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O celular pode ser utilizado em sala de

aula?

Apresentação
O contexto tecnológico exige mudanças no comportamento das pessoas. No cotidiano, é possível
perceber que o uso do celular é intenso, já que, hoje, ele permite resolver muitas questões,
como comunicação, informação, compras, necessidades bancárias, pessoais, entre outras. Sendo
assim, esse recurso está presente na escola, não somente como um recurso de comunicação
pessoal dos alunos e entre eles, mas também para a comunicação com as famílias e responsáveis.

Dessa forma, os professores encontram desafios para estabelecer limites de uso na escola, o que
muitas vezes prejudica o rendimento dos alunos, atrapalha as aulas e as atividades no ambiente
escolar. Portanto, o professor precisa refletir sobre as limitações e potencialidades do uso do
celular na escola, de maneira a incorporá-lo no cotidiano de maneira consciente e educativa.

Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar o uso do celular na escola e de que forma esse
recurso pode ser utilizado, considerando-o uma possibilidade de inovação da prática pedagógica,
com a finalidade de facilitar a aprendizagem dos alunos. Além disso, você vai analisar algumas
discussões que apresentam argumentos a favor do uso do celular, bem como refletir sobre o limite
do uso nesse contexto. Por fim, você vai conhecer algumas possibilidades de uso desse instrumento
na prática pedagógica.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Analisar as discussões que têm sido feitas sobre a validade ou não de fazer uso do celular
como recurso pedagógico.
• Identificar as possibilidades de exploração pedagógica do uso do celular.
• Indicar uma prática pedagógica utilizando o celular.
Infográfico
O celular pode ser uma ótima ferramenta pedagógica, mas, para isso, seu uso deve ser planejado
pelos professores. A partir de um planejamento didático, o aparelho pode promover
a aprendizagem, desde por uma simples pesquisa na Internet até pelo uso de aplicativos mais
elaborados para favorecer o processo de ensino-aprendizagem de um determinado assunto.

Veja, no Infográfico, alguns exemplos de uso do celular na sala de aula. Você, como professor,
poderá adaptá-las para realizá-las com seus alunos.
Aponte a câmera para o
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conteúdo ou clique no
código para acessar.
Conteúdo do livro
É fundamental inserir o uso das tecnologias na escola. Para isso, o celular pode ser uma ótima
ferramenta a fim de inovar em aulas mais motivadoras, atrativas e interativas para os alunos. Dessa
maneira, é fundamental que você tenha sempre um planejamento para o uso do celular, para que
essa ferramenta não seja motivo de distração apenas.

No capítulo O celular pode ser utilizado em sala de aula?, do livro Tecnologias digitais na prática
pedagógica, você vai estudar as potencialidades dessa ferramenta na escola, para que perceba as
possibilidades de uso e tenha um planejamento pedagógico adequado para o uso do celular como
facilitador do processo de ensino-aprendizagem.

Boa leitura.
TECNOLOGIAS
DIGITAIS
NA PRÁTICA
PEDAGÓGICA

Viviane Guidotti Machado


O celular pode ser utilizado
em sala de aula?
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Analisar as discussões que têm sido feitas sobre a validade ou não de


fazer uso do celular como recurso pedagógico.
 Identificar as possibilidades de exploração pedagógica do uso do
celular.
 Indicar uma prática pedagógica utilizando o celular.

