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MEDICINA | 2021

1a FASE

GABARITOS E
RESOLUÇÕES

SAEP
SISTEMA DE AVALIAÇÃO EDUCACIONAL POLIEDRO
TEXTO PARA AS QUESTÕES DE 01 A 03
The Social Dilemma Review: Unplug and Run

That social media can be addictive and creepy isn’t a


revelation to anyone who uses Facebook, Twitter, Instagram
and the like. But in Jeff Orlowski’s documentary The Social
Dilemma, conscientious defectors from these companies
explain that the perniciousness of social networking
platforms is a feature, not a bug.
They claim that the manipulation of human behavior
for profit is coded into these companies with Machiavellian
precision: Infinite scrolling and push notifications keep
users constantly engaged; personalized recommendations
use data not just to predict but also to influence our
actions, turning users into easy prey for advertisers and
propagandists.
In briskly edited interviews, Orlowski speaks with men
and (a few) women who helped build social media and now
fear the effects of their creations on users’ mental health and
the foundations of democracy. They deliver their cautionary
testimonies with the force of a start-up pitch, employing
crisp aphorisms and pithy analogies.
Despite their vehement criticisms, the interviewees
in The Social Dilemma are not all doomsayers; many
suggest that with the right changes, we can salvage the
good of social media without the bad. But the grab bag
of personal and political solutions they present in the film
confuses two distinct targets of critique: the technology that
causes destructive behaviors and the culture of unchecked
capitalism that produces it.
Devika Girish. Disponível em: <https://www.nytimes.com>.
Acesso em: 30 nov. 2020.

QUESTÃO 1
_21_2FUV_1F_ING_LZ_L1_Q01
No último parágrafo, a expressão “despite” expressa

(A) dúvida.
(B) finalidade.
(C) conclusão.
(D) ressalva.
(E) explicação.

Gabarito: D

A expressão “despite”, na oração em que foi utilizada, indica


ressalva e é equivalente, em português, a “apesar de” ou
“embora”. Na frase em questão, diz-se: “Apesar das críticas
veementes, os entrevistados em O dilema das redes não são
todos pessimistas”. É possível chegar, portanto, à alternativa
D analisando o conteúdo de cada oração, já que uma traz
uma característica dos entrevistados que já foi apresentada
(o fato de fazerem críticas veementes às redes sociais)
enquanto a outra traz uma consideração nova que distingue
do que já havia sido apresentado, embora não seja uma
ideia oposta (nem todos são pessimistas).
QUESTÃO 2
_21_2FUV_1F_ING_LZ_L1_Q02
O excerto do texto que contém um falso cognato e o
identifica corretamente é

(A) “That social media can be addictive and creepy isn’t


a revelation to anyone”, em que “addictive” é falso
cognato, pois não significa “aditivo”.
(B) “turning users into easy prey for advertisers and
propagandists.”, em que “propagandists” é falso
cognato, pois não significa “propagandistas”.
(C) “In briskly edited interviews, Orlowski speaks with
men and (a few) women”, em que “interviews” é falso
cognato, pois não significa “entrevistas”.
(D) “They deliver their cautionary testimonies with the force
of a start-up pitch”, em que “deliver” é falso cognato,
pois não significa “entregam”.
(E) “Despite their vehement criticisms, the interviewees in
The Social Dilemma are not all doomsayers”, em que
“criticisms” é falso cognato, pois não significa “críticas”.

Gabarito: A

Os falsos cognatos são palavras que, pelo som ou pela escrita,


assemelham-se a outras, mas têm etimologias distintas.
No texto, o adjetivo “addictive” carrega semelhança com
a palavra “aditivo” em português, que significa “que ou o
que se adiciona ou acrescenta; adicional”. No entanto, essa
palavra em inglês significa “viciante”, sendo, portanto, um
falso cognato.
QUESTÃO 3
_21_2FUV_1F_ING_LZ_L1_Q03
Assinale a alternativa que melhor desenvolve a ideia
expressa pela frase “the perniciousness of social networking
platforms is a feature, not a bug”.
(A) Apesar de muitas pessoas terem consciência do
caráter pernicioso das redes sociais, poucos entendem
o suficiente de programação para se livrarem da
manipulação.
(B) Muitas pessoas criticam veementemente o fato de que
as redes sociais provocam vício e manipulação sem
saber que tais problemas decorrem de falhas no código
das plataformas.
(C) O dano provocado pelas redes sociais no que diz
respeito ao seu caráter viciante e manipulador não é
um defeito no funcionamento dessas plataformas, e sim
uma característica delas.
(D) O fato de as redes sociais apresentarem um caráter
vicioso deve ser entendido como uma característica
natural da tecnologia, a qual não deveria ser
problematizada pela sociedade.
(E) A ideia de que as redes sociais causariam vício e
manipulação é apenas uma especulação do documentário
The Social Dilemma e não necessariamente reflete a
realidade.

Gabarito: C

A frase em questão, em português, diz que a perniciosidade


das plataformas de redes sociais é uma característica delas,
e não um defeito em seu funcionamento. No segundo
parágrafo do texto, essa tese já é explicada quando o autor
mostra o que os entrevistados do documentário defendem.
Segundo eles, a manipulação do comportamento humano
com intuito de obter lucro faz parte do código dessas
plataformas, o que pode ser constatado com a linha do
tempo infinita e as notificações push, por exemplo. Logo,
a ideia expressa nessa frase é de que há uma inegável
intencionalidade no caráter pernicioso das redes sociais.
QUESTÃO 4
_21_2FUV_1F_ING_LZ_L1_Q04
I Wandered Lonely as a Cloud

I wandered lonely as a cloud


That floats on high o’er vales and hills,
When all at once I saw a crowd,
A host, of golden daffodils;
Beside the lake, beneath the trees,
Fluttering and dancing in the breeze.

Continuous as the stars that shine


And twinkle on the milky way,
They stretched in never-ending line
Along the margin of a bay:
Ten thousand saw I at a glance,
Tossing their heads in sprightly dance.

The waves beside them danced; but they


Out-did the sparkling waves in glee:
A poet could not but be gay,
In such a jocund company:
I gazed—and gazed—but little thought
What wealth the show to me had brought:

For oft, when on my couch I lie


In vacant or in pensive mood,
They flash upon that inward eye
Which is the bliss of solitude;
And then my heart with pleasure fills,
And dances with the daffodils.
William Wordsworth. Poems, in Two Volumes. 1807.

No poema do inglês William Wordsworth, o eu lírico discorre


acerca da paisagem que admira durante uma caminhada.
Apesar do predomínio de verbos no passado, verifica-se
que, na última estrofe, há uma mudança no tempo verbal
para indicar

(A) o sonho que o eu lírico almeja realizar.


(B) um desejo que o eu lírico lamenta não ter realizado.
(C) um sentimento recorrente que o eu lírico tem quando
está pensativo.
(D) a narrativa de memórias passadas nas paisagens pelas
quais o eu lírico passou.
(E) um pensamento que ocorreu ao eu lírico no exato
momento da escrita de seu poema.

Gabarito: C

Nas primeiras três estrofes do poema, o eu lírico descreve a


flora que lhe encantou durante uma caminhada, sobretudo
um campo de narcisos que deteve sua atenção. Por
ser uma memória do passado, essa descrição se dá em
tempos verbais conjugados no passado. Na última estrofe,
entretanto, verifica-se o uso do presente do indicativo,
quando o eu lírico passa a descrever o sentimento
provocado nele pela memória do campo de narcisos. Esse
sentimento é algo recorrente, já que ele usa a expressão
“for oft” (frequentemente) e diz que, sempre que está
pensativo, lembra-se do campo de narcisos e seu coração
se enche de prazer.
TEXTO PARA AS QUESTÕES 05 E 06

For decades people have raised concerns about families


that vary from the structure of one mother, one father and
biological children and assumed that the children would be
harmed in some way as a result. The greater the difference
from the traditional family, the greater the perceived risk of
psychological harm to the child, the conventional wisdom
goes.
This is wrong. I can say this definitively because I’ve
been studying different family forms for more than 40
years, analyzing families with homosexual parents, single
mothers by choice, and families created by egg donation,
sperm donation, embryo donation and surrogacy, and all my
research points to one conclusion: What matters most for
children is not the make-up of a family. What matters most
is the quality of relationships within it, the support of their
wider community and the attitudes of the society in which
they live.
Susan Golombok. “I’ve Spent Decades Studying How People Build
Their Families. Here’s What I’ve Learned Matters Most“. Disponível
em: <https://time.com>. Acesso em: 2 dez. 2020. (Adaptado)

QUESTÃO 5
_21_2FUV_1F_ING_LZ_L1_Q05
De acordo com o excerto, a crença comum à qual a autora
se opõe é a de que

(A) crianças criadas em famílias não tradicionais


desenvolvem respeito à diversidade precocemente.
(B) crianças criadas em famílias não tradicionais têm mais
risco de sofrerem danos psicológicos.
(C) crianças criadas no modelo tradicional de família não
desenvolvem problemas psicológicos.
(D) crianças são capazes de superar as dificuldades geradas
em famílias disfuncionais.
(E) crianças sofrem mais influência da qualidade das
relações familiares do que da estrutura familiar.

Gabarito: B

No primeiro parágrafo, a autora apresenta uma preocupação


bastante comum das pessoas durante décadas: a de que,
quanto mais uma família se afastasse do modelo tradicional,
maior seria o risco de a criança desenvolver problemas
psicológicos. Logo no parágrafo seguinte, a autora diz: “This
is wrong”, frase na qual o pronome “this” recupera essa
última sentença. O motivo pelo qual a autora considera essa
crença errada são seus estudos ao longo de 40 anos, que
provaram que não existe correlação entre a composição
familiar e o desenvolvimento de problemas psicológicos em
crianças.
QUESTÃO 6
_21_2FUV_1F_ING_LZ_L1_Q06
No primeiro parágrafo do texto, o termo “that” em destaque
refere-se ao vocábulo

(A) “decades”.
(B) “people”.
(C) “families”.
(D) “structure”.
(E) “children”.

Gabarito: C

O termo “that” em destaque no primeiro parágrafo do


texto faz referência ao elemento “families”, imediatamente
anteposto a ele. O excerto em que o termo aparece pode
ser traduzido como “Por décadas, as pessoas levantaram
preocupações sobre famílias que variam da estrutura de
uma mãe, um pai...”. Na tradução, o pronome “que”, em
destaque, corresponde ao vocábulo “that” do texto original
e se refere às famílias.
QUESTÃO 7
_21_2FUV_1F_ING_LZ_L1_Q08

Disponível em: <https://shanastoryteller.tumblr.com>.


Acesso em: 2 dez. 2020.

Considerando-se os elementos verbais e não verbais, o


meme produz humor ao retratar o(a)

(A) constrangimento de não saber fornecer informações


sobre uma cidade conhecida.
(B) desconforto inevitável ao encontrar pessoas conhecidas
pela rua.
(C) falta de paciência em relação a pessoas estranhas que
pedem informação na rua.
(D) dificuldade de fornecer direções em uma cidade
desconhecida.
(E) tentativa de fingir que não ouviu quando alguém pede
informações na rua.

Gabarito: A

A reunião do texto do meme (quando alguém me pede


informações na cidade em que morei a vida inteira) com
a imagem que o acompanha, a qual retrata uma pessoa
em situação de desconforto, produz humor ao retratar
a situação de não saber dar informações sobre um lugar
em que se viveu durante muito tempo. Essa situação é
constrangedora pois, como habitante nativo da cidade,
espera-se que a pessoa saiba explicar onde determinados
locais ficam, mas nem sempre isso acontece.
QUESTÃO 8
_21_1FUV_1F_POR_CE_L1_Q04
Açucareiro

De amargo
basta
o amor

Agridoce,
ela disse

Mas a mim
pareceu
amargo
Ana Martins Marques. Da arte das armadilhas.
São Paulo: Companhia das Letras, 2011.

O vocábulo “agridoce” é formado por dois radicais. Tal


processo de formação confere à palavra aspecto de

(A) dúvida.
(B) precisão.
(C) estaticidade.
(D) dupla exclusão.
(E) simultaneidade.

Gabarito: E

A união dos elementos “acre” (que tem sabor amargo


ou azedo) e “doce” (que tem sabor açucarado) indica
simultaneidade: o que tem sabor “agridoce” é amargo e
doce ao mesmo tempo, sem que uma sensação prevaleça
sobre a outra.
QUESTÃO 9
_21_1FUV_1F_POR_JH_L1_Q02
Sempre abafando os passos, dirigi-me novamente ao
fundo do quintal, com medo daquela gente que nem me
havia mandado buscar à escola para assistir a morte de meu
pai. Sentei-me na prensa, cansado, o estômago doendo. Que
iria fazer por aí à toa miúdo, tão miúdo que ninguém me
via? Encostei-me ao muro, escorreguei por cima da madeira
bichada. Adormeci pensando nos mergulhos do poço da
Pedras, nos bolos e nos pés de Camilo Pereira da Silva. E,
enquanto dormia, ouvia a cantiga dos sapos no açude da
Penha, o burburinho dos intrusos que se acavalavam no
corredor, o barulho do descaroçador de algodão no Cavalo-
-Morto. Vozes chegavam-me, confusas, eu não conseguia
apreender o sentido delas. Visões também. Via a casa da
fazenda, arruinada, os bichos definhando na morrinha, o
chiqueiro bodejando, relâmpagos cortando o céu. A chuva
caía, eu andava pelo pátio, nu, montado num cabo de
vassoura. Quem me acordou foi Rosenda, que me trazia
uma xícara de café.
Graciliano Ramos. Angústia.

Quanto às características de Angústia, o excerto transcrito


permite constatar corretamente que

(A) a narração em primeira pessoa promove o acesso


do leitor da obra ao que sente e pensa o narrador-
-personagem.
(B) o aspecto social acaba desconsiderado na obra, que
consiste em um romance de investigação psicológica.
(C) o emprego de uma linguagem rebuscada e rica
em adjetivos contribui para a exacerbação do
sentimentalismo que caracteriza o fluxo de consciência
das personagens na obra.
(D) o narrador-personagem se mostra lúcido ao analisar
objetivamente seus sonhos e confrontar o conteúdo
deles à realidade.
(E) o confronto entre o narrador e a personagem que
protagoniza a obra representa o confronto entre a
liberdade do universo onírico e o aprisionamento da
realidade.

Gabarito: A

A narração de tom confessional em primeira pessoa


propicia que o leitor tenha acesso ao que sente e pensa
o narrador-personagem Luís da Silva na exposição de seu
diálogo interno, composto de delírios e divagações, no qual
expressa sua angústia.
TEXTO PARA AS QUESTÕES DE 10 A 12
Capítulo CCI

Poucos dias depois morreu... Não morreu súbdito nem


vencido. Antes de principiar a agonia, que foi curta, pôs a
coroa na cabeça, – uma coroa que não era, ao menos, um
chapéu velho ou uma bacia, onde os espectadores palpassem
a ilusão. Não, senhor; ele pegou em nada, levantou nada e
cingiu nada; só ele via a insígnia imperial, pesada de ouro,
rútila de brilhantes e outras pedras preciosas. O esforço que
fizera para erguer meio corpo não durou muito; o corpo
caiu outra vez; o rosto conservou porventura uma expressão
gloriosa.
— Guardem minha coroa, murmurou. Ao vencedor...
A cara ficou séria, porque a morte é séria; dois minutos de
agonia, um trejeito horrível, e estava assinada a abdicação.
Machado de Assis. Quincas Borba.

QUESTÃO 10
_21_2FUV_1F_POR_CR_L1_Q16
A interrupção da frase “ao vencedor as batatas”, que foi
dita a Rubião pelo filósofo Quincas Borba, sugere que, no
conjunto do romance,

(A) vencedores definitivos não existem, porque as riquezas


de uns passam às mãos dos outros com o passar
do tempo: Rubião herdou do filósofo e perdeu para
Cristiano Palha, que perderá também.
(B) a negação de crenças e convicções tradicionais
prevalece, sob a forma de uma perspectiva niilista cujo
caráter filosofante relega ao segundo plano as intrigas e
os conflitos entre as personagens.
(C) o filósofo já conhecia o destino de Rubião: o
enriquecimento súbito, seguido dos luxos, da vida social
e das falsas amizades da Corte, que lhe tomariam a
fortuna herdada e o levariam à loucura.
(D) a teoria do Humanitismo, resumida na sentença de
Quincas Borba, foi formulada por um homem desatinado
e não corresponde à realidade social e ideológica do
Segundo Império.
(E) a vitória e a coroação de Rubião ocorrem apenas nos
delírios dele, sem extensão na realidade, porque os
verdadeiros vencedores são Palha e Sofia, que se
aproveitaram dele para enriquecer.

Gabarito: E

Instantes antes de morrer, Rubião não completa a frase “ao


vencedor as batatas”, que ele ouvira de Quincas Borba, numa
extensa explicação a respeito do Humanitismo. Rubião,
ainda antes de enlouquecer, se via como vencedor, devido
à herança que recebera do filósofo. Essa compreensão
equivocada de si e da famosa frase não se alteram ao longo
do romance, mesmo quando Rubião perde toda a riqueza.
A perda da razão aumenta à medida que a fortuna diminui,
seja pelos esbanjamentos, seja pelos empréstimos sem
juros, a perder de vista, a Cristiano Palha, que se aproveita
da paixão de Rubião pela esposa, Sofia, para enriquecer com
a fortuna do ex-professor. Em suma: quanto mais Rubião
empobrece, mais o casal enriquece, mas Rubião delira a
própria grandeza e se imagina Imperador da França. Dizer
a frase de Quincas Borba, ao final, seria corroborar esse
delírio, mas a impossibilidade de terminá-la sugere que os
vencedores são Palha e Sofia, e não Rubião.
QUESTÃO 11
_21_2FUV_1F_POR_CR_L1_Q17
Assinale a alternativa que contém, entre parênteses, o
significado correto da expressão destacada no excerto
retirado do texto.

(A) “Não morreu súbdito nem vencido” (vencedor)


(B) “uma coroa que não era, ao menos, um chapéu velho”
(sequer)
(C) “ele pegou em nada, levantou nada e cingiu nada”
(celebrou)
(D) “só ele via a insígnia imperial, pesada de ouro”
(desimportância)
(E) “o rosto conservou porventura uma expressão gloriosa”
(certamente)

Gabarito: B

A expressão “ao menos” significa, no contexto, “pelo menos”,


“sequer”. “Súbdito” é “submetido à vontade de outrem”,
“subserviente”; “cingir” significa “usar um enfeite em uma
parte do corpo”, no caso específico do texto, o verbo refere-
-se à coroa imaginária que Rubião teria colocado na própria
cabeça; “insígnia” é um “sinal distintivo que é atributo de
poder”, no caso específico do texto, é a coroa imaginária;
e o advérbio “porventura” indica que o falante coloca no
plano da hipótese o conteúdo da oração que modifica e
significa “por hipótese”, “acaso”, “por acaso”.
QUESTÃO 12
_21_2FUV_1F_POR_CR_L1_Q18
De acordo com as gramáticas tradicionais, os advérbios são
termos que modificam verbos, adjetivos ou outros advérbios.
A frase em que se observa um advérbio modificando uma
outra classe gramatical, além dessas três, é

(A) “Não morreu súbdito nem vencido”.


