão.
Pode-se desprezar a resistência da armadura nas máquinas em que a resistência da armadura é
muito menor que XS.
Regime permanente: X S ,
Regime transitório ou dinâmico: reatância transitória (x'd) ou sub-transitória (x''d).
A representação da carga depende muito do tipo de estudo realizado. A carga pode ser representada
por potência constante, corrente constante ou impedância constante. É importante que se conheça a
variação das potências ativas e reativas com a variação da tensão. Em uma barra típica a carga é
composta de motores de indução (50 a 70%), aquecimento e iluminação (20 a 30%) e motores
síncronos (5 a 10%). Embora seja exato considerar as características PV e QV de cada tipo de carga
para simulação de fluxo de carga e estabilidade, o tratamento analítico é muito complicado. Para os
cálculos envolvidos existem três maneiras de se representar a carga.
A Figura 1.18 mostra a representação da carga como potência ativa e reativa constantes.
PL + jQ L
Figura 1.18 – Representação da carga com potência constante para estudo de fluxo de potência
Neste caso a atenção não é com a dinâmica da carga, mas sim com a dinâmica do sistema. Por esta
razão a carga é representada por impedância constante como mostra a Figura 1.19.
k
Figura 1.19 – Representação da carga para estudo de estabilidade com impedância constante
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Análise de Sistemas de Potência
Cargas estáticas e pequenas máquinas são desprezadas. Somente as máquinas de grande porte
contribuem para o curto, logo apenas estas máquinas são consideradas.
Neste modelo parte da carga é representada por impedância constante, parte da carga é representada
por corrente constante e parte da carga é representada por potência constante.
Q = (q z × V 2 + qi × V + q p ) × Q ( no min al ) ,
q z + qi + q p = 1,0 ,
onde: q z é a parcela da carga representada como Z constante, q i é a parcela da carga representada
como I constante, q p é a parcela da carga representada como P constante.
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Análise de Sistemas de Potência
Capítulo 2
Equações da Rede Elétrica em Regime Permanente
2.1 – Objetivo
Determinação das matrizes que representam a rede elétrica de corrente alternada em regime
permanente senoidal para uso computacional.
As equações da rede serão extraídas utilizando-se a análise nodal da rede, pois esta apresenta
desempenho computacional mais eficiente.
I&1
R
E
I& zg V&
D
I&1 E
zg
R
∼
E& E
V&
D I&1
E
R
yg E
I& V&
D
E
•
•
Letra maiúscula com índice duplo corresponde a um elemento da matriz;
Letra minúscula com índice simples ou duplo corresponde à impedância ou admitância de um
elemento do sistema.
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Análise de Sistemas de Potência
1 2
E&1 E& 2
∼ ∼
T1 T2
T3
E& 3 ∼
Utilizando-se o modelo de cada elemento, o sistema fica como mostra a Figura 2.3.
3
zt3
z33
zm3
∼ E& 3
A Figura 2.4 mostra o diagrama da rede da Figura 2.3 em que cada fonte de tensão em série com
impedância foi transformada em fonte de corrente em paralelo com a admitância e as impedâncias das
linhas foram transformadas em admitâncias.
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Análise de Sistemas de Potência
y6
y4 y5
1 2 3
y1 y2 y3
I&1 I&2 I&3
I&1 = 1 = y1 = =
E& E&1 1 1
z11 z g1 + z t1 z11 z g1 + z t1
, ,
I&2 = 2 = y2 = =
E& E& 2 1 1
z 22 z g 2 + z t 2 z 22 z g 2 + z t 2
, ,
I&3 = 3 = y3 = =
E& E& 3 1 1
z 33 z m3 + z t 3 z33 z m3 + zt 3
, ,
y4 = y5 = y6 =
1 1 1
, , .
z12 z 23 z13
Barra 0: (− I&1 − I&2 − I&3 ) = y1 × (V&0 − V&1 ) + y 2 × (V&0 − V&2 ) + y3 × (V&0 − V&3 ) .
A equação da barra 0 é linearmente dependente das outras três equações. Basta somar as equações
das barras 1, 2, 3 para verificar. Agrupando-se termos das equações das barras 1, 2, 3 vem:
I&1 = ( y1 + y 4 + y 6 ) × V&1 − y 4 × V&2 − y 6 × V&3 ,
I&2 = − y 4 × V&1 + ( y 2 + y 4 + y5 ) × V&2 − y5 × V&3 , (2.1)
I& = − y × V& − y × V& + ( y + y + y ) × V& .
3 6 1 5 2 3 5 6 3
Colocando-se as Equações 2.1 na forma matricial, tem-se para a matriz admitância nodal YBARRA :
⎡ I&1 ⎤ ⎡ y1 + y 4 + y6 − y4 − y6 ⎤ ⎡V&1 ⎤
⎢& ⎥ ⎢ ⎥ × ⎢V& ⎥ .
⎢I 2 ⎥ = ⎢ − y4 y 2 + y 4 + y5 − y5 ⎥ ⎢ 2⎥
⎢I3 ⎥ ⎢ y3 + y5 + y6 ⎥⎦ ⎢⎣V&3 ⎥⎦
(2.2)
⎣ ⎦ ⎣
& − y6 − y5
A Equação 2.2 é da forma I& = YBARRA × V& , onde: I& é o vetor de injeção de corrente na rede por
fontes independentes, V& é o vetor de tensão nas barras em relação à referência e YBARRA é a matriz de
admitância de barra ou matriz de admitância nodal.
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Análise de Sistemas de Potência
1) Simétrica;
2) Complexa;
3) Quadrada de dimensão n, onde n é o número de barras do sistema sem contar a barra de
referência;
4) Esparsa, mais de 95% dos elementos é nulo, o que é uma vantagem;
5) Os elementos da diagonal principal são positivos;
6) Os elementos fora da diagonal principal são negativos;
7) Os elementos da diagonal principal Ykk são o somatório das admitâncias diretamente ligadas à
barra k;
8) Os elementos fora da diagonal principal Ykj são o simétrico da soma das admitâncias que
ligam as barras k e j.
As características 7 e 8 acima permitem a montagem direta da matriz YBARRA por inspeção da rede.
Pode-se também escrever a equação I& = YBARRA × V& como V& = Z BARRA × I& , onde Z BARRA = YBARRA
−1
.A
matriz ZBARRA é conhecida como matriz de impedância de barra ou matriz de impedância nodal.
1) Simétrica;
2) Complexa;
3) Quadrada de dimensão n, onde n é o número de barras do sistema sem contar a barra de
referência;
4) Matriz cheia.
Exemplo 2.1
Escrever as equações nodais da rede na forma matricial, ou seja, escrever I& = YBARRA × V& que
corresponde ao diagrama unifilar da Figura 2.5, sabendo-se que E& a = 1,5∠0 0 , E& b = 1,5∠ − 36,7 0 ,
E& = 1,5∠0 0 , zg = j1,15, zt = j0,1, z13 = j0,25, z14 = j0,2, z24 = j0,2, z34 = j0,125, z23 = j0,4 em valores por
c
unidade.
E& a 1
∼
E& c 3
∼ 4
E& b
∼
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Análise de Sistemas de Potência
∼ j0,2
j0,25
∼ 4
3
j0,4
A Figura 2.7 mostra o diagrama unifilar de admitâncias onde todas as fontes de tensão foram
transformadas em fontes de corrente. A seguir os cálculos para a determinação dos parâmetros do
sistema da Figura 2.7
I&1 = 1,2∠ − 90 0
1
y1 = –j0,8 y6 = –j5,0
y7 = –j8,0 4
0 y3 = –j0,8
y8 = –j5,0
y2=–j0,8
2
20
Análise de Sistemas de Potência
1,5∠0 0
I&1 = = = 1,2∠ − 90 0 = − j1,2 ,
E& a
z g + zt j1,25
1,5∠ − 36,7 0
I&2 = = = 1,2∠ − 126,87 0 = −0,72 − j 0,96 ,
E& b
z g + zt j1,25
1,5∠0 0
I&3 = = = 1,2∠ − 90 0 = − j1,2 .
E& c
z g + zt j1,25
O cálculo das admitâncias é simples quando as resistências são desprezadas. A diagonal principal é
negativa e os elementos fora da diagonal principal são positivos.
y6
y4 y5
1 2 3
y1 y2 I&3
y3
I&1 I&2
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Análise de Sistemas de Potência
Seja a equação que descreve o circuito da Figura 2.8 pela matriz admitância de barra:
⎡ I&1 ⎤ ⎡Y11 Y12 Y13 ⎤ ⎡V&1 ⎤
⎢& ⎥ ⎢ ⎥ ⎢& ⎥
⎢ I 2 ⎥ = ⎢Y21 Y22 Y23 ⎥ × ⎢V2 ⎥ .
⎢ I&3 ⎥ ⎢Y31 Y32 Y33 ⎥ ⎢V&3 ⎥
⎣ ⎦ ⎣ ⎦ ⎣ ⎦
Os elementos da matriz admitância de barra podem ser calculados pelo ensaio em curto-circuito
onde:
Ykk : admitância própria de curto-circuito da barra k,
Yik : admitância de transferência de curto-circuito entre as barras i e k.
⇒ Y11 = I&1
⎡ I&1 ⎤ ⎡Y11 ⎤
[ ]
V&1
V&2 =V&3 =0
⎢& ⎥ ⎢ ⎥ &
⎢ I 2 ⎥ = ⎢Y21 ⎥ × V1 ⇒ Y21 = I 2
& V&1
V&2 =V&3 =0
⎢ I&3 ⎥ ⎢Y31 ⎥
.
⎣ ⎦ ⎣ ⎦ ⇒ Y31 = I&3 V&1
V&2 =V&3 =0
A expressão geral de cada elemento da matriz admitância de barra relaciona o efeito à causa e é:
Yik = i
I&
.
V&k V& =0, j ≠ k
j
Verificação: ensaio de curto-circuito na barra 1 da Figura 2.8, ou seja, todas as tensões de barra,
com exceção da barra 1 são zero.
Seja a equação que descreve o circuito da Figura 2.8 pela matriz impedância de barra:
⎡V&1 ⎤ ⎡ Z11 Z12 Z13 ⎤ ⎡ I&1 ⎤
⎢& ⎥ ⎢ ⎢ ⎥
⎢V2 ⎥ = ⎢ Z 21 Z 22 Z 23 ⎥⎥ × ⎢ I&2 ⎥ .
⎢V&3 ⎥ ⎢ Z 31 Z 32 Z 33 ⎥⎦ ⎢⎣ I&3 ⎥⎦
⎣ ⎦ ⎣
Os elementos da matriz impedância de barra podem ser calculados pelo ensaio em circuito aberto
onde:
Z kk : impedância própria de circuito aberto da barra k,
Z ik : impedância mútua de circuito aberto entre as barras i e k.
22
Análise de Sistemas de Potência
Ensaio de circuito aberto na barra 1 da Figura 2.8: fontes de corrente inoperantes ou mortas em
todas as barras com exceção da barra 1. Tem-se portanto I&2 = I&3 = 0 .
⇒ Z11 = V&1 I&1 & &
⎡V&1 ⎤ ⎡ Z11 ⎤
[ ]
I 2 = I 3 =0
⎢& ⎥ ⎢ ⎥ &
⎢V2 ⎥ = ⎢ Z 21 ⎥ × I1 ⇒ Z 21 = V2 I1 I&2 = I&3 =0 .
& &
⎢V&3 ⎥ ⎢ Z 31 ⎥
⎣ ⎦ ⎣ ⎦ ⇒ Z 31 = V&3 I&1 & &
I 2 = I 3 =0
A expressão geral de cada elemento da matriz impedância de barra relaciona o efeito à causa e é:
Z ik = i
V&
.
I& k I& =0, j ≠ k
j
Observações:
1) se a corrente I&1 (corrente injetada na rede durante o ensaio) é de 1 pu, Z11 = V&1 , Z 21 = V&2 ,
Z = V& , ou seja, os elementos da coluna são numericamente iguais às tensões.
31 3
2) Z kk é a impedância equivalente da rede vista entre a barra k e a referência com as demais fontes
de corrente inoperantes, ou seja, é a impedância do equivalente de Thèvenin, Z kk = Z kk
(Th )
.
Exemplo 2.2
Resolva as equações nodais do Exemplo 2.1 para encontrar a matriz impedância de barra pela
inversão da matriz admitância de barra. Calcule então as tensões de barra.
Solução:
Invertendo-se a matriz YBARRA com auxílio da função inv( ) do MATLAB obtém-se:
Exemplo 2.3
Um capacitor com reatância de 5 pu nas bases do sistema é conectado entre a barra 4 e a referência
23
Análise de Sistemas de Potência
4 I&
capacitor
Z44
∼
V&4
– j5,0
0
Solução:
1,432∠ − 11,97 0
I&capacitor = = = 0,3163∠78,030 .
V&4
Z 44 − j 5,0 j 0,4733 − j 5,0
A nova tensão da barra 4 passa a ser: 0,3163∠78,030 × − j 5,0 = 1,582∠ − 11,97 0 .
Notar que a nova tensão na barra 4 aumentou de valor.
Exemplo 2.4
Se uma corrente de − 0,3163∠78,03 0 pu é injetada na barra 4 do exemplo 2.2 (esta é a mesma
corrente que passa pelo capacitor) com todas as outras fontes mantidas, encontre as tensões nas barras
1, 2, 3, 4. Notar que não existe capacitor neste exemplo.
Considerando-se todas as fontes inoperantes, as tensões nodais somente devidas a esta corrente
injetada pode ser calculada a partir da matriz Z BARRA. Basta multiplicar a matriz Z BARRA pelo vetor
corrente, ou seja, basta multiplicar a coluna 4 da matriz Z BARRA pela corrente − 0,3163∠78,030 .
Efetuando-se esta operação vem:
Para se determinar as novas tensões nas barras pode-se utilizar a superposição, adicionando-se as
tensões das barras somente devidas às fontes de corrente I&1 , I&2 , I&3 com as tensões das barras devidas
à fonte de corrente de − 0,3163∠78,030 .
24
Análise de Sistemas de Potência
2.4.1 – Objetivo
As matrizes impedância de barra e admitância de barra de um sistema elétrico real são muito
grandes, dimensão da ordem de milhares. Nos estudos não é necessário se conhecer a tensão em todas
as barras do sistema, logo seguem técnicas para reduzir a dimensão da rede, eliminando-se trechos não
prioritários da rede para o estudo em questão.
Seja a rede elétrica representada pela matriz admitância de barra. A eliminação se processa para
duas diferentes situações:
a) não existe fonte de corrente na barra a ser eliminada,
b) existe fonte de corrente na barra a ser eliminada.
Particionamento da matriz. Ordenam-se as equações de tal forma que todas as barras sem fonte
fiquem juntas e na parte inferior da matriz.
⎡ I&1 ⎤ ⎡ ⎤ ⎡V&1 ⎤
⎢& ⎥ ⎢ ⎢ ⎥
I& A
⎢ I 2 ⎥ ⎢ Y AA Y AB ⎥⎥ ⎢V&2 ⎥ V&A
⎢ I&3 ⎥ = ⎢ ⎥ × ⎢V&3 ⎥ .
⎢ ⎥ ⎢ ⎢ ⎥
⎢ I&4 ⎥ ⎢YBA = Y AB YBB ⎥ ⎢V&4 ⎥
⎥
t
⎢ I& ⎥ ⎢ ⎥⎦ ⎢V& ⎥
⎣ 5⎦ ⎣
V&B
⎣ 5⎦
I&B
Supondo-se I&B = 0 ,
⎡ I&A ⎤ ⎡Y AA Y AB ⎤ ⎡V&A ⎤
⎢& ⎥ = ⎢ t ⎥×⎢ & ⎥ ,
⎣ I B ⎦ ⎣Y AB YBB ⎦ ⎣VB ⎦
I& A = Y AA × V&A + Y AB × V&B ,
I&B = Y AB
t
× V&A + YBB × V&B = 0 → V&B = −YBB
−1
× Y AB
t
× V&A .
( )
Agrupando-se termos vem:
I& A = Y AA − Y AB × YBB
−1
× YAB
t
× V& , que está na forma I&A = YA × V&A .
1444 424444 3 A
YA
Exemplo 2.5.
Eliminação de apenas uma barra do sistema de três barras da Figura 2.8 com I&3 = 0 .
⎡ I&1 ⎤ ⎡Y11 Y12 Y13 ⎤ ⎡V&1 ⎤
⎢& ⎥ ⎢ ⎥ ⎢& ⎥
⎢ I 2 ⎥ = ⎢Y21 Y22 Y23 ⎥ × ⎢V2 ⎥
I&A V&A
⎢ 0 ⎥ ⎢Y31 Y32 Y33 ⎥ ⎢V&3 ⎥
I&B ⎣ ⎦ ⎣ ⎦ ⎣ ⎦ V&B
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Análise de Sistemas de Potência
⎢⎣ 21 Y33 Y33 ⎥⎦
Esta matriz representa um sistema equivalente ao sistema de três barras, agora com dimensão 2×2.
Colocando-se de forma escalar tem-se que a eliminação da barra n é:
Yin × Ynj
Y 'ij = Yij − ,
Ynn
y'3
1 2
y'1 y'2
I&1 I&2
0
Exemplo 2.6
Eliminar as barras 3 e 4 do sistema da Figura 2.11 sabendo-se que estas não têm fonte. Desenhar o
circuito equivalente com estes nós eliminados e calcular as potências ativa e reativa injetadas ou
absorvidas em cada barra. I&1 = 1,2∠ − 90 0 , I&2 = 1,2∠ − 126,87 0 .
I&1
1
y6 = – j5,0
y1 = – j0,8
y4 = – j4,0
3 y7=– j8,0 4
y5 = – j2,5
I&2
y8 = – j5,0
y2 = – j0,8
2
26
Análise de Sistemas de Potência
⎡− j 9,8 j 5,0 ⎤
1 2 3 4
⎢ 0,0 j 5,0 ⎥⎥
0,0 j 4,0
− j8,3
=⎢
j 2,5
⎢ j 4,0 j 2,5 − j14,5 j8,0 ⎥
YBARRA .
⎢ ⎥
⎣ j 5,0 j 5,0 j8,0 − j18,0⎦
Eliminação da barra 4.
j 5,0 × j 5,0
Y '11 = − j 9,8 − = − j8,41 ,
− j18,0
j 5,0 × j 5,0
Y '12 = Y ' 21 = 0,0 − = j1,39 ,
− j18,0
j 5,0 × j8,0
Y '13 = Y ' 31 = j 4,0 − = j 6,22 ,
− j18,0
j 5,0 × j 5,0
Y ' 22 = − j8,3 − = − j 6,91 ,
− j18,0
j 5,0 × j8,0
Y ' 23 = Y '32 = j 2,5 − = j 4,72 ,
− j18,0
j8,0 × j8,0
Y ' 33 = − j14,5 − = − j10,94 .
− j18,0
1 2
⎡− j8,41
3
j 6,22 ⎤
Y ' BARRA = ⎢⎢ j1,39 − j 6,92 j 4,72 ⎥⎥ .
j1,39
j 6,22 × j 6,22
Y ' '11 = − j8,41 − = − j 4,87 ,
− j10,94
j 6,22 × j 4,72
Y ' '12 = Y ' ' 21 = j1,39 − = j 4,07 ,
− j10,94
j 4,72 × j 4,72
Y ' ' 22 = − j 6,91 − = − j 4,87 .
− j10,94
⎡− j 4,87 j 4,07 ⎤
Y ' ' BARRA = ⎢ ⎥.
⎣ j 4,07 − j 4,87⎦
A Figura 2.12 mostra o sistema de duas barras, que tem a matriz Y BARRA como acima, equivalente ao
sistema da Figura 2.11 de quatro barras.
27
Análise de Sistemas de Potência
y''3
1 2
Figura 2.12 – Circuito equivalente após a eliminação das barras, sem fonte, 4 e 3
Para se calcular os valores dos elementos do circuito da Figura 2.12 basta aplicar as regras da
construção da matriz Y BARRA e resolver o sistema. Tem-se então:
Y ' ' BARRA(11) = y ' '1 + y ' ' 3 = − j 4,87 , Y ' ' BARRA( 22) = y ' ' 2 + y ' '3 = − j 4,87 ,
Y ' ' BARRA(12) = Y ' ' BARRA( 21) = − y ' ' 3 = j 4,07 .
y ' ' 3 = − j 4,07 , y ' '1 = y ' ' 2 = − j 4,87 + j 4,07 = − j 0,80 .
Resolvendo-se o sistema vem:
Para se calcular a potência injetada em cada barra, basta calcular primeiramente as tensões nas
barras. Tem-se que:
onde o vetor corrente é conhecido. Utilizando-se o programa MATLAB para inverter a matriz Y BARRA
com a função inv(Y BARRA) vem:
28
Análise de Sistemas de Potência
A eliminação de barra onde existe fonte de corrente é semelhante a eliminação de Gauss. Este
método também vale quando não existe fonte de corrente na barra eliminada, sendo a fonte de corrente
nula um caso particular.
A eliminação de Gauss consiste em transformar a matriz do sistema em uma matriz triangular
superior. Com isto encontra-se o valor de uma variável e, por substituição todas as demais variáveis.
