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COMO
APRENDER
MANDARIM SOZINHO
InCLUso A TÉCNICA DOS 12 mestres
SObre O Autor E A ESCOLA
Rhuan começou a estudar mandarim ainda no Brasil, se preparando para a maior aventura da sua vida: experimen-
tar a vida em Taiwan. A aventura resultou em 2 anos no país, descobrindo a cultura e desenvolvendo o mandarim.
Ao voltar pro Brasil, Rhuan se encontrou em um ambiente onde poucos falavam mandarim e português, e começou
a ensinar português para os chineses, descobrindo assim, o contraste entre as duas línguas e o motivo de tanta gen-
te achar mandarim difícil.
Alguns meses depois Rhuan começou a ensinar mandarim para brasileiros, assim como atuar como guia turístico e
intérprete, acompanhando brasileiros à China.
Seis anos depois, formado em administração pela UFBA e com dezenas de alunos, Rhuan abriu sua própria escola de
Mandarim, criando uma metodologia inovadora que facilita o aprendizado de quem aprende mandarim através da
língua portuguesa.
Fundada em 2018, no Bairro do Rio Vermelho em Salvador-Bahia, a Escola em pouco tempo teve sua didática vali-
dada e iniciou uma produção de conteúdo na internet. Rhuan segue com o projeto Mandarim Live, que disponibiliza
uma aula ao vivo no seu canal do Youtube há mais de 120 semanas, facilitando o mandarim para os brasileiros que
se aventuram no aprendizado por conta própria.
Hoje, com centenas de alunos, Rhuan tem como missão fazer com que as pessoas aprendam Mandarim de uma ma-
neira simples e prática, alcançando a fluência mais rápido do que ele alcançou.
Os 5 pilares 9
Parte 02 - Os 12 Mestres 19
Anexos 40
Quando eu digo que é impossível aprender mandarim sozinho, digo sem ajuda. Pois duvido que alguém consiga
decifrar um idioma tão diferente do nosso apenas com observação e nenhuma instrução. Mas se você utiliza materi-
ais desenvolvidos por outras pessoas (um livro didático, um dicionário, um vídeo...), que explicam o funcionamento
da língua, mesmo seguindo o aprendizado sem nenhum professor, você ainda estará usando a ajuda de alguém que
dedicou tempo para facilitar o seu aprendizado. Porém este sozinho continua ainda muito difícil, embora possível. E
pra ajudar essas pessoas corajosas, que desejam aprender mandarim sem um professor, mas com materiais feitos
por outras pessoas, eu resolvi escrever esse livro.
Aprender um idioma é como navegar de um ponto A a um ponto B. O ponto A é onde você está agora, representan-
do o quanto você sabe do idioma que quer aprender. O ponto B é onde você quer chegar, que metas atingir. Não
existe apenas um caminho certo. Algumas pessoas preferem construir o próprio barco, outras alugam o de alguém,
e algumas pessoas preferem ir nadando! Cada pessoa tem seu próprio ritmo de viagem, suas facilidades e dificul-
dades. Mas quase todas utilizam ferramentas criadas por outras pessoas para seguir essa jornada.
Algumas pessoas preferem usar guias de professores nativos desse destino o qual você quer chegar. Outras, prefer-
em usar as ferramentas feitas por alguém que não nasceu no “ponto B”, e assim como você, já percorreu esse camin-
ho. O velho dilema de professores Nativos x Estrangeiros. Eu tenho um vídeo onde eu falo sobre isso aqui:
https://www.youtube.com/watch?v=uBlKP-qXQIg
E agora que você sabe disso, eu te apresendo as duas formas as quais eu posso te ajudar gratuitamente:
1 - Com minhas aulas semanais gratuitas no Youtube (os faróis para te localizar nesse mar) e;
2 - Com este ebook, que será o seu mapa para o seu destino.
1- Uma visão geral de como você deve aprender Mandarim (com base no que eu aprendi e observei até conseguir
me comunicar em 5 idiomas - Português, mandarim, inglês, espanhol, japonês )
2- A Técnica dos 12 Mestres, que eu criei depois de ter aprendido com 12 professores diferentes.
3- Mão na massa, parte dedicada a ensinar exatamente o que você deve fazer para colocar em prática
Não importa se você quiser começar pela primeira ou segunda parte, mas recomendo que deixe a terceira parte por
último.
Ter fluência é você falar com a mesma naturalidade com a qual fala o seu idioma nativo. É você não ter dificuldades
de conversar sobre o seu dia, pedir informação na rua, comentar uma notícia ou fechar um negócio.
É você conversar, mesmo que de forma simples, quebrando as barreiras da comunicação sem muitas dificuldades
além das que teria falando seu próprio idioma nativo.
Dito isto, uma pessoa adulta que não sabe ler e escrever é fluente. Uma criança de 6 anos, indo para aula e que con-
segue conversar com os pais para contar o dia na escola também é fluente.
Fluência não é você interpretar textos, escrever bem, falar gramaticalmente correto ou falar sem sotaque de
estrangeiro. Muita gente acredita que quem é fluente sabe falar TUDO no outro idioma. Na verdade a fluência é só o
primeiro passo! A ordem natural de aprender em qualquer idioma é primeiro alcançar a fluência, e depois aprender
regras gramaticais e expandir vocabulários. É assim que todos aprendemos nossos idiomas nativos.
“Mas Rhuan, eu vejo tanta gente que faz anos de cursos de idiomas e não alcança a fluência. Como você pode
afirmar que fluência é o primeiro passo?” A questão é que a maioria dos cursos, e aqui eu me refiro aos cursos de
inglês, espanhol, francês, alemão... iniciam ensinando aos alunos o que é mais familiar, o que é mais próximo do
idioma nativo (potuguês, no nosso caso), e não necessariamente o que mais vai ajudar no desenvolvimento do
idioma. Ao meu ver, isso é uma estratégia para não assustar os alunos e gerar uma falsa sensação de progresso.
Diversos idiomas possuem muitas coisas em comum com o potuguês. Se pegarmos inglês, espanhol e francês por
exemplo, usamos o mesmo Alfabeto Latino (A, B, C, D, E, F...), temos estruturas próximas como conjugações verbais,
atigos, prefixos e sufixos de origem grega/latina...
Focando nessas partes no início, o aluno acha que está evoluindo, quando na verdade está saindo pouco do lugar,
pois ele visualiza as regras parecidas, entende como funciona no idioma alvo, mas não coloca em prática. E quanto
mais demora pra começar a falar, maior o medo de encarar a fluência. É como pular de um lugar alto, ou entrar em
uma água gelada. Quanto mais você demora de se aventurar na fluência, mais o medo cresce e a chance de você
desistir é maior. Você precisa patir para a fluência logo na primeira frase, colocando em prática e falando o que
acabou de aprender. É isso que vai ajudar você na comunicação.
Essa também é a razão pela qual chinês parece ser tão difícil. Muita gente acredita que o alfabeto e a escrita são
o início de tudo, quando não é. E quando pensamos em mandarim, um idioma sem alfabeto e com milhares de
ideogramas, já bate aquele desespero. Eu quero te mostrar que existem outros caminhos para aprender idiomas, e
que chinês é muito mais fácil do que parece. Mas não dá pra falar de tudo só nessa pate e você terá que continuar
lendo.
Caso você não lembre desse processo, nesta parte eu vou eu vou ajudar você a entender
o processo natural de aprendizagem, e descobrir porque a maioria dos cursos de idiomas
formam tantos alunos que não são capazes de conversar no idioma estudado.
Passo 1: Você tentou pronunciar as primeiras palavras, mesmo falando errado, e torcendo para ser entendido.
Aos poucos você recebe respostas que comprovam a comunicação, e vai praticar a pronún- cia ao longo dos próxi-
mos 4 ou 7 anos, desde o momento que você falou a primeira palavra (por volta de 2 anos de idade) , até você conse-
guir pronunciar corretamente todos os sons da língua (o que o corre entre 6 e 9 anos).
Passo 2: Enquanto você fazia o passo um, foi descobrindo centenas de vocabulários, esti- mulado pelos pais, amigos,
parentes, aprendendo os nomes das coisas à sua volta, depois assistindo desenho animado sem mesmo entender
quase nada do que era falado, aos poucos foi reconhecendo algumas palavras faladas no radio enquanto sua mãe
ou seu pai cozinhavam na cozinha ou dirigiam... Essa é a fase que viramos um papagaio e copiamos as palavras sem
ter ceteza do que significam, só aplicamos elas nas frases sem entender direito porque cada palavra é empregada na
frase. A fluência aparece aqui!
Passo 3: Vem a escola e só aqui você aprende a escrever e ler as coisas que já sabe falar. O aprendizado da escrita
se caracteriza por aprendermos palavras que já sabemos falar e por uma péssima caligrafia, mas todo mundo elo-
gia por estarmos conseguindo escrever. Ninguém tem letra bonita quando começa a escrever, e ninguém aprende a
escrever com palavras completamente desconhecidas. A de azul, B de bola, C de casa, D de dado...
Percebam que a gente aprende a escrever com palavras conhecidas e FÁCEIS de serem escritas. Ninguém aprende a
escrever com palavras como “paralelepípedo”, “excessivamente”, “ornitorrinco”... E isso é muito impotante no apren-
dizado do mandarim!
Passo 4: Hora de entender a gramática e expandir vocabulário. A gramática acontece na aula de potuguês. O Vo-
cabulário vem com a vivência! Aprendemos mais vocabulário nas aulas de matemática, ciências, história, geografia,
física, biologia e assistindo séries e desenhos do que na aula de potuguês.
Quando chegamos peto dos 15 anos de idade ainda existe um infinito de palavras que desconhecemos no nosso idi-
oma nativo, mas aqui você já está num caminho sem volta. Daqui pra frente você vai aprender a maioria das palavras
por conta própria e é quase impossível você esquecer o seu idioma nativo. E vai levar mais ou menos esse tempo
para alguém dominar um idioma estrangeiro num nível igual a um adulto nativo. Entre 8 e 12 anos.
Porém, com as dicas que eu vou te falar aqui, é possível você diminuir bastante esse tempo, e em cerca de 5 ou 6
anos, alcançar um mandarim comparável ao de um nativo. Em questão de semanas você já vai poder se comunicar
com uma certa fluência, e entre 18 a 30 meses já estará entendendo quase tudo e até aplicando o chinês profis-
sionalmente. Tudo isso depende muito de como você se dedica.
Nunca acredite em promessas de fluência. Se encontrar qualquer promessa de aprender um idioma estrangeiro em
menos tempo que isso, algo como “domine um idioma em dois anos” ou “fluência em 6 meses”, meu conselho é que
você corra, pois são piratas querendo te roubar os valiosos recursos que você tem disponível na sua jornada!
Esses resultados podem ser uma estimativa, mas não uma promessa, pois isso depende de cada aluno. Não existe
um prazo garantido, para ninguém.
A formação das palavras que usam os mesmo alfabeto que o nosso, as palavras semelhantes devido ao latim, a lógi-
ca de artigos e conjugação verbal são exemplos de coisas que conseguimos perceber sem precisar de muita dedi-
cação. E é isso que é usado para medir o nosso progresso no idioma.
Não me entendam mal, criar uma relação entre as línguas é extremamente importante, para que a pessoa entenda
o novo sistema de comunicação. Mas só apresentar essas estruturas semelhantes com a nossa língua resulta em
um reconhecimento e falsa sensação de aprendizado. É por isso que muita gente fica empacada na situação de “eu
entendo um texto, mas não consigo fala”. Porque simplesmente entendeu as estruturas e palavras que são parecidas
com o português, mas não passou tempo o suficiente aprendendo de fato o que precisa para se comunicar no idio-
ma em questão.
