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NP EN ISO 45001
2023
Portuguesa
Sistemas de gestão da segurança e saúde no trabalho
Requisitos e orientação para a sua utilização
(ISO 45001:2018)
ICS HOMOLOGAÇÃO
13.100; 03.100.70 Termo de Homologação n.º 157/2023, de 2023-12-14
A presente norma substitui a NP ISO 45001:2019 (Ed. 1).
CORRESPONDÊNCIA ELABORAÇÃO
Versão portuguesa da EN ISO 45001:2023 CT 42 (APSEI)
Versão portuguesa
Sistemas de gestão da segurança e saúde no trabalho
Requisitos e orientação para a sua utilização
(ISO 45001:2018)
O presente documento é a versão portuguesa da EN ISO 45001:2023 e tem o mesmo estatuto que as versões
oficiais.
A tradução é da responsabilidade do Instituto Português da Qualidade.
A norma europeia foi ratificada pelo CEN em 2023-08-07.
Os membros do CEN são obrigados a submeter-se ao Regulamento Interno do CEN/CENELEC que define as
condições de adoção desta norma europeia, como norma nacional, sem qualquer modificação.
Poderão ser obtidas listas atualizadas e referências bibliográficas relativas às normas nacionais correspondentes
junto do Secretariado Central ou de qualquer dos membros do CEN.
A EN ISO 45001:2023 existe nas três versões oficiais (alemão, francês e inglês). Uma versão noutra língua, obtida
pela tradução, sob responsabilidade de um membro do CEN, para a sua língua nacional, e notificada ao
Secretariado Central, tem o mesmo estatuto que as versões oficiais.
Os membros do CEN são os organismos nacionais de normalização dos seguintes países: Alemanha, Áustria,
Bélgica, Bulgária, Chipre, Croácia, Dinamarca, Eslováquia, Eslovénia, Espanha, Estónia, Finlândia, França, Grécia,
Hungria, Irlanda, Islândia, Itália, Letónia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Noruega, Países Baixos, Polónia, Portugal,
Reino Unido, República Checa, República da Macedónia do Norte, Roménia, Sérvia, Suécia, Suíça e Turquia.
CEN
Comité Europeu de Normalização
Europäisches Komitee für Normung
Comité Européen de Normalisation
European Committee for Standardization
© 2023 CEN Todos os direitos de exploração sob qualquer forma e por qualquer meio reservados
mundialmente para os membros do CEN
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Sumário Página
Preâmbulo nacional ................................................................................................................................................ 2
Preâmbulo europeu ................................................................................................................................................ 6
Nota de endosso ........................................................................................................................................................ 6
0 Introdução ............................................................................................................................................................... 7
0.1 Antecedentes ......................................................................................................................................................................... 7
0.2 Objetivo de um sistema de gestão da SST .................................................................................................................. 7
0.3 Fatores de sucesso ............................................................................................................................................................... 7
0.4 Ciclo Planear-Executar-Verificar-Atuar ...................................................................................................................... 8
0.5 Conteúdo deste documento ............................................................................................................................................. 9
1 Objetivo e campo de aplicação .......................................................................................................................11
2 Referências normativas ...................................................................................................................................11
3 Termos e definições ...........................................................................................................................................11
4 Contexto da organização ..................................................................................................................................18
4.1 Compreender a organização e o seu contexto....................................................................................................... 18
4.2 Compreender as necessidades e as expectativas dos trabalhadores e de outras
partes interessadas .................................................................................................................................................................. 18
4.3 Determinar o âmbito do sistema de gestão da SST ............................................................................................. 18
4.4 Sistema de gestão da SST ............................................................................................................................................... 18
5 Liderança e participação dos trabalhadores ............................................................................................18
5.1 Liderança e compromisso ............................................................................................................................................. 18
5.2 Política da SST .................................................................................................................................................................... 19
5.3 Funções, responsabilidades e autoridades organizacionais ........................................................................... 20
5.4 Consulta e participação dos trabalhadores ............................................................................................................ 20
6 Planeamento.........................................................................................................................................................21
6.1 Ações para tratar riscos e oportunidades ............................................................................................................... 21
6.2 Objetivos da SST e planeamento para os atingir .................................................................................................. 24
7 Suporte ...................................................................................................................................................................25
7.1 Recursos................................................................................................................................................................................ 25
7.2 Competências...................................................................................................................................................................... 25
7.3 Consciencialização ............................................................................................................................................................ 25
7.4 Comunicação ....................................................................................................................................................................... 25
7.5 Informação documentada.............................................................................................................................................. 26
8 Operacionalização ..............................................................................................................................................27
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Preâmbulo europeu
O texto da ISO 45001:2018 foi elaborado pelo Comité Técnico ISO/TC 283 «Occupational health and
safety management» e foi adotado como EN ISO 45001:2023 pelo CCMC.
A esta norma europeia deve ser atribuído o estatuto de norma nacional, seja por publicação de um texto
idêntico, seja por adoção, o mais tardar em fevereiro de 2024 e as normas nacionais divergentes devem
ser anuladas, o mais tardar em fevereiro de 2024.
Poderá acontecer que alguns elementos da EN ISO 45001:2023 sejam objeto de direitos de propriedade.
O CEN não deve ser considerado responsável pela identificação de alguns ou de todos esses direitos.
Quaisquer comentários e questões sobre o presente documento por parte do utilizador deverão ser
dirigidos ao organismo nacional de normalização do seu país. Uma lista completa destes organismos
pode ser encontrada no website do CEN.
De acordo com o Regulamento Interno do CEN/CENELEC, a EN ISO 45001:2023 tem de ser
implementada pelos organismos nacionais de normalização dos seguintes países: Alemanha, Áustria,
Bélgica, Bulgária, Chipre, Croácia, Dinamarca, Eslováquia, Eslovénia, Espanha, Estónia, Finlândia,
França, Grécia, Hungria, Irlanda, Islândia, Itália, Letónia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Noruega, Países
Baixos, Polónia, Portugal, Reino Unido, República Checa, República da Macedónia do Norte, Roménia,
Sérvia, Suécia, Suíça e Turquia.
Nota de endosso
O texto da ISO 45001:2018 foi aprovado pelo CEN como EN ISO 45001:2023 sem qualquer modificação.