Quando da eliminação de barra com fonte pode ocorrer que uma barra, originalmente sem fonte, fique
com fonte.
Seja o sistema I& = YBARRA × V& de dimensão três por três, escrito na forma estendida a seguir.
Y33 × V&3 + Y31 × V&1 + Y32 × V&2 = I&3 ,
Y × V& + Y × V& + Y × V& = I& ,
Y23 × V&3 + Y21 × V&1 + Y22 × V&2 = I&2 .
13 3 11 1 12 2 1
29
Análise de Sistemas de Potência
L' 2 = L2 − Y13 × L1
L'3 = L3 − Y23 × L1
1× V&3 + × V1 + × V2 = 3 ,
Y31 & Y32 & I&
Y33 Y33 Y33
⎛ Y ×Y ⎞ ⎛ Y ×Y ⎞ Y × I&
0 × V&3 + ⎜⎜ Y11 − 13 31 ⎟⎟ × V&1 + ⎜⎜ Y12 − 13 32 ⎟⎟ × V&2 = I&1 − 13 3 = I&'1 ,
⎝ Y33 ⎠ ⎝ Y33 ⎠ Y33
⎛ Y ×Y ⎞ ⎛ Y ×Y ⎞ Y × I&
0 × V&3 + ⎜⎜ Y21 − 23 31 ⎟⎟ × V&1 + ⎜⎜ Y22 − 23 32 ⎟⎟ × V&2 = I&2 − 23 3 = I&' 2 .
⎝ Y33 ⎠ ⎝ Y33 ⎠ Y33
Figura 2.13 – Redução de sistema de três barras com fonte de corrente na barra eliminada
j 5,0 × j 5,0
Y '11 = − j 9,8 − = − j8,41 ,
− j18,0
30
Análise de Sistemas de Potência
j5,0 × j5,0
Y '12 = Y ' 21 = 0,0 − = j1,39 ,
− j18,0
j 5,0 × j8,0
Y '13 = Y '31 = j 4,0 − = j 6,22 ,
− j18,0
j 5,0 × j 5,0
Y '22 = − j8,3 − = − j 6,91 ,
− j18,0
j 5,0 × j8,0
Y ' 23 = Y '32 = j 2,5 − = j 4,72 ,
− j18,0
j8,0 × j8,0
Y '33 = − j15,3 − = − j11,74 .
− j18,0
1 2 3
Eliminação da barra 3.
j 6,22 × j 6,22
Y ' '11 = − j8,41 − = − j 5,11 ,
− j11,74
j 6,22 × j 4,72
Y ' '12 = Y ' ' 21 = j1,39 − = j 3,89 ,
− j11,74
j 4,72 × j 4,72
Y ' '22 = − j 6,91 − = − j 5,01 .
− j11,74
j 6,22 × 1,2∠ − 90 0
I&'1 = 1,2∠ − 90 0 − = 1,2∠ − 90 0 − j 0,64 = − j1,84 = 1,84∠ − 90 0 ,
− j11,74
j 4,72 × 1,2∠ − 90 0
I&' 2 = 1,2∠ − 126,87 0 − = 1,2∠ − 126,87 0 − j 0,48 = 1,61∠ − 116,530 .
− j11,74
A Figura 2.14 mostra o circuito equivalente do sistema no qual foram eliminadas a barra 4, que não
tinha fonte, e a barra 3, que tinha fonte.
–j3,89
1 2
Figura 2.14 – Circuito equivalente com eliminação de barra que contém fonte
31
Análise de Sistemas de Potência
Usa-se o equivalente de rede para substituir parte de um circuito, no qual não existe interesse para
determinado estudo, por seu equivalente. A Figura 2.15 mostra a rede original e a Figura 2.16 o
equivalente da rede externa.
Rede 2 Rede
interna externa
3
I&'1
1
ya I&'2
Rede 2
interna
yb
3 I&'3
A Figura 2.17 mostra um trecho de circuito em que existe admitância ou impedância mútua entre
alguns elementos do sistema elétrico.
A polaridade da tensão induzida é importante.
i I&ij I& ji j
I&i I& j
zij
zm
k l
I&k I&l
zkl
I&kl I&lk
32
Análise de Sistemas de Potência
Sabendo-se que I&ij = I&i , I& ji = I& j , I&kl = I&k , I&lk = I&l e colocando-se a equação acima em forma
matricial tem-se:
Notar que os dois blocos com yij e ykl são termos da matriz Y BARRA sem mútua.
A Figura 2.18 mostra o circuito equivalente do circuito da Figura 2.17 com mútuas.
i j
yij
ym
–ym –ym
k l
ym
ykl
Exemplo 2.8.
Sejam z12 = z34 = j0,25 pu e zm = j0,15 pu como mostrados na Figura 2.19. Determinar a matriz
Y BARRA do sistema.
1 z12 2
zm
3 z34 4
Figura 2.19 - Circuito referente ao exemplo
33
Análise de Sistemas de Potência
⎡− j 6,25 j 3,75 ⎤
onde a matriz acima é a matriz Z primitiva. A matriz Y primitiva é a inversa de Z primitiva.
YPRIMITIVA = ⎢ ⎥,
⎣ j 3,75 − j 6,25⎦
ym = j 3,75 , y12 = y34 = − j 6,25 .
i) Sem acoplamento.
⎡− j 6,25 j 6,25 0 ⎤
⎢ j 6,25 − j 6,25 0 ⎥⎥
0
=⎢
0
⎢ 0 − j 6,25 j 6,25 ⎥
YBARRA
⎢ ⎥
0
⎣ 0 0 j 6,25 − j 6,25⎦
=⎢
⎢0 + j 3,75 0 − j 3,75 − j 6,25 j 6,25 ⎥
YBARRA .
⎢ ⎥
⎣0 − j 3,75 0 + j 3,75 j 6,25 − j 6,25 ⎦
Sejam z13 = z23 = j 0,25 pu, zm = j 0,15 pu. Determinar a matriz admitância de barra do circuito da
Exemplo 2.9.
Figura 2.20.
z13 1 I&1
I&3 3 zm
z23 I&2
2
⎡− j 6,25 ⎤
⎢ ⎥.
0 j 6,25
YBARRA =⎢ 0 − j 6,25 j 6,25 ⎥
⎣⎢ j 6,25 j 6,25 − j12,5 = − j 6,25 − j 6,25⎦⎥
Com a polaridade indicada no enunciado do exercício, + ym deve ser adicionado aos elementos
ii) matriz admitância de barra com as admitâncias mútuas
(3,3), (1,2), (3,3), (2,1) e − ym deve ser adicionado aos elementos (3,2), (1,3), (3,1), (2,3).
Incluindo-se as mútuas na matriz acima vem:
34
Análise de Sistemas de Potência
A seguir os cálculos que comprovam a exatidão da matriz Y BARRA encontrada com a utilização da
regra acima.
I&1 = y13 × V&1 − y13 × V&3 + ym × V&2 − ym × V&3 ⇒ I&1 = y13 × V&1 + ym × V&2 + (− y13 − ym ) × V&3 ,
I& = y × V& − y × V& + y × V& − y × V& ⇒ I& = y × V& + y × V& + (− y − y ) × V& ,
2 m 1 m 3 23 2 23 3 2 m 1 23 2 23 m 3
A matriz impedância de barra pode ser modificada para refletir mudanças na rede elétrica. Estas
mudanças podem ser a adição de elemento, retirada de elemento ou modificação no valor da
impedância do elemento.
Até o momento as maneiras de se calcular a matriz impedância de barra são:
a) Inversão da matriz admitância de barra,
b) Ensaio de circuito aberto.
Nenhum destes métodos é utilizado na prática devido ao tempo necessário para o cálculo.
Seja o sistema original da Figura 2.21 composto de n barras, cuja matriz impedância de barra é
conhecida como Z ORIGINAL .
35
Análise de Sistemas de Potência
k
Sistema
original m
⎡ Z11 L Z1n ⎤
⎢Z L Z 2 n ⎥⎥
Z12
= ⎢ 21
Z 22
⎢ M M ⎥
Z ORIGINAL
⎢ ⎥
M M
⎣ Z n1 Z n2 L Z nn ⎦
A inclusão de um novo elemento denominado zb atende a uma das quatro possibilidades a seguir.
Modificação da matriz impedância de barra pela inclusão de um elemento que possui impedância
própria z b ligado entre uma barra nova p e a referência. Seja o sistema original composto de duas
barras. A Figura 2.22 mostra este sistema acrescido de uma nova barra denominada p.
p=3
1 2
z12
z1 z2 zb
Figura 2.22 - Sistema original acrescido de elemento entre barra nova p e a referência
Recordando o que foi explicado quando da interpretação física dos elementos da matriz impedância
de barra, o valor dos elementos da coluna da matriz impedância de barra é a tensão da barra dividida
pela corrente injetada em determinada barra, com todas as outras fontes mortas. Se esta corrente tiver o
valor unitário, a tensão será numericamente igual à impedância. Ensaiando-se a barra 1 com corrente
unitária, tem-se que a tensão na barra p =3 devido a esta corrente é nula, o mesmo acontecendo com a
corrente injetada na barra 2. Quando a corrente injetada na barra p = 3 é unitária, a tensão que aparece
na barra p = 3 é zb.
⎡ Z11 0⎤
Z BARRA = ⎢⎢ Z 21 0 ⎥⎥
Z12
Z 22
⎢⎣ 0 0 zb ⎥⎦
Regra 1: inclui-se nova linha e nova coluna na matriz impedância de barra original, sendo nulos os
elementos fora da diagonal principal. O elemento da diagonal principal é o valor da impedância zb do
elemento. Os valores dos elementos da matriz impedância de barra original não sofrem alteração.
36
Análise de Sistemas de Potência
Modificação da matriz impedância de barra pela inclusão de um elemento que possui impedância
própria zb ligado entre uma barra nova p e uma barra existente k. Seja o sistema original composto de
duas barras. A Figura 2.23 mostra este sistema acrescido de uma nova barra denominada p.
k=2
1 zb
z12
p=3
z1 z2
Figura 2.23 - Sistema original acrescido de elemento entre uma barra nova p e uma barra existente k
⎡Z Z12 ⎤
Z ORIGINAL = ⎢ 11 ⎥
⎣ Z 21 Z 22 ⎦
Injetando-se corrente unitária na barra 1, a tensão na barra p = 3 é a mesma que a tensão da barra k
= 2. Injetando-se corrente na barra k = 2 a tensão na barra p = 3 também é a mesma que a tensão da
barra k = 2. Injetando-se corrente na barra p = 3, a tensão será a impedância vista da barra k = 2
adicionada de zb.
⎡ Z11 Z12 ⎤
Z BARRA = ⎢⎢ Z 21 Z 22 Z 22 ⎥⎥
Z12
⎢⎣ Z 21 Z 22 Z 22 + zb ⎥⎦
Regra 2: inclui-se nova linha e nova coluna na matriz impedância de barra original, onde os
Modificação da matriz impedância de barra pela inclusão de um elemento que possui impedância
própria zb ligado entre uma barra existente k e a referência. Seja o sistema original composto de duas
barras. A Figura 2.24 mostra este sistema acrescido da nova impedância.
1
z12
k=2
z1 z2 zb
Figura 2.24 - Sistema original acrescido de elemento entre uma barra existente e a referência
⎡Z Z12 ⎤
Z ORIGINAL = ⎢ 11 ⎥
⎣ Z 21 Z 22 ⎦
1) O elemento novo é incluído entre uma barra k existente e uma barra nova (n+1) fictícia,
2) curto circuita-se a barra fictícia para a terra pela redução de Kron.
1 zb 1 zb
z12 z12
Figura 2.25 - Procedimento para a inclusão de um elemento entre uma barra existente k e a referência
Etapa 1: inclusão do elemento entre uma barra existente k = 2 e uma barra nova fictícia (n+1) = 3.
⎡V&1 ⎤ ⎡ Z11 Z12 Z12 ⎤ ⎡ I&1 ⎤
⎢& ⎥ ⎢ ⎢ ⎥
⎢V2 ⎥ = ⎢ Z 21 Z 22 Z 22 ⎥⎥ × ⎢ I&2 ⎥
⎢V&3 ⎥ ⎢ Z 21 Z 22 Z 22 + zb ⎥ ⎢ I&3 ⎥
⎣ ⎦ ⎣ ⎦ ⎣ ⎦
Etapa 2: curto circuita-se a barra fictícia (n+1) = 3 para a referência e procede-se à eliminação de
Kron para eliminar a barra (n+1) = 3. A eliminação de Kron foi deduzida para a matriz admitância de
barra e I B = 0. O mesmo se aplica à matriz impedância de barra e V&B = 0 .
elemento da diagonal principal é ( Z kk + zb ) referente à barra fictícia (n+1). Elimina-se a barra fictícia
onde os elementos fora da diagonal principal são iguais aos elementos da linha e da coluna k, e o
Modificação da matriz impedância de barra pela inclusão de um elemento que possui impedância
própria zb ligado entre uma barra existente k e uma barra existente j. Seja o sistema original composto
de duas barras. A Figura 2.26 mostra este sistema acrescido da nova impedância.
zb
k=1 j=2
z12
z1 z2
Figura 2.26 - Sistema original acrescido de elemento entre uma barra existente k e uma barra existente j
⎡Z Z12 ⎤
Z ORIGINAL = ⎢ 11 ⎥
⎣ 21
Z Z 22 ⎦
38
Análise de Sistemas de Potência
zb n+1=3 zb
k=1
j=2 k=1 j=2
z12 z12
z1 z2 + z1 z2
Etapa 2: as tensões V& j = 2 e V&n +1= 3 são iguais logo, fazendo-se a linha (n + 1) = 3 menos a linha j =
2 e colocando-se o resultado na linha (n + 1) = 3 vem:
Para tornar a matriz acima simétrica efetua-se a coluna (n + 1) = 3 menos a coluna j = 2 no lugar da
coluna (n + 1) = 3.
(2.5)
V&1 = Z11 × I&1 + Z12 × I&2 + Z11 × I&3 − Z12 × I&3 , (2.6)
V& = Z × I& + Z × I& + Z × I& − Z × I& , (2.7)
0 = ( Z11 − Z 21 ) × I&1 + ( Z12 − Z 22 ) × I&2 + ( Z11 + Z 22 − Z12 − Z 21 + zb ) × I&3 .
2 21 1 22 2 21 3 22 3
(2.8)
Para que as Equações 2.3, 2.4 e 2.5 fiquem iguais, respectivamente, às Equações 2.6, 2.7 e 2.8,
basta somar Z12 × I&3 na Equação 2.6, Z 22 × I&3 na Equação 2.7 e ( Z12 − Z 22 ) × I&3 na Equação 2.8, ou seja,
basta somar I& ao I& do vetor corrente da Equação 2.2. A barra (n + 1) = 3 é fictícia, sem fonte de
3 2
corrente, logo pode-se aplicar a redução de Kron. A equação fica então:
39
Análise de Sistemas de Potência
Regra 4: inclui-se temporariamente nova linha e nova coluna na matriz impedância de barra
a) É um processo mais rápido que montar a matriz admitância de barra e depois inverter;
b) Trabalha-se diretamente com a lista dos componentes da rede;
c) A matriz impedância de barra é montada passo a passo, incluindo-se um componente de cada
vez, recaindo em um dos quatro casos de modificação da matriz impedância de barra já vistos;
d) Restrição: a matriz impedância de barra deve ser iniciada por componente ligado à referência.
Quando não existir tal elemento, uma barra é tomada como referência.
Exemplo 2.10.
Montar a matriz impedância de barra passo a passo para o sistema da Figura 2.28.
1 2 4 3
3
~ 5 ~
1 6 2
= [ j 0,25] 1
1
Z BARRA
1 3
⎡ 0,25 0,00 ⎤ 1
=⎢
j 0,20⎥⎦ 3
j
⎣ 0,00
Z BARRA
40
Análise de Sistemas de Potência
⎡ j 0,25 0,00 ⎤ 1
1 3 2
⎢ ⎥
j 0,25
Z BARRA = ⎢ 0,00 j 0,20 0,00 ⎥ 3
⎢⎣ j 0,25 0,00 j 0,33 = j 0,25 + j 0,08 = Z11 + zb ⎥⎦
2
Rearrumando-se a matriz Z BARRA para que a ordem das colunas corresponda ao número das barras
vem:
1 2 3
⎡ j 0,25 ⎤
4
⎢ j 0,25 ⎥
j 0,25 0,00 j 0,25 1
=⎢ ⎥
j 0,33 0,00 j 0,33
⎢ 0,00 − j 0,20 ⎥
Z BARRA 2
⎢ ⎥
0,00 j 0,20
j 0,33 − j 0,20 j 0,59 = Z 22 + Z 33 − Z 23 − Z 32 + zb ⎦
3
⎣ j 0,25 4
⎡ j 0,1441 j 0,0847⎤
= ⎢⎢ j 0,1102 j 0,1119 ⎥⎥ .
j 0,1102
Z BARRA j 0,1454
⎢⎣ j 0,0847 j 0,1119 j 0,1322 ⎥⎦
⎡ j 0,1441 ⎤
⎢ j 0,1102 ⎥
j 0,1102 j 0,0847 j 0,0255
⎢ j 0,1454 j 0,1119 j 0,0335 ⎥
⎢ j 0,08477 − j 0,0203 ⎥
⎢ ⎥
j 0,1119 j 0,1322
⎣ j 0,0255 j 0,0335 − j 0,0203 j 0,1138 = j 0,1454 + j 0,1322 − j 0,1119 − j 0,1119 + j 0,06⎦
⎡ j 0,1384 j 0,0892⎤
⎢ j 0,1027 j 0,1179 ⎥⎥
j 0,1027
⎢ j 0,1355
⎢⎣ j 0,0892 j 0,1179 j 0,1286 ⎥⎦
⎡ j 0,1384 ⎤
⎢ j 0,1027 ⎥
j 0,1027 j 0,0892 j 0,0492
⎢ j 0,1355 j 0,1179 − j 0,0152 ⎥
⎢ j 0,0892 − j 0,0394 ⎥
⎢ ⎥
j 0,1179 j 0,1286
⎣ j 0,0492 − j 0,0152 − j 0,0394 j 0,1286 = j 0,1384 + j 0,1286 − j 0,0892 − j 0,0892 + j 0,07 ⎦
41
Análise de Sistemas de Potência
⎡ j 0,1231 j 0,1014⎤
= ⎢⎢ j 0,1074 j 0,1141⎥⎥
j 0,1074
Z BARRA j 0,1340
⎢⎣ j 0,1014 j 0,1141 j 0,1188⎥⎦
Utilizando-se o programa MATLAB para inverter diretamente a matriz Y BARRA encontra-se para
Z BARRA :
Observação: Para maior eficiência do processo, fecha-se o laço o mais cedo possível para se aplicar
a redução de Kron em matriz de dimensão menor.
Basta inserir um elemento que em paralelo com o valor já existente forneça o valor desejado. Para
k m k m
zx ⇒ zy
2.8 – Obtenção dos elementos da coluna da matriz impedância de barra a partir da matriz
admitância de barra
Se a matriz impedância de barra for multiplicada pelo vetor que contém 1 na linha k e zero no resto
vem:
42
Análise de Sistemas de Potência
ou seja,
Z BARRA × l k = Z BARRA
(k )
, coluna k da matriz impedância de barra.
Seja
⎡0⎤
⎢M⎥
⎢ ⎥
lk − j =⎢1⎥
⎢ ⎥
Coluna k
⎢− 1⎥ Coluna j
⎢⎣ 0 ⎥⎦
Z BARRA × l k − j = Z BARRA
(k − j )
,
YBARRA × Z BARRA × l k − j = YBARRA × Z BARRA
(k − j )
,
YBARRA × Z BARRA
(k − j )
= l k − j , resolvido por decomposição LU da matriz Y BARRA, mostrado anteriormente,
L × U × Z BARRA
(k − j )
= lk − j .
Exemplo 2.11.
Calcular a diferença dos elementos (Z BARRA(44) – Z BARRA(45) ) da matriz Z BARRA, conhecendo-se a matriz
Y BARRA.
⎡− j 30,0 0,0 ⎤
⎢ j10,0 − j 26,2 0,0 ⎥⎥
j10,0 0,0 j 20,0
⎢ j16,0 0,0
= ⎢ 0,0 j16,0 − j 36,0 j 20,0 ⎥
⎢ ⎥
YBARRA 0,0
⎢ j 20,0 − j 20,0 0,0 ⎥
⎢⎣ 0,0 − j 20,0⎥⎦
0,0 0,0
0,0 j 20,0 0,0
43
Análise de Sistemas de Potência
Z BARRA( 44) − Z BARRA( 45) = Z BARRA( 44) − Z BARRA(54) , logo só é preciso calcular a coluna 4 da matriz
Z BARRA.
a) fatoração LU.
Basta fazer no programa MATLAB o comando [L, U] = lu(ybarra) que o programa retorna as
matrizes L e U.
⎡0,0⎤
⎢0,0⎥
⎢ ⎥
L × U × Z BARRA = ⎢0,0⎥ .