Como eu disse, nós devemos aprender idiomas estrangeiros quase que do mesmo modo que aprendemos nosso
idioma nativo. Porém, como já temos um maior entendimento do mundo, podemos usar isso ao nosso favor e não
precisamos esperar chegar o “momento certo” de aprender certas estruturas linguísticas, já que temos uma maior
noção de como a linguagem funciona. E isso nos permite pular certas etapas. Podemos aprender o que quisermos
na hora que quisermos. Além disso, todos os padrões que normalmente demoramos anos para descobrir por tenta-
tiva e erro, podemos gastar algumas horas para entender e colocar em prática.
O aprendizado de qualquer idioma passa por 4 pilares: Pronúncia, vocabulário, gramática e prática.
O motivo de eu acrescentar o pilar dos ideogramas para mandarim, é que diferente dos outros idiomas, a escrita
chinesa não está diretamente associada a pronúncia. Enquanto em idiomas como inglês, coreano, russo ou árabe
você aprende a escrever com base na pronuncia, no mandarim isso não acontece. Porém a estrutura dos ideogramas
facilita muito a gramática em relação a outros idiomas. Prática e ideogramas sustentam os outros três pilares.
Esses dois pilares devem ser trabalhados desde o início com uma estratégia visando acelerar a sua comunicação.
Agora eu irei explicar cada um deles, qual é a sua respectiva relevância no aprendizado e como você pode dominá-
los.
O primeiro pilar a ser observado é o dos ideogramas, que vai te dar uma noção geral da língua para que você não
comece perdido. Aqui eu te ensino como encarar as situações particulares do mandarim. É a nossa aula de “pri-
meiros socorros” da nossa navegação. Embora você não coloque ele em prática desde o início da viagem, domina-lo
pode ser decisivo para que você chegue no seu destino, pois eventualmente podemos encontrar obstáculos que só
poderemos superar com esse pilar!
Muita gente começa a viagem pulando essa parte, mas só vai procurar entender essa pa e quando a dificuldade
aparecer. Muitos até desistem da viagem por não entender os problemas que iremos enfrentar. Com esse pilar você
vai enfrentar sem problemas qualquer adversidade pois vai saber o que está acontecendo. Sempre que você não
entender alguma palavra, ou algum ideograma, lembre-se desse pilar.
O segundo pilar é o da pronúncia. Você precisa começar com ele, pois assim como você aprendeu seu idioma nativo
pela pronúncia, é o mais natural a fazer. Você vai usar esse pilar junto com o pilar da prática enquanto estiver estu-
dando todos os outros. Por isso ele vem em segundo.
A pronúncia são os remos da nossa navegação. TODO MUNDO quando começa a remar, rema mal. Pode até existir
uma ou outra pessoa que já começa com uma boa pronúncia, mas é exceção.
Na pronúncia, assim como remo, não importa como você comece, não há ninguém que não melhore a técnica ao
longo da viagem. Muita gente começa a navegar apenas pela força dos ventos, mas nessa viagem, a gente só chega
no destino se remar. Quanto mais cedo começarmos a remar, melhor. Quanto mais cedo começar a pronúncia, mel-
hor. Ele com certeza é o pilar mais cansativo, então deixa a preguiça e o medo de lado e “bora remar!
Remar desengonçado é melhor do que não remar.
É como se você só soubesse atracar em alguns desses portos. E nessa metáfora, para a fluência é bom conseguir
desembarcar bem em alguns desses portos. Não adianta dominar apenas um apenas um caminho.
Entretanto, se você quiser conhecer todas as ilhas do “mandarim”, a viagem vai ser bem longa. Então priorize alguns
portos, ou melhor, alguns vocabulários que são imprescindíveis para sua comunicação. Quais portos você quer che-
gar primeiro?
O quarto pilar é a da gramática. Esse é um pilar muito ignorado por muitos professores e estudante, mas eu explico
o porquê. Quando aprendemos idiomas semelhantes ao português, como inglês, espanhol, francês ou até alemão,
muita gente considera que estudar gramática é perda de tempo para quem busca fluência. E em alguns casos eu
concordo em parte, pois como mencionei antes, muito da estrutura gramatical desses idiomas são parecidos com o
português, o que nos economiza tempo tentando entender as regras gramaticais desses idiomas.
Você já entende de artigos, de conjugação verbal, a lógica dos numerais... Tudo isso mesmo sem saber suas particu-
laridades, mas você já conhece a lógica. O que faz com que, ao aprender a falar as palavras, você já vai entendendo a
lógica sem parar pra entender como funciona.
O mandarim é bem diferente. Então o meu conselho é que você estude a gramática do mandarim, pois ela é muito
simples e bem mais lógica que a nossa. Uma vez que você entende o padrão, consegue fazer inúmeras frases corre-
tas utilizando a mesma estrutura, além de te ajudar a entender muitas expressões que vai encontrar por aí.
As vezes será necessário entender o motivo de falar cada coisa que você vai falar. Não dá só pra car repetindo tudo
como papagaio de pirata! Entender o porque das coisas é fundamental para você navegar futuramente, sozinho e
para outros destinos!
Já o quinto pilar é a prática. Sim, ele é importante pois é possível você estudar ideogramas, aprender a pronúncia
decorar vocabulários, entender a gramática, e ainda assim conseguir aplicar tudo isso na prática. A prática é o nosso
mar. Dá pra você remar, aplicar teorias das navegações, determinar destinos tudo de uma grande piscina. E muitas
das regras que estudamos mudam ao chegar no mar.
Então agora eu vou te ensinar como construir cada pilar, um a um, para você alcançar a fluência no mandarim.
Todos esses desenhos funcionam da mesma forma que ideogramas. Na verdade tudo isso faz parte de um grupo
chamado logogramas, mas isso não é relevante para entendermos como eles funcionam.
O importante é que o chinês se baseia em representações gráficas de coisas reais ou abstratas, ideias, e essas rep-
resentações podem se misturar para criar novos desenhos e signi cados. Por conveniência, chamamos todas essas
representações do chinês de ideogramas, mas em chinês são chamadas de 汉字 hànzì.
No mandarim os ideogramas não representam letras ou palavras. Elas são ideias! É muito impo ante entender essa
parte. Uma palavra pode ser composta por 1, 2, 3 ou mais ideias, portanto ideogramas formam palavras.
Antes de entender o que o ideograma quer dizer, ou qual palavra representa, é necessário um contexto!
Percebam que a ideia de fogo está presente em todas essas palavras, mas não traduzimos como uma palavra sep-
arada. Muitas pessoas começam a estudar os ideogramas e gostam de traduzir literalmente as palavras compostas
por mais de um ideograma, só que ficam presas aos significados das palavras que são formadas pelos ideogramas
sozinhos, e não às ideias as quais eles representam.
Para essas pessoas, a tradução fica mais ou menos assim: 火山 em vez de vulcão, vira montanha de fogo. 电脑 em vez
de computador, o aluno traduz como cérebro elétrico. 冰箱 deixa de ser geladeira e vira caixa gelada. Contudo, lim-
itar a ideia que os ideogramas separados podem representar prejudica o seu entendimento em outros contextos.
Perceba que em português temos MUITAS palavras gregas e latinas compostas por ideias, mas nem por isso traduzi-
mos literalmente os seus significados.
Exemplos:
Existem milhares de palavra assim no português, mas eu acho que vocês entenderam. Além das palavras formadas
por ideogramas, existem também os ideogramas formados por outros ideogramas.
Agora que já entendemos a formação das palavras por ideogramas, está na hora de aprender como funcionam as
construções das frases. No mandarim não existe espaçamento entre as palavras. Ou seja, você lê as frases em man-
darim como se estivesse lendo uma #hashtagtudojuntomesmo.
Eu sei que pra muitas pessoas é muito difícil de ler assim, mas acreditem, com os ideogramas é bem mais fácil.
É como se estivéssemos falando por emojis.
O raciocínio é mais ou menos esse, mas não dá pra explicar tudo relacionado à gramática agora. No pilar sobre
gramática eu vou te ensinar o básico e você já será capaz de formar grande parte das frases em mandarim.
Outro erro do aluno iniciante é traduzir ao “pé-da-letra”! Uso essa expressão propositalmente para mostrar o absur-
do que ela é, por si só, já que ideogramas não tem letras! Ao descobrir que ideogramas não possuem conjugação
verbal, por exemplo, muitos alunos acreditam que as frases traduzidas ficam assim:
Para você entender melhor a lógica dos ideogramas, recomendo que você assista este meu vídeo sobre a lógica da
língua chinesa.
https://youtu.be/kJ3VesMwBYI
Acabamos de ver que mandarim é uma língua composta por ideogramas, que são desenhos representando ideias.
Então como saber a pronúncia das palavras? Se você nunca viu aquele ideograma antes, não tem como saber! E é
aqui que começa a grande diferença de aprender mandarim para os outros idiomas. Na maioria dos idiomas nós
aprendemos uma lista de 20 a 40 fonemas que são possíveis fazer com a língua (alfabeto), e logo já sabemos como
ler e pronunciar qualquer palavra.
No caso do mandarim, originalmente não havia alfabeto algum, e por isso, ao se deparar com um ideogramanovo,
você só tinha como saber a pronúncia consultando um dicionário que explicasse a pronúncia. Ao longo dos anos
muitos estrangeiros já tiveram contato com os chineses, desde antes das navegações europeias através da rota da
seda. De lá pra cá, já foram criados muitos sistemas de transliteração do mandarim, isto é, conversões dos fonemas
do mandarim para os idiomas/alfabetos estrangeiros.
Existem transliterações do mandarim para alfabeto árabe, cirílico (alfabeto russo) e latino (romano)... Hoje a translit-
eração oficial, utilizada pela China e outros países, para o alfabeto Latino se chama Pinyin. E é ele que você precisa
aprender para entender a pronúncia do mandarim.
Vai ser muito complicado eu passar esses fonemas através deste livro, então por isso estou deixando um link com
uma aula para que você possa aprender os fonemas do Mandarim pinyin.
https://youtu.be/c6GYGl08DrI
Existem alguns fonemas que temos no mandarim e não temos no português, assim como o mandarim não tem o
som de “V” e outros sons que temos no português. Lembre-se que quando estamos lendo algo em Pinyin não deve-
mos ler as letras da forma como usamos no nosso idioma, e sim usar os sons que existem em chinês e são represen-
tados por essas letras.
Além de precisar entender as pronúncias particulares do mandarim, o mandarim tem outra particularidade que são
os tons. O fato de ser uma língua tonal assusta muita gente, mas eu quero te provar que é muito mais simples do
que parece. Mas claro, como qualquer coisa nova, é necessário tempo para se acostumar.
Os tons não são algo que se domina da noite para o dia, mas basta entender o seu funcionamento e praticar com
alguns exercícios, e você se acostumará com eles em poucos meses. Aqui está minha aula sobre tons:
https://youtu.be/WCmnNkv-R4I
Depois que você assistir essas aulas e colocar em prática o que aprendeu, aos poucos você vai dominando a pronún-
cia do mandarim e poderá conversar tranquilamente com nativos.
Então aprender vocabulário é essencial para você se comunicar, porém, é aqui que muita gente se perde. Como eu
disse lá atrás, o vocabulário são os nossos portos seguros. Quando a gente sabe falar algumas palavras sobre deter-
minado assunto, é como se a gente já soubesse atracar nosso barco nesse porto. Mas o nosso destino, o mandarim,
não tem só um porto. Ele é um arquipélago. Existem ilhas que até mesmo os nativos nunca visitaram. São aquelas
palavras que difíceis, que até que cresce naquele lugar nunca ouviu falar. Mas ainda assim eles conhecem o ar-
quipélago melhor do que qualquer um.
