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ESCOLA BÁSICA E SECUNDÁRIA DA CALHETA

FICHA DE TRABALHO
Profij IV – Animador Sociocultural/ Técnico de Informática- Sistemas
1.º Ano

Nome:___________________________________________________________
Os Media Hoje
Ano Letivo 2022/2023

Telemóveis: uso ou abuso?

Estudo revela que mais de 50% dos alunos não têm o hábito de
desligar o telemóvel nas aulas. Técnicos garantem que a proibição total
nos recintos escolares não é solução.

Os dados foram recolhidos e analisados para se compreender comportamentos específicos dos


consumidores mais novos dos media em Portugal: 40,8% dos alunos asseguram que desligam o telemóvel nas
aulas, 84,2% dos 9 aos 12 anos têm telemóvel, 72,1% tiveram o primeiro telemóvel com 13 anos ou menos,
80,3% garantem que são os amigos o principal alvo da comunicação, 28,6% revelam que a vida mudaria para
pior se ficassem sem telemóvel durante duas semanas. Estes são apenas alguns dos resultados do estudo "E-
Generation: Os usos dos media pelas crianças e jovens em Portugal", pesquisa com data de 2007, orientado
por Gustavo Cardoso e Rita Espanha do Centro de Investigação e Estudos de Sociologia do Instituto Superior
de Ciências do Trabalho e da Empresa.
Os jovens inquiridos fazem, em média, 3,56 chamadas por dia e enviam habitualmente 25,72
mensagens através do telemóvel. "A forma como o telemóvel se introduz na vida dos indivíduos é bem patente
em situações em que se sentem desconfortáveis quando não têm consigo o seu telemóvel, ou quando estão
impossibilitados de o usar (porque não há rede ou porque não têm bateria, por exemplo)", lê-se na conclusão
do estudo. E acrescenta-se: "A sensação de estar contactável ou poder contactar alguém em qualquer lugar é
reconfortante e os nossos dados são indicadores dessa situação: uma parte bastante significativa dos jovens,
correspondente a 85,2%, concorda ou concorda totalmente que se sentem muito mais tranquilos quando têm
o telemóvel consigo.
Para Cristina Ponte, da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa,
"as escolas não devem ignorar os telemóveis e o que representam na cultura dos mais novos e nos seus
direitos de expressão e de privacidade". Na sua perspetiva, ouvir os jovens utilizadores do telemóvel ajuda a
perceber as suas necessidades e pode conduzir a uma reflexão sobre os limites dessa utilização e mesmo os
seus constrangimentos. "Sem dúvida que nas escolas, como ambientes de trabalho coletivo, devem existir
regras quanto à sua utilização e os estudantes devem também participar na definição dessas regras. Dessa
forma, sentir-se-ão mais responsabilizados enquanto coletivo e reconhecerão que foram ouvidos e que as
regras se referem e aplicam a todos", realça.
"Fazer da escola um espaço de conversa com as famílias sobre estas tendências também poderia ser
uma via interessante, discutindo como os usos violentos do telemóvel (nomeadamente como máquina

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fotográfica e de filmar, em conexão com a Internet) não são apenas associados aos `filhos dos outros', como
muitas vezes os pais procuram pensar, e que eles mesmos precisam também de respeitar as regras da escola",
sublinha a investigadora. "A compra de telemóveis, por parte das famílias, pode também ser pensada de um
modo mais crítico: para que precisa uma criança de um telemóvel topo de gama? Quanto custa o seu uso?
Para que serve o telemóvel? Está a criança a crescer para a autonomia ou a acentuar a sua dependência (dos
pais e dos colegas que a pressionam...)?", acrescenta.

http://www.educare.pt

1. Que comentário faz ao facto de mais de 80% das crianças entre os 9 e os 12 anos terem telemóvel?

2. No segundo parágrafo, porque é que os utilizadores de telemóveis se sentem “desconfortáveis


quando não têm consigo o seu telemóvel”?

3. Nos últimos dois parágrafos, Cristina Ponte reconhece que o uso do telemóvel na escola é um
problema, mas aponta duas soluções. Quais?

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