14243 ⎢ ⎥
( 4)
⎢1,0 ⎥
⎢⎣0,0⎥⎦
H
Primeira etapa: L × H = l 4 ,
⎡ 1,0 0,0⎤ ⎡ H 1 ⎤ ⎡0,0⎤
⎢ − 0,33 ⎢ ⎥
0,0⎥⎥ ⎢ H 2 ⎥ ⎢⎢0,0⎥⎥
0,0 0,0 0,0
⎢ 1,0 0,0 0,0
⎢ 0,0 − 0,70 0,0⎥ × ⎢ H 3 ⎥ = ⎢0,0⎥ .
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
1,0 0,0
⎢− 0,67 − 0,29 − 0,19 0,0⎥ ⎢ H 4 ⎥ ⎢1,0 ⎥
⎢⎣ 0,0 1,0 ⎥⎦ ⎢⎣ H 5 ⎥⎦ ⎢⎣0,0⎥⎦
1,0
0,0 − 0,81 − 0,98
Solução: H1 = H 2 = H 3 = 0,0 ,
L44 × H 4 + L45 × H 5 = 1,0 → H 4 = (1,0 − L45 × H 5 ) L44 ⇒ H 4 = 1,0 1,0 = 1,0 ,
L54 × H 4 + L55 × H 5 = 0,0 → H 5 = − L54 × H 4 L55 = 0,98 × 1,0 1,0 = 0,98 .
Por inversão direta da matriz Y BARRA com auxílio do programa MATLAB obtém-se:
⎡ j 5,10 j 5,00⎤
⎢ j 5,00 j 5,00⎥⎥
j 5,00 j 5,00 j 5,10
⎢ j 5,00 j 5,00 j 5,00
= ⎢ j 5,00 j 5,06⎥ .
⎢ ⎥
Z BARRA j 5,00 j 5,06 j 5,00
⎢ j 5,10 j 5,00⎥
⎢⎣ j 5,00 j 5,11⎥⎦
j 5,00 j 5,00 j 5,15
j 5,00 j 5,06 j 5,00
Pode-se verificar da matriz Z BARRA que Z 44 – Z 45 = j5,1500–j5,0000 = j0,1500, que confere com o
cálculo anterior.
44
Fluxo de Potência
– Introdução
É o mais freqüente estudo feito nos sistemas elétricos de potência. É o estudo que fornece a
solução de uma rede elétrica, em regime permanente, para uma dada condição de operação, isto é, para
uma dada condição de carga e geração, sujeitas a restrições operativas e à ação de dispositivos de
controle.
– Dados de entrada
•
•
Dados da rede elétrica, resistência e reatância dos elementos,
•
Geração ativa e reativa nas barras do sistema,
Carga ativa e reativa nas barras do sistema.
– Geração
São os valores da potência ativa (PG ) e da potência reativa (Q G ) geradas nas barras ou o valor da
potência ativa (P G ) e módulo da tensão gerada (V), no caso de barras de tensão controlada.
– Carga
São os valores de potência ativa (PL) e potência reativa (Q L) consumidas em cada barra do sistema
onde a carga existir, consideradas constantes.
– Restrições operativas
São, entre outros, os limites para o fluxo de potência nas linhas e transformadores, o módulo das
tensões nas barras, a capacidade de geração das máquinas.
– Dispositivos de controle
– Solução da rede
a) Ferramenta para análise da adequação de uma topologia do sistema para uma dada condição de
geração e carga. Utilizado no planejamento, operação e controle do sistema de potência;
• Estabilidade: calcula a condição inicial e também calcula a solução da rede em cada passo
– Modelo da rede
Para o estudo de fluxo de potência, supõe-se o sistema equilibrado, logo só se usa a rede de
seqüência positiva. Este estudo é baseado em modelo nodal e matriz admitância de barra,
I& = YBARRA × V& .
Observação: em sistemas de distribuição usa-se a modelagem trifásica para o cálculo do fluxo de
potência, pois o sistema de distribuição é essencialmente desequilibrado.
O esforço computacional está quase que todo na solução do sistema de equações, daí o uso de
método eficiente de solução.
– Métodos de solução
Estes métodos têm como vantagem a formulação simples e pouca necessidade de memória devido a
esparsidade de Y BARRA ser maior que 95%. Como exemplo o método de Gauss-Seidel.
A desvantagem destes métodos é a convergência lenta devido ao fraco acoplamento entre variáveis
(influência pequena entre barras), sendo necessárias cerca de 200 iterações para se chegar na solução
do problema.
Métodos baseados em Z BARRA
Convergem mais rápido, pois a matriz é cheia, porém necessita de muita memória pelo mesmo
motivo e o custo da montagem da matriz Z BARRA é elevado.
– Método de Newton-Raphson
Tem como vantagem ser robusto, pois converge quase sempre e com poucas iterações. Além disto a
convergência independe da dimensão do sistema. Usa a matriz YBARRA e a partir desta é montada a
matriz jacobiana. É atualmente o método mais utilizado.
– Métodos desacoplados
barra (P e θ).
dependência entre a tensão e a potência reativa (V e Q) e entre a potência ativa e o ângulo da tensão da
O método desacoplado rápido surgiu em 1974 e é atribuído a Brian Stott e Alsaç. Tem como
vantagem ser rápido e utilizar pouca memória. A desvantagem é que só pode ser aplicado a sistemas
com características apropriadas.
Este é um método aproximado de solução que analisa somente o fluxo de potência ativa, também
chamado de fluxo DC.
Seja a barra k com geração, carga e linhas. A figura exemplifica esta barra.
k
PGk
Geração ~
Q Gk
PLk Q Lk
Nos estudos de fluxo de potência calcula-se a injeção líquida de potência em cada barra, ou seja,
Pk = PGk − PLk ,
calcula-se para cada barra k:
Qk = QGk − QLk ,
S& = P + jQ .
k k k
Qk
P + jQk P − jQ
S& k = V&k × I&k* = Pk + jQk → I&k* = k ⇒ I&k = k * k .
V&k V&k
∑Y
Das equações nodais tem-se:
I&k = × V&m ,
n
m =1
km
I&k* = ∑Y × V&m* ,
n
*
m =1
km
∑
⎛ n * ⎞
S& k = Pk + jQk = V&k × I&k* = V&k × ⎜ Ykm × V&m* ⎟ , k = 1, n,
⎜ ⎟
⎝ m=1 ⎠
que é a injeção líquida de potência na barra k em função dos parâmetros da rede e das tensões nas
barras.
{ }
É comum o desmembramento da equação complexa em duas equações reais, para P e para Q.
Pk = Re S&k ,
{ k}
Q = Im S& .
k
∑
⎧⎪ ⎛ n * ⎞⎫⎪
Pk = Re⎨V&k × ⎜ Ykm × V&m* ⎟⎬ , k = 1, n.
⎪⎩ ⎜ ⎟⎪
⎝ m=1 ⎠⎭
∑
⎧⎪ ⎛ n ⎞⎫⎪
Pk = Re⎨Vk ∠θ k × ⎜ (Gkm − jBkm ) × Vm ∠ − θ m ⎟⎬ , k = 1, n.
⎪⎩ ⎜ ⎟⎪
⎝ m=1 ⎠⎭
∑
⎧⎪ ⎫⎪
Pk = Re ⎨ Vk ∠θ k × (Gkm − jBkm )× Vm ∠ − θ m ⎬ , k = 1, n,
n
⎪⎩ m=1 ⎪⎭
∑
⎧⎪ n ⎫⎪
Pk = Re⎨ Vk × Vm ∠(θ k − θ m ) × (Gkm − jBkm )⎬ , k = 1, n,
⎪⎩ m=1 ⎪⎭
∑
⎧⎪ n ⎫⎪
Pk = Re⎨ Vk × Vm × Gkm ∠(θ k − θ m ) − jVk × Vm × Bkm ∠(θ k − θ m )⎬ , k = 1, n.
⎪⎩ m=1 ⎪⎭
Pk = ∑ {V }
× Vm × Gkm × cos(θ km ) + Vk × Vm × Bkm × cos(θ km − 90 0 ) , k = 1, n.
n
m =1
k
∑
⎡ n ⎤
Pk = Vk × ⎢ Vm × {Gkm × cos(θ km ) + Bkm × sen(θ km )}⎥ , k = 1, n.
⎢⎣ m=1 ⎥⎦
∑
⎧⎪ ⎛ n * ⎞⎫⎪
Qk = Im⎨V&k × ⎜ Ykm × V&m* ⎟⎬ , k = 1, n.
⎪⎩ ⎜ ⎟⎪
⎝ m=1 ⎠⎭
∑
⎧⎪ ⎛ n ⎞⎫⎪
Qk = Im⎨Vk ∠θ k × ⎜ (Gkm − jBkm )× Vm ∠ − θ m ⎟⎬ , k = 1, n.
⎪⎩ ⎜ ⎟⎪
⎝ m=1 ⎠⎭
∑
⎧⎪ n ⎫⎪
Qk = Im⎨ Vk ∠θ k × (Gkm − jBkm )× Vm ∠ − θ m ⎬ , k = 1, n,
⎪⎩ m=1 ⎪⎭
∑
⎧⎪ ⎫⎪
Qk = Im⎨ Vk × Vm ∠(θ k − θ m ) × (Gkm − jBkm )⎬ , k = 1, n,
n
⎪⎩ m=1 ⎪⎭
∑
⎧⎪ n ⎪⎫
Qk = Im⎨ Vk × Vm × Gkm ∠(θ k − θ m ) − jVk × Vm × Bkm ∠(θ k − θ m )⎬ , k = 1, n.
⎪⎩ m=1 ⎪⎭
Qk = ∑ {V }
× Vm × Gkm × sen(θ km ) + Vk × Vm × Bkm × sen(θ km − 90 0 ) , k = 1, n.
n
m =1
k
∑
⎡ n ⎤
Qk = Vk × ⎢ Vm × {Gkm × sen(θ km ) − Bkm × cos(θ km )}⎥ , k = 1, n.
⎣⎢ m=1 ⎦⎥
Exemplo
Escrever as equações do fluxo de potência da Figura 3.3 na forma complexa e na forma de variável
real polar.
1 2
E&1 E& 2
∼ ∼
PG1 + jQ G1 PG2 + jQ G2
PL3 + jQ L3
(
S&1 = PG1 + jQG1 = V&1 × Y11 × V&1 + Y12 × V&2 + Y13 × V&3 ,)
( )
*
As perdas do sistema não estão representadas nas equações do fluxo de potência. A barra flutuante
é responsável pelo suprimento de todas as perdas do sistema e por isto não tem a geração fixada. A
( )
S& 2 = PG 2 + jQG 2 = V&2 × Y21 × V&1 + Y22 × V&2 + Y23 × V&3 ,
S&3 = − PL3 − jQL3 = V&3 × (Y31 × V&1 + Y32 × V&2 + Y33 × V&3 ) .
*
A equação relativa a barra 1 foi eliminada. Tem-se 2 equações e três incógnitas. O processo
consiste em fixar uma incógnita, no caso V&1 . Após se encontrar a solução, V&2 e V&3 , calculam-se P1 e
Q 1. A barra flutuante é uma barra de tensão controlada e referência de ângulo para o sistema.
Esta barra existe para suprir as perdas do sistema, desconhecidas até a solução da rede. Só existe
uma barra flutuante em todo o sistema.
Dados de entrada: Vk , θk .
Calculado nesta barra: Pk , Q k .
– Barra de carga ou PQ
Não existe qualquer controle de tensão nesta barra. A maioria das barras é deste tipo, cerca de 95%
do total de barras.
A barra de carga pode ter gerador, só que este fornecerá P e Q constantes durante todo o processo
de cálculo.
Existem dispositivos de controle que permitem manter o módulo da tensão e a injeção de potência
ativa em valores especificados tais como gerador e compensador síncrono. Algumas das barras do
sistema são deste tipo, representando 5% do total de barras.
Devido à variedade de tipos de barras, o sistema de equações que descreve o sistema elétrico é
dividido em dois subsistemas.
– Subsistema 1
Este subsistema contém as equações que devem ser resolvidas para se encontrar a solução do fluxo
– Subsistema 2
As incógnitas aqui contidas são determinadas por substituição das variáveis calculadas no sub-
Exemplo
Escrever as equações do sistema da Figura 3.4 na forma real polar, separando-as nos subsistemas 1
e 2. As variáveis especificadas estão mostradas na própria Figura 3.4.
1 2
E& 1 E& 2
∼ ∼
V1, θ1 V2, P2
P3 Q3
∑
⎡ 3 ⎤
P2 = V2 × ⎢ Vm × {G2 m × cos(θ 2 m ) + B2 m × sen(θ 2 m )}⎥ ,
⎢⎣ m=1 ⎥⎦
∑
⎡ 3 ⎤
P3 = V3 × ⎢ Vm × {G3m × cos(θ 3m ) + B3m × sen(θ 3m )}⎥ ,
⎣⎢ m=1 ⎦⎥
∑
⎡ 3 ⎤
Q3 = V3 × ⎢ Vm × {G3m × sen(θ 3m ) − B3m × cos(θ 3m )}⎥ .
⎣⎢ m=1 ⎦⎥
A solução das três equações acima fornece θ2, θ3, V 3.
∑
⎡ 3 ⎤
Q1 = V1 × ⎢ Vm × {G1m × sen(θ1m ) − B1m × cos(θ1m )}⎥ ,
⎢⎣ m=1 ⎥⎦
∑
⎡ 3 ⎤
Q2 = V2 × ⎢ Vm × {G2 m × sen(θ 2 m ) − B2 m × cos(θ 2 m )}⎥ .
⎢⎣ m=1 ⎥⎦
Seja sistema elétrico com n barras onde l destas barras são barras de tensão controlada e uma é a
número de equações a serem resolvidas é 4.000 − 100 − 2 = 3.898 . Conclui-se deste número que o
Seja o caso do sistema brasileiro com 2.000 barras sendo 100 barras de tensão controlada. O
a 21 × x1 + a 22 × x2 + a23 × x3 + a24 × x4 + L + a 2 n × xn = b2
LLLLLLLLLLLLLLL
an1 × x1 + a n 2 × x2 + a n3 × x3 + a n 4 × x4 + L + ann × xn = bn
O método de Jacobi consiste em iniciar o processo de solução com valores arbitrados. Sejam
x1( 0) , x2(0) ,L, xn( 0)
os valores arbitrados para a primeira iteração, onde o sobrescrito corresponde a
iteração. A partir deste conjunto, substituindo-o nas Equações 3.4 obtém-se o conjunto x1(1) , x2(1) ,L, xn(1)
mais próximo da solução procurada. A próxima etapa consiste em substituir nas Equações 3.4 os
valores recém obtidos. O processo se repete até que convergência seja obtida. Aplicando-se a primeira
( )
iteração ao sistema de Equações 3.4 vem:
( )
a11
= × b2 − a21 × x1( 0) − a 23 × x3( 0) − a 24 × x4( 0) − L − a2 n × xn(0)
1
x2(1)
( )
a 22
LLLLLLLLLLLLLLLLLL
xn(1) = × bn − a n1 × x1( 0) − an 2 × x2(0) − a n3 × x3( 0) − a n 4 × x4( 0) − L − ann−1 × xn( 0−)1
1
ann
– O método de Gauss-Seidel
Este método, da mesma forma que o método de Jacobi, não é atualmente utilizado para solucionar
um sistema elétrico de potência por ser muito lento, porem é muito didático. Encontra utilização na
melhoria dos valores arbitrados para início de um outro método mais eficiente.
O método de Gauss-Seidel é um aperfeiçoamento do método de Jacobi e difere deste somente
quanto ao conjunto de valores substituídos nas Equações. A diferença é que os valores substituídos
são aqueles mais recentes, ou seja, à medida que os valores são determinados, estes são utilizados no
processo de substituição, ou seja,
∑ ∑
1 ⎛⎜ ⎞
k −1
xk(i +1) = × bk − a km × xm(i +1) − a km × xm(i ) ⎟ , k = 1, n .
n
a kk ⎜⎝ m =1 m = k +1
⎟
⎠
Seja conjunto de valores arbitrados x1( 0) , x2(0) ,L, xn( 0) . Notar que a condição inicial da variável x1( 0) é
desnecessária para este sistema, porém no caso geral a mesma variável pode aparecer em ambos os
lados do sinal de igual. As variáveis calculadas são utilizadas na mesma iteração, ou seja, para a
( )
primeira iteração:
( )
a11
= × b2 − a 21 × x1(1) − a23 × x3( 0) − a 24 × x4( 0) − L − a2 n × xn( 0)
1
x2(1)
( )
a22
LLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLL
xn(1) = × bn − an1 × x1(1) − an 2 × x2(1) − a n3 × x3(1) − an 4 × x4(1) − L − ann−1 × xn(1−)1
1
ann
( )
Generalizando-se o processo vem:
x1(i +1) = × b1 − a12 × x2(i ) − a13 × x3(i ) − a14 × x4(i ) − L − a1n × xn(i )
1
( )
a11
x2(i +1) = × b2 − a21 × x1(i +1) − a23 × x3(i ) − a24 × x4(i ) − L − a 2 n × xn(i )
1
( )
a22
LLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLL
xn =
(i +1)
× bn − an1 × x1(i +1) − a n 2 × x2(i +1) − a n3 × x3(i +1) − an 4 × x4(i +1) − L − ann−1 × xn(i−+11)
1
a nn
∑
números complexos, o que resulta em uma equação por barra, excetuando-se a barra flutuante.
⎛ n ⎞
S& k = Pk + jQk = V&k × I&k* = V&k × ⎜ Ykm × V&m ⎟ , k ≠ flutuante,
*
⎜ ⎟
⎝ m=1 ⎠
∑
⎛ n ⎞
S& k* = Pk − jQk = V&k* × I&k = V&k* × ⎜ Ykm × V&m ⎟ , k ≠ flutuante.
⎜ ⎟
⎝ m=1 ⎠
( )
Seja o sistema de três barras mostrado na Figura, onde a barra 1 é a barra flutuante e não existe
barra de tensão controlada (PV).
P2 − jQ2 = V&2* × Y21 × V&1 + Y22 × V&2 + Y23 × V&3 , logo:
1 ⎛⎜ P2 − jQ2 ⎞
V&2 = × − Y21 × V&1 − Y23 × V&3 ⎟ ,
Y22 ⎜⎝ V&2 * ⎟
⎠
1 ⎛⎜ P3 − jQ3 ⎞
V&3 = × − Y31 × V&1 − Y32 × V&2 ⎟ .
⎜
Y33 ⎝ V&3 ⎟
⎠
*
V1 ,θ1 → constantes durante todo o processo, pois pertencem à barra flutuante,
Do sistema acima as seguintes variáveis são conhecidas:
∑ ∑
1 ⎛⎜ Pk − jQk ⎞
k −1
V&k(i +1) = × − × & (i +1) − Ykm × V&m(i ) ⎟ , k = 2, n .
n
⎜
Ykk ⎝ Vk ⎟
⎠
Y V
m =1 m =k +1
& *(i ) km m
solução
Solução:
( )
a) Calcular Qk(calculado) a cada iteração com a equação:
{ }
S& = V& × I&* → S& * = V × I&* → S& * = V& * × I& ,
*
∑
⎧⎪ ⎛ n ⎞⎫⎪
Qk( calculado)(i +1) = − Im⎨V&k*(i +1) × ⎜ Ykm × V&m(i +1) ⎟⎬ .
⎪⎩ ⎜ ⎟⎪
⎝ m=1 ⎠⎭
∑ ∑
b) Calcular o valor da tensão:
1 ⎛⎜ Pk − jQk ⎞
( calculado )(i +1) k −1
V&k( provisório)(i +1) = × − × & (i +1) − × & (i ) ⎟ .
n
Ykk ⎜⎝ ⎟
⎠
Y V Y V
m =1 m = k +1
km m km m
V&k*
Desta equação sai calculado Vk( provisório)(i +1) ∠θ k( provisório)(i +1) . Como Vk é especificado, só
aproveito o argumento da tensão provisória calculada, logo
Exemplo
Desenvolver as três primeiras iterações do método de Gauss-Seidel do sistema mostrado
abaixo:
E& 2
∼
1 2
E&1 PG2 = 3,0 pu
∼
V2 = 1,1 pu
– j10,0
3
– j5,0
V&1 =1,0∠0 0
– j10,0
PL3 = 4,5 pu
QL3 = 0,5 pu
– Sistema do exemplo
θ 2(0) = 0 0 ,
Considerar condição inicial flat-start, ou seja,
V& ( 0) = 1,0∠0 0 .
3
Determinação da matriz YBARRA
∑ ∑
Variáveis livres: QG 2 .
1 ⎛⎜ Pk − jQk ⎞
k −1
V&k(i +1) = × − × & (i +1) − Ykm × V&m(i ) ⎟ , k = 2, n .
n
⎜
Ykk ⎝ Vk ⎟
⎠
Y V
m =1 m =k +1
& *(i ) km m
Estimar valor de QG 2 , pois pertence a barra de tensão controlada. Aplicando-se a Equação 3.6 vem:
∑ ∑
⎧⎪ ⎛ n ⎞⎫⎪ ⎧⎪ ⎛ n ⎞⎫⎪
Qk( calcilado)(i +1) = − Im⎨V&k*(i +1) × ⎜ Ykm × V&m ⎟⎬ → Q2( calculado) = − Im⎨V&2* × ⎜ Y2 m × V&m ⎟⎬ .
