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LETHARGY OF PHOBOS - ACT I

GUIA DE CENAS

Based on LETHARGY OF PHOBOS album


1. INT. CASA - DIA (SOM)

Como as mãos de uma pessoa nervosa e agitada, esse áudio é o único limpo, de fato.
Alguém agarra um objeto, o posiciona no sofá e clica em seu botão. O identificamos
como um gravador. Ele está rodando.

A partir deste momento, a conversa no gravador terá sua ordem deturpada e a


confiabilidade da realidade nas palavras ditas serão notadas apenas pela fita da
gravação.

CHARLIE (JOSÉ)
A week, I guess, without-- Without drinking. I can't
remember. The days have been a memory test. It's
like-- It's like I'm paddling through a sea of darkness.
Just me... Just darkness... And nothing more.

TRANSIÇÃO PARA

2. INT. BANHEIRO - NOITE

Entrecortado com o cemitério, se tem essa visão de um espelho, onde não se vê um


rosto, apenas suas mãos. Elas se erguem como se tivessem levantando água de um
riacho, porém, diferenciando da transparência clara das águas, vemos o vermelho.
Sangue. Elas se erguem lentamente.

Em dado momento, os entrecortes param, focando-se apenas em uma cena central, no


cemitério;

3.
CHARLIE (JOSÉ)
TALKING ABOUT THE DREAMS... THEY’RE
NOT THE BEST EITHER. HOLLOW AND
ILL-DEFINED. AS IF IT HAD TAKEOVER MY
THOUGHTS WITH THESE… SCENES. AS IF IT
INFECT MY CONSCIENCE.

DARKNESS THERE, AND NOTHING MORE.

FADE IN:

4. INT. CASA - NOITE

Se ouve o folhear do caderno do Homem Vitruviano.

E da televisão, começa a se desaproximar. Nada vemos ao redor das bordas.


Entretanto, um braço se ergue em meio a televisão e a escuridão que cerca a sala. Na
sua mão há o controle remoto, que aguarda alguns segundos para desligar a TV.

O ESCURO toma conta de cena. Viveremos bastante por aqui.

Por alguns segundos, enquanto se continua folheando, se permanece até que se fecha
o caderno.

A televisão liga novamente.

Passos.

CHARLIE (JOSÉ)
I don't think you're a doctor.

DELIRIUM TREMENS (EDU)


No, Charles, I'm not.

CHARLIE
Are you here to help me?

DELIRIUM TREMENS
Sorry, but I can't. Any problem in smoking here?
Em base dos sons, apenas se escuta a fita ser inserida e, após isso, um trago de um
cigarro.

CHARLIE (V.O.)
I remember you, but your face is so strange to me.
Your voice, on the other hand, it's not.

DELIRIUM TREMENS
That's ok, Charlie, stay in bed. I just wanna know
something...

A tomada vai se aproximando novamente, fazendo um CLOSE-UP na televisão,


lentamente. No interim, como se fossem devaneios, a estática de dialogos ocupam os
ouvidos:

ALESS
Isn't his fault, you know it. He cannot live at your
mercy. He's not yours, he's lively.

(HIM) (INDEFINIDO)
I don't give a shit what the fuck he or you can or not
to do. If I say yes, he has to say yes, can fucking
understand this? Every fuckin' night he makes me
want to hang him-- this piece of sh--!

A estática corta a última palavra, mas logo volta com o silêncio. Apenas a respiração
eufórica de (HIM) acompanhando.

TELA PRETA

DELIRIUM TREMENS
Why did you kill her?

CORTA PARA:

5. DATA DA GRAVAÇÃO DA FITA: 9th JULY.

IT'S OVER AGAIN começa.

Como última parte dessa sequência, temos em frente a câmera um desenho feito,
claramente, por uma criança. Nele, vemos três figuras: uma que aparenta ser uma
mulher, com um x onde deveriam ser seus olhos, indicando sua morte, outra, dessa
vez com traços mais grossos e totalmente preta, sem rosto, indicando uma sombra e,
ao lado, o que parece ser uma criança.
EM UM CURTO PLANO SEQUÊNCIA, nos desaproximamos do desenho e uma mão
infantil o destrói. A câmera abaixa no mesmo instante, afetada pelo susto. Não vemos o
rosto da criança.

TELA PRETA.

CHARLIE (O.S.)
What do you think it is?

CORTA PARA:

6. INT. TV

DO PONTO DE VISTA da câmera, se vasculha uma casa velha e abandonada, a


procura de algo que não sabemos o que seja. Som ambiente.

ALESS (O.S.)
About the painting?

CHARLIE (O.S.)
Yeah.

ALESS (O.S.)
Someone who discovered death.

CHARLIE (O.S.)
You think that he just find out the body?

ALESS (O.S.)
Well... Yes... I think.

TELA PRETA.

CHARLIE
I didn't even know why the punches hit so hard but I
didn't care - not in most. My mind... I were easily
influenced by it.
(MAIS)
CHARLIE (CONT.)
I vomited just hearing his steps... And the fun that I
have weren't mine anymore, but they were his. And
everything were his, just like I was. I prayed that
nothing would happen, but... Well, no one ever really
listened to me.

DELIRIUM TREMENS
Are you mad about it?

CHARLIE
No, I just... Feared my thoughts.

7. INT. LUGAR DESCONHECIDO - NOITE

As luzes estão apagadas e a câmera caminha em direção a onde elas se encontram:


Mãos, destacadas em preto e branco, dando visibilidade graças a luz. São mãos que
estão perto uma das outras. A pessoa, dona das mãos, levanta. Voltamos as luzes
apagadas.

Estamos caminhando. As mãos aparecem de novo, com as luzes destacando-as.

CHARLIE (CONT.)
It's 3 o'clock and still running.

TICK-TACK. O relógio gira.

DELIRIUM TREMENS
You mother... How old would she be today?

TICK.

CHARLIE
Forty-five.

TACK.

DELIRIUM TREMENS
What happened in that day?

TICK.

CHARLIE
That's when I first killed something.

TACK.

DELIRIUM TREMENS
You killed who?
TICK.
CHARLIE
A raven.

TACK.

O EFEITO SONORO DE TRANSIÇÃO DE CENAS EM FILMES MUDOS SE É USADO.

A cena de passaros de OSTATNI DZIEN LATA (1958).

LES MAUDITS (1947). Em primeiro plano, desfocado, um homem observando-o, em


foque, o horizonte e o infinito do mar.

CHARLIE
At that moment I don't really know what was going to
be mad. Real mad.
So I... Just crushed it head with a rock.

Um quadro de um jarro de flores.

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