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0 Introdução
0.1 Antecedentes
Uma organização é responsável pela segurança e saúde no trabalho (SST) dos trabalhadores e de outras
pessoas que possam ser afetadas pelas suas atividades. Esta responsabilidade inclui promover e
proteger a sua saúde física e mental.
A adoção de um sistema de gestão da SST destina-se a permitir que uma organização proporcione locais
de trabalho seguros e saudáveis, previna lesões e afeções da saúde relacionadas com o trabalho e
melhore continuamente o seu desempenho da SST.
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NOTA: Os números entre parênteses referem-se aos números das secções neste documento.
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− procurando a certificação/registo do seu sistema de gestão da SST por uma organização externa.
As Secções 1 a 3 deste documento estabelecem o objetivo e campo de aplicação, as referências
normativas e os termos e definições que se aplicam à utilização deste documento, enquanto que as
Secções 4 a 10 contêm os requisitos a serem utilizados para avaliar a conformidade com este documento.
O Anexo A fornece explicações informativas desses requisitos. Os termos e definições da Secção 3 estão
organizados por ordem conceptual, com um índice alfabético fornecido no final deste documento.
Neste documento são utilizadas as seguintes formas verbais:
a) “deve” ou “devem” indica um requisito;
b) “deverá” ou “deverão” indica uma recomendação;
c) “poderá” ou “poderão” indica uma permissão;
d) “pode” ou “podem” indica uma possibilidade ou uma capacidade.
A informação assinalada como “Nota” destina-se a orientar a compreensão ou a clarificar o requisito
associado. As “Notas à secção” utilizadas na Secção 3 fornecem informação suplementar que
complementa os dados terminológicos e podem conter disposições relativas à utilização de um termo.
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2 Referências normativas
O presente documento não contém referências normativas.
3 Termos e definições
Para os fins do presente documento aplicam-se os seguintes termos e definições.
A ISO e a IEC gerem bases de dados de terminologia cujo objetivo é a sua utilização como ferramentas
de normalização. Estão disponíveis nos seguintes endereços:
− ISO Online browsing platform: http://www.iso.org/obp
− IEC Electropedia: http://www.electropedia.org/
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3.1 organização
Pessoa ou conjunto de pessoas que tem as suas próprias funções com responsabilidades, autoridades e
relações para atingir os seus objetivos (3.16).
NOTA 1 à secção: O conceito de organização inclui, mas não se limita a trabalhador independente, companhia, corporação,
firma, empresa, autoridade, parceria, instituição de solidariedade social ou outra, ou parte ou combinação das mesmas, dotadas
ou não de personalidade jurídica, de direito público ou privado.
NOTA 2 à secção: Este constitui um dos termos comuns e definições fundamentais para as normas ISO de sistemas de gestão
fornecidos no Anexo SL do Suplemento ISO Consolidado às Diretivas ISO/IEC, Parte 1.
3.3 trabalhador
Pessoa que executa trabalho ou atividades relacionadas com o trabalho que estão sob o controlo da
organização (3.1).
NOTA 1 à secção: Pessoas que executam trabalho ou atividades relacionadas com o trabalho sob várias modalidades, com ou
sem remuneração, de forma regular ou temporária, intermitente ou sazonal, pontual ou a tempo parcial.
NOTA 2 à secção: Trabalhadores incluem a gestão de topo (3.12) e pessoas com e sem funções de gestão.
NOTA 3 à secção: O trabalho ou atividades relacionadas com o trabalho desenvolvidos sob o controlo da organização poderão
ser desenvolvidos por trabalhadores empregados pela organização ou por outras pessoas, incluindo os trabalhadores de
fornecedores externos, prestadores de serviços, individuais, trabalhadores temporários e por outras pessoas, na medida em
que a organização partilhe o controlo sobre o seu trabalho ou atividades relacionadas com o trabalho, de acordo com o contexto
da organização.
3.4 participação
Envolvimento na tomada de decisão.
NOTA 1 à secção: A participação inclui o envolvimento de comissões de segurança e saúde e de representantes dos
trabalhadores, quando existam.
3.5 consulta
Procura de pontos de vista antes de tomar uma decisão.
NOTA 1 à secção: A consulta inclui o envolvimento de comissões de segurança e saúde e de representantes dos trabalhadores,
quando existam.
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3.8 requisito
Necessidade ou expectativa expressa, geralmente implícita ou obrigatória.
NOTA 1 à secção: “Geralmente implícita” significa que é hábito ou prática comum para a organização (3.1) e para as partes
interessadas (3.2) que a necessidade ou expetativa em consideração esteja implícita.
NOTA 2 à secção: Um requisito especificado é um requisito que é expresso, p. ex. em informação documentada (3.24).
NOTA 3 à secção: Este constitui um dos termos comuns e definições fundamentais para as normas ISO de sistemas de gestão
fornecidos no Anexo SL do Suplemento ISO Consolidado às Diretivas ISO/IEC, Parte 1.
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3.13 eficácia
Medida em que as atividades planeadas são realizadas e atingidos os resultados planeados.
NOTA 1 à secção: Este constitui um dos termos comuns e definições fundamentais para as normas ISO de sistemas de gestão
fornecidos no Anexo SL do Suplemento ISO Consolidado às Diretivas ISO/IEC, Parte 1.
3.14 política
Intenções e orientação de uma organização (3.1), como formalmente expressas pela sua gestão de topo
(3.12).
NOTA 1 à secção: Este constitui um dos termos comuns e definições fundamentais para as normas ISO de sistemas de gestão
fornecidos no Anexo SL do Suplemento ISO Consolidado às Diretivas ISO/IEC, Parte 1.
3.16 objetivo
Resultado a atingir.
NOTA 1 à secção: Um objetivo pode ser estratégico, tático ou operacional.
NOTA 2 à secção: Os objetivos podem referir-se a diferentes disciplinas (tais como objetivos financeiros, de segurança e saúde
e ambientais) e podem ser aplicados a diferentes níveis (tais como estratégico, da organização, de projeto, de produto, de
serviço e de processo (3.25)).
NOTA 3 à secção: Um objetivo pode ser expresso de outras formas, como p. ex. um resultado pretendido, uma finalidade, um
critério operacional, um objetivo da SST (3.17) ou através da utilização de outras palavras com significado semelhante (p. ex.
intenção, meta ou alvo).