(B) “só ele via a insígnia imperial”.
(C) “O esforço que fizera [...] não durou muito”.
(D) “o corpo caiu outra vez”.
(E) “A cara ficou séria, porque a morte é séria”

Gabarito: B

Na oração “só ele via a insígnia imperial”, o advérbio “só”,


equivalente a “somente”, modifica o pronome pessoal “ele”.
O sentido da frase é “apenas ele via a insígnia imperial”. Nos
excertos transcritos nas alternativas A, C e D, os advérbios
e a locução adverbial modificam verbos. No excerto da
alternativa E não ocorre advérbio.
TEXTO PARA AS QUESTÕES 13 E 14

Sporting Life, do diretor Abel Ferrara, é um documentário


filmado basicamente durante o Festival de Cinema de Berlim
(num 2020 pré-pandemia). Um intruso pergunta sobre o que
é o documentário. Ferrara é gentil. “É sobre o ato de fazer
um documentário”. Em outras palavras, o intruso não é um
intruso. Não há intrusos possíveis – a intrusão é o próprio
princípio do filme.
Alguém pergunta como o diretor vê o futuro do cinema.
Ferrara responde que com todo o otimismo. Todos têm
câmera no celular, basta abrir e filmar. Eis o cinema – é mais
ou menos essa sua resposta irretocável.
Inácio Araújo. “Um vulcão, Abel Ferrara provoca em dose dupla”.
Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br>.
Acesso em: 4 nov. 2020. (Adaptado)

QUESTÃO 13
_21_2FUV_1F_POR_CR_L1_Q14
De acordo com o texto, pode-se afirmar que o projeto de
Abel Ferrara no documentário Sporting Life é o de

(A) registrar as dificuldades do cotidiano de um cineasta no


contexto de um festival de cinema.
(B) conscientizar o público a respeito das consequências
políticas do ato criativo no cinema.
(C) produzir ficção por meio do documentário, relativizando
limites entre gêneros cinematográficos.
(D) valer-se da linguagem do documentário para produzir
reflexão sobre essa mesma linguagem.
(E) apresentar ao público suas impressões e sentimentos
pessoais a respeito do cinema.

Gabarito: D

O propósito do diretor Abel Ferrara, ao dirigir Sporting Life,


é claramente metalinguístico, isto é, é usar a linguagem do
documentário para refletir sobre o que é um documentário.
Note-se a resposta que ele dá ao “intruso”: Sporting Life é
um documentário sobre o ato de fazer documentário.
QUESTÃO 14
_21_2FUV_1F_POR_CR_L1_Q15
No período “Não há intrusos possíveis – a intrusão é
o próprio princípio do filme”, em destaque no texto,
o travessão cumpre o papel de marcador de coesão,
estabelecendo entre as orações um nexo de sentido que
está mais corretamente explicitado em:

(A) Não há intrusos possíveis, mas a intrusão é o próprio


princípio do filme.
(B) Não há intrusos possíveis, de maneira que a intrusão
seja o próprio princípio do filme.
(C) Não há intrusos possíveis, por mais que a intrusão seja o
próprio princípio do filme.
(D) Não há intrusos possíveis, portanto a intrusão é o
próprio princípio do filme.
(E) Não há intrusos possíveis, pois a intrusão é o próprio
princípio do filme.

Gabarito: E

No período “Não há intrusos possíveis – a intrusão é o


próprio princípio do filme”, as duas orações são coordenadas;
a segunda contém a justificativa ou explicação da primeira,
relação de sentido que se explicita claramente por meio da
conjunção coordenativa explicativa “pois”.
TEXTO PARA AS QUESTÕES 15 E 16

Mãitina gostava dele, por certo, tinha gostado, muito,


uma vez, fazia tempo, tempo. Miguilim agora tirava isso, da
deslembra, como as memórias se desentendem. Ocasião,
Mãitina sempre ficava cozinhando coisas, tantas horas, no
tacho grande, aquele tacho preto, assentado na trempe de
pedras soltas, lá no cômodo pegado com a casa, o puxado,
onde era a moradia dela – uma rebaixa, em que depois
tinham levantado paredes: o acrescente como se chamava.
[...] Mãitina estava pondo ele no colo, macio manso, e
fazendo carinhos, falando carinhos, ele não esperava por
isso, isso nem antes nem depois nunca não tinha acontecido.
Tanto mesmo Mãitina tinha gostado dele, nesse dia, que,
depois, ela segurou na mãozinha dele, e vieram, até na
porta-da-cozinha, aí ela gritou, exclamando os da casa,
e garrou a esbravecer, danisca, xingando todos, um cada
um, e apontava para ele, Miguilim, dizendo que ele só é que
era bonzinho, mas todos, que ela mais xingava, todos não
prestavam. Pensaram que ela tivesse doidado furiosa.
João Guimarães Rosa. “Campo Geral”.

QUESTÃO 15
_21_2FUV_1F_POR_CR_L1_Q07
A derivação regressiva consiste na “criação de um
substantivo pela eliminação de sufixo da palavra derivante,
e acréscimo de uma vogal temática (p.ex.: abalo derivou-
-se de abalar; saque derivou-se de sacar)” (HOUAISS, 2001).
Entre os fragmentos em destaque no texto, aquele que
contém uma palavra que sofreu derivação regressiva é

(A) “tinha gostado, muito, uma vez”.


(B) “como as memórias se desentendem”.
(C) “Ocasião, Mãitina sempre ficava cozinhando coisas”.
(D) “o acrescente como se chamava”.
(E) “e garrou a esbravecer”.

Gabarito: D

No texto de Guimarães Rosa, a palavra “acrescente”, que


dá nome ao cômodo no qual vive Mãitina, é substantivo
derivado do verbo “acrescentar”, do qual foi suprimido o
sufixo verbal “-ar” e ao qual foi incorporada a vogal temática
“-e”.
QUESTÃO 16
_21_2FUV_1F_POR_CR_L1_Q09
Um dos traços marcantes da obra de Guimarães Rosa é
a valorização dos saberes populares orais, de modo que
traços da fala se inscrevam no texto, afastando-se da
norma-padrão escrita. Assinale a alternativa que contém a
correta descrição de um fenômeno que corresponde a uma
exigência da norma-padrão.

(A) A repetição das palavras em “tinha gostado, muito, uma


vez, fazia tempo, tempo”.
(B) O uso da preposição em “uma rebaixa, em que depois
tinham levantado paredes”.
(C) O uso do pronome reto em “Mãitina estava pondo ele
no colo”.
(D) A repetição das palavras em “e fazendo carinhos,
falando carinhos”.
(E) A dupla negação em “isso nem antes nem depois nunca
não tinha acontecido”.

Gabarito: B

O uso da preposição “em” anteposta ao pronome relativo


“que” em “uma rebaixa, em que depois tinham levantado
paredes” corresponde à norma-padrão. No contexto da
oração subordinada adjetiva, “em que” exerce a função
sintática de adjunto adverbial de lugar, no qual a preposição
expressa a circunstância de lugar.
TEXTO PARA AS QUESTÕES 17 E 18
E assim seguia nossa criancice, tempos afora. Nesses
anos ainda tudo tinha sentido: a razão deste mundo estava
num outro mundo inexplicável. Os mais velhos faziam
a ponte entre esses dois mundos. Recordo meu pai nos
chamar um dia. Parecia mais uma dessas reuniões em que
ele lembrava as cores e os tamanhos de seus sonhos. Mas
não. Dessa vez, o velho se gravatara, fato e sapato com sola.
A sua voz não variava em delírios. Anunciava um facto: a
Independência do país. Nessa altura, nós nem sabíamos
o verdadeiro significado daquele anúncio. Mas havia na
voz do velho uma emoção tão funda, parecia estar ali a
consumação de todos os seus sonhos. Chamou minha mãe
e, tocando sua barriga redonda como lua cheia, disse:
— Essa criança há-de ser chamada de Vinticinco de
Junho. [...]
O tempo passeava com mansas lentidões quando
chegou a guerra. [...] No princípio, só escutávamos as vagas
novidades, acontecidas no longe. Depois, os tiroteios foram
chegando mais perto e o sangue foi enchendo nossos medos.
A guerra é uma cobra que usa os nossos próprios dentes para
nos morder. Seu veneno circulava agora em todos os rios da
nossa alma. De dia já não saíamos, de noite não sonhávamos.
O sonho é o olho da vida. Nós estávamos cegos.
Mia Couto. Terra Sonâmbula.

QUESTÃO 17
_21_2FUV_1F_POR_CR_L1_Q11
Assinale a alternativa cujo fragmento se caracteriza pelo uso
de linguagem literal.
(A) “Os mais velhos faziam a ponte entre esses dois
mundos.”
(B) “Anunciava um facto: a Independência do país.”
(C) “o sangue foi enchendo nossos medos.”
(D) “A guerra é uma cobra”
(E) “O sonho é o olho da vida.”

Gabarito: B

Na frase “Anunciava um facto: a Independência do país”


não há uso de linguagem figurada como recurso de estilo. A
descrição é literal: o pai do narrador chamou a família para
anunciar que chegara a Independência de Moçambique.
QUESTÃO 18
_21_2FUV_1F_POR_CR_L1_Q10
Levando em consideração o fragmento apresentado e a
leitura integral de Terra Sonâmbula, pode-se afirmar que
no trecho “Nesses anos ainda tudo tinha sentido: a razão
deste mundo estava num outro mundo inexplicável. Os
mais velhos faziam a ponte entre esses dois mundos.”, do
primeiro parágrafo, o narrador se refere a um período e a
uma cultura em que
(A) as utopias políticas de liberdade do povo moçambicano
prevaleciam sobre as crenças religiosas.
(B) a guerra de independência de Moçambique solapara as
tradições e a memória familiar do narrador.
(C) a memória religiosa coletiva preservada pelos mais
velhos ainda não fora destruída pela guerra.
(D) crianças e idosos viviam em conflito, causado pela
supremacia dos velhos sobre os jovens.
(E) idealistas, como os ancestrais do narrador, combinavam
harmoniosamente religiosidade e política.

Gabarito: C

No trecho “Nesses anos ainda tudo tinha sentido: a razão


deste mundo estava num outro mundo inexplicável. Os mais
velhos faziam a ponte entre esses dois mundos.”, o narrador
se refere ao período anterior à guerra civil em Moçambique.
Trata-se de um tempo em que “tudo tinha sentido” porque as
tradições populares religiosas estavam preservadas: a razão
do mundo material, visível, repousava no transcendente, e
os saberes tradicionais eram transmitidos pelos mais velhos.
É esse conjunto de saberes que será destruído nos anos de
guerra civil, como se pode observar no romance.
TEXTO PARA AS QUESTÕES 19 E 20
As velhas

Elas nos olham, mas não veem nada.


Sua vida é a que foi, muito lá atrás.
São quase máscaras, mascando o nada,
E em seus olhos há um charco, não a paz.

Como em molduras, nas janelas duras,


São pré-retratos, mas dirão: de quem?
Fitam o amor e a fúria, aves obscuras
No batente-poleiro que as sustém.

Sabem, no quarto escuro que é seu dia,


Que não são deste mundo. A sua voz,
Se existisse, a nós, sãos, perguntaria
Se porventura sê-lo-emos nós.
Alexei Bueno. A árvore seca. Rio de Janeiro: G. Ermarkoff, 2008.

QUESTÃO 19
_21_2FUV_1F_POR_CR_L1_Q19
No poema de Alexei Bueno, as velhas são caracterizadas,
sobretudo, pela

(A) cegueira que, simbolicamente, impossibilita que avaliem


a vida e a situação em que se encontram.
(B) experiência acumulada, que confere sentido positivo à
experiência de viver e amadurecer.
(C) liberdade completa de ir e vir, representada pela
expressão “aves obscuras”.
(D) nitidez expressiva, por meio da qual manifestam seus
julgamentos sobre a vida e as pessoas.
(E) consciência de não pertencerem ao mundo de que
fazem parte o eu lírico e o leitor.

Gabarito: E

A última estrofe do poema esclarece que: as velhas “Sabem,


no quarto escuro que é seu dia, / Que não são deste
mundo.”. O uso do pronome demonstrativo “este” evidencia
com precisão que o mundo a que pertencem o eu lírico e
os leitores não é o mundo das velhas. Pode-se inferir que o
mundo a que elas pertencem é o outro, do pós-morte, de
que estariam próximas por serem idosas.
QUESTÃO 20
_21_2FUV_1F_POR_CR_L1_Q20
No último verso do poema, “Se porventura sê-lo-emos nós”,
o pronome destacado refere-se ao(à)

(A) palavra “nós”, do terceiro verso da terceira estrofe.


(B) expressão “deste mundo”, do segundo verso da terceira
estrofe.
(C) termo “seu dia”, do primeiro verso da terceira estrofe.
(D) locução “no quarto escuro”, do primeiro verso da
terceira estrofe.
(E) oração “que não são deste mundo”, do segundo verso
da terceira estrofe.

Gabarito: B

Para compreender a pergunta hipotética feita pela voz das


velhas, é preciso recuar aos dois primeiros versos da mesma
estrofe: as velhas “sabem [...] que não são deste mundo”.
Elas, portanto, perguntariam a nós se seremos nós deste
mundo – e esta última expressão é substituída, no poema,
pelo pronome demonstrativo “o”, em “sê-lo-emos nós”.
TEXTO PARA AS QUESTÕES 21 E 22

Na mesma carta, encontrada entre seus pertences


levados pelos Krahô para Carolina, Quain reclamava das
dificuldades de trabalhar com os índios no Brasil: “Acredito
que isso possa ser atribuído à natureza indisciplinada e
invertebrada da própria cultura brasileira. [...] Tanto os
brasileiros quanto os índios que tenho visto são crianças
mimadas que berram se não obtêm o que desejam e nunca
mantêm as suas promessas, uma vez que você lhe dá as
costas. O clima é anárquico e nada agradável. A sociedade
parece ter se esgarçado. Minha dificuldade por aqui pode
ser atribuída em grande parte à influência brasileira.
O Brasil, por sua vez, sem dúvida absorveu muitas das
marcas desagradáveis das culturas indígenas com as quais
teve contato inicialmente. [...] Ninguém no Rio de Janeiro
obedece aos avisos de proibição de fumar, porque ‘no
Brasil não prestamos atenção a esse tipo de regulamento’.
As crianças brasileiras pedem a todos os viajantes uma
‘bênção’. Isso pode não ter origem indígena, mas está
totalmente adequado ao temperamento dos índios. Os
brasileiros se contentam em fazer seus pedidos à sorte”.
Quain, ao contrário, nunca pretendeu deixar ao destino a
sua chance. Nem na hora da morte.
Bernardo Carvalho. Nove Noites.

QUESTÃO 21
_21_2FUV_1F_POR_CR_L1_Q12
Levando em consideração a leitura integral de Nove noites
e o fragmento apresentado, os termos por meio dos quais
se explicita com mais clareza a percepção de Buell Quain
de que a sua cultura e a cultura brasileira se opunham são,
respectivamente,

(A) iniciativa e negligência.


(B) burocracia e lentidão.
(C) subserviência e liberdade.
(D) extravagância e volubilidade.
(E) resignação e desobediência.

Gabarito: A

O fragmento final do trecho selecionado não deixa dúvidas


de que a cultura de Buell Quain se caracteriza pela iniciativa:
ele não “deixa ao destino a sua chance”, tomando sempre a
dianteira, inclusive no momento da morte, em que comete
suicídio. Não será à toa, portanto, que, para ele, a cultura
brasileira seja marcada pela falta de iniciativa – isto é, o que
ele considera moroso, preguiçoso e negligente: a “natureza
indisciplinada e invertebrada da própria cultura brasileira”,
os caprichos infantis, o “clima anárquico”, a desobediência
sistemática e a aposta na sorte.
QUESTÃO 22
_21_2FUV_1F_POR_CR_L1_Q13
Os trechos “no Brasil não prestamos atenção a esse tipo de
regulamento” e “bênção”, em destaque, foram registrados
entre aspas para indicar que

(A) são exemplos da cultura brasileira que devem ser


considerados pelo leitor no sentido figurado.
(B) seriam mais adequados no idioma inglês, de Buell
Quain, para expressar a crítica que contêm.
(C) representam falas com as quais Buell Quain exemplifica
traços da cultura brasileira.
(D) foram literalmente pronunciados por Buell Quain em
sua visita ao Rio de Janeiro.
(E) indicam que Buell Quain desconhecia a valorização da
disciplina na cultura brasileira.

Gabarito: C

O uso das aspas nos trechos sublinhados serve para Buell


Quain exemplificar o que ele considera serem falas típicas
da indisciplina da cultura brasileira (a desobediência aos
regulamentos) e sua resignação ao destino (os pedidos de
benção, que excluem a iniciativa pessoal).
TEXTO PARA AS QUESTÕES 23 E 24

[...] Ó meio-dia confuso,


ó vinte-e-um de abril sinistro,
que intrigas de ouro e de sonho
houve em tua formação?
Quem ordena, julga e pune?
Quem é culpado e inocente?
Na mesma cova do tempo
cai o castigo e o perdão.
Morre a tinta das sentenças
e o sangue dos enforcados...
– liras, espadas e cruzes
pura cinza agora são. [...]
Não choraremos o que houve,
nem os que chorar queremos:
contra rocas de ignorância
rebenta a nossa aflição.
Cecília Meireles. Romanceiro da Inconfidência.

QUESTÃO 23
_23_21_2FUV_1F_POR_CR_L1_Q06
No poema, “o castigo e o perdão”, em destaque no texto,
exerce a mesma função sintática que a expressão destacada
em

(A) “que intrigas de ouro e de sonho / houve em tua


formação?”.
(B) “Quem é culpado e inocente?”.
(C) “– liras, espadas e cruzes / pura cinza agora são”.
(D) “Não choraremos o que houve”.
(E) "contra rocas de ignorância / rebenta a nossa aflição.”.

Gabarito: C

Nos versos “Na mesma cova do tempo / cai o castigo e


o perdão.”, a expressão em destaque exerce a função
sintática de sujeito. Trata-se de um caso de sujeito composto
posposto ao verbo, no qual a concordância verbal foi feita
com o núcleo mais próximo da forma verbal. Caso a oração
estivesse na ordem direta, teríamos “o castigo e o perdão
caem na mesma cova do tempo”. Em “– liras, espadas e
cruzes / pura cinza agora são.”, a expressão em destaque
exerce a função sintática de sujeito da oração, a qual, em
ordem direta, seria “– liras, espadas e cruzes são pura cinza
agora”.
QUESTÃO 24
_21_2FUV_1F_POR_CR_L1_Q05
As duas estrofes apresentadas foram extraídas de “Fala
Inicial”, poema que abre o Romanceiro da Inconfidência.
Levando em consideração a leitura integral da obra e a
compreensão desse trecho específico, é correto afirmar
que, nesse poema, a autora apresenta ao leitor o propósito
do Romanceiro, que é

(A) romantizar a Inconfidência e seus protagonistas, sem


compromisso com os fatos.
(B) desfilar lamuriosamente os fatos referentes ao fracasso
da Inconfidência Mineira.
(C) apresentar uma perspectiva imparcial dos eventos
associados à Inconfidência Mineira.
(D) estabelecer conexão entre a Inconfidência Mineira e
temas filosóficos, como a liberdade.
(E) desvendar, por meio da poesia, o sentido oculto da
Inconfidência, minuciosamente pesquisada.

Gabarito: E

O Romanceiro da Inconfidência é obra na qual a poesia


serve para investigar os sentidos profundos dos eventos
históricos da Inconfidência Mineira. Sabe-se que Cecília
Meireles empreendeu extensa pesquisa dos Autos da
Devassa da Inconfidência Mineira para redigir o texto.
No fragmento destacado na questão, chamam a atenção
as perguntas iniciais, em que se manifesta o projeto da
autora de avaliar os acontecimentos e de responsabilizar os
envolvidos por seus atos; a seguir, na mesma estrofe, está
evidente a percepção de que o tempo apaga as nuances
desses acontecimentos, os quais a autora pretende resgatar,
mais uma vez, para encontrar-lhes o sentido. Finalmente, na
segunda estrofe, a autora afirma que não pretende chorar –
isto é, lamentar-se, perder-se em lamúrias –, mas canalizar
a aflição contra as rocas da ignorância.
QUESTÃO 25
_21_2FUV_1F_HIS_LT_L1_Q04
Apoiado na crescente posição de poder das camadas
burguesas, o rei se distanciava cada vez mais do restante da
nobreza, e vice-versa: simultaneamente, promovia o avanço
dos burgueses. [...] Entretanto, se as formações burguesas,
se os indivíduos com cargos jurídicos ou administrativos do
alto escalão avançavam mais do que agradava ao rei, ele
lhes mostrava seus limites de modo tão implacável como
fazia com seus aristocratas.
Norbert Elias. A sociedade de Corte: investigação sobre a sociologia
da realeza e da aristocracia de Corte. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001.
p. 210. (Adaptado)

O comentário de Norbert Elias acerca do governo de Luís


XIV (1638-1715) revela que o monarca francês pretendia

(A) controlar a influência do alto escalão burguês.


