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Caderno de estudo: cadastro ambiental rural - CAR. / IBAM. – Rio de Janeiro: IBAM, 2015.
48 p. : il. color.
Inclui Referências
CDU 349.6(81)(072)
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INSTITUTO BRASILEIRO DE ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL – IBAM
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Sumário
APRESENTAÇÃO...........................................................................7
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3.1.1 Percentuais mínimos de área destinada à Reserva Legal............................ 33
3.1.1 Uso da Reserva Legal.......................................................................................... 36
3.1.2 Critérios para computar Áreas de Preservação Permanente no cálculo do
percentual da Reserva Legal do imóvel..................................................................... 36
3.1.3 Recuperação da vegetação em Reserva Legal............................................... 36
3.1.3.1 Compensação da Reserva legal...................................................................... 37
3.1.4 Áreas Consolidadas em Reserva Legal............................................................ 39
3.1.5 Supressão de Vegetação Nativa........................................................................ 39
3.2 Área de servidão administrativa........................................................................... 39
CONSIDERAÇÕES.......................................................................45
REFERÊNCIAS..............................................................................46
BIBLIOGRAFIA.............................................................................47
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Cadastro Ambiental Rural – CAR
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APRESENTAÇÃO
Um novo cenário para a proteção da vegetação • Na Unidade 3 são apresentadas normas ge-
no Brasil se apresentou a partir da publicação rais estabelecidas pelo novo Código Florestal
da Lei Federal nº 12.651/2012, alterada pela relacionadas à proteção da vegetação em
Lei no 12.727/2012, que ganhou, no uso cor- áreas de Reserva Legal e Áreas de Servidão
rente, o nome de novo Código Florestal. Administrativa. Dentre tais informações, está
a definição dos percentuais mínimos de área
Após mais de dez anos de discussões, foram destinada à Reserva Legal, informações sobre
estabelecidos os instrumentos, bem como as uso da Reserva Legal, critérios para computar
diretrizes, para o controle do desmatamento, o Áreas de Preservação Permanente no cálculo
aumento da cobertura vegetal e a recuperação do percentual da Reserva Legal do imóvel, re-
da vegetação de áreas de proteção obrigatória. composição da vegetação em Reserva Legal,
compensação da Reserva Legal, áreas con-
A nova legislação alterou o regime jurídico de solidadas em Reserva Legal, supressão de
proteção da vegetação no país, serviu de base vegetação nativa em Reserva Legal e Área de
para a construção de políticas públicas, para Servidão Administrativa.
o desenvolvimento de aparato tecnológico e
a capacitação técnica e operacional para sua • Na Unidade 4 é apresentado o Programa
efetiva implementação. O principal instrumento de Regularização Ambiental (PRA), que é um
para implantação do novo Código Florestal é o instrumento que contribui para a regularização
Cadastro Ambiental Rural (CAR). ambiental das propriedades e posses rurais
em que tenha sido verificada a existência de
Então, o Curso Cadastro Ambiental Rural - passivos relativos às APP, áreas de Reserva
CAR assim se organiza: Legal e Áreas de uso restrito.
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1. Introdução ao
Cadastro Ambiental
Rural - CAR
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1. INTRODUÇÃO AO
CADASTRO AMBIENTAL
RURAL (CAR)
O Cadastro Ambiental Rural (CAR) é o princi- Atenção!
pal instrumento para a implantação do Código
Florestal. INFORMAÇÕES AMBIENTAIS: São
informações que caracterizam os pe-
O CAR consiste em um registro eletrônico rímetros e a localização dos rema-
obrigatório, de abrangência nacional, para to- nescentes de vegetação nativa das
dos os imóveis rurais. Áreas de Utilidade Pública, das Áreas
de Preservação Permanente – APP –,
O CAR visa integrar as informações am- das Áreas de uso restrito, das Áreas
bientais georreferenciadas das propriedades Consolidadas e das Reservas Legais
e posses rurais, compondo base de dados (RL), bem como das áreas em recompo-
para controle, monitoramento, planejamento sição, recuperação, regeneração ou em
ambiental e econômico e combate ao desma- compensação.
tamento. Contudo, esse cadastro não deve
ser considerado como um título para o reco- Instrução Normativa nº 02/2014 do
nhecimento do direito de propriedade ou pos- Ministério do Meio Ambiente
se de imóvel rural.
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IMÓVEL RURAL: Área contínua, qual- Regulamentação
quer que seja sua localização, que se
destine ou possa se destinar à explora- Foi regulamentado em 2012 pelo Decreto nº
ção agrícola, pecuária, extrativa vegetal, 7.830, de 17 de outubro de 2012, que dis-
florestal ou agroindustrial. Vale lembrar pôs sobre o Sistema de Cadastro Ambiental
que o imóvel rural pode se enquadrar di- Rural (SICAR), sobre o CAR e estabeleceu
ferentes situações de posse como pro- normas de caráter geral para o Programa de
priedade privada; posse consolidada; Regularização Ambiental (PRA).
áreas de uso comum; áreas de comuni-
dades tradicionais etc. Programas de Regularização Ambiental
Atenção!
1.1 Contexto histórico do CAR
O CAR foi implantado nacionalmente em
Início 05 de maio de 2014 pelo Ministério do
Meio Ambiente. Desde essa data ficou
A primeira alusão ao uso do termo Cadastro estabelecido que todos os imóveis rurais,
Ambiental Rural – CAR–, em âmbito nacio- independentemente da atividade desen-
nal, ocorreu com a criação do “Programa Mais volvida, devem estar cadastrados no
Ambiente”, instituído pelo Decreto nº 7.029, de prazo de um ano (05 de maio de 2015).