O fato de existir muitas possibilidades, muita coisa para aprender, alguns alunos ficam perdidos sem saber por onde
começar.
O meu conselho é você aprender as palavras que você mais usa! O vocabulário que te interessa e que você vai pod-
er usar. Se o seu objetivo com o mandarim é trabalhar com turismo, não adianta aprender a tabela periódica em
chinês. Já alguém que vai fazer um doutorado em química na China, é importante conhecer não só vários elementos
químicos, como vocabulários acadêmicos, como também não perder tempo aprendendo vocabulários de esportes.
Seria inútil. A não ser que essa pessoa goste de praticar algum esporte, seja basquete, futebol... Aí sim, faz sentido
vocabu- lários como “passar bola”, “gol”, “time”, “ganhar”...
É importante lembrar que nós não temos a capacidade de aprender tudo ao mesmo tempo. É preciso priorizar algu-
mas palavras, e se você escolher as palavras que você mais usa, vai ajudar a você conseguir uma fluência mais rapid-
amente.
Eu recomendo as pessoas aprenderem pronomes pessoais, pronomes interrogativos, advérbios de tempo, con-
junções e preposições mais usadas. Adjetivos como grande, pequeno, bom, mal, também são bem vindos nas pala-
vras iniciais. Na etapa “Mão na Massa” vou ensinar meios de aprender os vocabulários. Por enquanto vamos seguir
com o próximo pilar.
A gramática seria o conjunto de procedimentos da nossa navegação. E conhecer as regras gramaticais é conhecer
quando devemos abrir as velas, qual estrela devemos seguir quando navegamos durante à noite, ou saber quando
o barco precisa desacelerar... Tudo tem um porquê por trás, e isso faz com que o barco não afunde. É até possível
chegar na fluência sem entender esses procedimentos. Remando e seguindo ordens, içando vela quando o capitão
manda, aproveitando as correntezas sem mesmo conhecê-las. Mas quando você entende o porquê de cada ação,
isso vai te permitir navegar posteriormente com mais segurança e por outros mares.
A questão é que muita gente acha que não é necessário aprender essas regras. Muitos professores de outros idio-
mas costumam dizer que focar em gramática é perda de tempo para navegação. Eles falam que a gramática é ab-
sorvida naturalmente, o que é uma verdade quando navegamos em águas conhecidas. Quando estudamos Inglês,
francês, espanhol... Todos esses caminhos utilizam regras muito parecidas. É como se para nós, falantes do pouguês,
ao aprendermos qualquer idioma latino, estivéssemos navegando no rio. E rio é rio em todo lugar. Não importa qual
idioma desses, o barco ainda está no rio, e a lógica de tudo é bem próxima. Já aprender mandarim é como sair do rio
para o mar. Não quer dizer que seja mais difícil ou mais fácil, mas a regra do jogo muda.
Os professores nativos, raramente navegaram por outros mares ou rios, embora eles conheçam bem o território
deles. Assim, poucos conseguem explicar pra você as regras das navegações com base nas suas experiências anteri-
ores.
A importância da gramática está em justamente você não se perder no caminho. O mandarim funciona um pouco
diferente das línguas latinas, e por isso que eu digo que vale a pena você investir um pouco de tempo entendendo a
estrutura das frases. Uma vez que você compreende isso, vai poder estudar (ou navegar) sozinho no futuro. E o jeito
mais fácil de aprender a gramática é consultando alguém que já conhece as regras e pode passar para você de forma
clara.
A estrutura de frase básica do mandarim é bem simples. Basta você montar as frases com a ordem:
Se você quiser atribuir características ao sujeito ou ao objeto (com adjetivos) ou circunstanciar o verbo (com advérbi-
os), a regra fica:
A maioria das frases se mantêm nessa ordem. Mesmo frases interrogativas, que no português costumamos colocar o
pronome interrogativo na frente, em Chinês a ordem se permanece a mesma, com o pronome interrogativo no lugar
referente ao objeto desconhecido.
Se você quer entender mais da gramática do mandarim, eu faço uma aula gratuita toda semana.
Então se você quiser aprender mandarim com quem tem mais de 10 anos de “mar”, você pode conferir essas aulas
aqui:
https://guhanmandarim.com.br/mandarim-live
Entrar no mar é uma das partes mais complicadas para muitos alunos, mas eu garanto que é mais fácil do que
parece. Muita gente estuda ideogramas, vocabulário, gramática, mas morre de medo de começar a prática. Não adi-
anta quantas horas você tenha treinado numa piscina, você só vai virar um marinheiro de verdade quando entrar no
mar. Não importa o quanto você estude antes de começar a prática, é só tentando se comunicar, que seu chinês vai
realmente sair do ponto zero. Não se preocupe em errar ao longo do seu percurso, errando se aprende muito, e faz
parte dessa viagem.
Quando eu falo de prática, eu me refiro a você fazer exatamente o que você aprendeu até naturalizar isso. Se você
aprendeu a como dizer uma palavra, você precisa dizer essa palavra em voz alta, o máximo que puder até se tornar
natural. Se você aprendeu a escrever um ideograma, você precisa escrever até consegui-lo fazer de olhos fechados.
Imagino que você consegue escrever em português de olhos fechados, mesmo que em linhas tortas. É esse domínio
que você precisa buscar. E não deve se preocupar com a qualidade do resultado nesse primeiro momento. Não im-
porta se a pronúncia está mais ou menos, ou se a caligrafia está feia, afinal você está começando.
No início TODO MUNDO é ruim! Os chineses nativos, quando começaram a falar e a escrever eram ruins. Quando
você começou a fazer qualquer coisa na vida, você era ruim. E é importante não se comparar com os outros. Não se
compare com quem estuda chinês há seis meses ou há dez anos. Faça várias vezes até conseguir fazer sem muita
dificuldade, e sempre tentando fazer um pouco melhor do que você fez da última vez.
Em qualquer idioma é possível praticar quatro habilidades: ouvir, falar, ler e escrever. E é impoante notar também
que, em nenhum lugar do mundo, as pessoas aprendem a escrever e ler ao mesmo tempo que aprendem a falar e
ouvir.
Basta lembrar de quando somos bebês. Primeiro escutamos muito os pais falando, e somos imersos a horas e horas
de músicas, programas infantis, até que aqueles sons começam a fazer sentido e a gente começa a reproduzir. A
dife- rença é que nesse contexto você não precisará de horas e mais horas de escuta para que os sons façam senti-
dos.
Basta que te ensinem a lógica das palavras. Claro que ainda demoram meses para os nossos ouvidos acostumarem
com os sons, em qualquer idioma estrangeiro. Mas nós somos capazes de repetir assim que ouvimos uma palavra
nova. Além disso, a língua chinesa não deve ser comparável às línguas ocidentais no quesito escrita, devido à partic-
ularidade dos ideogramas.
Ao contrário dos idiomas com alfabeto, o qual decoramos as letras e conseguimos ler praticamente tudo, no man-
darim o processo é diferente por dois motivos:
1. Você não precisa saber tudo pra começar a ler. Basta saber aqueles referente ao que você lê, e muitos são pos-
síveis deduzir no contexto.
2. Mesmo que você saiba muitos ideogramas, sempre vai haver ideogramas novos que você não conhece. Isso acon-
tece com os nativos o tempo todo.
Então, não esquente a cabeça com o fato de não saber ler no começo. Por isso meu conselho é focar todo o esforço
inicial em conseguir entender os sons e reproduzi-los. Depois, quando você já souber falar algumas palavras e for-
mar algumas frases, aí sim está na hora de você saber ler as coisas que você já sabe falar. Quanto à escrita, também
viria junto com a leitura. Falo “viria” pois hoje em dia eu não considero tão urgente que alguém aprenda a escrever,
pois quase nunca você utiliza papel e caneta pra se comunicar. É muito mais comum digitar, e para isso em man-
darim, basta saber ler. Não que escrita à mão não seja impoante, mas te garanto que se você concentrar seu tempo
e sua energia apenas na comunicação oral, em vez de dividir os recursos entre língua oral e escrita, você vai alcançar
a fluência muito mais rapidamente.
Na parte “Mão na massa” eu vou te mostrar exercícios que você vai poder usar para colocar em prática o que apren-
deu . Agora, eu vou falar um pouquinho dos meus 12 mestres.
Como este é um guia para as pessoas que querem aprender mandarim sozinho, acho
importante passar isso adiante, mesmo que você não os compreenda na primeira vez que
lê- los. Muitos vão parecer óbvios, outros não vão fazer sentido inicialmente, mas acredite
que todos tem a sua utilidade no aprendizado de um idioma. Então vamos aos mestres e
suas técnicas na ordem que eles apareceram na minha vida.
Era uma estrutura bem simples, e o professor usava uma xerox do material desenvolvido pelo ministério de edu-
cação de Taiwan, em chinês tradicional (só fui saber da existência de duas formas de escrita meses depois). A turma
começou com 2 alunos, aos sábados.
Eu estava no auge do ensino médio, e o que me chocou e posteriormente, virou aprendizado, foi o fato dele não fazer
provas. Todo dia ele pedia para os alunos repetirem o que ele falava, e nos perguntava diretamente nos fazendo colo-
car em prática o que foi aprendido.
Como eu disse, inicialmente eu tive muita estranheza ao método sem provas, mas na época, a minha viagem para
Taiwan já estava marcada para 6 meses depois. O fato é que se eu quisesse ficar apto para me virar em Taiwan, eu
precisava conseguir responder o que ele me perguntava, e não apenas tirar 10 numa prova.
Qualquer pessoa que estivesse aprendendo a língua por curiosidade, ou com um objetivo a longo prazo, talvez não
percebesse isso dessa forma e sentiria a necessidade de uma prova para validar o conhecimento. Contudo, foi essa
situaçãoquemefezacordarsobreanecessidadede“aprenderparaavida”enão“paraaprova”,diferentementede
como me ensinaram em relação ao inglês durante toda a vida escolar.
Dois meses depois o professor cancelou a turma por motivos pessoais, o que me forçou a procurar um outro curso
de mandarim, mas esse conhecimento sobre aprender idiomas para a vida, em vez de direcionar o estudo para uma
prova, foi algo que cou presente na minha jornada em diversos momentos.
Até hoje alunos me pedem provas como avaliação, e vejo muita gente estudando mandarim com o objetivo em pas-
sar numa prova de prociência. Eu sei que cada um tem o seu motivo e uma meta para alcançar com os estudos, mas
pela minha experiência, direcionar o estudo para a prova não é tão eciente se você deseja a fluência e a comunicação
prática.
Já me deparei com pessoas que tinham notas mais altas nas provas, ou em níveis mais altos segundo esses exames,
como o HSK, e ainda assim tinham diculdades em se comunicar, quando comparado à pessoas com foco nas ex-
periências práticas.
Um fato curioso é que posteriormente, depois que eu comecei a dar aulas, fomos colegas na mesma escola de idio-
mas e todo mundo confundia professor Huang com professor Rhuan, já que a pronúncia é bem próxima.
Mas voltando ao ensinamento, o professor Huang por ser mais idoso, além de ser estrangeiro, tinha muita diculdade
de explicar com clareza o funcionamento da língua e muitas vezes os alunos saiam da aula sem a informação precisa.
Eu mesmo só fui descobrir que falava nos tons errados quando cheguei em Taiwan, e presenciei várias vezes em sala
de aula alunos perguntando coisas sobre a língua as quais o professor Huang tinha muita dificuldade de entender
qual era a pergunta.