(B) estimular o impulso revolucionário da burguesia.
(C) substituir a nobreza pela burguesia no plano absolutista.
(D) integrar os ideais burgueses de igualdade à Dinastia
Bourbon.
(E) incentivar o processo de industrialização para conter a
burguesia.

Gabarito: A

Elias demonstra com agudeza e concisão a estratégia de


poder de Luís XIV: manter tanto a nobreza como a burguesia
ascendente debaixo de suas asas. Na França bourbônica, a
burguesia acabou sendo incorporada à sociedade de Cortes
por meio de leis que a incentivavam a comprar títulos
nobiliárquicos. Assim, os Bourbon retardaram o pendor
revolucionário da burguesia na França por mais tempo que
na sua vizinha Inglaterra, por exemplo.
QUESTÃO 26
_21_2FUV_1F_HIS_LT_L1_Q03
A perda de tempo é, assim, o primeiro e em princípio
o mais grave de todos os pecados. Nosso tempo de vida é
infinitamente curto e precioso para “consolidar” a própria
vocação. Perder tempo com sociabilidade, com “conversa
mole”, com luxo, mesmo com o sono além do necessário
à saúde – seis, no máximo oito horas – é absolutamente
condenável em termos morais. [...] o tempo é infinitamente
valioso porque cada hora perdida é trabalho subtraído da
glória de Deus.
Richard Baxter. “Christian Directory”. In: Adauto Novaes (Org.).
Mutações: elogio à preguiça. São Paulo: Editora Sesc, 2011. (Adaptado)

A mentalidade descrita no texto, inserida no contexto da


Idade Moderna europeia, é representativa do modo de vida
do(a)

(A) catolicismo tradicional, que pautava a doutrina da


Igreja.
(B) campesinato, que passou a incorporar os ideais
protestantes.
(C) Contrarreforma, que foi uma resposta da Igreja ao
protestantismo.
(D) sociedade cortesã, que incorporou os ideais católicos
durante o absolutismo.
(E) calvinismo protestante, que espelhou os anseios da
classe burguesa comercial.

Gabarito: E

No texto, Baxter descreve princípios protestantes de


vida, pautados em uma nova leitura do Velho e do Novo
Testamento. Centralizados no trabalho, na poupança e
na produtividade, os costumes calvinistas ampararam
a visão de mundo das burguesias europeias e de seus
empreendimentos econômicos. Essa nova postura ajudou
no desenvolvimento da mentalidade capitalista e no
crescimento do poderio dessa classe comerciante ao longo
da Idade Moderna.
QUESTÃO 27
_21_2FUV_1F_HIS_LT_L1_Q02

Pieter Bruegel, o Velho, O triunfo da morte, c. 1562, óleo sobre


madeira, 117 cm × 162 cm, Museu do Prado, Madri, Espanha.

Embora tenha nascido depois do período epidêmico,


Bruegel (c. 1525–1569) retrata o horror da peste bubônica
entre os séculos XIV e XV. Sobre essa doença, é correto
afirmar que ela teve como uma de suas

(A) causas as revoltas camponesas do período.


(B) consequências um novo ciclo de feudalização.
(C) causas a falta de controle sanitário nos burgos.
(D) consequências o fortalecimento da narrativa católica.
(E) causas a redução da xenofobia contra os estrangeiros.

Gabarito: C

A pintura retrata o cenário de mortes provocadas pela


epidemia de peste bubônica. A alta mortandade dessa
doença, que devastou a Europa nos séculos XIV e XV,
levou à falta de alimentos e de mão de obra, além da
desestabilização momentânea da classe senhorial feudal.
Uma das causas desse e de outros ciclos epidêmicos da
mesma época eram as condições de higiene das cidades, na
maioria das vezes, precárias.
QUESTÃO 28
_21_2FUV_1F_HIS_LT_L1_Q06
Tudo o que Elizabeth havia obtido – as colônias inglesas
na América e as feitorias na Índia, a constituição de uma
frota operacional e o grande comércio marítimo – Cromwell
considerava da maior importância. Quando, quase
imediatamente após sua morte, o poder voltou às mãos
dos reis, a Inglaterra continuou sua ascensão. No entanto,
nenhum outro rei – até os dias de hoje – ousou infringir os
compromissos da Magna Carta.
Ernst Gombrich. Breve história do mundo.
São Paulo: Martins Fontes, 2001. p. 239. (Adaptado)

No contexto histórico do século XVII, constituem-se como


uma ruptura e uma continuidade causadas pelas revoluções
inglesas, respectivamente, o(a)

(A) catolicização do reino e a expansão marítima.


(B) instauração do Antigo Regime e o liberalismo.
(C) republicanismo e a proibição da escravização.
(D) constitucionalismo e as ambições marítimas imperiais.
(E) eliminação da nobreza e a industrialização econômica.

Gabarito: D

Como ruptura clara com o Antigo Regime, as revoluções


inglesas propuseram o princípio da representatividade
do governo, ou o constitucionalismo político. Por meio
de uma carta, como a Bill of Rights (1689), o monarca
comprometia-se a governar representando os anseios de
sua população, e não mais voltando a máquina estatal
para seu benefício e de sua família. Por outro lado, como
continuidade, os burgueses revolucionários mantiveram o
ritmo das expansões comerciais iniciadas anteriormente
por figuras como a rainha Elizabeth I, célebre monarca
absolutista.
QUESTÃO 29
_21_2FUV_1F_HIS_PH_L1_Q04
As agulhas
percorriam
abomináveis espaços:
e as linhas
cruzadas
e recruzadas
do longo mar-oceano
deixavam rubras
no pano
tênue da História
marcas de voos
ousados.
Restou no chão da Bahia
à sombra de muitas forcas
retalhos, fios partidos
e uma flor viva
de sangue:
adubo.
Domício Proença Filho. “As teias da bordadura”. Dionísio esfacelado.
Rio de Janeiro: Achiamé, 1984. p. 91.

O texto de Proença Filho remete a um episódio um tanto


esquecido na História do Brasil: a Conjuração Baiana de
1798. Esse movimento foi singular porque houve o(a)

(A) atuação de escravizados e de setores livres de baixa


renda.
(B) receio de convocação para combater as revoltas
provinciais.
(C) desejo dos revoltosos de instalar uma autoridade
muçulmana.
(D) recusa das elites em pagar a iluminação pública da
cidade de Salvador.
(E) intenção dos rebeldes de romper o mínimo possível
com a velha ordem.

Gabarito: A

A poesia faz referência à Conjuração Baiana (ou Revolta


dos Alfaiates), movimento de insurreição contra a Coroa
portuguesa ocorrido em Salvador, no ano de 1798. O
ineditismo do movimento se deve ao fato de ter sido
capitaneado por escravizados, negros livres, brancos pobres
e mestiços. Cabe lembrar que a Conjuração está inserida no
contexto de crise do sistema colonial europeu na América e
nos movimentos contestatórios que se desenvolviam tanto
no velho continente (Revolução Francesa) como no Novo
Mundo (Independência dos Estados Unidos da América e
Revolução Haitiana, para citar somente os mais relevantes).
QUESTÃO 30
_21_2FUV_1F_HIS_LT_L1_Q05
A monarquia absoluta parecia ser a única alternativa
à anarquia, e Henrique VII, o primeiro Tudor, centralizou
o domínio sobre os senhores a despeito das restrições da
Carta Magna de 1215. Criou-se uma nova nobreza, fiel ao
rei e aliada aos interesses de uma burguesia mercantil em
ascensão, constituindo-se a gentry (ou os fidalgos, uma
classe social abaixo da nobreza ou aristocracia inglesa).
Foi nessa época quando começaram os cercos (enclosures)
de terras comunais e públicas para criar ovelhas, e os
camponeses despejados tiveram de vagar, mendigar e
roubar para sobreviver.
Tomás Várnagy. “O pensamento de John Locke e o surgimento
do liberalismo”. In: Atílio A. Boron (Org.). Filosofia política moderna:
de Hobbes a Marx. Buenos Aires: Consejo Latinoamericano de
Ciencias Sociales – CLACSO; São Paulo: Departamento de Ciências
Políticas – Universidade de São Paulo, 2006. p. 47. (Adaptado)

Os Tudors governaram de maneira absoluta por mais de um


século. Durante esse período, essa dinastia se caracterizou
por

(A) articular com a burguesia a expansão do comércio


ultramarino.
(B) privilegiar a nobreza em detrimento das demais classes.
(C) incorporar a classe burguesa aos estratos da nobreza.
(D) fazer alianças com os reinos ibéricos para colonizar a
América.
(E) pôr fim às disputas entre as diferentes vertentes do
cristianismo.

Gabarito: A

O absolutismo inglês, que começou com a Dinastia Tudor


e terminou com a ascensão de Guilherme de Orange em
1688, teve como uma de suas principais características o
desenvolvimento e a expansão do comércio ultramarino.
Nesse período, a monarquia atuou como principal
organizador das rotas marítimas e conquistas coloniais,
tendo ao seu lado a burguesia como financiadora do
processo.
QUESTÃO 31
_21_2FUV_1F_HIS_LT_L1_Q07
Em torrentes salgadas nosso suor acelerado desce
Cai dos anéis dos cabelos ou escorre pela face.
Não temos pausa em nosso trabalho;
A sala barulhenta da debulha não pode parar.
[...]
Semana após semana fazemos essa tarefa monótona,
Exceto quando os dias de joeirar criam outra nova;
Nova realmente, mas em geral pior;
A sala da debulha só se submete às pragas do mestre:
Ele conta os alqueires, conta a quantidade do dia,
Depois pragueja que vadiamos metade do tempo.
Olhem aqui, seus patifes! Acham que isso basta?
Os seus vizinhos debulham duas vezes mais que vocês.
Stephen Duck. “A lida do debulhador”. In: Edward Thompson.
Costumes em comum: estudos sobre a cultura popular tradicional. Rosaura
Eichemberg (Trad.). São Paulo: Companhia das Letras, 1998. p. 273.

O poema de Duck mostra alguns dos efeitos sociais


imediatos da Revolução Industrial na Inglaterra. No excerto,
pode-se observar um deles, que é a

(A) manutenção da divisão do tempo baseada na natureza.


(B) dominação por meio da precificação do tempo de
trabalho.
(C) difusão de marcos temporais cotidianos voltados à
religiosidade.
(D) administração dos trabalhadores acerca de seu próprio
tempo de serviço.
(E) evolução e melhoria das condições de trabalho por
meio de leis específicas.

Gabarito: B

O texto alude ao ritmo acelerado de trabalho e à perda de


controle sobre esse processo por parte do trabalhador. O
assalariamento (precificação do tempo de trabalho), no
século XVIII inglês, atingiu fortemente a classe trabalhadora,
desamparada por leis de proteção ao serviço. No início da
industrialização, o assalariamento era ainda mais opressivo
que nos dias atuais, impondo altas cargas de trabalho
e condições degradantes de serviço. Essa condição está
plenamente expressa no poema operário colhido por
Thompson.
QUESTÃO 32
_21_2FUV_1F_HIS_PH_L1_Q01
A condição de aldeados lhes dava alguns privilégios em
relação aos que ocupavam posição inferior na escala social.
Tinham direito à terra, embora uma terra bem mais reduzida
que a sua original, tinham direito a não se tornarem escravos,
embora fossem obrigados ao trabalho compulsório, tinham
direito a se tornarem súditos cristãos, embora tivessem que
se batizar e, em princípio, abdicar de suas crenças e costumes.
Maria Regina Celestino de Almeida. “Grupos étnicos e ação política”.
In: Metamorfoses indígenas: identidade e cultura nas aldeias coloniais
do Rio de Janeiro. 2 ed. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2013. p. 307.

No texto, as características sociopolíticas do indígena


aldeado sugerem que sua inserção no projeto colonial
português apresentava condições que eram

(A) equivalentes às oferecidas aos colonos portugueses


pobres.
(B) semelhantes às dadas aos nativos africanos de
Moçambique.
(C) similares às que permitiam a permanência dos jesuítas
no Brasil.
(D) vantajosas se comparadas à situação de outros grupos
indígenas.
(E) passíveis de lhes oferecer perspectivas de progressão
econômica.

Gabarito: D

O texto analisa a condição do nativo aldeado, isto é,


aquele que passou a viver ou nasceu em um aldeamento.
A autora do texto reconhece que havia uma aculturação
imposta – como se vê no trecho “tinham direito a não se
tornarem escravos, embora fossem obrigados ao trabalho
compulsório” –, porém ela defende a tese de que o nativo
aldeado também conseguia alguns benefícios, quando se
considera o contexto mais amplo a que estavam submetidos
outros grupos indígenas.
QUESTÃO 33
_21_2FUV_1F_HIS_PH_L1_Q07

Revista Ilustrada, Rio de Janeiro, n. 397, ano 9, 1884.

A charge de Ângelo Agostini pergunta “Para onde penderá a


balança?”. Por meio dela, o chargista

(A) posiciona o Partido Conservador à direita para lhe fazer


uma crítica velada.
(B) revela o clima de dúvida na imprensa sobre qual seria o
resultado do pleito.
(C) ironiza a situação, pois já se sabia qual seria o resultado
político geral do pleito.
(D) demonstra uma posição radical, pois a dúvida manifesta
apoio ao Partido Liberal.
(E) critica o bipartidarismo, pois o considerava um ponto
negativo da Constituição de 1824.

Gabarito: C

A charge representa o sistema eleitoral por meio de uma


balança: de um lado, um homem simboliza o Partido Liberal,
e, de outro, o Partido Conservador. A pergunta sobre
qual grupo político iria vencer as eleições não exprime
dúvida, mas consiste em uma irônica crítica ao chamado
“parlamentarismo às avessas”. De acordo com as normas da
Constituição de 1824, o imperador gozava da prerrogativa
de dissolver a Câmara dos Deputados, além de escolher
os senadores previamente apresentados em lista tríplice
após eleição popular. Ou seja, o imperador detinha grande
capacidade de interferência sobre o Poder Legislativo.
Cabia também a ele escolher o primeiro-ministro, que
por sua vez escolhia o gabinete ministerial (com relativa
independência, pois também o imperador os nomeava),
que então seria submetido à aprovação na Câmara. Embora
a esta fosse facultado rejeitar – ou posteriormente derrubar
– o gabinete com o instrumento do voto de desconfiança,
a possibilidade sempre presente de dissolução funcionava
como um estabilizador político entre interesses divergentes.
Há também que se considerar que era o próprio gabinete
que organizava as eleições, poder que abria espaço para
a possibilidade de manipulações no processo. Em geral, o
gabinete organizador das eleições vencia o pleito.
QUESTÃO 34
_21_2FUV_1F_HIS_PH_L1_Q05
Havendo o Imperador dos Franceses invadido meus
Estados de Portugal de uma maneira a mais aleivosa,
convém declarar semelhantemente a guerra ao referido
Imperador, e aos seus vassalos, e portanto ordeno que por
mar, e por terra, se lhes façam todas as possíveis hostilidades,
autorizando o corso, e armamento, aqueles meus vassalos
queiram propor-se contra a Nação Francesa, declarando,
que todas as tomadas, e presas, serão completamente dos
apresadores, sem dedução alguma em benefício da minha
Real Fazenda.
Coleção de leis e decretos do Brasil, 1808. Disponível em:
<https://bd.camara.leg.br>. Acesso em: 8 nov. 2020. (Adaptado)

No decreto, Dom João VI

(A) acusa Napoleão de traição, pois os franceses haviam


prometido respeitar as fronteiras da Guiana Francesa
com o Brasil.
(B) declara guerra a Napoleão, autorizando a população
portuguesa a se apoderar de bens dos franceses com
isenção fiscal.
(C) pretende demonstrar poder aos súditos brasileiros, que
já davam sinais de insatisfação com a presença da Corte
portuguesa.
(D) estimula disputas entre portugueses e franceses por
causa da maior eficiência francesa no que se refere à
política agrária.
(E) declara estado de beligerância à França, pois esse reino
aliou-se à Holanda para combater o tráfico negreiro no
Atlântico.

Gabarito: B

O texto-base é um decreto do regente Dom João VI, datado


de 10 de junho de 1808 e assinado no Rio de Janeiro, já então
sede do Império Português há quase cinco meses. Apesar
de tardio, o decreto é uma resposta jurídica de Portugal
à invasão francesa que ocorria desde novembro de 1807.
Na presente declaração de guerra, Dom João lançava mão
de um expediente inusitado, a carta de corso, que consiste
na autorização para seus súditos se apoderarem de bens
privados dos franceses, sem que se pagassem os impostos
usuais para esse tipo de atividade, algo semelhante às
atividades de pirataria. Era um estímulo de Dom João à
resistência da população portuguesa, então em desânimo
devido ao abandono que os líderes políticos empreenderam
ao transferirem o aparato de governo e de poder para a
colônia na América.
QUESTÃO 35
_21_2FUV_1F_GEO_BW_L1_Q02
As rochas alteram-se quimicamente quando seus
constituintes minerais reagem com o ar e a água. Nessas
reações químicas, alguns minerais dissolvem-se. Outros se
combinam com a água e alguns componentes da atmosfera,
como o oxigênio e o gás carbônico, formando minerais
novos.
Frank Press; Raymond Siever; John Grotzinger; Tom H. Jordan.
Para entender a Terra. 4 ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. p. 174.

O intemperismo retratado no texto contribui para a

(A) constituição de solos profundos.


(B) formação de rochas magmáticas.
(C) preservação de formas dos relevos.
(D) manutenção de gases na atmosfera.
(E) disseminação de escudos cristalinos.

Gabarito: A

O intemperismo contribui para a formação dos solos.


Esse processo é decorrente da transformação da rocha
em sedimentos. Essa transformação pode ocorrer tanto
por meio do intemperismo físico quanto por meio do
intemperismo químico. O texto se refere ao intemperismo
químico, responsável pela desagregação de minerais das
rochas, o que contribui para a formação de solos profundos.
QUESTÃO 36
_21_1FUV_1F_GEO_BW_L1_Q05

EreborMountain/Shutterstock
Os pontos indicados na imagem estão representando os
seguintes movimentos:

(A) 1 – orogênese divergente; 2 – orogênese convergente.


(B) 1 – epirogênese negativa; 2 – orogênese transformante.
(C) 1 – epirogênese de soerguimento; 2 – epirogênese
negativa.
(D) 1 – orogênese convergente; 2 – epirogênese de
soerguimento.
(E) 1 – orogênese transformante; 2 – epirogênese de
soerguimento.

Gabarito: C

A epirogênese é o movimento vertical de alguma área


continental. Quando esse movimento é para cima,
como indicado pelas setas relativas ao ponto 1, tem-se a
epirogênese de soerguimento (ou positiva); quando ocorre
o rebaixamento, como indicado pelas setas relativas ao
ponto 2, tem-se a epirogênese negativa.
QUESTÃO 37
_21_1FUV_1F_GEO_BW_L1_Q10
Em 1883, o mundo presenciou um evento natural tão
bombástico e violento que pôde ser notado de alguma forma
por praticamente todos os habitantes do planeta. A erupção
do vulcão Krakatoa, na Indonésia, lançou detritos a até
100 km de altura, causou megatsunamis que mataram
milhares de pessoas e foram percebidos até no Canal da
Mancha. A pequena Ilha de Krakatoa, no meio do Estreito
de Sunda, entre as grandes ilhas de Sumatra e Java na
Indonésia, foi praticamente destruída no dia 27 de agosto
de 1883, uma segunda-feira, pela explosão do vulcão.
“Krakatoa, o inferno de Java: a erupção há 137 anos que foi sentida
no planeta inteiro”. Disponível em: <https://noticias.r7.com>.
Acesso em: 10 ago. 2020.