10 de dezembro de 2009. Contudo, antes do vencimento deste pra-
zo, houve prorrogação para mais um ano,
Criação ou seja, agora o prazo final para cadastra-
mento é 05 de maio de 2016.
O CAR foi estabelecido, no âmbito do Sistema
Nacional de Informação sobre Meio Ambiente,
pela Lei nº 12.651, de 25 maio de 2012 − o
novo Código Florestal −, que dispõe sobre a
proteção da vegetação nativa.
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Saiba Mais! 1.2 Inscrição no CAR
Lei nº 12.651/2012 (novo código florestal) A inscrição no CAR deve ser realizada até 05
de maio de 2016. O prazo inicial foi 05 de maio
Dispõe sobre a proteção da vegetação de 2015, contudo ele se estendeu por mais um
nativa; altera as Leis nos 6.938, de 31 de ano após sua prorrogação.
agosto de 1981, 9.393, de 19 de dezem-
bro de 1996, e 11.428, de 22 de dezembro Atenção!
de 2006; revoga as Leis nos 4.771, de 15
de setembro de 1965, e 7.754, de 14 de As instituições financeiras não conced-
abril de 1989, e a Medida Provisória no erão crédito agrícola para proprietários de
2.166-67, de 24 de agosto de 2001; e dá imóveis rurais que não estejam inscritos
outras providências. no CAR a partir de 25 de maio de 2017.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_
ato2011-2014/2012/lei/l12651.htm.
1.2.1 Informações necessárias para a
Decreto nº 7.830/2012 inscrição no CAR
Dispõe sobre o Sistema de Cadastro Durante o cadastramento é necessário for-
Ambiental Rural, o Cadastro Ambiental necer uma série de informações docu-
Rural; estabelece normas de caráter mentais e outras informações ambientais
geral aos Programas de Regularização georreferenciadas.
Ambiental, de que trata a Lei no 12.651,
de 25 de maio de 2012; e dá outras A inscrição no CAR de pequena propriedade
providências. ou posse rural familiar, terras indígenas e áre-
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ as de povos e comunidades tradicionais será
Ato2011-2014/2012/Decreto/D7830.htm simplificada em comparação com as demais.
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b) Documentos necessários para cadastra-
mento de Propriedades Maiores:
Pequena propriedade: É a denominação Módulo fiscal pode ser definido como uma
dada, de forma geral, ao imóvel rural com unidade de medida de área expressa em
área inferior a 4 módulos fiscais explorado hectares e fixada, de forma diferenciada,
mediante o trabalho pessoal do agricultor para cada município em função das suas
familiar e empreendedor familiar rural, in- particularidades.
cluindo os assentamentos e projetos de
reforma agrária. É considerado, para o O Módulo Fiscal também é usado como
cumprimento da lei, o tamanho do imóvel parâmetro na classificação fundiária do
em 22 de julho de 2008. imóvel rural considerando a sua dimensão,
e dessa forma caracteriza o imóvel rural.
Veja outros detalhes no art. 3º da Lei nº
11.326, de 24 de julho de 2006.
Assim, o imóvel rural pode ser caracterizado
Croqui: É a representação gráfica simpli- como:
ficada da situação geográfica do imóvel
rural, a partir de imagem de satélite geor- Minifúndio
referenciada disponibilizada via SICAR e
que inclua os remanescentes de vege- É o imóvel rural que corresponde a uma área
tação nativa. inferior a 1 (um) módulo fiscal.
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Pequena propriedade Atenção!
É o imóvel rural que apresenta área compreen- Para consultar as dimensões do Módulo
dida entre 1 (um) e 4 (quatro) módulos fiscais. Fiscal do seu município, acesse o
documento “Variação Geográfica do
Média propriedade Tamanho dos Módulos Fiscais no Brasil”,
da EMBRAPA (Landau et al., 2012).
É o imóvel rural que apresenta área compreendi- Disponível em: http://ainfo.cnptia.em-
da entre 4 (quatro) e 15 (quinze) módulos fiscais. brapa.br/digital/bitstream/item/77505/1/
doc-146.pdf.
Grande propriedade
Acesso em 27 jan. 2015
É o imóvel rural que apresenta área superior a
15 (quinze) módulos fiscais.
acima de 75
Belém (Pará) 5 ha 5 ha 5 ha - 20 ha 20 ha – 75 ha
ha
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1.3 Processo de Obtenção do CAR Atenção!
A inscrição do imóvel rural no CAR pode ser Sistemas utilizados para fazer o CAR
realizada em diversos órgãos ambientais e em cada estado da Amazônia:
agrícolas municipais ou estaduais, por técni-
cos particulares e até pelo proprietário do imó- SICAR – Sistema Nacional de Cadastro
vel rural. Ambiental Rural: utilizado em Roraima,
no Amapá, no Maranhão, no Acre e no
Contudo, na Amazônia, o proprietário do imó- Amazonas.
vel rural pode realizar o cadastro via internet
se a sua propriedade estiver localizada nos SIMLAM – Sistema Integrado de
estados de Roraima, Amapá, Maranhão, Acre Monitoramento e Licenciamento
e Amazonas, estados que utilizam diretamen- Ambiental: utilizado em Mato Grosso, no
te o Sistema Nacional de Cadastro Ambiental Pará e em Rondônia.
Rural (SICAR).
SIG-CAR – Sistema de Informação para
Após o cadastramento, as informações forne- a Gestão do Cadastro Ambiental Rural:
cidas são avaliadas pelo órgão ambiental res- utilizado no Tocantins.
ponsável, e podem ser identificadas pendên-
cias de regularização na propriedade.