Quando comecei a ensinar em 2012, a escola de idiomas me pediu para assistir as aulas do professor Huang e apren-
der como ele fazia suas aulas e passava o conteúdo do material didático. E ali foi quando para mim ficou claro a
necessidade de explicar o mandarim de forma que os brasileiros entendessem, e não como os nativos entendem a
língua deles. É muito comum quando aprendemos com nativos termos uma referência da língua que não faz nenhum
sentido quando passamos para a nossa. E não estou falando de tradução de termos, e sim de conceitos e regras do
idioma que dependendo de como são nos apresentados, fazem a língua parecer muito difícil.
Aprendizado 2 - O idioma precisa ser explicado para facilitar a sua compreensão, de acordo com a forma que
você se relaciona com a língua.
Nesse processo de aprender a fonética chinesa no estilo taiwanes, eu pude observar que até eu conseguir falar cor-
retamente, eu precisava de um tempo para acertar a pronúncia. Aos poucos Gu Laoshi foi introduzindo vocabulários
como frutas, instrumentos musicais, cores, sempre focando na pronúncia.
É bom lembrar que nessa época meu inglês não era dos melhores. Eu não tinha problemas pra me virar com o inglês,
mas posso afirmar que estava sendo a primeira vez que eu experimentava treinar pronúncia de um idiomacompleta-
mente novo. Foi nessa época que eu aprendi o exercício com os 4 tons, em aulas de 3 vezes na semana, de setembro
à dezembro.
Foi em dezembro que eu comecei de fato à me virar em chinês por lá. Ainda com dificuldades, mas já conseguia pedir
informação na rua ou falar com algumas pessoas por telefone. E isso nos leva ao terceiro aprendizado.
Aprendizado 3 - Aprender novas pronúncias exige tempo para treinar o ouvido e tempo até ajustar a fala.
Mas eu lembro como se fosse ontem o momento em que, em uma casa dessas que eu visitei, eu conheci uma ga-
rotinha que devia ter uns 10 anos. Ela estava muito curiosa sobre mim, pois eu provavelmente era o primeiro es-
trangeiro com quem ele teve a opounidade de conversar. E ela queria saber se eu estava aprendendo mesmo chinês,
e começou a me sabatinar em relação ao Zhuyin. Ela escrevia num papel a combinação dos sons e pedia para eu ler.
Foi aí que no meio do teste, ela percebeu uma pronúncia minha errada, que até então ninguém tinha chamado a
minha atenção. A pronúncia era a do símbolo 尢( ang, em pinyin). E na falta de uma língua para explicar com clareza
como era feito aquele som, começamos uma jornada de repetição; Ela falava pra mim aquele fonema, e eu tentava
imitar o som, sem muito sucesso. Seguimos insistentemente até o som sair corretamente. Era algo como:
Garotinha: Ang.
Eu: An?
Garotinha: Ang!
Eu: Eng?
Garotinha: Ang!
Eu: En!
...
Garotinha: Ang!
Eu: Ang!
Nada como a sinceridade e a teimosia de uma criança pra corrigir alguém que está errado. Com isso, hoje, no meu pa-
pel de professor, eu tento achar um meio termo entre a Gu laoshi e a garotinha para ensinar os fonemas aos alunos.
Muitos não gostam de ser constantemente corrigidos. Outros ainda não alcançaram o momento de pronunciar cor-
reto e vão precisar de tempo para se acostumar. O importante é que você, estudando sozinho, tenha consciência de
que vai precisar persistir até acertar, e mesmo sendo desgastante, você precisa acreditar que é possível.
Eu fui pra lá com intenções de me dedicar e aprender mandarim, e no meu imaginário eu conseguiria manter uma
rotina diária de dedicação à escrita com os ideogramas e à gramática (no meu entender da época, era como se estu-
dava idiomas). Apesar de ter chegado super empolgado com o estudo do mandarim, e aprendendo bastante com as
aulas da Gu Laoshi, eu sentia como se todo meu esforço não estivesse fazendo efeito.
Não demorou muito para eu perceber que eu não teria tempo para essa dedicação total ao idioma, e além disso,
minha prioridade não era ficar trancado no quarto estudando. Era aproveitar o lugar, conhecer pessoas, experimen-
tar coisas novas. Então eu estava sempre visitando amigos da família antriã, saindo para jantar, almoçar, paicipando
das atividades na escola...
Foi quando eu me percebi nessa situação, a qual eu parecia não estar absorvendo tudo que eu estudava. Alcançar o
nível de mandarim do Willy (que naquela época eu via como incrível) parecia ser uma meta impossível. Foi quando
em vez de ficar me comparando, resolvi pedir ajuda direta à ele. Assim que tive opounidade, me dirigi ao mestre Willy
para saber qual era o segredo de toda sua sabedoria no mandarim, e por que o chinês dele era tão melhor do que os
outros brasileiros que eu tinha conhecido. Para o meu choque, a resposta dele foi:
“Cara... eu nem estudo. Só saio conversando com as pessoas nas ruas. Converso com a senhorinha no banco da
praça, com o cara do caixa na loja de conveniência, vou ali bater um papo com as meninas... Só saio conversando
com todo mundo que eu encontro. “
Aquilo pareceu paradoxal para mim no primeiro momento. Como eu poderia conversar com as pessoas se não tinha
um chinês bom o suciente para me comunicar? mas resolvi tentar sair mais e conversar com as pessoas em vez de
tentar em casa estudando. Até porque naquela altura eu já havia percebido que saber escrever 50, 100 ideogramas
por semana não me ajudaria muito a pedir uma informação, pegar um ônibus ou pedir uma comida em um restau-
rante.
Até hoje muitos alunos não entendem que eles não precisam saber falar muito pra começar a conversar com as pes-
soas. Mas eles quase sempre ficam com medo de falar errado, de não serem entendidos. Isso faz parte! Se o aluno
passa horas todos os dias em casa estudando, praticando caligrafia, pronúncia, gramática ou até audição, ele não vai
viver o mandarim de verdade, o mandarim das ruas. Ao tentar falar com as pessoas você tem a prova se está sendo
entendido e tem acesso à pessoas de fato conversando com você. Não gravações em ambientes controlados.
Expressões faciais, gestos, tudo isso ajuda na compreensão, e você vai ver que o idioma nas ruas, em ceos aspectos,
é mais fácil do que o dos livros ou vídeos. Eu sei que nem todo mundo tem chineses na cidade para fazer amizade ou
conversar, mas hoje temos aplicativos como o Tandem que fazem essa ponte. Tire pelo menos uns dois dias na sema-
na para colocar o que você aprende em prática.
Depois do conselho do Willy eu sempre priorizei conversar com nativos em vez de estudar com livros.
As aulas eram à noite, aproveitando toda a estrutura da escola, assim como material didático. Elas eram oferecidas
aulas para maiores de 12 anos não alfabetizados ou estrangeiros que não falavam mandarim, casados com taiwane-
ses. A minha turma era basicamente composta por mulheres vietnamitas.
Apesar da turma ser toda de adultos, estar numa sala de aula do ensino primário, com cadeiras para crianças, materi-
al com bichinhos me fez me sentir numa turma para criança.
E eu sempre escutei que criança aprendia mais rápido mas foi nesse ambiente que eu percebi 2 coisas:
1- Que um adulto, imerso num ambiente de uma criança é capaz de aprender igualmente como uma criança.
2- que o que eu estava aprendendo era quase que perda de tempo e eu poderia estar focando em coisas mais úteis
do que historinhas infantis. Claro que essa turma foi minha iniciação à leitura em mandarim, mas além de perceber
que criança não necessariamente aprende mais rápido que um adulto nas mesmas condições, também percebi que é
possível aprender mais rapidamente quando o aprendizado é alinhado com a sua necessidade.
Ele era o professor bem humorado, daqueles que se comunicava bem com os jovens, e bom incentivador dos alunos.
Ele tinha um jargão que eu sempre o ouvia dizer, “Do your best”(faça o seu melhor, em pouguês). Inicialmente eu
achava isso muito repetitivo, e apesar de ainda não ser na era dos coachs, eu achava que era um discurso motivacion-
al chato e meio vazio. Ele falava tanto isso que em um certo momento eu passei a prever essas falas, mas aos poucos
isso foi ficando mais frequente na minha mente, inclusive em momentos desafiantes.
Até que um dia, por algum motivo, eu associei essa fala dele à algo que eu havia feito, e me veio um pensamento de
que eu não tinha feito o melhor em algo. Me senti péssimo com a ideia de que eu não tinha feito o meu melhor para
alcançar algo. É triste quando desejamos algo que não conseguimos, e depois quando olhamos para trás, percebe-
mos que poderíamos ter feito melhor. Foi assim que a mensagem fez efeito em mim e desde então eu faço o meu
melhor para todas as coisas as quais eu direciono a minha energia. Para aprender mandarim, para estudo, para tudo
na vida, inclusive escrevendo este livro agora.
Percebi que o “fazer o seu melhor” não necessariamente é algo que trará resultados no presente, mas também me
afetará no futuro. Quando eu olhar para trás, eu quero ter certeza de que mesmo eu não conseguindo realizar algo,
eu quero poder dizer que eu fiz o meu melhor.
Esse foi um ensinamento que mudou minha forma de me dedicar aos meus objetivos, e eu sei que muita gente vai
precisar dele pra seguir com os estudos do mandarim. Por isso, se você quer aprender mandarim, ou fazer qualquer
outra coisa, deixo aqui o ensinamento do Mestre Chris.
Como eu já falava algum mandarim, fiz o teste de nivelamento e acabei em uma turma no nível intermediário. Acon-
tece que a prova apresenta uma média das habilidades testadas. Eu tinha uma fala e audição avançada, e uma escri-
ta e leitura muito ruim.
Com isso, mesmo me percebendo conversar melhor do que a maioria da turma, eu sentia muita dificuldade nas leitu-
ras de texto e escrita, principalmente quando eu me comparava com o resto da turma.
As avaliações da professora Wang eram semanais, de forma que não tinha como estender o prazo de estudo, apesar
das minhas dificuldades, pois toda semana tínhamos testes.
Como eu digo sempre, o foco do meu estudo é para vida real, não para provas. Porém, o fato de ter uma prova toda
semana me mantinha num ritmo estudo que eu nunca tive antes, e essa cobrança foi importante para eu perceber o
quão rápido era possível aprender.
O livro, por exemplo, ensinava cerca de 30 palavras novas por lição, que era lecionada em uma semana. Devido à
minha dificuldade com a escrita, eu também tinha que aprender muito mais palavras do que apenas as do livro, o
que resultava em umas 40 ou 50 ideogramas por semana.
Além disso eu comecei a perceber minha evolução quando eu parei de me comparar com os outros alunos e passei a
me comparar comigo mesmo semanas atrás. É muito comum alunos acharem que não estão evoluindo por compara-
rem a própria evolução com a de outros alunos. Isso só vai fazer você se sentir desmotivado.
Com a professora Wang eu aprendi que é possível manter um ritmo constante de aprendizado e ir aumentando grad-
ualmente, até você chegar em um nível nunca imaginado por você mesmo.
Passados três meses, toda turma tinha que trocar de professor. Era assim que funcionava na universidade de Cheng-
chi, e isso era bom, pois podíamos ter contato com quatro professores diferentes ao longo de um ano, conhecendo
quatro didáticas diferentes.
Depois de aprender muito com a professora Wang, e ter experimentado um modelo de estudo que eu nunca tinha vis-
to por mim até então, eu segui com a turma para a Gao Laoshi. Nesse momento eu já estava querendo pular um nível,
afim de manter a dificuldade que eu tive no início do trimestre anterior, mas fui impossibilitado pela universidade.