Introdução
Hoje em dia, os celulares proporcionam ao seu usuário a resolução de
muitas coisas da vida cotidiana, principalmente em conexão com a inter-
net, como questões bancárias, compras, envio de e-mails e mensagens
por aplicativos de comunicação, entre tantas outras coisas que podem ser
realizadas por esse dispositivo móvel. Assim, os celulares também estão
na escola, nas mochilas e nos bolsos dos alunos e o uso desse recurso
acontece não só nos intervalos entre as aulas ou nos pátios, na hora do
recreio. Os professores têm enfrentado um grande problema em relação
a como evitar que o uso do celular não atrapalhe o desempenho dos
alunos durante o processo de ensino e aprendizagem.
Portanto, torna-se urgente repensar um uso pedagógico do celu-
lar que esteja aliado a uma prática pedagógica dinâmica, inovadora e
atraente. Em função disso, West e Vosloo (2014, p. 7) destacam que “[...]
tecnologias móveis podem ampliar e enriquecer oportunidades educa-
cionais para estudantes em diversos ambientes”.
Neste capítulo, você vai estudar sobre o uso do celular como um
recurso pedagógico que pode facilitar o ensino e a aprendizagem na
escola. Para isso, vai analisar discussões sobre essa questão, identificando
possibilidades de exploração pedagógica do uso do celular e refletindo
sobre práticas pedagógicas que utilizem esse dispositivo.
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Celular como recurso pedagógico


O avanço tecnológico, com a evolução da internet, em um contexto econômico,
social e cultural de globalização, proporciona às pessoas infinitas possibilidades
de ter informação e/ou estabelecer comunicação nos dias de hoje. Pellanda
(2003, p. 1) descreve que:

[...] a união da banda larga com a liberação de fios que servem de cordões
umbilicais dos usuários com os computadores está possibilitando uma maneira
nova de comunicação em rede. A informação agora pode estar não somente
em escritórios ou casas mas nas ruas e estradas. Além disso, a forma de
interagirmos com o conteúdo não é somente texto e fotos, já podemos contar
com áudio, vídeo e gráficos animados convergindo linguagens em uma nova
grande mídia. Isso é possível graças às tecnologias de conexão a rede sem fio.

A sociedade, então interligada pela rede mundial de computadores (a inter-


net), chamada de “sociedade em rede” por Castells (1999), utiliza os avanços e a
evolução das tecnologias no dia a dia; seja no cotidiano de comunidades rurais
ou urbanas, os celulares modificam as relações, o modo de desenvolvimento
e os processos de produção dessa sociedade.
Para Castells (1999), a sociedade em rede está imersa em uma “cultura da
virtualidade real” e vivemos em um mundo multicultural e interdependente, que
afeta de forma muito significativa o cotidiano das sociedades; as novas tecnolo-
gias premitem, segundo Castells (1999), por exemplo, a maximização do lucro,
o aumento da produtividade, a globalização do mercado e a competitividade.
O fato é que, hoje, a geração de alunos que ingressa na escola está conec-
tada. Esses indivíduos são denominados nativos digitais por Palfrey e Gasser
(2011) e nasceram depois de 1980, a partir da evolução das tecnologias digitais,
apresentando muitas habilidades para utilizar as tecnologias no seu dia a dia.

É provável que você tenha ficado impressionado diante de algumas habili-


dades desses nativos digitais. Talvez seu jovem assistente tenha mostrado
uma hilária sátira política on-line que você jamais encontraria sozinho, ou
tenha apresentado materiais que fazem seus slides do PowerPoint parecerem
medievais. Talvez seu filho tenha “Photoshopado” uma nuvem de fotos de
férias familiares e a transformado no cartão de natal perfeito. Talvez aquela
garota de 8 anos tenha feito sozinha um vídeo engraçado que dezenas de
milhares de pessoas assistiram no YouTube.

Palfrey e Gasser (2011) também mencionam que, no entanto, “[...] há tam-


bém uma boa chance de que um nativo digital o tenha aborrecido” pelo uso
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inadequado das tecnologias, enviando e-mails informais para clientes ou


usando execessivamente o celular, por exemplo.
Dessa forma, é importante que não só a família, mas também a escola,
aborde o tema das tecnologias. Assim, utilizar o celular como um recurso
pedagógico pode ser uma maneira de fazer com que os alunos compreendam
a necessidade de utilizar esse recurso para favorecer sua qualidade de vida.
Para West e Vosloo (2014, p. 12):

Hoje, as tecnologias móveis são comuns, mesmo em áreas onde escolas, livros
e computadores são escassos. À medida que o preço dos telefones celulares vai
diminuindo, provavelmente, cada vez mais pessoas adquirem aparelhos móveis
e aprendem a usá-los, inclusive aquelas que vivem em áreas mais vulneráveis.