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1.4. Informações Ambientais
As informações ambientais georreferenciadas
requeridas no CAR têm como intenção inte-
grar dados para a indicação da localização e
perímetro relativos a:
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2. Áreas de
Preservação
Permanente e
Áreas de uso
restrito
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2. ÁREAS DE PRESERVAÇÃO 2.1 Áreas de Preservação
Permanente – APP
PERMANENTE E ÁREAS DE
A Área de Preservação Permanente - APP é
USO RESTRITO uma área protegida, que pode ser coberta ou
não por vegetação nativa, com a função am-
A Lei nº 12.651/2012 − novo Código Florestal biental de preservar os recursos hídricos, a
− estabelece normas gerais sobre a proteção paisagem, a estabilidade geológica e a biodi-
da vegetação, definindo áreas que devem versidade, facilitar o fluxo de genes de fauna e
ser vegetadas e os percentuais mínimos de flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar
vegetação definidos para cada propriedade. das populações humanas.
Estabelece, ainda, outras exigências relacio-
nadas ao uso do solo. As APP devem ser definidas e delimitadas em
função das formas do relevo e da hidrografia
Nesta unidade, especificamente, vamos tra- da propriedade.
tar das Áreas de Preservação Permanente e
Áreas de uso restrito. As definições apresenta- A obrigação de manter a vegetação existente é
das dos termos utilizados estão de acordo com transmitida ao sucessor no caso de transferên-
o art. 3º do Novo Código Florestal. cia de domínio ou posse do imóvel rural.
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As exceções estão determinadas no novo
Código Florestal, e indicadas como “áreas f) construção e manutenção de cercas
consolidadas”, uma vez que, sob condições na propriedade;
especiais, essa Lei prevê a possibilidade da
manutenção das atividades agropecuárias, g) pesquisa científica relativa a recursos
atividades relativas à agricultura, à aquicultu- ambientais, respeitados outros requisi-
ra, à pecuária e à silvicultura na APP. tos previstos na legislação aplicável;
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Saiba Mais! “OLHO D’ÁGUA”: É o afloramento natural
do lençol freático perene ou mesmo in-
Manejo agroflorestal sustentável - É uma
termitente que não dá origem a um curso
forma de uso da terra em que espécies ar-
d’água.
bóreas lenhosas (frutíferas e madeireiras)
são consorciadas com cultivos agríco-
Somente os “olhos d’água perenes” são
las ou criação de animais, de forma si-
considerados para delimitação da APP.
multânea ou em sequência temporal, que
atendam às necessidades econômicas
e nutricionais das populações humanas
presentes, sem prejuízo para o meio am-
Nessas áreas, a faixa marginal deve ter um
biente e para as gerações futuras.
raio mínimo de 50 metros ao redor das na-
scentes e dos olhos d’água perenes. Veja na
Figura 2.
2.1.1 Áreas de Preservação
Permanente – APP: tipos, localização
e limites
A preservação dos diferentes tipos de APP é
imprescindível para a conservação dos recur-
sos hídricos, a proteção do solo e a preser-
vação de corredores ecológicos.
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Atenção! Tabela 2
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c) Áreas no entorno dos lagos e lagoas As acumulações naturais de água com super-
naturais. fície inferior a um (1) hectare ficam dispensa-
das da reserva da faixa de proteção.
Para definir a largura mínima da faixa mar-
ginal no entorno de lagos e lagoas naturais, Não é permitida, porém, a supressão de novas
deve-se considerar: áreas de vegetação nativa, salvo quando au-
torizada pelo órgão ambiental competente do
• a localização do corpo d’água, isto é, se Sistema Nacional do Meio Ambiente – SISNAMA.
é rural ou urbana; e
Acumulação de água com superfície maior que
• a área da sua superfície de lâmina um hectare deve seguir o definido na Tabela 3.
d’água.
Observe a Tabela 3 e a Figura 4.
Tabela 3
A Figura 4 ilustra a área a ser mantida como APP no entorno dos lagos e lagoas naturais.
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d) Áreas no entorno dos reservatórios Deve-se observar, ainda, a faixa mínima
d’água artificiais. de 30 metros e máxima de 100 metros em
área rural, e a faixa mínima de 15 metros
Nos reservatórios d’água artificiais, criados e máxima de 30 metros em área urbana.
em decorrência de barramento ou repres-
amento de cursos d’água naturais, a faixa Dessa forma, na área urbana, o em-
marginal é definida na licença ambiental do preendedor, no âmbito do licenciamento
empreendimento. ambiental, elaborará Plano Ambiental
de Conservação e Uso do Entorno do
No entorno de reservatórios artificiais de água Reservatório, em conformidade com ter-
que não decorram de barramento ou represa- mo de referência expedido pelo órgão
mento de cursos d’água naturais, não é exigi- competente do Sistema Nacional do
da a definição de APP. Meio Ambiente – SISNAMA –, não po-
dendo o uso exceder 10% (dez por cen-
Acumulações artificiais de água com superfí- to) do total da APP.
cie inferior a um hectare ficam dispensadas da
reserva da faixa de proteção, porém não é per-
mitida nova supressão de áreas de vegetação
nativa, sem a devida autorização pelo órgão e) As encostas ou partes das encostas
ambiental competente do Sistema Nacional do com declividade superior a 45°.
Meio Ambiente – SISNAMA.
A vegetação nas encostas ou partes das en-
costas com declividade superior a 45° deve
ocupar 100% (cem por cento) na linha de
maior declive.
Atenção!