⎪⎩ ⎜ ⎟⎪ ⎪⎩ ⎜ ⎟⎪
⎝ m=1 ⎠⎭ ⎝ m=1 ⎠⎭
{ ( )}
Expandindo-se a expressão de Q vem:
Q2( estimado) = − Im V&2* × Y21 × V&1 + Y22 × V&2 + Y23 × V&3 .
{ (
Q2( estimado) = − Im 1,1∠ − θ 2 × j10,0 × 1,0∠0 0 − j15,0 × 1,1∠θ 2 + j 5,0 × V3∠θ 3 . )}
Substituindo-se os valores fixos vem:
{ ( )}
Primeira iteração.
⎛ 3,0 − j1,65 ⎞
V&2 = ×⎜ − j10,0 × 1,0 − j 5,0 × 1,0∠0 0 ⎟⎟ ,
− j15,0 ⎜⎝ 1,1∠ − θ 2
1
⎠
V&2 = × (2,73 − j16,5) = 1,11∠9,39 0 . Como a tensão V2 é especificada tem-se: V&2 = 1,1∠9,39 0 .
j
15,0
⎛ − 4,5 + j 0,5 ⎞
V&3 = × ⎜⎜ − j10,0 × 1,0 − j 5,0 × 1,1∠9,39 0 ⎟⎟ .
1
− j15,0 ⎝ 1,0∠0 ⎠
( )
0
V&3 =
j
(
× − 4,5 − j 9,5 + 5,5∠ − 80,610 )
× (− 4,5 − j 9,5 + 0,90 − j 5,43)
15,0
V&3 =
j
× (− 3,60 − j14,93)
15,0
V&3 =
j
15,0
V& = 0,99 − j 0,24 = 1,02∠ − 13,57 0
3
– Fluxo de potência pelo Método de Newton-Raphson
f(x)
f(x(0))
f(x(1))
f(x(3))
Algoritmo:
( ) ( )
1) Arbitrar condição inicial x(0) e fixar a iteração i = 0.
( )
3) Fazer i = i + 1 . Linearizar a função em torno de x (i ) , f ( x (i ) ) usando parte da série de Taylor,
f ( x ( i ) + Δx ( i ) ) = f ( x ( i ) ) + × Δx (i ) .
df ( x)
dx ( x )
( i )
( )
4) Solucionar o sistema linearizado
f x (i ) + × Δx (i ) = 0 ,
df ( x)
dx ( x( i ) )
( )
que tem como solução:
Δx (i ) = −
(df ( x) dx ) ( x(i ) )
f x (i )
.
x (i +1) = x (i ) + Δx (i ) .
6) Voltar ao passo 2.
– Revisão do método no caso multivariável, F(x) = [0]
F = [ f1 f n ]t
Sejam
x = [x1 x2 L xn ]t
f2 L
( ) { ( )}
1) Arbitrar condição inicial x(0) e fixar a iteração i = 0.
( )
( ) = F (x ) + J (x )× Δx
3) Fazer i = i + 1 . Linearizar a função em torno de x (i ) , F ( x (i ) ) usando parte da série de Taylor,
F x (i )
+ Δx (i ) (i ) (i ) (i )
,
⎡ ∂F ⎤
onde J = ⎢ ⎥ é a matriz jacobiana.
⎣ ∂x ⎦
( ) ( )
4) Solucionar o sistema linearizado
F x (i ) + J x (i ) × Δx (i ) = 0 ,
( ) ( )
cuja solução é a solução de
F x ( i ) = − J x ( i ) × Δx ( i ) ,
que é do tipo b = A × x .
6) Voltar ao passo 2.
∑
⎡ n ⎤
Pk = Vk × ⎢ Vm × {Gkm × cos(θ km ) + Bkm × sen(θ km )}⎥ , k ∈ {PQ, PV } ,
⎣⎢ m=1 ⎦⎥
∑
⎡ n ⎤
Qk = Vk × ⎢ Vm × {Gkm × sen(θ km ) − Bkm × cos(θ km )}⎥ , k ∈ {PQ} .
⎢⎣ m=1 ⎥⎦
⎧ ΔPk = 0 k ∈ {PQ, PV }
k ∈ {PQ}
⎨
⎩ΔQk = 0
.
Considera-se sistema com n barras, sendo que:
Barras PQ : barras de 1 a l,
( )
F x (i ) = − J (i ) ( x (i ) ) × Δx (i ) , que em forma matricial é:
⎡ ΔP ⎤ ⎡ Δθ ⎤
= − J (i ) × ⎢ ⎥ , que está na forma b = A × x .
(i )
⎢ ΔQ ⎥
(i )
⎣ ⎦ ⎣ ΔV ⎦
⎡θ ⎤ ⎡θ ⎤ ⎡ Δθ ⎤
(i +1)
=⎢ ⎥ +⎢ ⎥
(i ) (i )
Atualização das variáveis de estado: ⎢ ⎥
⎣V ⎦ ⎣V ⎦ ⎣ΔV ⎦
.
( )
– Matriz Jacobiana aplicada à solução do fluxo de potência
⎡H N⎤
J = −⎢
⎣M L ⎥⎦
∂P ∂P
H ( n−1)×( n−1) = N ( n−1)×l =
∂θ ∂V
, ,
∂Q ∂Q
= Ll×l =
∂θ ∂V
M l×( n−1) , .
⎡ ΔP ⎤ ⎡H N⎤ ⎡ Δθ ⎤
=⎢ ×⎢ ⎥
(i )
⎢ ΔQ ⎥
(i ) (i )
⎣ ⎦ ⎣M L ⎥⎦ ⎣ΔV ⎦
.
∑V
Equações do subsistema 1:
m=1
m
m =1
m
Sistema matricial:
⎡ ΔP ⎤ ⎡ Δθ ⎤
= − J (i ) × ⎢ ⎥ que está na forma b = A × x .
(i )
⎢ ΔQ ⎥
(i )
⎣ ⎦ ⎣ ΔV ⎦
⎢V ⎥
⎣ ⎦ ⎣V ⎦ ⎣ΔV ⎦
,
⎡H N⎤
J = −⎢
⎣M L ⎥⎦
∂P ∂P
H ( n−1)×( n−1) = N ( n−1)×l =
∂θ ∂V
,
∂Q ∂Q
M l×( n−1) = Ll×l =
∂θ ∂V
,
⎢ ΔQ ⎥
(i )
⎣ ΔV ⎦
(i )
⎣ ⎦
.
⎢V ⎥
⎣ ⎦ ⎣V ⎦ ⎣ΔV ⎦
.
1 2
E&1 E& 2
∼ V, θ P, V ∼
P, Q
– Sistema de 3 barras
⎡ ΔP2 ⎤ ⎡ Δθ 2 ⎤
A equação do subsistema 1 é:
⎢ ΔP ⎥ = − J × ⎢ Δθ ⎥ ,
⎢ 3⎥ ⎢ 3⎥
⎢⎣ΔQ3 ⎥⎦ ⎢⎣ ΔV3 ⎥⎦
⎡θ 2 ⎤ ⎡θ 2 ⎤ ⎡ Δθ 2 ⎤
(i +1) (i ) (i )
⎢θ ⎥ = ⎢⎢θ 3 ⎥⎥ + ⎢⎢ Δθ 3 ⎥⎥
⎢ 3⎥ .
⎢⎣V3 ⎥⎦ ⎢⎣V3 ⎥⎦ ⎢⎣ ΔV3 ⎥⎦
⎡ H 22 N 23 ⎤
J = − ⎢⎢ H 32 N 33 ⎥⎥
H 23
H 33
⎢⎣ M 32 M 33 L33 ⎥⎦
= Vk × Vm × {Gkm × sen(θ km ) − Bkm × cos(θ km )} ,
∂Pk
H km =
∂θ m
∑
⎡ ⎤
= −Vk2 × Bkk − Vk × ⎢ Vm × {Gkm × sen(θ km ) − Bkm × cos(θ km )}⎥ ,
∂Pk
H kk =
∂θ k ⎣⎢ m∈k ⎦⎥
∑
= Vk × Gkk + Vm × {Gkm × cos(θ km ) + Bkm × sen(θ km )} ,
∂Pk
N kk =
∂Vk m∈k
∑
⎡ ⎤
= −Vk2 × Gkk + Vk × ⎢ Vm × {Gkm × cos(θ km ) + Bkm × sen(θ km )}⎥ ,
∂Qk
M kk =
∂θ k ⎢⎣ m∈k ⎥⎦
∑
= −Vk × Bkk + Vm × {Gkm × sen(θ km ) − Bkm × cos(θ km )} .
∂Qk
Lkk =
∂Vk m∈k
onde kk se refere ao termo da diagonal (k) e km se refere ao termo fora da diagonal (linha k, coluna m).
– Estrutura do jacobiano
cos(θ km ) = cos(θ mk ) .
Exemplo
Escrever a matriz jacobiana do sistema da Figura em termos dos elementos das matrizes H, M,
N, L.
4 V, θ 1 P, Q
P, Q 2 3 P, V
∼ Compensador
síncrono
Exemplo
base do sistema).
Vθ PV
1 (0,2 + j1,0) 2
Barra Tipo P Q V θ
1 Vθ ––– ––– 1,0 0,0
2 PV –0,4 ––– 1,0 –––
Dados da linha
Linha r x b shunt
1-2 0,2 1,0 0,02
Y12 = 1 (0,2 + j1,0) = 0,19 − j 0,96
1) Montar Y BARRA
∑
2) Teste de convergência com relação às condições iniciais, i = 0
⎡ n ⎤
Pk = Vk × ⎢ Vm × {Gkm × cos(θ km ) + Bkm × sen(θ km )}⎥ ,
⎢⎣ m=1 ⎥⎦
P2 = V2 × [V1 × {G21 × cos(θ 21 ) + B21 × sen(θ 21 )} + V2 × {G22 × cos(θ 22 ) + B22 × sen(θ 22 )}] ,
P2 = V2 × [V1 × {G21 × cos(θ 21 ) + B21 × sen(θ 21 )} + V2 × {G22 }] ,
P2 = 1,0 × [1,0 × {− 0,1923076922 × cos(θ 21 ) + 0,9615384613 × sen(θ 21 )} + 1,0 × 0,1923076922] ,
P2 = −0,1923076922 × cos(θ 2 ) + 0,9615384613 × sen(θ 2 ) + 0,1923076922 ,
P2 = −0,1923076922 × cos(0 0 ) + 0,9615384613 × sen(0 0 ) + 0,1923076922 ,
P2( 0) = 0,00 .
ΔP2 = P2(especificado ) − P2( calculado ) = −0,4 − P2( 0) = −0,4 − 0,0 ,
ΔP2 = −0,4 . ΔP2 > ε , não convergiu. O processo começa.
ΔP2 = −
{ J × Δθ 2 .
H 22 = −V22 × B22 − V2 × [V1 × {G21 × sen(θ 21 ) − B21 × cos(θ 21 )} + V2 × {G22 × sen(θ 22 )− B22 × cos(θ 22 )}] ,
H 22
Δθ 2 = [H 22 ]−1 × ΔP2 =
H 22
× (−0,4) ,
1
Δθ 2 = −0,416 rad.
0,96
( 2)
H 22 = 0,80.
Δθ 2 = [H 22 ]−1 × ΔP2 = × (−0,03) ,
1
Δθ 2 = −0,034 rad.
0,80
∑
4) Solução do subsistema 2: substituição das variáveis.
⎡ n ⎤
Pk = Vk × ⎢ Vm × {Gkm × cos(θ km ) + Bkm × sen(θ km )}⎥ .
⎣⎢ m=1 ⎦⎥
P1 = V1 × [V1 × {G11 × cos(θ11 ) + B11 × sen(θ11 )} + V2 × {G12 × cos(θ12 ) + B12 × sen(θ12 )}] .
Expandindo-se a equação acima para este exemplo:
P1 = 0,44 pu.
∑
⎡ n ⎤
Qk = Vk × ⎢ Vm × {Gkm × sen(θ km ) − Bkm × cos(θ km )}⎥ .
⎢⎣ m=1 ⎥⎦
Q1 = −7,89 × 10 −3 pu.
∑
⎡ n ⎤
Qk = Vk × ⎢ Vm × {Gkm × sen(θ km ) − Bkm × cos(θ km )}⎥ .
⎢⎣ m=1 ⎥⎦
Q2 = 0,16 pu.
-7,89x10 -3 1 2
0,16
k I&km I&mk m
I&série
V& = V ∠θ ,
V&m = Vm ∠θ m ,
k k k
y km = g km + jbkm ,
z km = 1 ( g km + jbkm ) = g km ( g km
2
+ bkm
2
) − jbkm ( g km
2
+ bkm
2
) = rkm − jxkm .
I&km = y km × (V&k − V&m ) + jbshunt × V&k , onde I&km é a corrente injetada na linha de transmissão a partir da
barra k. Arrumando-se termos vem:
{ }
Qkm = Im S& km = −bkm × Vk2 − bshunt × Vk2 − g km × Vk × Vm × sen(θ k − θ m ) + bkm × Vk × Vm ∠θ k − θ m + 90 0 ,
Qkm = −bkm × Vk2 − bshunt × Vk2 − g km × Vk × Vm × sen(θ k − θ m ) + bkm × Vk × Vm × cos(θ k − θ m ) .
I&mk = y km × (V&m − V&k ) + jbshunt × V&m , onde I&mk é a corrente injetada na linha de transmissão a partir
da barra m . Arrumando-se termos vem:
{ }
Pmk = Re S& mk = g km × Vm2 − g km × Vk × Vm × cos(θ m − θ k ) + bkm × Vk × Vm ∠θ m − θ k + 90 0 ,
Pmk = g km × Vm2 − g km × Vk × Vm × cos(θ m − θ k ) − bkm × Vk × Vm × sen(θ m − θ k ) .
{ }
Qmk = Im S& mk = −bkm × Vm2 − bshunt × Vm2 − g km × Vk × Vm × sen(θ m − θ k ) + bkm × Vk × Vm ∠θ m − θ k + 90 0 ,
Qmk = −bkm × Vm2 − bshunt × Vm2 − g km × Vk × Vm × sen(θ m − θ k ) + bkm × Vk × Vm × cos(θ m − θ k ) .
( )
PPerdas = I&série × I&série × rkm = I&série × I&série × g km ( g km + bkm
(k
= (g + jb )× V − V × (g − jb )× V − V × g )
* * 2 2
),
+ bkm
PPerdas = g km × (Vk ∠θ k − Vm ∠θ m )× (Vk ∠ − θ k − Vm ∠ − θ m ) ,
P & & * * 2
( g km 2
),
( )
Perdas km km m km km k m km
( )
Q perdas = Qkm + Qmk = bkm × − Vk2 + 2 × Vk × Vm × cos(θ k − θ m ) − Vm2 − bshunt × Vk2 − bshunt × Vm2 ) .
As “perdas” reativas podem ser calculadas como (armazenada nos campos elétrico e magnético):
)( )
= − I& × I& * × b + bkm ) − bshunt × Vk2 − bshunt × Vm2 ,
(
2 2
Q ( g km
( )
= −bkm × V&k − V&m × V&k* − V&m* − bshunt × Vk2 − bshunt × Vm2 ,
Perdas série série km
QPerdas
× (− V )
QPerdas = bkm × − V&k × Vk* + V&k × V&m* + V&m × Vk* − Vm2 − bshunt × Vk2 − bshunt × Vm2 ,
QPerdas = bkm k + 2 × Vk × Vm × cos(θ k − θ m ) − Vm − bshunt × Vk − bshunt × Vm , expressão idêntica à
2 2 2 2
ykm
k I&km I&mk m
V&k V&m
I&km
*
{ }
Pkm = Re S& km = g km × Vk2 − g km × Vk × Vm × cos(θ k − θ m ) − bkm × Vk × Vm × sen(θ k − θ m ) ,
{ }
Qkm = Im S&km = −bkmVk2 − g km × Vk × Vm ∠θ k − θ m + bkm × Vk × Vm ∠θ k − θ m + 90 0 ,
Qkm = −bkm × Vk2 − g km × Vk × Vm × sen(θ k − θ m ) + bkm × Vk × Vm × cos(θ k − θ m ) ,
{ }
Pmk = Re S& mk = g km × Vm2 − g km × Vm × Vk × cos(θ m − θ k ) − bkm × Vm × Vk × sen(θ m − θ k ) ,
{ }
Qmk = Im S& mk = −bkmVm2 − g km × Vm × Vk ∠θ m − θ k + bkm × Vm × Vk ∠θ m − θ k + 90 0 ,
Qmk = −bkm × Vm2 − g km × Vm × Vk × sen(θ m − θ k ) + bkm × Vm × Vk × cos(θ m − θ k ) ,
Perdas resistivas na linha:
( )
PPerdas = I&km × I&km × rkm = I&km × I&km × g km ( g km + bkm
( )
PPerdas = (g km + jbkm )× Vk − Vm × (g km − jbkm )× Vk − Vm* × g km ( g km
* * 2 2
),
+ bkm
PPerdas = g km × (Vk ∠θ k − Vm ∠θ m )× (Vk ∠ − θ k − Vm ∠ − θ m ) ,
& & * 2 2
),
(
PPerdas = g km × Vk2 − Vk × Vm ∠θ k − θ m − Vk × Vm ∠θ m − θ k + Vm2 , )
PPerdas = g km × Vk2 + g km × Vm2 − 2 × g km × Vk × Vm × cos(θ k − θ m ) , expressão idêntica a da expressão de
Pkm + Pmk .
( )
QPerdas = − I&km × I&km × xkm = − I&km × I&km × bkm ( g km + bkm
( )
QPerdas = −(g km + jbkm )× Vk − Vm × (g km − jbkm )× Vk − Vm* × bkm ( g km
* * 2 2
),
+ bkm
QPerdas = −bkm × (Vk ∠θ k − Vm ∠θ m )× (Vk ∠ − θ k − Vm ∠ − θ m ) ,
& & * 2 2
),
(
QPerdas = −bkm × Vk2 − Vk × Vm ∠θ k − θ m − Vk × Vm ∠θ m − θ k + Vm2 , )
QPerdas = −bkm × (Vk2 + Vm2 ) − 2 × bkm × Vk × Vm × cos(θ k − θ m ) , expressão idêntica à expressão de
Qkm + Qmk .
( perdas )
Perda de potência ativa: Pkm = Pkm + Pmk ,
( perdas )
Perda de potência reativa: Qkm = Qkm + Qmk .
– Transformador
t × ykm
k I&km I&mk m
– Elementos shunt
k
jb shunt
Q (shunt)
– Capacitor shunt
A Figura mostra um capacitor ligado na barra k. A potência reativa gerada pelo mesmo é
Q ( shunt ) = Vk2 × bshunt . Caso fosse um reator, a potência reativa injetada na barra seria
Q ( shunt ) = −Vk2 × bshunt , ou seja, a potência reativa estaria sendo consumida.
r shunt = 1/gshunt
P(shunt)
– Resistor shunt
A Figura mostra um resistor ligado na barra k. A potência ativa gerada pelo mesmo é
P ( shunt ) = −Vk2 × g shunt , ou seja, há consumo de potência ativa.
Cálculo do fluxo de potência nas linhas do sistema da Figura 3.11, Exemplo 3.6.
I&12 = (0,19 − j 0,96 + j 0,02) × 1∠0 0 − (0,19 − j 0,96) × 1,0∠ − 25,87 0 = 0,437∠0,0157 rad.
S& = 1,0∠0 0 × I&* = 0,437 − j 6,82 × 10 −3 .
I&21 = −(0,19 − j 0,96) × 1,0∠0 0 + (0,19 − j 0,96 + j 0,02) × 1,0∠ − 25,87 0 = 0,430∠3,069 rad.
12 12
Exemplo
Refazendo o exemplo considerando-se uma barra flutuante e uma barra de carga como mostra a
Figura 3.17. (Dados em pu na base do sistema).
Vθ PQ
1 (0,2 + j1,0) 2
Solução:
⎡ 0,19 − 0,19⎤
GBARRA = ⎢ ⎥,
⎣− 0,19 0,19 ⎦
⎡− 0,94 0,96 ⎤
B BARRA = ⎢ ⎥.
⎣ 0,96 − 0,94⎦
∑
2. Verificação de convergência.
⎡ n ⎤
Pk = Vk × ⎢ Vm × {Gkm × cos(θ km ) + Bkm × sen(θ km )}⎥ , k ∈ {PQ, PV } .
⎢⎣ m=1 ⎥⎦
P2 = V2 × [V1 × {G21 × cos(θ 21 ) + B21 × sen(θ 21 )} + V2 × {G22 × cos(θ 22 ) + B22 × sen(θ 22 )}] .
Expandindo-se esta expressão para o presente exemplo vem:
∑
⎡ n ⎤
Qk = Vk × ⎢ Vm × {Gkm × sen(θ km ) − Bkm × cos(θ km )}⎥ , k ∈ {PQ} .