É importante ressaltar, corroborando com essa citação, que o uso do celular


na escola deve sempre considerar o contexto social e cultural dos alunos; desse
modo, é preciso ter consciência de que nem todos os alunos, dependendo da
escola ou da comunidade em que vivem, têm um celular, assim como muitas
famílias e responsáveis podem optar por não oferecer esses recurso a seus
filhos. Dessa forma, o uso do celular deve ser sempre planejado pelo profes-
sor, discutido, por exemplo, com a gestão pedagógica da escola e com pais e
responsáveis, afim de se estabelecer um uso adequado no ambiente escolar.
O uso do celular como recurso pedagógico é possível, não se tem dúvida
disso, e pode ser um grande aliado quando, por exemplo, vivenciamos o seu
uso excessivo em sala de aula pelos alunos. São muitos os relatos de profes-
sores que descrevem situações em que o uso celular prejudica o ensino e a
aprendizagem dos alunos na escola, quando os alunos ficam distraídos pelo uso
das redes sociais e aplicativos de comunicação, por exemplo, durante as aulas.
Dessa forma, os professores precisam compreender a importância de repen-
sar o uso pedagógico desse recurso como um meio de inovar em suas práticas
pedagógicas, motivando os alunos a participar de forma ativa e autônoma do
processo de ensino e aprendizagem.
Para finalizar, é importante mencionar algumas das possibilidades do uso
do celular na escola, como acesso a várias fontes de leitura, como e-books,
artigos, livros disponibilizados em pdf, jornais; aplicativos de escrita individual
ou coletiva; aplicativos de comunicação; aplicativos de edição de imagens, fotos
e vídeos; diversos tipos de redes sociais, que são organizadas a partir de um
determinado interesse, como compartilhamento de fotos, compartilhamento
de opiniões, relações sociais, relações profissionais, entre outros interesses.
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Como qualquer recurso tecnológico, o celular em sala de aula também


pode acarretar situações de mal-uso, de maneira não pedagógica; por isso,
é importante que os professores estabeleçam combinações com os alunos, a
fim de que sejam construídas regras para o uso do celular na escola, já que
é muito comum que os alunos tentem utilizar o celular durante avaliações
ou não prestem atenção durante as explicações e atividades em sala de aula
devido a trocas de mensagens ou uso das redes sociais.
Quanto a essa questão da conectividade dos nativos digitais, Palfrey e
Gasser (2011, p. 14) descrevem que: “Os nativos digitais estão constantemente
conectados. Eles têm muitos amigos, tanto no espaço real quando nos mundos
virtuais — uma coleção crescente de amigos que eles computam, para o resto
do mundo ver, em seus sites de contato social on-line” (PALFREY; GASSER,
2011, p. 15).
Os autores complementam afirmando, em relação aos nativos digitais, que
“Mesmo enquanto dormem, conexões são realizadas on-line e ficam arquivadas
para eles as encontrarem a cada novo dia quando despertam”.
Dessa forma, os professores precisam compreender essa dinâmica de
vida dos nativos digitais, que estão conectados 24 horas por dia, para que,
assim, repensem práticas pedagógicas que promovam o interesse do aluno em
aprender, educando os alunos para um uso consciente.

No link a seguir, assista ao vídeo “Escravos da Tecnologia”, uma animação de Steve


Cutts que pode ser utilizada na escola para estabelecer um diálogo com os alunos
sobre o uso das tecnologias — especificamente do celular.

https://goo.gl/MfZDNK

Exploração pedagógica do celular em sala de aula


Segundo Camargo e Daros (2018, p. 3), alunos tanto da educação básica
quanto do ensino superior, “Reclamam não só do fato de terem de ficar horas
ouvindo, mas também da rigidez dos horários, do distanciamento do conteúdo
proposto com a vida pessoal e profissional e dos recursos pedagógicos pouco
atraentes”; por outro lado, os autores também destacam que os professores
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também têm suas queixas e “Reclamam da falta de envolvimento, do excesso


de desinteresse dos alunos e das condições do exercício docente”.