Figura 6
Na implantação de reservatório d’água
artificial destinado à geração de en-
ergia ou abastecimento público, é
f) As restingas, como fixadoras de dunas
obrigatória a aquisição, desapropriação
ou estabilizadoras de mangues.
ou instituição de servidão administrativa
das APP criadas em seu entorno, pelo
As restingas são depósitos de areia paralelos
empreendedor, conforme estabelecido
à linha da costa, produzidos por processos de
no licenciamento ambiental.
sedimentação.
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Quando essas restingas funcionam como
fixadoras de dunas ou estabilizadoras de
mangues, por força da presença de vegetação
típica, devem ser consideradas como APP.
Figura 8
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indica altura mínima da primeira elevação e
i) Topo de morros, montes, montanhas e o topo pintado de verde indica área que deve
serras. estar vegetada, ou seja, a APP. A linha azul
reta indica altura mínima da segunda eleva-
O topo dos morros, montes, montanhas e ser- ção e o topo pintado de verde indica área que
ras também são considerados área de APP deve estar vegetada.
quando possuir:
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k) As veredas. quando declaradas de interesse social por ato
do Chefe do Poder Executivo.
Vereda é uma formação vegetal típica do cerra-
do, que ocorre em solos argilosos, mal drena- Para serem consideradas de preservação per-
dos, em que encontramos usualmente o buriti manente, essas outras áreas devem ser des-
(uma palmeira arbórea Mauritia flexuosa), sapé, tinadas a uma ou mais das finalidades defini-
pau-pombo, capim-flechinha, dentre tantas. das pelo art. 6º da Lei nº12.651/2012, o Novo
Código Florestal:
A faixa marginal nas veredas deve ter largura
mínima de 50 metros, em projeção horizontal, • Conter a erosão do solo e mitigar riscos de
sendo que a demarcação deve iniciar no es- enchentes e deslizamentos de terra e de rocha.
paço permanentemente brejoso e encharcado.
• Proteger as restingas ou veredas.
Na Figura 15 é possível observar uma vereda,
na Figura 16 está identificada a área que deve • Proteger várzeas.
estar vegetada ao longo das veredas, com lar-
gura de 50 metros. • Abrigar exemplares da fauna ou da flora
ameaçados de extinção.
Outras áreas também podem ser considera- A supressão ou intervenção na vegetação nati-
das como Áreas de Preservação Permanente va em APP só pode ocorrer em situações que
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configurem atividades de Utilidade Pública, de c) a implantação de infraestrutura pública des-
Interesse Social ou de Baixo Impacto Ambiental, tinada a esportes, lazer e atividades educacio-
conforme determina o novo Código Florestal. nais e culturais ao ar livre em áreas urbanas e
rurais consolidadas, observadas as condições
O novo Código Florestal em seu art. 3º, estabelecidas nesta Lei;
parágrafos VIII, IX e X prevê:
d) a regularização fundiária de assentamentos
Atividades de Utilidade Pública humanos ocupados predominantemente por
população de baixa renda em áreas urbanas
a) as atividades de segurança nacional e pro- consolidadas, observadas as condições esta-
teção sanitária; belecidas na Lei no 11.977, de 7 de julho de
2009;
b) as obras de infraestrutura destinadas às con-
cessões e aos serviços públicos de transporte, e) implantação de instalações necessárias à
sistema viário, inclusive aquele necessário aos captação e condução de água e de efluentes
parcelamentos de solo urbano aprovados pelos tratados para projetos cujos recursos hídri-
Municípios, saneamento, gestão de resíduos, cos são partes integrantes e essenciais da
energia, telecomunicações, radiodifusão, insta- atividade;
lações necessárias à realização de competições
esportivas estaduais, nacionais ou internacionais, f) as atividades de pesquisa e extração de
bem como mineração, exceto, neste último caso, areia, argila, saibro e cascalho, outorgadas
a extração de areia, argila, saibro e cascalho; pela autoridade competente;
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e) construção de moradia de agricultores fa- - A intervenção ou a supressão de veg-
miliares, remanescentes de comunidades qui- etação nativa em Área de Preservação
lombolas e outras populações extrativistas e Permanente de restingas e manguezais
tradicionais em áreas rurais, onde o abasteci- poderá ser autorizada, excepcionalmente,
mento de água se dê pelo esforço próprio dos em locais onde a função ecológica do
moradores; manguezal esteja comprometida, para
execução de obras habitacionais e de ur-
f) construção e manutenção de cercas na banização, inseridas em projetos de regu-
propriedade; larização fundiária de interesse social, em
áreas urbanas consolidadas ocupadas
g) pesquisa científica relativa a recursos ambi- por população de baixa renda.
entais, respeitados outros requisitos previstos
na legislação aplicável;
Contudo, não haverá, em qualquer hipótese,
h) coleta de produtos não madeireiros para direito à regularização de futuras intervenções
fins de subsistência e produção de mudas, ou supressões de vegetação nativa, além das
como sementes, castanhas e frutos, respeita- descritas abaixo:
da a legislação específica de acesso a recur-
sos genéticos; • A supressão de vegetação nativa protetora de
nascentes, dunas e restingas somente poderá
i) plantio de espécies nativas produtoras de ser autorizada em caso de utilidade pública.
frutos, sementes, castanhas e outros produtos
vegetais, desde que não implique supressão • A intervenção ou a supressão de vegetação
da vegetação existente nem prejudique a nativa em Área de Preservação Permanente
função ambiental da área; de restingas e manguezais poderá ser auto-
rizada, excepcionalmente, em locais onde a
j) exploração agroflorestal e manejo florestal função ecológica do manguezal esteja com-
sustentável, comunitário e familiar, incluin- prometida, para execução de obras habitacio-
do a extração de produtos florestais não ma- nais e de urbanização, inseridas em projetos
deireiros, desde que não descaracterizem a de regularização fundiária de interesse social,
cobertura vegetal nativa existente nem preju- em áreas urbanas consolidadas ocupadas por
diquem a função ambiental da área; população de baixa renda.