⎢⎣ m=1 ⎥⎦
Q2 = V2 × [V1 × {G21 × sen(θ 21 ) − B21 × cos(θ 21 )} + V2 × {G22 × sen(θ 22 ) − B22 × cos(θ 22 )}] .
Expandindo-se esta expressão para o presente exemplo vem:
∑
⎡ ⎤
H kk = −Vk2 × Bkk − Vk × ⎢ Vm × {Gkm × sen(θ km ) − Bkm × cos(θ km )}⎥ .
⎢⎣m∈k ⎥⎦
( 0)
H 22 = 0,96 .
N kk = Vk × Gkk + ∑V
m∈k
m × {Gkm × cos(θ km ) + Bkm × sen(θ km )} ,
M 22 = −V22 × G22 + V2 × [V1 × {G21 × cos(θ 21 ) + B21 × sen(θ 21 )}+ V2 × {G22 × cos(θ 22 ) + B22 × sen(θ 22 )}] .
Expandindo esta expressão para o presente exemplo vem:
( 0)
M 22 = −0,19 .
L22 = −V2 × B22 + V1 × {G21 × sen(θ 21 ) − B21 × cos(θ 21 )} + V2 × {G22 × sen(θ 22 ) − B22 × cos(θ 22 )} .
Expandindo esta expressão para o presente exemplo vem:
Valores numéricos:
( 0)
H 22 = 0,96 ,
( 0)
N 22 = 0,19 ,
( 0)
M 22 = −0,19 ,
L(220) = 0,92 .
⎡ ΔP ⎤ ⎡ H N ⎤ ⎡ Δθ ⎤
Os valores numéricos do sistema ⎢ ⎥ = ⎢ ×
⎣ΔQ ⎦ ⎣ M L ⎥⎦ ⎢⎣ΔV ⎥⎦
são:
Utilizando-se a regra prática para inverter uma matriz 2 × 2 que consiste em trocar os
elementos da diagonal principal e trocar apenas o sinal dos demais elementos e dividir a matriz
assim formada pelo determinante da matriz original vem:
⎡Δθ 2 ⎤ ⎡− 0,318⎤
⎢ΔV ⎥ = ⎢ ⎥.
⎣ 2 ⎦ ⎣ 0,031 ⎦
Atualizando-se valores:
⎡θ 2(1) ⎤ ⎡θ 2( 0) ⎤ ⎡Δθ 2 ⎤ ⎡0,00 − 0,318⎤
⎢ (1) ⎥ = ⎢ ( 0) ⎥ + ⎢ ⎥=⎢ ⎥
⎣⎢V2 ⎦⎥ ⎣⎢V2 ⎦⎥ ⎣ΔV2 ⎦ ⎣ 1 + 0,031 ⎦
⎡θ 2(1) ⎤ ⎡− 0,318⎤
⎢ (1) ⎥ = ⎢ ⎥
⎣⎢V2 ⎦⎥ ⎣ 1,031 ⎦
4. Verificação da Convergência:
5. Segunda iteração
θ 2( 2) = −0,330
V2( 2) = 0,978
ΔP2 = −0,001 ,
Convergência:
ΔQ2 = −0,002 .
P1 = V1 × [V1 × {G11 × cos(θ11 ) + B11 × sen(θ11 )} + V2 × {G12 × cos(θ12 ) + B12 × sen(θ12 )}] ,
6. Após a convergência, calcular as injeções de potência P1 e Q 1.
∂P ∂P
>>
∂θ ∂V
Este método é baseado no forte acoplamento entre as variáveis Pθ e QV , ou seja, e
∂Q ∂Q ∂P ∂Q
>> . Por este motivo as matrizes M = e N=
∂V ∂θ ∂V ∂θ
são desprezadas. O sistema fica então:
⎡ ΔP ⎤ ⎡H 0 ⎤ ⎡ Δθ ⎤
⎢ΔQ ⎥ = ⎢ ×⎢ ⎥ .
(i ) (i ) (i )
⎥
⎣ ⎦ ⎣ 0 L⎦ ⎣ΔV ⎦
Ficam então definidos dois sistemas de equações que são:
1) Divisão das equações de resíduo pelo respectivo módulo da tensão com a finalidade de acelerar
a convergência.
⎩⎣ ⎦
(i ) (i )
Cada termo dos vetores ΔP e ΔQ está dividido por sua tensão, onde:
∑
Vk
⎡ ⎤
H 'kk = = −Vk × Bkk − ⎢ Vm × {Gkm × sen(θ km ) − Bkm × cos(θ km )}⎥ ,
H kk
Vk ⎢⎣m∈k ⎦⎥
∑
Vk
c) As reatâncias transversais nas barras (reatores, capacitores, cargas) são muito maiores do
que a reatância série, logo Bkk × Vk2 >> Qk .
d) As tensões Vk e Vm estão sempre próximas de 1,0 pu.
Aplicando-se as considerações anteriores no cálculo dos elementos das matrizes H’ e L’, chega-se a:
[H 'km ] ≅ [− Bkm ] ,
[H 'kk ] ≅ [− Bkk ] ,
[L'km ] ≅ [− Bkm ] ,
[L'kk ] ≅ [− Bkk ] .
As matrizes de coeficientes tornam-se, desta forma, constantes durante todo o processo iterativo,
passando a ser chamadas de:
H'→ B'
L'→B''
B ' km = −
1
,
∑
xkm
B ' kk =
1
,
m∈Ω
x
B ' ' km = − Bkm ,
k
km
Ωk é o conjunto das barras diretamente conectados com a barra k excetuando-se a própria barra k;
onde:
1 2
∼ ∼
E&1 E& 2
3
j0,5 j0,5
Barra Tipo PG QG PL QL V θ
1 Vθ ––– ––– 0,0 0,0 1,0 0,0
2 PV 0,4 ––– 0,0 0,0 1,0 –––
3 PQ 0,0 0,0 1,0 0,4 ––– –––
y= = = 0,99 − j 9,9 .
1 1
r + jx 0,01 + j 0,1
⎡ ΔP2 ⎤
(i )
⎢ ⎥
⎣ V3 ⎦
Sistema Pθ
B' 22 = + = + = 20,0
1 1 1 1
x21 x23 0,1 0,1
B'33 = + = + = 20,0
1 1 1 1
x31 x32 0,1 0,1
Sistema QV
⎡θ 2 ⎤ ⎡θ ⎤ ⎡Δθ ⎤
(i +1)
= ⎢ 2⎥ + ⎢ 2⎥
(i ) (i )
⎢θ ⎥
⎣ 3⎦ ⎣θ 3 ⎦ ⎣ Δθ 3 ⎦
V3(i +1) = V3(i ) + ΔV3(i )
⎡1,0⎤ ⎡0,0⎤
ΔP3 = −1,0 − P2(calculado ) (V (0) ,θ ( 0) ) , onde V = ⎢1,0⎥ e θ = ⎢⎢0,0⎥⎥ . ← arbitrado
⎢
(0) ⎥ ( 0)
P3(calculado) = V3 × [V1 × {− 0,99 × cos(θ 31 ) + 9,90 × sen(θ 31 )} +V2 × {− 0,99 × cos(θ 32 ) + 9,90 × sen(θ 32 )} +
Não convergiu.
⎡θ 2 ⎤ ⎡θ ⎤ ⎡− 0,0067⎤ ⎡θ ⎤ ⎡− 0,0067 ⎤
= ⎢ 2⎥ +⎢ → ⎢ 2⎥ =⎢
(1) ( 0) (1) (1)
⎢θ ⎥ ⎥ ⎥
⎣ 3⎦ ⎣θ 3 ⎦ ⎣ − 0,0533⎦ ⎣θ 3 ⎦ ⎣ − 0,0533⎦
⎢⎣θ 3(1) ⎥⎦
ΔQ3 = B' '33 = − B = 18,80 . Solucionar e atualizar V3(1) .
Exemplo
Resolver o sistema da Figura abaixo pelo método desacoplado rápido. (Dados em pu na base do
sistema).
Vθ PQ
1 (0,2 + j1,0) 2
⎡− 0,94 0,96 ⎤
B BARRA = ⎢ ⎥.
⎣ 0,96 − 0,94⎦
1. Sistema de equações.
⎥ = [B' 22 ]× [Δθ 2 ] ,
⎡ ΔP2 ⎤
⎢
⎣ V2 ⎦
⎡ ΔQ2 ⎤
⎢ (i −1) ⎥ = [B ' ' 22 ]× [ΔV2 ] .
⎢⎣V2 ⎥⎦
(i )
B '22 = = = 1,0
1 1
x12 1,0
B' ' 22 = − B22 = 0,94
2. Processo iterativo
Primeira iteração Pθ
−0,3
convergência: 0,3 > 0,003 logo não convergiu.
= 1,0 × Δθ 2 → Δθ 2 = −0,3 ,
1,0
θ 2(1) = −0,3
Primeira iteração QV
ΔQ2
= B' ' 22 ×ΔV2
V2
−0,0098
= 0,94 × ΔV2 → ΔV2 = −0,0104
1,0
V2 = 1,0 − 0,0104 = 0,9896
Segunda iteração Pθ
P2 V2 =0,9896 = −0,274 ,
θ 2 = −0,3
ΔP2
Atualização:
= B' 22 ×Δθ 2
V2
−0,026
= 1,0 × Δθ 2 → Δθ 2 = −0,0256
Segunda iteração QV
Q2 V2 =0,9896 = 0,0814
θ 2 = −0,3256
−0,0114
Monta-se o sistema:
= 0,94 × ΔV2 → ΔV2 = −0,0122
0,9896
V2 = 0,9896 − 0,0122 = 0,9774 .
P2 = −0,295
Terceira iteração Pθ
ΔP2 = −0,005
Convergência: 0,005 > ε , o processo continua.
θ 2 = −0,3307
Q2 = 0,0716
Terceira iteração QV
ΔQ2 = −0,0016
Convergência: 0,0016 < ε, convergiu, logo não atualizo as variáveis e testo o outro sistema de
equações.
Quarta iteração Pθ
P2 V2 =0,9774 = −0,229
θ 2 = −0,3307
Solução encontrada:
V&2 = 0,9774∠ − 0,3307 radianos.
3. Após a convergência do processo iterativo, calculam-se as grandezas abaixo da mesma forma
como descrito anteriormente:
A pequena defasagem angular entre barras, a relação Bkm >> Gkm × sen(θ km ) , as tensões
próximas de 1,0 pu e o fluxo nas linhas ser maior que o fluxo transversal são sempre verdadeiros nos
sistemas de potência. A exceção é a relação x/r alta. A seguir artifícios matemáticos para contornar este
restrição.
– Artifício da compensação
– Compensação série
r x
k m r /x alto
k m r /x'' pequeno
– Compensação paralela
r1 x1
k m A impedância da linha
1 em paralelo com a
linha 2 é r + jx
x2 x3
O método desacoplado rápido convencional é conhecido como método XB pois a matriz B' só
utiliza x , a reatância do elemento, e B'' só utiliza b , o negativo da parte imaginária da matriz Y BARRA.
No método BX, B' só utiliza b e B'' só utiliza x . Este tem melhor desempenho quando a relação r /x é
alta.
O esquema não flexível faz sucessivamente uma iteração Pθ e uma iteração QV até a convergência
do processo. O método flexível faz, por exemplo, devido a maior dificuldade da convergência da
equação QV, uma iteração Pθ e duas iterações QV . Se o sistema estiver muito carregado, o número de
iterações QV aumenta.
– Fluxo de potência linearizado ou fluxo de potência DC
– Simplificações propostas
a) Vk = Vm ≅ 1,0 pu.
b) θ km pequeno, logo sen(θ km ) ≅ θ km .
r − jxkm
z km = rkm + jxkm → y km = = km2 = 2 km 2 − j 2 km 2 = g km + jbkm
1 r x
rkm + jxkm rkm + xkm
2
rkm + xkm rkm + xkm
⎛ 1 ⎞
Pkm = −⎜⎜ − ⎟⎟ × 1,0 × 1,0 × θ km ,
⎝ xkm ⎠
θ km
Pkm = .
xkm
θ km θ km sem solução CA
(CC ) ( CA)
θ km
∑
converge mesmo para valores altos de Pkm, o que embora seja um resultado errado, fornece indicativo
de quanto a capacidade do ramo foi excedida.
Sabe-se que Pk = Pkm , onde Ω k é o conjunto de todas as barras conectadas com a barra k a
( m∈Ω k )
exceção da própria barra k.
∑P ∑
θ km
Pk = →Pk = .
( m∈Ω k ) ( m∈Ω k )
km
xkm
Pk = ∑ ×θ k − ∑ ×θ m .
1 1
( m∈Ω k ( m∈Ω ) km
x
) km
x
k
– Formulação matricial
P = B '×θ
onde:
∑
x km
B' kk =
1
.
( m∈Ω ) km
x
k
A ordem de B' é ( n –1), a barra flutuante é excluída pois a potência injetada nesta barra é
desconhecida.
Exemplo
Calcular o fluxo nas linhas do sistema da Figura abaixo. Utilizar o m étodo linearizado.
1 x12 = 1/3 2
P1 = 1,5 P2 = –0,5
θ1 = 00
3
P3 = –1,0
B '33 = + = 4,0 ,
1 1
x13 x32
θ
Fluxos de potência nos ramos.
P12 = 12 = = pu.
1/ 4 3
x12 1 / 3 4
θ13
P13 = = = pu.
3/8 3
x13 1/ 2 4
θ 23 −1 / 4 + 3 / 8 1
P23 = = = pu.
x23 1/ 2 4
Atenção: P ij = Pji pois não há perda.
a) Vk = Vm ≅ 1,0 pu.
Aplicando-se as simplificações anteriores, ou seja:
θ km θ2
θ km pequeno, logo sen(θ km ) ≅ θ km e cos(θ km ) = 1 − → 1 − cos(θ km ) = km .
2
b)
r − jxkm
2 2
= km2 = 2 −j 2 = g km + jbkm ,
1 rkm xkm
rkm + jxkm rkm + xkm rkm + xkm rkm + xkm
c) Como r km << xkm, 2 2 2
g km = e bkm = −
rkm 1
+ xkm
2 2
.
rkm xkm
2 xkm
E para a potência no sentido contrário:
2 xkm
∑ ∑ ∑
θ km
A potência injetada na barra k pode ser escrita como:
Pk = Pkm = g km × θ km +
1 2
,
( m∈Ω )
2 ( m∈Ω ) ( m∈Ω ) km
∑
x
θ km
k k k
Pk = Pperdask + ,
( m∈Ωk )
∑
xkm
θ km
Pk − Pperdask = ,
( m∈Ω k )
xkm
Pperdask é a metade do somatório das perdas nos ramos diretamente conectados na barra k.
Representa-se Pperdask como carga adicional na barra, onde essa carga representa a metade das
perdas nos ramos diretamente ligados à barra.
Conclusão: as perdas são representadas como cargas adicionais, obtidas dividindo-se em partes
iguais as perdas nos ramos entre suas barras terminais. O esquema fica como exemplificado na Figura
abaixo:
1 2
P perdas2
P perdas1
3
P perdas3
– Representação das perdas no fluxo de potência linearizado
Pperdas1 = +
Pperdas12 Pperdas13
,
2 2
Pperdas2 = +
Pperdas12 Pperdas23
,
2 2
Pperdas3 = +
Pperdas23 Pperdas13
.
2 2
– Formulação matricial
P − Pperdas = B'×θ .
– Metodologia de solução
2) Calcula-se a perda total do ramo com o θ e a representa como carga adicional no sistema,
∑
~
Pperdas = × g km × θ km
1 ~2
.
2 ( m∈Ω )
3) Calcula-se a solução do sistema considerando-se as perdas, P − Pperdas = B'×θ .
k
θ km
4) Calculam-se os fluxos nos ramos utilizando-se a solução θ, Pkm = .
xkm
P = B '×θ
1) Desprezando-se as perdas,
Pkm = θ km xkm
Pperdas km = g km × θ km
2) Considerando-se as perdas,
~2
, metade para cada lado do ramo.
P − Pperdas = B'×θ
Exemplo
Calcular o fluxo de potência do sistema da Figura abaixo pelo método linearizado ou dc
considerando-se as perdas.
1 2
P1
~ ~
θ1 = 00 P2 = 40 MW
3
P3 = 80 MW
P = B'×θ ,
Flow sem perdas.
⎣ ⎦ ⎣ ⎦ ⎢⎣θ 3 ⎥⎦
⎡θ 2 ⎤ ⎡32,5 20,0⎤ ⎡ 0,4 ⎤ ⎡− 0,0052⎤
⎢~ ⎥ = ×⎢ ⎥×⎢ ⎥=⎢
~
⎥ rad.
1
⎣⎢θ 3 ⎦⎥ 575 ,0 ⎣20,0 30,0 ⎦ ⎣− 0,8⎦ ⎣− 0,0278⎦
Pperdaskm = g km × θ km
Cálculo das perdas.
~2
,
g12 = = = 4,0 ,
r12 0,05
r122 + 2
x12 0,05 + 0,10 2
2
g13 = = = 5,0 ,
r13 0,04
r132 + 2
x13 0,04 + 0,08 2
2
g 23 = = = 8,0 .
r23 0,025
2
r23 + x23
2
0,025 2 + 0,05 2
Pperdaskm = g km × θ km
Perdas nos ramos:
~2
,
Pperdas12 = g12 × θ 12 = 4,0 × 0,0052 2 = 0,1089 × 10 −3 ,
~2
A perda do ramo é representada nas barras terminais, metade do valor destas perdas para cada lado.
Pperdas12 + Pperdas23 0,108 × 10 −3 + 4,086 × 10 −3
Pperdas2 = = = 2,097 × 10 −3 ,
2 2
Pperdas13 + Pperdas23 3,864 × 10 −3 + 4,086 × 10 −3
Pperdas3 = = = 3,975 × 10 −3 .
2 2
P − Pperdas = B '×θ ,
Solução do sistema com perdas:
θ12
P12 = = 0,052 pu ou 5,2 MW,
~
x12
θ13
P13 = = 0,348 pu ou 34,8 MW,
~
x13
θ 23
P23 = = 0,452 pu ou 45,2 MW.
~
x23
1 5,2 MW 2
P1 = 40 MW
θ2
~
~ ~
θ1 = 0 P2 = 40 MW
34,8 MW 45,2 MW
θ3
3
P3 = 80 MW ~
1 5,47 MW 2 0,2097 MW
P1 = 40,79 MW
~ ~
0,1986 MW θ1 = 0 P2 = 40 MW
35,13 MW 45,26 MW
3
P3 = 80 MW
0,3975 MW
P(t)
2) Determinação da compensação shunt (em derivação) capacitiva necessária para manter a tensão
dentro de limites aceitáveis.
Roda-se fluxo em carga pesada. Verifica-se a existência de barra com tensão abaixo da
recomendável. Determina-se para esta barra a injeção de reativo Qshunt = Bshunt × V 2 . Roda-se
novamente o programa de fluxo de potência, sendo que este reativo é um dado de entrada, para
se conhecer o novo perfil de tensão. A tensão na barra não depende apenas da injeção de
reativo injetado nesta. Outra maneira de se fazer com que a tensão nesta barra aumente é
modelar esta como barra de tensão controlada.
1 2
Q shunt
1 2
~
Qshunt
F – Compensação shunt capacitiva
V1, θ1 V2, θ2
~
P12 ~
~ ~
área Sudeste área Sul
1 2 4
P
– Curva do nariz
Procedimento para se determinar o ponto de colapso de tensão: aumenta-se gradativamente
PL 2 e QL 2 e PL 3 e QL 3 no sistema exemplo até que o programa de fluxo de
potência não convirja. A melhor abordagem é usar o fluxo de potência continuado, baseado em
método predictor-corrector.
1 2
∼
PL2
Q L2
PL3 3
Q L3
Um sistema de energia elétrica tem uma série de dispositivos de controle que influem diretamente
nas condições de operação e, portanto devem ser incluídos na modelagem do sistema para que se possa
simular corretamente seu desempenho. À formulação básica do problema de fluxo de carga devem,
então, ser incorporadas as equações que representam esses dispositivos de controle bem como as
inequações associadas aos limites de operação do sistema.
Entre os controles geralmente representados em programas de fluxo de carga temos:
A referência básica para o texto a seguir é o livro “Fluxo de Carga em Redes de Energia Elétrica ”
de Alcir Monticelli.
– Modos de representação
a) Classificação por tipo de barra (PQ, PV, V θ, etc) e o agrupamento das equações
correspondentes nos subsistemas 1 e 2.
b) Mecanismos de ajuste executados alternadamente com a solução iterativa do Subsistema 1,
ou seja, durante o cálculo de uma iteração as variáveis de controle permanecem inalteradas
e, entre uma iteração e outra, essas variáveis são reajustadas procurando-se fazer que as
variáveis controladas se aproximem cada vez mais dos respectivos valores especificados.
c) Incorporação de equações e variáveis adicionais ao Subsistema 1 ou substituição de
equações e variáveis dependentes desse subsistema por novas equações e/ou variáveis.