Pra minha sorte, a professora Jenny superou minhas expectativas e era muito mais dinâmica em seus exercícios.
Além dos testes tradicionais e exercícios de leitura, ela passava uma grande variedade de lição de casa. Desde memo-
rizar frases para falarmos para ela em um dia marcado, como enviar áudios de textos por email com a nossa pronún-
cia.
E com isso eu entendi que a diversidade de exercícios te permite a estudar várias habilidades como escrita e fala, sem
ter que necessariamente ficar esgotado de tanto focar em um só exercício. Isso foi essencial para desenvolver a forma
que eu ensino hoje, de forma que os alunos podem aprender as quatro habilidades (audição, fala, leitura e escrita) .
Aprendizado 9 - Ataque em várias frentes. Você pode desenvolver audição ao mesmo tempo que treina escrita.
Ao mesmo tempo, eu já não me sentia tão desafiado como quando comecei o curso, afinal eu tinha me dedicado bas-
tante e consegui superar minhas dificuldades. Eu já havia pedido para pular um nível uma vez, mas agora eu tinha a
prova de que poderia tentar algo mais difícil. Acima do meu nível tinha uma turma com 90% de coreanos e japoneses,
e eu estava com vontade de competir com eles.
Muita gente acredita que asiáticos são bons em tudo, mas esse é um preconceito que precisa ser quebrado. O fato é
que em países como China, Coréia e Japão existe uma cultura de competição muito forte, onde você precisa se dedi-
car muito para se destacar. Na China isso acontece principalmente pela quantidade de pessoas. Muito começam esse
costume de dedicação e foco nos objetivos por pressão dos pais, e muitas vezes isso acontece de uma maneira não
saudável que traz consequências prejudiciais para muitas pessoas.
E é por isso que dizemos que o “nível asiático” é o nível mais difícil, pois apesar de não ser todo mundo que gosta
dessa competição, os que competem e se dedicam, fazem isso pra valer!
Então quando começou o novo trimestre eu queria pedir novamente para avançar de turma pelos seguintes motivos:
1 - As aulas estavam mais fáceis do que antes, e como prova, eu havia obtido a bolsa
2 - Eu queria me desafiar e tentar acompanhar o ritmo de colegas mais competitivos.
A secretaria do curso foi muito resistente em me avançar, pois eu perderia algum conteúdo, mas acabou aceitando
que eu testasse as aulas por uma semana, e caso a professora achasse que eu estivesse apto para acompanhar a tur-
ma, eu poderia adiantar um nível.
Da minha parte eu encontrei a dificuldade que eu buscava, só não tinha certeza se eu estava fazendo a coisa certa. Já
a professora, me apoiou e me aceitou na turma dela. Até hoje fico feliz por ela ter acreditado em mim, e hoje eu vejo
muitas pessoas com dificuldade no mandarim, não pelo mandarim ser um idioma difícil, mas por que muitas delas
não acreditam ser possível aprender realmente o mandarim.
Quando alguém acredita que algo é impossível, e por isso não tenta, isso torna ainda mais remota daquilo ser al-
cançado. Quando já quando acredita-se que algo é alcançável, possível, isso não necessariamente vai fazer a coisa
acontecer, mas o fato de ter a disposição para tentar já ajuda nas estatísticas.
Logo, sempre que dizem que mandarim é difícil, eu tento convencer os alunos de que eles são completamente ca-
pazes de aprender, porque é de fato possível. A professora Sharon acreditou em mim, e hoje eu sei que acreditar nos
alunos é essencial para oferece-los o apoio necessário. Mas no seu caso que estuda sozinho, o aprendizado que eu te
passo é:
Pelas regras do festival, cada turma deveria apresentar uma mini peça teatral ou um vídeo de até 10 min, feito pelos
alunos e completamente em chinês. Nenhum de nós estava seguro de ir para frente do palco encenar em mandarim,
ou protagonizar um curta metragem. Quase ninguém tinha experiência em qualquer uma das modalidades e por
pouco não participamos.
Claro que era interessante que todas as turmas participassem, mas não era obrigatório. E a professora Chen nos
convenceu a participar da atividade. Nós realmente não achávamos que o nosso mandarim era bom o suficiente, mas
fomos convencidos que a experiência valeria à pena.
Escolhemos por fazer um vídeo, e realmente nos proporcionou um grande aprendizado. Não sei quando eu poderia
aprender palavras como diretor, protagonista, roteiro...
E ter entendido isso foi o grande aprendizado com essa mestra. Não importa o quão difícil a experiência pareça ser, o
importante é que é possível aprender ainda mais fazendo a atividade em questão.
Desde que virei professor vejo muitos alunos com vergonha ou medo de cantar em chinês, comentar algo, até mesmo
de falar. Sendo que a própria ação já gera um aprendizado. Talvez se eu tivesse entendido isso antes eu teria me vol-
untariado mais vezes para fazer qualquer coisa em chinês. Espero que você possa entender isso e colocar em prática
qualquer atividade que envolva o mandarim, pois mesmo com um mandarim “fraco” é possível aprender ainda mais.
Acontece que na época estrangeiros por lá não eram algo tão comum, e somos facilmente reconhecidos. Não é raro
algum curioso vir puxar papo para praticar inglês, querer saber de onde viemos, o que fazemos em Taiwan. O povo
Taiwanês é muito simpático e receptivo.
Eis que um dia eu estava voltando para casa, com o livro no colo tentando aprender o que podia para a prova da sem-
ana, quando um senhor sentou do meu lado e começou a ler o meu livro. Eu já esperava uma conversa, a gente passa
a prever essas coisas com o tempo. E então ele me pergunta:
“Então lê essa parte pra mim.” disse ele apontando para uma frase de um texto. Eu li, torcendo para ele me deixar
estudar em paz, e ele corrigiu uma pronúncia ou outra e pediu para eu ler novamente. Depois com a frase seguinte.
Depois a seguinte. E então pediu que eu repetisse o que eu havia acabado de ler, sem olhar para o texto.
Naquele momento eu percebi que apesar de conseguir ler, e saber sobre o que o texto se tratava, eu tinha muita di-
ficuldade de absorver o que estava escrito. Não conseguir repetir três frases de cor. Então ele me diz “para aprender
idioma tem que decorar. Tente novamente.”
E foi apontando para as frases, corrigindo os tons, e tapando as frases para que eu memorizasse frase a frase, sem-
pre me pedindo para repetir desde o início a cada frase que era adicionada. Eu percebi que com inglês ou português
eu não tinha dificuldades em, só com a minha memória, relatar o que estava escrito no texto. Já no mandarim era
muito difícil lembrar e reproduzir tudo. E nesse momento eu entendi que a capacidade de memorizar textos está
diretamente ligada com a fluência. Eu já não tinha problema em me comunicar em mandarim, mas muitas daquelas
palavras eram novas pra mim, algumas estruturas eu ainda não estava acostumado a usar, o que dificultava a mem-
orização. Eu tecnicamente não era fluente naquele texto. Aos poucos falar o texto todo foi ficando mais fácil, e de
repente chegamos na estação que ele desceria. Ele se despediu, foi embora quase que como o Mestre dos Magos.
Eu nunca soube seu nome, nem o reencontrei, mas quando cheguei em casa eu percebi que sabia de cor quase 70%
do texto e que isso realmente era um exercício valioso. Hoje eu ensino essa técnica para os meus alunos e a maioria
deles nunca esquece os vocabulários aprendidos durante o exercício.
É um exercício muito desgastante que exige concentração total. E é isso do que se trata o Kung fu. O conceito de kung
fu original não é a arte marcial, e sim o trabalho duro em algo. Você pode praticar kung fu em qualquer lugar, fazendo
qualquer atividade. Basta fazer a atividade com toda sua atenção buscando fazer da melhor forma possível. O kung
fu é praticado, obviamente, nas artes marciais, mas também pode ser praticado cozinhando, pintando uma cerca,
tirando e colocando casaco ou até estudando mandarim.
Aprendizado 12 - Se você quiser alcançar a fluência, precisa ser capaz de memorizar. Utilize o kung fu para
isso.
Se preciso for, grave esses ensinamentos como um mantra. Cole na parede, mantenha ele em mente. Isso pode servir
para manter a sua motivação. Talvez você ainda não tenha compreendido a dimensão dessas dicas, e se isso for o
caso, mantê-las por perto vai te fazer entendê-las mais rápido. Coloque as em prática você perceberá os resultados.
Eu não sei o que eu faria para voltar no tempo e alguém me dar metade dessas dicas antes de eu começar. Não é um
conhecimento difícil de se ver separadamente, mas acredito que em nenhum lugar você vai encontrar todos esses
conselhos com exemplos práticos de como eles funcionaram e ajudam no seu aprendizado.
Então a melhor forma de você me retribuir é colocá-los em prática e divulgá-los para que mais pessoas possam ter
acesso. Dando os créditos, claro. Então se não for pedir muito, peço que mande esse ebook para alguém que vai
gostar de aprender as coisas que eu ensinei até aqui. Até o momento de fazer este livro eu nunca tinha explicado de
forma tão detalhada os ensinamentos que aprendi durante esses anos, e acredito que quanto mais pessoas tiverem
acesso, mas pessoas aprenderão outros idiomas.
Agora vamos aprender como colocar em prática os pilares aprendidos na parte anterior e por a mão na massa!
Na primeira parte vimos que para dominar o mandarim é preciso entender sobre os
ideogramas, pronúncia, vocabulário, gramática e prática, e como cada um desses pilares
funciona no mandarim.
Agora vou dizer como cada um implica na sua jornada da prática e te mostrar os quatro
caminhos os quais você precisa aplicar a prática:
- Audição
- Fala
- Leitura
- Escrita
Os ideogramas ajudam a você entender como se formam as palavras, como eles se relacionam, e saber isso facilita
o desenvolvimento das quatro habilidades. Fora isso, você só vai usar os ideogramas para a leitura e escrita, pois ao
contrário da maiorias das línguas, a escrita do mandarim não tem relação direta com a pronúncia.
Logo, aprender ideogramas no início pode ser uma perda de tempo caso você tenha pouco tempo para estudar.
Comece estudando os radicais dos ideogramas e pelos ideogramas com menos traços. Aos poucos você vai se
acostumando com a caligrafia, e quando for de fato aprender a escrever, você já estará acostumado.
Ideogramas novos sempre vão existir, então não tenha pressa, pois quando começar, eles nunca mais acabam. Até os
nativos constantemente se deparam com ideogramas desconhecidos por eles.
Outra coisa importante quando for aprender os ideogramas, é saber que cada ideograma representa uma ideia, e não
uma palavra. Palavras são compostas por ideias, logo podem ser compostas por um ou mais ideogramas.
Pilar 2 - Pronúncia
A pronúncia é um pilar que você vai praticar por um bom tempo, mas não é para sempre. Inicialmente é necessário
entender quais são os sons do mandarim, se acostumar com eles e depois aperfeiçoá-los. O pinyin vai ser nossa
ferramenta para isso. Muita gente acha que o pinyin é uma forma alternativa de escrita, mas não é. Na China tudo é
escrito em ideogramas. Nós também usamos o pinyin para digitar, mas fora isso pinyin é uma muleta. Quanto mais
cedo você não depender dele melhor. Ele vai ser nosso melhor amigo para dominar a audição e a fala.
Quando eu falo de pronúncia, me refiro a dicção e aos tons. Muita gente foca na dicção, entretanto no mandarim os
tons são mais importantes. Desde o início pratique a habilidade de perceber os tons, e reproduzi-los. Recomento
focar nessa parte nos primeiros 6 meses até de fato se preocupar com os ideogramas. O tempo esperado para
dominar uma pronúncia razoável é de 6 à 18 meses, dependendo da pessoa.