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Atenção! • condução de regeneração natural de espé-
cies nativas;
Por que 22 de julho de 2008 é consid-
erada a data de corte? • plantio de espécies nativas;
Decreto nº 6.514/2008
2.1.4 Áreas de Preservação
Dispõe sobre as infrações e sanções Permanente Consolidadas
administrativas ao meio ambiente, esta-
belece o processo administrativo federal A Área de Preservação Permanente
para apuração dessas infrações e dá out- Consolidada é a área de imóvel rural ocupa-
ras providências. da pelo homem antes de 22 de julho de 2008,
com edificações, benfeitorias ou atividades
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ agrossilvipastoris (atividades relativas à agri-
ato2007-2010/2008/decreto/D6514.htm cultura, à aquicultura, à pecuária e à silvicul-
tura) admitida, no caso de atividades agrossil-
vipastoris, a adoção do regime de pousio, um
descanso dado à terra.
Lei nº 9.605/ 1998 (Lei de Crimes
Ambientais) A existência de APP Consolidada deve ser in-
formada no CAR para fim de monitoramento.
Dispõe sobre as sanções penais e admin- A existência dessas áreas exige a adoção de
istrativas derivadas de condutas e ativi- técnicas de conservação do solo e da água
dades lesivas ao meio ambiente e dá out- (boas práticas agronômicas) que visem à miti-
ras providências. gação dos eventuais impactos.
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Nas APP Consolidadas, é autorizada, exclu- 2.1.4.1 Recomposição de Áreas
sivamente, a continuidade das atividades rel- de Preservação Permanente
ativas à agricultura, à aquicultura, à pecuária e Consolidadas
à silvicultura, de ecoturismo e de turismo rural.
Até o término do prazo de adesão ao PRA – o
A manutenção de residências e da infraestru- mesmo prazo de realização do CAR –, é au-
tura associada a essas atividades é permitida, torizada a continuidade das atividades desen-
desde que não estejam em área que ofereça volvidas nas APP Consolidadas.
risco à vida ou à integridade física das pessoas.
A recomposição de Áreas de Preservação
Será admitida a manutenção de atividades flor- Permanente Consolidadas pode ser feita por
estais, culturas de espécies lenhosas, perenes meio dos seguintes métodos:
ou de ciclo longo, bem como de infraestrutura
física associada ao desenvolvimento de ativi- • Condução de regeneração natural de espé-
dades agrossilvipastoris nas áreas rurais con- cies nativas.
solidadas de APP em:
• Plantio de espécies nativas.
• encostas com declividade superior a 45°;
• Plantio de espécies nativas conjugado com
• bordas dos tabuleiros ou chapadas; a condução da regeneração natural de espé-
cies nativas.
• topo de morros, montes, montanhas e ser-
ras, com altura mínima de 100 metros e incli- • Plantio intercalado de espécies lenhosas,
nação média maior que 25°; e perenes ou de ciclo longo exóticas com na-
tivas de ocorrência regional, em até 50% da
• áreas em altitude superior a 1.800 metros. área total a ser recomposta em pequenas pro-
Vedada a conversão de novas áreas para priedades ou posse rural familiar.
uso alternativo do solo.
A área mínima a ser recomposta em cada um
As APP localizadas em imóveis inseridos dos tipos de APP depende da área do imóvel,
nos limites de Unidades de Conservação de em módulos fiscais.
Proteção Integral não são passíveis de ter
quaisquer atividades consideradas como con- Veja, na Tabela 4, a área mínima que deve ser
solidadas, ressalvado o que dispuser o Plano recomposta em APP consolidada, consideran-
de Manejo da Unidade de Conservação. do cada tipo de APP e o tamanho do imóvel,
em módulos fiscais.
Tabela 4
Módulos fiscais
Tamanho do imóvel rural
Até 1 1a2 2a4 4 a 10 Mais de 10
Rios de até 10 m 20 m 30 m
Rios de 10,1 m a 60 m 30 m
5m 8m 15 m
Rios de 60,1 m a 200 m Largura do rio/2
Área mínima
Rios maiores que 200 m 100 m
a ser
recomposta Nascentes e olhos 15 m
d’água perenes
Lagos e lagoas 5m 8m 15 m 30 m
Veredas 30 m 50 m
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é permitida apenas a exploração ecologica-
Observe a Figura 17, que ilustra o que foi mente sustentável. É importante seguir as
demonstrado na Tabela 4. recomendações técnicas dos órgãos oficiais
de pesquisa e saber que novas supressões
de vegetação nativa para uso alternativo do
solo só podem ser realizadas a partir da au-
torização do órgão estadual do meio ambiente.
Figura 17
b) Áreas de inclinação entre 25° e 45°.
A exigência de recomposição nas áreas con- Em áreas com inclinação entre 25° e 45°, são
solidadas em APP não pode ultrapassar: permitidos o manejo florestal sustentável e o ex-
ercício de atividades agrossilvipastoris, além da
• 10% da área total do imóvel, com até dois manutenção da infraestrutura física associada ao
módulos fiscais; desenvolvimento das atividades, desde que se-
jam observadas as boas práticas agronômicas.
• 20% da área total do imóvel, para imóveis que
possuem entre dois e quatro módulos fiscais. Não é permitido o uso de novas áreas, com
exceção das hipóteses de utilidade pública e
interesse social.
Atenção!
Atenção!