– Ajustes alternados
Δu = α Δz = α ( z esp – z cal)
iii) Estimar os valores atuais das variáveis controladas zcal e verificar se os erros Δz já estão
com tolerâncias maiores ou com número de prefixado de iterações);
v) Efetuar mais uma iteração no processo de resolução do Subsistema 1 e voltar ao passo iii.
A convergência desse processo iterativo depende tanto da evolução dos controles quanto da
resolução do Subsistema 1, sendo que, em geral, são os controles que determinam a convergência do
processo como um todo. Deve-se notar, finalmente, que o efeito dos dispositivos de controle e os
limites de operação só devem ser incorporados ao processo iterativo de resolução após ter sido obtida
uma convergência parcial na resolução do Subsistema 1. Com este ato se evita problemas como a
atuação indevida de dispositivos de controle e violações de limites motivados pela escolha de valores
iniciais muito distantes do ponto solução.
Nas barras de geração e nas barras em que são ligados compensadores síncronos, o controle da
magnitude da tensão nodal é feito pelo ajuste da corrente de campo de máquinas síncronas, que podem
operar sobre ou subexcitadas, injetando ou absorvendo reativos da rede de transmissão; o mesmo tipo
de controle pode ser conseguido também pela atuação de dispositivos estáticos.
Em um programa de cálculo de fluxo de carga o controle de tensão é feito da forma descrita a
seguir. Considere uma barra PV na qual V k = V kesp e, inicialmente, Q kmin < Q kcal < Q kmax. Imagine, por
exemplo, que a cada iteração, aumente a injeção de reativos Qkcal necessário para manter a tensão no
valor especificado até que o limite Qkmax seja atingido. A partir daí, a tensão V k tenderá a cair devido à
insuficiência de suporte de potência reativa. Raciocínio análogo vale quando é atingido a limite Q kmin,
caso em que a magnitude de tensão V k tenderá a subir. As injeções de potência reativa nas barras PV
devem, portanto, ser recalculadas ao final da cada iteração utilizando-se os valores atualizados do
estado da rede, para observar se esses valores estão dentro dos limites especificados ou não. Se Qkcal
cair fora dos limites, o tipo da barra é redefinido, passando de PV para PQ, com a injeção de reativos
fixada no limite violado (Qkesp = Q klim). Ao mesmo tempo, a magnitude Vk da tensão da barra é liberada,
PQ), devem ser inseridas na matriz Jacobiana as linhas relativas às derivadas δQ k / δθm e δQ k / δV m, e
passando a ser recalculada a cada iteração. Quando ocorre uma mudança de tipo de barra (de PV para
Em programas de cálculo de fluxo de carga, as magnitudes das tensões das barras PQ são
recalculadas a cada iteração durante o processo de resolução do Subsistema 1. Quando o valor
calculado de Vk cai fora dos limites Vkmin e V kmax, o tipo da barra na qual ocorre a violação é
redefinido, passando de PQ para PV, com magnitude de tensão especificada no limite violado (Vkesp =
V klim). Ao mesmo tempo, a injeção de reativo Qk nessa barra é liberada, passando a ser recalculada a
cada iteração. Considera-se, por exemplo, que a magnitude da tensão seja especificada no valor
mínimo, ou seja, Vkesp = V kmin. Neste caso, na iteração em que ocorre a fixação no limite, o valor
calculado de injeção de reativos na barra será Qkcal = Q kesp + ΔQ k, em que ΔQ k é um valor positivo
V kesp = V kmax, o incremento de ΔQ k na injeção será negativo (Indutor shunt ligado a barra).
(Capacitor shunt ligado a barra). Analogamente, quando a violação ocorre no limite superior, isto é,
(de PQ para PV), devem-se remover da matriz Jacobiana a linha que contém as derivadas δQ k / δθm e
Como decorrência das alterações no Subsistema 1, quando ocorre essa mudança de tipo de barra
A relação de sensibilidade
Δakm = αΔV m
pode ser utilizada na determinação da correção Δakm a ser introduzida na variável de controle akm
objetivando corrigir o erro
ΔV m = V mesp - V mcal
em que V mesp é o valor especificado e Vmcal é o valor calculado na iteração mais recente. Se a barra k,
aproximadamente unitário.
A barra m passa a ser classificada como sendo do tipo PQV, isto é, as variáveis Pm, Q m e V m são
especificadas. Com isso, o Subsistema 1 fica com uma incógnita a menos (Vm), que é então substituída
no vetor de variáveis dependentes pela relação de transformação akm. Esquematicamente, a matriz
Jacobiana passa a ter a seguinte forma geral:
NPQ NPQ
δP δP δP
NPV ∆P ∆θ NPV
δθ δV δa
NPQV = . NPQV
NPQ δQ δQ δQ ∆V NPQ
∆Q
NPQV δθ δV δa ∆a NT = NPQV
onde NPQ é o número de barras PQ; NPV é o número de barras PV; NT é o número de transformadores
com controle automático e tap; e NPQV é o número de barras PQV.
– Transformadores defasadores com controle automático de fase
Esse tipo de transformador pode ser utilizado para regular o fluxo de potência ativa nos ramos onde
são inseridos. Os fluxos de potência através de um defasador puro obedecem ao mesmo tipo de equação
A simulação do controle do fluxo de potência ativa através do defasador pode ser feita utilizando-
se a relação de sensibilidade
Δϕ km = αΔP km
ΔP km = Pkmesp - P kmcal
sendo Pkmesp o valor especificado do fluxo no defasador e Pkmcal o valor calculado na iteração mais
O significado do fator de sensibilidade α pode ser mais bem entendido pela análise do circuito
recente.
equivalente linearizado da figura a seguir, no qual o sistema é reduzido a dois nós terminais do
defasador. O equivalente é caracterizado por dois parâmetros, a reatância equivalente xkmeq e as
injeções equivalentes Pkeq e P meq. Note-se que x kmeq é a reatância equivalente entre os nós k e m,
excluindo-se o defasador. As duas leis de Kirchhoff aplicadas ao circuito da figura resultam em:
x km
ϕ km
P kmeq
Seja ΔP km a alteração provocada no fluxo Pkm pela correção Δϕ km no ângulo do defasador; Assim:
Δϕ km – (x km + x kmeq) ΔP km = 0
α = Δϕ km / ΔP km = x km + x kmeq
Esse fator pode ser interpretado da seguinte maneira. Se, além do defasador, existem caminhos
alternativos de baixa reatância entre os nós k e m, a reatância equivalente x kmeq será pequena, o que
implica um α próximo a x km, ou seja, α será suficiente para produzir uma alteração significativa no
fluxo P km. Por outro lado, se o único caminho entre k e m for pelo próprio defasador (x kmeq = ∞ ) ou, se
os caminhos paralelos apresentarem reatância muito elevadas (xkmeq > x km), então Pkm será insensível,
ou praticamente insensível, às variações de ϕkm.
Da mesma forma que ocorre com os transformadores em-fase, em vez de se efetuarem as correções,
pode-se representar o efeito dos transformadores defasadores redefinindo-se o Subsistema 1. Para cada
defasador, é incluída uma nova equação que relaciona ∆P km com ∆φkm, ou seja, o Subsistema 1 fica
acrescido de uma equação ΔP km=0 e uma incógnita φkm. Esquematicamente, a matriz Jacobiana passa a
ter a seguinte forma geral:
δP δP δP
∆P ∆θ
δθ δV δφ
δQ δQ δQ
∆Q = . ∆V
δθ δV δφ
δPD δPD δPD
ND ∆PD ∆φ ND
δθ δV δφ
Em uma rede interligada é necessário que sejam controlados os intercâmbios de potência ativa
entre as várias áreas que compõem o sistema. Em uma rede com NA áreas são controlados os
intercâmbios de NA–1 áreas, pois o intercâmbio de uma delas fica definido pelas demais. O
intercâmbio líquido de potência ativa de uma área é definido como a soma algébrica dos fluxos nas
linhas e nos transformadores que interligam essa área com as demais (as exportações são consideradas
positivas e as importações, negativas). A cada área do sistema é associada uma barra de folga (slack),
é uma barra do tipo V θ , que serve também como referência angular para o sistema). Com exceção da
sendo que a barra de folga de uma das áreas funciona também como barra de folga do sistema (em geral
barra de folga do sistema, as injeções de potência ativa nas barras de folga das demais áreas são
ajustadas para manter os intercâmbios líquidos dessas áreas nos valores especificados. Note-se que o
controle de intercâmbio regula o intercâmbio total de uma área, ou seja, mantém em um valor
especificado a soma algébrica dos intercâmbios individuais nas linhas e nos transformadores que
interligam a área com o resto do sistema. Se, além do intercâmbio líquido, for necessário o controle do
fluxo de potência ativa em uma ligação especifica, deve-se utilizar um transformador defasador.
Uma maneira de se considerar o controle de intercâmbio entre áreas consiste em intercalarem-se as
correções dadas pela relação de sensibilidade entre duas iterações consecutivas do processo iterativo de
resolução do Subsistema 1. Neste caso temos:
ΔPF i = ΔPI i
em que α = 1; ΔPF i é a correção na geração da barra de folga da área i; e API i é o erro no intercâmbio
liquido da barra i, dado por
sendo PI iesp o valor especificado para o intercâmbio da área i e PIical, o valor calculado na iteração mais
recente.
A representação do controle de intercâmbio entre áreas também pode ser feito por alterações
(barra V θ ), são classificadas como do tipo V (só as magnitudes das tensões nodais são especificadas),
introduzidas no Subsistema 1. As barras de folga das áreas, com exceção da barra de folga do sistema
ou seja, as injeções de potência ativa nessas barras deixam de ser especificadas e as equações dos
resíduos correspondentes (Piesp - P ical = 0) saem do Subsistema 1 e P k passa a ser calculada no
Subsistema 2. No lugar dessa equação é introduzida a equação de intercâmbio da área:
PI iesp - PI ical = 0
NPQ δP δP δP NPQ
∆P ∆θ
NPV δθ δV δ θF NPV
δQ δQ δQ
NPQ ∆Q = . ∆V NPQ
δθ δV δ θF
δPI δPI δPI
NV ∆PI ∆θ F NV = NA - 1
δθ δV δ θF
– Controle de tensão em barras remotas
Esse tipo de controle pode ser executado tanto por transformadores em-fase como por injeção de
reativos. No caso do controle por transformadores automáticos, a única diferença em relação ao que foi
visto é que a barra cuja tensão é controlada não é um dos terminais do transformador. Dessa forma, no
essencial, continuam válidas todas as observações feitas naquela seção.
O controle remoto de magnitude de tensão por injeção de reativos apresenta algumas diferenças em
relação ao caso em que a injeção de reativos é utilizada para controlar a tensão da própria barra. A
barra de controle é classificada como do tipo P, enquanto a barra cuja magnitude de tensão é
controlada, é classificada como do tipo PQV. Uma barra do tipo P é representada no Subsistema 1 por
uma equação (Pkesp – P kcal = 0), uma barra tipo PQV contribui com duas equações (Pkesp – P kcal = 0 e
Q kesp – Q kcal = 0). Por outro lado, a uma barra do tipo P estão associadas duas incógnitas (Vk, θk) do
Subsistema 1 e a uma barra do tipo PQV corresponde uma única incógnita ( θk). Dessa forma, um par
formado por uma barra do tipo P (barra de controle) e uma barra do tipo PQV (barra controlada)
contribuem para o Subsistema 1com três equações e três incógnitas. Esquematicamente, a matriz
Jacobiana passa a ter a seguinte forma geral:
NPQV NPQV
NPQ δP δP NPQ
∆P ∆θ
NPV δθ δV NPV
NP = . NP
NPQV δQ δQ NPQ
∆Q ∆V
NPQ δθ δV NP
A representação de cargas por injeções constantes de potência ativa e reativa nem sempre
corresponde ao comportamento real do sistema. A rigor, a modelagem por injeção de potência constante
só seria inteiramente correta se as magnitudes das tensões nodais das cargas permanecessem iguais aos
respectivos valores nominais. Entretanto, em algumas aplicações do cálculo do fluxo de carga, como é
o caso dos programas de análise de estabilidade transitória, a modelagem das cargas tem efeito direto
sobre os resultados, a modelagem por potência constante (independente da tensão) é, em geral, mais
crítica que a modelagem por admitância constante (a carga varia com o quadrado da magnitude da
tensão). Nesse tipo de aplicação, freqüentemente são observados casos estáveis classificados como
instáveis, simplesmente porque não foram consideradas as variações das cargas com as magnitudes das
tensões.
Um modelo geral para cargas ativas e reativas é dado pelas expressões:
P kesp = (ap + b pV k + cpV k2)P knom
Q kesp = (aq + b qV k + cqV k2)Q knom
em que a + b + c = 1, ou seja, para V k = 1 p.u., as cargas P kesp e Q kesp assumem os valores nominais
P knom e Q knom. Essa alteração na definição das cargas provoca algumas pequenas mudanças na
montagem da matriz Jacobiana, pois agora Pkesp e Q kesp deixam de ser constantes e passam a ser funções
de V k. São afetados os elementos Nkk e Lkk das submatrizes N e L, que, passam a ser dados por:
N kk = - (b p + 2cpV k)P knom + V k-1(P k + V k2G kk)
Lkk = - (b q + 2cqV k)Q knom + V k-1(Q k - V k2Bkk)
em que P k e Qk são os valores calculados em função da estimativa mais recente do estado da rede,
durante o processo iterativo de resolução das equações do fluxo de carga.
Análise de Sistemas de Potência
Capítulo 4
Estabilidade de Sistemas de Potência
4.1 – Introdução
a) Angular
i) Grande perturbação: estabilidade transitória;
ii) Pequena perturbação: estabilidade em regime permanente para carga leve, carga média e
carga pesada ou estabilidade dinâmica, onde se considera o controle de tensão e o controle
de velocidade;
b) Tensão
i) Grande perturbação;
ii) Pequena perturbação.
A estabilidade transitória analisa o ângulo interno da máquina com o tempo. A solução deste estudo
é um gráfico ângulo versus tempo, exemplificado na Figura 4.1. O objetivo deste estudo é o
conhecimento de um conjunto de medidas que façam com que o sistema como um todo permaneça
estável para determinados eventos.
δ(t)
t
Figura 4.1 - Ângulo delta × tempo
100
Análise de Sistemas de Potência
A Figura 4.2 mostra um esquema da máquina síncrona de pólos salientes, onde se pode ver a parte
fixa da máquina ou estator, onde estão colocados os três conjuntos de bobinas onde serão induzidas as
tensões, e a parte móvel ou rotor, o qual é alimentado com corrente contínua.
ωmecânico
a φF
c' b' δ
Campo magnético devido
à circulação de correntes
φE
nas bobinas do estator.
b c
a'
que gera um fluxo magnético estacionário φF. Gira-se o eixo do rotor com o auxílio de uma máquina
Com a maquina desconectada da rede alimenta-se o enrolamento do rotor com corrente contínua, o
motriz e este fluxo magnético, que agora gira, enlaça os enrolamentos do estator, produzindo uma
tensão induzida nestes enrolamentos.
4 ×π × f 2 ×ω
ω mecânico = = ,
p p
δ é o ângulo de carga.
p é o número de pólos da máquina síncrona,
ωmecânico
Tmecânico
Te
criam um campo φE , mostrado na Figura 4.2. Tem-se, portanto a velocidade mecânica e o torque
Se a máquina alimenta uma carga, existe circulação de correntes nas bobinas do estator, as quais
101
Análise de Sistemas de Potência
mantida constante, o ângulo delta aumenta. Se por outro lado a potência elétrica entregue pelo gerador
aumenta, mantida a vazão de água constante, o ângulo delta aumenta. A preocupação deste estudo está
no balanço eletro-mecânico entre a potência mecânica fornecida ao gerador e a potência elétrica gerada.
A Figura 4.4 mostra o circuito equivalente da maquina síncrona em regime permanente.
jXS I&
Considera-se para o estudo de estabilidade transitória (modelo clássico) que a tensão interna da
máquina | E& | é constante. Assume-se com isto que o controle de tensão é rápido.
E × Vt
Pe = × sen(δ ) .
XS
ωmecânico
rotor, ωmecânico
T mecânico
θmecânico
Te Referencial fixo
102
Análise de Sistemas de Potência
d 2θ mecânico
Tmecânico = Te , Ta = 0 , =0,
dt 2
e a velocidade do rotor é ωmecânico, igual a velocidade ωSmecânico, velocidade síncrona do rotor. Quando
Tmecânico é diferente de Te , Ta ≠ 0 e ω mecânico ≠ ω Smecânico .
o referencial agora gira com a velocidade síncrona ωSmecânico, como mostra a Figura 4.6.
Como o interesse é com relação ao desvio da velocidade do rotor em relação à velocidade síncrona,
Referencial fixo
dθ mecânico dδ
= ω Smecânico + mecânico ,
dt dt
d 2θ mecânico d 2δ mecânico
, = (4.2)
dt 2 dt 2
ou seja, a aceleração do rotor em relação ao referencial fixo é a mesma que a aceleração do
deslocamento angular do rotor.
d 2δ mecânico
Ta = Tmecânico − Te = J × Nm. (4.3)
dt 2
d 2δ mecânico
Ta × ω mecânico = Tmecânico × ω mecânico − Te × ω mecânico = J × ω mecânico × .
dt 2
Devido à variedade de potências e tamanhos das máquinas, os fabricantes fornecem os dados das
máquinas com a constante H . Com isto a gama de valores tabelados fica bastante reduzida.
103
Análise de Sistemas de Potência
Define-se a constante H da máquina como a razão entre a energia cinética armazenada no rotor da
máquina na velocidade síncrona e sua potência elétrica trifásica aparente,
H=
Energia _ cinética _ armazenada _ no _ rotor _ na _ velocidade _ síncrona
, MJ/MVA, s
S
× J × ω Smecânico × M × ω Smecânico
1 2 1
H= 2 = 2 s,
S S
2× H × S
M =
ω Smecânico
MJ/rad. Mec (4.5)
2× H × S d 2δ mecânico
Pa = Pmecânico − Pe = ×
ω Smecânico
, (4.6)
dt 2
onde δmecânico é a defasagem angular do rotor em relação ao eixo que gira na velocidade síncrona
ωSm do rotor.
Colocando-se a Equação 4.6 em pu, dividindo-a pela potência aparente nominal da máquina vem:
2× H d 2δ mecânico
Pa = Pmecânico − Pe = ×
ω Smecânico
pu.
dt 2
2× H d 2δ
Pa = Pmecânico − Pe = ×
ωS
pu. (4.7)
dt 2
onde:
A Equação 4.7 é a equação de oscilação da máquina síncrona (swing equation). Ela relaciona uma
perturbação de potência com o desvio do ângulo delta em relação a posição de equilíbrio. A solução da
equação de oscilação fornece o gráfico do ângulo delta em função do tempo. A Figura 4.7 exemplifica
sistema estável e sistema instável.
δ(t) δ(t)
t t
Figura 4.7 - Curvas de oscilação da máquina
104
Análise de Sistemas de Potência
H gerador × S gerador
H na _ base = .
do _ sistema Sbase _ do
sistema
A Figura 4.8 mostra duas máquinas coerentes, pois no evento de uma perturbação estas oscilam
juntas.
δ(t)
G1 ~
δ1 δ2
G2 ~
t
Figura 4.8 - Máquinas coerentes
δ1 = δ 2 = δ .
2 × H1 d 2δ1
G 1: Pmecânico1 − Pe1 = ×
ωS
,
dt 2
2× H2 d 2δ 2
G 2: Pmecânico 2 − Pe 2 = ×
ωS
.
dt 2
2× H d 2δ
Gequivalente : Pmecânico − Pe = × , onde H = H1 + H 2 , Pm = Pmecânico1 + Pmecânico2 e Pe = Pe1 + Pe 2 .
ωS dt 2
105
Análise de Sistemas de Potência
Exemplo 4.1.
G2 : 1.333 MVA, H 2 = 3,27 MJ/MVA, e a potência base do sistema S base = 100 MVA.
onde H é a constante equivalente na base do sistema que é de 100 MVA, o primeiro termo é a
constante H da máquina 1 na base do sistema e o segundo termo é a constante H da máquina 2 na base
do sistema.
δ(t)
δ12
G1 ~ ~ G2
t
2 × H1 d 2δ1
G 1: Pmecânico1 − Pe1 = ×
ωS
,
dt 2
2× H2 d 2δ 2
G 2: Pmecânico 2 − Pe 2 = ×
ωS
.
dt 2
d 2δ12 ⎛P ⎞ ⎛P P ⎞
× = ⎜⎜ mecânico1 − mecânico2 ⎟⎟ − ⎜⎜ e1 − e 2 ⎟⎟ .
ωS
2 P
⎝ H1 H 2 ⎠ ⎝ H1 H 2 ⎠
2
dt
106
Análise de Sistemas de Potência
2 × H12 d 2δ12
× = Pmecânico12 − Pe12 ,
ωS dt 2
H1 × H 2 × H 2 − Pmecânico 2 × H1 P × H 2 − Pe 2 × H1
onde:
H12 = , Pmecânico12 = mecânico1 e Pe12 = e1
P
H1 + H 2 H1 + H 2 H1 + H 2
.