Mesmo diante de tantos avanços tecnológicos e científicos, o modelo de aula


continua predominantemente oral e escrito, assim como os recursos utilizados.
Nesse contexto, têm-se mantido intacto muito giz, caderno e caneta. Quando
mudam, ganham uma nova roupagem por meio da utilização de instrumentos
audiovisuais, como a inserção de filmes, vídeos e apresentações gráficas e
projetores multimídia. Já os alunos continuam a receber o conteúdo passiva-
mente e cada vez mais esperam tudo produzido pelos professores (CAMARGO;
DAROS, 2018, p. 3)

Dessa forma, alerta-se para que o uso do celular não ganhe apenas uma
‘nova roupagem’, como uma estratégia pedagógica de inovação que, no fundo,
está somente reproduzindo um ensino baseado na transmissão de conteúdo de
uma forma tradicional, em que os alunos são meros receptores. A exploração
pedagógica do celular na escola deve considerar o aluno como um sujeito
autônomo, crítico e ativo e o professor como um orientador e mediador do
processo de ensino e de aprendizagem, propiciando ao aluno um ambiente
motivador para que a aprendizagem ocorra de forma significativa.
Para Camargo e Daros (2018, p. 7), é fundamental que se descarte “[...] a
apologia da inovação como mero modismo educacional à instituição escolar,
outrora espaço majoritário de transmissão do conhecimento sistematizado, está
posto o desafio de concorrer com outros meios de acesso ao conhecimento”.
Os autores também destacam que a aprendizagem significativa corresponde às
relações que os alunos conseguem fazer a partir dos conhecimentos construídos
em sala de aula com as situações reais.
Então, os recursos tecnológicos passam a ser meios que podem proporcionar
ao professor ferramentas para inovar no ensino, facilitando, assim, a aprendi-
zagem dos alunos. Um ambiente escolar organizado por práticas pedagógicas
que fomentem o uso de tecnologias, como os celulares, requer do professor
uma postura flexível, dinâmica e mediadora, assim como novas habilidades,
uma formação continuada e uma autorreflexão de sua prática pedagógica.
Pelos celulares, podemos explorar o uso de aplicativos na escola Nesse
sentido, Camargo e Daros (2018) destacam que os aplicativos são programas
concebidos para processar dados eletronicamente. Assim, facilitam e redu-
zem o tempo de execução de uma tarefa pelo usuário, além de proporcionar
o acesso aos novos conhecimentos de forma diferenciada. Esses aplicativos,
para os autores, quando utilizados na escola, podem proporcionar infinitas
possibilidades didáticas para o professor organizar suas práticas pedagógicas.
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Alguns dos aplicativos que podem ser utilizados pelo uso dos celulares,
entre outros que podemos encontrar na internet, são:

 Editor de HQs Pixton — permite a criação de histórias em quadrinhos,


disponibiliza cenários, personagens, balões de diálogos. O usuário tem a
possibilidade de trabalhar tanto pelo celular quanto por um computador
e o aplicativo pode ser utilizado em diversas disciplinas, abordando
histórias com temas diversos, como ciências, geografia, história, línguas
(espanhol e inglês), entre outros.

Conheça a ferramenta Pixton no link a seguir.

https://goo.gl/fO2xxH

 Duolingo — permite aprender inglês, espanhol, francês e alemão.