Os limites estabelecidos não se aplicam
para recomposição de áreas consoli- No tópico Atividades de Interesse Social,
dadas em APP ao longo ou no entorno do item 2.1.2 Supressão de vegetação
de cursos d’água, lagos e lagoas natu- nativa em APP, estão listadas as ativi-
rais dos assentamentos do Programa de dades consideradas como atividades de
Reforma Agrária. interesse social.
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3. Área de reserva
Legal e Área
de Servidão
Administrativa
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3. ÁREA DE RESERVA LEGAL • Promover a conservação da biodiversidade.
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Atenção! Em imóveis rurais que passaram por fracio-
namento, será considerada a área do imóvel
A área de Reserva Legal deve ser regis- antes do fracionamento para o cálculo da
trada no órgão ambiental competente por Reserva Legal, inclusive para assentamentos
meio de inscrição no CAR. Esse registro pelo Programa de Reforma Agrária.
desobriga a averbação da Reserva Legal
no Cartório de Registro de Imóveis.
3.1.1 Percentuais mínimos de área
destinada à Reserva Legal
Após a implantação do CAR, a supressão de
novas áreas de floresta ou outras formas Para definir os percentuais mínimos de área
de vegetação nativa apenas será autorizada destinada à Reserva Legal que devem estar
pelo órgão ambiental estadual integrante do garantidos em uma propriedade, é importante
SISNAMA se o imóvel estiver cadastrado no considerar inicialmente sua localização, se
CAR, a menos que a Reserva Legal já tenha sido esta está localizada na Amazônia Legal ou em
averbada na matrícula do imóvel com a identifi- outras regiões do país.
cação do seu perímetro e da sua localização.
Figura 21
33 | Página
Imóveis rurais localizados em todas as Atenção!
regiões do país, exceto Amazônia Legal.
São considerados como pertencentes
Os imóveis rurais localizados em todas as à Amazônia Legal os estados do Acre,
regiões do país, com exceção da Amazônia Amapá, Amazonas, Pará, Roraima,
Legal, devem destinar 20% da propriedade à Rondônia, Mato Grosso e parte do estado
Reserva Legal. do Tocantins e Maranhão (oeste do me-
ridiano de 44° W).
Imóveis rurais localizados na Amazônia
Legal. Exceções à regra dos percentuais míni-
mos da área dos imóveis rurais localiza-
Em propriedades localizadas na Amazônia dos na Amazônia Legal que devem ser
Legal, para se definir a área destinada à destinados à Reserva Legal
Reserva Legal, deve-se considerar primeira-
mente o tipo de formação da vegetação, ou Casos em que o poder público pode redu-
seja, se o imóvel está localizado em área de zir o percentual mínimo de Reserva Legal
floresta, cerrado ou campos gerais. de 80% para 50% em formações de flor-
esta na Amazônia Legal:
A Tabela 5 mostra os percentuais mínimos
da área dos imóveis rurais localizados na 1. Imóveis rurais localizados em mu-
Amazônia Legal que devem ser destinados nicípios que possuem mais de 50%
à Reserva Legal (art. 12 do novo Código da sua área total ocupada por uni-
Florestal). dades de conservação da natureza de
domínio público e por terras indígenas
homologadas.
Percentual mínimo
Formação da da área do imóvel 2. Imóveis rurais localizados em Estados
vegetação destinado à que possuem Zoneamento Ecológico-
Reserva Legal Econômico aprovado e mais de 65% (ses-
senta e cinco por cento) do seu território
Floresta 80% ocupado por unidades de conservação
da natureza de domínio público, devida-
Cerrado 35% mente regularizadas, e por terras indíge-
nas homologadas.
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O art. 68 do Novo Código Florestal define que: Imóveis rurais que se enquadram nesta catego-
ria estão submetidos a condições especiais em
Os proprietários ou possuidores de imóveis comparação com outras propriedades, como:
rurais, na Amazônia Legal, e seus herdeiros
necessários que possuam índice de Reserva • O registro da Reserva Legal é gratuito para
Legal maior que 50% (cinquenta por cento) essas propriedades.
de cobertura florestal e não realizaram a su-
pressão da vegetação nos percentuais previs- • O poder público oferecerá apoio técnico e
tos pela legislação em vigor à época poderão jurídico.
utilizar a área excedente de Reserva Legal
também para fins de constituição de servidão • O poder público estadual também prestará
ambiental, Cota de Reserva Ambiental – apoio técnico para a recomposição da vegeta-
CRA – e outros instrumentos congêneres pre- ção da Reserva Legal.
vistos nesta Lei.
• Para Reserva Legal, poderão ser compu-
tados os plantios de árvores frutíferas, orna-
Saiba Mais! mentais ou industriais, composto por espécies
exóticas, cultivadas em sistema intercalar ou
Cota de Reserva Ambiental: http://www. em consórcio com espécies nativas da região
bvrio.org/site/index.php/mercados/florestal/ em sistemas agroflorestais.
cotas-de-reserva-ambiental
35 | Página
3.1.1 Uso da Reserva Legal • Assegurar a manutenção da diversidade
das espécies.
Nas áreas de Reserva Legal é permitido o
manejo sustentável para consumo de material • Conduzir o manejo de espécies exóticas
lenhoso na propriedade, sem propósito comer- com a adoção de medidas que favoreçam a
cial, desde que sejam adotadas práticas de ex- regeneração de espécies nativas.
ploração seletiva.
Para essa situação, não é necessária autor- 3.1.2 Critérios para computar Áreas
ização dos órgãos competentes, devendo ape- de Preservação Permanente no
nas ser declarados previamente ao órgão am- cálculo do percentual da Reserva
biental a motivação da exploração e o volume Legal do imóvel
explorado.