δ12
t
Figura 4.10 - Solução com máquinas não coerentes
Exemplo 4.2.
G 1 é gerador síncrono e G 2 motor síncrono, conectados por rede puramente reativa.
Desprezando-se as perdas vem:
2 × H12 d 2δ12
× = Pmecânico − Pe .
ωS dt 2
Esta equação reúne o modelo do balanço eletromecânico, equação de oscilação, com o modelo
elétrico do sistema, que são as equações do fluxo de potência, ou seja,
2× H d 2δ
× = Pmecânico − Pe .
ωS dt 2
Hipóteses:
107
Análise de Sistemas de Potência
jx'd
Vt ∠α
E∠δ ∼
Seja gerador ligado ao sistema e este ligado a outro gerador como mostrado na Figura 4.12(a).
1 jx'd1 2 jx'd2
E&1 ~ ~ E& 2
Sistema
(a)
E1∠δ1 E2∠δ2
1 Sistema com 2
~ x'd das ~
máquinas
(b)
As tensões nas barras 1 e 2 são as de interesse, pois guardam o ângulo delta da tensão interna. A
rede, sistema acrescido com x'd , mostrado na Figura 4.12(b), é representada pela matriz admitância de
barra,
⎡Y Y ⎤
YBARRA = ⎢ 11 12 ⎥ .
⎣Y21 Y22 ⎦
Pela equação do fluxo de potência,
m =1
que para a barra 1 fica,
Substituindo-se nesta equação Y12 = G12 + jB12 = Y12 × cos(θ12 ) + j Y12 × sen(θ12 ) vem:
108
Análise de Sistemas de Potência
P1
Pconstante + Pmáximo
Pconstante
γ 12 γ 12+π /2 δ12
P1
Pmáximo
π /2 δ12
E& a = 1,0∠0 0
a
j0,10 j0,40
G1 G2
Pe j0,40
Figura 4.15 - Sistema do Exemplo 4.3 onde a barra a é uma barra infinita
x'd = 0,20; Pe = 1,0 pu, logo Pmecânico = 1,0 pu; Vt = 1,0 pu (tensão terminal do gerador); H = 5
MJ/MVA ou 5 s.
109
Análise de Sistemas de Potência
a ≡ 2
j0,40
j0,20 j0,10
1
E1 × Ea
Pe(1a )( regime _ permanente) = × sen(δ 12 ) ,
& &
x1(aregime _ permanente)
x1(aregime _ permanente) = j 0,2 + j 0,1 + j 0,4 // j 0,4 = j 0,5 .
V × Va
Potência elétrica transmitida entre as barras t e a .
Pe(ta )( regime _ permanente) = ( regimet_ permanente )
× sen(δ t ) .
xta
xta( regime _ permanente) = j 0,1 + j 0,4 // j 0,4 = j 0,3 .
1,0 × 1,0
Substituindo-se valores vem:
Pe(ta )( regime _ permanente) = 1,0 = × sen(α ) → sen(α ) = 0,3 ⇒ α = 17,460 .
0,3
1,05 × 1,0
Pe(1a )( regime _ permanente) = × sen(δ ) ⇒ Pe(1a )( regime _ permanente) = 2,10 × sen(δ ) .
0,5
A Figura 4.17 mostra o diagrama de impedâncias do sistema da Figura 4.15 quando submetido
a curto trifásico no centro de uma das linhas de transmissão.
a ≡ 2
j0,40
j0,20 j0,10
1
E&1 E& a = 1,0 ∠ 0 0
j0,20 j0,20
G1 G2
E1 × Ea
Pe(1a )( falta ) = × sen(δ1 ) .
x1(afalta )
110
Análise de Sistemas de Potência
Método para resolver a rede: determinar Y BARRA, no caso de dimensão 3 e depois reduzi-la para a
dimensão igual ao número de geradores. A Figura 4.18 mostra a rede redesenhada com a falta, as barras
renumeradas e agora com as admitâncias dos elementos.
– j2,5
– j3,33
1 2
G1 G2
– j5,0 – j5,0
⎡− j 3,33
Utilizando-se o algoritmo de construção da matriz Y BARRA vem:
j 3,33 ⎤
YBARRA = ⎢⎢ 0,00 j 2,50 ⎥⎥ .
0,00
− j 7,50
⎢⎣ j 3,33 j 2,50 − j10,83⎥⎦
j 3,33 × j 3,33
Y '11 = − j 3,33 − = − j 2,308 ,
− j10,83
j 3,33 × j 2,50
Y '12 = Y '21 = 0,00 − = j 0,769 ,
− j10,83
j 2,50 × j 2,5
Y '22 = − j 7,50 − = − j 6,923 .
− j10,83
⎡− j 2,308 j 0,769 ⎤
Y 'BARRA = ⎢ ⎥.
⎣ j 0,769 − j 6,923⎦
x12 = = 1,300 .
1
− j 0,769
1,05 × 1,0
Pe(1a )( falta ) = × sen(δ ) ⇒ Pe(1a )( falta ) = 0,808 × sen(δ ) , onde as duas tensões são constantes.
1,300
A Figura 4.19 mostra o diagrama de impedâncias do sistema da Figura 4.15 com a linha sob
falta removida.
1
j0,20 j0,10 j0,40 a ≡ 2
Figura 4.19 - Diagrama de impedâncias do sistema da Figura 4.15 com a linha sob falta removida
E1 × V2 1,05 × 1,0
Pe(1a )( pós _ falta ) = ( pós _ falta )
× sen(δ ) = × sen(δ ) ⇒ Pe(1a )( pós _ falta ) = 1,5 × sen(δ ) ,
x12 0,70
onde as duas tensões são constantes.
111
Análise de Sistemas de Potência
1. Antes da falta
10,0 d 2δ
× = 1,0 − 2,1× sen(δ ) .
377,0 dt 2
2. Durante a falta
10,0 d 2δ
× = 1,0 − 0,808 × sen(δ ) .
377,0 dt 2
3. Após a falta
10,0 d 2δ
× = 1,0 − 1,5 × sen(δ ) .
377,0 dt 2
A Figura 4.20 resume as três curvas obtidas, potência elétrica versus ângulo, e o ponto de operação
antes da falta.
Pe
2,10 curva pré falta, 2 linhas
curva pós falta, 1 linha
1,50 curva em falta, 2 linhas+falta
Pmecânico = 1,0
0,808
δ0 δ
Figura 4.20 - Figura com os casos a, b, c estudados
O sistema exemplo da Figura 4.15 opera em regime permanente no ponto a mostrado na Figura
4.21. Em t = 0 ocorre curto-circuito trifásico temporário nos terminais do gerador com potência elétrica
transmitida é igual a zero ( Pe = 0,0), a máquina acelera e o ângulo delta aumenta. Quando t = tcrítico e δ
transmitida igual a zero e a máquina passa a operar no ponto b . Durante o curto a potência elétrica
= δcrítico o curto é eliminado, ficando o sistema com a mesma configuração inicial. A máquina volta a
operar na senóide, no ponto d , e começa a frear pois Pe > Pmecânico , porém devido a inércia do rotor o
ângulo delta continua a aumentar. No caso do sistema ser estável para esta perturbação e para este
δmáximo . Neste caso (estável) a máquina desacelera, porém não fica no ponto de operação a devido a
tempo de limpeza da falta, o ponto e, para o qual a velocidade do rotor é a síncrona, não pode passar de
inércia do rotor, indo então até o ponto f, onde a velocidade é a síncrona. Novamente a máquina acelera
e continua a oscilar até se estabilizar no ponto a , pois a configuração do sistema é a mesma antes da
falta e após a eliminação da falta.
ωR0
ωR0
Pe
Pmáximo d e
Pmecânico a
b c δ
δ0 δcrítico δ2 δmáximo = π – δ0
ωR0
f
Figura 4.21 - Oscilação da máquina para falta trifásica e potência elétrica transmitida nula
A Tabela 4.1 resume o balanço de potência em cada um dos pontos de interesse da curva potência-
ângulo da Figura 4.21.
112
Análise de Sistemas de Potência
d 2δ dt 2
Ponto de Balanço de Aceleração Velocidade
operação potência angular
= 0 ωS
> ωS
a Pe Pmecânico
< +
> ωS
b→c Pe Pmecânico
> –
ωS
d→e Pe Pmecânico
> –
< ωS
e Pe Pmecânico
> –
< ωS
e→a Pe Pmecânico
< +
ωS
a→f Pe Pmecânico
f Pe < Pmecânico +
A1 > A2 → instável.
Critério das áreas iguais: A1 acelera e A2 freia.
O critério das áreas iguais é usado para analisar a estabilidade transitória de uma máquina contra
uma barra infinita ou para examinar a estabilidade transitória de duas máquinas, sem a necessidade de
solucionar a equação de oscilação. A seguir conceitos para esta análise.
A3 = A4, onde a área vai até o eixo Pmecânico. A máquina não pode passar, na parte descendente da
curva, da potência mecânica.
ωR0
Pe
Pmáximo
Pmecânico A2
A1 δ
δ0 δcrítico δ2 δmáximo = π – δ0
ω é a velocidade do rotor,
ω S é a velocidade síncrona, então
ω R = ω − ω S = dδ dt . Multiplicando-se o membro da esquerda da equação swing por ω R e o
membro da direita por dδ dt e lembrando-se que d 2δ dt 2 = dω R dt vem:
dω R dδ
× 2 ×ωR × = (Pmecânico − Pe ) ×
ωS
H
,
dt dt
× dω R2 = (Pmecânico − Pe )dδ ,
ωS
H
113
Análise de Sistemas de Potência
∫ ∫ (P
ω R2 δ2
× dω R2 = − Pe )dδ ,
ωS
H
mecânico
ω R0 δ0
( ) ∫ (P
δ2
× ω R2 2 − ω R2 0 = − Pe )dδ .
ωS
H
mecânico
δ 0
Considerando-se que tanto no ponto δ0 quanto no ponto δ2 a velocidade do rotor é a síncrona, isto
é, ω = ωS, ωR0 = ωR2 = 0,
∫ (P
δ2
mecânico − Pe )dδ = 0 ,
δ0
que resume o critério das áreas iguais, que pode ser aplicado a quaisquer dois pontos em que a
velocidade do rotor é a velocidade síncrona.
∫ (P ∫ (P
Integrando-se a equação acima vem:
δ crítico δ2
∫ (P ∫ (P − P
δ crítico δ2
a potência elétrica é assumida zero, pois a falta é na barra do gerador. A Figura 4.23 mostra as
áreas A1 e A2.
4.10.2 – Ângulo crítico de eliminação da falta para potência elétrica nula transmitida durante a falta
Pe
Pmáximo
Pmecânico A2
A1 δ
δ0 δcrítico δmáximo = π – δ0
∫ (P
δ crítico
A1 = mecânico − Pe )dδ = Pmecânico × δ crítico − Pmecânico × δ 0 , pois a potência elétrica transmitida
δ0
durante a falta é zero.
114
Análise de Sistemas de Potência
Igualando-se A1 e A2 vem:
cos(δ crítico ) = mecânico × (δ máximo − δ 0 ) + cos(δ máximo ) .
P
Pmáximo
Sabendo-se que δ máximo = π − δ 0 e cos(δ máximo ) = − cos(δ 0 ) vem:
Pmecânico = Pe δ0 = Pmáximo × sen(δ 0 ) ,
cos(δ crítico ) = sen(δ 0 ) × (π − 2 × δ 0 ) − cos(δ 0 ) . Tirando-se o valor de δ crítico vem:
A fórmula de δ crítico , para potência elétrica transmitida igual a zero durante a falta, só depende de
δ 0 , logo a estabilidade do sistema só depende do ponto de operação.
Este tempo está associado ao ângulo δ crítico . Para o período de aceleração A1 vem:
ωS
d 2δ
= (Pmecânico − Pe ) = ω S × Pmecânico , pois a potência elétrica transmitida durante a falta é
dt 2 2 × H 2× H
∫
zero, e a velocidade relativa do rotor é:
dδ ω S × Pmecânico ω ×P
= ωR = dt = S mecânico × t ,
t
dt 2× H 2× H
∫ ∫
0
ω S × Pmecânico × t ω S × Pmecânico × t 2
δ = ω R dt = dt = + δ 0 , pois em t = 0 o ângulo é δ 0 .
t t
2× H 4× H
0 0
tcrítico =
ω S × Pmecânico
a potência elétrica transmitida durante o defeito é zero.
Se o tempo de eliminação do defeito (tabertura) for maior que o tempo crítico (tcrítico) o sistema será
instável.
Exemplo 4.4.
E& a = 1,0∠00
j0,10 j0,40
G1 G2
j0,40
Do exemplo anterior Pe = 2,10 × sen(δ ) = 1,0 pu → δ 0 = 28,440 = 0,496 radianos. Por substituição
direta da fórmula determina-se o ângulo crítico, δ crítico = cos −1{sen(δ 0 ) × (π − 2 × δ 0 ) − cos(δ 0 )},
δ crítico = 1,426 radianos ou δ crítico = 81,72 0 , mostrado na Figura 4.25.
115
Análise de Sistemas de Potência
Pe
Pmecânico =
=
δ0 δcrítico δmáximo δ
Figura 4.25 - Curva potência ângulo do sistema exemplo antes da falta
(1,426 − 0,496) × 20
tcrítico = = 0,22 segundos, ou 13 ciclos.
377,0 × 1,0
A falta ocorre quando a máquina opera em regime permanente com ângulo δ0. Na ocorrência do
máquina oscila e após algum tempo tem como ponto de repouso o ângulo δ1 pois neste ponto Pe
curto esta passa a operar na curva inferior, pois a linha em falta foi aberta instantaneamente. A
= Pmecânico. Quando em δ1 a linha é religada e a máquina volta a operar na curva superior. Esta
oscila até repousar em δ0. A Figura 4.26 mostra o exposto.
Pe 2 linhas
1 linha
Pmecânico =
=
δ0 δ1 δcrítico δmáximo δ
A máquina opera em regime permanente em δ0. Quando ocorre o curto-circuito trifásico, esta
ocorre o religamento da linha.
passa a operar na curva inferior e acelera. Quando em δcrítico a linha é aberta e a máquina passa
a operar na curva do meio. Devido a inércia do rotor o ângulo δ continua a abrir (aumentar) e,
quando em δt a linha é religada com sucesso e a máquina passa a operar na curva superior. A
Figura 4.27 mostra o exposto.
Pe
2 linhas
1 linha
Pmecânico = 1,0 2 linhas+falta
δ0 δ1 δcrítico δt δmáximo δ
116
Análise de Sistemas de Potência
4.10.5 – Ângulo crítico de eliminação da falta com transmissão de potência elétrica diferente de
zero durante a falta
A Figura 4.28 mostra o sistema a ser estudado e a Figura 4.29 mostra as três diferentes curvas
potência-ângulo.
E& a = 1,0∠00
G1 G2
Pe 2 linhas
1 linha
2 linhas+falta
Pmecânico
δ0 δ1 δcrítico δmáximo δ
O sistema da Figura 4.28 opera em regime permanente com o ângulo interno da máquina δ 0 e com
Pmecânico = Pe quando ocorre curto-circuito trifásico no centro da linha inferior. A máquina passa então a
operar na curva inferior da Figura 4.29 e acelera. A limpeza da falta acontece em δcrítico com a abertura
delta continua a abrir (aumentar). A limpeza da falta tem que ser tal que A1 ≤ A2.
da linha em falta, e a máquina passa a operar na curva do meio. Devido a inércia do rotor o ângulo
∫ (P )dδ , ∫ (P )
δ crítico δ máximo
A1 = mecânico − Pe( falta ) A2 = e
( pós _ falta )
− Pmecânico dδ .
δ 0 δ crítico
r1 = r2 =
( falta ) ( pós _ falta )
Pmáximo Pmáximo
Pmáximo Pmáximo
, .
∫ (P
δ crítico
A1 = mecânico − r1 × Pmáximo × sen(δ ) )dδ = Pmecânico × (δ crítico − δ 0 ) − r1 × Pmáximo × (− cos(δ )]δδ crítico
δ
0
117
Análise de Sistemas de Potência
∫ (r × P
δ máximo
A2 = 2 máximo × sen(δ ) − Pmecânico )dδ = r2 × Pmáximo × (− cos(δ )]δδ máximo − Pmecânico × (δ ]δδ máximo ,
δ
crítico crítico
A2 = Pmecânico × δ crítico − Pmecânico × δ máximo + r2 × Pmáximo × cos(δ crítico ) − r2 × Pmáximo × cos(δ máximo ) .
crítico
cos(δ crítico ) =
Pmáximo
r2 − r1
,
Não existe fórmula analítica para a determinação do tempo crítico se a potência elétrica for
diferente de zero durante a falta.
Exemplo 4.5:
Calcular o ângulo crítico de limpeza da falta trifásica do sistema da Figura 4.30 cujos dados são os
mesmos dos mostrados na Figura 4.15.
E& a = 1,0∠00
G1 G2
r2 = , r1 =
1,50 0,808
2,10 2,10
118
Análise de Sistemas de Potência
× (2,41 − 0,4963)
substituindo valores vem:
⎧ 1,0 ⎫
⎪ × cos(2,41) − × cos(0,4963) ⎪
1,5 0,808
⎪ ⎪
δ crítico = cos −1 ⎨ + ⎬.
2,10 2 ,10 2,10
⎪ − − ⎪
⎩⎪ ⎭⎪
1 ,5 0 ,808 1 ,5 0 ,808
2,10 2,10 2,10 2,10
δ crítico = 1,44 rad = 82,76 0 . Quando a potência transmitida foi zero, o ângulo foi de 81,690.
mecânica fornecida ao gerador, existem dois pontos de operação possíveis, δ0 e (π – δ0). O objetivo é
da máquina. A Figura 4.31 mostra a curva potência-ângulo de uma máquina. Conhecendo-se a potência
identificar quais destes pontos são aceitáveis. Um ponto de operação é aceitável se quando neste ponto
de operação a máquina não perde o sincronismo para pequenas alterações da potência elétrica de saída
da máquina.
Pe
Pmecânico
δ0 π – δ0 δ
Figura 4.31 - Pontos de operação possível
O primeiro termo da potência elétrica é aquela da condição inicial, idêntica à potência mecânica, e
119
Análise de Sistemas de Potência
Pe SP > 0
SP < 0
Pmecânico
δ0 π – δ0 δ
Como δ0 é constante,
d 2 (Δδ ) ω S × S P
+ × Δδ = 0 , que é uma equação diferencial homogênea de segunda ordem cuja
dt 2 2× H
ω × SP
solução depende do sinal de S P. Resolvendo-se esta equação pelo polinômio característico vem:
S2 + S =0,
2× H
− ωS × SP
S12 = ±
2× H
.
ωS × SP
Se S P > 0, S12 = ± j
2× H
, que corresponde a movimento oscilatório de amplitude constante.
ωS × SP
Se S P < 0, S12 = ±
2× H
, que corresponde a uma exponencial crescente e uma exponencial
Δδ (t ) = A × e S1 ×t + B × e S 2 ×t .
Solução geral no domínio do tempo.
ωS × SP
Seja ω n2 =
2× H
.
Se S P > 0, Δδ (t ) = A × e − jω n ×t + B × e jω n ×t .
δ
δ0
t
Figura 4.32 - Solução para S P positivo
Se S P < 0, Δδ (t ) = A × e −ω n ×t + B × eω n ×t .
120
Análise de Sistemas de Potência
δ0
Pe
Pe(0) + ΔPe
Pe( 0) = Pmecânico
δ0
• no ponto de operação δ0, o aumento do ângulo de carga (δ0 + Δδ) implica em um aumento em
Pe ( Pe( 0) + ΔPe ). Conseqüentemente, como Pe > Pmecânico, a máquina freia, tendendo a retornar ao
ωS × SP
ωn =
2× H
[radianos elétricos/segundo].
ωS × SP
fn = ×
2 ×π
1
2× H
[Hz].
121
Análise de Sistemas de Potência
Exemplo 4.6
δ 0 = 28,440 , H = 5 MJ/MVA, 60 Hz, sendo Pe = 2,10 × sen(δ ) . Determinar a freqüência angular natural
O sistema da Figura 4.35 está na condição normal de operação em regime permanente, com
de oscilação ω n da máquina sabendo-se que esta sofreu um pequeno distúrbio elétrico temporário.
Determinar também a freqüência natural de oscilação fn.
E& a = 1,0∠00
G1 G2
Pe
Pmecânico
δ0 δ
Figura 4.36 – Curva de Ângulo de Potência
122
Análise de Sistemas de Potência
1) A condição pré falta é obtida da solução do fluxo de potência, que fornece V, θ, P, Q em cada
barra.
2) Calcular, a partir da solução do fluxo de potência em cada barra, a tensão interna das máquinas,
ou seja, determinar E& como exemplificado na Figura 4.37.
k
I&
k V∠θ = V&t
V∠θ = V&t ⇒
P x'd
Q
E&
V ∠θ
m
V∠θ
m
P + jQ ⇒ y
P − jQ
y= ou y =
I&
.
V
2
V&
(aumentada )
YBARRA
x'd1
YBARRA
x'd2 y2 y1
E&1 E& 2
(aumentada )
5) Redução da matriz YBARRA à dimensão do número de geradores (n).