NOTA 4 à secção: Este constitui um dos termos comuns e definições fundamentais para as normas ISO de sistemas de gestão
fornecidos no Anexo SL do Suplemento ISO Consolidado às Diretivas ISO/IEC, Parte 1. A “NOTA 4 à secção” original foi eliminada
dado que o termo “Objetivo da SST” foi definido separadamente em 3.17.
3.19 perigo
Fonte com potencial para provocar lesão e afeção da saúde (3.18).
NOTA 1 à secção: Os perigos podem incluir fontes com o potencial de causar dano ou situações perigosas, ou circunstâncias
com o potencial de exposição que originem lesão e afeção da saúde.
3.20 risco
Efeito da incerteza.
NOTA 1 à secção: Um efeito é um desvio ao esperado - positivo ou negativo.
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NOTA 2 à secção: A incerteza é o estado, ainda que parcial, de deficiência de informação, relacionado com a compreensão ou
conhecimento de um evento, sua consequência ou verosimilhança.
NOTA 3 à secção: O risco é frequentemente caracterizado por referência a potenciais “eventos” (como definido no
ISO Guia 73:2009, 3.5.1.3) e às “consequências” associadas (ISO Guia 73:2009, 3.6.1.3), ou a uma combinação destes.
NOTA 4 à secção: O risco é frequentemente expresso em termos de uma combinação das consequências de um evento
(incluindo alterações de circunstâncias) com a “verosimilhança” (como definido no ISO Guia 73:2009, 3.6.1.1) associada da
ocorrência.
NOTA 5 à secção: Neste documento, quando o termo "riscos e oportunidades" é utilizado, tal significa riscos para a SST (3.21),
oportunidades para a SST (3.22) e outros riscos e outras oportunidades para o sistema de gestão.
NOTA 6 à secção: Este constitui um dos termos comuns e definições fundamentais para as normas ISO de sistemas de gestão
fornecidos no Anexo SL do Suplemento ISO Consolidado às Diretivas ISO/IEC, Parte 1. A NOTA 5 à secção foi adicionada para
clarificar o termo “riscos e oportunidades” para sua utilização neste documento.
3.23 competência
Capacidade para aplicar conhecimentos e saber fazer para atingir resultados pretendidos.
NOTA 1 à secção: Este constitui um dos termos comuns e definições fundamentais para as normas ISO de sistemas de gestão
fornecidos no Anexo SL do Suplemento ISO Consolidado às Diretivas ISO/IEC, Parte 1.
3.25 processo
Conjunto de atividades interrelacionadas ou interatuantes que transformam entradas em saídas.
NOTA 1 à secção: Este constitui um dos termos comuns e definições fundamentais para as normas ISO de sistemas de gestão
fornecidos no Anexo SL do Suplemento ISO Consolidado às Diretivas ISO/IEC, Parte 1.
3.26 procedimento
Modo especificado de realizar uma atividade ou um processo (3.25).
NOTA 1 à secção: Os procedimentos poderão ser documentados ou não.
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3.27 desempenho
Resultado mensurável.
NOTA 1 à secção: O desempenho pode referir-se a constatações quantitativas ou qualitativas. Os resultados podem ser
determinados e avaliados por métodos qualitativos ou quantitativos.
NOTA 2 à secção: O desempenho pode referir-se à gestão de atividades, a processos (3.25), a produtos (incluindo serviços), a
sistemas ou a organizações (3.1).
NOTA 3 à secção: Este constitui um dos termos comuns e definições fundamentais para as normas ISO de sistemas de gestão
fornecidos no Anexo SL do Suplemento ISO Consolidado às Diretivas ISO/IEC, Parte 1. A NOTA 1 à secção foi modificada para
esclarecer os tipos de métodos que poderão ser usados para determinar e avaliar os resultados.
3.30 monitorização
Determinação do estado de um sistema, de um processo (3.25) ou de uma atividade.
NOTA 1 à secção: Para determinar o estado poderá haver a necessidade de verificar, supervisionar ou observar de forma
crítica.
NOTA 2 à secção: Este constitui um dos termos comuns e definições fundamentais para as normas ISO de sistemas de gestão
fornecidos no Anexo SL do Suplemento ISO Consolidado às Diretivas ISO/IEC, Parte 1.
3.31 medição
Processo (3.25) para determinar um valor.
NOTA 1 à secção: Este constitui um dos termos comuns e definições fundamentais para as normas ISO de sistemas de gestão
fornecidos no Anexo SL do Suplemento ISO Consolidado às Diretivas ISO/IEC, Parte 1.
3.32 auditoria
Processo (3.25) sistemático, independente e documentado para obter evidências de auditoria e
respetiva avaliação objetiva, com vista a determinar em que medida os critérios da auditoria são
satisfeitos.
NOTA 1 à secção: Uma auditoria pode ser uma auditoria interna (primeira parte) ou uma auditoria externa (segunda ou
terceira parte), e pode ser uma auditoria combinada (combinando duas ou mais disciplinas).
NOTA 2 à secção: Uma auditoria interna é conduzida pela própria organização (3.1) ou por uma entidade externa em seu
nome.
NOTA 3 à secção: "Evidências de auditoria" e "critérios de auditoria" estão definidos na ISO 19011.
NOTA 4 à secção: Este constitui um dos termos comuns e definições fundamentais para as normas ISO de sistemas de gestão
fornecidos no Anexo SL do Suplemento ISO Consolidado às Diretivas ISO/IEC, Parte 1.
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3.33 conformidade
Satisfação de um requisito (3.8).
NOTA 1 à secção: Este constitui um dos termos comuns e definições fundamentais para as normas ISO de sistemas de gestão
fornecidos no Anexo SL do Suplemento ISO Consolidado às Diretivas ISO/IEC, Parte 1.
3.35 incidente
Ocorrência decorrente do trabalho ou no curso do mesmo, que resulta ou poderia resultar em lesão e
afeção da saúde (3.18).
NOTA 1 à secção: Um incidente em que ocorre lesão e afeção da saúde é referido por vezes como um "acidente".
NOTA 2 à secção: Um incidente em que não ocorre lesão e afeção da saúde, mas tem o potencial para tal, poderá ser referido
como um quase-acidente.