Pilar 3 - Vocabulário
Vocabulário é algo que vai te possibilitar praticar as 4 habilidades. Porém o melhor jeito de praticar essa parte,
é utilizando. Então a ordem certa de aprender vocabulário é aprender o vocabulário que você mais usa, nas
habilidades que pode praticar mais facilmente.
Reflita comigo para descobrir qual dos dois caminhos vai te possibilitar uma comunicação mais prática:
No primeiro caso você segue o padrão de aprendizado em vários idiomas. Você aprende a se apresentar, e aos
poucos você aprende listas de vocabulários como partes do corpo humano, partes da casa, ou cores... E na maioria
dos cursos, o aluno é exigido saber ler e escrever antes de saber falar.
No segundo caso, você foca em aprender a falar e compreender, deixando de lado temporariamente a escrita. Aqui
você também se concentra em aprender palavras que usa no seu cotidiano, que envolvem sua rotina, não importa
o quão específicas elas podem parecer. Além disso, aprende a fazer perguntas e formular respostas chaves para a
comunicação diária.
Se você escolheu a segunda opção, você já sabe qual é o caminho mais prático. Focar na escrita inicialmente não vai
ajudar na sua comunicação.
Além disso, muita gente confunde as coisas e acha que saber palavras é métrica para comparação do mandarim.
Quem sabe mais vocabulário, tem um chinês melhor.
Só que mesmo não consideremos outras coisas, o vocabulário é algo muito pessoal para ser comparado. O jeito mais
rápido de você expandir o vocabulário é aprendendo as palavras que servem para a sua realidade.
Uma pessoa que fuma e vai à China à turismo, vai aprender a falar “cigarro” antes de uma pessoa não fumante, por
exemplo.
Um jogador de futebol contratado para jogar um time de futebol na China deve aprender a expressão “passa a bola”
nas primeiras semanas.
Alguém que tem alergia à camarão vai aprender a falar “camarão” nas primeiras refeições com chineses.
E um homem pode passar anos morando na China sem aprender a falar a palavra “absorvente”, enquanto uma
mulher possivelmente aprenderá a falar essa palavra em poucas semanas depois de ir para a china.
COMO APRENDER MANDARIM SOZINHO - O GUIA DEFINITIVO 34
Você precisa aprender um idioma de acordo com a SUA necessidade de comunicação. Não precisa seguir aqueles
grupos de vocabulários dos livros tradicionais, que ensinam “cores”, “partes da casa”, “partes do corpo humano”,
“profissões”... Isso tudo é uma perda de tempo!
Se por acaso uma mulher fumante com alergia à camarão se muda para a China, ela vai saber em menos de 2 meses
expressões como 抽烟,虾子,传球 e 卫生巾. Palavras que a maioria dos estudantes de mandarim não aprendem
antes de completarem 1 ano de estudo.
Só que ao mesmo tempo, qualquer pessoa tem dificuldade de falar em alguns assuntos mesmo no seu idioma nativo.
Essa dificuldade pode se apresentar sobre um vocabulário médico, termos jurídicos em um contratos, operações
técnicas em uma obra ou maquinário... Sempre vamos ter alguma dificuldade.
Então aqui vai dica: Foque em aprender os vocabulários que você usa mais e em alcançar naturalidade nessas
palavras. Vou falar de um exemplo com duas palavras específicas: Colher e osso. Colher é uma palavra que só se usa
quando vamos comer uma sobremesa, tomar uma sopa, principalmente se estamos falando de China. Osso também
é bem ocasional, usado na culinária, como osso de galinha, ou quando falamos de saúde, sobre os nossos ossos.
Se você só pudesse aprender a falar uma palavra por dia, qual você aprenderia primeiro? Eu recomendo colher,
pois comer é algo que fazemos todos os dias. Eventualmente precisaremos saber falar colher em chinês, seja com
um turista visitando o Brasil, ou vivendo na China. Porém, se você é um ortopedista de animais, que importa da
China pinos metálicos para corrigir fraturas e fornece esse material para todas as cínicas veterinárias da cidade,
provavelmente saber falar “osso” vai ser mais útil do que saber falar a palavra colher.
Logo, se você tem pressa de começar a conversar em mandarim, foque em aprender as palavras que mais usa
diariamente.
Pilar 4 - Gramática
Gramática é ignorada em vários idiomas, mas em chinês, entender mais da estrutura acelera e muito o seu
aprendizado. A língua chinesa tem suas particularidades, mas não é nada difícil. Pelo contrário, a gramática da língua
é bem simples e lógica.
Recomendo que o aluno constantemente busque conhecer uma nova estrutura gramatical a cada semana, e aplicar
aos vocabulários que estão sendo aprendidos, até dominá-la.
Toda semana eu faço uma aula gratuita de mandarim, e explicar a gramática é a minha especialidade. Você pode
descobrir as aulas que já foram feitas, assim como ter acesso à várias delas aqui neste link:
https://guhanmandarim.com.br/mandarim-live
Acredito que com as aulas disponíveis você já atinge um nível que te permite seguir com seus estudos por conta
própria. Então foca em conseguir falar, e de vez em quando, acrescenta uma estrutura gramatical no seu repertório.
Pilar 5 - Prática
Agora vamos aprender exercícios que te permitem praticar essas quatro habilidades para que você desenvolva a
sua comunicação no mandarim. Lembrando que a ordem natural de se aprender um idioma é dominando a audição
e fala primeiro, depois aprender a ler e escrever o que você já sabe falar. Desse jeito você assimila mais rápido o
ideograma e consegue relacioná-lo num contexto muito mais facilmente do que simplesmente tentar decorar sem
nunca ter ouvido a palavra antes.
Aqui também eu recomendo que você utilize o ensinamento da nona mestra e ataque em várias frentes ao mesmo
tempo.
É importante lembrar também que qualquer coisa se aprende fazendo. Aprendemos a andar tentando andar, não
lendo um livro ou assistindo uma aula. Aprendemos a surfar caindo na água e tentando surfar, não em tutoriais no
youtube. E idiomas, se aprende ouvindo, falando, lendo e escrevendo. E quanto mais você faz, mais rápido você
aprende, e melhor você fica.
Audição
A audição é uma das habilidades mais essenciais para começar a falar um idioma. Você precisa treinar o ouvido
para distinguir os sons, e é com base neles que vai praticar a pronúncia. Também é preciso entender que existem
diversos sotaques, e que você não precisa começar entendendo todos, mas perceber algumas possíveis variações de
pronúncia.
Além disso a audição é uma habilidade que você pode fazer praticamente durante todo o tempo que estiver
acordado. Ouvir música no banho, escutar um podcast dirigindo, deixa um programa de tv durante alguma refeição,
assiste uma série chinesa... Essa é a habilidade mais fácil de praticar pois não exige 100% da sua atenção. Mas claro
que se você escutar focado prestando atenção nos sons você vai compreender e evoluir muito mais.
Aqui estão alguns exercícios que você pode fazer para praticar a sua audição:
Fala
Muita gente tem medo de começar a falar mandarim. Tem medo de ser julgado pela pronúncia, de não conseguir
ser entendido. Mas eu vou te falar um segredo: Todo mundo vai errar nas primeiras vezes. Eu já errei muito, até hoje
pronuncio algo errado uma vez ou outra. Mas está tudo bem, faz parte do constante aperfeiçoamento.
E pela minha experiência, não importa o aluno ou quanto ele estude antes de falar as primeiras palavras. Não
importa se o aluno estuda mandarim há uma semana ou há quatro anos. A primeira vez que ele tentar se expressar,
ele vai cometer erros. E quanto mais cedo você cometer os erros para corrigi-los, melhor!
Não deixe de falar o que aprende, pois é uma longa trajetória até você se acostumar a fazer pronúncias nunca feitas
antes. E você pode praticar a fala com:
1 - Falar em voz alta qualquer palavra em chinês que você encontre. Prestando atenção na própria pronúncia.
2 - Gravar frases no celular e se escutar tentando encontrar os erros. Você pode mandar mensagens de áudio para
você mesmo no Whatsapp.
3 - Aprender a cantar músicas em chinês, mesmo que não saiba todo o seu significado.
4 - Memorizar frases e textos, como eu aprendi com o meu décimo segundo mestre.
5 - Conversar com chineses nativos.
6 - Falar sozinho simulando conversas envolvendo o que você já conhece. Pode falar no banho, lavando prato, ou até
fingir que está conversando no telefone.
7 - Falar para o teclado do celular identificar as palavras.
Leitura
A primeira coisa a se entender é que ao falar de leitura eu me refiro aos ideogramas. Leitura de pinyin não é uma
leitura de verdade, já que você só está observando a representação da pronúncia, e quase nunca sabe qual é o
ideograma ao qual está se referindo.
E assim como é incentivado para as crianças a lerem bastante para aprimorar a língua nativa, o mesmo serve para
aprender um idioma estrangeiro. Porém, no caso do mandarim, a leitura vai funcionar um pouco diferente, pois não é
possível ler ideogramas os quais você nunca viu. Diferentemente de quando lemos em idiomas com o alfabeto latino,
pois as palavras novas, apesar de não sabermos o que significa, sabemos ao menos como pronunciar, e podemos
recorrer à memória se já escutamos antes.
Por isso até conseguirmos ler um livro em mandarim vai demandar um bom tempo de estudo, já que para
entendermos um livro inteiro não basta saber 20, 50, 100 ou 200 ideogramas. E não é demais reforçar, aprender a
reconhecer 200 ideogramas ao mesmo tempo que você ainda está descobrindo os contextos que eles são aplicados,
sem nunca ter contato nenhum com essa escrita, é muito mais lento do que aprender 200 ideogramas quando você
já tem o domínio de uns 500 ideogramas, já conversa um pouco e sabe em que contexto cada ideograma pode ser
encontrado. Saber os ideogramas que você aprendeu a falar no primeiro mês não vai te ajudar a ler praticamente
nada nos dois meses seguintes.
Não tenha pressa para aprender a leitura, principalmente se você acha essa parte complicada. Entretanto, se isso é o
que mais te dá prazer em aprender, aproveita essa motivação e não deixa pra depois. Aqui vão alguns exercícios para
você melhorar a sua leitura
Escrita
A habilidade de escrever é a mais difícil inclusive para os chineses. É muito comum nativos esquecerem como
escrever um outro ideograma quando moram fora, ou passam muito tempo sem utilizar lápis ou caneta.
É bom lembrar que para escrever em mandarim é preciso seguir uma ordem de traço, por alguns motivos. O
primeiro é que a ordem ajuda a memorizar a escrita e a saber escrever um ideograma nunca visto antes, graças aos
padrões. Segundo pois seguindo a ordem correta, você conhece melhor o ideograma quanto à número de traços
e componentes, essenciais para buscar um ideograma no dicionário de papel. Terceiro porque quando em letra
cursiva, os ideogramas ficam quase que irreconhecíveis, sendo o conhecimento da ordem de traços imprescindível
para a sua identificação.
Ela também é a pior no quesito esforço x recompensa. Pois assim como a leitura, para você ser capaz de escrever
uma redação, por exemplo, não basta só saber escrever um, dez ou cem ideogramas, e sim bem mais que isso. E o
problema é que atualmente quase nunca escrevemos de forma manuscrita. Na maioria das vezes estamos digitando,
e isso torna o exercício da escrita algo não recompensador, já que você terá poucas chances de se comunicar
escrevendo.