“Saiba qual foi o som mais alto já ouvido na história”.


Disponível em: <http://publicadosbrasil.blogspot.com>.
Acesso em: 7 dez. 2020. (Adaptado)

Associando a imagem ao evento descrito, analise as


seguintes afirmações:
I. Atividades vulcânicas intensas como a retratada tornam
a atmosfera tóxica, pois lançam grandes quantidades de
dióxido de enxofre na atmosfera que podem produzir
alterações climáticas em nível global.
II. O afastamento contínuo das placas tectônicas da região
causou tanto a erupção do vulcão Krakatoa como o
terremoto que fez parte da ilha desaparecer.
III. O aumento da pressão interna do cone vulcânico
e o deslocamento isostático da litosfera foram os
responsáveis por essa intensa explosão.
IV. O derramamento de lava e as cinzas do vulcão Krakatoa
tornaram os solos da ilha muito férteis após alguns anos.
É correto o que se afirma apenas em

(A) I e II. (D) II e III.


(B) I e III. (E) II e IV.
(C) I e IV.

Gabarito: C

Afirmação I: correta. Com as erupções vulcânicas, há a


liberação, para a atmosfera, de dióxido de enxofre e de
outros gases responsáveis pela poluição do ar, que podem
ser letais aos seres humanos e aos animais e produzir
alterações climáticas em nível global. A erupção do Krakatoa
em 1883, por exemplo, reduziu a temperatura global e
alterou as cores do crepúsculo em vários regiões da Terra
por cerca de 18 meses.
Afirmação II: incorreta. A erupção vulcânica relatada
pelo texto é decorrente do choque de placas, ou seja, do
movimento convergente de placas tectônicas.
Afirmação III: incorreta. A isostasia consiste na acomodação
de porções da superfície da Terra em decorrência das
diferentes densidades das rochas. A erupção do vulcão
Krakatoa foi consequência de um movimento convergente
de placas tectônicas que causou o rebaixamento de uma
placa tectônica e o soerguimento da outra.
Afirmação IV: correta. A erupção do Krakatoa causou
grande destruição; porém, após algum tempo, as cinzas
e a lava contribuíram para fertilizar o solo no entorno do
vulcão, pois – assim como acontece em outros locais – elas
continham nutrientes que funcionaram como uma espécie
de adubo natural.
QUESTÃO 38
_21_2FUV_1F_GEO_BW_L1_Q01

Magma
Placa tectônica A Placa tectônica B

O relevo dos oceanos é formado por diferentes processos.


Na imagem, observa-se que o magma penetra as fraturas e
falhas, empurra as bordas das placas para os lados e produz
uma nova litosfera oceânica. Uma feição de relevo que foi
produzida por esse processo foi a

(A) Cadeia do Atlas.


(B) Plataforma Ártica.
(C) Fossa das Marianas.
(D) Dorsal Mesoatlântica.
(E) Cordilheira dos Andes.

Gabarito: D

A imagem demonstra o processo de rifteamento da crosta


terrestre, ou seja, o processo de formação das superfícies
oceânicas. No centro, onde há o processo de formação, o
derramamento de lava forma um conjunto de cadeias de
montanhas submarinas (dorsais mesoceânicas), como a
Dorsal Mesoatlântica.
QUESTÃO 39
_21_2FUV_1F_GEO_BW_L1_Q07
Entre as mais bem conhecidas relações, estão os ventos
que criam ondas e ajudam a impulsionar as principais
correntes marítimas. Por causa da alta densidade da
água comparada à do ar, os movimentos mais rápidos
na atmosfera são refletidos como movimentos muito
mais vagarosos nos oceanos. Além disso, esses processos
desempenham um papel significativo no auxílio à anulação
dos desequilíbrios de energia de calor entre as regiões
tropicais e polares.
James F. Petersen; Dorothy Sack; Richard E. Gabler. Fundamentos
de geografia fisica. São Paulo: Cengage Learning, 2014. p. 93.

As correntes marítimas atuam no equilíbrio dos ecossistemas


e são um importante fator climático. Dentre suas funções,
destaca-se a

(A) formação de desertos frios.


(B) regulação de climas globais.
(C) intercalação de brisas oceânicas.
(D) composição de bacias hidrográficas.
(E) uniformização de pressão atmosférica.

Gabarito: B

As correntes marítimas têm fundamental importância na


manutenção dos climas globais, levando umidade ou não
para as regiões costeiras dos continentes, além de regular
as temperaturas das regiões litorâneas.
QUESTÃO 40
_21_2FUV_1F_GEO_BW_L1_Q05

ALTA POLAR

60º BAIXA SUBPOLAR

30º ALTA SUBTROPICAL VENTOS ALÍSIOS

0º BAIXA DO EQUADOR (ZCIT)

ALTA SUBTROPICAL VENTOS ALÍSIOS


30º

60º BAIXA SUBPOLAR

ALTA POLAR

Maria Julia Coutinho. Entrando no clima.


São Paulo: Planeta, 2016. p. 142.

Sobre os elementos mostrados na imagem, assinale a


alternativa correta.

(A) Na Alta Polar, são encontradas pequenas pressões


atmosféricas.
(B) Na Baixa do Equador, há o movimento de descendência
da coluna de ar.
(C) As inclinações das setas são resultado do movimento de
translação da Terra.
(D) Entre a Baixa do Equador e a Alta Subtropical encontra-
-se a Célula de Hadley.
(E) Entre a Alta Subtropical e a Baixa Subpolar manifestam-
-se os ventos contra-alísios.

GabariTO: D

A Célula de Hadley corresponde à movimentação vertical da


coluna de ar entre o Equador e o paralelo 30°, formando
uma área de baixa pressão na região equatorial e de alta
pressão na região dos trópicos.
QUESTÃO 41
_21_2FUV_1F_GEO_JP_L1_Q01
As transformações econômicas e sociais ocorridas nos
anos 1970, associadas ao acirramento da concorrência
mundial no mundo capitalista e ao emprego de novas
tecnologias, configurando o que se convencionou chamar
de Terceira Revolução Industrial, contribuíram para afirmar
e moldar um novo processo de acumulação de tipo flexível.
A reestruturação produtiva está baseada em aumento
de produtividade, eficiência, qualidade, novas formas de
tecnologia e de gestão, efetivando-se por intermédio das
inovações tecnológicas.
Maria Beatriz Costa Abramides; Maria do Socorro Reis Cabral.
“Regime de acumulação flexível e saúde do trabalhador”.
São Paulo em Perspectiva, São Paulo, v. 17, n. 1, mar. 2003, p. 3-10.

Com base nas características do referido modelo de


organização industrial e em seus conhecimentos, é correto
afirmar que a

(A) flexibilidade laboral garante ao trabalhador segurança


em relação às contratações na iniciativa privada.
(B) cadeia produtiva se estrutura por meio da especialização
da mão de obra aliada à produção em larga escala.
(C) exigência de planos de controle de qualidade no fluxo
gera maiores investimentos em estoques de matéria-
-prima.
(D) incorporação de tecnologias informacionais para
substituir as tomadas de decisões aumenta os custos
produtivos.
(E) terceirização de atividades objetiva a diminuição de
custos em um processo de produção de acordo com a
demanda.

Gabarito: E

O texto se refere à acumulação flexível – ou toyotismo –,


modo de produção que tomou o lugar do fordismo após
a década de 1970. Um dos diferenciais desse modelo é
produzir conforme a solicitação de demanda. Para tanto,
o modelo passou a flexibilizar a utilização de matéria-
-prima, a localização das fábricas e as relações trabalhistas.
Cabe ressaltar que a desregularização de vários direitos
trabalhistas e a possibilidade de terceirização visam à
diminuição de custos fixos e à maximização dos lucros.
QUESTÃO 42
_21_2FUV_1F_GEO_JP_L1_Q03
Há anos a China tem investido em sua indústria para se distanciar do estigma de país da indústria da cópia barata e da
produção de produtos de baixa qualidade. O gráfico mostra que cada vez mais esse país asiático tem se consolidado como um
dos grandes players mundiais.
China × Estados Unidos: Produção Industrial (Em trilhões de dólares)

Trilhões
3,46
USD 4,00 3,20
3,18
2,93 3,15
USD 3,50
2,69

USD 3,00 2,42


1,92
USD 2,50 1,79 1,84
1,69 1,80 1,69
1,61
USD 2,00 2,17
2,11 2,08
2,03
1,92 1,98
USD 1,50 1,85
1,78
1,47 1,61
USD 1,00
1,15

USD 0,50 0,89


0,73
0,62
USD 0,00
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
China Estados Unidos
Fonte: The World Bank.

Considerando seus conhecimentos e o gráfico apresentado, é correto afirmar que o bom desempenho chinês é resultado
do(a)

(A) programa de privatizações de empresas estatais realizado após a fragmentação da União Soviética.
(B) atração de mão de obra barata estrangeira e da importação de matérias-primas por nações orientais aliadas.
(C) instalação de multinacionais em países desenvolvidos para captação de recursos financeiros mais valorizados que a moeda
chinesa.
(D) declínio do Partido Comunista Chinês do poder central associado à aplicação de um modelo de mercado voltado para o
mercado interno.
(E) abertura econômica por meio de zonas especiais aliada a incentivos fiscais para produção e exportação de manufaturados
a baixo custo.

Gabarito: E

Os dados observados no gráfico, que apresenta o crescimento ano a ano da indústria chinesa, são o resultado da criação de
um modelo de desenvolvimento econômico pautado em Zonas Econômicas Especiais, nas quais foram implantadas diversas
condições de atração de empresas: isenção de impostos para produtos industrializados, maiores salários em relação aos pagos
no resto do país, mão de obra barata e abundante, infraestrutura e proximidade com o litoral para facilitar o escoamento da
produção voltada à exportação a baixos custo e valor final.
QUESTÃO 43
_21_2FUV_1F_GEO_JP_L1_Q07
A necessidade de alimentar uma população mundial
que se encontra em constante crescimento coloca pressão
sobre a produção agrícola, que por sua vez contribui para a
degradação dos recursos naturais. Tem-se ainda as constantes
mudanças climáticas que colocam em risco o sucesso da
agricultura. Assim, variadas entidades mundiais têm estudado
soluções para encontrar dietas sustentáveis, que devem aliar
a segurança alimentar e nutricional à ecologia, e os insetos
comestíveis são uma boa alternativa neste tipo de dieta.
Daniel Vinícius Korb. Ferramentas didáticas para disseminar
a cultura da entomofagia. Trabalho de Conclusão de Curso
(Licenciatura em Ciências Biológicas) – Universidade Tecnológica
Federal do Paraná. Dois Vizinhos, 2019. (Adaptado)

Insetos × animais tradicionais


Insetos têm maior taxa de conversão alimentar, precisam de menos
terra para serem criados e agridem menos o ambiente em comparação
a outros animais empregados na alimentação humana

CONVERSÃO ALIMENTAR GASTO DE ÁGUA


Quan�dade de alimento, em quilos, Volume necessário, em litros,
para ganho de 1 kg de massa corpórea para produzir 1 grama de proteína
10

5 112

2,5 57
1,7 34
23

Insetos Frango Porco Vaca Insetos Frango Porco Vaca

USO DE TERRA AQUECIMENTO GLOBAL


Área exigida, em metros quadrados, Gás de efeito estufa liberado, em grama,
para produção de 1 kg de proteína animal para que o animal ganhe 1 kg de massa
198 2 850

1 300

45 46
300
18
1
Insetos Frango Porco Vaca Insetos Frango Porco Vaca

Suzel Tunes. “Insetos comestíveis”. Pesquisa Fapesp, n. 290, abr. 2020.

Com base nas informações apresentadas e em seus


conhecimentos sobre a questão da segurança alimentar, é
correto afirmar que a(s)

(A) áreas onde os insetos já estão incorporados como fonte


alimentar são marcadas por um quadro de escassez
alimentar dessas populações.
(B) elevadas taxas de nutrientes aliadas ao baixo custo
de investimentos tornam a produção viável para a
alimentação humana e a animal.
(C) produção de insetos para consumo é um conceito novo
no mundo e é defendida pelo baixo nível de tecnologia
empregada.
(D) baixa taxa de reprodução e o ciclo de vida limitado são
fatores que dificultam a criação de insetos em larga
escala.
(E) grande disponibilidade de insetos facilitará a inclusão
deste tipo de alimento na dieta dos países ocidentais.

Gabarito: B

O elevado ritmo de crescimento populacional e animal e a


degradação dos recursos naturais (solo, água, florestas etc.)
pelo atual modelo econômico demandam novas formas
de garantir a segurança alimentar em diversas partes do
mundo. Dessa forma, diversos estudos defendem a busca
por soluções sustentáveis ligadas à alimentação humana e
animal, como o consumo de insetos, bastante difundido em
países da Ásia, África e América Latina. Como vantagens,
é possível elencar o baixo custo para cadeia produtiva
(coleta, criação, processamento e venda) e o elevado teor
nutricional, em especial de proteínas, ácidos graxos e
minerais.
QUESTÃO 44
_21_2FUV_1F_GEO_JP_L1_Q06

Disponível em: <https://issuu.com/ongchapada>.


Acesso em: 9 dez. 2020.

Com base em seus conhecimentos e no infográfico, é correto


afirmar que a agroecologia

(A) consiste em uma alternativa ao atual padrão de


produção agrícola por aproveitar os ciclos naturais dos
recursos disponíveis.
(B) rejeita a utilização de técnicas de adubação verde
porque esta diminui a carga de nutrientes do solo pela
adição de nitrogênio.
(C) considera o uso de organismos geneticamente
modificados uma solução viável para a proteção de
espécies silvestres.
(D) defende o cultivo e o consumo de alimentos transgênicos
para que haja a diminuição do uso de agrotóxicos.
(E) busca o aumento da produtividade por meio da
mecanização de cultivos e do uso de insumos químicos.

Gabarito: A

A agroecologia, representada na figura, corresponde a


um modelo de produção ambientalmente sustentável,
economicamente eficiente e socialmente justo, no qual há
a utilização das capacidades existentes no meio ambiente, e
se alia a uma forma de cultivar os alimentos sem a presença
de insumos químicos, como agrotóxicos.
QUESTÃO 45
_21_2FUV_1F_QUI_EW_L1_Q08
A contaminação observada tanto na água superficial
quanto na subterrânea pelas queimadas pode, sem dúvidas,
trazer prejuízos ao próprio ser humano. O nitrato, se
ingerido em grandes quantidades, pode causar toxicidade
aguda em mamíferos. O cálcio e o magnésio em excesso na
água, além de prejudicar os processos de irrigação, podem
causar problemas digestivos em mamíferos.
Disponível em: <https://www.ecodebate.com.br>.
Acesso em: 3 dez. 2020. (Adaptado)

Segundo o texto, a presença excessiva de íons nas águas,


derivados das queimadas, pode ocasionar uma série de
problemas práticos de ordem ambiental e econômica. Em
geral, os íons cálcio e nitrato são os mais abundantes nas
cinzas decorrentes de queimadas. A identificação relativa da
quantidade de íons pode ser feita por meio da condutividade
elétrica, e a composição nas cinzas pode ser analisada
por meio da evaporação da amostra de água e da análise
dos resíduos sólidos resultantes. Uma amostra de água
contaminada com cinzas de queimadas deve apresentar,
como resultado dos testes, condutividade elétrica

(A) menor que a da água pura e formação de CaNO3 como


precipitado após a evaporação dela.
(B) menor que a da água pura e formação de CaNO2 como
precipitado após a evaporação dela.
(C) maior que a da água pura e formação de Ca(NO3)2 como
precipitado após a evaporação dela.
(D) maior que a da água pura e formação de CaNO3 como
precipitado após a evaporação dela.
(E) igual à da água pura e formação de Ca(NO2)2 como
precipitado após a evaporação dela.

Gabarito: C

Por apresentar grande quantidade de íons dissolvidos, uma


amostra de água contaminada com cinzas de queimadas
deve apresentar maior condutividade elétrica quando
comparada à água pura. Na análise do resíduo sólido, o
cristal predominante deve ser aquele formado pelos íons
mais abundantes em solução: Ca2+ e NO3–. Dessa forma,
o resíduo sólido deve ser formado por nitrato de cálcio
– Ca(NO3)2.
QUESTÃO 46
_ 21_2FUV_1F_QUI_EW_L1_Q03
Algumas reações químicas que ocorrem diariamente são,
por vezes, representadas por uma única etapa, mas, na
realidade, a maioria delas é composta de mais de uma etapa
reacional. Por exemplo, a formação de H2SO4 pela combustão
do enxofre é expressa, geralmente, pela seguinte equação:
3
S(s) + O (g) + H2O(l) → H2SO4(l) ∆H° = −813,8 kJ/mol
2 2
No entanto, esse processo é constituído por três etapas. As
duas etapas finais são as seguintes:
1
SO2(g) + O2(g) → SO3(g) ∆H° = −395,4 kJ/mol
2
SO3(g) + H2O(l) → H2SO4(l) ∆H° = −227,7 kJ/mol

Dessa forma, é correto afirmar que a primeira etapa


reacional desse processo e seu valor de entalpia padrão são:

(A) SO2(g) → S(s) + O2(g) ∆H° = +113,8 kJ/mol


(B) S(s) + O2(g) → SO2(g) ∆H° = −190,7 kJ/mol
(C) 2 SO2(g) + O2(g) → 2 SO3(g) ∆H° = −167,7 kJ/mol
(D) S(s) + SO3(g) → S2O3(g) ∆H° = +1 486,9 kJ/mol
(E) H2SO3(g) → SO2(g) + H2O(l) ∆H° = −623,1 kJ/mol

Gabarito: B

Na reação global, há somente S(s), O2(g) e H2O(ℓ) como


reagentes, de modo que o SO2(g) da segunda etapa deve ser
cancelado por um SO2(g) presente nos produtos. Da mesma
forma, na reação global, há S(s) nos reagentes, o que indica
a necessidade de que haja S(s) nos reagentes da primeira
etapa.
Portanto, efetuando a lei de Hess, tem-se:
S(s) + O2(g) → SO2(g) DH° = −190,7 kJ/mol
1
SO2(g) + O2(g) → SO3(g) DH° = −395,4 kJ/mol
2
SO3(g) + H2O(ℓ) → H2SO4(ℓ) DH° = −227,7 kJ/mol
________________________________________________
S(s) + 3 O2(g) + H2O(ℓ) →H2SO4(ℓ) DH° = −813,8 kJ/mol
2
QUESTÃO 47
_21_2FUV_1F_QUI_EW_L1_Q07
Tecnicamente, uma explosão é uma reação química que
forma instantaneamente uma quantidade muito grande
de gases. A azida de azidoazida, cujas fórmulas estrutural
e molecular são apresentadas, é um dos explosivos mais
potentes do mundo. Esse composto, que sofre uma rápida e
violenta decomposição mediante trepidação, aquecimento
ou impacto, é repleto de átomos de nitrogênios, como
descreve a reação apresentada.

N3

N
N N
N N3
N
N3

C2N14(s) → 2 C(s) + 7 N2(g)

Considerando um sistema fechado, caso 2,20 g de azida


de azidoazida sofram decomposição em um recipiente
de 10 mL a 27 °C, a pressão exercida sobre as paredes do
recipiente pelo gás gerado será de

(A) 0,03 atm.