NOTA 3 à secção: Embora possa haver uma ou mais não conformidades (3.34) relacionadas com um incidente, um incidente
também pode ocorrer quando não existe não conformidade.
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4 Contexto da organização
4.1 Compreender a organização e o seu contexto
A organização deve determinar as questões internas e externas que são relevantes para o seu propósito
e que afetam a sua capacidade para atingir os resultados pretendidos do seu sistema de gestão da SST.
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c) assegurar a integração dos requisitos do sistema de gestão da SST nos processos de negócio da
organização;
d) assegurar a disponibilização dos recursos necessários para estabelecer, implementar, manter e
melhorar o sistema de gestão da SST;
e) comunicar a importância de uma gestão da SST eficaz e da sua conformidade com os requisitos do
sistema de gestão da SST;
f) assegurar que o sistema de gestão da SST atinge o(s) seu(s) resultado(s) pretendido(s);
g) orientar e apoiar as pessoas para contribuírem para a eficácia do sistema de gestão da SST;
h) assegurar e promover a melhoria contínua;
i) apoiar outras funções de gestão relevantes para demonstrarem a sua liderança, na medida aplicável
às respetivas áreas de responsabilidade;
j) desenvolver, liderar e promover uma cultura na organização que suporte os resultados pretendidos
do sistema de gestão da SST;
k) proteger os trabalhadores de represálias ao reportar incidentes, perigos, riscos e oportunidades;
l) assegurar que a organização estabelece e implementa processo(s) para consulta e participação dos
trabalhadores (ver 5.4);
m) apoiar o estabelecimento e o funcionamento das comissões de segurança e saúde [ver 5.4 e) 1)].
NOTA: A referência a “negócio” neste documento pode ser interpretada em sentido lato para referir atividades nucleares para
os propósitos da existência da organização.
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6 Planeamento
6.1 Ações para tratar riscos e oportunidades
6.1.1 Generalidades
Ao planear o sistema de gestão da SST, a organização deve considerar as questões referidas em 4.1
(contexto), os requisitos referidos em 4.2 (partes interessadas) e em 4.3 (o âmbito do seu sistema de
gestão da SST) e determinar os riscos e oportunidades que necessitam de ser tratados para:
a) garantir que o sistema de gestão da SST pode atingir os seus resultados pretendidos;
b) prevenir, ou reduzir, efeitos indesejados;
c) atingir a melhoria contínua.
Ao determinar os riscos e oportunidades para o sistema de gestão da SST e para os seus resultados
pretendidos que necessitam de ser tratados, a organização deve ter em conta:
− os perigos (ver 6.1.2.1);
− os riscos para a SST e outros riscos (ver 6.1.2.2);
− as oportunidades para a SST e outras oportunidades (ver 6.1.2.3);
− os requisitos legais e outros requisitos (ver 6.1.3).
A organização, no(s) seu(s) processo(s) de planeamento, deve determinar e apreciar os riscos e
oportunidades que são relevantes para os resultados pretendidos do sistema de gestão da SST
associados a alterações na organização, nos seus processos, ou no sistema de gestão da SST. No caso de
alterações planeadas, permanentes ou temporárias, essa apreciação deve ser realizada antes da
alteração ser implementada (ver 8.1.3).
A organização deve manter informação documentada sobre:
− os riscos e oportunidades;
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− o(s) processo(s) e ações necessários para determinar e tratar os seus riscos e oportunidades (ver
6.1.2 a 6.1.4) na extensão necessária para ter confiança de que são realizados como planeado.
6.1.2.2 Apreciação dos riscos para a SST e outros riscos para o sistema de gestão da SST
A organização deve estabelecer, implementar e manter um ou mais processos para:
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a) apreciar os riscos para a SST resultantes dos perigos identificados, tendo em conta a eficácia dos
controlos existentes;
b) determinar e apreciar os outros riscos relacionados com o estabelecimento, implementação,
operação e manutenção do sistema de gestão da SST.
A(s) metodologia(s) da organização e os critérios para a apreciação dos riscos para a SST devem ser
definidos relativamente ao seu âmbito, natureza e momento de aplicação, para assegurar que são
proactivos e não reativos e utilizados de um modo sistemático. Estas metodologias e critérios devem ser
mantidos e retidos como informação documentada.
6.1.2.3 Apreciação das oportunidades para a SST e outras oportunidades para o sistema de
gestão da SST
A organização deve estabelecer, implementar e manter um ou mais processos para apreciar:
a) as oportunidades para a SST visando a melhoria do desempenho da SST, tendo em conta as
alterações planeadas na organização, nas suas políticas, processos ou atividades e:
1) as oportunidades para adaptar o trabalho, a organização do trabalho e o ambiente de trabalho
aos trabalhadores;
2) as oportunidades para eliminar os perigos e reduzir riscos para a SST;
b) outras oportunidades para melhorar o sistema de gestão da SST.
NOTA: Os riscos para a SST e as oportunidades para a SST podem resultar noutros riscos e noutras oportunidades para a
organização.
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1) integrar e implementar as ações nos processos do seu sistema de gestão da SST ou outros
processos do negócio;
2) avaliar a eficácia dessas ações.
A organização deve ter em conta a hierarquia dos controlos (ver 8.1.2) e as saídas do sistema de gestão
da SST (ver 10.2.2) ao planear as ações a desenvolver.
Ao planear as suas ações, a organização deve considerar as boas práticas, opções tecnológicas e os
requisitos financeiros, operacionais e do negócio.
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7 Suporte
7.1 Recursos
A organização deve determinar e proporcionar os recursos necessários para o estabelecimento,
implementação, manutenção e melhoria contínua do sistema de gestão da SST.
7.2 Competências
A organização deve:
a) determinar as competências necessárias dos trabalhadores que afetam ou podem afetar o seu
desempenho da SST;
b) assegurar que os trabalhadores são competentes (incluindo a capacidade para identificar perigos)
com base na escolaridade, formação ou experiência apropriadas;
c) quando aplicável, desenvolver ações para adquirir e manter as competências necessárias e avaliar a
eficácia das ações desenvolvidas;
d) reter informação documentada apropriada como evidência das competências.