Não que a escrita seja menos importante, ela é, e também a mais gratificante na minha opinião. Mas você não só não
vai usar com frequência, como vai precisar de muita prática até conseguir escrever, principalmente se for em chinês
tradicional. Esse esforço poderia ampliar sua capacidade comunicativa se focado em leitura ou fala.
O ideal é que você tenha um cronograma de estudos para cada 15 dias. Tenta aprender uma média de 2 ou 3 palavras
por dia. Quando eu digo média, a ideia é que você selecione por volta de 40 palavras para você aprender ao longo
desses 15 dias, incluindo pronúncia e formação de frases.
Depois de uns 3 ciclos, 45 dias, você pode começar a praticar a leitura/escrita dos ideogramas que compõem as
palavras que já domina, dando prioridade para os ideogramas mais simples e os mais usados.
Agora que você já aprendeu o que é necessário para executar o pilar da prática nas quatro habilidades, e assim
dominar os outros quatro pilares, chegou a hora de você fazer a sua parte.
Ainda falarei aqui do tesouro que te espera caso você navegue corretamente alcance o seu destino, mas em breve
está na hora de você iniciar finalmente a sua jornada.
Voltando a comparação com a navegação, muitos alunos passam muito tempo treinando remada, estudando o que
fazer se acontecer algum problema (primeiros socorros), mapeando os portos para alcançar, e estudando o porque
de fazer as coisas como são feitas, mas poucos entram de fato no mar para navegar. Quanto mais tempo se passa
preparando a viagem, mas medo se cria de entrar no mar.
No meu caso, eu fui pra Taiwan e assim que comecei a estudar, meu foco foi navegar pelo mar e ir o mais longe
possível. Não me concentrei em desenvolver nenhuma dessas habilidades. Com o tempo fui aprendendo o que eu
precisava aprimorar, mas agora você temem mãos um guia que te explica tudo o que você precisa fazer para chegar
no seu destino e pegar o seu tesouro. E agora vamos falar dele.
Não importa qual seja o tesouro que você busca, mas ao dominar o
mandarim você terá acesso à todos eles e muitos outros, como fazer amigos
falantes do mandarim, olhar o mundo por uma nova perspectiva, ter acesso à
conhecimentos registrados em mandarim, e por aí vai...
Muita gente me pergunta em quanto tempo é possível falar mandarim, quando na verdade eles querem saber em
quanto tempo esses tesouros são encontrados.
É difícil dizer, depende de como se navega. Existem em geral dois tipos de viajantes:
O primeiro tipo são os alunos que gostam de levar uma jornada tranquila, apreciando a paisagem, descobrindo o
caminho por conta própria e aprendendo com os próprios erros, sem hora pra chegar no destino.
O segundo tipo, tem pressa de chegar ao destino, pois sabem que chegar lá pode mudar sua vida completamente.
Eles mantem o seu cronograma à risca, faça chuva ou faça sol, e utilizam todas as ferramentas ao seu alcance.
Não importa se você é do primeiro ou do segundo tipo, eu posso ajudar você a tornar a sua viagem ainda melhor.
Se você está nessa pela jornada e pela diversão, é muito melhor quando se compartilha a viagem, quando se faz
amigos no caminho e descobrem as maravilhas juntos.
Se você tem pressa de chegar no seu tesouro, nada melhor que contar com um capitão experiente, que já navegou
por esses mares e pode tornar sua viagem ainda mais rápida e segura.
No link abaixo você terá a oportunidade de adquirir uma tripulação completa, com capitão e marinheiros ao seu
dispor para lhe auxiliar na sua viagem, pelo menos até você aprender a navegar sozinho. E lá também tem outros
navegantes que se ajudam e gostam de viajar em grupo.
https://dzs.guhanmandarim.com.br/guhan-online-completo
E como você possui esse mapa, aproveite 20% de desconto com o Cupom aplicado na hora da matrícula:
guhanchuanzhang
A sessão de aplicativos é recomendado para todos, inclusive os iniciantes, mas o resto tem uma recomendação espe-
cífica:
Aplicativos: Não fazem milagre, mas são ótimas ferramentas complementares. Cada um usado com uma razão
própria pode te ajudar de uma maneira diferente.
Programas infantis: comunicação direta e simples, mas não necessariamente você vai entender tudo. Normal você
não entender muitas palavras por falta de vocabulário, mas a repetição presente neles é boa para você assimilar os
vocabulários. É muito comum depois de assistir um episódio inteiro aprender palavras como passarinho, lobo, mar...
Podcasts: Estes são definitivamente o maior desafio na minha opinião, pois se você não entende 50% para se ori-
entar, você pode facilmente se perder, além de não ter nenhum apoio visual para interpretação. Mas eu recomendo
deixar tocando enquanto você faz alguma outra atividade no automática, alguma coisa é possível aprender!
Estrangeiros falando mandarim: Estrangeiros falando um mandarim perfeito ou perto disso nos inspiram e servem
como modelo para seguirmos. É bom ver também os diferentes sotaques possíveis e perceber que não precisamos
falar exatamente igual a um nativo para surpreender.
Talk Show: programas de bate-papo, muitos com piadas e humor as vezes são difíceis para entender, mas é geram
uma das maiores satisfações quando compreendemos. Esses definitivamente não são para quem tá começando,
mas a maioria deles não vem com um vocabulário rebuscado, o que é bom testar quando você estiver no inter-
mediário.
Vlogs: São perfeitos para pegar o vocabulário do cotidiano. Na minha opinião esses são os conteúdos mais próximos
da conversa diária e nos permite aprender bastante da cultura chinesa, acompanhando um nativo no seu dia-a-dia
Youtubers: Programas de Youtube em geral, sobre diversos temas, nos permitem aprender sobre esses temas em
mandarim. Existem inúmeros programas, então escolha o seu!
Programas de TV: Programas de tv normalmente falam de muitos temas, assim como os programas do youtube.
Porém num ritmo mais tradicional, já que a linguagem da internet é muito mais dinâmica
Aulas e tutoriais: Nós aprendemos a falar muito mais português nas aulas de matemática, ciências, geografia,
história... Do que nas aulas de português. Assistir aulas em mandarim, de assuntos que nós já dominamos, pode
ajudar muito a aprender os termos relacionados em mandarim. Nesta seção eu indico aulas de diversos níveis para
quem quiser adquirir mais conhecimentos em mandarim.
Noticiários: jornais são um dos níveis mais difíceis de se acompanhar, pela velocidade e pela complexidade dos te-
mas. Mas ainda tem o seu valor. São uma ótima forma de aprender sobre assuntos da atualidade, sobre o que todos
estão falando no mundo.
Músicas: Músicas são ótimas para aprender um idioma, principalmente se você gosta do estilo musical e quer cantar
junto. Além disso, cantores compartilham muito da sua rotina nos seus canais oficiais. Se você for fã vai poder gostar
de aprender mandarim com a rotina do seu cantor favorito.
Filmes e séries: Nada como assistir um filme ou uma novela e aprender sobre aquela realidade em mandarim. Além
disso, vários canais sobre filmes vão falar de diretores, atores, estreias... É muito bom pra aprender um idioma se
você adora cinema.
Documentários: Ideal para conhecer algo na perspectiva chinesa, concentrado em um tema o qual você quer apren-
der mais. É muito bom pois documentários são verdadeiras aulas sobre determinado assunto.
Pleco - O melhor dicionário mobile que eu conheço. Ele é inglês/mandarim, reconhece pinyin, palavras por voz, tem
palavras e frases de exemplo, ordem dos traços, tudo o que você precisa para descobrir novas palavras.
Duchinese - Disponibiliza textos gratuitos em diversos níveis para você aprender vocabulário, praticar leitura e treinar
a audição. Todos os textos possuem áudios.
Mdbg.net - Site dicionário completo, com definições claras. Ele possui muito mais ilustrações da ordem de traço do
que o pleco, mas não é tão prático por ser um site.
youglish.com - site que você encontra nativos falando alguma expressão específica no youtube. basta buscar a ex-
pressão que você quer ouvir e ele já te mostra os resultados
Quizlet - aplicativo de flash cards para você criar seu baralho e ajudar a memorizar as palavras em chinês. você cria
seu próprio baralho.
Anki - programa para pc e celular com memorização espaçada em flash cards. você cria seu próprio baralho.
Bilibili - (哔哩哔哩) - um site semelhante ao Youtube no ocidente, com uma infinidade de canais que você pode acom-
panhar para praticar. Aqui vão alguns links diretos para você:
Culinária
https://www.bilibili.com/v/food?spm_id_from=333.788.0.0
Jogos
https://www.bilibili.com/v/game/?spm_id_from=333.788.0.0
Tecnologia
https://www.bilibili.com/v/tech/?spm_id_from=333.788.0.0
Vlogs
https://www.bilibili.com/v/life/daily?tag=530003
Animações
https://www.bilibili.com/v/douga/?spm_id_from=333.788.0.0
Esportes
https://www.bilibili.com/v/sports?spm_id_from=333.788.0.0
Animais
https://www.bilibili.com/v/animal?spm_id_from=333.788.0.0
喜羊羊與灰太狼動畫-官方中文頻道
Esse desenho é uma verdadeira febre na China. Ouso dizer que o desenho infantil mais popular
Não se preocupem caso não entendam muito no começo. Desenho animado é cheio de coisas que se repetem. Basta
atentar para as repetições que é possível aprender muito.
https://www.youtube.com/channel/UCbELDDHGqMbjsA_4Kyd7vMw
Peppa pig
Peppa pig em mandarim. A rotina da porquinha mais querida do mundo
https://www.youtube.com/channel/UCRi0sw4PDw-C2C7fS9hrx5Q
Patrulha canina
https://v.qq.com/x/cover/nrcst4om43p0md2/b00222sfb0h.html
Podcasts
日谈公园
bate papo humorado sobre assuntos diversos
https://open.spotify.com/show/3CzaChYW53HUTR9qcqLl8a
声东击西
jornalistas residentes nos EUA falando de notícias
https://open.spotify.com/show/4g90u0gDleBx82Am08SmkN
兩個女生的聊天記錄
duas garotas conversando sobre vários assuntos
https://open.spotify.com/show/5R4l3NmEG8RiXGVJXiEHFW
Steve说 -
Steve convida pessoas para entrevistar
https://open.spotify.com/show/4rHsOhdvFMn94U3LSsfoT8
有此衣說
Leitura de textos curtos com uma pronúncia clara, perfeitos para estudar!
https://open.spotify.com/show/2ETxl8DZWsfnPTRwT4JAg1
狗熊有话说
Conversas sobre livros profissões e auto desenvolvimento
https://open.spotify.com/show/4aJ7d47y8IOeqGZLNE81Yz?si=9SeGn0ffSNaN_sUZ1RPOGA
風向龍鳳配
Comentário de notícias do Yahoo
https://open.spotify.com/show/4a6T6omcs0VQZZhDq7LUyd
童話裡都是騙人的
Um podcast sobre música
https://open.spotify.com/show/43QyfyIbLytfw3nOKgYGf1
文化有限
Chineses conversam sobre diversos assuntos de forma descontraída.
https://open.spotify.com/show/7EhJjoGFUVdjt8jM8BKQWR
韓勾ㄟ金針菇
Coreana morando e1m Taiwan com um excelente mandarim
https://www.youtube.com/channel/UCvcZO0cvDT3rzKtfakL3R5Q
Ku’s dream酷的夢
Um Francês mostrando suas aventuras em Taiwan.