Note e adote:
(B) 32,60 atm.
Massas molares (g/mol): C = 12; N = 14.
(C) 172,20 atm.
T(K) = T(°C) + 273
(D) 221,40 atm. Constante universal dos gases:
(E) 5 412,00 atm. R = 0,082 atm ∙ L ∙ mol–1 ∙ K–1.

Gabarito: C

Considerando as massas molares dos átomos de carbono (C)


e de nitrogênio (N), obtém-se a massa molar da molécula de
azida de azidoazida (C2N14):
MC2N14 = (2 ∙ 12) + (14 ∙ 14)
MC2N14 = 220 g/mol
Se 2,20 g de azida de azidoazida sofrem decomposição, o
número de mols dessa substância corresponde a:
mC N 2,20
nC2N14 = 2 14 = = 0, 01 mol
MC2N14 220

Considerando a reação de decomposição de C2N14, observa-


-se a formação do gás nitrogênio (N2). Sabendo a quantidade
de mols de azida de azidoazida que sofre decomposição, o
número de mols de gás formado é:
C2N14(s) → 2 C(s) + 7 N2(g)
1 mol —————— 7 mols
0,01 mol —————— nN
2
nN2 = 0,07 mol
Sabendo que o gás ocupa um volume V = 10 mL = 0,01 L a
uma temperatura de T = 27 °C = 300 K, usando a equação
de Clapeyron, a pressão exercida pelo gás nas paredes do
recipiente é:
PV = nRT
nRT
P=
V
0, 07 ⋅ 0, 082 ⋅ 300
P=
0, 01
P = 172,2 atm
QUESTÃO 48
_ 21_2FUV_1F_QUI_EW_L1_Q04
As vias de administração de fármacos apresentam diferenças
quanto à velocidade de distribuição, de metabolismo
e de excreção no organismo. Usualmente, os fármacos
administrados por via intravenosa agem e são metabolizados
mais rapidamente que os fármacos administrados por via
oral. Essas diferenças são mais bem demonstradas por meio
de gráficos que apresentam a correlação entre o tempo (em
unidades arbitrárias) e a concentração de um determinado
fármaco no plasma sanguíneo.

Considerando que uma mesma massa de fármaco tenha sido


administrada por via intravenosa (linha cheia) e por via oral
(linha pontilhada) para um mesmo indivíduo em momentos
distintos, qual das alternativas apresenta corretamente
o gráfico dos fármacos com o comportamento cinético
esperado, conforme descrito no enunciado?

(A)
Conc.
plasmática

0 Tempo

(B)
Conc.
plasmática

0 Tempo

(C)
Conc.
plasmática

0 Tempo

(D)
Conc.
plasmática

0 Tempo

(E)
Conc.
plasmática

0 Tempo

Gabarito: A

Como a quantidade de fármaco administrado pelas duas vias


é a mesma, espera-se que o pico de concentração ocorra
rapidamente e com maior intensidade para a administração
intravenosa em relação à administração oral. Da mesma
forma, a metabolização ocorre mais rapidamente para
a via intravenosa, o que leva a uma rápida diminuição na
concentração em relação ao tempo quando comparada à
via oral.
QUESTÃO 49
_21_2FUV_1F_QUI_LS_L1_Q03
Se você tentar dissolver cloreto de cálcio (CaCl2 ) em água,
vai observar que a solução esquentará, indicando que esse
processo claramente envolve a liberação de algum tipo de
energia. Como essa dissolução ocorre naturalmente, o seu
DG° precisa ser negativo. Ao serem dissolvidos em água, as
interações íon-íon (entre os íons Ca2+ e Cl−) dos cristais de
cloreto de cálcio precisam ser quebradas para que sejam
formadas interações íon-dipolo entre esses íons e as moléculas
de água. Como as ligações íon-dipolo são mais estáveis do
que as ligações iônicas existentes entre os íons desse sal, a
variação de entalpia dessa reação é igual a –80 kJ/mol.
“Free energy and solubility”. Disponível em:
<http://virtuallaboratory.colorado.edu>.
Acesso em: 3 dez. 2020. (Adaptado)

Com base nessas informações e em seus conhecimentos, é


correto afirmar que

(A) a dissolução de 388,85 gramas de cloreto de cálcio


libera 280 kJ de energia.
(B) o processo de solubilização do cloreto de cálcio é
endotérmico, já que libera calor.
(C) o processo de dissolução do cloreto de cálcio não é
espontâneo, pois apresenta DG negativo.
(D) a DH do processo de solubilização indica que o processo
é espontâneo e absorve calor da água.
(E) a energia de 160 kJ é absorvida pela água quando 151,2 g
de cloreto de cálcio são solubilizados.

Note e adote:
Massas molares (g/mol): Ca = 40,1; Cl = 35,5.

Gabarito: A

A solubilização (ou dissolução) do cloreto de cálcio libera


calor para a água, fazendo com que ela seja aquecida. Esse
processo é exotérmico (DH < 0) e espontâneo (DG < 0).
Dessa forma, a solubilização de 1 mol de CaCℓ2 libera 80 kJ
de energia para a água.
Um mol de CaCℓ2 contém 111,1 g ( MCaCℓ2 = 1 ∙ 40,1 + 2 ∙ 35,5 =
= 111,1 g/mol). Então, tem-se a seguinte relação:
1 mol de CaCℓ2 ——— 111,1 g
n ——––––––––––––––––––— 388,85 g
n = 3,5 mols
Assim, a energia liberada pela solubilização de 3,5 mols de
CaCℓ2 é igual a 80 ∙ 3,5 = 280 kJ.
QUESTÃO 50
_21_2FUV_1F_QUI_EW_L1_Q05
Na indústria de mineração, uma das principais etapas
de obtenção de ferro metálico consiste na redução do óxido
férrico (principal constituinte da hematita) em óxido duplo
de ferro, a magnetita, por meio da reação com o monóxido
de carbono, conforme a seguinte reação:
3 Fe2O3(s) + CO(g)  2 Fe3O4(s) + CO2(g)
B. M. Viegas; E. M. Magalhães; J. A. S. Souza; E. N. Macedo.
“A influência da temperatura nas transformações de fases dos
minerais presentes na lama vermelha: redução da hematita
à magnetita”. Matéria, v. 25, n. 1, 2020. (Adaptado)

Essa reação, quando efetuada em sistema fechado e sob


temperatura constante, pode atingir o equilíbrio, o que
significa que, no equilíbrio,

(A) as concentrações de CO(g) e CO2(g) serão iguais nessa


situação.
(B) todos os reagentes e produtos apresentarão a mesma
concentração.
(C) a razão entre o quadrado da massa de Fe3O4(s) e a massa
do Fe2O3(s) será igual a 1.
(D) a concentração molar de CO2(g) dividida pela
concentração molar de CO(g) resultará em uma
constante.
(E) o quociente entre o produto das concentrações de
Fe3O4(s) e CO2(g) e o produto das concentrações de
Fe2O3(s) e CO(g) será constante.

Gabarito: D

O equilíbrio químico pode ser indicado pela expressão do KC,


que pode ser expressa de maneira aproximada como a razão
entre as concentrações dos produtos e as concentrações
dos reagentes, ambos nos estados aquoso ou gasoso. Dessa
maneira, o KC para a reação apresentada, no estado de
equilíbrio, seria:

KC =
[CO ]
2

[CO]
QUESTÃO 51
_21_2FUV_1F_QUI_FR_L1_Q04_MED
Em um laboratório, foi realizado um experimento para
analisar a reação de ionização da amônia, conforme a
reação apresentada. Inicialmente, em um béquer, foram
adicionadas 10 gotas de solução de amônia em 200 mL de
água. A mistura formada apresentou aspecto transparente.
Em seguida, foram adicionadas algumas gotas de
fenolftaleína (uma substância utilizada como indicador de
pH), a qual, por sua vez, foi responsável pela mudança de
cor da solução, que passou a ser rosa.

NH3(aq) + H2O(l)  NH4+(aq) + OH–(aq) DH < 0

Essa solução foi transferida para um tubo de ensaio, que foi


colocado em um banho de gelo. Ao final do experimento, a
mistura do tubo de ensaio apresentou

(A) corpo de fundo, pois a redução da temperatura levou à


precipitação de amônia.
(B) coloração rosa, pois, com o banho de gelo, o equilíbrio
foi deslocado para a direita.
(C) coloração rosa, pois a reação de ionização da amônia é
um processo endotérmico.
(D) aspecto transparente, pois o aumento da temperatura
favorece o consumo de íons OH−(aq).
(E) aparência translúcida, pois a transformação analisada
corresponde a uma reação exotérmica.

Gabarito: B

Como a variação de entalpia é negativa, a reação de


ionização da amônia é um processo exotérmico. Dessa
forma, a redução de temperatura, com o banho de gelo,
favorece o deslocamento do equilíbrio da reação para a
direita. Isso leva a um aumento da produção de íons OH−, o
que aumenta a basicidade do meio reacional.
Ao adicionar fenolftaleína à solução, verificou-se que
ela apresentou coloração rosa em meio básico devido à
presença da amônia. Quando o tubo é colocado no banho
de gelo, aumenta-se a basicidade do meio reacional. Com
isso, a solução irá apresentar coloração rosa.
QUESTÃO 52
_21_2FUV_1F_QUI_LS_L1_Q02
O ácido sulfúrico concentrado é classificado como um
agente desidratante, uma vez que ele reage vigorosamente
com a matéria orgânica, removendo a água de sua estrutura
e produzindo carbono na sua forma mais simples, o carvão.
Um famoso experimento realizado em laboratório com
esse ácido e açúcar é chamado de carbon snake (cobra de
carbono) e baseia-se na reação não balanceada apresentada
a seguir.
C12H22O11(s) + H2SO4() + O2(g) → C(s) + CO2(g) + H2O(g) + SO2(g)

Ao reagir com o açúcar, o ácido sulfúrico retira toda


a água de sua estrutura, carbonizando-o totalmente e
produzindo uma mistura de gases que faz com que o volume
da mistura que contém carvão aumente, formando uma
espécie de cobra que sai de dentro do recipiente onde estava
o açúcar.
“‘Carbon snake’ experiment”. Disponível em: <https://melscience.com>.
Acesso em: 3 dez. 2020. (Adaptado)

Com base nas informações do texto e em seus


conhecimentos, é correto afirmar que

(A) a relação estequiométrica existente entre o açúcar e o


dióxido de carbono é de 1 : 3.
(B) a quantidade de açúcar necessária para produzir 132
gramas de carbono é 342 gramas.
(C) a reação entre 1 mol de ácido sulfúrico e 1 mol de açúcar
produz 12 gramas de carbono.
(D) o ácido sulfúrico reage na proporção 1 : 1 com o açúcar
para produzir 12 mols de dióxido de carbono.
(E) o açúcar, em excesso, reage com 98 gramas de ácido
sulfúrico para formar apenas 144 gramas de carbono na
forma de carvão.

Note e adote:
Considere que a reação ocorre com rendimento de 100%.
Massas molares (g/mol): C = 12; H = 1; O = 16; S = 32.

Gabarito: B

Para determinar a relação estequiométrica entre os


reagentes e os produtos, é necessário balancear a equação
química. Como há 12 átomos de carbono nos reagentes,
é necessário que existam também 12 átomos de carbono
distribuídos nos produtos da reação; por esse motivo, o C(s)
recebe o coeficiente 11 e o CO2(g) recebe o 1. Com relação
ao hidrogênio, há 24 átomos de hidrogênio nos reagentes,
e, portanto, é necessário apenas que o coeficiente
estequiométrico de H2O(g) seja 12. Como o enxofre já
está balanceado, resta apenas concluir o processo de
balanceamento do oxigênio. Como há 16 átomos de oxigênio
1
nos produtos, é necessário adicionar o coeficiente no O2
2
dos reagentes. Assim, a equação química balanceada fica:
1
C12H22O11(s) + H2SO4(ℓ) + O2(g) →
2
→ 11 C(s) + CO2(g) + 12 H2O(g) + SO2(g)
Com a equação balanceada e sabendo que a reação ocorre
com rendimento de 100%, verifica-se que 1 mol de açúcar
produz 11 mols de carbono.
Com os valores das massas molares, conclui-se que 1 mol
de açúcar equivale a MC11H22O11 = 12 ∙ 12 + 22 ∙ 1 + 11 ∙ 16 =
= 342 g e 1 mol de carvão equivale a MC = 11 ∙ 12 = 132 g.
Portanto, são necessários 342 gramas de açúcar para
produzir 132 gramas de carbono.
QUESTÃO 53
_21_2FUV_1F_QUI_FR_L1_Q01
As substâncias apresentadas a seguir são denominadas
catecolaminas. Elas atuam como neurotransmissores e
hormônios circulantes no controle do sistema nervoso
central e autônomo e auxiliam na transmissão dos impulsos
nervosos no cérebro e na liberação de ácidos graxos e de
glicose para energia, entre outras funções.
OH OH
HO NH2 HO

HN
HO HO
CH3
Noradrenalina Adrenalina

O
HO HO NH2
OH
NH2
HO HO
L-dopa Dopamina

Com base nessas informações, é correto afirmar que essas


catecolaminas têm como característica comum o(a)

(A) fórmula molecular C8H11NO3.


(B) heteroátomo em sua estrutura.
(C) cadeia homogênea e ramificada.
(D) cadeia mista com anel benzênico.
(E) cadeia aberta e fechada com insaturações.

Gabarito: D

Considerando as fórmulas estruturais das catecolaminas


apresentadas, todas contêm anel benzênico em sua
estrutura – um ciclo com seis átomos de carbono que
formam ligações duplas e simples alternadas entre si. Além
disso, essas substâncias têm cadeia mista, já que apresentam
uma parte aberta (acíclica) e outra parte fechada (cíclica).
QUESTÃO 54
_21_2FUV_1F_QUI_LS_L1_Q05_MED
Na tentativa de tratar a água da piscina e remover o lodo
presente, uma pessoa adicionou a ela sulfato de cobre
(CuSO4) em excesso e observou que, após determinado
tempo, a cor da água ficou bastante azulada e turva. Ao
consultar um químico, ele informou à pessoa que o que
favoreceu o turvamento da solução foi a formação de um
hidróxido metálico insolúvel, o Cu(OH)2. Para solucionar o
problema, o químico sugeriu fazer com que o(a)

(A) concentração de íons H⁺ também diminua, ocasionando


a solubilização do hidróxido de cobre, pois o meio ficará
menos básico.
(B) equilíbrio de formação do hidróxido de cobre seja
deslocado para a esquerda, favorecendo a solubilização
desse composto.
(C) quantidade de cobre presente na água diminua, uma
vez que irá diminuir a solubilidade do sulfato de cobre
adicionado em excesso.
(D) concentração de íons hidroxila aumente no meio,
favorecendo a formação de maior quantidade de
hidróxido de cobre e provocando a sua sedimentação.
(E) sulfato de cobre seja removido da água, pois o equilíbrio
de solubilização desse sal irá se deslocar no sentido de
consumir a quantidade de sal adicionada em excesso.

Note e adote:
Constante de solubilidade do Cu(OH)2 = 4,8 ∙ 10−20.

Gabarito: B

O sulfato de cobre (CuSO4) é um sal bastante solúvel em água,


produzindo os íons Cu2+ e SO42–. Os íons Cu2+ reagem com os
íons hidroxila (presentes na água) para formar o hidróxido
de cobre, que é um composto pouco solúvel em água
(evidenciado pelo valor da sua constante de solubilidade),
de acordo com a reação de equilíbrio apresentada a seguir:
Cu2+(aq) + HO−(aq)  Cu(OH)2(s)
Kps = [OH−] ∙ [Cu2+]
Kps = 4,8 ∙ 10−20
O equilíbrio de formação do hidróxido de cobre deve ser
deslocado para a esquerda, a fim de manter o cobre na
forma de cátions solúveis, e não como hidróxido insolúvel.
Ou seja, o equilíbrio deve ser deslocado no sentido de
solubilizar o hidróxido de cobre formado, fazendo com que
a água da piscina se torne límpida novamente. Isso pode ser
conseguido ao aumentar no meio reacional a concentração
de H+ (aumento da acidez), que é responsável por consumir
ânions OH− e provocar o deslocamento do equílibrio para a
esquerda.
QUESTÃO 55
_ 21_2FUV_1F_QUI_LS_L1_Q01
Certas substâncias mensuradas pela análise de óleos
e graxas podem influenciar o tratamento de efluentes
aquosos. Além disso, em grandes quantidades, esses óleos
e essas graxas podem interferir em processos biológicos
anaeróbios e aeróbios. Por isso, a determinação desses
contaminantes em água se faz necessária. Na análise de óleos
e graxas, grupos de substâncias com similaridades em suas
características físicas são determinados quantitativamente
com base em sua solubilidade em solventes orgânicos
apolares.
E. W. Rice; R. B. Baird; A. D. Eaton (Ed.). Standard methods
for the examination of water and wastewater. 23 ed. American
Public Health Association, American Water Works Association,
Water Environment Federation, 2017. (Adaptado)

Com base nessas informações, um solvente orgânico


indicado para ser utilizado na análise descrita no texto seria
o(a)

(A) água.
(B) etanol.
(C) amônia.
(D) hexano.
(E) metanol.

Gabarito: D

Na análise descrita no texto, é necessário o uso de um


solvente apolar para extrair os óleos e as graxas das amostras.
Um solvente apolar é aquele cuja molécula não forma polos
(positivo e negativo), fazendo com que a nuvem eletrônica
seja distribuída uniformemente pela estrutura química da
molécula. Um solvente apolar muito utilizado nessa técnica
é o hexano, que solubiliza os óleos e as gorduras por forças
intermoleculares do tipo dipolo-induzido, realizando uma
extração seletiva desses compostos.
QUESTÃO 56
_21_2FUV_1F_BIO_RB_L1_Q02
A fauna marinha foi bastante atingida pela poluição
do mar pelo derramamento de petróleo cru encontrado no
litoral de todos os estados do Nordeste brasileiro. Há 30
dias, o óleo tomou grande parte da costa e pelo menos 12
animais apareceram cobertos com a substância. A extensão
da contaminação com uma substância tão densa determina
a letalidade: oito deles não resistiram e morreram.
Aliny Gama. “Animais marinhos agonizam com contaminação de óleo
no litoral do Nordeste”. Disponível em: <https://noticias.uol.com.br>.
Acesso em: 15 nov. 2020. (Adaptado)

Analise as três afirmações sobre como o petróleo pode


afetar os animais no desastre ambiental citado.
I. Adere às brânquias, inviabilizando as trocas gasosas.
II. Embebe as penas de aves aquáticas, impedindo o voo.
III. Impede a locomoção de animais bentônicos, por ser
mais denso que a água e recobrir o fundo do oceano.

Está correto o que se afirma em

(A) I, apenas.
(B) II, apenas.
(C) III, apenas.
(D) I e II, apenas.
(E) I, II e III.

Gabarito: D

O óleo não se mistura com a água e é menos denso que ela,


de modo que forma uma camada na superfície do oceano.
Isso pode prejudicar os animais, pois o óleo pode aderir
às brânquias ou estruturas pulmonares, impedindo que as
trocas gasosas ocorram corretamente. Além disso, também
pode embeber as penas de aves aquáticas, impedindo que
o voo ocorra.
Como o petróleo é menos denso que a água e forma uma
camada na sua superfície, ele não chega ao fundo do
oceano.
QUESTÃO 57
_20_3FUV_1F_BIO_CX_L1_Q02
“A Neisseria gonorrhoeae costumava ser um problema anos
atrás, principalmente para o exército. Por sorte, descobriram
a penicilina. Porém, as bactérias têm a capacidade de passar
informação e se tornaram mais resistentes nas últimas
décadas, a ponto de 33% dos casos de gonorreia tratados em
hospitais norte-americanos serem resistentes a antibióticos”,
disse Biais, em uma palestra na Fapesp Week New York.
M. F. Ziegler. “Estudo busca desvendar os ‘superpoderes’ das bactérias”.
Disponível em: <http://agencia.fapesp.br>. Acesso em: 13 jul. 2020.