NOTA: As ações aplicáveis podem incluir, p. ex. proporcionar a formação, a orientação, ou a reafectação das pessoas atualmente
empregadas, ou o recrutamento ou a contratação de pessoas competentes.
7.3 Consciencialização
Os trabalhadores devem ser consciencializados sobre:
a) a política da SST e os objetivos da SST;
b) o seu contributo para a eficácia do sistema de gestão da SST, incluindo os benefícios de um melhor
desempenho da SST;
c) as implicações e potenciais consequências da não conformidade com os requisitos do sistema de
gestão da SST;
d) os incidentes e os resultados das respetivas investigações que sejam relevantes para os mesmos;
e) os perigos, riscos para a SST e ações definidas que sejam relevantes para os mesmos;
f) a capacidade de se retirarem das situações de trabalho que considerem constituir um perigo grave
e iminente para a sua vida ou saúde, bem como os mecanismos para os proteger de consequências
indevidas ao fazê-lo.
7.4 Comunicação
7.4.1 Generalidades
A organização deve estabelecer, implementar e manter um ou mais processos necessários para as
comunicações interna e externa relevantes para o sistema de gestão da SST, incluindo determinar:
a) o que comunicar;
b) quando comunicar;
c) com quem comunicar:
1) a nível interno entre os vários níveis e funções da organização;
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7.5.1 Generalidades
O sistema de gestão da SST da organização deve incluir:
a) a informação documentada requerida por este documento;
b) a informação documentada determinada pela organização como sendo necessária para a eficácia do
sistema de gestão da SST.
NOTA: A extensão da informação documentada para um sistema de gestão da SST pode diferir de uma organização para outra,
devido à:
− dimensão da organização e tipo de atividades, processos, produtos e serviços;
− necessidade de demonstrar o cumprimento dos requisitos legais e outros requisitos;
− complexidade dos processos e suas interações;
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8 Operacionalização
8.1 Planeamento e controlo operacional
8.1.1 Generalidades
A organização deve planear, implementar, controlar e manter os processos necessários para satisfazer
os requisitos do sistema de gestão da SST e para implementar as ações determinadas na Secção 6, ao:
a) estabelecer critérios para os processos;
b) implementar o controlo dos processos de acordo com os critérios;
c) manter e reter a informação documentada na extensão necessária para assegurar que os processos
são realizados como planeado;
d) adaptar o trabalho aos trabalhadores.
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Em locais de trabalho com vários empregadores, a organização deve coordenar as partes relevantes do
sistema de gestão da SST com as outras organizações.
8.1.4.1 Generalidades
A organização deve estabelecer, implementar e manter um ou mais processos para controlar o processo
de aquisições de produtos e serviços de modo a assegurar a sua conformidade com o seu sistema de
gestão da SST.
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8.1.4.3 Subcontratação*)
A organização deve assegurar que as funções e processos subcontratados são controlados. A
organização deve assegurar que os seus acordos de subcontratação são consistentes com os requisitos
legais e outros requisitos e com a consecução dos resultados pretendidos do sistema de gestão da SST.
O tipo e o grau de controlo a ser aplicado a estas funções ou processos devem ser definidos dentro do
sistema de gestão da SST.
NOTA: A coordenação com fornecedores externos pode ajudar uma organização a tratar qualquer impacto que a
subcontratação tenha no seu desempenho da SST.
*) “Subcontratação” constitui um dos termos comuns no âmbito das normas ISO de sistemas de gestão. No contexto do presente
documento, havendo referências como a “prestação de serviço”, que pode ser interpretada como uma forma de subcontratação,
julga-se conveniente que a “subcontratação” seja denominada/referenciada como “externalização” para diferenciar os modos
de controlar os processos de aquisição (nota nacional).
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9 Avaliação do desempenho
9.1 Monitorização, medição, análise e avaliação do desempenho
9.1.1 Generalidades
A organização deve estabelecer, implementar e manter um ou mais processos de monitorização,
medição, análise e avaliação do desempenho.
A organização deve determinar:
a) o que necessita ser monitorizado e medido, incluindo:
1) a extensão do cumprimento dos requisitos legais e outros requisitos;
2) as suas atividades e operações relacionadas com os perigos, riscos e oportunidades
identificados;
3) os progressos na consecução dos objetivos da SST da organização;
4) a eficácia dos controlos operacionais e outros;
b) os métodos para monitorização, medição, análise e avaliação do desempenho, como aplicável, para
assegurar resultados válidos;
c) os critérios relativamente aos quais a organização irá avaliar o seu desempenho da SST;
d) quando se deve proceder à monitorização e à medição;
e) quando se deve proceder à análise e à avaliação dos resultados da monitorização e da medição, bem
como à respetiva comunicação.
A organização deve avaliar o desempenho da SST e determinar a eficácia do sistema de gestão da SST.
A organização deve assegurar que o equipamento de monitorização e medição é calibrado ou verificado,
como aplicável, e é utilizado e mantido como apropriado.
NOTA: Pode haver requisitos legais ou outros requisitos (p. ex. normas nacionais ou internacionais), relativamente à calibração
ou verificação de equipamentos de monitorização e medição.
A organização deve reter informação documentada apropriada:
− como evidência dos resultados da monitorização, medição, análise e avaliação do desempenho;
− da manutenção, calibração ou verificação do equipamento de medição.
9.1.2 Avaliação do cumprimento
A organização deve estabelecer, implementar e manter um ou mais processos para avaliar o
cumprimento dos requisitos legais e outros requisitos (ver 6.1.3).
A organização deve:
a) determinar a frequência e o(s) método(s) para a avaliação do cumprimento;
b) avaliar o cumprimento e desenvolver ações, se necessário (ver 10.2);
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c) manter conhecimento e compreensão do seu estado de cumprimento dos requisitos legais e outros
requisitos;
d) reter informação documentada do(s) resultado(s) da avaliação do cumprimento.
9.2 Auditoria interna
9.2.1 Generalidades
A organização deve conduzir auditorias internas a intervalos planeados para proporcionar informação
sobre se o sistema de gestão da SST:
a) está em conformidade com:
1) os próprios requisitos da organização para o seu sistema de gestão da SST, incluindo a política
da SST e os objetivos da SST;
2) os requisitos deste documento;
b) está eficazmente implementado e mantido.