https://www.youtube.com/channel/UCV1OpUwWJCMiv6gJCRR6yAg
莫彩曦Hailey
Americana morando em Taiwan
https://www.youtube.com/user/13foreverandever
玛莎CN
Ucraniana vivendo na China e falando um excelente mandarim
https://www.youtube.com/channel/UCmSefgK3FoLgyIJ25kjJ83g/featured
Tristan H. 崔璀璨
Americana morando em Taiwan
https://www.youtube.com/c/yakitorisutan/videos
MYBY孟言布语 (Simplificado)
Uma dupla de americano e um inglês que moram na China e conversam/comentam de quase tudo
https://www.youtube.com/c/MYBY%E5%AD%9F%E8%A8%80%E5%B8%83%E8%AF%AD
JJ Says
Americana compartilhando a rotina dela em mandarim
https://www.youtube.com/user/jjsaysnyc
大山 Dashan (Simplificado)
Um canadense que estudou chinês desde o ano 1980, e hoje é um estrangeiro
https://www.youtube.com/channel/UCENJEn-rZ9VUrXw4krJwFsQ
美国曹操来了
Um ator americano na China
https://space.bilibili.com/526294618?from=search&seid=8058125212741697905
司徒建国
Um britânico morando há mais de 10 anos em Pequim.
https://space.bilibili.com/38385543/
印度三哥MANU马怒
Um indiano fazendo vídeos da índia para uma audiência chinesa. Tudo em mandarim
https://space.bilibili.com/614551958/
光头哥EVAN
Um comediante americano com piadas e entrevistas.
https://space.bilibili.com/174359710/
Talk shows
WTO姐妹會 官方頻道
Programa de auditório Taiwanês para discutir as diferenças culturais de vários países. (Tradicional)
https://www.youtube.com/channel/UCbsHdXTF_3R3h6GlXh25IBA
中文脱口秀
Canal de comédia Stand up em mandarim (Tradicional)
https://www.youtube.com/channel/UCmgycbcitfwkwAddhOtkb6A
我愛貓大
Programas de auditório Taiwaneses (Tradicional)
https://www.youtube.com/c/%E6%88%91%E6%84%9B%E5%BA%B7%E7%86%99/
STR Network
Stand up comedy e bate papo com convidados (Tradicional)
https://www.youtube.com/c/STRNetworkasia
Vlogs
安妮古丽 -
Uma garota Uigur de Xinjiang que apresenta o seu dia-a-dia de forma bem humorada e descontraída. (Simplificadol)
https://www.youtube.com/channel/UCRc63ZkXuzAWGzaJVEe_hxA
20岁了还没有去过星巴克
Um jovem com um vlog de viagens descobrindo outras realidades (Simplificadol)
https://www.youtube.com/channel/UCsdLbTwziL6Tg97swkuThSg
法特一家亲
Acompanhe a vida de comilança de um rapaz de Xinjiang (Simplificadol)
https://www.youtube.com/channel/UCdxfDTc9C0d9SuSaMJ_W2UA
凯迪和迪娜
Vlog de duas garotas Uigures em Xinjiang (Simplificadol)
https://www.youtube.com/channel/UCv3QOZ6M_1-bOzzupoR48Zg/
阿依图娜
Cotidiano de Ayituna, uma jovem Uigur (Simplificadol)
https://www.youtube.com/channel/UCBuJWLhR0VJfR79YhWus_Ew
江户川颜宝
Vlog de uma garota
https://www.youtube.com/channel/UC6fCrULnfLk0P9xmtV3vKcQ
多多其木格
Um canal de vlogs diários de uma garota da Mongólia Interior.
https://www.youtube.com/channel/UCnR1ijy75_rjnUwzAir9l1w
麻雀喳喳野行记
Uma mulher sobrevivendo na selva
https://www.youtube.com/channel/UCzfAqSGK48Bb5grq4_Fc6Ig
流浪傻妞
Um vlog diário de viagem
https://www.youtube.com/channel/UCJtX6lsiAI8PLDJBgE6vi2w
1212房车旅行
Um diário de um casal e um cachorro viajando e morando em uma van.
https://www.youtube.com/channel/UCt0tp9_Xc1JsaIjK5KFEYpg
Youtubers
HOOK
Programa de entrevistas, e história de forma humorada. (Tradicional)
https://www.youtube.com/channel/UCbIJeyl_va8MG2xx0q4Uobg/featured
Kevin in shanghai
Cultura e idiomas. Explica muitas particularidades da língua chinesa, variações de sotaque... (Simplificadol)
https://www.youtube.com/channel/UC_HW6aVLpyvPIhc7w8YA8Ag
周六野 Zoey
Canal sobre Fitness e moda
https://www.youtube.com/c/WildSaturday
Asian Boss
Canal sobre cultura asiática. Nos quadros sobre china é possível acompanhar os assuntos em mandarim.
https://www.youtube.com/channel/UC2-_WWPT_124iN6jiym4fOw
街訪突即隊
Canal de entrevistas
https://www.youtube.com/channel/UCr-zC57bR8H-IVzfho39zTw/videos
箭厂ArrowFactory Doc
Canal de mini documentários (Simplificado)
https://www.youtube.com/channel/UC_9AeV5Riy9AsIJZEsnsCDw
the劉沛
Vlogs, reviews, viagens... (Tradicional)
https://www.youtube.com/user/TheLiuPei
巧婦9妹
Mostra a rotina na zona rural chinesa (Simplificado)
https://www.youtube.com/channel/UC2lcOnsSgXlxNeeNwaztpow
J-Bao賤葆
Um taiwanês com muitas aventuras compartilhadas no seu canal (Tradicional)
https://www.youtube.com/c/JBao%E8%B3%A4%E8%91%86%E9%A0%BB%E9%81%93/videos
小短腿Duby
Um Canal que mostra rotina de cachorros (Simplificado)
https://www.youtube.com/channel/UChStHLUp5z0CBaWa3neIjIA/featured
萌喵一箩筐cats rock
Rotina de gatos
https://www.youtube.com/c/%E8%90%8C%E5%96%B5%E4%B8%80%E7%AE%A9%E7%AD%90catsrock
Easy Language
Diálogos reais na rua para quem quer ter contato com uma conversa entre nativos.
https://www.youtube.com/c/learnlanguages
狼爸爸的工作室
Canal que explica muitas coisas no mundo.
https://www.youtube.com/c/%E7%8B%BC%E7%88%B8%E7%88%B8%E7%9A%84%E5%B7%A5%E4%B-
D%9C%E5%AE%A4
阿滴英文
Taiwanês com um canal que ensina inglês.
https://www.youtube.com/c/RayDuEnglish
滴妹
Curiosidades sobre Taiwan
https://www.youtube.com/channel/UCGpNjY0Xq2GJLXh4OOX1LOA
MickeyworksTV
Reviews de produtos recém lançados e estilo de vida.
https://www.youtube.com/channel/UCpzx9sMpCwKP_xTwoYZx7lA
魏布斯
Reviews completas sobre diversos produtos eletrônicos
https://www.youtube.com/c/weiBusi
猫神【猫眼看中国】
Visão de uma chinesa sobre a china
https://www.youtube.com/c/maoshen
孙宁同学
Canal de lutas sincronizadas e efeitos especiais. Muito divertido!
https://space.bilibili.com/523224668/
Norah是诺拉
Jovem comediante compaartilha piadas e vlogs em plataforma chinesa.
https://space.bilibili.com/29404012/
Programas de tv
綜藝玩很大 Mr.Player
Programa de jogos e desafios da tv Taiwanesa (Tradicional)
https://www.youtube.com/c/%E7%B6%9C%E8%97%9D%E7%8E%A9%E5%BE%88%E5%A4%A7MrPlayer
木曜4超玩
Programa de tv Taiwanes (Tradicional)
https://www.youtube.com/c/%E6%9C%A8%E6%9B%9C4%E8%B6%85%E7%8E%A9/videos
食尚玩家
Descobrindo comidas em Taiwan (Tradicional)
https://www.youtube.com/channel/UC00wMIWR48SYidE6jmpL7Qg
腾讯视频
Canal oficial do streamer Tencent videos. É possível encontrar novelas e programas produzidos pelo mesmo (Simpli-
ficado)
https://www.youtube.com/channel/UCQatgKoA7lylp_UzvsLCgcw
來去CHECK IN
Programa de viagens do canal Taiwanes CTI (Tradicional)
https://www.youtube.com/channel/UC_5iXjMizQ8gxzbEIV3TKCQ
走遍中国5A景区
Produção independente de um programa de viagens na China (Simplificado)
https://www.youtube.com/channel/UCk8kvPE3cP7Yl9hCMEkh0CA
我愛小明星大跟班
Mais um programa de Taiwan com o rei do entretenimento Jack wu. (Tradicional)
https://www.youtube.com/channel/UCCiV0FmfqgLRC9zYjj1Q4IA
頭條開講
Programa Taiwanês de debate
https://www.youtube.com/c/%E9%A0%AD%E6%A2%9D%E9%96%8B%E8%AC%9B
同學來了
Programa com tema voltado para estudantes
https://www.youtube.com/channel/UCYu7Fc1bLWCL81kzpzIaIYA
Aulas
李永乐老师
Canal de divulgação científica, explicando diversos conceitos complicados para qualquer um entender (Simplificado)
https://www.youtube.com/c/%E6%9D%8E%E6%B0%B8%E4%B9%90%E8%80%81%E5%B8%88
油菜花 中小学教育
Aulas de conteúdo para ensino fundamental em mandarim (Simplificado)
https://www.youtube.com/channel/UCBjAz8w14JIM6bZKj4_6beA
一席YiXi
Palestra tipo TED (Simplificado)
https://www.youtube.com/channel/UCKFB_rVEFEF3l-onQGvGx1A
行動學習網線上學習第一品牌
Aulas de ensino fundamental (Simplificado)
https://www.youtube.com/c/%E8%A1%8C%E5%8B%95%E5%AD%B8%E7%BF%92%E7%B7%9A%E4%B8%8A%E5%
AD%B8%E7%BF%92%E7%AC%AC%E4%B8%80%E5%93%81%E7%89%8C
Noticiários
民視直播
Noticiário de Taiwan com transmissão ao vivo.
https://www.youtube.com/channel/UClIfopQZlkkSpM1VgCFLRJA
中天電視
Noticiário de Taiwan com transmissão ao vivo
https://www.youtube.com/channel/UC5l1Yto5oOIgRXlI4p4VKbw
How视频
Notícias internacionais comentadas
https://www.youtube.com/c/HowVideo/featured
Música
相信音樂BinMusic
Um canal de uma gravadora de muitas bandas famosas de Taiwan (Tradicional)
https://www.youtube.com/channel/UC7ovu6a8ydIbDy0fAKmoZ9A
GAI 周延
Um dos maiores rappers chineses da atualidade. O canal dele possui músicas e vlogs
https://www.youtube.com/channel/UC2n8EwkenOSfNcHhufEsISA
YOYOROCK滾石移動 -歡迎訂閱
Canal de uma gravadora Taiwanesa (Tradicional)
https://www.youtube.com/user/YOYOROCKtaiwan/
Julia Wu
Uma cantora taiwanesa. No canal há músicas e vlogs
https://www.youtube.com/c/JuliaWu
GEM鄧紫棋
Canal oficial da cantora GEM, com músicas e vlogs
https://www.youtube.com/c/gem0816
鯨魚、爹與布丁
Comentários sobre cinema (Tradicional)
https://www.youtube.com/channel/UCGQ7ofQxAeO4glsl7OMzIsQ
Caravan中文剧场
Novelas Chinesas (Simplificado)
https://www.youtube.com/c/Caravan%E4%B8%AD%E6%96%87%E5%89%A7%E5%9C%BA
Documentários
守护解放西
Série documental que companha o cotidiano da polícia de changsha
https://youtu.be/KYHtrSFdewU