As Áreas de Preservação Permanente podem
A exploração anual é limitada a: ser computadas no cálculo do percentual da
Reserva Legal do imóvel, desde que:
• 2 metros cúbicos por hectare e não pode
comprometer mais de 15% da biomassa da • a área de preservação permanente não im-
Reserva Legal; plique na conversão de novas áreas para o
uso alternativo do solo, exceto se as Áreas de
• 15 metros cúbicos de lenha para uso do- Preservação Permanente conservadas ou em
méstico e energético, por propriedade ou pos- processo de recuperação somadas às demais
se rural, por ano em Reserva Legal; e florestas e outras formas de vegetação nativa
existentes em imóvel ultrapassarem 80% do
• 20 metros cúbicos na propriedade como um imóvel rural localizado em áreas de floresta na
todo. Amazônia Legal;
Para isso, o manejo florestal deve: Para definição da localização da Reserva Legal,
o órgão integrante do SISNAMA ou instituição
• Não descaracterizar a cobertura vegetal e por ele habilitada levará em consideração:
não prejudicar a conservação da vegetação
nativa da área. 1. o plano de bacia hidrográfica;
36 | Página
2. o Zoneamento Ecológico-Econômico; • recomposição da vegetação (plantio de
espécies);
3. a formação de corredores ecológicos com
outra Reserva Legal, com Área de Preservação • regeneração natural da vegetação; ou
Permanente, com Unidade de Conservação
ou com outra área legalmente protegida; • compensação da Reserva Legal.
37 | Página
Figura 22: Exemplo de compensação de Reserva Legal.
38 | Página
até 20 anos, abrangendo, a cada dois anos, no Atenção!
mínimo 1/10 da área total.
Não é permitida a conversão de vege-
A recomposição pode ser explorada economi- tação nativa para uso alternativo do
camente, desde que realizada mediante o solo no imóvel rural que possuir área
plantio intercalado de espécies nativas com abandonada.
exóticas ou frutíferas, em sistema agroflorest-
al, observados os seguintes parâmetros:
A intervenção e a supressão de vegetação
• O plantio de espécies exóticas deve ser em Áreas de Preservação Permanente e de
combinado com as espécies nativas de ocor- Reserva Legal para as atividades eventuais
rência regional. ou de baixo impacto ambiental, quando desen-
volvidas em pequena propriedade ou posse ru-
• A área recomposta com espécies exóticas ral familiar, dependem de simples declaração
não pode exceder 50% da área total a ser ao órgão ambiental competente, desde que
recuperada. esteja o imóvel devidamente inscrito no CAR.
39 | Página
Segundo o art. 18 da Instrução Normativa
MMA nº 2/2014, a localização e a delimitação
sobre imagens georreferenciadas de áreas
ocupadas por servidão administrativa devem
observar a caracterização descrita no art. 3o,
incisos VIII, IX e X, e art. 5o do novo Código
Florestal.
40 | Página
4. Programa de
Regularização
Ambiental – PRA
41 | Página
4. PROGRAMA DE Área de Preservação Permanente (APP)
42 | Página
Saiba Mais! A descrição dos componentes do Termo de
Compromisso pode ser encontrada no art. 5º
Conheça o Decreto nº 8.235, de 5 de do Decreto nº 8.235/2014.
maio de 2014, que regularizou o PRA.
Art. 5º do Decreto nº 8.235 de 05 de maio de
Disponível em: http://www.planalto. 2014:
gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/
Decreto/D8235.htm I. o nome, a qualificação e o endereço das
partes compromissadas ou dos representantes
legais;
A Regularização Ambiental pode ser efetivada
mediante recomposição, regeneração natural II. os dados da propriedade ou posse rural;
da vegetação ou por compensação.
III. a localização da Área de Preservação
Permanente ou Reserva Legal ou Área de uso
Atenção!
restrito a ser recomposta, recuperada, regene-
A Regularização Ambiental por compen- rada ou compensada;
sação pode ser aplicada exclusivamente
às Áreas de Reserva Legal. IV. a descrição da proposta simplificada do
proprietário ou possuidor que vise à recompo-
sição, recuperação, regeneração ou compen-
sação das áreas indicadas;
4.1 Adesão ao Programa de
Regularização Ambiental - PRA V. os prazos para atendimento das opções
constantes da proposta simplificada e o crono-
A adesão ao Programa de Regularização grama físico de execução das ações;
Ambiental - PRA ocorre após inscrição do imó-
vel rural no CAR quando verificada a existência VI. as multas ou sanções que poderão ser
de passivos ambientais relativos à APP, Área de aplicadas aos proprietários ou possuidores de
uso restrito e RL. A adesão ao PRA deve ser imóveis rurais compromissados e os casos de
requerida no prazo de 1 ano a partir da implan- rescisão, em decorrência do não cumprimento
tação do PRA nos Estados e no Distrito Federal, das obrigações nele pactuadas; e
prorrogável por uma única vez, por igual período.
VI. o foro competente para dirimir litígios entre
A partir da adesão, o órgão competente inte- as partes.
grante do SISNAMA (por exemplo, a Secretaria
Estadual de Meio Ambiente) convoca o pro-
prietário ou possuidor para assinar o Termo de Atenção!
Compromisso. Em alguns sistemas, como o
SICAR, é possível fazer a adesão ao PRA logo O Termo de Compromisso firmado pode
após concluir o cadastramento do imóvel. ser alterado em comum acordo, em razão
de evolução tecnológica, caso fortuito ou
As atividades descritas nos projetos de recom- força maior. Quando houver necessida-
posição de áreas degradadas e alteradas de- de de alteração das obrigações pactua-
vem ser concluídas de acordo com o cronogra- das ou das especificações técnicas, esta
ma previsto no Termo de Compromisso. deve ser encaminhada solicitação, com
justificativa, ao órgão competente, para
O cumprimento das obrigações será ates- análise e deliberação.
tado pelo órgão que efetivou o Termo de
Compromisso.