9.2.2 Programa de auditoria interna
A organização deve:
a) planear, estabelecer, implementar e manter um ou mais programas de auditorias, que inclua(m) a
frequência, métodos, responsabilidades, consulta, requisitos de planeamento e reporte, o(s)
qual(ais) deve(m) ter em consideração a importância dos processos em questão e os resultados das
auditorias anteriores.
b) definir os critérios da auditoria e o âmbito para cada auditoria;
c) selecionar auditores e conduzir auditorias de modo a assegurar a objetividade e imparcialidade do
processo de auditoria;
d) assegurar que os resultados da auditoria são reportados à gestão relevante; assegurar que os
resultados relevantes da auditoria são reportados aos trabalhadores, e quando existam, aos
representantes dos trabalhadores e a outras partes interessadas relevantes;
e) desenvolver ações para tratar as não conformidades e melhorar continuamente o seu desempenho
da SST (ver Secção 10);
f) reter informação documentada como evidência da implementação do programa de auditoria e dos
resultados das auditorias.
NOTA: Para mais informações sobre auditorias e competências dos auditores, ver a ISO 19011.
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10 Melhoria
10.1 Generalidades
A organização deve determinar as oportunidades de melhoria (ver Secção 9) e implementar as ações
necessárias para atingir os resultados pretendidos do seu sistema de gestão da SST.
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Anexo A
(informativo)
A.1 Generalidades
A informação explicativa dada no presente anexo destina-se a evitar erros de interpretação dos
requisitos estabelecidos neste documento. Embora esta informação trate e seja consistente com estes
requisitos, não se pretende adicionar, subtrair ou modificá-los de forma alguma.
Os requisitos deste documento necessitam ser vistos numa perspetiva sistémica e não deverão ser
considerados isoladamente, ou seja, pode haver uma inter-relação entre os requisitos de uma secção
com os requisitos de outras secções.
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realizado em relação ao seu desempenho da SST, consistente com os seus requisitos legais e outros
requisitos.
As organizações podem estar sujeitas a requisitos relacionados com o sistema de gestão da SST que
exijam o emprego de termos específicos e respetivo significado. Se forem utilizados estes termos, a
conformidade face a este documento continua a ser requerida.
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aplicável e que satisfaçam os requisitos deste documento. Exemplos incluem políticas corporativas da
SST, escolaridade, formação e programas de competência e controlos de processos de aquisições.
A.5 Liderança e participação dos trabalhadores
A.5.1 Liderança e compromisso
A liderança e o compromisso, incluindo a consciencialização, a capacidade de resposta, o suporte ativo
e o retorno da informação, da gestão de topo da organização, são fundamentais para o sucesso do
sistema de gestão da SST e para a consecução dos seus resultados pretendidos; portanto, a gestão de
topo tem responsabilidades específicas pelas quais precisa de ser pessoalmente envolvida ou que
precisa de orientar.
Uma cultura que suporta o sistema de gestão da SST de uma organização é determinada em grande parte
pela gestão de topo e é o resultado dos valores individuais e de equipa, atitudes, práticas de gestão,
perceções, competências e padrões de atividades que determinam o compromisso e o estilo e
proficiência do seu sistema de gestão da SST. A cultura caracteriza-se, mas não se limita, pela
participação ativa dos trabalhadores, pela cooperação e comunicações baseadas na confiança mútua,
pelas perceções partilhadas da importância do sistema de gestão da SST através do envolvimento ativo
na deteção de oportunidades para a SST e confiança na eficácia das medidas de prevenção e de proteção.
Uma importante forma pela qual a gestão de topo demonstra liderança é incentivando os trabalhadores
a reportar incidentes, perigos, riscos e oportunidades e pela proteção dos trabalhadores contra
represálias, como a ameaça de demissão ou ação disciplinar, quando o fizerem.
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A gestão de topo ser responsabilizada significa ter que responder por decisões e atividades aos órgãos
de governação da organização, autoridades legais e, mais amplamente, às suas partes interessadas. Tal
significa ter a responsabilidade final e refere-se à pessoa que está responsabilizada se algo não for feito,
não for feito corretamente, não funcionar ou não atingir o seu objetivo.
Os trabalhadores deverão ter a possibilidade de reportar situações perigosas para que possam ser
desenvolvidas ações. Eles deverão ser capazes de denunciar preocupações às autoridades responsáveis,
conforme necessário, sem a ameaça de demissão, ação disciplinar ou outras represálias.
As funções e responsabilidades específicas identificadas em 5.3 poderão ser atribuídas a um indivíduo,
partilhadas por vários indivíduos, ou atribuídas a um membro da gestão de topo.
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b) análise dos perigos no trabalho (análise da segurança no trabalho) e avaliações relacionadas com as
tarefas;
c) melhorar o desempenho da SST, reduzindo o trabalho monótono ou o trabalho num ritmo pré-
determinado potencialmente perigoso;
d) autorização de trabalho e outros métodos de reconhecimento e controlo;
e) investigações de incidentes ou não conformidades e ações corretivas;
f) avaliações ergonómicas e outras relacionadas com a prevenção de lesões.
Exemplos de outras oportunidades para melhorar o desempenho da SST:
− integrar os requisitos de segurança e saúde no trabalho num estágio inicial do ciclo de vida de
instalações, equipamentos ou planeamento de processos para relocalização de instalações, redesign de
processos ou substituição de máquinas e instalações;
− integrar os requisitos de segurança e saúde no trabalho num estágio inicial do planeamento para a
relocalização de instalações, redesign de processos ou substituição de máquinas e instalações;
− utilizar novas tecnologias para melhorar o desempenho da SST;
− melhorar a cultura da segurança e saúde no trabalho, como, p. ex. alargando as competências
relacionadas com a segurança e saúde no trabalho além dos requisitos ou encorajando os trabalhadores
a reportarem os incidentes em tempo oportuno;
− melhorar a visibilidade do apoio da gestão de topo ao sistema de gestão da SST;
− melhorar o(s) processo(s) de investigação de incidentes;
− melhorar o(s) processo(s) de consulta e participação dos trabalhadores;
− realizar análise comparativa (benchmarking), considerando tanto o desempenho passado da
organização como o de outras organizações;
− colaborar em fóruns que se focam em tópicos relacionados com a segurança e saúde no trabalho.