O processo responsável pelo aumento da população de


bactérias resistentes descrito no texto é denominado

(A) adaptação.
(B) conjugação.
(C) seleção natural.
(D) irradiação adaptativa.
(E) recombinação genética.

Gabarito: C

A exposição de uma população bacteriana a um antibiótico


matará as bactérias sensíveis a ele. Entretanto, aquelas que
apresentam genes de resistência sobreviverão. Assim, a
seleção natural causará o aumento da população de bactérias
resistentes ao antibiótico. A seleção natural é um processo no
qual organismos com algumas características herdadas (por
exemplo, genes resistentes a antibióticos) têm maior chance
de sobreviver e se reproduzir em um determinado ambiente
do que outros organismos sem essas características.
QUESTÃO 58
_21_2FUV_1F_BIO_GS_L1_Q01
O esquema representa, de forma simplificada, os processos
de divisão celular denominados mitose e meiose.

Disponível em: <https://resumos.mesalva.com>. Acesso em: 23 out. 2020.

Considerando o esquema e os conceitos sobre esses


processos, é correto afirmar que

(A) a mitose é uma divisão reducional, pois resulta em


apenas duas células-filhas.
(B) a anáfase I da meiose se caracteriza pela separação dos
cromossomos homólogos.
(C) apenas na meiose ocorre duplicação dos homólogos, o
que permite que haja duas divisões.
(D) na prófase I da mitose pode ocorrer permutação,
promovendo, assim, a variabilidade genética.
(E) a prófase, nas duas divisões, é a etapa em que os
cromossomos atingem o máximo de condensação.

Gabarito: B

Na metáfase I da meiose, os cromossomos se encontram


no seu máximo de condensação e se organizam aos pares
na faixa equatorial da célula. Essa disposição permite
que, na anáfase I, etapa seguinte, ocorra a separação dos
cromossomos homólogos devido ao encurtamento das
fibras dos fusos, típico dessa etapa, que leva cada um dos
homólogos para um dos polos da célula.
Na mitose, não há pareamento dos homólogos na faixa
equatorial da célula, de modo que não há separação dos
cromossomos homólogos durante essa divisão.
QUESTÃO 59
_21_2FUV_1F_BIO_GS_L1_Q02
Em uma pesquisa na Escola Superior de Agricultura Luiz
de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba, realizou-se um
programa de seleção que avalia leveduras envolvidas na
fermentação natural das sementes de cacau. O objetivo é
reintroduzir altas concentrações de linhagens de leveduras
mais eficazes no processo de fermentação, aumentando
seu rendimento e fazendo as sementes apresentarem uma
qualidade superior. […] Fatores como maior eficiência na
drenagem do mel, redução do tempo de fermentação,
diminuição da concentração de ácido lático e não
aparecimento de bolores na semente durante a secagem
(mesmo em períodos de chuva) apontam para a prática de
inoculação de leveduras selecionadas como uma solução
para a padronização das fermentações de cacau, bem como
garantia de qualidade da semente.
“Esalq realiza programa de seleção que avalia leveduras envolvidas
na fermentação natural das sementes de cacau”. Disponível em:
<http://ruralpecuaria.com.br>. Acesso em: 27 out. 2020. (Adaptado)

Com base no texto e nos conceitos sobre o assunto, é


correto afirmar que o processo metabólico envolvido nos
procedimentos de preparo do cacau

(A) gera o etanol como subproduto.


(B) ocorre em condições de anaerobiose.
(C) promove grande consumo de energia.
(D) consiste na degradação total da glicose.
(E) envolve a ação de organismos autótrofos.

Gabarito: B

A fermentação é um processo metabólico realizado por


algumas espécies de fungos, bactérias, protistas, bem como
por alguns tecidos animais e vegetais, para a obtenção de
energia. Nesse processo, a matéria orgânica é parcialmente
degradada, gerando moléculas de ATP. A fermentação
ocorre na ausência de oxigênio, ou seja, é um processo
anaeróbio, e a energia produzida é menor do que a obtida
em processos aeróbios. O texto indica que a fermentação
do cacau é do tipo láctea. Nesse processo, o piruvato é
reduzido a ácido lático, gerando esse subproduto.
QUESTÃO 60
_21_2FUV_1F_BIO_GS_L1_Q03
Um grupo de pesquisadores isolou três espécies bacterianas
de uma amostra de solo de canavial. Para avaliar o
comportamento das populações obtidas, foram realizados
experimentos em que cada uma das espécies foi cultivada
separadamente; posteriormente, elas foram cultivadas,
concomitantemente, em duplas. Os gráficos apresentam as
taxas de crescimento das populações isoladas em cada uma
das situações.

Culturas separadas

700
600
Número de células

500
400
300
200
100
0
0 5 10 15 20

Tempo (h)

Espécie A Espécie B Espécie C

Cultura A e B concomitantes

700
600
Número de células

500
400
300
200
100
0
0 5 10 15 20

Tempo (h)

Espécie A Espécie B

Cultura A e C concomitantes

700
600
Número de células

500
400
300
200
100
0
0 5 10 15 20

Tempo (h)

Espécie A Espécie C

Cultura B e C concomitantes

700
600
Número de células

500
400
300
200
100
0
0 5 10 15 20

Tempo (h)

Espécie B Espécie C

As relações estabelecidas entre as espécies A e B, A e C e


B e C podem ser classificadas, respectivamente, como

(A) desarmônica, desarmônica e harmônica.


(B) desarmônica, harmônica e indiferente.
(C) harmônica, desarmônica e indiferente.
(D) harmônica, desarmônica e harmônica.
(E) harmônica, indiferente e desarmônica.

Gabarito: B

Na cultura A e B concomitantes, a espécie A cresce


relativamente mais rápido na presença da espécie B, em
comparação com seu crescimento isolado. Já o crescimento
da espécie B é claramente prejudicado quando na presença
da espécie A, em relação ao seu crescimento isolado.
Quando uma ou mais espécies são prejudicadas, a relação é
dita desarmônica.
Na cultura A e C concomitantes, a espécie A, na presença de
C, mantém seu crescimento semelhante ao seu crescimento
quando isolada. Já a espécie C cresce melhor na presença
de A e é, portanto, beneficiada. Quando pelo menos uma
espécie é beneficiada, sem causar prejuízo à outra espécie,
a relação é dita harmônica.
Na cultura B e C concomitantes, as espécies B e C não
apresentaram reação aos seus crescimentos. Nesse caso, a
relação é indiferente.
QUESTÃO 61
_21_2FUV_1F_BIO_GS_L1_Q05
O esquema representa o ciclo de vida de um verme causador
de uma parasitose.

Disponível em: <https://www.suinoculturaindustrial.com.br>.


Acesso em: 30 out. 2020.

A respeito dessa doença, é correto afirmar que

(A) o verme adulto é dioico com dimorfismo sexual.


(B) o verme pode se alojar nos pulmões, além do intestino.
(C) o abatimento do hospedeiro intermediário é a sua
principal profilaxia.
(D) o parasita é acelomado e pertence ao filo dos
platelmintos, cujo sistema digestório é incompleto.
(E) a reprodução sexuada do verme ocorre no hospedeiro
intermediário, onde os ovos são produzidos e liberados.

Gabarito: D

O esquema apresenta o ciclo de vida da Taenia solium,


causadora da teníase e da cisticercose. Esse verme faz parte
do filo dos platelmintos, animais de corpo achatado, com
sistema digestório incompleto e acelomados.
QUESTÃO 62
_21_2FUV_1F_BIO_HJ_L1_Q01
Como relacionar a sequência do DNA de um indivíduo
com as proteínas necessárias à sua sobrevivência? [...] Isso
é possível, pois é a sequência de nucleotídeos que determina
a sequência dos aminoácidos que formará a proteína. A
relação entre o DNA e os aminoácidos é denominada código
genético, que é lido em trincas. Assim, cada três nucleotídeos
correspondem a um determinado aminoácido.
E. M. Alvez; D. S. Souza. “Biologia molecular”. In: E. M. Molinaro;
L. F. G. Caputo; M. R. R. Amendoeira (Org.). Conceitos e métodos para
a formação de profissionais em laboratórios de saúde: volume 3.
Rio de Janeiro: EPSJV; IOC, 2013.

Sobre o processo de síntese proteica a partir da molécula de


DNA de que trata o texto, é correto afirmar que

(A) uma sequência de nucleotídeos de DNA é traduzida na


síntese de um RNA mensageiro (RNAm).
(B) uma sequência de nucleotídeos de DNA é traduzida em
molécula de RNA transportador (RNAt).
(C) a molécula de DNA serve como molde para o
reconhecimento de anticódons do RNAt.
(D) a iniciação da tradução ocorre a partir de três códons
possíveis do RNAm.
(E) a molécula de DNA serve como molde para transcrição
em RNAm.

Gabarito: E

Na síntese proteica, um trecho da molécula de DNA, que


corresponde a uma sequência específica de nucleotídeos,
é transcrito em uma molécula de RNAm. Nos ribossomos,
o RNAm é traduzido, ou seja, a cada códon específico da
molécula, ou trinca de bases, liga-se o anticódon do RNAt
que carrega um tipo correspondente de aminoácido.
QUESTÃO 63
_21_2FUV_1F_BIO_GS_L1_Q06_MED
Cada grupo de organismos fitoplanctônicos apresenta
diferentes requerimentos fisiológicos e varia quanto às suas
respostas aos parâmetros físicos e químicos do ambiente,
como luz, temperatura e disponibilidade de nutrientes.
Dessa forma, as populações fitoplanctônicas distribuem-se
na coluna de água segundo um gradiente espacial (vertical
e horizontal). [...] Sua produtividade primária é controlada
fundamentalmente pela disponibilidade de nutrientes e pela
intensidade luminosa.
Disponível em: <http://ecologia.ib.usp.br>.
Acesso em: 4 nov. 2020. (Adaptado)

Com base nos conceitos envolvidos, é correto afirmar que


os organismos mencionados no texto

(A) são responsáveis pela intensaliberação do gás carbônico


na atmosfera.
(B) são compostos majoritariamente de seres
quimiossintetizantes.
(C) formam o grupo dos decompositores nos ambientes
aquáticos.
(D) participam da reciclagem do carbono por meio da
fotossíntese.
(E) regulam a temperatura da água por meio de seus
metabolismos.

Gabarito: D

Fitoplâncton constitui um conjunto de microrganismos


fotossintetizantes, procariotos e eucariotos, que vivem
em suspensão nos ambientes aquáticos. Como são seres
fotossintetizantes, a disponibilidade de luz controla
diretamente a sua produtividade e o seu crescimento.
Durante esse processo, o fitoplâncton capta o CO2
atmosférico e o converte em glicose pela ação da energia
luminosa, que será absorvida pelos consumidores ao longo
da cadeia alimentar aquática. Por isso, eles constituem o
grupo dos produtores nos ambientes aquáticos.
QUESTÃO 64
_21_2FUV_1F_BIO_HJ_L1_Q06_MED
Pesquisadores do Centro de Biologia Marinha (Cebimar)
da USP identificaram uma floração de dinoflagelados
do gênero Margalefidinium no Canal de São Sebastião,
em São Paulo. O fenômeno, conhecido como maré
vermelha, surpreendeu os cientistas porque as espécies de
Margalefidinium não são comuns no litoral de São Paulo.
Além disso, são potencialmente tóxicas para peixes e outros
organismos que compõem o ecossistema marinho. […]
Embora essas espécies sejam pequenas demais para serem
visíveis a olho nu, as florações crescem em concentrações tão
altas que podem ser reconhecidas pelas manchas coloridas
– muitas vezes, avermelhadas – na superfície do mar.
S. Salles. “Maré vermelha traz microalga incomum e com potencial tóxico
ao litoral de SP”. Disponível em: <https://jornal.usp.br>.
Acesso em: 18 out. 2020. (Adaptado)

O organismo que pode provocar, em determinadas condições


ambientais, o fenômeno descrito no texto é do tipo

(A) procarionte, pluricelular e autótrofo quimiossintetizante.


(B) eucarionte, pluricelular e autótrofo quimiossintetizante.
(C) eucarionte, unicelular e autótrofo quimiossintetizante.
(D) procarionte, unicelular e autótrofo fotossintetizante.
(E) eucarionte, unicelular e autótrofo fotossintetizante.

Gabarito: E

Os microrganismos que formam a maré vermelha são


algas dinoflageladas, ou pirrofíceas, e pertencem ao reino
Protoctista (polifilético). Esse grupo engloba organismos
eucariontes, unicelulares, capazes de fixar carbono e
sintetizar compostos orgânicos com auxílio de energia
luminosa, e são, portanto, autótrofos fotossintetizantes.
QUESTÃO 65
_21_2FUV_1F_BIO_HJ_L1_Q04
Os adenovírus respiratórios humanos (HAdV) são vírus de
DNA, não envelopados, pertencentes à família Adenoviridae
(gênero Mastadenovírus) e estão entre os diversos agentes
infecciosos adquiridos por meio das vias respiratórias.
Cerca de metade das infecções causadas por adenovírus
são assintomáticas, e as sintomáticas são, geralmente,
resfriados febris.
Agência Nacional de Vigilância Sanitária. “Módulo 9: infecções virais”.
Microbiologia clínica para o controle de infecção relacionada
à assistência à saúde. Brasília: Anvisa, 2013. (Adaptado)

Sobre a atuação de tipos virais como os adenovírus, é


correto afirmar que, na célula hospedeira,

(A) os genes virais são transcritos em RNAm, que codifica as


proteínas dos vírus.
(B) a RNA polimerase e outras proteínas são sintetizadas a
partir do DNA viral.
(C) as proteínas virais são sintetizadas no interior do núcleo
celular.
(D) a transcriptase reversa catalisa a síntese de RNA viral.
(E) o DNA viral atua diretamente como RNAm.

Gabarito: A

Quando um vírus de DNA invade uma célula hospedeira, ele


utiliza o aparato enzimático celular tanto para a duplicação
de seu DNA como para a transcrição do genoma viral
em RNAm viral, o qual é utilizado pelos ribossomos do
hospedeiro para produzir proteínas virais em um processo
denominado tradução.
QUESTÃO 66
_21_2FUV_1F_BIO_HJ_L1_Q05
O diagrama mostra a provável filogenia e as relações entre
alguns animais do grupo dos vertebrados atuais.

Jacarés e crocodilos
Lagartos, cobras
Salamandras

Tartarugas

Mamíferos
e tuataras
Sapos

Aves

T. I. Storer et al. Zoologia Geral. 6 ed. São Paulo:


Companhia Editora Nacional, 2003. (Adaptado)

A característica derivada, surgida no ponto indicado


pela letra A, que conferiu vantagens aos vertebrados na
exploração de ambientes diversos a partir desse ponto foi
o(a)

(A) endotermia.
(B) respiração pulmonar.
(C) coração com três cavidades.
(D) excreção de ureia como composto nitrogenado.
(E) conjunto característico de membranas extra-
-embrionárias.

Gabarito: E

O conjunto característico de membranas extra-embrionárias


(âmnio, cório e alantoide) surgiu primeiramente em
um ancestral comum a répteis, aves e mamíferos. Essa
característica tornou os vertebrados independentes do
ambiente aquático para reprodução e desenvolvimento
embrionário em outros ambientes.
QUESTÃO 67
_21_2FUV_1F_FIS_AM_L1_Q01
O agility é uma atividade especialmente desenvolvida para
cães inspirada em competições de hipismo. Nessa atividade,
o cão deve percorrer uma pista cheia de obstáculos sem
cometer infrações e no menor tempo possível. Nessas
condições, a ilustração representa o percurso de um cão
que partiu do ponto P1, passou pelos pontos intermediários
P2 e P3, e chegou ao ponto P4, gastando, para isso, 1 minuto
e 40 segundos.
P1 P2

P3
100 m

P4
100 m

O módulo da velocidade vetorial média do cão entre os


pontos P1 e P4 é igual a

(A) 1 m/s.
(B) 2 m/s.
(C) 3 m/s.
(D) 4 m/s.
(E) 5 m/s.

GabariTO: E

O módulo da velocidade vetorial média pode ser obtido


pela razão entre o deslocamento vetorial, obtido pela soma
dos vetores, e o tempo. O vetor resultante do deslocamento
é dado por:

P1

r
400 m

300 m P4


D r = 4002 + 3002 = 500 m
Portanto, a velocidade média vetorial é dada por:

 D r 500
vm = = = 5 m/s
Dt 100
QUESTÃO 68
_21_ENEM_FIS_BB_L3_Q01
Um esquema composto de três esferas condutoras, A, B e
C, dispostas sobre uma mesa isolante, horizontal e plana,
é testado para verificar o comportamento eletrostático. As
esferas B e C estão fixas, enquanto a esfera A está móvel e
presa à extremidade de um fio, também isolante, tal que
a outra extremidade dele está presa. Para iniciar o teste,
eletrizam-se as esferas B e C com carga igual a 8 mC, cada
uma, e a esfera A com carga igual a −8 mC, em módulo.
Devido à interação eletrostática entre as esferas, a esfera A
começa a se mover, esticando o fio a que está presa, e fica
estática na posição mostrada na figura.
B

10 cm
30°

Fio

30°

10 cm

Considerando desprezíveis os atritos, a tração no fio na


configuração mostrada na figura é igual a

(A) 5,8 N.
(B) 28,8 N.
Note e adote:
(C) 57,6 N.
√ 3 = 1,7
(D) 99,8 N.
Constante elétrica k = 9 · 109 N · m2 · C–2
(E) 115,2 N.

Gabarito: C

Devido à simetria da disposição das esferas, o módulo da


força que a esfera B faz na A é igual ao módulo da força que
a esfera C faz na A, ou seja, FAB = FAC. Portanto, tem-se:
( )
2
k ⋅ Q A ⋅ QB 9 ⋅ 109 ⋅ 8 ⋅ 10 −6
FAB = = = 57, 6 N
dAB2 0,12
FAC = 57, 6 N

A tração no fio deve ser igual à soma das componentes


dessas forças na direção y, ou seja, paralela à tração,
conforme esquematizado na figura a seguir.
B

10 cm
FAB 30°

Fio
T 60°
A 60°

FAC 30°

10 cm

C
Então, a tração no fio é dada por:
1
T = FAB cos 60° + FAC cos 60° = 2 ⋅ 57, 6 ⋅ = 57, 6 N
2
QUESTÃO 69
_21_2FUV_1F_FIS_TH_L1_Q02
A figura representa um sistema de engrenagens que
compõe um dispositivo em funcionamento. As engrenagens
A e A' são concêntricas e estão acopladas rigidamente, sem
que haja movimento entre elas. As engrenagens A e B estão
acopladas por uma correia que gira sem deslizamento, e as
engrenagens A' e C estão acopladas em sincronia.

A' B
A

As engrenagens A, B e A' têm, respectivamente, 30, 15 e


15 dentes. Se as engrenagens B e C dão 18 e 3 voltas,
respectivamente, quantos dentes tem a engrenagem C?

(A) 15
(B) 30
(C) 45
(D) 90
(E) 180

Note e adote:
Considere que o raio é proporcional ao número de dentes de cada
engrenagem.