O professor pode estimular o uso desse aplicativo para significar os
conteúdos abordados em sala de aula.
 Photomath — o usuário aponta a câmera para o problema matemático
e recebe o resultado, de modo que o aluno pode compreender o passo
a passo detalhado de como se chega ao resultado.
 GoConqr — permite a interação e criação de grupos com o objetivo
de compartilhar informações e construir conhecimento a partir dos
assuntos de interesse dos usuários. O recurso disponibiliza mapas
mentais, flashcards, quiz, slides sobre diversos assuntos. O professor
pode estimular, a partir do uso desse aplicativo, trabalhos em grupos.
 Google Earth — possibilita ao usuário visitar diversos lugares do
mundo, com imagens de satélite em 3D, e permite aplicar zoom, com
uma visão em 360°.
 Google Documentos — possibilita a criação e edição de textos, que
podem ser produzidos também de forma colaborativa.
 Google Apresentações — possibilita a criação e edição de slides, que
também podem ser produzidos de forma colaborativa.
 Google Street View — permite a exploração de pontos de referência ou
turísticos de diversos lugares do mundo, como, por exemplo, parques,
museus, estádios, entre outros.
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 Google Agenda e o Google Keep — permite tanto ao professor quanto


aos alunos a organização e o agendamento de tarefas.

A maioria dos aplicativos apresentados pode ser utilizada em diversas


disciplinas a partir de um trabalho interdisciplinar, que deve ser organizado
com base um projeto, construído e planejado coletivamente entre os professores.
Pacheco, Pinto e Petroski (2017) relatam o uso do aplicativo Calculadora
do Cidadão, disponibilizado pelo Banco Central do Brasil. O download desse
recurso é grátis, e ele pode ser utilizado em celulares com o sistema operacional
Android ou iOS. O planejamento de aulas com esse aplicativo foi discutido
antes com o setor pedagógico da instituição em que foi aplicado, uma escola
pública no munícipio de Curitiba. Os alunos que participaram dessas aulas
eram do Curso Técnico Subsequente em Administração, e foram abordados
conhecimentos sobre cálculos financeiros na disciplina de Contabilidade Geral.
Os conteúdos foram previamente trabalhados com os alunos em sala de aula,
antes do uso do aplicativo, e foi necessário aumentar o número de aulas para
que fossem trabalhadas questões básicas sobre cálculos, fortalecendo essas
noções para que os alunos tivessem base para utilizar o aplicativo.
Outra experiência, mas na educação básica, foi relatada por Azevedo,
Moraes e Lima (2017), no Congresso Internacional de Educação a Distância
(CIAED), sobre o uso do aplicativo Whatsapp na educação básica. Primeira-
mente, foi criado um grupo para que os alunos utilizassem a linguagem culta
e no qual não fosse permitida a utilização do ‘internetês’ — que as autoras
fundamentam com base nos estudos de Costa (2017, p. 3 apud 2014, p. 34) e
que significa usar palavras abreviadas para dar mais rapidez à comunicação
— e a utilização de emoticons para facilitar a comunicação por aplicativos
de mensagens. Azevedo, Moraes e Lima (2017) também destacaram o uso
do Whatsapp para trocas de conhecimento com conteúdo de matemática e
consideraram próspera essa experiência durante o ano letivo.

Para saber mais sobre como você pode inovar nas aulas com o celular, acesse o link
a seguir.

https://goo.gl/ZnSCkm
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Proposta de uso: celular como recurso


pedagógico
As propostas de uso do celular como recurso pedagógico devem sempre
considerar a realidade dos alunos, ou seja, o contexto escolar em que estão
inseridos, assim como o que se pretende com o uso desse recurso — por
exemplo, apresentar um novo conteúdo, significar um conteúdo já abordado
em sala de aula ou avaliar os conhecimentos dos alunos a partir de conteúdos
já estudados.
É também importante destacar que a proposta de uso nas práticas pe-
dagógicas pode ser de forma interdisciplinar, planejada por professores de
diversas disciplinas, contemplando uma aprendizagem entre o diálogo de
várias disciplinas e abordando diversos conteúdos, a partir de um projeto, de
uma forma contextualizada e articulada.
Barral (2012) publicou uma experiência com o uso do celular no ensino
médio da rede pública do Distrito Federal em que foram confeccionados
produtos audiovisuais com a utilização do celular como um artefato cultural
e que culminou na exibição dos vídeos construídos a partir de um viés peda-
gógico. Para o autor:

A escola, como um dos espaços centrais da vida dos indivíduos e da sociedade,


viu-se impactada com a entrada dessa tecnologia em seu cotidiano. Em um
primeiro momento, houve pânico, surgindo inclusive leis para inibir seu uso.
Contudo, em realidade, esse aparelho pode ser pensado a favor da educação e
da pesquisa. Sendo assim, faz sentido e suscita interesse pensar essa tecnologia
e suas possibilidades didáticas e pedagógicas.

Assim, alerta-se que, para a compreensão de que o uso do celular tem uma
receita pronta de sucesso certo, o professor precisa ter a consciência que o
erro o incentivará a buscar novas possibilidades de uso e a refletir sobre sua
própria prática pedagógica. Esse uso deve ser sempre planejado e considerar
o favorecimento do ensino voltado para a pesquisa e para a construção de
conhecimento.
Outra proposta que pode ser pensada a partir dos aplicativos apresentados
busca uma aprendizagem interdisciplinar de conteúdos de três disciplinas,
português, geografia e história, para alunos nos anos finais do ensino funda-
mental. Os professores, em conjunto, devem produzir o planejamento de um
projeto, pensando no contexto, na faixa etária e nos conhecimentos prévios
dos alunos sobre os conteúdos que serão abordados.
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Projeto: “Conhecendo nossa cidade”.


Objetivos a serem alcançados pelos alunos:
 aprimorar a leitura e a escrita;
 conhecer a história da cidade;
 identificar pontos turísticos da cidade;
 valorizar a sua própria história a partir da consciência da valorização da história
da sua cidade.
Desenvolvimento da atividade: a turma é dividida em grupos, que devem trabalhar
cooperativamente e colaborativamente. O primeiro passo será uma pesquisa dos
pontos turísticos da cidade; após essa pesquisa, os grupos, de forma colaborativa,
devem compartilhar os pontos turísticos para a organização de um mapa. Depois disso,
o professor pode fazer o sorteio de pontos turísticos por grupos, a fim de estimular
a exploração do aplicativo Google Street View para conhecer os pontos turísticos da
cidade. O objetivo é que os grupos façam fotografias ‘PrintScreen’ das telas, organizando
imagens sobre os pontos turísticos, para conhecer os pontos turísticos de forma virtual.
Os grupos também terão que realizar uma pesquisa histórica dos pontos turísticos
sorteados, elaborando, para a turma, uma apresentação pelo aplicativo Google Apre-
sentações com as imagens do aplicativo Google Street e as informações da pesquisa
histórica. Uma sugestão é que o professor organize um passeio, com a turma, para
possibilitar que os alunos conheçam os pontos turísticos e façam fotografias e vídeos,
que também podem ser utilizados nas apresentações. Ao fim do projeto, os alunos vão
apresentar para as famílias e responsáveis as apresentações organizadas nos celulares.
Avaliação: a avalição deve ser formativa, considerando a participação e o envol-
vimento dos alunos durante o projeto. Para Hoffmann (2009), a avaliação formativa
considera todo o desenvolvimento, comprometimento e envolvimento do aluno
durante o processo de ensino e aprendizagem. O professor deve ser responsável por
acompanhar esse desenvolvimento a partir de observações e registros.
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AZEVEDO, A. B.; MORAES, C. A. P.; LIMA, F. A. B. Whatsapp em foco: usos pedagógicos na