A.6.1.2 Identificação dos perigos e apreciação dos riscos e oportunidades
A.6.1.2.1 Identificação dos perigos
A identificação pró-ativa e contínua do perigo começa na fase da conceção geral de qualquer novo local
de trabalho, instalação, produto ou organização. Deverá continuar à medida que o projeto é detalhado
e, em seguida, entrar em operação, além de estar em curso durante o ciclo de vida completo para refletir
as atividades atuais, alteradas e futuras.
Embora este documento não trate a segurança dos produtos (ou seja, a segurança para os utilizadores
finais dos produtos), os perigos para os trabalhadores que ocorrem durante o fabrico, construção,
montagem ou ensaio dos produtos deverão ser considerados.
A identificação do perigo ajuda a organização a reconhecer e compreender os perigos no local de
trabalho e para os trabalhadores, a fim de apreciar, priorizar e eliminar perigos ou reduzir os riscos para
a SST.
Os perigos podem ser físicos, químicos, biológicos, psicossociais, mecânicos, elétricos ou baseados em
movimento e energia.
A lista de perigos fornecida em 6.1.2.1 não é exaustiva.
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NOTA: A numeração dos seguintes itens da lista a) a f) não corresponde exatamente à numeração dos itens da lista fornecida
em 6.1.2.1.
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A.6.1.2.2 Apreciação dos riscos para a SST e outros riscos para o sistema de gestão da SST
Uma organização pode utilizar diferentes métodos para apreciar os riscos para a SST como parte da sua
estratégia geral para tratar diferentes perigos ou atividades. O método e a complexidade da apreciação
não dependem da dimensão da organização, mas dos riscos associados às atividades da organização.
Outros riscos para o sistema de gestão da SST também deverão ser apreciados utilizando métodos
apropriados.
Os processos para a apreciação do risco para o sistema de gestão da SST deverão considerar as
operações e decisões do dia-a-dia (p. ex. picos no fluxo de trabalho, reestruturação), bem como questões
externas (p. ex.: alterações económicas). As metodologias podem incluir a consulta contínua dos
trabalhadores afetados por atividades diárias (p. ex. alterações na carga de trabalho), monitorização e
comunicação de novos requisitos legais e outros requisitos (p. ex. reforma regulamentar, revisões de
acordos coletivos relacionados com a segurança e saúde no trabalho) e assegurar que os recursos são
suficientes para as necessidades existentes e em alteração (p. ex. formação em, ou aquisição de, novos
ou melhorados equipamentos ou fornecimentos).
A.6.1.2.3 Apreciação das oportunidades para a SST e outras oportunidades para o sistema de
gestão da SST
O processo para apreciação deverá considerar as oportunidades para a SST e outras oportunidades
determinadas, os seus benefícios e o potencial para melhorar o desempenho da SST.
A.6.1.3 Determinação dos requisitos legais e outros requisitos
a) Os requisitos legais, podem incluir:
1) legislação (nacional, regional ou internacional), incluindo estatutos e regulamentos;
2) decretos e diretivas;
3) ordens emitidas pelos órgãos reguladores;
4) títulos, licenças ou outras formas de autorização;
5) sentenças de tribunais;
6) tratados, convenções, protocolos;
7) acordos coletivos de trabalho.
b) outros requisitos, podem incluir:
1) requisitos da organização;
2) condições contratuais;
3) contratos de trabalho;
4) acordos com as partes interessadas;
5) acordos com as autoridades de saúde;
6) normas não regulamentares, normas de consenso e diretrizes;
7) princípios voluntários, códigos de boas práticas, especificações técnicas, cartas (“charter”);
8) compromissos públicos da organização ou da sua casa-mãe.
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A.7 Suporte
A.7.1 Recursos
Exemplos de recursos incluem recursos humanos, recursos naturais, infraestrutura, tecnologia e
recursos financeiros.
Exemplos de infraestrutura incluem os edifícios da organização, instalações, equipamentos, utilidades,
tecnologia de informação e sistemas de comunicação, e sistemas de contenção de emergência.
A.7.2 Competências
A competência dos trabalhadores deverá incluir o conhecimento e as qualificações necessárias para
identificar os perigos e lidar com os riscos para a SST associados ao seu trabalho e ao local de trabalho.
Na determinação dos critérios de competência para cada função, a organização deverá ter em conta,
questões tais como:
a) a escolaridade, formação, qualificação e experiência necessária para assumir a função e formação
contínua necessária, para manter a competência;
b) o ambiente de trabalho;
c) as medidas preventivas e de controlo resultantes do(s) processo(s) de apreciação do risco;
d) os requisitos aplicáveis ao sistema de gestão da SST;
e) os requisitos legais e outros requisitos;
f) a política da SST;
g) as consequências potenciais do cumprimento e não cumprimento, incluindo o impacto na segurança
e saúde do trabalhador;
h) o valor da participação dos trabalhadores no sistema de gestão da SST, com base nos seus
conhecimentos e saberes;
i) os deveres e responsabilidades associados a cada função;
j) as capacidades individuais, incluindo a experiência, aptidões linguísticas, literacia e diversidade;
k) a atualização das competências relevantes necessárias feitas pelo contexto ou alterações no
trabalho.
Os trabalhadores podem ajudar a organização a determinar as competências necessárias para as
funções.
Os trabalhadores deverão ter a necessária competência para se afastar de situações de perigo grave e
iminente. Para este fim, é importante que aos trabalhadores tenha sido proporcionada formação
suficiente sobre os perigos e riscos associados ao seu trabalho.
Conforme o caso, os trabalhadores deverão receber formação necessária para que possam desempenhar
as suas funções de representantes para a segurança e saúde no trabalho de forma eficaz.
Em muitos países, é um requisito legal proporcionar formação sem nenhum custo para os trabalhadores.
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A.7.3 Consciencialização
Além dos trabalhadores (especialmente os trabalhadores temporários), os prestadores de serviços, os
visitantes e quaisquer outras partes deverão estar conscientes dos riscos para a SST aos quais estão
expostos.
A.7.4 Comunicação
O(s) processo(s) de comunicação estabelecidos pela organização deverão proporcionar a recolha,
atualização e divulgação da informação. Deverá(ão) assegurar que a informação relevante é fornecida,
recebida e compreendida por todos os trabalhadores relevantes e pelas partes interessadas.