123
Análise de Sistemas de Potência
A matriz resultante é a matriz admitância de barra pré falta em regime permanente, isto é,
( reduzida )
YBARRA = YBARRA
( pré _ falta )
1 2
(reduzida )
YBARRA
E&1 E& 2
(aumentada )
6) Modificação da matriz YBARRA para representar as condições de falta e redução à dimensão
do número de geradores.
( reduzida _ de _ falta )
YBARRA , load flow de falta.
(aumentada )
7) Modificação da matriz YBARRA para representar as condições pós falta e redução à dimensão
do número de geradores.
( reduzida _ pós _ falta )
YBARRA , load flow pós falta.
• Condição de falta
2× H d 2δ i
Pmecânicoi − Pei = × , i = 1, n, onde Pmecânicoi = Pei( pré _ falta ) , calculado no fluxo de
ωS dt 2
potência.
δ0
falta
eliminada
2× H d 2δ i
Pmecânicoi − Pei( pós _ falta ) = ×
ωS
, i = 1, n.
dt 2
Usa-se agora o método de integração do tempo de eliminação da falta até o tempo final de
124
Análise de Sistemas de Potência
para sistema de três máquinas. Os gráficos são em relação a uma máquina de referência, normalmente a
máquina 1.
δ(t)
δ02
δ01
δ03
t1 t
Notar que se o tempo final de simulação for t1, haverá a falsa interpretação de que a máquina 2 é
instável.
125
Análise de Sistemas de Potência
Capítulo 5
Operação Econômica de Sistemas de Potência
5.1 – Introdução
•
•
Plurianuais (5 a 10 anos);
•
Anuais;
•
Mensais;
•
Diárias;
•
Horárias (despacho na próxima hora);
Instantâneo (despacho econômico).
•
•
Econômico (custo da geração);
•
Capacidade do sistema de transmissão;
Segurança (confiabilidade do suprimento, mínimo risco de falta de energia elétrica).
2) Unidades nucleares;
a) O custo de operação é praticamente constante para qualquer potência gerada, pois a maior
parte do custo é para a manutenção, e é muito elevado;
b) Usadas como usinas de base.
3) Unidades hidrelétricas.
a) O custo de operação é praticamente zero, pois só depende do custo de manutenção;
b) Decisões operativas (quanto despachar na máquina) possuem acoplamento temporal, isto é,
decisão tomada agora influi em decisão futura. A previsão da vazão dos rios é feita por
séries históricas;
c) Usinas em cascata;
d) Afluência de rios;
e) Grandes reservatórios (regulação plurianual).
A programação da geração é mais simples em sistemas térmicos, pois o combustível pode ser
estocado, ao contrário dos sistemas hidráulicos, que têm o combustível previsto.
126
Análise de Sistemas de Potência
b) Despacho econômico.
i) Decidir qual a melhor (custo mínimo) repartição de carga para as unidades 'on-line',
ii) Levar em consideração as perdas do sistema de transmissão e outras restrições operativas
(segurança, confiabilidade etc).
potência
combustível caldeira turbina elétrica
H: vazão em gerador
Btu/hora
A turbina consome H Btu/hora ou serviços
tem um custo C em $/hora. auxiliares
Existe relação entre a vazão de combustível H e a potência elétrica de saída Pe . A Figura 5.2 mostra
a curva entrada-saída ou 'Heat-rate characteristic'.
H ou C
Pe
Figura 5.2 - Curva típica entrada-saída de uma turbina
127
Análise de Sistemas de Potência
Como a curva varia incrementalmente, qual a relação ΔP × ΔC , ou seja, qual a curva de custo
incremental. A Figura 5.3 mostra a curva de custo incremental referente à Figura 5.2.
ΔC
ΔP
($/MWh)
linear para o
intervalo
válido
A Figura 5.4 mostra um sistema formado por duas unidades geradoras diretamente ligadas à carga.
P1 ~
PD
P2 ~
Figura 5.4 - Sistema sem perdas na transmissão
A Figura 5.5 mostra a função objetivo e a função restrição em três dimensões e também em
projeção vista de C.
C PD/2 PD
P1
–∇h
PD/2 ∇h
∇f
PD
PD PD
P2
P2 P1
128
Análise de Sistemas de Potência
⎡ ∂f ⎤
Definição do gradiente da função vetorial f:
⎢ ∂x ⎥
⎢ 1⎥
∇f = ⎢ M ⎥ .
⎢ ∂f ⎥
⎢ ∂xn ⎥
⎣ ⎦
No ponto ótimo (mínimo) a curva de nível da função objetivo é tangente à curva da função
No ponto ótimo o gradiente da função objetivo ∇f está alinhado com a função restrição ∇h
restrição.
(mesma direção), logo são linearmente dependentes, logo ∇f − λ × ∇h = 0 , que é a expressão que rege o
processo de otimização. λ é conhecido como multiplicador de Lagrange.
L = f −λ×h
a) Construir a função (objetivo ou custo) aumentada ou Lagrangeano.
∇L = 0
Interpretação da solução para o caso dos dois geradores.
⎡ ∂L ⎤ ⎡0⎤
⎢ ∂P ⎥ ⎢ ⎥
⎢ 1⎥ ⎢ ⎥
∂L ⎥
∇L = ⎢ = ⎢0⎥ , onde cada termo do gradiente do lagrangeano deve ser zero.
⎢ ∂P2 ⎥ ⎢ ⎥
⎢ ∂L ⎥ ⎢ ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎣⎢ ∂λ ⎦⎥ ⎣ ⎦
0
∂L
= 2 × P1 − λ = 0 ,
∂P1
∂L
= 2 × P2 − λ = 0 ,
∂P2
= −(P1 + P2 − PD ) = 0 .
∂L
∂λ
129
Análise de Sistemas de Potência
P1 = λ 2 ,
Resolvendo-se o sistema acima vem:
P2 = λ 2 ,
λ = PD .
Solução: P1 = P2 = PD 2 = λ / 2 .
L = C1 + C2 − λ × (P1 + P2 − PD ) ,
Caso geral:
∂L dC1
= −λ → λ = 1 ,
dC
∂P1 dP1 dP1
∂L dC2
= −λ → λ =
dC2
∂P2 dP2
,
dP2
= −(P1 + P2 − PD ) = 0, h = 0 .
∂L
∂λ
Conclusão:
incrementais dos geradores sejam iguais a um valor λ, que por sua vez pode ser calculado pelo método
A condição necessária para que um ponto de operação seja de custo mínimo é que os custos
dC1 dC2
dP1 dP2
P1 P2
P̂1 P̂2
Exemplo 5.1.
A Figura 5.7 mostra dois geradores que alimentam carga de 500,0 MW no próprio barramento do
gerador. Determinar o custo total mínimo de geração CT( mínimo) .
P1 ~
PD = 500 MW
P2 ~
Figura 5.7 - Sistema sem perdas na transmissão
130
Análise de Sistemas de Potência
f = C1 + C2 ,
Solução:
h = P1 + P2 − PD = P1 + P2 − 500,0 ,
L = f − λ × h → ∇L = 0,0 é a solução procurada.
∂L
= 7,0 + 0,004 × P1 − λ = 0,0 → 0,004 × P1 − λ = −7,0 ,
∂P1
∂L
= 8,0 + 0,006 × P2 − λ = 0,0 → 0,006 × P2 − λ = −8,0 ,
∂P2
∂L
= P1 + P2 − 500,0 = 0,0 → P1 + P2 = 500,0 .
∂λ
1 ⎢
× − 1,0 − 0,004 ⎥⎥ × ⎢⎢ − 8,0 ⎥⎥ = ⎢⎢ P2 ⎥⎥ ou ainda
0,01 ⎢
1,0
⎢⎣0,006 0,004 0,000024⎥⎦ ⎢⎣500,0⎥⎦ ⎢⎣ λ ⎥⎦
A solução do sistema é:
P1 = 400,0 MW,
P2 = 100,0 MW,
λ = 8,6 $/MWh.
CT( mínimo ) = 400,0 + 7,0 × P1 + 0,002 × P12 + 400,0 + 8,0 × P2 + 0,003 × P22 = 4.750,00 $/h.
•
•
Capacidade da máquina;
•
Perdas na transmissão;
Capacidade da transmissão.
Se a otimização envolver perda reativa, o problema fica não linear. Será, portanto necessário usar
um programa de fluxo de potência ótimo, que consiste em rodar um load flow sujeito a restrições, como
mínima perda nas linhas e mínimo custo de geração.
131
Análise de Sistemas de Potência
A Figura 5.8 mostra um sistema com n geradores que alimenta carga. Não existe perda nem
restrição na capacidade das máquinas.
P1 ~
P2 ~
PD
M
Pn ~
Figura 5.8 - Sistema com n geradores sem perdas na transmissão
= =K= = λ . A Figura 5.9 mostra a solução ótima, onde Pˆ1 + Pˆ2 + K + Pˆn = PD .
dC1 dC2 dCn
dP1 dP2 dPn
Figura 5.9 - Ponto de operação de mínimo custo para sistema com n geradores
Entende-se por limite na capacidade de geração se pelo menos uma das máquinas não puder atender
à geração para ela especificada. Seja o sistema da Figura 5.10.
P1 ~
P2 ~
PD
M
Pn ~
Figura 5.10 - Sistema sem perdas com limite de geração em cada máquina
132
Análise de Sistemas de Potência
∑
⎧
⎪ Pi − PD = 0
n
⎪
⎪ i =1
h = ⎨ P1( mínimo ) ≤ P1 ≤ P1( máximo) , 2 × n restrições de desigualdade.
⎪
⎪ LLLLLLLLL
⎪⎩ Pn( mínimo ) ≤ Pn ≤ Pn( máximo)
Não se pode usar o multiplicador de Lagrange com esta formulação, pois este só funciona para
igualdade nas equações de restrição.
Estratégia de solução
onde si21 e si22 são positivos e são chamadas de variáveis de folga. O problema fica agora com 3 × n
variáveis e pode-se usar o método dos multiplicadores de Lagrange.
Noção intuitiva. Rodar o problema sem se considerar as restrições. Se pelo menos um gerador
ultrapassar o limite, estes têm a geração fixada no limite. Os demais geradores são despachados
obedecendo a regra dos custos incrementais iguais. Pode-se também ajustar máquina a máquina. A
Figura 5.11 mostra solução encontrada que não atende restrição das três máquinas.
λ
dP1 dP2 dP3
P1( mínimo) P̂1 P1( máximo) P2( mínimo) P̂2 P2( máximo) P3( mínimo ) P̂3 P3( máximo)
Figura 5.11 - Sistema de três máquinas em que a solução não atende às restrições
133
Análise de Sistemas de Potência
Exemplo 5.2
= 0,008 × P1 + 8,0 = λ ,
dC1
dP1
= 0,0096 × P2 + 6,4 = λ ,
dC2
dP2
A solução é:
λ = 8,3636 $/MWh,
P1 = 45,4545 MW: passou do limite inferior que é de 100,0 MW → P1 = 100,0 MW,
P2 = 204,5455 MW: deve ser ajustado para P2 = 250,0 – 100,0 → P2 = 150,0 MW por causa do
limite de P1.
134
Análise de Sistemas de Potência
dC1 dC2
dP1 dP2
λ=13,0
λ=12,4
λ=8,80
λ=8,36
λ=8,00
λ=7,84
λ=7,36
λ=6,40
Ctotal = ∫ ∫
dP1 + dP2 =∫ (0,008 × P1 + 8,0)dP1 + ∫ (0,0096 × P + 6,4)dP ,
P1 P2 100 150
dC1 dC2
+ 6,4 × P2
2 100 2 150
Ctotal 0 ,
Ctotal = 40,0 + 800,0 + 108,0 + 960,0 = 1.908,00 $/h.
1 10 2
= =λ,
dC1 dC2
dP1 dP2
= 0,008 × P1 + 8,0 = λ ,
dC1
dP1
= 0,0096 × P2 + 6,4 = λ ,
dC2
dP2
135
Análise de Sistemas de Potência
A solução é:
λ = 12,77 $/MWh,
P2 = 659,03 MW passou do limite superior que é de 625,0 → P2 = 625,0 MW,
P1 = 590,96 MW deve ser ajustado para P1 = 1.250,0 – 625,0 → P1 = 625,0 MW,
P1 = 625,0 MW → λ1 = 0,008 × 625,0 + 8,0 = 13,0 $/MWh,
P2 = 625,0 MW → λ2 = 0,0096 × 625,0 + 6,4 = 12,4 $/MWh.
136
Análise de Sistemas de Potência
Seja a Figura 5.13 onde o gerador G1 está diretamente ligado na barra de carga e o gerador G2 está
∑ C ( P ) , sujeito à restrição: ∑ P − P
ligado na barra de carga por linha de transmissão.
i =1
i i i D
G1 ~
PD
G2 ~
PL
Figura 5.13 - Despacho ótimo em sistema com perdas
r1 r2
P1 ~ ~ P2
I&1 I&2
I&3 r3
PL
PL = r1 × I&1 × I&1* + r2 × I&2 × I&2* + r3 × I&3 × I&3* , I&3 = I&1 + I&2 , I&3* = I&1* + I&2* .
( )
PL = r1 × I&1 × I&1* + r2 × I&2 × I&2* + r3 × ( I&1 + I&2 ) × ( I1* + I 2* ) ,
( )
PL = r1 × I12 + r2 × I 22 + r3 × I&1 × I&1* + I&2 × I&2* + I&1 × I&2* + I&2 × I&1* ,
P = (r + r )× I 2 + (r + r )× I 2 + r × I& × I&* + I& × I * .
L 1 3 1 2 3 2 3 1 2 2 1
I&1 × I&2* + I&2 × I1* = 2 × I1 × I 2 × cos(α12 ) , onde α12 é a diferença entre os ângulos dos fasores I&1 e I&2 .
P = V × I × cos(θ ) ⇒ I =
V × cos(θ )
P
.
(r + r )× P 2 (r + r )× P 2
Substituindo-se valores na equação de PL vem:
PL = 21 3 2 1 + 22 3 2 2 + 2 × r3 × cos(α12 ) × ×
V1 × cos(θ1 ) V2 × cos(θ 2 )
P1 P2
V1 × cos (θ1 ) V2 × cos (θ 2 )
,
r1 + r3 r2 + r3 r3 × cos(α12 )
B11 = B22 = B12 =
V12 × cos 2 (θ1 ) V22 × cos 2 (θ 2 ) V1 × V2 × cos(θ1 ) × cos(θ 2 )
, , são chamados de
137
Análise de Sistemas de Potência
∑ C ( P ) , sujeito a restrição: ∑ P − P
O problema se resume a:
Objetivo: min( f ) = C = i i i D − PL ( Pi ) = 0 .
∑ (∑ )
Como as equações de restrição só envolvem igualdades pode-se usar o método dos multiplicadores
Ci ( Pi ) − λ ×
de Lagrange.
L= Pi − PD − PL ( Pi ) . No ponto de operação ótima ∇L = 0 logo:
∂L dC1 ⎛ dP ⎞
= − λ × ⎜⎜1 − L ⎟⎟
∂P1 dP1 ⎝ dP1 ⎠
∂L dC2 ⎛ dP ⎞
= − λ × ⎜⎜1 − L ⎟⎟
∂P2 dP2 ⎝ dP2 ⎠
∂L dCn ⎛ dP ⎞
LLLLLLLLLLL
= − λ × ⎜⎜1 − L ⎟⎟
∂Pn dPn ⎝ dPn ⎠
∑
∂L
= Pi − PD − PL ( Pi ) = 0
∂λ
Conclusão: deve-se trabalhar com um mesmo custo incremental, comum para todos os geradores,
só que agora o custo incremental é:
λ= × onde o fator pi =
dCi 1 1 dPL
dPi 1 − L 1− L
é chamado de fator de penalidade e é a perda
dP dP dPi
dPi dPi
Exemplo 5.3.
Determinar o despacho ótimo do sistema da Figura 5.15 onde PD = 500,0 MW.
G2 ~
PD
G1 ~
PL
Figura 5.15 - Sistema exemplo de operação ótima com perda na transmissão
( )
PL = 0,005 × P12 ,
L = 800,0 + 7,0 × P1 + 8,0 × P2 − λ × P1 + P2 − 500,0 − 0,005 × P12 .
P1 = 12,5 MW,
Solução:
138
Análise de Sistemas de Potência
Se não houver perda, ou seja, o mesmo sistema, porém sem a equação de PL ter-se-ia:
= 7,0 − λ = 0 ⇒ λ = 7,0 ,
dL
dP1
= 8,0 − λ = 0 ⇒ λ = 8,0 , resultado compatível com usina nuclear, pois o custo incremental é
dL
dP2
constante. A Figura 5.16 mostra esta condição.
dC1 dC2
dP1 dP2
7,0 8,0
P1 P2
A solução ótima neste caso sem perda consiste em despachar toda a carga pela máquina 1, pois esta
apresenta custo incremental menor que a outra máquina, logo P1 = 500,0 e P 2 = 0,0.
Exemplo 5.4.
Mesmo sistema anterior com PD = 500,0 MW, porém com os seguintes custos e restrições:
( )
L = 800,0 + 7,0 × P1 + 7,0 × P2 + 0,002 × P12 + 0,002 × P22 − λ × P1 + P2 − 0,002 × P12 − 500,0 ,
∑P − P
dP2 dP2
λ = 7,0 + 0,004 × P2 ,
P2 = 500,0 + 0,002 × P12 − P1 .
139
Análise de Sistemas de Potência
são PL = 4,34, λ = (7,0 + 0,004 × P1 ) /(1,0 − 0,004 × P1 ) = 8,83 e P2 = 457,77 . Tanto o valor de P1 quanto o
raiz = roots(pol) fornece como única raiz real para P1 o valor 46,563. Em conseqüência as perdas
Solução:
P1 = 46,56 MW, valor abaixo do mínimo. Ajusta-se este valor para P1 = 70,0, valor mínimo. Com
este valor as perdas são: PL = 0,002 × P12 = 9,8 MW.
P2 = 500,0 – 70,0 + 9,8 = 439,8 MW, valor acima do máximo valor de P2.
A abordagem seguinte consiste em fixar o gerador 2 para seu limite máximo, pois este não
apresenta perdas, e o custo é o mesmo que o do gerador 1.
P2 = 400,0. Os restantes 100,0 MW e as perdas serão supridas pelo gerador 1, logo basta escrever
P1 = 100,0 + 0,002 × P12 que em se arrumando termos fornece a equação 0,002 × P12 − P1 + 100,0 = 0 . As
As perdas são PL = 0,002 ×138,1966 2 = 38,1966 MW. Com estes valores de potências λ1 = 16,89 e
raízes desta equação são 361,8034 e 138,197. A solução tomada é o menor destes valores, P1 = 138,197.
Pode-se usar mais de uma função objetivo para minimização, como por exemplo no problema de
minimizar custos e perdas.
Outro exemplo é utilizar uma função objetivo para minimizar o risco de déficit.
Exemplo 5.5.
Mesmo sistema anterior com PD = 500,0 MW, porém com os seguintes custos e restrições:
70,0 ≤ P1 ≤ 400,0 ,
70,0 ≤ P2 ≤ 400,0 ,
PL = 0,002 × P12 .
140
Análise de Sistemas de Potência
( )
L = 800,0 + 7,0 × P1 + 8,0 × P2 + 0,002 × P12 + 0,002 × P22 − λ × P1 + P2 − 0,002 × P12 − 500,0 ,
∑P − P
dP2 dP2
λ = 8,0 + 0,004 × P2 ,
P2 = 500,0 + 0,002 × P12 − P1 .
perdas são PL = 8,29, λ = (7,0 + 0,004 × P1 ) /(1,0 − 0,004 × P1 ) = 9,78 e P2 = 445,38 . Tanto o valor de P1
raiz = roots(pol) fornece como única raiz real para P1 o valor 64,3953596717. Em conseqüência as
Solução:
P1 = 64,39 MW, valor abaixo do mínimo. Ajusta-se este valor para P1 = 70,0, valor mínimo. Com
este valor as perdas são: PL = 0,002 × P12 = 9,80 MW.
P2 = 500,0 – 70,0 + 9,8 = 439,8 MW, valor acima do máximo valor de P2.
A abordagem seguinte consiste em fixar o gerador 2 para seu limite máximo, pois este não
apresenta perdas.
P2 = 400,0. Os restantes 100,0 MW e as perdas serão supridas pelo gerador 1, logo basta escrever
P1 = 100,0 + 0,002 × P12 que em se arrumando termos fornece a equação 0,002 × P12 − P1 + 100,0 = 0 . As
raízes desta equação são 361,8034 e 138,1966. A solução tomada é o menor destes valores, P1 =
138,1966. As perdas são PL = 0,002 ×138,1966 2 = 38,1966 MW. Com estes valores de potências
λ1 = 16,8885 e λ2 = 8,6000 . O custo total é:
Ctotal = C1 + C2 = (400,0 + 7,0 × P1 + 0,002 × P12 ) + (400 + 8,0 × P2 + 0,002 × P22 ) ,
Ctotal = 1.405,57 + 3.920,00 = 5.325,57 .
141