43 | Página
Enquanto não houver manifestação do órgão Saiba Mais!
competente sobre pendências ou inconsistên-
cias nas informações declaradas e nos docu- Lei no 9.605/98
mentos apresentados para a inscrição no CAR,
a inscrição do imóvel rural no CAR será consi- Dispõe sobre as sanções penais e admi-
derada efetivada. nistrativas derivadas de condutas e ati-
vidades lesivas ao meio ambiente e dá
Diante de pendências ou inconsistências nas outras providências.
informações declaradas e nos documentos
apresentados no CAR, o órgão responsável Disponível em: http://www.planalto.gov.
deve notificar o requerente para que ele pres- br/ccivil_03/leis/l9605.htm
te informações complementares ou apresen-
te a correção e adequação das informações
prestadas. O Decreto nº 8.235 de 05 de maio de 2014, que
estabelece normas gerais aos Programas de
Após a notificação, o requerente deve fazer as Regularização Ambiental dos Estados (PRA)
correções no prazo estabelecido pelo órgão também institui o Programa Mais Ambiente
ambiental competente, sob pena de cancela- Brasil, que visa apoiar, articular e integrar os
mento da sua inscrição no CAR. PRA dos Estados e do Distrito Federal já citado
no item 1.3 deste documento.
Atenção!
Programa Mais Ambiente Brasil é um programa
Caso seja descumprido o termo de com- composto de ações de apoio à regularização
promisso, o curso do processo adminis- ambiental de imóveis rurais, em especial: edu-
trativo será retomado com possibilidade cação ambiental; assistência técnica e exten-
de aplicação da multa e das sanções são rural; produção e distribuição de sementes
previstas no Termo de Compromisso; e mudas; e capacitação de gestores públicos
sendo ainda adotadas as providências envolvidos no processo de regularização am-
necessárias para o prosseguimento do biental dos imóveis rurais nos Estados e no
processo criminal. Distrito Federal. Esse programa é coordenado
pelo Ministério do Meio Ambiente.
44 | Página
CONSIDERAÇÕES
O novo Código Florestal alterou o regime jurídi-
co de proteção da vegetação no país, servindo
de base para construção de políticas públicas,
desenvolvimento de aparato tecnológico e ca-
pacitação técnica e operacional relacionada ao
tema.
45 | Página
REFERÊNCIAS
BRASIL. Decreto nº 7.830 de 17 de outubro ___________. Lei nº 11.326, de 24 de julho
de 2012. Regulamenta o CAR. Dispõe so- de 2006. Estabelece as diretrizes para a for-
bre o Sistema de Cadastro Ambiental Rural, mulação da Política Nacional da Agricultura
o Cadastro Ambiental Rural, estabelece nor- Familiar e Empreendimentos Familiares
mas de caráter geral aos Programas de Rurais. Disponível em: http://www.planalto.gov.
Regularização Ambiental, de que trata a Lei br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11326.
no 12.651, de 25 de maio de 2012, e dá ou- htm. Acesso em 20 de outubro de 2014.
tras providências. Disponível em: http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/ ___________. Decreto nº 7.029 de 10 de
Decreto/D7830.htm .Acesso em 27.01.2015. dezembro 2009. Institui o Programa Federal
de Apoio à Regularização Ambiental de
___________. Decreto nº 8.235 de 05 de Imóveis Rurais, denominado “Programa Mais
maio de 2014. Estabelece normas gerais com- Ambiente”, e dá outras providências. Revogado
plementares aos Programas de Regularização pelo Decreto nº 7.830, de 2012. Disponível em:
Ambiental dos Estados e do Distrito Federal, http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-
de que trata o Decreto no 7.830, de 17 de outu- 2010/2009/Decreto/D7029.htm . Acesso em
bro de 2012, institui o Programa Mais Ambiente 27.01.2015.
Brasil, e dá outras providências. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011- ___________. Lei nº 12.651/2012 de 25 de
2014/2014/Decreto/D8235.htm . Acesso em maio de 2012. Dispõe sobre a proteção da
27.01.2015. vegetação nativa; altera as Leis nos 6.938,
de 31 de agosto de 1981, 9.393, de 19 de de-
___________. Decreto Nº 6.514 de 22 de ju- zembro de 1996, e 11.428, de 22 de dezembro
lho de 2008. Dispõe sobre as infrações e san- de 2006; revoga as Leis nos 4.771, de 15 de
ções administrativas ao meio ambiente, esta- setembro de 1965, e 7.754, de 14 de abril de
belece o processo administrativo federal para 1989, e a Medida Provisória no 2.166-67, de
apuração destas infrações, e dá outras provi- 24 de agosto de 2001; e dá outras providên-
dências. Disponível em: http://www.planalto. cias. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/
gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/decreto/ ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12651.htm .
D6514.htm .Acesso em 27.01.2015. Acesso em 27.01.2015.
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LANDAU, Elena Charlotte et al. Variação
Geográfica do Tamanho dos Módulos Fiscais
no Brasil. 2012. Embrapa Milho e Sorgo, Sete
Lagoas, MG. Disponível em http://ainfo.cnptia.
embrapa.br/digital/bitstream/item/77505/1/doc-
146.pdf Acesso em 27.01.2015.
BIBLIOGRAFIA
BRASIL. SICAR: Sistema Nacional de
Cadastro Ambiental Rural. Ministério do Meio
Ambiente. Disponível em: <http://www.car.gov.
br/#/>. Acesso em: 31 out. 2014.
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