educação básica. In: CIAED CONGRESSO INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA,
23., Foz do Iguaçu, Paraná, 17 a 21 set. 2017
BARRAL, G. L. L. Liga esse celular! Pesquisa e produção audiovisual em sala de aula.
Revista Fórum Identidades, Itabaiana, ano 6, v. 12, p. 94-117, jul./dez. 2012. Disponível
em: <https://seer.ufs.br/index.php/forumidentidades/article/download/1889/1648>.
Acesso em: 14 jan. 2019.
CASTELLS, M. A era da informação: economia, sociedade e cultura. São Paulo: Paz e
Terra, 1999. v. 1.
PACHECO, M. A. T.; PINTO, L. R.; PETROSKI, F. R. O uso do celular como ferramenta pe-
dagógica: uma experiência válida. In: EDUCARE – Congresso Nacional de Educação,
12., Curitiba, 2017.
PALFREY, J.; GASSER, U. Nascidos na era digital: entendendo a primeira geração de
nativos digitais. Porto Alegre: Artmed, 2011.
WEST, M.; VOSLOO, S. Diretrizes de políticas para a aprendizagem móvel. Brasília: Unesco,
2014. Disponível em: <http://unesdoc.unesco.org/images/0022/002277/227770por.
pdf>. Acesso em: 14 jan. 2019.

Leituras recomendadas
LÉVY, P. As tecnologias da inteligência. Rio de Janeiro: Coleção Trans, 1993.
SHULER, C.; WINTERS, N.; WEST, M. O futuro da aprendizagem móvel: implicações para
planejadores e gestores de políticas. Brasília: Unesco, 2014.
Conteúdo:
Dica do professor
O celular é uma tecnologia móvel a que muitos alunos já tem acesso. Utilizado, muitas vezes, de
forma errada na escola, durante as aulas, esse recurso tira a atenção dos alunos, que ficam
trocando mensagens ou jogam em aplicativos.O professor pode utilizar essa tecnologia a seu favor,
mas, para isso, é importante compreender as potencialidades do celular oferece.

Veja, na Dica do Professor, algumas sugestões que os profissionais podem adotar para conviver
com o celular na escola, principalmente na sala de aula.

Confira.

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Na prática
Nos últimos anos a professora Claudia, atuante na rede pública e privada na disciplina de
matemática, tem notado as mudanças de comportamento de seus alunos e o seu frequente uso do
celular durante as aulas. Porém, os alunos utilizam o celular para acessarem suas redes sociais,
trocar mensagens, etc.

Pensando em como aproximar as aulas da realidade e interatividade dos estudantes, Claudia, aos
poucos começou a utilizar o celular em suas aulas. Primeira utilizou o aplicativo “Socrative” para
lançar desafios matemáticos aos estudantes durante as aulas, pois com esse App é possível criar
uma “sala” na qual os estudantes têm acesso por meio de uma chave de acesso e o professor
recebe as respostas em tempo real.
Logo após, a professora incrementou suas aulas inserindo também o aplicativo para celular
"MindMeister", que é uma plataforma de aprendizagem que estudantes e professores podem
utilizar de maneira simples e eficaz, tanto na sala de aula quanto em casa. Com este aplicativo os
alunos foram desafiados a criar um mapa mental que os auxiliassem a solucionar um problema de
matemático.
Com isso, os estudantes abacaram se envolvendo mais nas atividades de sala de aula e com a
aprendizagem dos conteúdos matemáticos.
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:

Celular em sala de aula: proibir ou não?


Leia sobre o uso do celular na escola, matéria publicada pela Revista Nova Escola, em 2015.

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Conectividade e cultura escolar são barreiras para uso de


celular
Leia mais sobre conectividade e uso do celular, matéria publicada pela Revista Nova Escola, em
2018.

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O uso do celular por estudantes na escola: motivos e


desdobramentos
A seguir, acesse o artigo publicado por Nagumo e Teles, intitulado O uso do celular por estudantes na
escola: motivos e desdobramentos, publicado em 2016.

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O uso do celular em sala de aula como ferramenta pedagógica:
benefícios e desafios
Acesse o artigo publicado por Lopes e Pimenta e leia mais sobre como utilizar a Internet em sala de
aula.

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Estudantes-cartógrafos: mapas colaborativos, celulares,


Tecnologias de Informação e Comunicação na escola
No link a seguir, leia sobre o uso do celular como um tecnologias da comunicação e informação na
escola.

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