A.8 Operacionalização
A.8.1 Planeamento e controlo operacional
A.8.1.1 Generalidades
Necessitam ser estabelecidos e implementados planos e controlos operacionais, conforme necessário,
para melhorar a segurança e saúde no trabalho, pela eliminação dos perigos ou, se não praticável, pela
redução dos riscos para a SST para níveis tão baixos quanto razoavelmente possível, para as áreas e
atividades operacionais.
Exemplos de controlo operacional dos processos incluem:
a) a utilização de procedimentos e sistemas de trabalho;
b) assegurar a competência dos trabalhadores;
c) estabelecimento de programas de inspeção e manutenção preventiva/preditiva;
d) especificações para o processo de aquisições de bens e serviços;
e) aplicação de requisitos legais e outros requisitos ou instruções do fabricante dos equipamentos;
f) controlos administrativos e de engenharia;
g) adaptação do trabalho aos trabalhadores; por exemplo, por:
1) definição, ou redefinição, de como o trabalho é organizado;
2) indução de trabalhadores recém-admitidos;
3) definição, ou redefinição, de processos e ambientes de trabalho;
4) utilização de abordagens ergonómicas na conceção de novos locais de trabalho, novos
equipamentos, etc. ou na modificação de locais de trabalho, equipamentos, etc.
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4) competência.
b) Exemplos do que poderá ser monitorizado e medido para avaliar o cumprimento dos requisitos
legais podem incluir, mas não estão limitados a:
1) requisitos legais identificados (p. ex. se todos os requisitos legais foram determinados e se as
informações documentadas da organização são mantidas atualizadas);
2) acordos coletivos (quando legalmente vinculativos);
3) o estado das lacunas identificadas no cumprimento.
c) Exemplos do que poderá ser monitorizado e medido para avaliar a satisfação de outros requisitos
podem incluir, mas não estão limitados a:
1) acordos coletivos (quando não legalmente vinculativos);
2) normas e códigos;
3) políticas corporativas e outras, regras e regulamentos;
4) requisitos de seguradoras;
d) Os critérios são o que a organização pode utilizar para comparar o seu desempenho:
1) Exemplos são análises comparativas em relação a:
i. outras organizações;
ii. normas e códigos;
iii. os próprios códigos e objetivos da organização;
iv. estatísticas da SST.
2) Para medir critérios, tipicamente são utilizados indicadores; por exemplo:
i. se o critério é uma comparação de incidentes, a organização poderá optar por considerar a
frequência, tipo, gravidade ou número de incidentes; então, o indicador poderia ser uma
determinada taxa dentro da cada um destes critérios;
ii. se o critério é uma comparação de ações corretivas concluídas, então o indicador poderia ser
a percentagem concluída dentro do prazo.
A monitorização pode envolver a verificação contínua, supervisão, observação crítica ou determinação
do estado a fim de identificar a alteração do nível de desempenho requerido ou esperado. A
monitorização pode ser aplicada ao sistema de gestão da SST, a processos ou controlos. Exemplos
incluem a utilização de entrevistas, revisões de informação documentada e observações da execução
dos trabalhos.
A medição geralmente envolve a atribuição de números a objetos ou eventos. É a base para os dados
quantitativos e está geralmente associada à avaliação do desempenho dos programas de segurança e
vigilância da saúde. Exemplos incluem a utilização de equipamento calibrado ou verificado para medir
a exposição a uma substância perigosa ou o cálculo da distância de segurança relativamente a um perigo.
A análise é o processo de examinar os dados para revelar relações, padrões e tendências. Tal pode
significar a utilização de técnicas estatísticas, incluindo informações de outras organizações
semelhantes, para ajudar a tirar conclusões a partir dos dados. Este processo é mais frequentemente
associado a atividades de medição.
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A.10 Melhoria
A.10.1 Generalidades
A organização deverá considerar os resultados das análises e avaliações do desempenho da SST, da
avaliação do cumprimento, das auditorias internas e da revisão pela gestão ao tomar medidas para
melhorar.
Exemplos de melhoria incluem ações corretivas, melhoria contínua, alterações disruptivas, inovação e
reorganização.
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a) incidentes: queda ao mesmo nível com ou sem lesão; perna fraturada; doenças associadas à
exposição ao amianto; perda de audição; danos em edifícios ou em veículos quando puderem
conduzir a riscos para a SST;
b) não conformidades: equipamento de proteção que não funciona adequadamente; falha no
cumprimento de requisitos legais e outros requisitos; ou não respeito dos procedimentos prescritos;
c) ações corretivas (como indicado pela hierarquia dos controlos; ver 8.1.2); eliminação dos perigos;
substituição por materiais menos perigosos; redesenho ou modificação do equipamento ou das
ferramentas; desenvolvimento de procedimentos; aperfeiçoamento das competências dos
trabalhadores afetados; alterações na frequência de utilização; utilização de equipamento de
proteção individual.
A análise das causas raiz refere-se à prática de explorar todos os possíveis fatores associados com um
incidente ou não conformidade questionando o que aconteceu, como aconteceu, e porque aconteceu,
para proporcionar a entrada acerca do que pode ser feito para prevenir que aconteça novamente.
Ao determinar a causa raiz de um incidente ou de uma não conformidade, a organização deverá utilizar
métodos apropriados à natureza do incidente ou da não conformidade em análise. O foco da análise das
causas raiz é a prevenção. Esta análise pode identificar múltiplas falhas contributivas, incluindo fatores
relacionados com a comunicação, competência, fadiga, equipamento ou procedimentos.
A revisão da eficácia das ações corretivas [ver 10.2 f)] refere-se à extensão em que as ações corretivas
implementadas controlaram adequadamente a(s) causa(s) raiz.
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Bibliografia
[1] ISO 9000:2015 Quality management systems – Fundamentals and vocabulary
[2] ISO 9001 Quality management systems – Requirements
[3] ISO 14001 Environmental management systems – Requirements with guidance for
use
[4] ISO 19011 Guidelines for auditing management systems
[5] ISO 20400 Sustainable procurement – Guidance
[6] ISO 26000 Guidance on social responsibility
[7] ISO 31000 Risk management – Principles and guidelines
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