Gabarito: C

O acoplamento síncrono de A' com C garante que vA’ = vC ,


bem como o acoplamento por correia, sem deslize, entre A
e B garante que vA = vB. O acoplamento rígido concêntrico de
A e A' garante que ωA = ωA'.
Como v = r ∙ ω, para as engrenagens A' e C, tem-se a seguinte
relação:
rA' · ωA' = rC · ωC
Para as engrenagens A e B, tem-se a seguinte relação:
rB · ωB = rA · ωA = rA . ωA'
Como as engrenagens A e B têm 30 e 15 dentes,
respectivamente, e considerando que os raios são
proporcionais ao número de dentes, tem-se rA = 2rB.
Assim, tem-se:
rB ⋅ ωB = rA ⋅ ω A '
rB ⋅ ωB = 2rB ⋅ ω A '
ωB = 2ω A '
Portanto, como a engrenagem B dá 18 voltas, a engrenagem
A' dá 9 voltas.
Como a engrenagem A' efetua 9 voltas e a engrenagem C
efetua 3 voltas, ωA' = 3ωC.
Substituindo essa relação na primeira equação, obtém-se:
rA ' ⋅ ω A ' = rC ⋅ ω C
rA ' ⋅ 3ω C = rC ⋅ ω C
rC = 3rA '
Como o raio é proporcional ao número de dentes, verifica-
-se que a engrenagem C tem o triplo de dentes que a
engrenagem A', isto é, 45 dentes.
QUESTÃO 70
_21_2FUV_1F_FIS_AM_L1_Q02
Determinada fonte de calor de potência nominal P =
= 200 W foi utilizada para aquecer um bloco de material
desconhecido de massa igual a 3 kg. O diagrama representa
o comportamento da temperatura do bloco em função do
tempo.

T(°C)

40

30

20

10

0 2 4 6 t (min)

Para tentar descobrir de qual tipo de material esse bloco


é feito, utilizou-se a seguinte tabela, que apresenta o calor
específico de alguns materiais.

Material Calor específico (cal/g · °C)


Alumínio 0,20
Ferro 0,12
Cobre 0,09
Prata 0,05
Chumbo 0,03

Sabendo que o bloco é feito de apenas um dos materiais


indicados na tabela, qual material é esse?

(A) Alumínio
(B) Chumbo
(C) Cobre
(D) Prata
(E) Ferro

Note e adote:
1 cal = 4 J

Gabarito: A

Com o valor da potência da fonte de calor que aqueceu o


bloco, é possível encontrar a quantidade de calor fornecida
durante o tempo de 6 minutos (360 segundos).
Q Q
P= ⇒ 200 = ⇒ Q = 18 000 cal
Dt 360
Pelo gráfico, verifica-se que, em t = 0, a temperatura era de
10 °C, e, em t = 360 s, a temperatura era de 40 °C. Portanto,
a variação de temperatura nesse intervalo de tempo foi de
30 °C.
Logo, para saber de que material o bloco é feito, é necessário
calcular o calor específico do material utilizado. O calor
específico é dado por:
Q = m ⋅ c ⋅ DT
18 000 = 3000 ⋅ c ⋅ 30
c = 0,20 cal ⋅ g −1 ⋅ °C −1
De acordo com a tabela, esse calor específico refere-se ao
alumínio.
QUESTÃO 71
_21_2FUV_1F_FIS_AM_L1_Q03
Determinada massa de gás, considerado ideal, sofre uma
transformação isobárica entre os estados termodinâmicos
X e Y, conforme indicado no gráfico.

V (L)

(Y)
4

Vx
(X)

0 91 T (°C)

O volume (Vx) que o gás ocupa no estado termodinâmico X


vale

(A) 0,5 L.
(B) 1,0 L.
(C) 2,0 L.
(D) 3,0 L.
(E) 5,0 L.

Gabarito: D

Primeiramente, a temperatura deve ser transformada de


Celsius para Kelvin. Assim, a 273 K (0 °C), tem-se o volume
Vx, e a 364 K (273 + 91), tem-se Vy = 4 L.
Para saber o valor de Vx, pode-se utilizar a equação geral
dos gases:
Px ⋅ Vx Py ⋅ Vy
=
Tx Ty
Porém, como a transformação é isobárica, a pressão é
constante. Portanto, o valor de Vx é dado por:
Vx Vy
=
Tx Ty
Vx 4
= ⇒ Vx = 3 L
273 364
QUESTÃO 72
_21_2FUV_1F_FIS_AM_L1_Q04
Um objeto (o) é posicionado de modo perpendicular ao
eixo principal de um espelho esférico gaussiano de distância
focal F = 80 cm. A imagem conjugada correspondente (i)
encontra-se afastada 3 m do objeto, conforme mostra o
esquema.

3m

O Eixo principal
C F V
i

Nessas condições, o módulo do aumento linear transversal


A vale

(A) 2. (D) 5.
(B) 3. (E) 6.
(C) 4.

Gabarito: C

Pela figura, verifica-se que p' = p + 3 e que f = 0,8 m.


Portanto, pela equação de Gauss, obtém-se uma relação
entre as posições do objeto e da imagem:
1 1 1 p' ⋅ p
= + ⇒f=
f p p' p' + p
Substituindo os valores, obtém-se:
(0, 3 + p) ⋅ p
0, 8 =
(0, 3 + p) + p
p2 + 3p = 1, 6p + 2, 4
p = 1 m
p2 + 1, 4p − 2, 4 = 0 
p = −2, 4 m (não convém)
Portanto, a posição da imagem será p' = 4 m.
Assim, o aumento linear transversal é dado por:
−p ' − ( 4 )
A= = = −4
p 1
A =4m
QUESTÃO 73
_21_2FUV_1F_FIS_FT_L1_Q01
Com o objetivo de sempre acertar o alvo, distante 10 m do
arco e flecha, um esportista criou um dispositivo, alinhado
horizontalmente com o alvo, que atira as flechas com
velocidade média de 50 m/s.

Durante os testes, ele percebeu que as flechas não


acertavam o ponto central do alvo e que era necessário um
ajuste na altura desse ponto. Para que o esportista consiga
alcançar seu objetivo, ele deve posicionar o alvo

(A) 20 cm acima da posição inicial.


(B) 2 cm acima da posição inicial.
(C) 20 cm abaixo da posição inicial.
(D) 2 cm abaixo da posição inicial.
(E) 0,2 cm abaixo da posição inicial.

Note e adote:
Módulo da aceleração da gravidade: g = 10 m/s2.
Desconsidere a resistência do ar.

GabariTO: C

O tempo para a flecha atingir o alvo é dado por:


Ds
vx = x
Dt
10
50 = ⇒ Dt = 0,2 s
Dt
Durante o movimento, até atingir o alvo, a fecha se desloca
verticalmente para baixo devido à ação da gravidade.
Portanto, esse deslocamento vertical é dado por:
g ⋅ t2 10 ⋅ 0,22
h= = = 0,2 m
2 2
Assim, o arco deve ser posicionado 20 cm abaixo da posição
inicial.
QUESTÃO 74
_21_2FUV_1F_FIS_BB_L1_Q03
Adianta tomar sol com o vidro da janela fechado?

Os raios UVB (290 nm a 320 nm) têm comprimentos de


onda longos, que não conseguem penetrar muito na pele.
Eles são responsáveis por estimular a síntese de vitamina
D, que é importante para a absorção de cálcio e para a
saúde dos ossos. [...] A questão é que esse tipo de raio é
praticamente filtrado pelo vidro da janela, então não adianta
passar alguns minutinhos no sol estando dentro do carro
ou do quarto com o ar condicionado ligado. Por sua vez, os
raios UVA (320 nm a 400 nm), conseguem, sim, atravessar o
vidro. Eles têm um comprimento de onda bem menor, capaz
de penetrar profundamente na pele. São esses os principais
responsáveis pelo fotoenvelhecimento, aumento das rugas,
bronzeado e câncer de pele.
Bruno Vaiano. Disponível em: <https://super.abril.com.br>.
Acesso em: 24 nov. 2020. (Adaptado)

Com base no texto e nos conceitos de termologia, analise


as afirmações.
I. Considerando uma situação em que os raios solares
incidem diretamente sobre a água de um aquário,
estando ela a 25 °C, e que, ao perceber a situação,
uma pessoa retira esse aquário da incidência dos raios
solares no momento em que a água atingir 27,5 °C, a
quantidade de calor nesse intervalo de tempo foi de
258 kcal.
II. Ao se tomar sol em um cômodo fechado através do vidro
de uma janela, por exemplo, a radiação eletromagnética
de comprimentos de onda menores que 290 nm será,
em sua maior parte, transmitida na forma de calor por
irradiação pelo vidro, o que aumenta a temperatura do
cômodo.
III. Quanto mais espessa for a área por onde o calor passa,
menor será o fluxo de calor por condução do ambiente
de maior temperatura para o de menor temperatura.

É correto apenas o que se afirma em

(A) I.
(B) II.
(C) III.
(D) I e II.
(E) I e III.

Note e adote:
Massa de água do aquário: 98 560 g.
Calor específico da água: 1 cal · g–1 · °C–1.

Gabarito: C

Afirmação I: incorreta. A quantidade de calor pode ser


obtida por Q = m ∙ c ∙ ∆T. Portanto, tem-se:
Q = 98 560 ∙ 1 ∙ (27,5 – 25) = 246 400 cal = 246,4 kcal
Afirmação II: incorreta. Comprimentos de onda menores
que 290 nm são, majoritariamente, refletidos pelo vidro.
Os raios UVB (290 nm a 320 nm), que têm comprimentos
de onda mais longos, já não conseguem ultrapassar com
facilidade o vidro.
Afirmação III: correta. O calor flui do ambiente de maior
temperatura para o de menor e, por condução, o fluxo
KADT
é dado por φ = . Logo, o fluxo é inversamente
L
proporcional à espessura L e, consequentemente, quanto
maior essa espessura, menor o fluxo.
QUESTÃO 75
_21_2FUV_1F_FIS_AM_L1_Q05i_MED
No arranjo mecânico apresentado, os blocos A e B estão
interligados por uma mola, que se comporta segundo a
lei de Hooke, de rigidez elástica k = 80 N/cm. O bloco B é
empurrado por uma força constante F = 80 N, paralela à
rampa lisa, cuja inclinação corresponde ao ângulo α = 37°.

g
A
K

B
F

Nessas condições, quais são o módulo da aceleração


do conjunto e a deformação sofrida pela mola,
respectivamente? Desconsidere o atrito.

(A) 1 m/s2 e 0,5 cm


Note e adote:
(B) 2 m/s2 e 0,5 cm
(C) 2 m/s2 e 0,7 cm mA = 7 kg e mB = 3 kg.
sen 37° = 0,6 e cos 37° = 0,8.
(D) 3 m/s2 e 0,5 cm Módulo da aceleração da gravidade
(E) 3 m/s2 e 0,7 cm local = 10 m/s2.

Gabarito: C

As forças atuantes nos blocos estão representadas na


imagem a seguir:

A P
XA

fe fe
l
l
K
P
B XB

37°

A força resultante é dada por FR = m · a. Logo, por meio da


relação entre as forças atuantes nos blocos A e B, é possível
obter a aceleração do conjunto:
Bloco A: fel − pXA = mA ⋅ a
 (+)
Bloco B:  F − fel − pXB = mB ⋅ a
F − pXA − pXB = (mA + mB ) ⋅ a
F − p A ⋅ sen 37° − pB ⋅ sen 37° = (mA + mB ) ⋅ a
80 − 70 ⋅ (0, 6) − 30 ⋅ (0, 6) = (7 + 3) ⋅ a
20 = 10a
a = 2 m/s2
Com o valor da aceleração, obtém-se o valor da força
elástica:
fel − pXA = mA ⋅ a
fel − (70 ⋅ 0, 6) = 7 ⋅ 2
fel = 56 N
Sabe-se que a força elástica é dada por Fel = k · x. Portanto,
tem-se:
56 = 80x
x = 0,7 cm
QUESTÃO 76
_21_2FUV_1F_FIS_FT_L1_Q04i_MED
Um bloco A, de massa 20 kg, e um bloco B, de massa 30 kg,
são pendurados em uma polia móvel que pode girar sem
atrito sobre seu eixo central. A polia é fixada no teto por um
cabo preso a uma mola de constante elástica k = 104 N/m,
conforme o esquema.

A B

No esquema em equilíbrio, os blocos estão nivelados e


parados. Ao abandoná-los, a deformação da mola será

(A) 2,4 cm.


(B) 5,0 cm.
(C) 4,0 cm. Note e adote:

(D) 4,8 cm. Desconsidere a massa da mola e a da polia.


Módulo da aceleração da gravidade g = 10 m/s2.
(E) 6,0 cm.

Gabarito: D

A composição de forças no sistema ocorre da seguinte


maneira:

g
Fel

T T

T
a A B a
PA PB

Como a massa do bloco B é maior que a massa do bloco A,


o sistema tende a se deslocar no sentido de subida do bloco
A e descida do bloco B. Dessa forma, tem-se:

Bloco A:
FRA = mA ⋅ a
T − PA = mA ⋅ a
T − mA ⋅ g = mA ⋅ a
T − 20 ⋅ 10 = 20 ⋅ a
T = 20a + 200

Bloco B:
FRB = mB ⋅ a
PB − T = mB ⋅ a
300 − T = 30 ⋅ a
T = 300 − 30a

Assim, a aceleração vale:


20a + 200 = 300 – 30a
a = 2 m/s2

Logo, a tração no fio vale:


T = 20 · 2 + 200 = 240 N

Portanto, como a polia está em equilíbrio, a deformação da


mola será:
Fel = 2T
k ⋅ x = 2 ⋅ 240
104 ⋅ x = 480
480
x= = 0, 048 m = 4 , 8 cm
10 000
QUESTÃO 77
_21_ENEM_FIS_FT_L3_Q04
Conhecer a direção e o sentido do campo elétrico em
determinada região é fundamental para saber a direção
e o sentido da força eletrostática que atua em um corpo
carregado eletricamente. A figura apresenta três esferas
eletricamente carregadas e dispostas em pontos específicos
de uma circunferência.
QA

QB P

QC

Sendo QA = +Q, QB = −2Q e QC = +Q, o campo elétrico


resultante no ponto P é mais bem representado pelo vetor:

(A) Nulo
(B)
(C)
(D)

(E)

Gabarito: B

O campo elétrico criado por cada carga no ponto P vale:


kQ kQ kQ
EB = 2 ⇒ EB = ⇒ EB = 2
d (2R) 2
4R
kQ kQ kQ
E A = EC = ⇒ EA = ⇒ E A = EC =
( )
2 2
d R 2 R2
2R

O campo elétrico gerado por A e por C são mais intensos


que o gerado por B. Assim, a representação dos campos no
ponto P é a seguinte:
QA = +Q

EC

R EB
QB = –2Q
R P

EA

QC = +Q
A soma dos vetores EA e EC dá um vetor horizontal para
a direita, com intensidade maior que EB, conforme
representado na imagem a seguir:
QA = +Q

EC

R EB EA + EC
QB = –2Q
R P

EA

QC = +Q
Portanto, o vetor campo elétrico resultante em P é horizontal
e para a direita.
QUESTÃO 78
_21_2FUV_1F_MAT_AN_L1_Q08
Considere o triângulo retângulo ABC apresentado a seguir.

B D C

( )
 = 7, 5° .
Sejam AD = DC = 1 cm e med ACD

A área, em cm², do triângulo ABD é igual a


1 7
(A) (D)
8 8
1
(B) (E) 1
2
5 Note e adote:
(C)
8
6− 2 6+ 2
sen(15°) = e cos(15°) =
4 4

Gabarito: A

Como o triângulo ADC é isósceles,


( )
med ACD  = med CAD
( )
 = 7, 5°.
Pelo teorema do ângulo externo,
( )
med ADB  = med CAD
( )
 + med ACD
( )
 = 7, 5° + 7, 5° = 15° .

Aplicando as relações de seno e cosseno no triângulo


retângulo ABD, cuja hipotenusa mede 1 cm, têm-se:
AB AB
= sen(15° ) ⇒ = sen(15° )
AD 1
BD BD
= cos (15° ) ⇒ = cos (15° )
AD 1
Portanto, a área do triângulo ABD é dada por:
AB ⋅ BD sen(15° ) ⋅ cos (15° )
ÁreaABD = = =
2 2
6− 2 6+ 2 8

4 4 16 1
= = = cm2
2⋅2 4 8
QUESTÃO 79
_20_3FUV_1F_MAT_RN_L1_Q16
Publicado na revista A Estação, no período de 15 de
junho de 1886 a 15 de setembro de 1891, Quincas Borba foi
o romance de Machado de Assis que mais sofreu alterações
na sua conversão para o livro.
[...]
Na conversão do folhetim em livro, evidencia-se o
trabalho consciente do autor de Quincas Borba no sentido
de amenizar o uso excessivo do diálogo, as redundâncias
e circunlóquios extensivos em torno de assuntos banais e
amenidades prescindíveis ao escopo central visado pela nova
versão do romance. [...] De acordo com Hallewell, a editora
Garnier, que foi responsável pela edição de Quincas Borba,
imitava os formatos estabelecidos pela firma parisiense
Calman Levy: in-oitavo (16,5 × 10,5 centímetros) e in-doze
(17,5 × 11,0 centímetros). [...] Desse modo, submetendo-se
aos padrões estabelecidos pela editora Garnier, Machado
de Assis precisou investir na supressão de capítulos inteiros
e na condensação de diversas passagens do folhetim
“dosimétrico” para atender às exigências do novo formato.
Jaison Luís Crestani. “Quincas Borba: a conversão do
folhetim da revista A Estação em obra-prima da trilogia
machadiana”. Patrimônio e Memória, Assis, v. 4, n. 1, 2008.

A primeira edição do livro Quincas Borba tinha 448 páginas


e foi publicada em 1891 pela editora Garnier, que pagou 600
réis a Machado de Assis para cada um dos 1 000 exemplares
impressos.
Suponha que, na conversão do folhetim em livro, caso
nenhuma parte do conteúdo original fosse suprimida pelo
autor, cada exemplar impresso teria um quarto a mais de
páginas do que a edição lançada em 1891. Admita ainda que,
para a primeira edição desse romance, a editora Garnier
tinha um número total de páginas fixo para imprimir. Dessa
forma, se não houvesse o trabalho de adaptação do texto,
reduzindo o seu tamanho, menos exemplares poderiam ser
produzidos e, mantidos os 600 réis pagos pela editora ao
autor por livro, Machado de Assis receberia um valor menor
do que o que ele recebeu de fato. Por fim, considere que o
preço pago pela editora a Machado de Assis não dependia
do número de exemplares vendidos.
Qual é a diferença, em réis, entre a quantia que o autor de
Quincas Borba recebeu pela primeira edição e a quantia
que, de acordo com a situação proposta, ele teria recebido
se não fizesse as alterações no texto?

(A) 60 000
(B) 120 000
(C) 150 000
(D) 180 000
(E) 240 000

Gabarito: B

De acordo com o enunciado, a primeira edição do livro teve


448 páginas. Com um quarto a mais de páginas, o número
1
total seria 448 + ⋅ 448 = 448 + 112 = 560 .
4
Como o número total de páginas a serem impressas é fixo,
o produto do número de páginas por livro pelo número de
livros impressos também é fixo. Assim, sendo N o número
de livros que seriam impressos sem a redução do texto,
tem-se:
448 ⋅ 1 000 = 560 ⋅ N ⇒ N = 800
Portanto, na situação proposta, Machado de Assis receberia
por apenas 800 livros, ou seja, ele deixaria de ganhar o
valor correspondente a 200 livros, que, em réis, é igual a
200 · 600 = 120 000.
QUESTÃO 80
_21_2FUV_1F_MAT_AN_L1_Q07
Um dígito verificador (DV) é um algarismo com função de
certificar se a sequência numérica de um documento ou dado
bancário foi preenchida corretamente. Em senhas de contas
bancárias, o DV aparece separado dos demais algarismos
por um hífen e é obtido por operações aritméticas com os
dígitos da parte principal da senha.
Em certo banco, as senhas dos clientes são formadas por
quatro dígitos (parte principal) seguidos do DV. Nesse
banco, o DV das senhas é calculado da seguinte forma:
• Cada um dos três primeiros algarismos que compõem
a parte principal é elevado a um expoente cujo valor é
uma unidade maior do que o algarismo seguinte.
• O último algarismo da parte principal é elevado a um
expoente cujo valor é uma unidade maior do que o
primeiro algarismo da parte principal.
• Calcula-se a soma das quatro potências obtidas. O
algarismo das unidades do resultado dessa soma
corresponde ao DV.

Considere que a senha de um cliente desse banco seja


7945-X, em que X representa o DV.
O valor do algarismo X é igual a

(A) 1.
(B) 3.
(C) 5.
(D) 7.
(E) 9.

Gabarito: E

De acordo com etapas indicadas para se determinar o DV,


deve-se identificar o algarismo das unidades do resultado
da soma 710 + 95 + 46 + 58.
Ao analisar as potências de base 7, nota-se que o algarismo
das unidades dos resultados dessas potências formam
uma sequência que se repete a cada conjunto de quatro
potências, conforme mostrado a seguir:
71 = 7 75 = 16 807
72 = 49 76 = 117 649
73 = 343 78 = 823 543
74 = 2 401 

Mantendo o padrão da sequência, percebe-se que o


algarismo das unidades de 710 é o mesmo de 72, ou seja, 9.
Ao analisar as potências de base 9, nota-se que o algarismo
das unidades dos resultados dessas potências é sempre
igual a 1 quando o expoente é par e sempre igual a 9 quando
o expoente é ímpar.
91 = 9
92 = 81
93 = 729
94 = 6 561

Assim, como o expoente de 95 é ímpar, o algarismo das


unidades do resultado dessa potência é igual a 9.
Ao analisar as potências de base 4, nota-se que o algarismo
das unidades dos resultados dessas potências é sempre
igual a 6 quando o expoente é par e sempre igual a 4 quando
o expoente é ímpar.
41 = 4
42 = 16
4 3 = 64
4 4 = 256

Assim, como o expoente de 46 é par, o algarismo das


unidades do resultado dessa potência é igual a 6.
Por fim, ao analisar as potências de base 5, nota-se que o
algarismo das unidades dos resultados dessas potências é
sempre igual a 5.
51 = 5
52 = 25
53 = 125
54 = 625

Assim, o algarismo das unidades do resultado de 58 é igual


a 5.
Portanto, o algarismo das unidades do resultado da soma
710 + 95 + 46 + 58 é igual ao algarismo das unidades do
resultado da soma 9 + 9 + 6 + 5 = 29, ou seja, 9.
QUESTÃO 81
_21_2FUV_1F_MAT_AN_L1_Q03
Certa espécie de microrganismo se reproduz duplicando sua
população a cada hora. Porém, ao final de cada processo de
reprodução, um indivíduo dessa população sempre morre.
Considere um experimento de cultura com essa espécie de
microrganismo iniciada com dois indivíduos.

Após 10 horas do início do experimento, o número de


microrganismos vivos na cultura será igual a

(A) 1 022.
(B) 1 023.
(C) 1 024.
(D) 1 025.
(E) 1 026.

Gabarito: D

Analisando o processo de reprodução dessa espécie, que a


cada hora resulta na duplicação da população seguida da
morte de um indivíduo, pode-se montar a tabela a seguir:

Hora População
0 2
1 2∙2−1=3
2 3∙2−1=5
3 5∙2−1=9
4 9 ∙ 2 − 1 = 17
5 17 ∙ 2 − 1 = 33

Seja p(n) a população dessa espécie n horas após o início do


experimento. Observando os valores correspondentes de
hora e população na tabela, nota-se que p(n) = 2n + 1.
Portanto, 10 horas após o início do experimento, a
quantidade de microrganismos vivos na cultura é dada por
p(10) = 210 + 1 = 1 025.
QUESTÃO 82
_21_2FUV_1F_MAT_AN_L1_Q06
Um investidor utilizou R$ 100 000,00 para fazer diferentes
aplicações que foram resgatadas após o período de um ano.
Como estratégia de investimento, ele aplicou metade desse
valor em um fundo de renda fixa com retorno semestral de
5%, e a outra metade ele utilizou para comprar ações de
uma empresa na bolsa de valores. No primeiro semestre,
as ações compradas valorizaram 30%; porém, no segundo
semestre, o preço dessas ações teve um recuo de 20%.
Além disso, sabe-se que a inflação acumulada nesse período
de um ano foi de 4%.

Ao resgatar suas aplicações no prazo indicado, o lucro, em


real, desse investidor foi igual a

(A) 3 125,00.
(B) 3 500,00.
(C) 4 500,00.
(D) 6 125,00.
(E) 7 125,00.

Gabarito: A

O valor resgatado do investimento em renda fixa no prazo


de um ano (dois semestres) é dado por:
50 000 ⋅ (1 + 5%) = R$ 55 125, 00
2

O valor resgatado do investimento em ações no prazo de


um ano, considerando uma valorização de 30% no primeiro
semestre seguida de uma desvalorização de 20% no segundo
semestre (quando as ações foram vendidas), é dado por:
50 000 ⋅ (1 + 30%) ⋅ (1 − 20%) = R$ 52 000, 00
Assim, o lucro desse investidor corresponde à diferença
entre a soma dos valores resgatados e o valor aplicado.
Porém, deve-se considerar o valor da aplicação corrigido
pela taxa de inflação anual, que é de 4%. Logo:
Lucro = (55 125 + 52 000 ) − 100 000 ⋅ (1 + 4%) = R$ 3 125, 00
QUESTÃO 83
_21_2FUV_1F_MAT_AS_L1_Q05
A figura a seguir foi originada com base em quatro
circunferências com 4 cm de diâmetro e tangentes entre si
duas a duas.

O perímetro, em cm, da figura é igual a

(A) 9.
(B) 12.
(C) 18.
(D) 27.
(E) 36.

Note e adote:
π=3

GabariTO: E

Ao traçar os raios que ligam os centros das circunferências


até os pontos de tangência, obtém-se um quadrado,
conforme a figura a seguir:

R R
R R

R R
R R

Como os ângulos internos de um quadrado são retos, cada


um dos quatro arcos que formam a figura mede 360° − 90° =
3
= 270°, o que corresponde a de uma circunferência.
4
O perímetro de uma circunferência é dado por 2 ∙ π ∙ r, ou
seja, π ∙ D, em que D representa o diâmetro. Como há quatro
arcos, o perímetro P da figura é dado por:
3
P = 4 ⋅ ⋅ π ⋅ D ⇒ P = 3 ⋅ 3 ⋅ 4 ⇒ P = 36 cm
4
QUESTÃO 84
_21_2FUV_1F_MAT_AN_L1_Q05
No plano cartesiano a seguir, considere o esboço da reta r.

y
6
5
4
3 r
2
1
x
–2 –1 0 1 2 3 4 5

A soma das coordenadas do ponto de interseção da reta r


com a reta s: y = x + 2 é igual a

(A) 0.
(B) 1.
(C) 2.
(D) 3.
(E) 4.

Gabarito: E

Sejam (0, q) e (p, 0) os pontos de interseção da reta r com


os eixos y e x, respectivamente. De acordo com o esboço
apresentado, pela equação segmentária da reta r, obtém-se:
x y x y
+ = 1 ⇒ + = 1 ⇒ 6x + 2y = 12
p q 2 6
Na equação anterior, ao substituir a incógnita y pelo valor
de y na equação reduzida da reta s, obtém-se a abscissa do
ponto de interseção das retas r e s. Logo:
6x + 2y = 12 ⇒ 6x + 2 ⋅ ( x + 2) = 12 ⇒ 8x + 4 = 12 ⇒ x = 1
Substituindo o valor obtido de x na equação de qualquer
uma das retas, obtém-se a ordenada do ponto de interseção.
Logo, substituindo na equação da reta s, tem-se:
y = x +2⇒ y = 1+2⇒ y = 3
Portanto, as retas r e s se intersetam no ponto (1, 3), e a
soma das coordenadas é igual a 1 + 3 = 4.
QUESTÃO 85
_21_2FUV_1F_MAT_RN_L1_Q03
Durante uma campanha de inverno para arrecadar
agasalhos, um total de 2 001 peças foram arrecadadas.
Esses agasalhos foram distribuídos em várias bolsas, as
quais seriam entregues a uma comunidade carente. Após a
separação das roupas, notou-se que todas as bolsas tinham
o mesmo número de agasalhos, com exceção de uma, que
tinha uma peça a mais do que as demais. Além disso, sabe-
-se que a quantidade total de bolsas é menor do que 50 e
que o número de agasalhos na bolsa com a peça extra é par.

Quantas bolsas foram entregues no total?

(A) 15
(B) 16
(C) 24
(D) 25
(E) 40

Gabarito: B

Sejam n o número total de bolsas e x o número de agasalhos


nas bolsas, com exceção da bolsa que tem x + 1 agasalhos.
Com base nisso, n – 1 bolsas têm x agasalhos e uma bolsa
tem x + 1 agasalhos. Ao relacionar com o total de 2 001
agasalhos, tem-se:
(n − 1) ⋅ x + 1 ⋅ (x + 1) = 2 001 ⇒
⇒ nx − x + x + 1 = 2 001 ⇒ nx = 2 000
Sabe-se ainda que o total de bolsas é menor do que 50.
Assim, pode-se montar uma tabela com os possíveis valores
de n com n < 50:

n x n·x
1 2 000 2 000
2 1 000 2 000
4 500 2 000
5 400 2 000
8 250 2 000
10 200 2 000
16 125 2 000
20 100 2 000
25 80 2 000
40 50 2 000

Por fim, sabe-se que o número de agasalhos na bolsa com


a peça extra é par, ou seja, x + 1 é par. Consequentemente,
conclui-se que x é ímpar. Sendo assim, com base nos
possíveis valores, infere-se que n = 16 e x = 125, ou seja, o
total de bolsas é 16.
QUESTÃO 86
_21_2FUV_1F_MAT_RN_L1_Q02
Sejam as funções f ( x ) = −2x + 4x + 1, definida no conjunto
2

dos números reais, e g ( x ) = log 9 x , definida no conjunto dos


números reais maiores do que 0.
( )
Considere a função h( x ) = g f ( x ) , definida no conjunto tal
que f(x) > 0.

Qual é o valor máximo de h(x)?

(A) 0
1
(B)
2
(C) 1
(D) 2
(E) 3

Gabarito: B

Por meio da composição de funções, a lei de formação de


h(x) é dada por:
( )
h( x ) = log 9 −2x 2 + 4x + 1
Para maximizar essa função, convém analisar previamente a
função g(x), cujo gráfico é dado por:

g(x) = log9 x
y

Assim, nota-se que g(x) é crescente, e, portanto, para que


g(x) seja máxima em um conjunto, deve-se tomar o maior
elemento dele. Como a função g(x) está composta com f(x),
basta maximizar f(x) para que h(x) seja maximizada.
Sendo f(x) uma função do segundo grau na forma
f ( x ) = ax 2 + bx + c . O valor de x que maximiza a função será
dado por:
b 4
xv = − ⇒ xv = − ⇒ xv = 1
2a 2 ⋅ ( −2)
Logo, o valor máximo de f(x) será dado por:
f (1) = −2 ⋅ 12 + 4 ⋅ 1 + 1 ⇒ f (1) = 3
Nota-se que esse valor máximo é maior do que 0, ou seja, o
valor x = 1 é válido nos respectivos domínios.
Portanto, o valor máximo de h(x) será dado por:
h(1) = g ( f (1)) ⇒ h(1) = log 9 3 ⇒ h(1) = log 2 3 ⇒
3

1 1
⇒ h(1) = ⋅ log 3 3 ⇒ h(1) =
2 2
QUESTÃO 87
_21_2FUV_1F_MAT_RN_L1_Q04
2n2 + 5n + 3
Seja a sequência formada por an = uma
n+1
progressão aritmética, e seja a sequência formada por
3 ⋅ 811n
bn = uma progressão geométrica, ambas definidas
327n
para valores inteiros de n tal que n ≥ 1.
Considere as seguintes afirmações:
I. A razão de an é 2.
II. A soma dos cinco primeiros termos de an é 55.
III. A sequência bn é decrescente.
IV. A soma dos infinitos termos de bn é maior do que 1.

É correto apenas o que se afirma em

(A) I, II e III.
(B) I, III e IV.
(C) I e III.
(D) I e IV.
(E) II e IV.

Gabarito: C

Ao analisar a expressão da sequência an, pode-se fatorar o


numerador:
2n2 + 5n + 3 = (2n + a) ⋅ (n + b) = 2n2 + (a + 2b)n + ab ⇒
⇒ 2n2 + 5n + 3 = (2n + 3) ⋅ (n + 1)
Substituindo o numerador fatorado na expressão, tem-se:

an =
2n2 + 5n + 3
⇒ an =
(2n + 3) ⋅ (n + 1) ⇒ a = 2n + 3
n
n+1 n+1
Afirmação I: correta. Como an = 2n + 3, a1 = 5, a2 = 7; logo,
r = a2 – a1 = 2.
Afirmação II: incorreta. Conforme calculado no item
anterior, a1 = 5 e a2 = 7. Além disso, a3 = 9, a4 = 11 e a5 = 13.
Portanto, S5 = 5 + 7 + 9 + 11 + 13 = 45.
Ao analisar a expressão da sequência bn, tem-se:
( )
11n
3 ⋅ 811n 3 ⋅ 23
bn = ⇒ bn = ⇒
327n ( )
7n
25
n
3 ⋅ 233n  1
⇒ bn = ⇒ bn = 3 ⋅  
2 35n
 4

3 3
Afirmação III: correta. Nota-se que b1 = e b2 = ; logo,
3 4 16
1
q = 16 ⇒ q = . Portanto, a sequência é decrescente.
3 4
4
Afirmação IV: incorreta. O limite da soma dos infinitos
termos de uma progressão geométrica com 0 < q < 1 é:
3
a1 4
S∞ = ⇒ S∞ = ⇒ S∞ = 1
1−q 1
1−
4
Logo, a soma dos infinitos termos dessa progressão não será
maior do que 1.
Desse modo, conclui-se que apenas as afirmações I e III são
corretas.
QUESTÃO 88
_21_2FUV_1F_MAT_AN_L1_Q04
Considere o quadrilátero convexo ABCD apresentado a
seguir.

AC = CD

A β = 2α
AD = 8 cm

β BC = 10 cm
α
B C

A área, em cm2, do triângulo ABC é igual a

(A) 20.
(B) 22.
(C) 24.
(D) 26.
(E) 28.

Note e adote:
sen(2a) = 2sen(a) cos(a)

Gabarito: A

Seja AC = CD = L. Como b = 2a, os ângulos CAD  e CDA 


medem, cada um, 90° – a.
Aplicando a lei dos senos no triângulo ACD, tem-se:
8 L 8 L
= ⇒ = ⇒
sen(2a ) sen(90° − a ) 2sen( a ) cos ( a ) cos ( a )
8 cos ( a )
⇒ = Lsen( a ) ⇒ Lsen( a ) = 4
2 cos ( a )

A área do triângulo ABC é dada por:


BC ⋅ AC ⋅ sen( a ) 10 ⋅ L ⋅ sen( a )
A ABC = ⇒ A ABC = ⇒
2 2
10 ⋅ 4
⇒ A ABC = ⇒ A ABC = 20 cm2
2
Portanto, a área do triângulo ABC é igual a 20 cm2.
QUESTÃO 89
_21_2FUV_1F_MAT_AS_L1_Q03

Seja a função f : ¡→ ¡ definida como f ( x ) = ax + bx + a.


2

Sabe-se que, no plano cartesiano, a parábola descrita por


1
f(x) intercepta o eixo y no ponto de ordenada e tem
2
vértice em um ponto de abscissa −2,5. Além disso, essa
parábola tem apenas um ponto em comum com a reta de
equação y = mx + n, a qual passa pela origem do sistema
cartesiano.
m
Considerando a, b, m, n ∈¡, um possível valor de é
a
1
(A)
2
5
(B)
2
(C) 7
2
(D) 5
(E) 7

Gabarito: E

A reta de equação y = mx + n contém o ponto (0, 0), uma vez


que passa pela origem do sistema cartesiano. Substituindo
os valores na equação, tem-se:
y = mx + n ⇒ 0 = ( 0 ) ⋅ m + n ⇒ n = 0
 1
A parábola descrita por f(x) contém o ponto  0,  ,
 2
1
uma vez que intercepta o eixo y no ponto de ordenada .
2
Substituindo os valores na equação, tem-se:
f ( x ) = ax 2 + bx + a ⇒
1 1
= a( 0 ) + b ( 0 ) + a ⇒ a =
2

2 2
Como a abscissa do vértice da parábola de f(x) é conhecida,
tem-se:
b b
− = −2, 5 ⇒ − = −2, 5 ⇒ b = 2, 5
2a  1
2⋅ 
 2

x2 5 1
Assim, f ( x ) = + x + . Como a parábola e a reta têm um
2 2 2
ponto em comum, as equações que as descrevem podem
ser igualadas. Logo:
x2 5 1 x2  5  1
+ x + = mx ⇒ +  − m x + = 0
2 2 2 2  2  2
Como há um único ponto em comum, o discriminante deve
ser nulo. Logo:
2 2
5  1 1 5 
 − m − 4 ⋅ ⋅ = 0 ⇒  − m = 1 ⇒
2 2 2 2
5 5
⇒ − m = 1 ⇒ − m = ±1
2 2
3
5 3 m 2
Se − m = 1, m = e = 1 = 3 .
2 2 a
2
7
5 7 m 2
Se − m = −1, m = e = = 7.
2 2 a 1
2
Portanto, entre as alternativas, a única que apresenta um
m
possível valor de é a alternativa E.
a
QUESTÃO 90
_21_2FUV_1F_MAT_RN_L1_Q01
Seja uma função f(x) cujo domínio é o conjunto dos números reais no intervalo [−5; 5]. Para cada elemento x do domínio, a
imagem f(x) é o menor número inteiro maior do que x, ou seja, f(x) = min{n ∈ Z} | n > x}.

Qual é o gráfico da função g(x) = |f(x)|?

(A) y (D) y
6
5 5
4 4
3 3
2 2
1 1

–5 –4 –3 –2 –1 0 1 2 3 4 5 x –5 –4 –3 –2 –1 0 1 2 3 4 5 x
–1 –1
–2 –2
–3 –3
–4 –4
–5 –5
–6

(B) y (E) y
6
5 5
4 4
3 3
2 2
1 1
–5 –4 –3 –2 –1 0 1 2 3 4 5 x –5 –4 –3 –2 –1 0 1 2 3 4 5 x
–1 –1
–2 –2
–3 –3
–4 –4
–5 –5

(C) y
6
5
4
3
2
1

–5 –4 –3 –2 –1 0 1 2 3 4 5 x
–1
–2
–3
–4
–5

Gabarito: D

A função f(x) é tal que, para cada valor x do domínio, f(x) é o menor número inteiro maior do que x. Por exemplo, para
x = 0,5, f(0,5) = 1 é o menor número inteiro maior do que 0,5. Para x = 1, f(1) = 2 é o menor número inteiro maior do que 1.
Para x = −0,5, f(−0,5) = 0 é o menor número inteiro maior do que −0,5. Por fim, para x = −1, f(−1) = 0 é o menor número inteiro
maior do que −1. Assim, ao expandir esse raciocínio para todo o domínio, o gráfico de f(x) será dado por:
y
6
5
4
3
2
1
x
–5 –4 –3 –2 –1 01 2 3 4 5
–1
–2
–3
–4
–5

f ( x ) ; f ( x ) ≥ 0
Da definição de módulo, g ( x ) = f ( x ) =  . Portanto, é preciso rebater a parte negativa do gráfico de f(x). Assim,
 − f ( x ) ; f ( x ) < 0
o gráfico de g(x) será dado por:
y
6
5
4
3
2
1
x
–5 –4 –3 –2 –1 01 2 3 4 5
–1
–2
–3
–4
–5

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